Ministro da Educação pede demissão após vazamento de áudio em que ele afirma que atende pastores a pedido de Bolsonaro

Publicado: 29 Março, 2022 – Escrito por: Redação CUT | Editado por: Marize Muniz

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O ministro da Educação, Milton Ribeiro, pediu demissão do cargo nesta segunda-feira (28), uma semana após as denúncias de corrupção e pedido de propina em troca de verbas para a educação, feito pelo gabinete paralelo formado por pastores evangélicos, que atuavam no Ministério da Educação (MEC). Ele foi o quarto ministro da pasta no governo de Jair Bolsonaro (PL). (Veja lista abaixo).   

Um áudio vazado publicado pelo jornal Folha de S. Paulo mostra o ministro dizendo priorizar repasse de verbas a municípios indicados por um pastor evangélico a pedido do presidente. De acordo com a reportagem, os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos têm, ao menos desde janeiro de 2021, negociado com prefeituras essas verbas federais. Arilton é o mais citado pelos prefeitos que denunciaram o esquema.

Dez prefeitos denunciaram o esquema, que envolvia pedidos de propina de até R$ 40 mil, um quilo de ouro e bíblias com a foto do ministro na capa.

Bolsonaro aceitou o pedido de demissão após ter dito na live semanal da quinta-feira (24) que colocaria o rosto inteiro no fogo por Milton Ribeiro, que também é pastor evangélico. Analistas avaliam que o motivo é a eleição presidencial deste ano. Manter Ribeiro, mesmo acusado de corrupção, em um governo que diz não ter corrupção, apesar das evidências, é perda de votos na certa.

A exoneração, termo usado no serviço público em casos de desligamentos, oi publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU).

O secretário-executivo da Educação, Victor Godoy, que empossado em 22 de julho de 2020, no início da gestão de Milton Ribeiro, assume automaticamente como ministro substituto.

“Decidi solicitar ao presidente Bolsonaro a minha exoneração do cargo, com a finalidade de que não paire nenhuma incerteza sobre a minha conduta e a do governo federal”, escreveu o ministro em uma carta sobre sua saída.

Ribeiro é o 4º ministro da educação do governo Bolsonaro

Milton Ribeiro, o 4º ministro da Educação do governo Bolsonaro, ficou 20 meses no cargo. Ele tomou posse em 16 de julho de 2020, substituindo Abraham Weintraub.

Weintraub caiu após a crise causada por suas declarações contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Em reunião ministerial no dia 22 de abril de 2020, que foi tornada pública por ordem judicial, ele disse: “‘Eu, por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia, começando no STF”.

Weintraub foi incluído no inquérito do STF sobre divulgação de notícias falsas e ofensas aos ministros da Corte, saiu e foi para o Banco Mundial indicado por Bolsonaro. Agora, deve deixar o cargo para disputar o governo de São Paulo nas eleições deste ano.

Antes de Milton Ribeiro, o último ministro ficou apenas cinco dias no cargo: Carlos Decotelli, nomeado em junho de 2020, pediu demissão quando vieram à tona denúncias de irregularidades em seu currículo lattes, desde acusações de plágio em sua produção acadêmica até questionamentos aos títulos que ele dizia ter.

O primeiro ministro da Educação sob Bolsonaro, Ricardo Vélez Rodríguez, foi demitido em abril de 2019, pouco mais de um ano depois de assumir, depois de uma disputa de poderes dentro do Ministério da Educação, entre as alas militares e ideológica – esta última ligada ao guru bolsonarista Olavo de Carvalho, morto em janeiro deste ano.

 

 

O ex-presidente fez críticas ao novo presidente da Petrobras, o entreguista Adriano Pires, durante encontro com petroleiros no Rio de Janeiro

Publicado: 29 Março, 2022 – Escrito por: Redação CUT | Editado por: Marize Muniz

REPRODUÇÃO/FACEBOOK

O ex-presidente Lula criticou, nesta terça-feira (29), a escolha do novo presidente da Petrobras, Adriano Pires, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). Pires substitui o general da reserva Joaquim Silva e Luna, demitido por Bolsonaro nesta segunda-feira (28), em meio a crise dos combustíveis provocada pela guerra da Rússia contra a Ucrânia.

“Eu não conheço essa pessoa e, por isso, eu não vou falar mal do cara que assumiu, mas nos dois trechos de notícia que li hoje eu vi que ele é lobista. E que ele é muito mais ligado às empresas estrangeiras do que às nossas”, disse Lula, conforme a coluna Radar, na revista Veja. 

