MESA: Luzia Araújo, Karla Simas, Marcos Freire, Rejane Barros, Moacir Moura e Laura Gomes

 

As vítimas de assédio moral no trabalho necessitam de aconselhamento, grupo de apoio, estratégicas de reabilitação e retorno ao trabalho. E, também, de ações administrativas proativas, como a criação de comissões para mediação e investigação do assédio, acompanhadas da possibilidade de punição.

Estes foram alguns elementos apresentados pela psicóloga e pesquisadora Luciene Lacerda, doutora em Saúde Coletiva, palestrante do evento organizado pelo Serviço de Treinamento e Desenvolvimento (STD) da Divisão de recursos Humanos do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF): “Violência e Assédio Moral no Trabalho”, nesta terça-feira, 28, no auditório Halley Pacheco, na unidade hospitalar.

Participaram da mesa de abertura a coordenadora-geral do SintufrjLaura Gomes, o diretor geral do HUCFF Marcos Freire, a substituta do pró-reitor de Pessoal Karla Simas, a superintendente geral de Dimensionamento e Provimento Rejane Barros, o diretor da Divisão de Recursos Humanos do HUCFF Moacir Moura e a ouvidora da UFRJ, Luzia Araújo.

Laura Gomes destacou a relevância do evento e explicou que o  assédio moral está ligado à saúde do trabalhador, e lembrou que o Sesat (Serviço de Saúde do Trabalhador do HUCFF) existe também para esclarecer dúvidas dos trabalhadores(as) da unidade  sobre a questão. “Caso seja necessário”, acrescentou, “o Sesat encaminha o servidor ou a servidora para o STD”. A dirigente sindical informou também que a Coordenação de Políticas Sociais do Sintufrj encontra-se à disposição dos sindicalizados para dar encaminhamentos sobre assédio moral.

Luzia Araújo e o ouvidor do HUCFF, Márcio Mantovani, apresentaram como funciona suas respectivas Ouvidorias. Luiza explicou que as demandas podem ser manifestadas por meio de denúncias, críticas ou sugestões. Márcio informou que as denúncias dos servidores da unidade hospitalar precisam ser registradas pela plataforma FalaBr – “caminho que dá todas as garantias que a lei determina”.

. Leia na próxima edição do Jornal do Sintufrj a matéria completa sobre o evento.

Há mais detrês anos empresa não fecha ACT com a categoria 

Em greve desde o dia 21 de setembro, os trabalhadores da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) do Hospital Universitário Antônio Pedro (Huap/UFF) e do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG/Unirio), realizaram manifestação na terça-feira, 27, em frente ao Huap, no centro de Niterói.

*Nesta quarta-feira, 28, a mobilização será em frente ao HUGG/Unirio, no Maracanã, pela manhã.*

Há três anos e meio sem aumento, eles reivindicam 22,3% de reajuste linear da tabela salarial para todos os empregados da empresa, estendido ao auxílio saúde e auxílio àpessoa com deficiência e o pagamento de 100% do retroativo considerando o período desde o vencimento do último Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).

A categoria também pleiteia acréscimo de R$600 ao salário base do cargo de assistente administrativo e a manutenção de todas as cláusulas sociais do ACT vigente, com inclusão dos ajustes das cláusulas onde há consenso.E não aceita a determinação da empresa de reduzir o adicional de insalubridade.Além do acordo de 2022 a 2023, a Ebserh não fechou com a categoria os ACTs  dosdois anos anteriores.

Intransigência

A direção da Ebserhse nega a negociar enquanto o movimento grevista não for encerrado. E ainda ameaça prejudicar os trabalhadores que aderiram em progressões e cortar o ponto dos dias parados. Mas como a greve está judicializada, todas as questões serão negociadas junto ao Tribunal Superior do Trabalho (TST). Nesta terça-feira, a ministra Delaide Miranda designou audiência de conciliação para quinta-feira, 29, entre a Ebserh e os representantes dos trabalhadores.

“Três anos sem aumento, três anos que a Ebserhnão fecha acordo coletivo. A empresa foi à Justiça para impedir a greve, que foi declarada legal, mas continua seu assédio nas unidades e diz que o percentual (determinado pela Justiça de manutenção do trabalho nosHUs) não está sendo cumprido. Além disso, quer diminuir o percentual de insalubridade, que hoje é calculado em cima do salário base — a empresa quer que seja em cima do salário-mínimo. Querem fechar o acordo sem dar nada e ainda pedem uma lista com o nome dos grevistas. É uma briga grande”, resumiu Edna Rosa da Silva, diretora do Sindicato Intermunicipal dos Servidores Públicos Federais dos Municípios do Rio de Janeiro (Sindsep-RJ).

