Especialistas ouvidos pelo PortalCUT analisam a postura de certas empresas por discrimarem trabalhadores com sobrepeso e apontam caminhos para combater o preconceito. Confira o que fazer

 Publicado: 19 Abril, 2022 – 11h42 | Última modificação: 19 Abril, 2022 – 17h59 | Escrito por: Andre Accarini | Editado por: Marize Muniz

SEC DE ESTADO DA SAÚDE – RJ

 

Os trabalhadores e trabalhadoras com corpos esbeltos, geralmente brancos, bem vestidos, com postura discreta, considerados por parte da sociedade como “de acordo com padrões de beleza” têm as portas do mercado de trabalho sempre abertas.

Do outro lado, os trabalhadores negros, com deficiências, gordos ou obesos que, apesar da qualificação e competência inquestionáveis, muitas vezes são discriminados e ficam sempre atrás nas disputas pelas poucas vagas abertas no mercado de trabalho. Isso é discriminação e causa um grande sofrimento nos trabalhadores e trabalhadoras. Por isso, muitos estão recorrendo à Justiça, que tem dado ganho de causa aos trabalhadores discriminados e determinado o pagamento de indenizações.

Atualmente tramitam na Justiça 419 processos envolvendo gordofobia, dos quais, 328 foram ajuizados durante a pandemia (2020 e 2021), de acordo com um levantamento da ferramenta Data Lawyer.

E as decisões dos desembargadores e ministros têm sido favoráveis a trabalhadores que chegam a ter indenizações de até R$ 30 mil. Ainda que a maioria dos processos (44%) não tenha passado por julgamento, 30,3% dos casos já analisados foram julgados a favor dos trabalhadores. Em outros 9,8% houve acordo entre as partes.

“Nossa sociedade, infelizmente, ainda é permeada pela discriminação em vários aspectos e a mídia acaba reforçando estereótipos. Em alguns casos, recorrer à Justiça é a única saída para o trabalhador ser respeitado e a empresa punida”, diz o secretário de Relações do Trabalho da CUT, diz Ari Aloraldo do Nascimento.

Não contratar pessoas com base em seu biótipo não é considerado crime, mas pode ser enquadrado como injúria e implicar em pagamento de danos morais, respectivamente, nas esferas criminal e cível, explica o advogado trabalhista Eduardo Henrique Marques Soares, sócio da LBS Advogados.

“Não há legislação que trate diretamente do preconceito à pessoa obesa”, ele diz. No entanto, segundo o advogado, “pode-se também invocar o artigo 5º da Constituição federal, que impede qualquer tipo de distinção entre as pessoas, por quaisquer motivos, como é o caso da obesidade”. Confira abaixo o que fazer em caso de discriminação.

De acordo com o secretário de Relações do Trabalho da CUT, a questão racial, a etnia, a forma corporal, entre vários outros ‘recortes’ discriminatórios, acabam difundindo cada vez mais os chamados padrões e estar fora dos tais padrões causa um enorme sofrimento para muitos trabalhadores.

“E, no caso da obesidade é mais grave, pois além do sentimento de exclusão, em muitos casos, a pessoa já sofre de alguma patologia que a impede de ter o chamado corpo esbelto. E as mulheres sofrem ainda mais com esse tipo de preconceito”, afirma Ari Aloraldo do Nascimento.

No portal da Catho Online, uma das maiores agências de anúncios de empregos do Brasil, um artigo dá a exata dimensão de como pensam as cabeças do mundo corporativo na hora de contratar trabalhadores e trabalhadoras. O texto traz a opinião de Marcele Goes, consultora de imagem pessoal e corporativa do site Estilo Sob Medida.

A profissional afirma, entre outras coisas, que “boa aparência é construída não só pelos traços faciais e por um corpo saudável, mas pelo ‘look’, ou seja, pelo que a mulher veste.

“Usar roupas que não chamem tanto atenção, mas que demonstrem elegância é recomendável. No caso das mulheres, usar maquiagens leves e ter sempre um cabelo bem arrumado também são detalhes importantes” é orientação de Marcele.

O portal Catho ressalta que a beleza tem certa influência no meio empresarial, mas nada substitui as competências profissionais. Mas, as opiniões contidas no artigo refletem a realidade em grande parte das empresas e até no setor público (carreiras militares e Tribunal de Justiça são exemplos) e há, inclusive, casos de trabalhadores aprovados em provas de admissão que tiveram de recorrer à Justiça para garantir o direito ao cargo.