O ex-presidente está no Rio de Janeiro, onde participou na parte da manhã de um encontro com representantes da Federação Única dos Petroleiros (FUP), do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis Zé Eduardo Dutra (Ineep) e do Dieese para discutir justamente a política de preços da Petrobras e o futuro da estatal, que vem sofrendo um processo de desmonte desde o golpe de 2106.

“[Eu li] que ele faz parte de um grupo seleto de personalidades brasileiras que não aceita o discurso de que o petróleo é nosso. E essa gente que não sabe governar ao invés de ter criatividade para fazer coisas que não existem, eles querem vender o que têm. Ou seja, vamos vender o que temos e quando acabar tudo vamos ver o que fazer”, disse Lula durante o debate. 

O coordenador-geral da FUP, Deyvid  Bacelar, que também estava na mesa principal do evento, disse que “a indicação de Adriano Pires para a presidência da Petrobras não resolverá a crise dos combustíveis”.

“Na verdade, ele está chegando para acelerar a privatização da estatal e assumir o eventual desgaste pela crise no lugar do presidente Jair Bolsonaro”, afirmou Deyvid.

Durante o evento, o ex-diretor da Petrobras Guilherme Estrella afirmou que o desmonte da companhia precisa ser revertido. Ele destacou que as eleições presidenciais deste ano definirão a escolha “entre um Brasil soberano e um Brasil submisso para as próximas décadas”.

“Temos que recuperar a soberania nacional, disse Estrella que questionou “como podemos recuperar a soberania?” e respondeu: “Só tem um jeito: é com o povo brasileiro. Temos que trazer o povo para junto de nós. Nessas eleições não escolheremos entre duas visões de país. Nessas eleições só terão na balança dois pratos: em uma estará o Brasil soberano e no outro o Brasil colonizado. Escolheremos entre um Brasil soberano e um Brasil submisso para as próximas décadas”, completou.

Outra pergunta que o ex-diretor da Petrobras e também respondeu foi: “Por que a Petrobras é importante? Não é porque é uma companhia, é porque ela nasceu nas ruas. A Petrobras tem a alma do povo brasileiro. A Petrobras precisa ser destruída porque com a destruição da Petrobras esses caras destroem nosso sentimento de autoconfiança nos nossos cidadãos, nossos profissionais. Esse é o grande desafio que nós temos”.

O ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli ressaltou a importância da petrolífera brasileira para a segurança energética do Brasil  e para a construção de um “projeto de nação”. 

“Não há nenhuma grande nação do mundo que não tenha a segurança energética como elemento chave do seu projeto de nação. Os Estados Unidos fazem guerra para garantir sua soberania e sua segurança energética. A Europa faz guerra para garantir sua soberania e sua segurança energética. A China faz para garantir sua soberania e sua segurança energética e segurança nacional. Não há nenhuma nação grande que abandone sua segurança energética. Segurança energética significa não somente acesso às fontes de energia, mas a capacidade do povo ter acesso a elas, o que significa preço”, afirmou Gabrielli.

Também participaram do debate a presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), e de José Maria Rangel, do setorial de energia do Partido dos Trabalhadores (PT).

 

 

Cerimônia de premiação mais tradicional da literatura brasileira volta a ser presencial após dois anos de edições virtuais

FONTE: Por Ruan de Sousa Gabriel, do O Globo/29/3/2022

A filósofa e educadora Sueli Carneiro (Foto: Marcus Steinmayer)

A filósofa Sueli Carneiro, uma das principais teóricas do feminismo negro do Brasil, será a Personalidade Literária do Ano a ser homenageada na 64ª edição do Prêmio Jabuti. O anúncio foi feito na manhã desta terça-feira (29) em coletiva de imprensa realizada pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), que promove a premiação, a mais prestigiosa das letras brasileiras. Este ano, a cerimônia de entrega dos prêmios voltará a ocorrer presencialmente após dois anos de edições virtuais . A festa, que também será transmitida pela internet, acontecerá em novembro, embora a data e o local ainda não tenham sido definidos.

