Reitoria declara luto oficial de três dias pelo falecimento do ex-presidente da Eletrobras e diretor da Coppe/UFRJ por quatro mandatos

Luiz Pinguelli foi diretor da Coppe/UFRJ por quatro mandatos | Foto: Reprodução/Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Foi com profundo pesar que a Reitoria teve ciência do falecimento do professor emérito Luiz Pinguelli Rosa, ocorrido nesta quinta-feira, 3/3, aos 80 anos. A Reitoria declarou luto oficial de três dias pela partida de Pinguelli. O velório ocorrerá às 17h desta quinta-feira, no Átrio do Palácio Universitário, no campus Praia Vermelha (avenida Pasteur, 250).

Graduado em Física pela UFRJ, mestre em Engenharia Nuclear pela Coppe/UFRJ e doutor em Física pela PUC-Rio, Pinguelli foi diretor da Coppe por quatro mandatos e presidente da Eletrobrás, entre 2003 e 2004. O docente também era membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC). Orientador de dezenas de dissertações de mestrado e teses de doutorado, o professor recebeu diversos prêmios, entre eles o de personalidade do ano de 2014, da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Professor emérito e titular do Programa de Planejamento Energético da Coppe, foi professor do Programa de História das Ciências e das Técnicas e Epistemologia da UFRJ, além de secretário executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, organismo científico do Governo do Brasil para estudar o problema do aquecimento global em suas implicações para o país, auxiliar na criação e promoção de políticas. Além disso, Pinguelli foi fundador da Associação de Docentes da UFRJ (Adufrj), tendo sido seu primeiro presidente.

Suas áreas atuais de pesquisas se concentravam em planejamento energético, mudanças climáticas, além da epistemologia e história da ciência. As pesquisas de Pinguelli já se dedicaram à engenharia nuclear, física de reatores, física teórica e física de partículas.

Disseminando o conhecimento aprendido e desenvolvido na UFRJ, Pinguelli foi pesquisador e professor visitante de diversas universidades mundo afora: Universidade Stanford (EUA), Universidade da Pensilvânia (EUA), Universidade Grenoble Alpes (França), Universidade Cracóvia (Polônia), Centro Internacional de Pesquisa em Meio Ambiente e Desenvolvimento (França), Centro de Estudos Energéticos Enzo Tasselli (Itália), Agência Nacional de Energia Nuclear e Fontes Alternativas (Itália) e Fundação Bariloche (Argentina).

Luiz Pinguelli foi ainda membro do Conselho do Pugwash, entidade fundada por Albert Einstein e Bertrand Russel, a qual ganhou o Nobel da Paz em 1995 e estava participando do Painel Intergovernamental de Mudanças do Clima (IPCC), instituição que recebeu o Nobel da Paz em 2007.

A Reitoria da UFRJ lamenta profundamente a partida de Pinguelli, defensor nato da universidade brasileira e da difusão da ciência e da tecnologia. Seu compromisso com uma universidade de qualidade que transpira pesquisa deixará uma lacuna entre nós e um aprendizado permanente. Transmitimos força aos familiares, aos amigos e à comunidade acadêmica neste momento de consternação.

 

A Assembleia do Sintufrj, ocorrida na sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022, decide pelo posicionamento contra a guerra que ocorre na Ucrânia. Os interesses desse processo são de disputa por hegemonia geopolítica nos marcos do capitalismo.

Contra a intervenção da Rússia e Contra a intervenção da Otan, dos Estados Unidos e da União Europeia!
Contra a ascensão de movimentos nazifascistas na Ucrânia!
Toda a solidariedade ao povo trabalhador ucraniano!

