por CUT NACIONAL

Entidades da categoria se reúnem para pedir reposição emergencial de perdas salariais

Brasil de Fato – Entidades que representam os servidores públicos federais realizam um ato em Brasília, a partir das 9h desta terça-feira (31), reivindicando reajuste emergencial de 19,99%. O índice é baseado na reposição das perdas salariais de 2019, 2020 e 2021, mas o governo até agora acenou apenas com a possibilidade de um reajuste de 5%. A concentração será no Espaço do Servidor, entre os blocos C e D da Esplanada dos Ministérios.

Por ser um ano eleitoral, a data limite para sanção da lei concessiva de qualquer tipo de reajuste para o funcionalismo público vai até 180 dias antes do final do mandato do presidente da República, ou seja, até 4 de julho.

De acordo com a Confederação Nacional dos Servidores Públicos (Condsef), o objetivo do ato também é denunciar o desmonte do serviço público. A entidade aponta que, quando Bolsonaro assumiu seu mandato, o Brasil tinha 675 mil servidores e hoje conta com 501 mil.

“O governo federal faz uma reforma silenciosa, ao não realizar concursos públicos e não oferecer reajustes que a categoria tem direito. A contrário, se preocupa apenas em dar reajustes aos militares, base de apoio de Bolsonaro”, pontua Sergio Ronaldo da Silva, coordenador-geral do Condsef, ao site da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Sem diálogo com o governo

O calendário de atividades da categoria nesta terça inclui uma audiência pública com com parlamentares da liderança da Minoria, no auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados, às 14h. Na semana passada, dirigentes sindicais participaram de outra audiência, realizada na Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Casa, para discutir a situação do funcionalismo público.

O presidente do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas do Estado (Fonacate), Rudinei Marques, criticou a falta de diálogo por parte do governo federal. “Não temos uma mesa de negociação, estamos no meio da pandemia, mas queremos uma palavra firme que diga qual é a política salarial do governo. Até agora não sabemos”, disse.

Na reunião, a economista Mariel Angeli, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), ressaltou que no governo Bolsonaro os salários da maioria dos servidores não tiveram correção. Embora a realidade para os servidores de uma forma geral seja o arrocho, a regra teve exceções. “Todos esses anos os militares tiveram reajuste, mas em 2019, sob o governo Bolsonaro, com a reestruturação de carreira, e por terem ficado de fora da reforma da Previdência, eles ganharam muito mais do que qualquer servidor civil”, destaca o coordenador-geral da Condsef à página da CUT.

Reajustes dos militares

JORNADA. Servidores de todo país têm participado de uma sucessão de manifestações em Brasília no curso da campanha salarial contra um governo Bolsonaro insensível

 

A plenária da Fasubra que será realizada neste fim de semana, nos dias 3, 4 e 5 de junho, tem uma importância singular. Será a primeira plenária presencial pós-pandemia e que discutirá a conjuntura de forma estratégica, haja vista as eleições, a campanha salarial dos servidores públicos que buscam reajuste das perdas inflacionárias que chegam a 19,99% no governo Bolsonaro e o indicativo de uma greve da Educação, tudo isso                     instigado por um cenário de carestia, inflação, desemprego e arrocho salarial.

O Sintufrj enviará oito delegados e dois observadores, entre diretores e militantes de base. Na programação, dia 3, sexta-feira, será realizado um painel de forma híbrida que tratará de um assunto relevante no cotidiano dos técnico-administrativos – trabalho remoto. Desta plenária os delegados trarão as deliberações aprovadas para serem avaliadas na assembleia geral do Sintufrj dia 8 de junho.

Nivaldo Holmes, que é coordenador do Sintufrj e da Fasubra, irá como delegado a Plenária. Ele avalia que infelizmente a mobilização nacional para uma greve da Educação é insuficiente.

“Como delegado vou levar a posição da UFRJ que é aprovar o indicativo da greve se for decisão da maioria da plenária, conforme deliberação da nossa assembleia geral. Mas em nível nacional existe um quadro muito insuficiente para ter a greve da Educação. A expectativa é de se discutir sim a possibilidade de uma greve, mas não temos ainda um quadro atual de como está a organização nas outras universidades”, declara Nivaldo.