Fundadora do Geledés — Instituto da Mulher Negra e autora de livros como “Escrito de uma vida” e “Racismo, sexismo e desigualdade no Brasil” , Carneiro luta há décadas por políticas públicas para a população negra, como a implementação das cotas raciais e a demarcação de terras quilombolas. A filósofa é a primeira autora de não ficção eleita Personalidade Literária do Ano, distinção já concedida a poetas e romancistas como Thiago de Mello , Adélia Prado, Conceição Evaristo e Ignácio de Loyola Brandão.

“Com muita esperança, homenageamos a trajetória e a obra de Sueli Carneiro. Ela é referência mundial não só de pesquisadora e intelectual orgânica, mas também nosso grande exemplo de escritora afeita ao debate aberto e franco, um modelo para quem busca um pensamento de práxis agregadoras. Em torno dela, na cerimônia, veremos reunirem-se muitas das forças culturais que buscam construir o Brasil plural que desejamos”, afirmou o curador do prêmio, Marcos Marcionilo, em nota divulgada após a coletiva.

Elogio à Semana de 22

Para homenagear o centenário da Semana de Arte Moderna de 1922 , o Jabuti convidou cinco grafiteiros, de todas as regiões do país , para repaginar a identidade visual do prêmio. São eles: o amazonense Raí, a cearense Tereza de Quinta, o mato-grossense Rafael Jonnier, o paulista Ciro Schumann e o gaúcho Marcelo Pax. Segundo Marcionilo, a escolha dos grafiteiros foi influenciada pela Antropofagia modernista , que pregava a canibalização de referências estrangeiras na construção da identidade nacional.

— Ao assumir o grafite, retomamos a Semana de 22 e a Antropofagia dos modernistas, que é capaz de mover nosso pensamento e nossa arte — afirmou o curador. — O grafite brasileiro é reconhecido no mundo todo e é desejo do Jabuti assimilá-lo e assemelhá-lo às nossas literaturas.

Identidade visual do Prêmio Jabuti, elaborada por grafiteiros das cinco regiões do país Foto: Divulgação

Também foram anunciadas mudanças em duas categorias. A antiga Biografia, Documentário e Reportagem foi renomeada Biografia e Reportagem. E a categoria Ciências Humanas passa a considerar também obras de crítica literária. O Jabuti conta com quatro eixos (Literatura, Não Ficção, Produção Editorial e Inovação) e 20 categorias. Cada um dos premiados receberá uma estatueta e R$ 5 mil. Os vencedores das categorias dos eixos Literatura e Não Ficção concorrem ao Livro do Ano, cujo prêmio é de R$ 100 mil. No início do ano, jurados do prêmio reclamaram ao GLOBO do processo de escolha “quase aleatório” do Livro do Ano .

As inscrições do Prêmio Jabuti começam às 12h desta terça-feira no Portal de Serviços da CBL e se estendem até às 18h do dia 26 de maio. Pelo sexto ano consecutivo, os valores das inscrições não formam alterados e variam entre R$ 285,00 e R$ 515,00. Haverá desconto de 10% para todas as inscrições realizadas nos próximos 30 dias.

Presidido por Marcos Marciolino, sódio da Parábola Editorial, o conselho curador do Jabuti também é composto por Bel Santos-Mayer, Camile Mendrot, Luiz Gonzaga Godoi Trigo e Rodrigo Casarin.

Confira os eixos e categorias no Prêmio Jabuti:

– Eixo Literatura (oito categorias): Conto; Crônica; HQ; Infantil; Juvenil; Poesia, Romance Literário; Romance de Entretenimento.

– Eixo Não Ficção (seis): Artes; Biografia, Documentário e Reportagem; Ciências; Ciências Humanas; Ciências Sociais; Economia Criativa;

– Eixo Produção Editorial (quatro categorias): Capa; Ilustração; Projeto Gráfico; Tradução;

– Eixo Inovação (duas categorias): Fomento à Leitura; Livro Brasileiro Publicado no Exterior.

 

Entidade internacional vai oficiar Jair Bolsonaro (PL) por violações especialmente durante pandemia de covid-19

Gabriela Moncau/Brasil de Fato | São Paulo (SP) | 29 de Março de 2022 

Anistia Internacional fundamenta em números o agravamento do desemprego e da falta de acesso a alimentos no último ano – Nelson Almeida / AFP

Chega a 120 mil o número de mortes por covid-19 que poderiam ter sido evitadas no Brasil. Isso somente em 2020, o primeiro ano da pandemia. O dado está no informe “Anistia Internacional sobre o estado dos direitos humanos no mundo”, divulgado pela entidade nesta terça-feira (29).  