– No Brasil, seguimos sob ataques ultraneoliberais e antidemocráticos por parte do governo autoritário de Bolsonaro e Guedes

– A crise não dá sinais de trégua e a política do governo federal – além de não resolver os problemas políticos, econômicos e sociais – aumenta a miséria, a fome e o desemprego. O aceno que Bolsonaro faz de reajuste, o último foi de R$400,00 no “vale-alimentação”, tem motivação eleitoreira e pode causar impacto nas categorias. O governo e suas táticas não devem ser desprezados.

– Considerando esse cenário, a principal tarefa do movimento da classe trabalhadora deve ser a derrota desse governo e de sua política. Para isso, se faz necessário construir mobilizações de rua e outras ações políticas que permitam a organização dos processos de luta – todos são essenciais.
Reforçar os calendários já postos, como o 8 de março e o 14 de março (data da morte de Marielle Franco), dentre outras, mas importante construir demais agendas que permitam esse acúmulo.

– Não devemos menosprezar o papel político e a capacidade de mobilização do processo eleitoral. Nesse sentido, defendemos pontos programáticos estratégicos que permitam aglutinar um conjunto de forças de esquerda para derrotar o governo de direita genocida e autoritário.

O processo de mobilização em nossa categoria tem sido muito difícil, por diversas razões. Além de debater essas dificuldades, para melhor combatê-las, devemos ter atenção aos sinais que a categoria tem dado. As atividades com maior participação foram as relativas à agenda interna. Todos estão indignados com a situação salarial. Assim sendo, o debate precisa ser tratado com a intensidade e o peso necessários.

Prontos programáticos a serem desenvolvidos:
Manifestação Nacional contra a Carestia, a fome e a miséria;

– revogação da emenda constitucional do teto de gastos:

– revogação da reforma trabalhista aprovada;

– construir a greve unificada dos servidores públicos federais;

– elaborar uma pauta específica sobre as questões ambientais;

– salário mínimo do dieese;

– recuperação do orçamento das universidades;

– FORA BOLSONARO!

 

 

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Conflito bélico no leste europeu envolve temas como o desenho da segurança na Europa, separatismo e energia

Militares da Ucrânia protegem quarteirão com prédios do governo Kiev nesta quinta-feira (24) – Sergei Supinsky / AFP

Para além das ações e discursos das últimas horas, que viu o exército russo entrar em território ucraniano, o conflito militar entre Rússia e Ucrânia envolve temas estratégicos como os limites da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), separatismo na Ucrânia e também a governança e distribuição de recursos energéticos.

OTAN

A Rússia alega que a Otan, e o país com maior poderio bélico da aliança militar, os Estados Unidos, romperam um trato firmado após a Guerra Fria de não se expandir para além de seus limites quando da queda do Muro de Berlim.

A Otan e os EUA, por sua vez, negam esse acordo e desde o fim da União Soviética têm admitido países do leste europeu, inclusive ex-repúblicas soviéticas, na aliança militar.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, pede garantias de que a Ucrânia não entrará para a Otan, de que armas não serão posicionadas perto das fronteiras de seu país e também que a aliança retorne para níveis de “capacidade e infraestrutura para o nível de 1997”.

A Otan e os EUA negam retornar aos seus níveis do século XX, mas o presidente da França, Emmanuel Macron, e o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, concederam em declarações recentes que a Ucrânia deverá ficar fora da aliança militar.

“A Rússia se move conscientemente em direção a um conflito com o Ocidente, tenta conseguir do Ocidente que ele mude as regras do jogo em diversas esferas e busca reconstruir a ordem europeia que se formou após a Guerra Fria”, afirmou o analista-sênior do International Crisis Group para a Rússia, Oleg Ignatov, em entrevista ao Brasil de Fato na quarta-feira (23).

Qual o papel das repúblicas separatistas de Donetsk e Lugansk?

Outro elemento central para o conflito é o status das autoproclamadas Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk. Ao anunciar a “operação militar” contra a Ucrânia, Putin disse que a Ucrânia comete um “genocídio” contras os russos étnicos do local.