Na mesma linha do dirigente cutista, o advogado trabalhista Eduardo Henrique Soares afirma que vivemos em uma sociedade com padrões estéticos totalmente ligados à magreza. “A gordofobia ainda encontra pouco espaço de debate, caminhando a passos lentos quando tratamos de outras formas de discriminação, como homofobia e racismo”, ele diz.

“Ser magro é visto como algo saudável e bonito, gerando oportunidades para pessoas em vários ambientes de trabalho, especialmente quando ligados ao atendimento direto do público. Por sua vez, pessoas obesas são consideradas descuidadas, estigmatizadas como alguém desatento à saúde”, ele diz

Mercado de trabalho

Para Ari Aloraldo, o que acontece no mercado de trabalho acaba sendo reflexo do que pensa parte da sociedade que “é a elite econômica que controla empresas que têm esse tipo de postura discriminatória”.

Mas ele alerta que, com o governo de Jair Bolsonaro (PL) e a difusão de sua ideologia cujas bases são justamente preconceito, machismo, racismo, homofobia, misoginia, entre outras características perversas, aqueles, dentro da própria sociedade, que escondiam ou guardavam seus rancores contra a diversidade e outros preconceitos e que são apoiadores do atual presidente, passaram a se sentir legitimados a despejar toda a violência psicológica e física contra essas pessoas.

Basta lembrar que o próprio Bolsonaro, em diversas ocasiões, já demonstrou publicamente sua conduta higienista. Antes de ser eleito, em 2017, em pré-campanha, Bolsonaro, em uma palestra na sede Hebraica, no Rio de Janeiro, soltou uma de suas pérolas.

“Eu fui num quilombo. O afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada. Eu acho que nem para procriador ele serve mais. Mais de R$ 1 bilhão por ano é gasto com eles”, disse o então deputado-federal.

Arroba é uma medida usada para pesar gado. Cada uma equivale a 15 kg. A palavra em si já determina o teor do preconceito de Bolsonaro.

“A gente tem visto pela própria expressão de quem domina a política – o presidente, sua turma.  Eles dialogam muito com isso. Nas pessoas o que isso causa é uma liberdade de colocar pra fora aquilo que de pior elas têm. Claro que não se pode generalizar, mas essas pessoas se tornam, de fato, violentas quando expressam seu preconceito”, diz Ari Aloraldo.

Ele complementa que além dos casos de gordofobia, racismo, homofobia no mercado de trabalho, com o tempo veio também a ‘esquerdofobia’. “Sindicatos já receberam denúncias e até mesmo matérias já contaram histórias de quem não conseguiu emprego por ter ideologia progressista”, diz Ari.

O que fazer caso sofra gordofobia no trabalho?

No ambiente de trabalho, após superar a disputa pela vaga e conseguir se recolocar no mercado de trabalho, os trabalhadores acima do peso também enfrentam a gordofobia, uma prática bastante comum. Existem vários processos que tramitam na Justiça Trabalhista com pedido de danos morais em face da ocorrência de gordofobia.

Desta forma, de acordo com o advogado Eduardo Soares, caso o trabalhador sofra algum tipo de assédio relacionado a seu sobrepeso, ele deve procurar o jurídico de seu sindicato para entrar com uma reclamação trabalhista e pedido de indenização por danos morais.

“Para tanto, é necessária a apresentação de prova testemunhal ou documental, corroborando os fatos”, alerta o advogado.

Caso demitido, pode também requerer a reintegração, à luz da Lei n° 9.029, de 1995, que proíbe qualquer prática discriminatória e limitativa para efeito de acesso ao trabalho. Seu rol é meramente exemplificativo.

Infelizmente, sabemos que tais práticas, na grande maioria das vezes, é feita de forma velada e longe dos olhos dos demais empregados e dos clientes, de modo que é essencial que o trabalhador ou a trabalhadora tenha sempre como comprovar o ato ilegal praticado pelos seus superiores, colocando-o em situação distinta dos demais empregados apenas por ser obeso

– Eduardo Henrique Soares

Representação

Para o movimento sindical, trazer esses temas ao centro do debate nas relações trabalhistas é fundamental. Ari Aloraldo, o secretário de Relações do Trabalho da CUT, diz que as informações a que se tem acesso ainda vêm, em grande parte pela imprensa e pelas “poucas denúncias” feitas pelos trabalhadores que sofrem esse tipo de preconceito.

Ele estima que haja muitos casos que não vieram e nem virão à tona, justamente pela vergonha do próprio trabalhador de expor os seus sentimentos, a sua situação. “Por medo de que sejam discriminadas, elas nem procuram trabalho e quando o fazem e são discriminadas na seleção ou mesmo no emprego, acabam se calando”, diz, reforçando que é importante o trabalhador denunciar para os sindicatos combaterem esses casos.