Além das violações referentes à crise sanitária durante o governo Bolsonaro, o documento fundamenta em números o agravamento do desemprego, das violências policial e de gênero, da destruição do meio ambiente e da falta de acesso a alimentos no último ano.  

“O relatório é uma fotografia do Brasil e do mundo no ano passado, 2021. E a fotografia é dramática”, resume Jurema Werneck, diretora executiva da Anistia Internacional no país. “O Brasil, ao longo da pandemia, tem emergido como o país da negligência”, atesta. 

Com o documento, a Anistia Internacional vai oficiar o presidente Jair Bolsonaro (PL); a ministra Damares Alves (PP), da Secretaria da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos; e os presidentes das comissões de direitos humanos na Câmara Federal e no Senado, Carlos Veras (PT) e Humberto Costa (PT), respectivamente.  

Fome e pobreza 

Enquanto a insegurança alimentar atinge, em algum nível, mais da metade da população brasileira, conforme indica a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar, a fome é realidade para 9% dos domicílios pesquisados. 

Paradoxalmente, as populações que tradicionalmente produzem alimento foram as mais atingidas. Entre comunidades agricultoras, quilombolas, indígenas e ribeirinhas, a fome afetou 12% das moradas. 

São essas populações também as que enfrentam o aumento dos conflitos rurais e da invasão de suas terras, que, entre 2019 e 2020, saltou 102%. Só no ano passado, foram derrubados cerca de 13 mil km² de floresta na Amazônia brasileira. É o recorde desde 2006.  

O acesso escasso à comida está relacionado também com a renda. De acordo com o documento da Anistia, a redução do Auxílio Emergencial – que, em sua primeira fase, foi de R$ 600 e depois baixou para valores entre R$ 375, R$ 250 e R$ 150 – levou muitas pessoas a viverem com graves dificuldades financeiras. Entre as mulheres negras, 38% vivem em situação de pobreza e 12,3%, em extrema pobreza.  

Para Werneck, que também é médica e ativista antirracista, “o Brasil já sabia que tinha que tomar medidas para proteger a vida dessas pessoas – mulheres negras, quilombolas, indígenas, moradores das favelas e periferias, pessoas trans, população carcerária… É tanta gente –, já sabia antes da pandemia surgir.” 

Jurema Werneck (foto) denunciou a gestão da pandemia feita pelo governo Bolsonaro durante a CPI da covid-19 / Edilson Rodrigues/Agência Senado

“E, quando surgiu, em vez de tomar medidas para garantir a essas pessoas as condições mínimas de subsistência, fez justo o contrário”, continua, exemplificando com a extinção do programa Bolsa Família e sua substituição pelo Auxílio Brasil, que inclui um número menor de beneficiados.  

“Porque essas pessoas têm direitos. E a outra face do direito dessas pessoas é a obrigação da administração pública. Um presidente da República, um governador e um prefeito, não têm, entre os seus poderes, o de escolher quem vive e quem morre”, defende Jurema Werneck. 

Violência policial e “guerra às drogas” 

Em 2020, conforme mostra o relatório da Anistia Internacional, nos Estados Unidos – país de George Floyd e conhecido pelo genocídio racista estatal –, 888 pessoas foram mortas pela polícia. 

No mesmo ano, a polícia matou 6.416 pessoas no Brasil. Entre elas, mais da metade eram jovens negros. O ano seguinte ficaria marcado pela chacina do Jacarezinho, que deixou 28 mortos em 6 de maio no Rio de Janeiro. 

Protesto em denúncia à chacina no Jacarezinho / Reprodução

Na visão de Werneck, são múltiplos os fatores que explicam a crescente violência do Estado brasileiro contra sua própria população. “O não enfrentamento ao racismo e, pior que isso, o desmantelamento dos mecanismos de correção da tragédia que o racismo produz está por trás disso”. 

A falta de políticas públicas de amparo à população negra e também “a opção do Estado brasileiro em desenvolver o que eles chamam de ‘guerra às drogas’”, elenca.  

“Mas não se trata de uma guerra. Jovens negros, jovens pobres, não são inimigos da nação. Muito pelo contrário, são vítimas e produto dessas inequidades, injustiças e discriminações”, avalia a ativista. “O que o Estado faz é decidir implementar a eliminação dessas pessoas, vistas como inimigas”.  