A movimentação separatista na região começou após o golpe de Estado de 2014 na Ucrânia, quando estas regiões se proclamaram independentes do governo de Kiev e adotaram uma Constituição própria. No mesmo ano, a Rússia anexou a Crimeia, até então parte do território ucraniano.

Putin reconheceu os separatistas nesta semana e os limites territoriais dessa decisão são importantes. As posições controladas pelos rebeldes pró-Rússia são menores do que as fronteiras dos distritos de Donetsk e Lugansk em suas constituições oficiais pela visão ucraniana.

Putin já afirmou que reconhece os limites das Constituições das autodeclaradas repúblicas e que poderia discutir a questão fronteiriça com Kiev, mas é improvável que as autoridades ucranianas aceitem essa negociação, já que seria uma cessão razoável de território.

O conflito na Ucrânia entre os separatistas e as forças estatais de segurança já causaram cerca de 14 mil mortos.

Gasoduto interrompido

Rússia e Alemanha construíram um gasoduto de 9,5 bilhões de euros, cerca de R$ 54 bilhões, para no final da obra deixá-la com a torneira fechada. O Nord Stream 2 liga o oeste da Rússia, passando pelo Mar Báltico, até o nordeste da Alemanha, mas teve sua certificação suspensa por Berlim após a Rússia reconhecer os separatistas ucranianos.

A Rússia é responsável pelo fornecimento de cerca de 40% do gás natural da Europa e, assim como os europeus dependem do gás russo, a venda dessa comoddity também é central para a economia de Moscou.

“Bem-vindo ao admirável mundo novo, onde os europeus muito em breve pagarão 2.000 euros por 1.000 metros cúbicos de gás natural”, disse o vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev.

Edição: Arturo Hartmann

O apoio financeiro vai ajudar o setor a “se manter de pé em tempos pandêmicos”, diz José Guimarães, autor do relatório

Escrito en CULTURA el 

Por 411 votos a 27, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou, nesta quinta-feira (24), o Projeto de Lei Complementar (PLP) nº 73/21, a Lei Paulo Gustavo, que libera R$ 3,8 bilhões para ações emergenciais de apoio à Cultura. O setor foi muito prejudicado durante a pandemia da Covid-19.

A proposta recebeu o nome de Paulo Gustavo, em homenagem ao ator e comediante, que morreu, aos 42 anos, vítima do coronavírus. O projeto já foi aprovado pelo Senado, que deve ratificar a aprovação, pois houve duas mudanças no texto.

O texto, proposto pela bancada do PT no Senado e de autoria do senador Paulo Rocha (PT-SP), foi relatado pelo deputado federal José Guimarães (PT-CE). A deputada Marília Arraes (PT-PE) apresentou, no dia 2 de fevereiro, requerimento para que a matéria fosse debatida na Casa.

Segundo Guimarães, a aclamação do projeto pelos parlamentares representa “uma vitória do parlamento e de todos aqueles que têm compromisso com a cultura”.

O deputado também enfatiza o marco histórico que a proposta representa. “Hoje, a Câmara mostrou que a cultura é um direito de fato. Foi um dia simbólico para a classe cultural, que teve o seu valor reconhecido com mais esse apoio financeiro para se manter de pé em tempos pandêmicos”, ressalta.

Maioria dos recursos vai para setor audiovisual

Dos 3,8 bilhões, R$ 2,79 bilhões serão destinados ao setor audiovisual e R$ 1,06 bilhão, para ações emergenciais no setor por intermédio de editais, chamadas públicas, prêmios, entre outros serviços.

O repasse dos recursos pela União deverá acontecer em, no máximo, 90 dias depois da publicação da lei.

Paulo Gustavo foi vítima da Covid-19.
Créditos: Divulgação

 

 

Na cidade Universitária, o Restaurante Central permaneceu aberto durante a pandemia, mas com todos os cuidados necessários contra o vírus da covid. A reabertura do bandejão do Centro de Tecnologia (CT), que é o RU satélite, está prevista para 14 de março, e o da Faculdade de Letras, 11 de abril.