Outro fator que deve ser levado em consideração é que muitos já imaginam que não estão enquadrados no padrão de algumas empresas e nem se candidatam à vaga. Alguns anúncios, inclusive, até informam na lista de exigências a “boa aparência”. Ari explica que somente esta pequena frase já funciona com um “não” para pessoas com sobrepeso.

“Temos que reconhecer que o problema existe, não é isolado e tem que ser tratado em mesa de negociação com instrumentos que inibam as empresas de praticarem tais discriminações. Além disso, ter canais que facilitem a denúncia por que se sentir excluído ou discriminado”, diz Ari Aloraldo.

Ele explica também que há empresas que têm tomado posturas no sentido de priorizar a diversidade e têm mostrado isso à sociedade para que suas imagens não fiquem prejudicadas. “Nas redes sociais, hoje, se alguém denuncia algum caso, há uma grande mobilização em torno de boicotes aos produtos ou serviços da marca. E prejuízo ninguém quer. Portanto, algumas adotam políticas de inclusão”, diz o dirigente.

“Além dos mecanismos sindicais de proteção, campanhas que desmistifiquem e desconstruam esses padrões de beleza são fundamentais”, ele pontua.

 

 

  • Loyane Lapa | 19 abr202210h01
Esse é o primeiro desfile de Carnaval após dois anos de pandemia
Foto: Shutterstock / Alto Astral

Depois de tanto tempo paralisado, uma das maiores festas do mundo volta para as ruas. Considerado fora de época, o Carnaval 2022 acontecerá no feriado prolongado de Tiradentes (21/4), mas os foliões garantem que a sensação especial é a mesma.

E o que torna esse momento ainda mais aguardado é que este será o primeiro Carnaval pós-pandemia. A princípio, estão previstos os desfiles de escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro e São Paulo, que acontecem sexta e sábado (22 e 23) de abril.

Confira abaixo como ficará o horário de desfile das escolas de São Paulo: 

  • 22 de abril (sexta-feira):

22h30 — Acadêmicos do Tucuruvi

23h35 — Colorado do Brás

0h40 — Mancha Verde

1h45 — Tom Maior

2h50 — Unidos de Vila Maria

3h55 — Acadêmicos do Tatuapé

5h00 — Dragões da Real

  • 23 de abril (sábado):

22h30 — Vai-Vai

23h35 — Gaviões da Fiel

0h40 — Mocidade Alegre

1h45 — Águia de Ouro

2h50 — Barroca Zona Sul

3h55 — Rosas de Ouro

5h00 — Império de Casa Verde

Confira agora como ficará o horário de desfile das escolas do Rio de Janeiro: 

  • 22 de abril (sexta-feira):

22h — Imperatriz Leopoldinense

Entre 23h e 23h10 — Mangueira

Entre 00h e 00h20 — Salgueiro

Entre 01h e 01h30 — São Clemente

Entre 02h e 02h40 — Viradouro

Entre 03h e 03h50 — Beija-flor

  • 23 de abril (sábado):

22h — Tuiuti

Entre 23h e 23h10 — Portela

Entre 00h e 00h20 — Mocidade

Entre 01h e 01h30 — Tijuca

Entre 02h e 02h40 — Grande Rio

Entre 03h e 03h50 — Vila Isabel

Blocos de rua:

Para quem quer celebrar o Carnaval 2022 nas ruas, a dinâmica vai variar conforme a política da cidade. Em São Paulo, por exemplo, a entidade que representa mais de 160 blocos decidiram por não realizar seus desfiles no feriadão. Para este momento, a Prefeitura sugere uma data no segundo semestre deste ano. Já outros 50 blocos de menor porte decidiram ir às ruas por não ocuparem vias importantes ou necessitarem de grandes estruturas. Então, vale a pena ir atrás do posicionamento daquele seu bloco de coração para entender se o desfile acontecerá ou não, tudo bem?

Já no Rio de Janeiro, a política de blocos funcionará de maneira parecida. A Prefeitura do Rio também não dará estrutura necessária para blocos maiores desfilarem nas ruas, todavia, não haverá repressão para quem optar por prosseguir com os desfiles de blocos. Nesse sentido, boa parte dos blocos mais populares e pertencem à Associação Independente dos Blocos de Rua do Rio (Sebastiana) e pela Liga Amigos do Zé Pereira vão deixar para realizar seus tradicionais desfiles no segundo semestre de 2022.