Sobre o mais recente corte no Orçamento promovido pelo governo Bolsonaro que atinge em cheio Educação, Saúde e Ciência e Tecnologia, o dirigente destaca que a união dos trabalhadores é fundamental para lutar contra mais esse ataque a educação, a saúde e a ciência.

“Em relação aos cortes no Orçamento, mais uma vez o governo ataca as instituições. Não sabemos nem se chegaremos ao fim do ano. Já não temos atendidas várias demandas relativas a infra estrutura e realmente não conseguimos vislumbrar se vamos conseguir chegar ao fim do ano com mais esse corte de 15% do valor dos recursos que viriam para a instituição. Então precisamos estar realmente unidos para recuperar o que foi cortado agora para não só terminar o período mais também para termos uma universidade que caminhe realmente defendendo o ensino, a pesquisa e a extensão”, finaliza.

ATOS EM BRASÍLIA. Servidores intensificam jornada de lutas em Brasília. Fasubra vai ouvir delegados sobre a possibilidade de greve

O corte orçamentário de R$ 1 bilhão determinado pelo governo Bolsonaro nos orçamentos das universidades e institutos federais amplia a asfixia financeira dessas instituições e provocou atos de repúdio de vários setores da comunidade universitária. No total, os cortes do governo envolvendo o MEC e o Ministério da Ciência e Tecnologia alcançam a cifra de R$ 3 bi.

A UFRJ – que como as demais universidades, vem sofrendo cortes desde 2015 – é uma das mais afetadas. Pelas estimativas iniciais ela perderá R$ 50 milhões.

É um bloqueio linear de 14,5% no orçamento discricionário (aquele destinado às necessidades de funcionamento da instituição, como contratos e serviços). O argumento do governo é o famigerado teto de gastos, mecanismo com que congelou investimentos em áreas como saúde e educação. Mas o cinismo dos ocupantes do Palácio do Planalto vai mais longe: alegam que com os cortes será possível arranjar recursos para um reajuste de 5% para o funcionalismo.

O ato de repúdio aos cortes na UFRJ organizado pela Adufrj e APG reuniu o deputado federal Alessandro Molon, o ex-presidente da Academia Brasileira de Ciências Luiz Davidovich e o presidente de honra da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Ildeu Moreira e a professora Ligia Bahia, diretora regional da SBPC. A reitora da universidade, Denise Pires, disse no ato: “estamos vivendo o fim do Brasil”.

Em nota, a Andifes, a entidade que reúne os reitores das instituições federais de ensino condenou com veemência os cortes. “A justificativa dada – a necessidade de reajustar os salários de todo o funcionalismo público federal em 5% – não tem fundamento no próprio orçamento público. A defasagem salarial dos servidores públicos é bem maior do que os 5% divulgados pelo governo e sua recomposição não depende de mais cortes na educação, ciência e tecnologia”, disse o documento.

ATO DE REPÚDIO aos cortes do governo Bolsonaro que atingiram as universidades federais e toda educação foi realizado na UFRJ

 

Servidores públicos federais, que amargam arrocho salarial enquanto veem aumentos de militares explodindo no governo Bolsonaro, farão ato em Brasília, nesta terça (31) por 19,99% de aumento

Enquanto os servidores públicos federais amargam arrocho salarial, com reajuste zero no governo de Jair Bolsonaro (PL), os militares foram agraciados com 76% de reajuste que serão pagos até 2023, fora inúmeros benefícios.

A desigualdade no tratamento dos civis em relação aos militares, estimulou a categoria a lançar mais uma ofensiva para conseguir um reajuste de 19,99% em seus salários, congelados há quatro anos. Os servidores não aceitam o aceno do governo de reajuste de apenas 5% de reajuste, que ainda não está sequer confirmado.

Na manhã deste terça-feira (31), a partir das 9 horas da manhã, entre 1.000 e 1.500 servidores de diversos estados e de Brasília são esperados numa manifestação que será realizada ao lado do Bloco C, conhecido como “espaço do servidor”, em frente à Esplanada dos Ministérios em Brasília.

Em seguida, por volta das 10h eles seguirão em passeata até a Praça dos Três Poderes e às 14h estarão no auditório Nereu Ramos, da Câmara Federal para um ato que conta com o apoio de deputados do PT e demais parlamentares de oposição ao governo.