“Não aceitamos nenhum direito a menos”, disse Elaine Cristina, técnica de enfermagem do Huap e do HUGG, reiterando as  palavras da diri9gente sindical. “Para eles somos mais uma mão de obra e enquanto estamos servindo”, afirmou, convocando todos os companheiros a somar na mobilização: “A luta é de todos os empregados da Ebserh”.

Greve histórica — A greve é nacional e começou no dia 21 de setembro. Para a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) o movimento é histórico e já atinge 34 dos 41 hospitais administrados pela Ebserh em todo país. A categoria acatou a decisão TST e mantém em greve apenas 40% dos trabalhadores assistenciais e médicos, e até 50% dos administrativos.

Na sexta-feira, 23, uma carreata agitou a Cidade Universitária reunindo técnicos-administrativos, estudantes, docentes e outros trabalhadores. O sentimento de que o Brasil está a um passo de resgatar a esperança foi o que prevaleceu na manifestação – diante das pesquisas que indicam que são concretas as possibilidades de vitória de Lula no primeiro turno. O evento atraiu candidaturas do campo progressista. Durante todo percurso, uma trilha sonora invocando letras e músicas associadas a lutas de nossa história recente criou uma atmosfera que aponta para a construção de um país mais justo e antifascista.

Este slideshow necessita de JavaScript.

LEIA O EDITORIAL EM PDF

UFRJ suspende aulas e as vias expressas são fechadas

Desde a madrugada desta segunda-feira, 26, intenso confronto entre policiais e traficantes aterrorizou os moradores do Complexo da Maré e parou as vias expressas da cidade: Linha Vermelha e Linha Amarela. A troca de tiros obrigou os passageiros dos ônibus e quem estava em automóveis a se esconderem atrás dos veículos e das muretas do acostamento.

A recomendação do Centro de Operação do Rio foi evitar passar pelos locais e utilizar a Avenida Brasil. As vias permaneceram parcialmente fechadas durante todo o dia. Logo cedo, a Reitoria da UFRJ emitiu nota suspendendo as aulas da manhã na Cidade Universitária. O prefeito da universidade, Marcos Maldonado, informou que a Coordenação de Segurança estava fazendo rondas no campus, mas, até ao meio-dia, não havia registro de reflexos do conflito no Fundão. Às 11h23, em novo comunicado, a Reitoria informava que as atividades acadêmicas daquele dia estavam suspensas, porque a operação policial no Complexo da Maré, segundo as autoridades,prosseguiria.

No início da tarde o número de mortos na operação policial aumentou para cinco e, segundo a Polícia Militar, havia ainda três feridos e19 pessoas foram presas. De acordo com a PM, a operação conjunta do Batalhão de Operações Especiais (Bope), com 120 homens, e a Coordenadoria de Operações de Recursos Especiais (Cores), com 60 homens, se concentraram nas comunidades da Vila do João e dos Pinheiros.

Segurança pública

para quem?

Nas redes sociais se multiplicavam relatos de pânico por parte de motoristas e moradores da área. Postos de Saúde e 35 escolas ficaram fechados. Um ônibus chegou a ser atravessado no entroncamento da Linha Amarela com a Linha Vermelha.

“Parecia que os tiros eram dentro de casa. Não tem como sair. Minha vida vale mais que o meu trabalho. Bala voando baixinha. Um desrespeito com a gente.” publicaram nas redes.

“A situação está bem difícil. Até agora temos registro de três pessoas mortas confirmadas, duas feridas por arma de fogo e uma pessoa pisoteada, porque aos domingos a Maré tem alguns eventos na rua, pagode principalmente”, contou a coordenadora do Eixo Direito à Segurança Pública e Acesso à Justiça da Redes da Maré (organização da sociedade civil, fruto da mobilização comunitária a partir dos anos 1980), Liliane Santos.

“Há muito tempo a polícia vem desencadeando essas ações, que não têm resultados práticos eficazes a longo prazo. Nesses anos todos dessas práticas, o que efetivamente mudou no debate da segurança pública no Rio de Janeiro? Segurança pública para quem? Se quem eles dizem estar protegendo, moradores e moradoras da Maré estão nessa situação com familiares mortos, feridos ou hospitalizados?”, indaga Liliane.

Comunidade não se cala

Mais uma madrugada e um dia de desespero e terror para as milhares de famílias, embora, segundo Liliane, existe uma Ação Civil Pública conquistada há alguns anos pela entidade, em articulação com a Defensoria Pública e o Ministério Público e outras instituições atuantes nas favelas do Complexo da Maré, que prevê medidas para diminuir os riscos e os danos durante os recorrentes confrontos armados, incluindo as operações policiais, que acontecem na região. Além disso, está em análise no STF a ADFP 635 (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 635), conhecida como ADPF das Favelas, iniciativa popularpara enfrentar a violência policial.