Ainda assim, o movimento esperado para as ruas é maior que o que compareceu às ruas em fevereiro, no feriado de Carnaval. Nesse período, ainda estávamos em estado de pandemia, mas por conta da flexibilização, houve aglomerações nas ruas.

Onde comprar ingressos para os desfiles de Carnaval 2022?

Para você que deixou a compra para última hora, é bom preparar o bolso, viu? Em São Paulo, o desfile que acontece no Sambódromo do Anhembi ainda possui ingressos disponíveis para compra no www.clubedoingresso.com/carnavalsp, a partir de R$ 80 inteira. No portal também já dá para comprar ingresso para o Desfile das Campeãs.

Já para quem quer assistir o desfile de pertinho no Rio de Janeiro, na Marquês de Sapucaí, também há ingressos sobrando com valores mais altos. Para adquirir, é necessário acessar o www.totalacesso.com, localizar o dia de desfile que você deseja ir e ir para a página de pagamento.

 

 

 

Começou na manhã desta segunda-feira, 18, e seguirá até quarta-feira, 20, o primeiro turno das eleições para a gestão que vai dirigir o Sintufrj pelo próximo triênio (2022 até 2025).  A apuração será na própria quarta-feira, a partir das 21h.

Três chapas concorrem: Chapa 10, Alternativa de Combate; Chapa 20, Sintufrj de Luta pra Categoria e Chapa 85, Ressignificar.

São 54 seções de votação com urnas eletrônicas espalhadas pelos centros e campi da UFRJ, 17 das quais podem receber votos em separado. A relação completa das sessões está no encarte das eleições no Jornal do Sintufrj desta semana e no site da entidade.

O início da votação transcorreu sem problemas, com todas as urnas instaladas e funcionando, segundo a Comissão Eleitoral. E a expectativa é que a participação dos servidores na eleição se intensifique ao longo do pleito.

Só não terá, na quarta, em três unidades

Surgiu a informação de que quarta não haveria votação em algumas unidades por causa dos desfiles de carnaval. Isso só vale para três unidades, segundo a Comissão Eleitoral: Hesfa, Escola de Enfermagem Anna Nery e Faculdade de Direito, onde votação será só até esta terça, dia 19, porque estão no entorno da área que será interditada para a preparação do desfile das escolas de samba, no Sambódromo.

Assim, nestas três unidades, os servidores devem se mobilizar para votar até amanhã, mas quem precisar votar na quarta-feira, pode fazê-lo nuca das seções designadas para o voto em separado.

Dois votos seguidos

A votação, pela primeira vez em urnas eletrônicas com o mesmo sistema utilizado nas eleições organizadas pelo TSE, vai coletar o votos para diretoria executiva do Sintufrj para o mandado do triênio de 2022 a 2025 e para o Conselho Fiscal. Portanto, são necessários dois votos seguidos: um para direção e, outro, para o Conselho Fiscal. Para votar, é só digitar no teclado o número de identificação da chapa escolhida e apertar a tecla verde (confirma)

A votação é das 9h às 17h, exceto nas seções instaladas em unidades de funcionamento ininterrupto, onde a votação ocorrerá das 7h às 20h; e unidades de funcionamento noturno, das 9h às 20h.

 

Apuração na quarta-feira

A apuração do 1º turno será no dia 20 de abril, às 21h. No caso da chapa mais votada, no primeiro turno, obter cinquenta por cento mais um dos votos válidos, será aclamada vencedora.

Havendo necessidade, o segundo turno ocorrera nos dias 10, 11, e 12 de maio, com apuração no dia 12, às 21 horas e posse da diretoria eleita – 25 de maio de 2022

Atenção

ELEIÇÕES. Eleitores votam no subsolo do HUCFF na manhã desta segunda-feira, 18 de abril.

É obrigatória a identificação do (a) eleitor (a) no momento da votação, mediante a apresentação do documento de identidade com foto.

A dupla Bolsonaro/Paulo Guedes (ministro da Economia) divulgou, na mídia, na quinta-feira, 13, a concessão de reajuste salarial de 5% para todos os servidores públicos federais a partir do mês de julho.  Correndo atrás da reeleição, o governo bolsonarista espera aplacar a insatisfação da massa do funcionalismo que caminha para uma greve unificada, com esse percentual insignificante. Mas, ainda não há nada confirmado oficialmente. 

Para o coordenador Jurídico e de Relações de Trabalho da Fasubra, João Paulo Ribeiro, essa ação do governo é eleitoreira e pode ser apenas um blefe. Ele afirma que é preciso esperar que seja oficial. Além disso, o dirigente avalia que é necessário, se houver realmente o reajuste linear, saber em que bases ele está sendo feito. Sendo assim, os servidores devem continuar a pressão para instalação da mesa de negociação entre o governo e o Fonasefe (Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais).