Além da falta de reajuste, a Confederação Nacional dos Servidores Públicos (Condsef), denuncia o desmonte do serviço público. Quando Bolsonaro assumiu a presidência da República, o Brasil tinha 675 mil servidores e hoje conta com apenas 501 mil – ou seja 174 mil a menos, o que prejudica o atendimento à população. É uma estratégia do governo para tentar ganhar a simpatia dos brasileiros revoltados com a queda na qualidade do atendimento na hora de entregar o serviço público ao mercado financeiro, como no caso do fim do Sistema Único de Saúde (SUS), defendido por militares.

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“O governo federal faz uma reforma silenciosa, ao não realizar concursos públicos e não oferecer reajustes que a categoria tem direito. A contrário, se preocupa apenas em dar reajustes aos militares, base de apoio de Bolsonaro”, denuncia Sergio Ronaldo da Silva, coordenador-geral do Condsef.

Além do reajuste, os militares têm outro benefício, desde abril do ano passado, que é o acúmulo de salários acima do teto de R$ 39 mil. Com isso, os militares, incluindo o próprio presidente Bolsonaro e seu vice, Hamilton Mourão, podem receber até R$ 78,6 mil por mês. Somente os ministros militares receberam em média R$ 350 mil a mais do que ganhariam se o teto salarial fosse respeitado.

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“Todos esses anos os militares tiveram reajuste, mas em 2019, sob o governo Bolsonaro, com a reestruturação de carreira, e por terem ficado de fora da reforma da Previdência, eles ganharam muito mais do que qualquer servidor civil”, diz o coordenador-geral da Condsef.

As patentes mais baixas continuam, porém, sem receber o mesmo reajuste das altas patentes e devem ficar com os 5% assinalados pelo governo. Segundo Sérgio Ronaldo, os policiais da Polícia Federal (PF), da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e os agentes penitenciários, também devem fazer uma manifestação em Brasília na quarta-feira (1º/6).

O governo Bolsonaro disse que colocaria o país no rumo, mas colocou no rumo da mamata, da boquinha pros amigos. O copo dessa turma só enche, nunca fica vazio- Sérgio Ronaldo da Silva

De acordo com o dirigente, diferentemente dos salários milionários dos militares, os servidores civis recebem em média R$ 4.000 de rendimento bruto mensal, e a desculpa do governo federal de que não pode dar o reajuste de 19,99% por não ter verba é uma mentira.

“Por lei o governo pode executar 50% da Renda Corrente Líquida (RCL), com pagamentos de salários de servidores, mas hoje está em apenas 27,5%. Ou seja, dinheiro tem, não tem é disposição para fazer garantir a lei”, diz Sérgio Ronaldo.

A RCL é a soma das receitas tributárias de um governo. São referentes a contribuições patrimoniais, industriais, agropecuárias e de serviços, deduzindo os valores das transferências constitucionais.

Os servidores públicos precisam conquistar o reajuste para recomporem suas rendas até a data limite de 2 de julho, por causa da lei eleitoral que prevê que o governo só pode conceder reajustes 90 dias antes das eleições. (DA CUT NACIONAL)

 

 

Dez instituições de ensino do Rio (entre elas a UFRJ) repudiaram em nota a proposta (PEC 206) de mensalidade em universidades públicas em trâmite na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal. A ideia é mais uma excrescência dos inimigos da educação pública e que diariamente conspiram contra o povo.

De acordo com a nota, “a aprovação dessa PEC aceleraria o desfinanciamento e a retirada do compromisso do Estado com a educação pública do Brasil, uma vez que as instituições públicas de ensino dependem de investimentos públicos para manutenção e existência”.

Ainda conforme a nota dos dirigentes das instituições, “as universidades públicas são instituições do Estado brasileiro responsáveis pela formação dos melhores profissionais do país, oriundos dos cursos de maior qualidade, conforme avaliação do MEC”.

E mais, diz a nota: “O pagamento de mensalidades seria um equívoco por vários motivos, dentre os quais: 1) a mensalidade não seria suficiente para garantir e manter o modelo de universidade que defendemos, com carreira dos servidores em dedicação exclusiva e laboratórios de pesquisa em pleno funcionamento; 2) o pagamento por parte dos estudantes geraria falta de isonomia nos bancos das universidades, o que seria péssimo para a democracia interna e fonte de injustiças”.