Continente americano 

A Anistia Internacional também traz dados sobre os direitos humanos nas Américas. Aponta como um avanço as mudanças legislativas na Argentina, na Colômbia e no México que, em diferentes níveis, ampliaram o acesso das mulheres ao direito ao aborto.  

No combate à pandemia, o continente americano tem o segundo maior índice de vacinação per capta. O problema, de acordo com o documento, são os contrastes.  

“Temos Cuba e Chile que vacinaram 90% da população e temos o Haiti, que, no mesmo período, o do ano passado, tinha vacinado só 2%. E também os Estados Unidos e o Canadá, com estoque que dava para vacinar a população toda da região. E nem vacinam o total da sua população, nem distribuem para o resto do mundo, que está carente de vacina”, descreve Jurema. 

Ativismo 

“Aqui é o país onde mais se mata ativistas, mas a sociedade precisa dizer não”, aponta a diretora executiva da Anistia Internacional sobre o contexto brasileiro.  

Em relação aos caminhos diante da fotografia apresentada pela entidade, Jurema Werneck defende que “é preciso dizer que ativistas são uma riqueza que a sociedade tem para garantir um caminho em busca da dignidade e da justiça”.  

“Não há outro caminho”, destaca, “senão o caminho da luta”.

Edição: Rodrigo Durão Coelho

 

 

Por Adriana Franco – Sindicato dos Jornalistas de São Paulo

O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo lamenta a morte do designer gráfico Elifas Andreato nesta terça-feira (29), em São Paulo. Andreato estava internado após sofrer um infarto

De Rolândia, no Paraná, Elifas Andreato chegou a São Paulo na década de 1960, quando passou a contribuir para publicações sindicais com charges e ilustrações. Em 1967, ingressou na Editora Abril, atuando para as revistas Manequim, Claudia, Quatro Rodas e Placar. Na década de 1970, o designer deixou a Editora Abril para atuar na imprensa alternativa, como jornal Opinião, O Movimento e a revista Argumento.

25 de outubro é uma das obras de Elifas Andreato sobre a ditadura militar brasileira. A obra está exposta no Sindicato dos Jornalistas

 

Crítico à ditadura militar brasileira, o artista possui uma extensa obra a respeito, tendo inclusive sido tema de exposição no museu Memorial da Resistência, em 2010. Mais de 100 trabalhos do artista, entre cartazes para peças de teatro, capas de livro, discos, revistas e jornais da imprensa alternativa abordam o tema. O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo possui duas destas obras: 25 de outubro, alusiva ao assassinato do jornalista Vladimir Herzog, e outra relativa aos 50 anos do golpe de 1964.

Além de atuar na imprensa, Elifas Andreato teve seu trabalho como capista de discos bastante reconhecido. O artista é autor de mais de 300 capas, tornando-se referência para diversos artistas.

A diretoria do Sindicato dos Jornalistas lamenta a morte de Elifas Andreato e solidariza-se com familiares, amigos e colegas pela perda.

 

 

Começou na terça-feira, 29, e continua neste 30 de março, o Encontro Internacional Democracia e Igualdade — para um modelo solidário de desenvolvimento – que reúne figuras de destaque no cenário nacional e internacional – políticos e intelectuais, presidentes e ex-presidentes, ministros e ex-ministros, diplomatas e parlamentares de 11 países para pensar os desafios da luta pela democracia e a igualdade na América Latina e no mundo. Entre eles os ex-presidentes Dilma Rousseff (PT) e Lula (PT).

“Será uma oportunidade única de reflexão, formação e debate sobre os principais desafios na construção de um novo modelo solidário de desenvolvimento”, dizem os organizadores, o Grupo Puebla e a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). A coordenação geral é de Carol Proner (Instituto Joaquín Herrera Flores, de Sevilha), Cláudia Gonçalves de Lima e Pablo Gentili, da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da UERJ. 

Presencial e transmissão pela internet

As atividades são presenciais, com medidas de segurança sanitária. Os painéis acontecem no Teatro Odylo Costa, filho e o encerramento na Concha Acústica Marielle Franco da UERJ. 

Também está sendo transmitido em streaming de todo o evento. Mas a participação presencial requer inscrição que pode ser feita pelo site www.grupodepuebla.uerj.br

Lula na concha acústica

A programação, também no site, prevê diversas conferências e painéis, entre os quais:

No dia 29, terça-feira, às 9h45, o evento foi aberto com a apresentação do encontro por Aloizio Mercadante, coordenador do Grupo de Puebla Ricardo e pelo reitor da UERJ Ricardo Lodi Ribeiro.