Já os bandejões da Praia Vermelha e do Centro deverão reabrir no dia 4 de abril. Do campus de Duque de Caxias, em 11 de abril. 

A informação foi dada pelo pró-reitor de Gestão e Governança, André Esteves, na sessão do Conselho Universitário do dia 24 de fevereiro.  

“O da Letras, o RU Centro e o RU da Praia Vermelha são atendidos pela produção do nosso Restaurante Universitário Central. O de Caxias é outro contrato, que já está assinado e foi pactuado com a direção do campus e a empresa (que fornece a alimentação)  para a reabertura no dia 4 de abril”, concluiu.

Burguesão vai virar bandejão

A representante estudantil no Consuni, Julia Vilhena, foi a porta-voz da reivindicação dos estudantes da Cidade Universitária para instalar um outro bandejão no CT, no antigo espaço do famoso Burguesão. 

Segundo Júlia, a medida beneficiaria principalmente os estudantes do próprio CT e da Faculdade de Letras, que enfrentam filas intermináveis. Ela lembrou também as demandas de outras unidades, inclusive da UFRJ Macaé.

“Nós apoiaremos que o Burguesão venha a ser um restaurante universitário. A Reitoria deseja isso e vamos conversar com o Centro de Tecnologia e com as unidades do entorno para torne isso possível. Nosso objetivo é ampliar a assistência estudantil e essa é uma das medidas que gostaríamos de adotar nos próximos dias para garantir uma alimentação adequada”, respondeu a estudante o vice-reitor, Carlos Frederico Leão Rocha.

 

Bandejão de Letras – Foto: Marcos Fernandes/CoordCOM UFRJ

 

 

A UFRJ aprovou por unanimidade e aclamação, em sessão do Conselho Universitário (Consuni), no dia 24, a concessão do título de Doutor Honoris Causa para o compositor, cantor popular, escritor e advogado Nei Braz Lopes, a pedido da Faculdade Nacional de Direito (FND). O título é concedido a personalidades nacionais e estrangeiras de alta expressão, com o requisito de ter sido o pleito objeto de análise e aprovação da Congregação da Unidade e do Conselho de Centro.

Coleção de títulos

Nei Lopes já possui dois títulos de Doutor Honoris Causa concedidos pela Universidade Federal Rural, em 2012, e pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em 2017. “Mas, por ter sido formado no curso de Ciências Jurídicas e Sociais da Faculdade Nacional de Direito em 1966, o título honorífico pela UFRJ é expressivo para o carioca Nei Lopes, pois é um reconhecimento de sua trajetória nas culturas africanas e carioca pela instituição que o formou e pela cidade na qual vive intensamente”, diz o parecer da Comissão de Ensino e Títulos do Consuni.

“Do Nei Lopes pesquisador do samba e da temática africana, da luta contra a discriminação da população negra que entrelaça práticas de violação de direitos sociais, culturais e econômicos com as práticas de desrespeito de seus direitos civis e políticos, contamos com pelo menos 20 obras, produzidas no recorte temporal entre 1981 e 2019”, diz o texto da comissão, citando títulos como O samba, na Realidade (1981), Bantos, Malés e Identidade Negra (1988), O negro no Rio de Janeiro e sua tradição musical (l992), Dicionário Banto do Brasil (1996), Enciclopédia brasileira da diáspora Africana (2004 e 2011), e Afro-Brasil reluzente: 100 personalidades notáveis do século XX (2019).  

 

Foto: Jefferson Mello/Dilvulgação

 

 

O Grupo de Trabalho destinado a examinar o impacto orçamentário-financeiro decorrente da implementação de pisos salariais para os profissionais de Enfermagem, fixados no Projeto de Lei nº 2564/2020, aprovou, nesta quarta-feira, 23, por unanimidade, o relatório do deputado Alexandre Padilha (PT-SP) 

A proposta fixa o piso salarial de enfermeiros em R$ 4.750,00; o de técnicos de enfermagem em R$ 3.325,00; e o de auxiliares e de parteiras em R$ 2.375,00. 