Precaução 

“Vamos esperar o comunicado oficial sair no diário oficial para depois avaliarmos. Quais são as bases dessa ação eleitoreira? O governo vai dar 5% linear para todos ou só para os ativos? E os aposentados e os pensionistas? Não sabemos de nada. Para nós, é um blefe. É mais uma fake news. Então é aguardar e continuar a pressão para que tenha mesa de negociação efetiva”, recomenda João Paulo. 

Na avaliação das entidades que compõem o Fonasefe, entre elas a Fasubra Sindical, o governo não só desrespeita o conjunto dos servidores ao divulgar uma decisão unilateral, como o índice é insuficiente. “Os 5% não representam um terço do que as entidades solicitam como mínimo, que são os 19,99%, que cobre apenas a inflação dos últimos três anos”, afirma a Fasubra em sua página na internet.

Aumentar a pressão

Independente de anúncios oficiosos do governo, o Fonasefe decidiu, em reunião na quinta-feira, 14, manter a agenda de mobilizações neste mês de abril e continuar a construção da greve unificada dos servidores públicos federais. Ofício ao Ministério da Economia será encaminhado solicitando informações sobre o que foi anunciado na imprensa e  abertura de negociação de fato.

Nas próximas duas semanas a vigília em frente ao Ministério da Economia será reforçada, de terça a quinta, das 11h às 13h. Nova Jornada de Lutas acontecerá de 25 a 29 de abril, com paralisação nacional dia 28.

 

 

 

Sindicalistas entregam Pauta da Classe Trabalhadora ao ex-presidente, que elogiou o documento: “Quase um programa de governo, de reconstrução desse país”, disse Lula

Cerca de duas mil pessoas participaram, na manhã desta quinta-feira (14), em São Paulo, da cerimônia em que sindicalistas da CUT e demais centrais entregaram a Pauta da Classe Trabalhadora para o ex-presidente Lula. Ao receber o documento elaborado por todas as centrais, com propostas focadas na geração de empregos, direitos, democracia e a defesa da vida, o petista elogiou a construção da pauta e disse ter ficado orgulhoso do conteúdo e da preocupação dos sindicalistas com os rumos do país.

“O que vocês estão apresentando é quase um programa de governo, de reconstrução desse país”, afirmou Lula após receber a pauta dos sindicalistas.

“Se os empresários de todos os setores tiverem a preocupação com o Brasil [que vocês tiveram ao elaborar este documento], não haverá dificuldade de o povo brasileiro voltar a ser feliz; […] queremos terminar o mandato sem ninguém morando debaixo das pontes e sem nenhuma criança passando fome”, disse o ex-presidente Lula, que prometeu levar as propostas adiante.

“Nós vamos instituir uma mesa de negociação permanente e vamos chamar os trabalhadores e os outros setores da sociedade como as universidades, vamos chamar as empresas para negociar e colocar a pauta a eles”, disse o ex-presidente Lula.

O pré-candidato a vice-presidente na chapa de Lula, o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alkmin, também elogiou a Pauta da Classe Trabalhadora, e como Lula disse que é quase um plano de governo e  afirmou que, para reconstruir o país, será necessário sentar e conversar com todos os setores da sociedade. “A luta sindical deu ao Brasil o maior líder popular deste país”, disse Alckmin que definiu o como ‘histórico’ o encontro com as maiores centrais sindicais de todo o país.

“O Brasil está aqui, unido nesse momento grave, onde nós temos um governo que odeia a democracia, que tem admiração pela tortura, que faz o povo sofrer. É nesse momento de desemprego, de estômago vazio, de inflação, de fome, de morte, 660 mil mortos, que o Brasil se agiganta nessa reunião histórica com as mais importantes centrais sindicais. Venho somar o meu esforço, pequeno, humilde, mas de coração e entusiasmo em benefício do Brasil. A luta sindical deu ao Brasil o maior líder popular deste país, Lula! Viva Lula! Viva os trabalhadores do Brasil!”, completou.

O ex-presidente Lula concordou que para reconstruir o país essa união é fundamental e acrescentou que é preciso desmistificar o conceito que se tem de que trabalhadores e empresas são inimigos. “Não é verdade que trabalhadores e sindicalista não querem o crescimento da empresa. Pelo contrário, quanto mais a empresa cresce, mas gera emprego e mais tem condição de aumentar o salário do trabalhador. O sonho do trabalhador é o emprego”, disse.

