Na sexta-feira, 16, a direção do Sintufrj, acompanhada dos  advogados trabalhistas da entidade, se reuniu com a equipe técnica da Pró-Reitoria de Pessoal (PR-4), com o objetivo de acertar detalhes para o agilizamento institucional do direito à contagem de tempo especial para os técnicos-administrativos da UFRJ que recebem os adicionais de insalubridade e periculosidade, conforme foi reconhecido pelo STF.

Segundo a coordenadora-geral do Sindicato, Gerly Miceli, ficou decidido que, a partir de segunda-feira, a Pró-Reitoria de Pessoal fará reuniões com os chefes dos setores de Recursos Humanos das unidades com o propósito de organizar as rotinas necessárias para que o servidor ingresse com os requerimentos e se dê início aos processos.

Gerly explicou que os processos não serão físicos, mas encaminhados pela plataforma SEI (Sistema Eletrônico de Informação da UFRJ), o que também exige a criação de rotinas, por isso, a necessidade de tempo para organização dos métodos de trabalho a serem adotados.

Durante a semana, antes da reunião com a PR-4, o Sintufrj protocolou, na Reitoria, requerimento e notificação extrajudicial, reivindicando as providências cabíveis para os encaminhamentos necessários para pôr em prática a decisão do STF.

Passo a passo

A partir do dia 26, por meio de suas mídias sociais (watsapp, facebook, site, instagran), o Sintufrj divulgará um passo a passo a  ser seguido pelos servidores que recebem os adicionais ocupacionais para que garantam o direito à contagem de tempo especial, como também colocará à disposição deles, os modelos de requerimentos necessários para dar entrada no processo, que serão encaminhados pela Reitoria.

“Nós, da direção do Sintufrj, avaliamos que a conquista desse direito é resultado de uma luta política e jurídica antigas, e que tudo faremos para que seja concretizado. Porque as trabalhadoras e os trabalhadores merecem, porque é uma questão de justiça”, afirmou Gerly.

Atenção! O Sintufrj disponibilizou três telefones para esclarecimento de dúvidas e para orientações. Anote: (21) 96549-4112, 96549-3179 e 96549-3033.

 

 

É a maior taxa de desemprego desde o início da pandemia do novo coronavírus. Em cinco meses, mais de 4,1 milhões de trabalhadores ficaram desempregados

Matéria retirada do site da CUT.

A taxa de desemprego da quarta semana de setembro ficou em 14,4%, atingindo 14 milhões de trabalhadores e trabalhadoras, de acordo com a PNAD COVID19, divulgada nesta sexta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É a maior taxa desde o início da pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

Em cinco meses, mais de 4,1 milhões de brasileiros ficaram desempregados por causa da pandemia, que agravou a crise econômica no país. Na primeira semana de maio, a taxa de desemprego era de 10,5% e atingia 9,8 milhões de trabalhadores. Entre a primeira semana de maio e a quarta semana setembro aumentou em 43% o número de desempregados no país.

Na avaliação dos técnicos do IBGE, na quarta semana de setembro subiu mais o numero de trabalhadores procurando emprego porque os governos iniciaram o processo de flexibilização das medidas de distanciamento social que vinham sendo decretadas desde março para conter a disseminação da Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus.

Desemprego por Região

Dos 14 milhões de desempregados na penúltima semana setembro, 6,3 milhões estavam na Região Sudeste (6,3 milhões), que é a mais populosa do país.

Mas foi na Região Nordeste onde foi registrada a maior alta no número de desempregados, que passou de 2,3 milhões na primeira semana de maio para 3,9 milhões na penúltima de setembro, o que corresponde a uma alta de 69% no período.

A Região Norte registrou a segunda maior alta e número de desempregados passou de 890 mil para 1,3 milhão – um aumento de 46,9%.

Já o Sudeste, registrou alta de 39,2% no número de desempregados, passando de 4,3 milhões para 6,3 milhões.

No Centro-Oeste, o total de desempregados aumentou de 819 mil para 1 milhão (+25%).

Na Região Sul, passou de 1,3 milhão para 1,5 milhão (+16,5%).

2,2 milhões de pessoas deixam o isolamento social rigoroso

Com a reabertura da economia, as pessoas também passaram a flexibilizar medidas como o distanciamento social, que aumentou no final de setembro. O grupo de pessoas que ficou rigorosamente isolado (31,6 milhões) diminuiu em 2,2 milhões, na comparação com semana anterior.

Aumentou também o número pessoas que não tomou nenhuma medida de restrição para evitar o contágio pelo novo coronavírus. Esse contingente cresceu 937 mil em uma semana, chegando a 7,4 milhões de pessoas.