A conferência inaugural “Igualdade e justiça social: os novos horizontes da política democrática”, às 10h, contará com José Luís Rodríguez Zapatero, ex-presidente da Espanha. 

E às 11h30, o painel “Um novo modelo de desenvolvimento solidário”, reúne Ernesto Samper, ex-presidente da Colômbia, Fernando Lugo, ex-presidente do Paraguai, Dilma Rousseff, ex -presidenta do Brasil, com apresentação de Carol Proner, coordenadora do Consejo Latinoamericano de Justicia y Democracia CLAJUD e do Grupo de Puebla, Brasil

Na quarta, 30 de março, os painéis começam às 9h, com temas como desigualdade, pandemia e pós-pandemia, transformações sociais, direitos e justiça social.

E, das 16h às 18h, acontece, na Concha Acústica Marielle Franco, acontece a conferência de encerramento – A igualdade e o futuro da América Latina – proferida pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

 

 

Longa dirigido por Ana Maria Magalhães e coproduzido pelo Metrópoles pode ser assistido no Itaú Cultural Play, após cadastro simples

Ranyelle Andrade -29/3/2022 

Divulgação

Depois de estrear nos principais festivais do país, Já que Ninguém Me Tira pra Dançar, documentário sobre Leila Diniz, chega ao Itaú Cultural Play, plataforma de streaming gratuita dedicada ao cinema e ao audiovisual brasileiro. O longa já está disponível no catálogo e, para assisti-lo, basta fazer um cadastro simples e concordar com a política de privacidade no site do serviço (clique aqui para ser redirecionado).

Produzido e dirigido por Ana Maria Magalhães e coproduzido pelo Metrópoles, o documentário é um registro da participação revolucionária de Leila Diniz na cultura brasileira, 50 anos após sua morte, aos 27 anos, em um desastre aéreo. Para traçar um perfil sobre a breve mas marcante vida da artista, Ana utilizou gravações inéditas e remasterizou entrevistas que personalidades deram sobre Leila.

Em conversa com o portal, a cineasta comemorou a oportunidade de apresentar o legado da artista e melhor amiga às novas gerações.

“É uma alegria enorme saber que Já que Ninguém Me Tira Pra Dançar está correndo pelo streaming, para que os jovens conheçam sua história e para que as gerações anteriores possam lembrá-la. Também estou muito contente por recuperar um filme que estava praticamente perdido justamente no cinquentenário da passagem de Leila. Ela era uma pessoa atual, com um pensamento contemporâneo e que levou as mulheres a questionarem sua liberdade”, frisa a cineasta.

Ana Maria Magalhães, cineasta e amiga de Leila Diniz/Aline Massuca/Metrópoles

Além dela, o trabalho contou com a coordenação de Fábio Fraccarolli, que esteve à frente da recuperação de obras como O Bandido da Luz Vermelha e Terra em Transe, e do produtor Lino Meireles, do Metrópoles, a quem Ana foi apresentada pelo saudoso fotógrafo Orlando Brito.

“O Orlando, que acabou de nos deixar, é um amigo muito querido. Foi ele que fez as fotos da Leila se divertindo no Hotel Nacional, em Brasília, nos anos 1970. Certo dia, ele me disse que eu tinha que conhecer o Lino, que na época estava produzindo um filme sobre o Festival de Cinema de Brasília, o Candango”, lembra.

“Quando retomei o documentário da Leila, procurei o Lino. Sabia que, além de fã da Leila, ele gostava de restauro. E foi uma decisão muito bacana, o Lino é uma pessoa ótima. Estou muito feliz com essa parceria.”

Único documentário sobre a atriz

Autêntica e espontânea, Leila Diniz foi porta-voz de uma geração censurada. Ao mesmo tempo que conquistou fãs, gerou hostilidade dos defensores da moral e dos bons costumes, principalmente após posar de biquíni para uma revista, aos oito meses de gravidez.

Morreu aos 27 anos, em um acidente de avião na Índia, quando voltava de um festival de cinema na Austrália, onde recebeu o prêmio de Melhor Atriz.

Dez anos após a tragédia, Ana Maria foi convidada a dirigir um documentário sobre a amiga.