Queremos emprego, queremos aumento de salário. Esse país vai voltar a ter seu povo de cabeça erguida

– Lula

ROBERTO PARIZOTTIRoberto Parizotti

Lula relembrou os frutos positivos que a participação e a atuação do movimento sindical em seu governo geraram para o povo e para o país. “Foi um acerto e eu devo muito a vocês. Não foram poucas as reuniões que fizemos, que vocês foram a Brasília cobrar e, mesmo discordando muitas vezes, fizemos um governo que gerou 22 milhões de empregos com carteira assinada”, disse Lula.

“O Estado não pode ficar de apenas um lado”, disse o ex-presidente para reforçar que seu governo será – mais uma vez – de diálogo e com prioridade para a geração de emprego e renda. Fórmula usada em suas gestões, a inclusão dos mais pobres no orçamento, com programas sociais e políticas econômicas voltadas a essa população, é um beabá fundamental para fazer a economia do país girar e ter estabilidade, como dizem economistas progressitas que lembrar de 2008, quando o mundo todo sofreu os impactos de uma crise econômica mundial e o Brasil sobreviveu sem penalizar nenhuma das classes sociais.

Lula afirmou que é plenamente possível ter esse país mais justo, mais solidário de volta, assim como é possível acabar com a miséria, gerar os empregos que a classe trabalhadora tanto precisa para viver com dignidade; “que é possível colocar o povo mais humilde nas universidades e fazer as pessoas tomarem café, almoçar e jantar todo dia”.

Sociedade tem força para acabar com retrocesso

Ao relacionar todos os retrocessos vividos pelo país nos últimos anos, como a destruição de políticas econômicas e sociais, o ex-presidente reafirmou que a sociedade sabe o valor e a força que tem e pontuou: “o Brasil não merece o que está passando”.

Diálogo é caminho para reconstrução do país

O diálogo será uma das prioridades de seu governo, disse Lula, afirmando que o movimento sindical, assim como o empresariado terá papel central nesses debates cujo objetivo é mudar os rumos do país.

“O que queremos é construir com o movimento sindical uma parceria para reconstruir esse país. Queremos chamar as centrais sindicais e queremos chamar os representantes da indústria, a Fenaban [Federação Nacional dos Bancos]. Todo mundo vai sentar à mesa e eu vou querer saber qual é o compromisso de cada um para acabar com o empobrecimento no país”, disse o ex-presidente.

Nosso governo vai conversar como todo mundo

– Lula

Eleger um congresso comprometido com a pauta da classe trabalhadora

Lula reforçou o que tanto ele como outras lideranças progressistas têm dito ao longo dos tempos. Não basta eleger um governo popular. O Congresso terá de ter outra configuração. Lula chamou atenção para que trabalhadores votem em trabalhadores – em candidatos que defendam seus interesses, caso contrário, a sabotagem, tal qual aconteceu em 2016, que culminou com o golpe contra Dilma Rousseff, será um perigo iminente.

E, com um congresso alinhado e pensando um país voltado aos trabalhadores e a geração de emprego, o trabalho de reverter o caos que vivemos hoje será um caminho mais fácil. “Vamos tentar reconstruir em quatro anos o que eles destruíram em pouco tempo. O emprego é coisa sagrada e deverá ser nossa obsessão”, disse Lula.

E justificou falando sobre o drama de não ter um trabalho. “Quando a gente tá desempregado, a vida vira uma desgraça, não tem o que comer, não tem como por dinheiro em casa”. E ainda criticou as ações dos governos de  Michel Temer (MDB-SP) e de Jair Bolsonaro (PL).

“Tentaram arrumar soluções como trabalho intermitente, o empreendedorismo, mas você não pode ser empreendedor se não tem direito a descanso, não tem renda. Tem que ter respeito”.

Não podemos deixar o entregador trabalhar entregando comida nas costas, sentido o cheiro da comida e passando fome

– Lula

Sobre o tema, ele citou aplicativo criado na cidade de Araraquara, que protege trabalhadores e que possibilita que 90% da renda fica com os trabalhadores e não com as plataformas.

Movimento sindical

Antes da tão esperada mensagem do ex-presidente Lula aos presentes, representantes de categorias ligadas às Centrais Sindicais falaram sobre a pauta e demandas especiais.

Para o presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, esse encontro dos sindicalistas com Lula foi um momento histórico em que todas as centrais se uniram em torno do apoio a uma candidatura e, assim, prova seu poder de mover o país.

“A unidade do movimento popular veio pra ficar. O simbolismo é muito importante. São as principais lideranças do movimento sindical falando a mesma coisa e querendo Lula presidente. Entregamos hoje a pauta e dissemos a ele que não está sozinho nessa luta”, disse Sérgio.