São mais de 2,5 milhões de profissionais da ciência do cuidado em todo o Brasil, isto é, a Enfermagem, sendo a maioria mulheres. 

O impacto financeiro do projeto é de R$ 16,31 bilhões e o GT foi unânime em destacar a necessidade de reconhecimento da categoria, ainda mais após a sua atuação na pandemia, assim como defender a viabilidade do pagamento. São mais de 30 anos de luta da Enfermagem pelo piso. A reunião virtual foi acompanhada por cerca de 6 mil pessoas.

Na UFRJ

A universidade tem nove hospitais que agrega centenas de profissionais da saúde.

“A aprovação do piso traz sim seus benefícios, mas não é o que a categoria precisa diante das suas necessidades. No entanto é muito importante. É uma luta de muitos anos e pode tirar muitos colegas daquela situação de vulnerabilidade salarial. Porque muitos trabalham recebendo abaixo do piso e até mesmo abaixo do salário-mínimo, atuando com cargas horárias extensas e em mais de um emprego para conseguir sustentar sua família”, avaliou o técnico de enfermagem do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), a maior unidade hospitalar da UFRJ, Marcos Padilha. 

Marcos vai fazer cinco anos no HUCFF em setembro. Já passou pela Clínica Médica e pela Infectologia. Agora trabalha na Psiquiatria atuando em cuidados clínicos de atenção ao paciente.

8 de Março: todos a Brasília!

A pressão aumenta para a aprovação do PL no plenário da Câmara dos Deputados. O projeto já foi aprovado no Senado e se aprovado na Câmara segue para sanção presidencial. Para 8 de março — Dia Internacional da Mulher, data incorporada para mobilização dos movimentos sociais e trabalhadores, incluindo os servidores públicos federais em campanha salarial unificada — os enfermeiros de todo o país irão a Brasília para reivindicar a aprovação do piso salarial.

Piso é viável

Na apresentação do relatório, no dia 22, Alexandre Padilha, ex-ministro de Lula e ex-ministro da Saúde de Dilma, afirmou que a estimativa encontrada buscou reduzir divergências entre os levantamentos apresentados ao grupo de trabalho pelo Ministério da Saúde, pelos conselhos de secretários estaduais e municipais de saúde, por entidades do setor e por institutos de pesquisa.

“Chegamos a um número bastante consistente. Tanto que a entidade que representa o fórum de enfermagem e os estudos apresentados por hospitais privados chegam a mesma escala de valor. No entanto, não chegamos a nenhum valor superior a R$ 20 bilhões e, muito menos, a valores acima de R$ 40 bilhões, como chegaram a apresentar aqui”, disse o deputado. 

Segundo Padilha, o impacto previsto representa 2,7% do PIB da Saúde em 2020, 10,88% do orçamento do Ministério da Saúde no mesmo ano e um acréscimo de apenas 2,02% na massa salarial anual dos contratantes. Ele destacou ainda que, no setor privado, o aumento de despesa corresponde a 4,8% do faturamento dos planos e seguros de saúde em 2020.

“È possível pagar”  

A estimativa do grupo de trabalho teve como premissas o uso da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) de 2020; a separação por setores econômicos; o cálculo integrado (piso de enfermeiros, técnicos, auxiliares e parteiras); a inclusão de encargos; e a diferença entre a remuneração atual e o novo piso, desconsiderando trabalhadores que já recebem o piso ou mais.

O deputado Mauro Nazif (PSB-RO), chegou inclusive a comparar o valor ao Orçamento Secreto. “Só o orçamento secreto é R$17 bilhões. Não tenho dúvida sobre a sua aprovação. É fazer justiça para a Enfermagem”.