“Relutei, porque não tinha o distanciamento necessário. Por outro lado, tinha consciência da importância de transmitir o legado de Leila, sabia que seus amigos poderiam expor cada uma de suas facetas, e aceitei a missão porque eu conhecia muito bem o seu modo de pensar, agir e se relacionar. E, até aqui, este é o único documentário que existe sobre ela”, lembra a cineasta carioca.

Leila Diniz e Ana Maria Magalhães

Os depoimentos foram colhidos quando a lembrança de Leila ainda estava fresca na memória de jornalistas, familiares e artistas de quem Leila era amiga — entre elas, Martha Alencar, Maria Gladys, Marieta Severo, Paulo José e outros.

Assim que as filmagens foram iniciadas, o Centro Cultural Cândido Mendes, que idealizou o projeto para ser exibido na Mostra Leila Diniz, desistiu de produzi-lo por falta de recursos. Ana Maria, então, seguiu investindo seu próprio dinheiro e trabalho.

Ela explica que o esforço visa não só homenagear a melhor amiga como retratar o modo de ser e viver dos artistas e das jovens brasileiras nos anos 1960, plenos de entusiasmo e ingenuidade.

“As novas gerações não sabem quem foi Leila, atriz que valorizou a verdade, a liberdade e o amor, porque acreditava que as pessoas podem realizar as suas melhores potencialidades e não as piores”, conclui a diretora.

 

 

 

Sintufrj enviou delegação para reforçar vigília para pressionar governo Bolsonaro pela recomposição de salários

Começou a Jornada de Lutas dos servidores públicos federais em Brasília. O objetivo é pressionar o governo Bolsonaro pela recomposição salarial emergencial de 19,99%. A jornada vai até o dia 1º de abril, quando o governo se comprometeu a dar uma resposta as entidades representativas dos servidores. Delegações de técnico-administrativos das universidades federais de diversas partes do país, entre elas a do Sintufrj, engrossam o movimento que reúne várias categorias.

No primeiro dia, 29, houve ato pela manhã em frente ao Ministério da Educação (MEC) junto com estudantes. Neste dia foi cobrada a investigação de Bolsonaro na farra de recursos do MEC. No ato, o coordenador-geral da Fasubra, Toninho Alves, destacou que não basta a demissão do 4º ministro da Educação nas denúncias de corrupção e do “gabinete paralelo”. Para ele, é necessário investigar Bolsonaro que foi citado nominalmente nos áudios do escândalo do #BolsolãodoMEC.

“As entidades do movimento sindical e estudantil estão aqui exigindo a apuração dos fatos, exigindo a punição dos culpados, exigindo que o STF apure as denúncias que envolvem o presidente da República, o ex-ministro da Educação e os pastores que negociavam a preço de ouro a Educação brasileira”, afirmou. “Nem ouro, nem prata. Chega de negociata no MEC”, criticou Toninho.

“Chegamos pela manhã em frente ao Ministério da Economia e fizemos protesto junto com outras categorias que fizeram reivindicações. Houve muitas manifestações contra o repasse ilegal de verbas do MEC para pastores associados ao governo. Mas a mobilização mesmo é pelo reajuste emergencial. Aqui estamos fazendo o máximo que podemos, tentando ser ouvidos e sermos vistos”, declarou Marcos Padilha, enfermeiro do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), integrante da delegação do Sintufrj.

O protesto faz parte da “Jornada de Lutas”, que acontece esta semana – dias 29, 30 e 31 de março, em Brasília, e é promovido pelas entidades do Fonasefe (Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais), Fórum Nacional das Carreiras Típicas do Estado (Fonacate) e Centrais Sindicais. Durante a tarde, os trabalhadores do serviço público seguiram com a vigília em frente ao Ministério da Economia pela campanha salarial.

 Confira a programação

 

30/3 – Quarta-feira

9h – Concentração no espaço do servidor

10h – Caminhada até o Ministério da Economia (bloco P);

 

31/3 – Quinta-feira

9h – Concentração no anexo II do Senado;

11h – Concentração Ministério da Economia (bloco P).

 

1/4 – Sexta-feira – Ato pela Liberdade democrática: ditadura nunca mais, convocado pelo ANDES-SN, na cidade de Porto Alegre.

7/4 – Quinta-feira – Dia Mundial da Saúde. Fortalecer atos que vão ocorrer em todo Brasil destacando a defesa do SUS.

9/4 – Sábado – Dia Nacional construído pelo Comando Nacional de Luta pelo FORA BOLSONARO.