Além da UFRJ, assinam o documento a direção-geral do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet/RJ) e as reitorias do Colégio Pedro II, Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), Instituto Federal Fluminense (IFF), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf), Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), Universidade Federal Fluminense (UFF) e Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).

 

 

 

A posse pública da nova diretoria será no dia 14 de junho no auditório do Centro de Tecnologia (CT)

Uma rápida solenidade marcou a assinatura da ata e o termo de posse da nova direção do Sintufrj eleita para um mandato até 2025. Neuza Luzia assinou o documento pela direção que deixa o Sintufrj. O novo coordenador-geral Esteban Crescente representou os novos dirigentes da entidade.

O ato no Espaço Cultural do Sintufrj na manhã/tarde desta quarta-feira  (25) foi precedido da apresentação dos coordenadores que estão à frente do sindicato pelos próximos três anos aos funcionários – convidados para um café da manhã. Cada coordenador explicou suas motivações à frente de suas pastas.

No discurso de abertura, Esteban Crescente fez um rápido mergulho na conjuntura de inflação, que pune os trabalhadores, enquanto a concentração de renda aumenta no Brasil injusto.

DIRIGENTES COORDENADORES do Sintufrj se apresentam aos funcionários da entidade
ESTEBAN CRESCENTE assina termo de posse diante de Neuza Luzia, Noemi de Andrade, Dulcinéa Souza e Ivânia Severo

O dirigente destacou o papel dos sindicatos como o ambiente no qual a classe trabalhadora encontra a possibilidade de brigar por suas posições para a solução de seus problemas imediatos e buscar soluções coletivas na criação de um projeto coletivo.

A posse pública da nova diretoria será no dia 14 de junho no auditório do Centro de Tecnologia (CT) com toda a comunidade universitária convidada!

GALERIA – PRIMEIROS MOVIMENTOS

DIRETORES DO SINTUFRJ atualizam com advogados do escritório Rudi Cassel informações sobre as ações judiciais dos 26,06% (Plano Bresser), dos 26,05% (Plano Verão) e dos 28,86%.

De 3 a 5 de junho, os técnico-administrativos em educação realizam plenária nacional para deliberar sobre a greve da educação

Na próxima terça-feira, 31 de maio, o funcionalismo federal realiza o Dia Nacional de Luta em Brasília (DF), em convergência com a Campanha Salarial Unificada 2022. O movimento foi  construído pelo Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) e o Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas do Estado (Fonacate).

Mantendo a pressão, os trabalhadores do serviço público irão para as ruas, mais uma vez, cobrar a abertura de negociações com o governo Bolsonaro, o reajuste salarial de 19,99%, a revogação da Emenda Constitucional (EC) 95/16 — do Teto dos Gastos — e o arquivamento da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32/20, da contrarreforma Administrativa.

Roteiro 

Pela manhã, no dia 31 de maio, a concentração será no Espaço do Servidor que fica na Esplanada dos Ministérios. De lá, por volta das 10h, os servidores seguem em marcha até o Ministério da Economia, localizado no bloco P, e depois em direção ao Supremo Tribunal Federal (STF) articulados com os servidores da Justiça. 

À tarde, às 14h, ocorre uma audiência pública em defesa do serviço público no auditório Nereu Ramos, da Câmara dos Deputados. A atividade foi articulada pelos fóruns com a liderança da Minoria na Casa, que conquistou também a realização de uma audiência pública na Comissão de Trabalho, Administração e Serviços Públicos (CTAS) da Câmara, no dia 24 de maio para debater o reajuste. 

Nos dias 1º de junho, os servidores públicos intensificam a vigília em frente ao Ministério da Economia, e de 3 a 5, os técnico-administrativos das universidades federais se reúnem em plenária nacional para tratar da campanha salarial e da greve da educação.

 

Mobilização em defesa da Educação e do reajuste salarial *

Fasubra, Andes e Sinasefe, entidades que representam os técnico-administrativos das universidades federais, professores federais e técnicos das Instituições Federais de Ensino, em Reunião Ampliada Unificada da Educação, no dia 21 de maio, avaliaram a necessidade de construção de uma greve unificada e de uma pauta de reivindicações conjunta. O encontro reforçou também a necessidade de continuar a mobilização dos servidores públicos federais pelo reajuste salarial emergencial de 19,99%. 

A reunião definiu uma pauta unitária que será protocolada no MEC (Ministério da Educação) e apontou como encaminhamentos: solicitar reunião com o ministro da Educação e as entidades; participar de forma unificada do ato do Fonasefe no dia 31 de maio; organizar uma jornada de lutas para a primeira quinzena de junho e realizar reuniões com as entidades da educação federal (Andes, Sinasefe, DCEs e APGs) nos estados.

Unidade histórica

A direção da Fasubra avaliou que é histórico as entidades da educação retomarem o processo de realizar atividades conjuntas e que só unidos conseguirão derrotar o governo Bolsonaro, que tem na sua centralidade o desmonte da educação brasileira, o ataque ao ensino, o ataque à pesquisa e todo um processo preparatório para a reforma do estado brasileiro.

A Federação lembrou que embora já tenha posição de sua plenária desde dezembro 2021 sobre o tema, há um descompasso entre as entidades. E esclareceu que desde fevereiro apontava a necessidade da construção de uma greve unificada, no mínimo, da educação nas reuniões das entidades que compõem o Fonasefe. As demais entidades, no entanto, sempre apontaram dificuldades em construir a greve naquele período.

A Fasubra então, por entender que a derrota da política de desmonte do estado do governo Bolsonaro passa pela construção de uma greve unitária do segmento, manteve a posição de seguir o calendário unificado do Fórum dos SPF. E reforçou que mesmo o Sinasefe apontando a deflagração de sua greve no dia 16/5, o Andes ainda não conseguiu construir condições suficientes para apontar uma data conjunta.

A Fasubra destacou que apenas uma greve da Federação e do Sinasefe não mudará o quadro para derrotar o governo e conseguir a recomposição salarial. Na sua avaliação, a medida também colocará as entidades em situação desvantajosa frente aos ataques do governo.

Diante desse descompasso das entidades, a Plenária Nacional dos dias 3, 4 e 5 de junho cumprirá um papel importante para definir estratégias de atuação nos próximos meses. Os representantes das entidades da educação federal em reunião na semana passada em conjunto com as entidades do movimento estudantil acertaram a agenda de mobilização em junho e também discutiram ações coletivas de pressão junto ao MEC.

*  Texto Fasubra Sindical – Facebook

 

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 206/19, que prevê a cobrança de mensalidades das universidades públicas, foi retirada da pauta na terça-feira, 24 de maio, na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados. Entidades da educação e do movimento estudantil, entre elas a Fasubra Sindical, protestaram no Congresso Nacional contra mais este ataque ao setor. 

A PEC é de autoria do deputado bolsonarista General Peternelli (União-SP) e tem como relator o deputado Kim Kataguiri (União-SP). O motivo da retirada de pauta foi que o relator informou que estava de licença médica, o que postergou a leitura do parecer. A CCJ vai analisar a admissibilidade do texto na próxima semana. 

A Fasubra, em sua página no Facebook, rechaçou a proposta e afirma que vai aumentar a mobilização em defesa do ensino superior público, gratuito e de qualidade. “É urgente pressionar os parlamentares para barrar e derrubar este ataque. Educação é um direito do povo. Querem acabar com a universidade pública e, assim, prejudicar milhões de brasileiros e brasileiras”, sustenta a Federação.

A deputada federal Maria do Rosário (PT/RS) protocolou solicitação para a realização de audiência pública para discutir detalhadamente a proposta. O pedido foi subscrito por outros deputados da oposição e foi aprovado. A Fasubra participará da audiência, ainda sem data definida. 

“Uma nova reunião está prevista para a próxima semana na CCJ. É importante seguirmos mobilizados pois, o que está em curso, é o início de uma agenda de privatização total do ensino superior no Brasil, muito bem explicitada no plano “Projeto Nação”, desavergonhadamente apresentada por militares integrantes do governo que planejam, entre outras coisas, o fim da gratuidade do SUS já em 2025. A intensão golpista jamais ficou tão evidente, uma vez que esse projeto desconsidera os demais poderes da República e simula o comando do poder nacional pelos militares até o ano de 2035. A sociedade civil precisa dar uma resposta política robusta, derrotando esse governo no 1º turno, para fazer forte contraponto à ousadia de desafiar nosso sistema democrático”, avalia João Paulo Ribeiro, o JP, dirigente da Fasubra.

(Foto: Twitter/@uneoficial)

Em janeiro de 2019, litro da gasolina custava, em média, R$ 4,27. Em abril deste ano, chegou a R$ 7,25. Já o litro do óleo diesel pulou de R$ 3,54 para R$ 6,73, aumento de 90% no mesmo período

 Publicado: 25 Maio, 2022 – 09h02 | Última modificação: 25 Maio, 2022 – 16h54 | Escrito por: Tiago Pereira, da RBA

AGÊNCIA PETROBRAS

Em três anos e quatro mês de governo Bolsonaro, o preço da gasolina aumentou cerca de 70% e o do óleo diesel, 90%. segundo dados de um levantamento divulgado pelo Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) nessa terça-feira (24).

Em janeiro de 2019, quando o atual presidente assumiu, o litro da gasolina nos postos do país custava, em média, R$ 4,27. Em abril, chegou a R$ 7,25.

Já o litro do óleo diesel pulou de R$ 3,54 para R$ 6,73, aumento de 90% no mesmo período.

De acordo com especialistas do Ineep, a política de Preço de Paridade de Importação (PPI), que a Petrobras adotou no final de 2016, é a principal responsável pela explosão dos preços dos combustíveis no Brasil.

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O economista Eduardo Costa Pinto destaca que, somente em 2021, a alta dos preços dos derivados respondeu por quase metade da inflação, que fechou o ano em 10,06%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Ele afirma que, com o PPI, a Petrobras vem estabelecendo os preços dos combustíveis no Brasil com o objetivo de obter o máximo de lucros possível. “É como se a Petrobras tivesse funcionando como um monopólio privado”, afirmou.

Nesse sentido, Costa Pinto classificou apenas como “bravata” as supostas investidas de Bolsonaro contra a escalada dos preços dos combustíveis. Isso vale tanto para as sucessivas trocas no comando da Petrobras, como também para as mudanças “paliativas” que o governo federal realizou nos impostos que recaem sobre o diesel e a gasolina.

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Se realmente quisesse, Bolsonaro poderia mudar a política de Preços da Petrobras. “Mas porque ele não faz? Pois, assim, ele sinaliza para o pessoal da grana que vai manter esse tipo de política que garantiu R$ 101 bilhões em dividendos no ano passado”, afirmou o economista.
Lucros obscenos

“Com o PPI, é como se a Petrobras estivesse importando tudo, sem produzir nada por aqui. Quando, na verdade, ela produz entre 75% e 80%, a depender do trimestre, de todos os derivados do país”, disse Costa Pinto, em webnário promovido pelo Ineep. Nesse sentido, ele estimou em cerca de US$ 46 o custo do barril de derivados produzidos pela Petrobras. Mas, no primeiro trimestre deste ano, esses mesmos derivados foram vendidos pela estatal a US$ 104 o barril.

Vem daí os “lucros obscenos” que a companhia distribui aos acionistas, enquanto o povo sofre com os impactos da inflação. “No ano passado, a Petrobras teve margem de lucro de 27%, enquanto a das grandes petroleiras foi de 8%”, comparou o economista.

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Somente em relação aos três primeiros meses deste ano, a companhia vai pagar R$ 48,5 bilhões aos acionistas. Desse total, apenas 38% ficam com a União. “O estado pode fazer o que com esse dinheiro? Nada. Ele tem que abater dívidas, por causa do Teto de Gastos”. O restante vai para o bolso dos investidores privados. Destes, 40% são estrangeiros.

Além de vontade, falta “articulação”

Carla Ferreira, também pesquisadora do Ineep, listou uma série de medidas “paliativas” que o governo Bolsonaro vem adotando para tentar conter a alta dos combustíveis. Em vez de abandonar o PPI, Bolsonaro resolveu mexer na tributação. Primeiro, no início do ano passado, zerou a alíquota do PIS/Cofins sobre o diesel. “O que a gente observa é que essa medida não chegou na bomba. Significaria uma redução de 33 centavos no preço final, mas de alguma forma foi engolida por outros aumentos”, disse a especialista.

Na sequência, Bolsonaro passou a culpar o ICMS, comprando briga com os governadores. “O que também foi equivocado, porque os percentuais do ICMS não eram alterados há alguns anos”, ela ressaltou. Diante dessa pressão, no final de 2021, os governadores, através do Comitê Nacional de Secretários de Fazenda, Finanças, Receita ou Tributação nos Estados e do Distrito Federal (Comsefaz), resolveram congelar o preço de referência dos combustíveis sobre o qual recai o ICMS. “Se a gente observar a evolução dos preços, também não teve efetividade”.

Apostando no aumento da concorrência, o atual governo também privatizou a refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia. Trata-se de outro argumento “falacioso”, já que as refinarias foram estruturadas para atender a mercados regionais, e não competem entre si. “Essa medida também não se efetivou. O novo controlador da Rlam tem implementado reajustes, por vezes, superiores aos da Petrobras.”

Todas essas medidas fracassaram, segundo Carla, pela falta de articulação entre os vários atores que compõem a cadeia de preços. Além disso, seriam apenas “paliativas”, já que a escalada dos preços dos combustíveis está ligada fundamentalmente ao PPI. Ainda assim, a especialista afirma que Bolsonaro “se omite” em fazer a articulação política necessária para a resolução do problema, tentando, assim, se eximir das suas responsabilidades.

Assista ao webnário do Ineep

Instituto Sagres, chefiado por oficiais da reserva, recebeu verba de estatal do governo federal para realizar evento, revela BdF. Codevasf é chefiada pelo Centrão de Arthur Lira e Ciro Nogueira

 Publicado: 25 Maio, 2022 – 10h47 | Última modificação: 25 Maio, 2022 – 16h57 | Escrito por: Redação CUT | Editado por: Marize Muniz

REPRODUÇÃO

Instituto Sagres, uma das organizações militares que ajudaram a elaborar o chamado Projeto de Nação que defende o fim do Sistema Único de Saúde (SUS) e das universidades públicas, pressupondo a permanência dos militares no poder até 2035, recebeu R$ 170 mil da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), em junho de 2021, revela o repórter Paulo Motoryn, do Brasil de Fato.

Militares propõem fim da gratuidade no atendimento do SUS e do ensino superior a partir de 2025 

A Codevasf, que aparece em mais essa ação entre amigos, é presidida por Marcelo Moreira Pinto. Ele foi indicado para o cargo pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP) e pelo ministro-chefe da Casa Civil do governo de Jair Bolsonaro (PL), Ciro Nogueira (PP-PI), líderes do Centrão.

Desde que foi ocupada pelo Centrão, a Codevasf se envolveu em vária denúncias de corrupção, entre elas, a venda superfaturada de veículos compactadores de lixo, a compra de kits robótica para escolas sem internet e sem água de Alagoas e o #BolsolãoDoAsfalto – uma construtora com sede em Imperatriz (MA) ganhou todas as licitações, inclusive em estados onde não atuava, concorrendo sozinha ou com empresas de fachada registrada em nome do irmão dos sócios.

De acordo com a reportagem do BdF, o Instituto Sagres, que formalmente é uma empresa chamada Sagres – Política e Gestão Estratégica Aplicadas, recebeu os R$ 170 mil do Executivo em duas ordens de pagamento diferentes, uma de R$ 161,5 mil e outra de R$ 8,5 mil.

Vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Regional, então chefiado pelo ex-ministro Rogério Marinho (PL), que se exonerou do cargo para ser candidato ao Senado pelo Rio Grande do Norte, a Codevasf enquadrou o gasto como apoio ao “desenvolvimento sustentável local integrado”. Marinho também foi ciitado no Bolsolão do Asfalto.

Ainda segundo a reportagem, de acordo com a descrição que consta no Portal da Transparência, a Codevasf repassou a verba ao Instituto Sagres como patrocínio pela realização do Fórum de Desenvolvimento do Semiárido, uma iniciativa em parceria com a Frente Parlamentar Mista em Prol do Semiárido. O evento foi realizado em Mossoró (RN) em dezembro de 2020, com a participação do vice-presidente Hamilton Mourão.

A organização do evento foi delegada ao instituto pelo deputado federal General Girão (PL-SP), coordenador da Frente Parlamentar Mista em Prol do Semiárido, criada em maio de 2019. O Sagres é presidido pelo general-de-divisão Raul José de Abreu Sturari, reformado em 2003. De fevereiro de 2019 a abril de 2021, ele foi secretário parlamentar na Câmara, justamente no gabinete de Girão.

Leia aqui a íntegra da reportagem do Brasil de Fato.