A deputada do Rio de Janeiro, Jandira Feghali (PCdoB), reforçou que a tarefa agora é aprovar o piso no Congresso.

“Temos agora de fazer o trabalho político para esse relatório ser aprovado no plenário da casa. Vão surgir argumentos de regionalizar, mas piso é piso. Precisamos garantir que esse projeto seja aprovado. É uma demanda antiga e já está abaixo da expectativa da categoria. São décadas de luta, estou desde 1991 acompanhando-os lutando por isso. É necessário ter uma vitória agora.”

Feghali, na reunião anterior, enalteceu a categoria. “A enfermagem é a maior categoria na saúde, num SUS que atende milhões de brasileiros sendo o maior sistema de saúde universal do mundo. A análise do relator é justa, tendo como base a RAIS (Relação Anual de Informações Sociais), dados do Dieese e do próprio Ministério da Saúde. O impacto é distribuído e soma 16 bilhões e 300 milhões. É possível pagar. Queremos pautar, votar e aprovar o projeto. E se for vetado vamos trabalhar para derrubar o veto”, declarou Jandira Feghali.

A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), que já foi dirigente da Fasubra, defendeu a convocação imediata pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), para a votação do PL. 

“Agora vamos cobrar a urgência para a votação no Plenário da Câmara”. Segundo Alice, o impacto significa 12% da folha do setor privado e no setor federal 004%. 

“O relatório apresentado pelo deputado Alexandre Padilha é muito sólido e demonstra que não há exorbitância: O piso é possível! Na verdade R$ 16 bilhões para um país de trilhões e para o serviço que é prestado por esse segmento não é algo absurdo. A verdade é que mais de 800 pessoas perderam as vidas nas cabeceiras dos leitos e a atuação dos profissionais da enfermagem tem sido indispensável para que o povo brasileiro venças uma sanha negacionista que tenta contaminar nossa gente. Na saúde ninguém tem piso. A Enfermagem, a maior categoria que leva nos seus ombros o dia a dia dos hospitais, UPAS, Postos de Saúde, tem sido ponta de lança na defesa dos interesses multidisciplinares da saúde. Portanto, essa é uma questão de justiça social, trabalhista e de reconhecimento no momento de emergência saúde e que a enfermagem respondeu com muita dignidade. Vamos solicitar a votação no plenário em regime de urgência”, afirmou a deputada Alice Portugal.

A coordenadora do GT, Carmen Zanotto (Cidadania-SC), ressaltou que a aprovação do piso é uma questão de justiça para a categoria.

“Todos foram unânimes em que deva existir um piso salarial. A arte de cuidar e assistir é uma escolha de vida. A enfermagem foi descoberta pelos brasileiros nessa pandemia. O que se aprovou aqui é o mínimo de dignidade que podemos dar a um conjunto de trabalhadores que não mediu esforços. Vamos buscar os caminhos para sua aprovação. Não serão os recursos que vão nos derrubar na aprovação do projeto”.

Com Agência Câmara de Notícias

 

Profissionais de saúde fazem manifestação por reajuste salarial em Três Corações (MG) — Foto: Reprodução/EPTV

 Pressionada pela alta das despesas com educação e alta dos preços da alimentação e transportes, inflação medida pelo IPCA-15 subiu 0,99% em fevereiro, segundo o IBGE

Por: Redação CUT/ 23 de fevereiro de 2022 

MARCELLO CASAL JR/AGÊNCIA BRASIL

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) subiu 0,99% em fevereiro. Foi a maior variação para o mês desde 2016 (1,42%), segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quarta-feira (23).

No ano, o IPCA-15 acumula alta de 1,58% e, em 12 meses, de 10,76%.