A maior parte da população (86,7 milhões) afirmou ter reduzido o contato com outras pessoas, mas continuou saindo de casa ou recebendo visitas na quarta semana de setembro, um milhão a mais na comparação com a semana anterior. Já quem ficou em casa e só saiu em caso de necessidade somou 84,6 milhões. Esse número ficou praticamente estável em relação a semana anterior.

13,9% dos estudantes não tiveram atividades na quarta semana de setembro

A PNAD COVID19 também mostra que, na quarta semana de setembro, dos 46,1 milhões de estudantes que estavam matriculados em escolas e universidades, 39,2 milhões (85%) tiveram alguma atividade. Número estável. Outros 6,4 milhões (13,9%) não tiveram atividade. O restante estava de férias (1,1%).

A pesquisa detalha, ainda, que apenas 26,1 milhões (66,7%) tiveram atividades escolares durante cinco dias da semana. Outros 807 mil estudantes (2,1%) só tiveram atividades uma vez por semana.

De acordo com o IBGE, esta é a última divulgação da PNAD COVID19 semanal, versão da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua realizada com apoio do Ministério da Saúde para identificar os impactos da pandemia no mercado de trabalho e para quantificar as pessoas com sintomas associados à síndrome gripal no Brasil.

A coleta de dados por telefone continuará, para subsidiar as edições mensais da pesquisa, que devem continuar até o final do ano, trazendo dados por unidade da federação e desagregações segundo características sociodemográficas e de trabalho.

A PNAD COVID avalia o mercado de trabalho, mas não pode ser comprada a  Pnad Contínua, que é usada como indicador oficial do desemprego no país, devido às características metodológicas, que são distintas.

Os dados da Pnad Contínua mais atuais são referentes a julho, quando o país atingiu taxa de desemprego recorde, de 13,8%, com mais de 13,1 milhões de brasileiros em busca de uma oportunidade no mercado de trabalho.

 

 

Os autores vencedores no 1º Fórum Técnico-Administrativos em Educação da UFRJ organizado pelo Sintufrj receberam notebooks como prêmios. Os trabalhos escolhidos, entre 27 apresentados, foram respectivamente: “O malabarismo impossível do trabalho remoto na maternidade” (1º) apresentado por Clara Saraiva e Maíra Alves; “O centenário da UFRJ (1920-2020) e a Memória Institucional” (2º), de Andrea Cristina de Barros Queiroz; e “Resistência e Reforma Administrativa por “contagotas” na UFRJ” (3º), de Esteban Crescente. Vitor Matos, Marisa Gaspary, Iris Guardatti, Simone Silva e Rogério Cruz integraram a banca que avaliou os trabalhos.

 

Representante de Clara Saraiva e Maíra Alves.
Andrea Cristina de Barros Queiroz
Esteban Crescente

 

 

Uma das três primeiras mulheres eleitas no Brasil, sua bandeira política era o poder revolucionário e libertador da educação para todos

Matéria retirada do El País

Um menino no interior do Maranhão comemora o 15 de outubro, assim como uma menina gaúcha. O dia do professor é celebrado em todo o Brasil. Sabem esses estudantes quem é a extraordinária heroína brasileira que criou a data? Seus feitos, sua história? Sabem os professores destes estudantes algo sobre ela? Ou será que esta personagem fantástica, mulher e negra, foi invisibilizada?

Antonieta de Barros foi excepcional. Está entre as três primeiras mulheres eleitas no Brasil. A única negra. Foi eleita em 1934 deputada estadual por Santa Catarina, mesmo ano que a médica Carlota Pereira de Queirós foi eleita deputada federal por São Paulo. Sete anos antes, Alzira Soriano havia sido eleita prefeita num pequeno município do Rio Grande do Norte, primeiro estado a permitir disputas femininas.

Expoente da ideia “anárquica” de que as mulheres deveriam ter direito ao voto, a bióloga Bertha Lutz trocou inúmeras cartas com Antonieta na década de 1930. Vale lembrar, Antonieta foi eleita menos de meio século após a abolição da escravatura e apenas dois do sufrágio —que deu às mulheres direito ao voto facultativo. Num país fortemente preconceituoso quanto à classe, cor e gênero tinha orgulho de sua história.

Nasceu em Desterro, como era chamada Florianópolis, no dia 11 de julho de 1901. No registro de batismo, na Cúria Metropolitana, realizado pelo Padre Francisco Topp, não aparece o nome do pai. A mãe era Catarina Waltrich, escrava liberta. No imaginário popular, a verdadeira paternidade estaria ligada à família Ramos, uma das mais tradicionais do Estado.

A bandeira política de Antonieta era o poder revolucionário e libertador da educação para todos. O analfabetismo em Santa Catarina, em 1922, época que começou a lecionar, era de 65%. Isso que o Estado, sobretudo pela presença alemã, aparecia com um dos índices mais altos de escolarização do país, seguidos por São Paulo.

