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Nada do Flamengo, tudo pelo Flamengo: memórias da Torcida Jovem do Flamengo (anos 1960-1990). É a partir desse título apaixonado, inspirado em faixa que a torcida levava para o Maracanã em dias de jogo, que os pesquisadores Bernardo Buarque de Hollanda e Rosana da Câmara Teixeira narram a história de mais de três décadas de vivência da torcida. A Editora UFRJ fará o lançamento no dia 26 de maio, às 18h, na sede Gávea do Flamengo.

Ao longo do livro, os autores mostram como as rivalidades e as alianças têm dinâmicas próprias, que devem ser compreendidas com base nos desejos, anseios e representações sociais dos sujeitos que compõem a torcida, e não pelo viés pejorativo, presente muitas vezes nas narrativas da grande imprensa.

O livro está estruturado em três partes: a primeira traz entrevistas feitas com cinco líderes da Torcida Jovem, que contam causos, falam de relações com outras torcidas e lembram de figuras importantes da história da Torcida Jovem. Na segunda os autores revisitam e ampliam suas pesquisas acadêmicas para reconstituírem, à luz de seus trabalhos originais, a trajetória da torcida. A terceira e última parte do livro constrói uma Linha do Tempo em que os autores relacionam um conjunto de informações sobre a torcida, a começar por uma “Cronologia histórica”, que vai de 1967 a 2000. O livro se encerra om a “Galeria de líderes e presidentes” da Torcida Jovem ao longo de mais de cinquenta anos.

Bernardo Buarque de Hollanda é historiador, com mestrado e doutorado na PUC-Rio, professor da Escola de Ciências Sociais, da Fundação Getulio Vargas (FGV-CPDOC), e coordenador de projetos de história oral sobre a memória das torcidas organizadas no Brasil. É autor do livro O clube como vontade e re- presentação: o jornalismo esportivo e a formação das torcidas organizadas de futebol do Rio de Janeiro.

Rosana da Câmara Teixeira é antropóloga, com mestrado e doutorado na UFRJ, professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense (FEUFF) e autora do premiado livro Os perigos da paixão: visitando jovens torcidas cariocas e organizadora de A voz da arquibancada: narrativas de lideranças da FTORJ.

Nada do Flamengo, tudo pelo Flamengo : memórias da Torcida Jovem do Flamengo
(anos 1960-1990)
Bernardo Buarque de Hollanda e Rosana da Câmara Teixeira
Editora UFRJ
290 p. 14 x 21 cm; R$ 50,00
ISBN 978-65-88388-27-3
2022

Lançamento: 26/5/2022, 18h, Sede Gávea, Av. Borges de Medeiros, 997, Lagoa, 1o andar – Hall do Museu

Detalhes do evento:

Dia(s): 26 maio
Horário: 18h00 – 20h00

Local: Av. Borges de Medeiros, 997, Lagoa, 1o andar – Hall do Museu , Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 22290-160

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Inscrição:

A confirmação da inscrição é de responsabilidade do organizador do evento.

Valor: Gratuito
Período de inscrição: Não é necessária inscrição
Site: www.editora.ufrj.br
Instituição responsável: Editora UFRJ
Email do organizador: maria@editora.ufrj.br
Telefone de contato: (21) 99296-6806

 

 

O Sintufrj tem nova direção a partir desta quarta-feira, 25 de maio, cujo mandato vai se estender até 2025. Os novos diretores disputaram a eleição pela Chapa 20 Sintufrj de Luta Pra Categoria superando ainda no primeiro turno as duas outras chapas em disputa 

A Chapa 20 reuniu uma frente de forças que atuam no movimento da UFRJ obtendo 52% dos votos superando a Chapa 85 Ressignificar com 38% dos votos e a Chapa 10 Alternativa de Combate que obteve 9% dos votos. 

O pleito, atípico, por causa da pandemia, ocorreu nos dias 18, 19 e 20 de abril, e pela primeira vez o Sintufrj usou urnas eletrônicas cedidas pelo Tribunal Regional Federal (TRE) que foram instaladas em 54 seções espalhadas pelos campi da universidade. Três mil sindicalizados foram as urnas expressar o seu voto.

A festa da posse está marcada para 14 de junho, terça-feira, no auditório do CT.