 

*Com Fasubra Sindical/Facebook

Milton Ribeiro assumiu a pasta em julho de 2020 e abre espaço para o quinto ministro da Educação em quatro anos de governo Bolsonaro

Por Escrito en POLÍTICA el 
Créditos: Reprodução/Twitter Milton Ribeiro

O ministro da Educação, Milton Ribeiro, pediu exoneração nesta segunda-feira (28) diante das denúncias de um suposto esquema de corrupção montado no MEC em que um “gabinete paralelo” de pastores teria passado a controlar a distribuição de recursos da pastaO ministro havia colocado o cargo à disposição para evitar danos maiores à campanha de reeleição do presidente Jair Bolsonaro. A demissão já foi publicada em edição extra do Diário Oficial.

Em áudio vazado divulgado pela Folha de S. Paulo, Milton Ribeiro aparece assumindo que o presidente Jair Bolsonaro pediu que o MEC priorizasse os pedidos de destinação de verba feitos pelo pastor Gilmar Silva dos Santos, presidente da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB). Isso gerou irritação até mesmo na bancada evangélica.

Nesta segunda-feira foi revelada a confecção e distribuição pelo MEC de bíblias com fotos de Milton Ribeiro e dos pastores envolvidos no esquema que ficou conhecido como “Bolsolão do MEC”.

Revelações feitas por prefeitos à imprensa apontam que Gilmar e seu assessor, o pastor Arilton Moura, cobravam propina de prefeitos para conseguir a liberação de verbas do MEC. Houve proposta de propina até mesmo na compra de bíblias. Um outro prefeito revelou também que Ariltou chegou a pedir 1kg de ouro – equivalente a R$ 300 mil – em troca da liberação de recursos.

Ribeiro negou envolvimento no esquema e disse que acionou a Controladoria-Geral da União quando prefeitos denunciaram a situação. Isso, no entanto, só veio à tona através de reportagem publicada no Estado de S. Paulo.

Na última quinta-feira, Bolsonaro fez um defesa enfática do ministro durante sua live semanal. O presidente disse que colocaria sua “cara no fogo” pelo pastor. “O Milton, coisa rara de eu falar aqui: eu boto minha cara toda no fogo pelo Milton. Estão fazendo uma covardia contra ele”, disse.

Segundo juristas, o suposto esquema em que o ministro é acusado de fazer parte pode incorrer em corrupção passiva, corrupção privilegiada, improbidade administrativa, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência. No mesmo dia, a ministra Cármen Lúcia, do STF, determinou a abertura de um inquérito contra o ministro, atendendo a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).

 

 

 

 

50% dos brasileiros esperam piora na economia, 75% culpam Bolsonaro pela inflação alta que corrói o poder de compra e 50% apostam no crescimento do desemprego, diz Datafolha

Publicado: 28 Março, 2022 – Escrito por: Redação CUT

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Mais inflação, desemprego e piora da economia é o que esperam os brasileiros, que culpam o presidente Jair Bolsonaro (PL) pela carestia, esperam para os próximos meses, segundo pesquisa Datafolha, realizada na terça (22) e na quarta-feira (23) com 2.556 eleitores em 181 cidades de todo o país.

Entre dezembro do ano passado e março, aumentou de 20% para 40% o número de brasileiros que espera piora na economia.  

Preços altos, culpa de Bolsonaro

Para 75% dos brasileiros, Bolsonaro é o culpado pela disparada da inflação, diz o Datafolha.

Nem os eleitores de Bolsonaro acreditam no discurso do governo de que a culpa é da guerra da Rússia contra a Ucrânia, pandemia ou crise mundial. O presidente é o culpado pela carestia por 72% dos evangélicos, 75% dos moradores do Centro-Oeste e 79% dos moradores da região Sul, que votaram em peso para  elegê-lo.

Entre dezembro e março, aumentou de 46% para 74% o número de brasileiros que esperam inflação ainda mais alta nos próximos meses.

Desemprego

O Datafolha também ouviu os brasileiros sobre suas expectativas de geração de emprego e descobriu que, entre dezembro e março, aumentou de 35% para 50% o número dos que acreditam que o desemprego vai aumentar.

Em dezembro, o contingente (35%) que previa alta na desocupação chegou a empatar com a parcela que projetava melhora na oferta de empregos. Agora, 20% ainda acreditam que pode haver melhora.