ROBERTO PARIZOTTIRoberto Parizotti

Representando os ramos da CUT participaram do ato Devyd Bacelar, coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Moysés Selerges, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Juvandia Moreira, presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Heleno Araújo da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e Aristides Veras, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Contag), reforçaram o panorama da situação de degradação social vivida pelos brasileiros.

ROBERTO PARIZOTTIRoberto Parizotti

A eleição começa agora

Para o secretário de Comunicação da CUT Roni Barbosa, o que se viu na Casa de Portugal, onde a cerimômia foi realizada, é parte de uma luta para reconstruir o Brasil que envolve diversas frentes. Uma delas e de grande importância se dá pelas redes sociais, campo de batalha explorado criminosamente pelos bolsonaristas em 2018, com a disseminação de fake news que resultaram na eleição do atual presidente.

As Brigadas Digitais da CUT são o instrumento de combate a essas fake news e de diálogo com os trabalhadores. “Estamos falando com a classe trabalhadora sobre os seus direitos, sobre a situação que cada brasileiro está passando e sobre o que é preciso para mudar”, disse o dirigente.

O projeto envolve toda a base da CUT – no Brasil inteiro e a meta é criar seis mil brigadas – grupos de WhatsApp com amigos, companheiros de trabalho, conhecidos da igreja, familiares, para que cada um desses grupos organizados por brigadistas tenha acesso a informações que podem mudar suas vidas.

O site brigadasdigitais.com.br está no ar e é a ferramenta pela qual as Brigadas são formadas.

 

Veja a íntegra do evento:

 

Falta policiamento nos perímetros do Instituto de Ginecologia, IFCS e FND no Centro da Cidade. Sintufrj vai cobrar reitoria no Conselho Universitário desta quinta, 14:

O Grupo de Trabalho Parentalidade e Equidade de Gênero da UFRJ (GTPEG) já concluiu sua proposta de resolução alternativa a aprovada pelo Conselho Universitário (Consuni), em julho de 2021(nº 09/2021), que flexibilizou as atividades de ensino e trabalho remoto emergencial e de forma temporária, para alunos, professores e técnico-administrativos no papel de cuidadores durante a pandemia. 

“Mas, enquanto não for aprovado o novo texto pelo Consuni, continua valendo para os três segmentos da comunidade Universitária o que determina a Resolução 09/2021”, disse a coordenadora do Sintufrj e representante da categoria no colegiado, Joana de Angelis. 

A coordenadora do GT, Sabrina Ferreira, informou que a proposta de alteração da Resolução 09/2021foi enviada à Reitoria na semana passada, e depois de um processo de discussão, o texto deverá ser enviado à Comissão de Legislação e Normas do Consuni. Somente após isso será pautado para apreciação do plenário. O que ela espera ocorra o mais breve possível.

Avanço

O GT Parentalidade e Equidade de Gênero foi criado em dezembro de 2020 pela Reitoria, com a finalidade de propor ações destinadas à promoção da igualdade de gênero no âmbito da UFRJ. Entre suas atribuição está a discussão e proposição de políticas de apoio à parentalidade, especialmente, para docentes, técnico-administrativas e discentes da Universidade.

Sabrina aponta o avanço que a criação do GT representou para a UFRJ: “A gente avançou em algumas questões de reconhecimento dos cuidadores da UFRJ e esperamos que isso caminhe para frente e de forma positiva”.

Entende-se por cuidadores, segundo o GT, servidores(as) da UFRJ, docentes e técnico-administrativos em Educação, que possuam filho, filha ou guarda de menor, com idade inferior ou igual a 12 anos. E pessoas diretamente responsáveis pelos cuidados de pessoas idosas ou com deficiência ou transtorno mental (em qualquer idade). 

Sabrina é professora do Instituto de Química e embaixadora do Parent in Science — movimento que surgiu com o intuito de levantar a discussão sobre a maternidade e paternidade dentro do universo da ciência do Brasil. 

Alguns pontos

A nova proposta pensada para a situação de retomada plena da atividade presencial, busca olhar para a questão da parentalidade para além daquelas decorrentes da pandemia. “Eram questões que já existiam, mas ficaram mais em pauta por conta da pandemia. Enviamos um documento pensando nisso, de forma a contemplar uma situação normal entre aspas, mas num futuro que a gente espera seja próximo, e que não tenha mais um vírus ameaçando a gente”, explica Sabrina.