 

 

A Coordenação de Políticas de Saúde do Trabalhador (CPST) agora é Superintendência Geral de Atenção à Saúde do Trabalhador (Superast). 

O pró-reitor de Pessoal Alexandre Brasil disse que o objetivo foi tornar a estrutura mais enxuta e dar à Superast mais agilidade. 

Com a mudança de status da CPST, a superintendente Silvia Jardim passa a despachar diretamente com o pró-reitor de Pessoal.

Enquanto o povo tenta se virar como pode com o aumento do custo de vida aliado ao desemprego, a tropa de choque do governo Bolsonaro empurra goela abaixo da sociedade mais uma bomba: o Projeto de Emenda Constitucional (PEC) 206/2019, que institui a cobrança de mensalidade nas universidades públicas. 

De autoria do deputado bolsonarista general Peternelli (União-SP), a PEC estava marcada para ser apreciada na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados nesta terça-feira, 24, mas foi retirada de pauta devido a licença médica do relator deputado Kim Kataguiri (União-SP), atual presidente da Comissão de Educação da Câmara. 

Reação

Entidades estudantis como a Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG) e a União Nacional dos Estudantes (UNE), se manifestaram contra a proposta. Deputados de diferentes partidos da oposição também protestaram nas redes sociais, e os partidos emitiram nota contrária a PEC.

A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) sugeriu que a CCJC promova audiência pública para discutir o tema, antes que o parecer seja votado. Aos gritos de “Educação não é mercadoria”, ela foi apoiada por opositores à proposta e por integrantes de movimentos estudantis que esperavam a votação da PEC no plenário do colegiado. 

A sugestão de Maria do Rosário foi acatada pelo presidente da CCJC, Arthur Oliveira Maia (União-BA), e apoiada por demais membros da comissão, que agora realizará uma audiência para discutir o tema, antes de votar o parecer.

A PEC 

Esta PEC prevê alterar um trecho da Constituição para estabelecer que as universidades públicas passem a cobrar mensalidades, mas garanta a gratuidade para estudantes que não tiverem recursos suficientes. O corte de renda será definido pelo Poder Executivo e caberá a uma comissão da própria universidade a análise das gratuidades, respeitando os valores estabelecidos. A PEC não detalha como este controle será feito. A proposta obteve o número de assinaturas de apoiamento necessário.

Inaceitável

A UNE, que sempre foi contra qualquer cobrança de mensalidade em universidade pública, criticou no Instagram a forma sorrateira como o projeto foi colocado para votação na CCJ e denunciou o retrocesso.

“Nós lutamos há décadas para que a universidade tivesse a cara do povo, e como retrocesso primeiro atacaram as escolas com o ensino domiciliar, agora querem atacar as universidades. Ao invés de investir na educação, o governo Bolsonaro propõe acabar com ela.”

Riscos

O PSB alerta para o risco de redução de investimento público nas universidades federais, além da falta de critérios específicos que determinem o público-alvo da cobrança e como ela seria feita.

“A Constituição Federal tem por princípio a gratuidade do ensino público como instrumento de promoção social, de desenvolvimento humano e científico do país. Criar subgrupos nas universidades, dos alunos que podem pagar e dos alunos que não podem pagar, irá criar ‘castas’ nas universidades, enfraquecendo os estudantes quando da busca por melhores condições de ensino, por exemplo”, defende o partido em nota.

O PSOL afirma que a PEC 206 pode dificultar o acesso de estudantes com menos poder aquisitivo ao ensino superior público, bem como reforça a ideia de que os gastos com educação superior pública são supérfluos.

“O projeto ignora a ampliação de cotas sociais e raciais para o ensino superior, ignora a discussão de políticas públicas a fim de viabilizar a matrícula e permanência de estudantes provenientes das classes sociais mais vulneráveis, buscando apenas criar embaraços para o regular funcionamento das instituições de ensino públicas como, justamente, órgãos públicos”, diz.