Segundo conta Karla Leonora Dahse Nunes na sua dissertação de mestrado, Catarina teve três filhos e os sustentava como lavadeira, serviço comum às mulheres negras da época. Também teve, com a ajuda financeira de Vidal Ramos, uma pequena pensão para estudantes. Foram esses jovens que ensinaram as letras tardiamente para a curiosa Antonieta. Alfabetizada, mergulhou por conta própria no universo dos livros.

Professora formada, tinha 17 anos quando fundou o curso particular “Antonieta de Barros”, com o objetivo de combater o analfabetismo de adultos carentes. Sua crença era que a educação era a única arma capaz de libertar os desfavorecidos da servidão. Sua fama de excelente profissional, no entanto, fez com que lecionasse também para a elite nos Colégio Coração de Jesus, Dias Velho e Catarinense.

Se existissem barreiras, lá estaria Antonieta para rompê-las.

Sua defesa acirrada pela educação fez com que ocupasse as páginas dos jornais. Além de professora, virou cronista. Não havia outra mulher em posição semelhante no Estado. Em 23 anos de contribuição à imprensa escreveu mais de mil artigos em oito veículos e criou a revista Vida Ilhoa.

De seus opositores nos jornais e nas bancadas, ouviu que “mulheres não deveriam opinar, pois nasceram para servir”, “que a natureza não dá saltos, cada ser deve conservar-se no seu setor, e a finalidade da mulher é ser mãe e ser rainha do lar” e que “não seguisse o exemplo de Anita Garibaldi, uma vagabunda”.

Mas aqueles homens brancos da elite oligárquica e política, não a intimidaram. Antonieta era forte, mulher de fibra. Não havia quem tivesse argumentos para calá-la. As calúnias eram rebatidas com intelecto e destreza nos artigos assinados sob pseudônimo Maria da Ilha. Sua caneta era afrontosa. Escrevia sobre educação, os desmandos políticos e a condição feminina. Dizia que as mulheres não deveriam ser “virgens de ideias”.

Honesta, enérgica e humana, era respeitada e admirada por seu espírito de justiça. Tinha voz numa época que as mulheres eram silenciadas. Escreveu dois capítulos da Constituição catarinense, sobre Educação e Cultura e Funcionalismo, até ser destituída do cargo pelo golpe de Getúlio Vargas.

Em 1937, publicou o livro Farrapos de Ideias. Os lucros da primeira edição foram doados para construção de uma escola para abrigar crianças, filhas de pais internados no leprosário Colônia Santa Tereza. A obra teve outras duas edições.

Uma das poucas frustrações da carreira de Antonieta foi não ter cursado o ensino superior. Seu sonho era a Faculdade de Direito, exclusiva para homens. Mas na política ela brilhou, foi eleita novamente em 1947. Desde sua vitória, apenas outras 15 mulheres ocuparam uma cadeira na Assembleia de Santa Catarina. Nenhuma negra. Antonieta ainda não teve herdeira de luta.

A primeira grande lei educacional do Brasil foi sancionada por dom Pedro I em 15 de outubro em 1827, um marco para a educação brasileira. A data era comemorada informalmente, mas foi um projeto de Antonieta a lei que criou o Dia do Professor e o feriado escolar nessa data (Lei Nº 145, de 12 de outubro de 1948), em Santa Catarina. A data seria oficializada no país inteiro somente 20 anos depois, em outubro de 1963, pelo presidente da República, João Goulart. Outras leis importantes foram concessões de bolsas de cursos superiores para alunos carentes e concursos para o magistério, para elevar o ensino público e evitar apadrinhamentos.

Antonieta deveria ser uma espécie de Frida Kahlo brasileira. Foi feminista numa sociedade conservadora, negra e mulher numa terra de oligarquias, mestre de centenas de jovens da elite branca que jamais deixaram de reverenciar sua cultura e personalidade. E é a prova que não são apenas as manifestações de raiz açoriana que sustentam a cultura de Florianópolis.

“A grandeza da vida, a magnitude da vida, gira em torno da educação”, escreveu em seu livro. Seu nome deveria ser conhecido por cada criança que homenageia seus professores no dia 15 de outubro. Por cada mulher que exerce seu direito ao voto e disputa vagas nas eleições. Por fim, por cada brasileiro que sai às ruas indignado com os preconceitos de cor, classe e gênero.

213 anos de escravidão: a herança de Antonieta

Para percebermos como Antonieta foi célebre basta entender um pouco do contexto histórico de Santa Catarina, o Estado com maior população dita branca do país. Da primeira expedição de Martim Afonso de Souza, em 1531, até o último navio negreiro que aportou no Rio de Janeiro, em 1856, quatro milhões de africanos foram sequestrados para se tornarem escravos em solo brasileiro.