O conteúdo é dividido em capítulos referentes a docentes, técnico-administrativos e discentes. No caso dos primeiros, um dos aspectos importantes refere-se à possibilidade de interrupção da rede de apoio do cuidador por qualquer eventualidade. De forma que, neste caso, este tenha a flexibilização da presença e possa ficar em trabalho remoto, porque não teria quem acompanhe a pessoa de quem é cuidador, seja idoso ou criança.

No caso dos discentes há questões mais específicas, como a possibilidade do professor aceitar o atestado apresentado pelo cuidador, porque teve que levar, por exemplo, o filho ao médico, para isenção de faltas, realização de segunda chamada de provas ou entrega de trabalhos.

Questionário 

O GTPEC, em parceria com a Coordenação de Políticas de Saúde do Trabalhador (PR-4), propõe que todos os servidores preencham o formulário para formação de perfil quantitativo sobre servidores cuidadores na UFRJ. O objetivo é obter dados para subsidiar a construção de políticas institucionais em relação às pessoas cuidadoras, além de obter um perfil para elaboração de estratégias de prevenção e promoção à saúde do trabalhador. Os dados de identificação não serão acessíveis ao GTPEG ou a CPST, garantindo anonimato de acordo com LGPD. O link é: https://formularios.macae.ufrj.br/gerenciador/formulario/novoFormulario/41

O GT está elaborando também um questionário para mapear os estudantes cuidadores. A iniciativa é voltada para a formulação de políticas, por exemplo, para suprir a falta de licença maternidade ou paternidade para este segmento na UFRJ.

Contatos do GTPEG: instagram.com/gtpeg.ufrj/ e parentalidade@reitoria.ufrj.br

 

 

Nesta primeira semana de retorno presencial na UFRJ, o dia a dia de servidores e estudantes teve problemas. Enormes filas se formaram nos restaurantes universitários e os ônibus internos circularam lotados. O Sintufrj recebeu reclamações da categoria. 

Nesta quarta-feira, 13, o prefeito da UFRJ, Marcos Maldonado, circulou pela Cidade Universitária para verificar os problemas. Apesar de as equipes da Prefeitura Universitária ter passado a limpo a infraestrutura dos campi, a segurança e o transporte, não foi possível evitar os transtornos.  

Explicações

De acordo com o prefeito, é natural que haja maior procura dos ônibus internos, principalmente nos horários de pico — pela manhã, na hora do almoço e no fim da tarde – com a universidade voltando ao seu ritmo normal, mesmo com a redução para oito minutos dos intervalos entre eles.    

Maldonado iniciou seu tour pelo campus às 14h e, por telefone e o whatsapp, conversou com a redação do Jornal do Sintufrj. “Esses dois (ônibus) internos [apontou para a foto] estão vazios. Mas é lógico que no horário de pico estará lotado”, previu. O prefeito também abordou um motorista da linha 485 — uma empresa de ônibus que atende a comunidade universitária e sempre foi muito criticada por atrasos e superlotação. “Estou com o rodoviário Dimitrius e ele confirmou que o 485 está circulando de 15 em 15 minutos e de 10 em 10 minutos na hora do rush”, disse.  

Segundo o prefeito, os profissionais da Prefeitura estão trabalhando para atender à comunidade universitária da melhor forma possível. “Estou aqui, na Faculdade de Letras, e o ônibus interno está vazio agora. Mas, pela manhã, teremos aquele horário de pico. Isso é o Rio de Janeiro. O mesmo acontece com os coletivos que param no BRT e os trem também. Nem se os intervalos entre os ônibus internos fossem de cinco minutos deixariam de circular lotados nas horas de maior demanda”, disse Maldonado. 

Sobre os ônibus intermunicipais, o prefeito informou que solicitou às Secretarias Municipal e Estadual de Transporte o aumento de oferta de ônibus de todas as linhas que circulam no  Fundão. Na quinta-feira, ele constatou que o Caxias Para ilustrar que as empresas estão atendendo as autoridades, ele o Caxias circulava com intervalos de 15 minutos. 

Bandejões lotados

Quanto às filas quilométricas nos bandejões de estudantes e servidores, a coordenadora-geral do Sistema Integrado de Alimentação da Superintendência Geral de Gestão, Renata Machado, não quis falar com o Jornal do Sintufrj. Ela in dicou que enviássemos um e-mail para a assessoria de comunicação da Reitoria. 

Na quinta-feira, na hora do almoço, a cena que se via pelos corredores do Centro de Ciências da Saúde (CCS) era de estudantes com marmitas sentados pelo chão.

 

 

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Publicado: 13 Abril, 2022 – 11h08 | Última modificação: 13 Abril, 2022 – 11h46 | Escrito por: Redação CUT | Editado por: Marize Muniz

 

 

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