 

 

IPCA-15 desacelerou em maio, após registrar 1,73% em abril, mas é o maior índice dos últimos seis anos e a alta acumulada em 12 meses atinge 12,20%, a maior desde novembro de 2003

 Publicado: 24 Maio, 2022 – 10h24 | Última modificação: 24 Maio, 2022 – 10h34 | Escrito por: Redação CUT | Editado por: Marize Muniz

REPRODUÇÃO AUTORIZADA PELO AUTOR

Documento de militares, entregue ao vice-presidente, vaza, internautas se revoltam com proposta de acabar com a gratuidade do SUS e sobem a hashtag #Calaabocamilico

 Publicado: 24 Maio, 2022 – 11h48 | Última modificação: 24 Maio, 2022 – 12h23 | Escrito por: Redação CUT | Editado por: Marize Muniz

REPRODUÇÃO/INSTITUTO GENERAL EDUARDO VILLAS BÔAS

Corte decidiu que segurados que receberam benefícios por meio de tutela antecipada e perderam ação contra o INSS na Justiça terão de devolver o dinheiro. Especialista em previdência diz que decisão é ‘cruel’

 Publicado: 24 Maio, 2022 – 09h04 | Última modificação: 24 Maio, 2022 – 09h09 | Escrito por: Andre Accarini | Editado por: Marize Muniz

MARCELLO CASALL/AGÊNCIA BRASIL

Trabalhadores e trabalhadoras que acionaram o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) na Justiça para ter direito a benefícios e perderam as ações, terão de devolver os valores recebidos antecipadamente. A decisão, tomada pelo Superior Tribunal de Justiça (STF) no dia 11 de maio, é injusta e cruel, diz especialista em previdência.

A devolução dos recursos recebidos no período da chamada tutela antecipada vale para processos de trabalhadores que reclamam na Justiça o direito a benefícios previdenciários por incapacidade e assistenciais negados pelo INSS, e que conseguiram, por meio de liminares, o direito de receber os benefícios até a decisão final da Justiça.

Tutela antecipada é uma decisão intermediária da Justiça dada por um Juiz, que entende que há necessidade de sobrevivência, manutenção de tratamento médico, além de despesas familiares em momentos críticos em que o trabalhador perde o emprego e a renda por estar incapacitado ou inapto ao trabalho.

Ao conceder a tutela, os juízes levam em consideração a possiblidade de a decisão do INSS, de negar o benefício ao trabalhador que precisa daquele dinheiro para sobreviver, ser revertida.

“O segurado pede o benefício porque precisa. Se o Juiz concedeu essa tutela foi em função de necessidades inadiáveis. Portanto, uma decisão de outra instância coloca em risco a sobrevivência desse segurado”, afirma o pesquisador da Universidade de Brasília (Unb), Remígio Todeschini, que é especialista em Previdência.

Para o pesquisador, a decisão é um contrassenso já que o gasto desse segurado se deu para que pudesse se manter. “É também contrária à proteção social constitucional dada pelo combate persistente da pobreza no Brasil”, diz.

A obrigatoriedade da devolução, imposta pelo STJ, é injusta e cruel. Esse entendimento do STJ mostra que o Tribunal não está em sintonia com os princípios constitucionais que fortalecem o Estado Democrático de Direito e se alinha às maldades do neoliberalismo e contrária à distribuição de renda

– Remígio Todeschini

É preciso considerar que os benefícios, entre aposentadorias e auxílios, pagos pelo INSS a mais de 30 milhões de brasileiros têm acima de tudo o propósito da proteção social e redução da pobreza no pais, diz Remígio. Segundo ele, a maior parte desses benefícios é pago em pequenos municípios, onde, habitualmente, a renda per capita é menor do que em grandes centros.

Julgamento

O STJ vinha analisando a proposta de revisão do “Tema 692”, que se refere à obrigação do autor da ação a devolver os benefícios previdenciários no caso de perda dessa ação na Justiça. O tema foi julgado em 2014, mas uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em um outro tema, o 709, entendia que valores recebidos não precisavam ser devolvidos.

Desta forma houve uma jurisprudência e cortes de todo o país seguiram o entendimento de que a devolução, caso o segurado perdesse a ação, não era cabível. No entanto, houve recursos do INSS na Justiça e o caso foi parar no STJ novamente. Contrariando o STF, o STJ decidiu pela devolução.

Insegurança

Ainda que a devolução seja limitada a 30% do benefício, milhares de segurados deverão ser penalizados já que recebem apenas um salário mínimo – hoje de apenas R$ 1.212 – e muitos já têm o orçamento comprometido até mesmo na fonte, com os empréstimos consignados, limitados a descontos de 35% do valor do benefício.

Em entrevista à Folha de SP, o advogado Fernando Gonçalves Dias, que defendeu os segurados no julgamento do ‘Tema 692’, afirmou que somadas as duas porcentagens, ‘centenas de milhares de pessoas passarão a receber em torno de R$ 460 por mês.

O advogado afirmou ainda que cabe recurso e a defesa irá recorrer da decisão do STJ.

A orientação da CUT para trabalhadores que pretendem entrar com ações contra o INSS é procurar um advogado especialista em Previdência e orientação dos sindicatos para que possa ter segurança jurídica tanto quanto ao direito ao benefício como nos casos de pedidos de tutela antecipada.

 

Desde 2020, renda dos bilionários cresceu 42%, enquanto os 40% mais pobres perderam 6,7% dos ganhos

Publicado: 24 Maio, 2022 – 13h02 | Última modificação: 24 Maio, 2022 – 14h22 | Escrito por: Redação CUT | Editado por: Marize Muniz

©VLADIMIR PLATONOW/AGÊNCIA BRASIL

 

 

“A eleição de 2022 é mais importante de nossas vidas, da nossa história. Se vamos ter eleição democrática daqui para frente, se vamos ter universidade com recursos, se vamos ter uma universidade onde se possa sonhar, produzir pesquisa e extensão. Tudo vai passar por esta eleição de 2022”. 

A afirmação foi feita pelo deputado federal Marcelo freixo (PSB- -RJ), professor de história e pré-candidato ao governo estadual, durante o debate “Ciência e Tecnologia para a Reconstrução do Rio de Janeiro”, organizado pela seção sindical dos docentes (Adufrj) e pela Associação de Pós-Graduandos (APG) da UFRJ, no início da tarde desta segunda-feira, 23, no hall do auditório do bloco A do CT.  

foto: Regina Rocha

Além de Freixo, participaram o presidente da Alerj, deputado estadual e pré-candidato ao Senado, André Ceciliano (PT-RJ), a coordenadora do Fórum de Ciência e cultura da UFRJ, Tatiana Roque, e a presidenta estadual da Fundação Maurício Grabois, Dani Balbi. A intenção das entidades é dar continuidade às discussões sobre o tema.   

Eleição será um plebiscito

Na avaliação de Marcelo Freixo, o Brasil não suporta mais quatro anos de fascismo, mais quatro anos de Claudio Castro e Bolsonaro. Segundo o  parlamentar, tanto o governador como o presidente da República não têm só uma aliança política e, sim, um projeto de sociedade miliciana. E a eleição de 2022 será um plebiscito sobre a Constituição de 1988, se ela continuará valendo ou não. 

“O que está em jogo é a chamada Constituição Cidadã, que materializou a derrota da ditadura civil-militar”, disse Freixo, lembrando que em todos os lugares do mundo foi no segundo mandato (de governos como o de Bolsonaro) que os regimes foram fechados.

O deputado André Ceciliano destacou a importância da ciência e tecnologia para o Rio de janeiro. Ele citou especialistas da Coppe para chamar a atenção para a importância do desenvolvimento do estado, que precisa sair da inércia e voltar a crescer. Movimento esse, segundo o candidato ao Senado, que depende do conhecimento que é produzido na UFRJ. 

Dani Balbi, pós-doutoranda da UFRJ, apontou o cenário de resistência contra o desmonte da educação e a importância do ensino público para os jovens, que pode não apenar garantir um futuro para as próximas gerações, como superar o atraso e contribuir para o desenvolvimento do país.

Tatiana Roque disse que uma das principais tarefas hoje é manter a UFRJ e expandir a política de ampliação democrática, de interiorização e expansão da universidade com cotas para negros e indígenas. 

Estavam presentes no debate representantes da direção do Sintufrj, a reitora Denise Pires e o vice-reitor Carlos Frederico Rocha – que pediu atenção dos pré-candidatos para a universidade Elika Sakamoto, à Câmara Federal,  e a liberação de recursos para o Museu Nacional –, e as pré-candidatas Elika Sakamoto, à Câmara Federal, e Marina de Souza, à Assembleia Legislativa do Rio. 