Desterro (Florianópolis), território Guarani, foi povoada em 1675, quando o bandeirante Francisco Dias Velho, vindo da Capitania de São Vicente (São Paulo), se apossou das terras com sua família e uma comitiva de 400 pessoas, a maioria, indígenas e negros escravizados.

Há inegáveis traços africanos na construção da identidade catarinense, mas eles são apagados. A presença negra não é lembrada pela história popular, embora, no século 19, 20% da população de Desterro tenha sido negra. No mesmo período, no Planalto Serrano, de onde veio Catarina, mãe de Antonieta de Barros, chegava a 50%, de acordo com o livro Negro em Terra de Branco, escrito por Joana Maria Pedro, Ligia de Oliveira Czesnat, Luiz Felipe Falcão, Orivalda Lima e Silva, Paulino Francisco de Jesus Cardoso e Rosângela Miranda Cherem.

Segundo o livro, a economia da província não se baseava em latifúndios, mas a presença negra não era, de modo algum, inexpressiva. O negro escravizado desempenhava funções na pesca de peixes e baleias. Trabalhava com seus senhores nas plantações de arroz e mandioca. Exercia ofícios de sapateiros, pedreiros, marceneiros, ferreiros e soldados. Servia para os cuidados domésticos da elite burocrática e militar. E ainda como lava-pés e cadeirinhas.

resistência à escravidão é bastante documentada do começo a metade do século 19. Da criação de grupos cívicos à fundação de irmandade como a Nossa Senhora do Rosário, que coletava fundos para compras de alforrias. A opressão não era pouca. Negros não podiam se aglomerar, “vadiar” pelas ruas, nem cantar e dançar sob pena de 50 chibatadas.

No livro Navegadores e Exploradores de Santa Catarina, Roberto Wildner traz a figura do naturalista Langsdorff. É do cientista o relato cruel sobre o comércio em Desterro, em 1803: “A quantidade de escravos negros de ambos os sexos que se veem aqui é estranha aos olhos desacostumados de um europeu qualquer. Despertou-me revolta especial quando vim pela primeira vez a Nossa Senhora do Desterro e vi um grande número destas criaturas abandonadas, nuas, deitadas frente às portas de ruas laterais e oferecidas à venda. Apenas as regiões púbias estavam cobertas com um velho pano rasgado que após alguns dias eram substituídos por um grosseiro tecido azulado”.

Em Florianópolis, a primeira vez que esse tema apareceu no mundo acadêmico foi em 1960, na pesquisa dos jovens sociólogos, à época, Fernando Henrique Cardoso e Otavio Ianni, reeditada como Negros em Florianópolis. Na obra, ficam claro os preconceitos de cor e o quanto Santa Catarina se esforçou para ser a “Europa dentro do Brasil”.

Não foi o espírito humanitário que engajou as campanhas abolicionistas. Foi a esperança no branqueamento da população que ansiava pela modernidade econômica. O negro não cabia nesse plano, pois era visto como atraso, um impeditivo aos novos tempos. O resultado da repulsa pelos negros foi que os abolicionistas não lutaram por retratação histórica, nem se preocuparam com o destino de milhares de pessoas após a abolição.

Desterro ansiava pela chegada dos europeus, que deixariam a população de pele e olhos claros e teriam vocação para o trabalho e o progresso. Tinha pressa. Foi a terceira capital da abolição. Jornais da época tinham como principais produtos de beleza, o “Cremme Oriza, para branquear, abrandar e refrescar a pele” e o “Tônico Oriental para cabelos finos como seda”.

No entanto, nos portos aos quais chegaram os imigrantes, primeiro os açorianos, depois alemães e italianos, eram os negros que trabalhavam de estivadores. Já no início do século XX, o início da modernização arquitetônica modificou a imagem de Florianópolis. Os casebres dos negros, situados no centro da cidade, foram demolidos. O de Antonieta permaneceu em pé por interferência da família Ramos.

Criou-se, então, a lei das tábuas. O governo deu tábuas para os negros com a condição que construíssem suas casas longe da vista. Aí começou a ocupação dos morros. Surgiram as comunidades do Morro da Caixa D’Água, da Coloninha e do Continente. Em seguida, nasceram clubes como União Recreativa 25 de Dezembro, Brinca Quem Pode, Flor da Mocidade, Flor do Abacate, Tiramão.

Houve o florescimento de uma intelectualidade negra, Ildefonso Juvenal da Silva, Trajano Mar­garida, João Rosa Júnior, Amália Efigênia da Silva, Maria da Rosa Lapa, Demerval Cordeiro dos Santos, Maria Carlita, Dorvalina Machado Coelho e Maria Venânia —professores, jornalistas, poetas, compositores, músicos, oradores da geração de Antonieta—, costumeiramente desdenhados pela elite branca.

Antonieta era a exceção. Era aceita pelos brancos. Mas, vale ressaltar que, de 1929 a 1951, escreveu em oito jornais sem nunca ter falado de sua cor. O que não foi impeditivo para ouvir de um colega de bancada parlamentar, o médico Oswaldo Rodrigues Cabral, que ela escrevia “intriga barata de senzala”.

 

 

O Brasil é o país que registra mais infecções por coronavírus na América Latina, sendo o terceiro no ranking mundial em número de casos (depois dos Estados Unidos e Índia) e segundo no de mortes (atrás dos Estados Unidos). Em 12 de outubro, dados do Ministério da Saúde apontavam 150.689 óbitos pela Covid-19 e 5.103.408 contaminados no país.

Com 111.255 casos no dia 12 e 11.406 óbitos, o Rio de Janeiro lidera a letalidade (10,25%) de mortes por capital no Brasil (que tem 2,99%). A mortalidade (calculada a cada 100 mil habitantes), que no Brasil chega a 71,7, está mais alta no estado (111,9). Enquanto isso, governantes apontam a abertura econômica.

Motivos

Há muitos meses, o Rio de Janeiro segue com letalidade acima até da média. Segundo indicadores do Grupo de Trabalho Multidisciplinar da UFRJ sobre a Covid-19, tomando como base o fim de setembro e início de outubro, a situação não melhorou: calcula-se uma letalidade para o estado de 6,96% e uma taxa R (risco de transmissão) de 1,13. Na Cidade do Rio de Janeiro, a letalidade é ainda maior: 11,12%, com taxa R de 1,14.

O sanitarista Christovam Barcellos, vice-diretor de Pesquisa, Ensino e Desenvolvimento Tecnológico do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fiocruz, apontou, em setembro, que o Rio, se fosse país, seria o primeiro no ranking em letalidade. Segundo ele, hoje o problema continua, e a situação é gravíssima, pois essa taxa demonstra também falha no sistema de saúde, desde a triagem e atenção primária até a falta de vagas em hospitais.

Barcellos reitera que existe falha na atenção primária, com o agente de saúde visitando as casas das pessoas e atendendo em postos de saúde. Segundo explica, as UPAs deveriam servir como triagem e tratar precocemente alguns casos, ou encaminhar para hospitais especializados, onde, por sua vez, faltam vagas. “Talvez (os casos) estejam chegando tarde demais”, pondera.

O indicador de letalidade é, a seu ver, gravíssimo; e no Brasil o índice de letalidade, de acordo com ele, está chegando a 3%, e baixando. O pesquisador indica alguns caminhos para alterar esse quadro, como capacitar profissionais, reforço nos hospitais, acentuar testagem, principalmente nas populações mais vulneráveis, das periferias, em quem tem doença crônica, idosos.

Flexibilização desordenada

Para o infectologista Alberto Chebabo, diretor da Divisão Médica do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), a flexibilização no Rio de Janeiro foi feita muito rápida e de forma desordenada, mantendo um patamar de transmissão elevado. Para ele, a letalidade tão alta no estado é bem grave, pois existe um misto de duas circunstâncias: baixa testagem, com detecção menor dos casos leves, e estrutura de atendimento ruim, com aumento de mortes evitáveis.

O virologista Amilcar Tanuri, chefe do Laboratório de Virologia Molecular da UFRJ, acredita que estão sendo feitos poucos testes no Rio, por isso a letalidade (número dos que morrem entre os infectados) fica alta. Ele considera que talvez deva-se levar em consideração a taxa de mortalidade (por 100.000 habitantes), o cálculo por mês, ou ainda os pacientes diagnosticados. Embora a mortalidade no estado esteja alta, “acho que este dado se deve à qualidade do serviço médico e também ao diagnóstico tardio”.

Desestruturação da rede

O médico infectologista Rafael Galliez, professor da UFRJ, diz que a grande crítica é ao cenário da rede de assistência, com um processo de desmonte do sistema de atenção primária nos últimos anos. Além disso, ele relaciona o problema com leitos de terapia intensiva que já sofriam déficit histórico e uma grande fila à espera, intensificado pela demanda.

“A questão é o processo de desestruturação da rede de alta complexidade, que se encontra bastante debilitada no momento da chegada da Covid-19”, observa Galliez. Lembrando que está se referindo à região metropolitana, ele aponta a desorganização entre os níveis de coordenação dos diferentes municípios. E pondera que, se é o Rio que tem maior infraestrutura, é o que as pessoas, mesmo de outros lugares, vão procurar.

O sistema mais bem organizado teria capacidade de interferir neste índice de letalidade. Para ele, portanto, a questão está diretamente associada à capacidade de organização e estruturação da rede, de identificar casos precocemente, de tudo acontecer de forma inter-relacionada e eficaz.

Atenção básica

O coordenador do GT Coronavírus da UFRJ, Roberto Medronho, aponta que o município tem a mais alta taxa de mortalidade, até mesmo que do próprio estado. Mas essa comparação pode ser mais eficaz, como, por exemplo, entre cidades ou países, se se utiliza a taxa de mortalidade (número de óbitos em relação à população).

Mesmo nesse caso, se o município fosse um país, ele seria aquele com a maior mortalidade do mundo, explica Medronho, mostrando o ranking de óbitos por 100 mil habitantes de 10 de setembro: em primeiro lugar, Rio de Janeiro (148,5), em segundo, San Marino (124,32), em terceiro, Peru (93,71).

A situação, segundo ele, um mês depois não se alterou muito, e relaciona alguns dos motivos que possam ter levado a esta situação: “Para além da questão de ordem estatística, as hipóteses que temos que avaliar é que o município passou esses últimos anos por um desmonte na atenção básica. Equipes da saúde da família foram fechadas. Médicos e profissionais da saúde demitidos. Esse desarranjo da atenção básica foi muito ruim para o atendimento da Covid-19”.

O modelo ideal seria o acompanhamento dos pacientes com covid na atenção básica, na clínica da família ou na UPA, com diagnóstico rápido e, em caso de piora, internação; com isso haveria mais possibilidade de recuperação. Além disso, a estratégia do estado de criar hospitais de campanha naufragou em meio a denúncias de corrupção.

Outro fator: a Prefeitura não ter sido dura com empresários de ônibus para que oferecessem transporte suficiente para evitar aglomeração. Por outro lado, a seu ver, houve uma flexibilização precoce no município para atender a interesses políticos e econômicos. “Isso faz com que a pandemia perdure no Rio de Janeiro mais do que seria necessário.”

Níveis ainda elevados

“Todo este conjunto de fatores fez com que infelizmente fôssemos campeões nos piores indicadores. (A média de casos) está caindo, é fato, mas ainda tem níveis muito elevados. É a isso que as pessoas não estão atentas. Em praias, bares, restaurantes, casamentos, clubes, como se nunca tivesse havido pandemia. É um risco muito grande. Essas pessoas são jovens, muitas não terão casos graves, mas irão para casa e contaminaram seus entes queridos, que podem ter casos graves e vir a falecer”, conclui o epidemiologista.

 

 

 

 

Para viabilizar o Sintufrj Itinerante, a direção sindical adaptou uma van antiga da frota da entidade transformando-a em unidade móvel para servir aos sindicalizados.

O Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) foi escolhido para o início das atividades do Sintufrj Itinerante, na  segunda-feira, 19 de outubro. A iniciativa na linha de atuação do “Sintufrj vai até você” tem o objetivo de aproximar a entidade do dia a dia do servidor nesses tempos de restrição à mobilidade por causa do coronavírus – embora o projeto seja anterior à pandemia.

“O atendimento na nossa unidade móvel será como se o servidor estivesse na sede e nas subsedes do Sindicato, em igual horário de atendimento”, explica Nilce Correa, coordenadora do Sintufrj.

No Sintufrj Itinerante o sindicalizado irá obter esclarecimentos sobre ações judiciais e outros temas relacionados ao jurídico da entidade, informações sobre planos de saúde e demais convênios,  orientações sobre como participar das atividades oferecidas pelo Espaço Saúde, entre outras prestações de serviços da entidade aos trabalhadores e seus dependentes.

Essa ação de aproximação com a categoria abrirá mais espaço para sugestões, críticas, denúncias e o trabalho de mobilização nas iniciativas em defesa das trabalhadoras e trabalhadores da UFRJ. Sindicalizações e recadastramentos poderão ser feitos, claro, na unidade móvel do Sintufrj.

As atividades do Sintufrj Itinerante, neste momento, serão concentradas nas unidades de saúde da UFRJ, locais nos quais a atividade presencial são indispensáveis.

Confira a agenda e até lá.

 

Evento vai debater a utilização das novas tecnologias digitais e metodologias de formação sindical coerentes com a Educação Popular e Integral.

Matéria retirada do site da CUT. 

Nesta quinta-feira (15), data em que se celebra o dia dos professores e das professoras, a Secretaria Nacional de Formação da CUT realiza o seminário “Desafios da Educação Popular no Contexto das Tecnologias Digitais”, a partir das 14h, por meio da plataforma Zoom.

O evento se soma à luta em defesa da educação e do legado de Paulo Freire, considerado um dos pensadores mais notáveis na história da pedagogia mundial, tendo influenciado o movimento chamado pedagogia crítica. Autor do livro da “Pedagogia do Oprimido”, Freire defendia que as escolas precisavam ensinar o aluno a “ler o mundo” para poder transformar a sociedade em que vive.

A iniciativa do seminário, que será voltado às plataformas digitais devido a pandemia do novo coronavírus que já deixou mais de 151 mil brasileiros mortos desde o início do surto da doença no Brasil, é fruto das experiências que a secretaria desenvolve por meio da Rede Nacional de Formação cutista, que culminou com a criação do grupo de trabalhado “educação popular e tecnologias digitais“, tema do evento.

O objetivo do seminário é ainda promover debates em torno do desenvolvimento metodológico da formação sindical com a utilização das tecnologias digitais coerentes com a Educação Popular e Integral, e os princípios da Política Nacional de Formação da CUT, concepção essa que baliza nossa formação sindical historicamente.

Rosane Bertotti, secretária nacional de Formação da CUT, explica que o seminário abordará três eixos principais, que são: o avanço das novas tecnologias e as relações de trabalho, precarização das relações de trabalho e das novas categorias que surgem.

“O outro lado que a gente olha nas novas tecnologias é o que chamamos de estrutura de banco de dados e do acesso da inteligência artificial. Para nós, da formação, o que vamos debater é: como a nova tecnologia contribui para o processo formativo? Como amplia os horizontes? Como os trabalhadores e trabalhadoras podem se apropriar das novas tecnologias e pensar metodologias de formação?”, ressaltou a dirigente.

O seminário terá a presença de Heleno Araújo, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Gilberto Carvalho, ex-ministro-chefe da Secretaria-Geral do governo Lula, e da deputada federal pelo PT, Maria do Rosário.

Essa não é a primeira atividade de formação realizada por meio da plataforma digital que a secretaria desenvolve. No último dia 30, houve a cerimônia de formatura da 2ª turma do Curso em Plataforma Digital, voltado para dirigentes e assessores da base dos sindicatos da CUT. O curso contou com a participação de mais 70 pessoas, entre dirigentes sindicais, entre cursistas coordenadores de escola e secretários de Formação dos estados.

Para Bertotti, um dos objetivos centrais do seminário é apontar quais são os limites de pensar “numa formação através das tecnologias e de plataformas.

“Quais são os avanços que isso pode nos trazer? Esse é um pouco do desafio do seminário na rede de formação que faz parte da elaboração de um grupo de trabalho, criado pela Política Nacional de Formação, que faz uma elaboração sobre isso e, claro, é um tema que nos aperreia porque está na ordem do dia.

Participação de outros países

O evento também terá a participação de outros países, como Colômbia, educadores da Confederação Sindical dos Trabalhadores das Américas (CSA) e da nossa rede nacional de formação, que é o principal ponto do debate da rede nacional de formação da CUT.

“Acredito que terá uma grande vontade de participação de várias organizações”, finaliza.

 

 

 

 

O presente formulário foi elaborado pela Comissão Especial para Acompanhamento das Atividades Não Presenciais (CEANP) e tem o intuito de dar voz ao corpo técnico-administrativo durante o processo do Período Letivo Excepcional em curso, de modo a contribuir para a construção de possibilidades para eventuais novos semestres letivos não presenciais, em função da continuidade da pandemia de COVID-19.

O Sintufrj considera esta iniciativa fundamental. A universidade precisa ter parâmetros robustos para a definição das suas políticas. Recentemente, o debate em torno do calendário acadêmico não levou em consideração a percepção e a vivência dos técnico-administrativos em educação, e o resultado foi bastante insatisfatório, gerando sobrecarga para as secretarias acadêmicas e coordenações de curso.

Recomendamos que a categoria responda ao formulário, colaborando com o levantamento proposto pela comissão do CEG e ajudando a construir estes parâmetros.

Link: https://forms.gle/BRCGyBzDh2Fys4G47

Coordenação do Sintufrj
Gestão Ressignificar

A realização do censo racial pela instituição para que se saiba onde estão, onde não estão e onde querem estar os negros na UFRJ foi defendida pela integrante da Câmara de Políticas Raciais e da Comissão de Heteroidentificação da universidade, Denise Góes, durante o debate on line “A questão de gênero, raça e LGBTQI nas universidades públicas”. O evento reuniu mais quatro debatedores técnicos-administrativos em educação.

“Racismo e machismo perpassam pelo movimento sindical e o combate a esses crimes é a nossa grande missão. As universidades públicas sempre foram espaços de privilegiados, mas as cotas garantiram 50% de pretos e pobres nos seus campi, e hoje quando essas instituições são ameaçadas de privatização por um governo fascista e racista é para atingir quem veio da classe média, os pobres”, afirmou Noemi Andrade, coordenadora do Sintufrj.

Captura de tela do momento de fala da dirigente Noemi de Andrade

Patrícia Santos, mestre e doutora em educação, servidora do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS), compartilhou seus altos e baixos na sua trajetória na universidade iniciada aos 22 anos de idade. “A desvalorização do técnico em relação ao professor provem da ideia de que eles vêm de uma categoria superior. Precisamos desconstruir isso”, disse.

“Fui chefe num setor importante para a unidade e era a única mulher negra que não exercia a função de faxineira. A visão social naquele contexto era que eu não devia ocupar aquele cargo. Já tinha doutorado e dez anos de experiência profissional na universidade. Tenho 1,80 metro, cabelos crespos e falo muito. Não faço o estilo de resignada e isso gerou uma série de dissabores”, contou.

Mas, a gota d´água foi quando Patrícia recebeu um email de um docente a desqualificando. Ele reivindicava que o lugar deveria ser ocupado por quem tivesse escolaridade e capacidade. “Nunca desenvolvemos mais de quatro minutos de diálogo, então, o que ele viu na minha aparência para ter essa opinião?”, indagou. Ela  trabalhava com outro jovem negro e o professor chegou a compará-los com o ex-funcionário que se aposentou e era branco.

Patrícia reagiu, mas como não foi amparada pela instituição, superou a humilhação buscando apoio nas companheiras militantes negras da universidade. A experiência a levou a concluir que o racismo não é estancado pela escolaridade ou a capacidade intelectual ou pelo cargo que o negro ou a negra ocupam. É estrutural e na UFRJ está presente até entre os professores: “no IFCS, dos 70 docentes apenas dois não negros”, informou.

Vitor Matos, 34 anos e 10 de UFRJ, também tem formação acadêmica completa e como militante do Movimento Negro Unificado (MNU) está atento ao racismo que se manifesta cotidianamente na universidade. “Se o corpo docente é todo branco, quem se interessa pela pauta racial? A solidão é muito grande. Quando eu erro, estou demolindo a imagem de todo o negro. Ninguém se lembra de erros dos brancos. Estamos sempre a nos perguntar: Será que vou exercer o cargo com eficiência? É preciso que a estrutura mude para a gente cessar com essa solidão”, afirmou.

Daniele Grazinoli, da Faculdade de Educação, foi taxativa: “As pessoas brancas têm que começar admitindo que são racistas. A gente precisa muito correr atrás do prejuízo. O primeiro racismo que a pessoa sofre é na escola e a UFRJ é racista, e só não é mais porque os movimentos negros não permitem. Tem gente de esquerda que é racista”. Ela, assim como Denise, Vitor e Noemi fazem parte da Comissão de Heteroidentificação da universidade. Patrícia já fez parte também, mas hoje não faz mais.

O debate foi mais uma aula do curso de extensão O Ser e o Fazer Técnico-Administrativo em Educação na Universidade Pública, que acontece todas às quartas-feiras, das 14h às 17h, pela plataforma AVA@UFRJ.

 

 

O Sintufrj protocolou requerimento na reitoria, bem como notificação extrajudicial,  reivindicando providências para os encaminhamentos relacionados à contagem de tempo especial  para servidores que recebem adicionais de insalubridade e periculosidade.

Como se sabe, depois de mais de 30 anos de luta política e de 13 anos na esfera jurídica, os trabalhadores conquistaram o direito com decisão favorável do Supremo Tribunal Federal (STF).

O sindicato fará reunião nesta sexta-feira, dia 16, com a PR-4, para discussão dos desdobramentos com a celeridade que a matéria exige.

Assim que forem definidos, orientações,  procedimentos e modelos de requerimento para protocolo serão disponibilizadas no site e nos canais de comunicação da entidade.

O Sintufrj destinou três telefones para dúvidas e orientações preliminares sobre o tema: 96549-4112, 96549-3179 e 96549-3033.

Entenda o caso

No final de setembro, foi publicada decisão do STF reconhecendo direito de conversão do tempo especial de serviço em tempo comum. Ou seja, um tempo menor pode assim, se transformar num tempo maior. No caso das mulheres, em média 20% a mais e, no caso de homens, em média 40% a mais.  Assim, se o servidor (que se enquadra neste caso) tem, por exemplo, 10 anos, poderá passar a ter 14 anos.

Com o aumento do tempo, pode haver casos em que a pessoa já pode se aposentar, outras, poderão ter direito ao abono de permanência e aposentadoria e/ou a revisão dos mesmos. Quem já é aposentado e se encaixe no direito reconhecido pelo STF pode pedir revisão de aposentadoria.

ATENÇÃO

O Sintufrj destinou três telefones para dúvidas e orientações preliminares sobre o tema: 96549-4112, 96549-3179 e 96549-3033.