“Então, qual a validade jurídica que isso tem tido sobre o que está acontecendo?”, pergunta a coordenadora, sustentando que outro ponto importante é a responsabilização do Ministério Público: “É o único órgão capaz de realmente intervir de alguma maneira, mas até aquele momentonão havia se posicionado”, denunciou a jovem.

 

Nesta quarta-feira, 21, atos e mobilizações da enfermagem em defesa do piso nacional tomaram as ruas do país.No Rio, a categoria realizou manifestação em frente ao Hospital Badim, na Tijuca, e interrompeu o trânsito na Rua São Francisco Xavier, uma das mais movimentadas do bairro, em alguns momentos.

“A enfermagem é quem cuida do paciente 24 horas e tem que ser valorizada. Não queremos aplausos, queremos nosso piso”, reivindicou a presidente do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem do Município do Rio de Janeiro, Mirian Lopes.

“O STF suspendeu a implantação do nosso piso, nós, trabalhadores que na pandemia salvamos muitas vidas. Nossa mobilização agora é diária”, prometeu Marco Schiavo, presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Rio.

“Na nossa base temos três mil trabalhadores da enfermagem reunidos no Complexo Hospitalar da UFRJ e eles são obrigados a trabalhar em outrasredes públicas e privada para complementar o salário. O Sintufrj está aqui hoje como esteve no ato anterior. A mobilização da enfermagem conseguiu aprovar o piso nacional no Congresso, mostrou que é possível arrancar vitórias, mas os ministros do Supremo Tribunal Federal foram mais solícitos com os empresários do que com os trabalhadores que salvaram vidas na pandemia. Porém, estaremos juntos construindo a vitóriafinal”, afirmou o coordenador-geral do SintufrjEsteban Crescente.

Laura Gomes, Roberto Santos e Luiz Nasciutti Laura Gomes, Roberto Santos e Luiz Nasciutti

Laura Gomes, Roberto Santos e Luiz Nasciutti

Laura Gomes, Roberto Santos e Luiz Nasciutti

 

O movimento Setembro Amarelo é uma campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio. A educação sobre o tema é uma das primeiras medidas de prevenção. No Brasil, o movimento foi criado em 2015, pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), pelo Conselho Federal de Medicina e Associação Brasileira de Psiquiatria para associar a cor ao mês da marca do Dia Mundial da Prevenção do Suicídio, 10 de setembro. “Falar é a melhor solução”, alerta o CVV.

O Setor de Humanização e Acolhimento do Centro de Ciências da Saúde (CCS) aderiu ao Setembro Amarelo promovendo palestra com a porta-voz voluntária do CVV, Graça Araújo, e uma roda de conversa com a diretora e o diretor substituto da Divisão de Saúde do Estudante (Disae), da Pró-Reitoria de Assistência Estudantil, Nathalia Kimura e Ricardo Ramos, respectivamente. O evento foi realizado na manhã desta segunda-feira, 19, no auditório do bloco N, e contou com o apoio do Sintufrj.

Quarta edição

Na abertura, o decano do CCS Luiz Nasciutti, apontou a importância da iniciativa não apenas para o CCS, mas para toda universidade. Roberto Santos, coordenador do Setor de Humanização e Acolhimento, lembrou que o evento está em sua quarta edição e contou sobre os atendimentos realizados no SHA.

A coordenadora-geral do Sintufrj Laura Barreto, falou com carinho da sua participação no projeto embrião do SHA (nome, aliás, sugerido por ela) e reafirmou a necessidade de vencer preconceitos e a desinformação sobre o tema, que deve estar continuamente em debate. “É importante conversar com as pessoas que fazem parte de seu cotidiano, a fim de quebrar algumas concepções que dificultam a prevenção, buscando paradigmas que facilitem a identificação do desejo suicida”, alertou.

A dirigente sindical destacou que a maioria dos suicidas dá sinais e fala sobre suas ideias de morte. Portanto, “muita atenção aos sinais”, recomendou. “Peça ajuda ao CVV, ligue 188”, orientou Laura.

Graça Araújo abordou em detalhes o trabalho do CVD. “O que fazemos é acolhimento, apoio emocional”, explicou.  Ela ensinou que, quando encontrarmos alguém, não perguntar apenas “Tudo bem?”. Mas “Como você está?”, e ouvir o outro com atenção e empatia.

Segundo Graça, o centro tem diversos canais para escutar quem precisa de apoio, além do atendimento presencial, como chat, e-mail e telefone. Ela falou também da importância do trabalho voluntário e das diversas frentes em que se pode atuar no CVV. https://www.cvv.org.br/quero-conversar/

Os dois profissionais da Disae abordaram sobre sua atuação junto aos estudantes e debateram as formas de acolhimento a esses jovens.

O coordenador de Administração e Finanças do Sintufrj Vander de Araújo, apontou a importância da divulgação dessas iniciativas e colocou a entidade à disposição. Ele propôs uma edição de  Podcast “Fala Categoria” sobre o tema.