 

 

 

Dinheiro destinado ao combate à Covid-19 em comunidades pobres foi usado na compra de equipamentos para aliados. Para CUT, decisão vai na contramão das necessidades dos pobres que vivem no campo

 Publicado: 23 Maio, 2022 – 15h24 | Última modificação: 23 Maio, 2022 – 17h05 | Escrito por: Rosely Rocha | Editado por: Marize Muniz

AGÊNCIA BRASIL / ARQUIVO

 

Burlando uma determinação do Tribunal de Contas da União (TCU), de maio do ano passado, de que os R$ 88,9 milhões que sobraram da transição do Bolsa Família para o Auxílio Brasil deveriam ser destinados exclusivamente ao custeio de despesas com enfrentamento da calamidade relativa à pandemia de Covid-19 e de seus efeitos sociais e econômicos, o governo de Jair Bolsonaro (PL), simplesmente usou a verba para agradar aliados políticos.

O dinheiro foi destinado pelo Ministério da Cidadania, então comandado por João Roma (PL) que se exonerou do cargo para se candidatar ao governo da Bahia, para a compra de 247 equipamentos entre tratores, motoniveladoras e pá-carregadeiras para municípios de 23 estados, mas o estado do ex-ministro foi a campeão no número de equipamentos: a Bahia recebeu 22, seguido do Maranhão com 19 e São Paulo com 17.

Ministério ignorou 45 mil pobres que vivem no campo

Na distribuição dos recursos, o Ministério da Cidadania ignorou pedido da área técnica da pasta para incluir mais 45 mil famílias de extrema pobreza que vivem no campo em iniciativa de transferência de recursos diretos, dentro do programa Fomento Rural, com investimentos de R$ 108 milhões.

Embora a infraestrutura seja parte importante da agricultura familiar, a maioria das propriedades é pequena e não cabe nem um trator, além disso, neste momento é preciso pensar em outras políticas para o desenvolvimento agrícola, afirma a secretária de Formação da CUT Nacional, Rosane Bertotti.

“Hoje, a principal necessidade dos agricultores é crédito para a produção de sementes e adubos. Por isso, que este ‘investimento’ do governo vai na contramão das necessidades da agricultura familiar”, disse.

A dirigente condena a mudança do objetivo de recurso que retira a alimentação da mesa das famílias mais pobres. Para ela, o fato do governo Bolsonaro ter diminuído de R$ 111 milhões, em 2021, para apenas R$ 25,3 milhões a verba destinada para o programa Inclusão Produtiva Rural, deste ano, mostra bem que a agricultura familiar nunca foi prioridade deste governo, assim como não é prioridade a população pobre que vive no campo.

“Bolsonaro só privilegia o agronegócio, os grandes produtores de carne, soja e outras monoculturas. Ele não se importa se a agricultura familiar é responsável por 70% dos alimentos que os brasileiros põem à mesa. Ao contrário, corta investimentos e crédito e o resultado é a inflação dos alimentos. Está cada vez mais difícil para as famílias se alimentarem”, critica Bertotti.

Entenda o caso

Para retirar o dinheiro dos pobres e destinar aos aliados políticos, o ministério da Economia, abriu um crédito suplementar, em 3 de novembro de 2021, no Orçamento da União para a ação orçamentária “20GD -Inclusão Produtiva Rural”, que inclui o programa Fomento Rural, destinado a apoio técnico aos agricultores e transferência de dinheiro para as famílias rurais pobres, inscritas no Cadastro Único (CADúnico). Mas o governo preferiu comprar máquinas a atender milhares de famílias pobres e assinou, em novembro do ano passado, contrato para a compra dos equipamentos com a empresa chinesa XCMG, que no Brasil tem sede em Pouso Alegre (MG).

As máquinas estão paradas no pátio da XCMG, por que o ministério da Cidadania não concluiu as exigências técnicas para escoar os equipamentos aos municípios, como a própria definição de cidades e os termos de doação às prefeituras que ficarão responsáveis pelos equipamentos, de acordo com o jornal Folha de São Paulo que publicou a denúncia nesta segunda-feira (23).

Apesar da empresa não ter recebido os pagamentos há pressão dentro da pasta para que o dinheiro seja depositado para a XCMG, enquanto técnicos do ministério questionam as lideranças políticas sobre o atendimento dos trâmites legais.