De acordo com o IBGE, oito dos nove grupos pesquisados tiveram alta em fevereiro. A exceção foi Saúde e Cuidados Pessoais, com variação de -0,02%. Caíram os preços médios de planos de saúde (-0,69%) e itens de higiene pessoal (-0,16%), enquanto aumentaram os de produtos farmacêuticos (0,65%).

Educação sobe 5,64%

A maior variação (5,64%) e o maior impacto (0,32 p.p.) vieram do grupo Educação, com destaque para a alta de 6,69% nos cursos regulares, “com os reajustes praticados no início do ano letivo”, lembra o IBGE. As maiores taxas foram registradas no ensino fundamental (8,03%), pré-escola (7,55%) e ensino médio (7,46%).

Alimentação sobre 1,20%

O segundo grupo com maior alta de preços foi o de Alimentação e bebidas (1,20%, com impacto de 0,25 p.p. no indíce). O IBGE destaca aumentos de produtos como cenoura (49,31%), batata inglesa (20,15%), café moído (2,71%), frutas (1,75%) e carnes (1,11%). Por outro lado, caíram os preços do frango inteiro (-1,97%), arroz (-1,60%) e frango em pedaços (-1,31%).

Transportes sobe 0,87%

O terceiro grupo que registrou alta foi o de Transportes, que subiu 0,87% e contribuiu com 0,19 p.p. em fevereiro. Os demais grupos ficaram entre o 0,15% de Habitação e o 1,94% de Artigos de residência.

Custo da energia cai

Com queda de 0,82% na energia elétrica (impacto de -0,04 ponto), o grupo Habitação também subiu menos (0,15%) neste mês. O IBGE apurou aumento do aluguel residencial (1%) e do condomínio (0,87%), além da taxa de água e esgoto (0,33%), com reajustes em Fortaleza e Goiânia.

Por fim, em Artigos de Residência (1,94%), os destaques foram as altas de eletrodomésticos e itens de mobiliários. Somados, contribuíram com 0,06 ponto o resultado da inflação.

Entre as áreas pesquisadas, o IPCA-15 de fevereiro caiu apenas na região metropolitana de Porto Alegre (-0,11%). A maior taxa foi apurada em São Paulo (1,20%). No acumulado em 12 meses, o índice varia de 9,68% (Belém) a 13,28% (Grande Curitiba). Chega a 11,72% em Salvador, 11,68% em Goiânia, 10,60% em São Paulo e 9,77% no Rio de Janeiro.

 

Em 1932, após muita pressão das sufragistas, Vargas publica o Código Eleitoral que assa a prever o voto feminino. Mas a luta vem de muito antes.

Fontes: Portal Geledés/ 22 de fevereiro de 2022.

 

Durante o século XIX as mulheres brasileiras começaram definitivamente a percorrer o longo caminho para a transformação de seus destinos. As brasileiras tiveram que lutar por mais de 40 anos para que o direito de votar e serem votadas fosse aprovado. Entre as brasileiras uma pergunta imperava: “por que não votamos?”. Manter meninas e pessoas escravizadas no berço da ignorância justificava-se com preconceituosos ditos populares: “mulher que sabe latim não tem marido e nem bom fim” e “escravos que sabem ler acabam querendo mais do que comer”.

Passos da luta

Para contribuir com as comemorações pelos 90 anos de conquista do voto para as mulheres a REDEH – Rede de Desenvolvimento Humano, em parceria com o Laboratório de Direitos Humanos (LADIH) da UFRJ e apoio da Laudes Foundation preparou uma Linha do Tempo que remonta a luta empreendida pelas feministas para a conquista desse direito e os principais fatos em torno da luta por igualdade de gênero e raça nas 09 (nove) décadas seguintes. As décadas estão divididas em três momentos do processo histórico de conquista do voto e da democracia neste país: de 1824 à 1932; 1932 à 1982, com o início do processo de democratização; e 1982 até hoje! Conheça a linha do tempo no site https://www.votofemininonobrasil.com/

Alguns trechos: