Matéria retirada do site Rede Brasil Atual

Indiferente aos números diários, ainda elevados, de casos de covid-19 na cidade, a prefeitura do Rio de Janeiro insiste em acelerar a “volta à normalidade” nas escolas particulares e na rede pública. A reabertura anunciada pelo prefeito Marcelo Crivella (Republicanos), no entanto, sofre forte oposição. Isso porque as datas previstas são consideradas prematuras por profissionais do setor e também pela comunidade científica. A voltas às aulas no Rio está prevista para 10 de julho nas escolas e creches particulares. E para 1º de agosto nas escolas públicas municipais.

Organizado pelo Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe-RJ), um documento público de repúdio à volta às aulas no Rio a partir de 10 de julho já havia colhido até a tarde desta terça-feira (30) a assinatura de 48 entidades representativas de trabalhadores das áreas de educação, saúde e assistência social, além do movimento estudantil.

Sob o título “Defender a Vida na Pandemia: Por Que Não É Hora de Voltar”, o documento toma por base as orientações e pareceres da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). E exige que prefeitura, governo do estado e União apresentem “um conjunto de condições de segurança essenciais, sem os quais não será possível o retorno às atividades escolares presenciais”.

As entidades afirmam que o grau de transmissibilidade da covid-19 no Rio “permanece superior ao estimado pela OMS como compatível para o processo de flexibilização” do isolamento social.

Condições para volta às aulas

Segundo os profissionais, a gradual volta às aulas no Rio só deveria ser planejada depois de o poder público oferecer algumas garantias. A maior delas seria a apresentação das ações concretas a serem realizadas na retomada da educação no pós-pandemia, “com a divulgação de orçamento e planejamento detalhados”.

Os investimentos, na opinião dos profissionais da Educação, devem ser direcionados prioritariamente a medidas de segurança como o fornecimento de produtos de higiene e limpeza (sabão, álcool em gel, máscaras), a aquisição de equipamentos de proteção individual (EPIs) e de proteção coletiva (EPCs), a desinfecção dos materiais didáticos de uso coletivo e a assepsia das escolas com garantia de abastecimento regular de água e rede de esgoto em pleno funcionamento.

A redução significativa do número de estudantes por turma, observando rigorosamente as normas de distanciamento por metro quadrado e outras medidas de segurança nas escolas emitidas pela OMS, também é exigida pelas entidades signatárias: “Para tal, é fundamental a ampliação do quadro funcional de trabalhadores da Educação através de concurso público, incluindo professores, funcionários, psicólogos e assistentes sociais”, diz o documento.

Outras medidas de segurança consideradas imprescindíveis para a volta às aulas também são elencadas pelas entidades, entre elas a reorganização da estrutura física escolar, “considerando o cumprimento rigoroso dos protocolos de segurança sanitária”; o investimento na ampliação do número de salas de aula nas unidades escolares, com uso de espaços com ventilação adequada; e a não utilização de salas de aula sem janelas. Também são exigidos ambientes seguros para a alimentação dos estudantes, reforço nos cardápios escolares, com a adoção do conceito de segurança alimentar e nutricional, e cumprimento dos protocolos de segurança para as merendeiras.

Garantias sanitárias

As entidades exigem ainda a adoção de garantias para o transporte seguro dos estudantes, “sejam aqueles que utilizam transporte escolar, garantindo pessoal informado e treinado para seguir os protocolos de segurança; sejam aqueles que utilizam o transporte público, que terá que ser redimensionado para lidar com a demanda extra que será gerada pelo retorno às aulas”.

O documento pede o estabelecimento das “condições sanitárias para o deslocamento entre a residência e a unidade escolar nos mais diversos cenários da rede pública, privada, urbana e rural, garantindo ainda o reestabelecimento do passe livre”.

Os profissionais estabelecem condições para que a reabertura das escolas possa ser concretizada como, por exemplo, a constatação de uma redução drástica de novos casos de covid-19, com duas semanas de curva descendente de contaminações e pelo menos 50% de disponibilidade dos leitos para tratamento da doença nos hospitais do Rio. Outra condição é que as atividades presenciais sejam suspensas imediatamente se houver uma nova ascensão da curva de contágio, com um consequente aumento do número de infectados e ocupação dos leitos superior a 70%.

O retorno às aulas, segundo as entidades signatárias, deve ser escalonado, com testagem permanente de estudantes e trabalhadores, incluindo a realização de testes rápidos e a aferição da temperatura corporal e da pressão sanguínea. O documento pede também a manutenção e a recomposição do corpo de trabalhadores das escolas, com a garantia de emprego para os profissionais em grupo de risco, novas contratações para completar o quadro de funcionários e a criação de um plano de capacitação a ser elaborado conjuntamente com os governos federal, estadual e municipal.

Compromisso quebrado

Coordenadora-geral do Sepe-RJ, a professora Izabel Costa afirma que a categoria foi surpreendida com a decisão da prefeitura do Rio de retomar as atividades escolares presenciais a partir de 10 de julho. Apenas quatro dias antes, em audiência pública realizada na Câmara dos Vereadores, as secretárias de Educação, Talma Romero, e de Saúde, Beatriz Busch, haviam confirmado que escolas públicas e privadas não retornariam antes do início de setembro. “Elas ouviram de quase todos os participantes que era inaceitável uma retomada durante a pandemia, uma retomada sem sabermos quanto será investido na estruturação das escolas e na compra dos materiais necessários para garantir a saúde de todos”, diz.

A sindicalista afirma que os profissionais da educação entrarão em greve caso se confirme a volta antecipada. E manda um recado ao prefeito. “Crivella, isso é uma quebra de compromisso gravíssima, isso é inaceitável! Nós não seremos coniventes com essa política. O Sindicato irá responsabilizar judicialmente a Prefeitura caso qualquer vida da nossa categoria seja perdida por causa de uma retomada antecipada. Mais do que isso, entraremos em greve, uma greve que será inédita para fechar esse governo lamentável. Uma greve em defesa da saúde, em defesa da vida. Reabrir as escolas durante a pandemia é uma tragédia anunciada e nós estamos aqui para defender vidas”, diz Izabel.

Fiocruz contra retorno

Em documento encaminhado à Comissão Permanente de Educação da Câmara do Rio, a Fiocruz fez recomendação contrária à volta às aulas presenciais no Rio a partir de 10 de julho. Segundo a Fundação, “será necessária a construção de diretrizes e protocolos rígidos para monitoramento e controle de casos, atenção redobrada para os alunos especiais e política de abordagem psicossocial e saúde mental”.

A epidemia de covid-19 começou no estado do Rio em 6 de março. Até esta terça (30), foram registrados 112 mil casos da doença e 10 mil óbitos: “O município está em primeiro lugar em quantidade de casos e mortes com relação ao Estado do Rio de Janeiro e em 39° no Brasil. Entramos na 17ª semana da pandemia ainda com níveis elevados de casos e mortes. As dificuldades em se fazer o bloqueio para manter as pessoas em casa proporciona o prolongamento da pandemia no Brasil, com menos vidas salvas.”

Reabrir escolas, mesmo as privadas, alerta a Fiocruz, colocará em circulação na cidade um número de pessoas na ordem de milhão. “Esse dado, aliado à atual flexibilização em curso já definida pela prefeitura, como shopping centers, aumentará sobremaneira a densidade da mobilidade urbana, o que poderá comprometer o transporte público na cidade, facilitando a aglomeração, agora com crianças e jovens, além dos adultos trabalhadores,”

A fundação faz um alerta final: “Estudos internacionais mostram que não se deve relaxar medidas de distanciamento social antes do tempo, sob pena de ter quer retornar ao início do isolamento. Isso pode culminar em um crescimento rápido de mortes pelo coronavírus, com desperdício dos esforços iniciais. Uma decisão precoce pode acelerar a transmissão e gerar uma segunda onda de infecções”.

 

 

 

São 25 anos de um aniversário em tempos atípicos. Mas a instituição da UFRJ se reinventa e presenteia o público

 

Ao comemorar 25 anos de existência, a Casa da Ciência da UFRJ presenteia o público ao disponibilizar o blog interativo “Juntos na Casa”, para ser explorado durante o isolamento social. Tem ainda um vídeo de apresentação da Casa. Desde o início do ano, a unidade realiza atividades para marcar a data, mas com a pandemia viral, teve que se reinventar para continuar a levar ciência e conhecimento de forma ampla à população.

A diretora da Divisão de Programas da Casa da Ciência, Fátima Brito observa que realidade virtual para quem trabalha com a difusão popular da ciência e do conhecimento é ainda um desafio para todos:“O grande desafio não é só da Casa da Ciência, mas de centros de ciência que são interativos. É pensar democraticamente como fazer as atividades junto com o público nas redes sociais. É um problema, pois apesar de ser um espaço democrático, nem todos tem acesso à internet. E parte do público não tem acesso ao material que vamos disponibilizar.”

Mas essa preocupação não impede que Fátima fale com entusiasmo a respeito do trabalho desenvolvido pela equipe para não deixar o público órfão no período de isolamento social. “Estamos disponibilizando ao máximo as possibilidades de atividades e de material que já temos na casa, os quais as pessoas possam acessar e interagir”, informa.

A Casa da Ciência é um Centro Cultural de Ciência e Tecnologia da UFRJ, que foi inaugurada em 29 de junho de 1995. A proposta era popularizar a ciência e explorar diversas áreas do conhecimento através de exposições, oficinas, palestras, cursos, workshops, audiovisual e teatro. O seu forte é a realização de uma variedade de atividades interativas e com a pandemia enfrenta o desafio de manter viva essa interatividade somente através das redes sociais.

Essa preciosidade fica na Zona Sul do Rio de Janeiro, no bairro de Botafogo, em uma área de 3 mil m², em meio a muito verde, na Rua Lauro Muller, 3. A entrada é franca. Quando o momento atual em que vivemos passar, vale uma visita.

Juntos em casa… e na Casa

Mesmo com o desafio do distanciamento social e a Casa da Ciência fechada para visitação, a equipe desenvolveu o blog “Juntos na Casa” para manter as atividades mesmo que virtualmente.

É um espaço cheio de arte e ciência com jogos e experiências para fazer em casa mesmo. Acaba virando uma curtição e uma atividade muito gostosa que pode ser feita com amigos, familiares, alunos e professores! |

E ainda traz links interessantes para serem explorados como o de informações sobre a Covid-19 e a popularização da Ciência.
O endereço do blog é https://juntosnacasadaciencia.wordpress.com/

Navegação

O blog é dividido em cinco botões para a navegação:
Bem-vindos é o espaço de apresentação com todas as redes sociais disponíveis e endereço de contato.
Notícias traz informações relevantes para a ciência e para o público como a Covid-19.
Para fazer em casa estão as atividades para realizar no aconchego do lar. Para professores traz materiais para o professor desenvolver com seus alunos.
Publicações tem a produção didática da Casa da Ciência.
Memórias traz aspectos históricos da ciência e conta a trajetória dos 25 anos através de personagens da história e de pessoas que participaram de atividades da Casa da Ciência.

25 anos

Para a comemoração dos 25 anos foi criada a série #ÉFestaNaCasa, que homenageia algumas personalidades que fizeram parte da sua história. Desde o início do ano, a cada mês, um cientista, artista ou personagem conta a sua trajetória e a relação com a Casa da Ciência. Esta série continuará até junho de 2021.

Em junho, no mês de aniversário, a personagem foi Fayga Ostrower, artista plástica, teórica e professora, nascida na Polônia e falecida em 2001. Ela marcou sua passagem pela Casa da Ciência quando em 1999 participou do primeiro ciclo de palestras do “Ciência para Poetas”. Foi um debate animado sobre Ciência, Arte e Cultura, com pessoas de diversas áreas, no evento “Física para Poetas”.

 

A UFRJ, em parceria com a Fiocruz, está desenvolvendo um novo modelo de oxímetro — aparelho que mede os níveis de oxigênio no sangue – a custo econômico e com nova tecnologia, que permitirá ser usado em paciente fora do hospital, mantendo o acompanhamento médico. O equipamento será ligado remotamente a uma central, que emitirá um sinal quando a saturação do oxigênio do usuário estiver abaixo do indicado.

Uma das metas dos pesquisadores é levar o aparelho a pacientes com a covid-19 sem sintomas graves para que, em caso de alteração dos indicadores, eles sejam imediatamente internados. A base tecnológica do projeto que se encontra em fase de montagem de protótipos é a IoT (Internet of Things), que são sistemas que usam a rede para acompanhar funcionamento de dispositivos instalados em locais distantes.

Avanço
O coordenador do grupo de pesquisa, Guilherme Travassos, que responde pelo Programa de Engenharia de Sistemas e Computação da Coppe, disse que o Oxímetro IoT faz parte de um sistema maior sobre mecanismos de acompanhamento e monitoramento de pacientes, e reúne pesquisadores da graduação e da pós-graduação de diversas unidades da UFRJ, além da Coppe, como o Complexo Hospitalar e a Faculdade de Medicina. “Esse time construiu esse sistema que, além do dispositivo em si, de baixo custo, envolve toda parte de sensoriamento e medição”, afirmou.

O novo equipamento, segundo Travassos, é um sistema de baixo custo e que conta com uma estrutura de software para comunicação (dos dados coletados) pelo dispositivo — que tem sensores de saturação de oxigênio do sangue, temperatura e frequência cardíaca – e que, através de IoT (internet das coisas), envia as marcações de cada paciente para um painel de acompanhamento (dashboard) dos indicadores pelas equipes médicas.

A primeira versão do protótipo está em teste e a expectativa dos pesquisadores é que as agências de fomento como Faperj, CNPq e Capes aprovarem o projeto e destinem recursos para a produção dos equipamentos.

Além dos recursos, observou Travassos, é necessário seguir um conjunto de protocolos para garantir segurança no uso dos equipamentos. Embora seja um sistema não invasivo, não pode apresentar falhas. “Isso talvez seja a parte mais delicada. Por isso estamos trabalhando com equipes de saúde neste projeto multidisciplinar fascinante”, concluiu.

Instalação
Segundo Travassos, o equipamento está sendo desenvolvido com dois propósitos: para instalação em enfermarias, principalmente em leitos que demandam isolamento (não é de UTI), e em casa de pacientes que não necessitam de internação, mas que precisam ser acompanhados. Os primeiros deverão atender às comunidades próximas do Fundão.

 

A greve de 24 horas atingiu principalmente as capitais e cidades de médio porte. Entregadores dizem que se até o próximo final de semana, empresas não atenderem reivindicações farão nova paralisação em dez dias

Matéria retirada do site da CUT

 

A primeira greve nacional dos entregadores de alimentação por aplicativo foi um sucesso na avaliação dos organizadores do movimento, em São Paulo. A grande adesão fez os organizadores paulistanos a planejarem uma nova greve, provavelmente nos dias 11 e 12 de julho (sábado e domingo), se até o final desta semana, as empresas por aplicativo não derem uma resposta favorável às suas reivindicações.

Entre as reivindicações da categoria estão a entrega de álcool gel, máscaras e equipamentos de segurança que, segundo eles, as empresas como Ifood, Rappi, Loggi, James, Uber, e outras, prometeram, mas não entregaram para ajudá-los na prevenção à Covid 19. As reivindicações envolvem ainda aumentos do preço por quilômetro rodado e do preço mínimo por corrida, seguro de roubo, acidente e vida e fim dos bloqueios indevidos.

“As empresas ainda não deram nenhuma resposta, mas a gente vai dar um prazo, talvez, até sábado ou domingo que vem, e se elas não responderem a gente pode fazer uma nova paralisação no outro fim de semana”, diz Diógenes Silva de Souza, um dos organizadores da greve dos entregadores em São Paulo.

Foto: DIÓGENES SILVA DE SOUZA

Um estudo recente da Rede de Estudos e Monitoramento da Reforma Trabalhista (Remir Trabalho) da Unicamp, mostrou que 68% dos entregadores perderam renda durante a pandemia.

Como foram as manifestações no país

Em São Paulo, na Avenida Paulista, no período da tarde, os entregadores rezaram o pai nosso e fizeram um minuto de silêncio pelas mortes de seus colegas vítimas da Covid 19. Eles também receberam doações de alimentos para os seus colegas que perderam emprego, por terem sido bloqueados e desligados das empresas por aplicativo que vêm os obrigando a cumprir carga horária mínima de oito horas diárias, inclusive aos sábados, domingos e feriados. Além de diminuir o valor das corridas, entre outras perdas.

Foto: ROBERTO PARIZOTTI
Foto: ROBERTO PARIZOTTI

Da Paulista, a manifestação seguiu para a Ponte Estaiada, no bairro do Morumbi, na zona sul da capital, onde o ato deve ser encerrado (esta edição  foi fechada às 16h30)

Pela manhã, motociclistas e ciclistas haviam percorrido os locais de maior movimento de entregas na zona sul, para convencer outros trabalhadores a aderir ao movimento.

A greve atingiu além de São Paulo, as capitais do Rio de Janeiro, Pernambuco, Sergipe, Maranhão, Santa Catarina, Goiás, Brasília, Minas Gerais, Piauí, Ceará, Alagoas e Bahia, além de cidades de médio porte de São Paulo como Campinas, Santos, Piracicaba e Niterói, no Rio de Janeiro.

No Rio, a manifestação teve início no centro da cidade e seguiu até a zona sul, parando nos bairros de Botafogo e Jardim Botânico.

 

Em Belo Horizonte (MG) os manifestantes ocuparam vias da cidade de motocicleta e foram até a Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

A concentração dos entregadores no Distrito Federal foi em frente ao Congresso Nacional. Centenas de motociclistas e ciclistas saíram em seguida pelas avenidas de Brasília.

Em Goiânia (GO), também houve manifestação de motociclistas e ciclistas nas principais vias da cidade.

Acharam que não ia ter #BrequeDosApps em Goiânia? Acharam errado! pic.twitter.com/AiUa3zNBai

Capitais do Norte e Nordeste também aderiram à greve

Em Belém, Pará, eles sairam pela cidade, no final da manhã, buzinando em protesto pelas péssimas condições de segurança e pagamentos.

No Recife, os manifestantes seguiram pela Avenida Agamenon Magalhães até o bairro de Boa Viagem, na zona sul da capital pernambucana.

Em Fortaleza (CE), a manifestação começou em frente a um dos principais shoppings da cidade e seguiu até o bairro Edson Queiroz.

Em Teresina, capital do Piauí, além da manifestação por melhores condições de trabalho, os entregadores pediram maior segurança, depois que um entregador foi assaltado e teve sua moto levada, na terça-feira (30). Eles foram recebidos pelo secretário estadual de Segurança Pública, Rubens Pereira.

Também houve manifestação em São Luís, capital do Maranhão.

Na Bahia, os manifestantes percorreram as principais avenidas da capital Salvador e os locais com maiores concentração de pedidos de entregas.

Em Maceió (AL), os manifestantes percorreram de motocicleta diversas ruas da capital, até a principal Avenida da cidade, a Fernandes Lima.

Na capital do Sergipe, em Aracajú, a Polícia Militar impediu que os entregadores percorressem as ruas da cidade, alegando que não havia autorização para o protesto. Apesar do impedimento das autoridades policiais, os entregadores deram o seu recado na Orla de Atalaia, a principal via turística de Aracajú.

Luta dos entregadores recebe apoio da CUT

Em nota, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) deu seu apoio à greve e afirmou que trabalhará para fortalecer a organização e a luta dos entregadores por aplicativos por seus direitos e para a formalização da relação de trabalho.

Entregadores da América Latina também se solidarizam com brasileiros

A greve dos entregadores brasileiros ultrapassou fronteiras e recebeu apoio internacional, já que a falta de respeito e as condições precárias de trabalho oferecidas pelas empresas de aplicativos ocorrem em todo o mundo.

Trabalhadores e trabalhadoras da Argentina, Chile, Costa Rica, Equador e Guatemala se solidarizaram com os brasileiros nas redes sociais em apoio à greve.

 

O coordenador do Laboratório de Virologia Molecular (LVM) da UFRJ, Amilcar Tanuri, informou que desde o dia 28 de junho a UFRJ em convênio com a Secretaria Estadual de Saúde, iniciou a coleta de materiais em 25 locais (10 na capital e 15 no interior), a cada 15 dias. O objetivo é acompanhar a curva de casos nestas diferentes regiões para um estudo sobre a evolução da Covid-19 no Estado do Rio.

O estudo, coordenado por Tanuri, envolve vários grupos de trabalho, além do LVM e o Laboratório Central de Saúde Pública do Rio de Janeiro Noel Nutels (Lacen), da Secretaria de Estado de Saúde, a Faculdade de Medicina e o Instituto Estadual de Hematologia Arthur de Siqueira Cavalcanti (Hemorio).

Testes
Está sendo colhido tanto material do nariz e garganta com swab (para o teste PCR ou molecular), quanto sangue (para sorologia ou teste rápido). A proposta é repetir a testagem quinzenalmente para analisar a tendência e prevê, numa primeira fase, seis ciclos quinzenais de testes. “Vamos ter uma ideia geral da prevalência e da incidência da doença”, explica o virologista.

De acordo com Tanuri, no acompanhando feito até o momento, em conjunto com pesquisadores do Lacen e com base em testes PCR (molecular), os números apurados indicam que, na cidade do Rio, a epiidemia atingiu o pico na primeira semana de maio e vem caindo paulatinamente. “O problema”, aponta, “é quando se analisa a situação usando testes rápidos (sorologia) e não moleculares, o que pode refletir em estimativas diferentes, com número de casos elevados.”

Conclusões
A análise do material coletado (com swab) do nariz e da garganta, o PCR detecta se o vírus está presente no corpo. Já o exame de sorologia (ou teste rápido), com coleta de sangue, é capaz de detectar níveis de anticorpos no sangue e se a pessoa já teve contato com o vírus.

O teste rápido, informa Tanuri, aponta quem teve a doença, por exemplo, um mês atrás. Quanto se utiliza muitos destes pode inflar os números (numa região) com casos que aconteceram no passado. “Então, o PCR dá uma visão no tempo real da epidemia”, explica, informando que, com base nesse teste, o número vem decrescendo, dados que casam com os números de internação (em leitos e em CTI) na cidade do Rio de Janeiro, embora haja, no interior, cidades em que há aumento do número da Covid-19.

O virologista acredita que este pode ser o momento de ter algum nível de flexibilização nas medidas de isolamento, mas tudo bem avaliado e testado com mais PCR. “A gente precisa ter um norte de retomada, com cuidado, mas precisa”, diz.

Mas, a avaliação de que o pico da doença foi no início de maio e os números vêm decrescendo, não é a mesma do GT Multidisciplinar da UFRJ para Enfrentamento da Covid-19. Segundo Tanuri, parte desse grupo de trabalho avalia que a epidemia está em alto nível e não atingiu o pico. Portanto, há uma discrepância de pontos de vista.

 

 

Carlos Decotelli entrega carta de demissão a Bolsonaro cinco dias após ser nomeado

Redação

Brasil de Fato | Brasília (DF) |

 

 

Durou cinco dias a passagem do economista Carlos Alberto Decotelli como ministro da Educação de Jair Bolsonaro (sem partido). Ele entregou uma carta de demissão ao presidente nesta terça-feira (30), após uma série de fraudes sobre sua formação virem à tona. A confirmação foi feita pelo assessor especial do Ministério da Educação (MEC) Paulo Roberto.

O estopim para a saída teria sido uma nota divulgada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) na noite desta segunda-feira (29), na qual a instituição nega que o economista tenha sido professor ou pesquisador por lá, como consta em seu currículo.

O comunicado da FGV diz que Decotelli “atuou apenas nos cursos de educação continuada, nos programas de formação de executivos e não como professor de qualquer das escolas da Fundação”.

Pouco antes, na tarde de segunda-feira (29), o professor havia se reunido com o presidente para se explicar sobre os “equívocos”. Segundo fontes palacianas, porém, Decotelli não citou o exagero sobre a FGV na reunião, o que teria irritado Bolsonaro.

Antes disso, o ministro nomeado já havia sido desmentido por universidades estrangeiras, que informaram que ele não tem as formações que afirma ter.

Ele registrou no currículo, por exemplo, um doutorado na Universidade Nacional de Rosario, da Argentina. Contudo, o reitor da instituição, Franco Bartolacci, negou que ele tenha obtido o título. O pós-doutorado que Decotelli diz ter feito na Universidade de Wuppertal, na Alemanha, também foi desmentido pela instituição.

Além disso, segundo reportagem publicada pelo portal UOL, ele é acusado de copiar quatro trechos de outras dissertações de mestrado e textos acadêmicos na introdução de seu trabalho de mestrado, apresentado em 2008 para a FGV Rio de Janeiro, com o título Banrisul: do PROES ao IPO com governança corporativa.

Histórico de verdade

Decotelli, de 67 anos, é economista formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), oficial da reserva de Segunda Classe da Marinha e ex-presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

Ele foi nomeado como o terceiro ministro da Educação de Bolsonaro para suceder a Abraham Weintraub, demitido por atacar o Supremo Tribunal Federal (STF) e causar desgaste entre os poderes.

A indicação de Decotelli foi da cúpula militar do governo, especificamente dos almirantes. Ele também contou com a benção do ministro da Economia, Paulo Guedes, de quem foi colega no Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (IBMEC).

O economista esteve também na Secretaria de Modalidades Especializadas do Ministério da Educação, que atua em articulações de políticas para a educação do campo, para a educação especial de estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades.

 

 

A força da essência das flores para fortalecer o estado emocional e mental das pessoas abaladas pela pandemia viral foi um dos temas abordados em uma das atividades do projeto Luta e Saúde do Sintufrj, que oferece videoaulas diárias aos trabalhadores desde o início do isolamento social, pela equipe do Espaço Saúde Sintufrj.

A palestrante convidada foi a terapeuta floral com visão transdisciplinar, Rosimary Juventude. A especialista é pós-graduada na matéria e tem 20 anos de experiência na área.

Os florais de Bach são uma terapêutica desenvolvida pelo pesquisador e cientista inglês Eduardo Bach, e se baseia no uso de essências florais medicinais para promover o equilíbrio entre mente e corpo. As gotinhas têm o poder de transformar emoções e pensamentos negativos, atualmente aflorados pelo medo da Covid-19.

Dicas & Benefícios
“O dr. Bach criou um tipo de medicamento para qualquer pessoa se tratar emocional e mentalmente. O floral não tem efeito colateral e não faz mal. É um tratamento que traz equilíbrio para a pessoa. O floral trata a pessoa para que ela encontrar o autoconhecimento, se descobrir, se aceitar e assim ser feliz do seu jeito”, explica Rosimary.

Ela garante que o tratamento com florais de Bach tem sido de grande ajuda às pessoas neste momento de insegurança por conta do novo
Coronavírus, ajudando a afastar o medo e a resgatar o equilíbrio. A uma aluna que quis saber qual floral deveria levar para o hospital onde trabalha, Rosimary indicou o Five flower.

“Sugeri que ela adicionasse o floral na garrafa de água e avisasse o pessoal. O Five Flower resgata o equilíbrio e tem o poder de trazer a pessoa para o seu presente diante de qualquer desequilíbrio, acontecimentos ou perdas, que é o que temos mais visto nesta pandemia”, ensina a terapeuta.

Ao senhor de 60 anos que atendeu no consultório em pânico com medo de ser contaminado pelo vírus, Rosimary prescreveu outro floral. “O tratei com Walnut, que ajuda a dar proteção em relação a influências externas e pôr o medo de lado. É uma proteção mental”, orienta.

Outros florais que são importantes e tem ajudado muito as pessoas na pandemia é o Rock Rose e o Crab Apple. O primeiro é o floral do medo — “Ele traz a coragem para tomar atitudes diante do caos”–; o segundo, indica Rosimary,“é importantíssimo para esse momento atual”.“O Crab Apple trabalha a limpeza interior das pessoas. Limpa maus pensamentos e sentimentos, como a sensação de que vai se contaminar. As pessoas sentem-se mais tranquilas e fortalecidas”, complementa.

Missão dos florais

O objetivo dos florais é tratar a pessoa e não a doença ou seus sintomas. E todo tratamento tem a junção de quatro essências florais de acordo com a necessidade individual. Eles podem ser administrados junto com outros tratamentos e figuram entre os tratamentos alternativos reconhecidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

“Os florais de Bach, que foram os primeiros a ser descobertos por volta de 1900, ajudam a trazer equilíbrio emocional. Trazem equilíbrio num momento de dúvida, trazem segurança, coragem e acalmam. Para se tratar com florais sempre tem dois caminhos: podem ser tomados pela pessoa de acordo com o seu estado emocional – as farmácias de manipulação têm a cartelinha — ou prescrito pelo terapeuta. No entanto, é muito importante a função do terapeuta, porque ele dá a orientação necessária”, alerta a especialista.

Além do terapeuta floral há psicólogos e médicos que trabalham com a terapia dos florais. Segundo Rosimary, que também trabalha o reiki (técnica japonesa que utiliza as mãos para transferir energia) nos seus atendimentos, a pessoa na terapia conta a sua história de vida, fala de seus medos, dúvidas, influências, etc. “O floral é um veículo para o despertar. Depois disso, eu ofereço as flores e a pessoa faz a sua escolha”, diz

Segundo Rosimary, o floral pode ser tomado em quatro gotas quatro vezes ao dia ou conforme a necessidade da pessoa. Pode ser pingado diretamente na boca ou misturado na água. São 38 os florais de Bach divididos em três grupos. O primeiro é composto de 12 flores, que tratam do temperamento pessoal. O segundo tem sete flores, as auxiliares, e o terceiro é composto de 19 flores, os complementares.

Videoaulas

As videoaulas do Espaço Saúde Sintufrj oferecem exercícios para o corpo e a mente, e estão à disposição de todos os servidores da UFRJ, de segunda a sexta-feira, pela manhã e à tarde.

As aulas são ministradas pelos profissionais do Espaço Saúde do Sintufrj – professores de educação física, fisioterapeutas, instrutores de ioga, capoeira e dança. São ministradas práticas de ginástica, circuito, alongamento, meditação e ioga.

Os interessados devem enviar mensagem para o whatsApp do Sintufrj 96549-2330, que será incluído na lista de transmissão da entidade. Não pode esquecer de salvar o número nos seus contatos.

Além do link diário para as atividades do Espaço Saúde, quem faz parte da lista de transmissão do Sintufrj a cada momento é atualizado com informações do interesse da categoria dos técnico-administrativos

 

 

Queda no valor das entregas e fim dos bloqueios indevidos estão entre as principais reivindicações. Consumidor pode ajudar boicotando os aplicativos

Matéria retirada do site Rede Brasil Atual.

Para barrar a sanha dos aplicativos que se alimentam da exploração, entregadores prometem parar as atividades nas principais cidades do Brasil nesta quarta-feira (1º). A greve deve alcançar outros países da América Latina, como Argentina, Chile e México, já que as mesmas empresas estão presentes em diversos locais.

As principais reivindicações são o aumento do valor mínimo das entregas e dos pagamentos recebidos por quilômetro rodado. Eles querem o fim dos bloqueios indevidos. Por outro lado, também consideram injustos os sistemas de pontuação das plataformas

Em meio à pandemia, pedem ainda o custeio pelas empresas dos equipamentos de proteção individual (EPIs) – luva, máscara, álcool em gel – e licença remunerada para os trabalhadores que foram contaminados. Além disso, os entregadores reivindicam benefícios, como vale-refeição e seguro contra roubo, acidente e de vida.

Em São Paulo, os entregadores marcaram pontos de encontro, às 9h, em cada zona da cidade, na região central, e também em Barueri, Osasco, Embu das Artes e no ABC. Primeiramente, devem percorrer as respectivas regiões, buscando a adesão dos demais colegas. Na sequência, se encontrarão às 14h, na Avenida Paulista, onde realizam uma manifestação.

Posteriormente, ainda na parte da tarde, os entregadores se dirigem até a Ponte Estaiada, na Marginal Pinheiros, zona sul da cidade. Além de “brecar” as entregas do jantar, eles querem que a TV Globo faça a cobertura da manifestação, no horário do jornal local.

Competição

Ifood, Rappi, James, Uber Eats, por exemplo, se definem como empresas de tecnologia, sem vínculos com os trabalhadores. Quando surgiram, as remunerações satisfatórias e a flexibilidade da jornada eram os principais atrativos. Contudo, com o aumento do desemprego e da informalidade, muitos encontraram o seu ganha pão nessa função. Por outro lado, com maior oferta de mão de obra, a concorrência aumentou. Consequentemente, o valor pago aos entregadores caiu.

Pesquisa on-line realizada pela Rede de Estudos e Monitoramento da Reforma Trabalhista (Remir Trabalho), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), mostra que 68,9% dos entregadores tiveram queda nos ganhos durante a pandemia. Antes, 17% diziam ganhar em torno de um salário mínimo (R$ 1.045). Agora, são 34%, um terço do total. Por outro lado, caiu para 26,7% a proporção dos que afirmavam ganhar acima de dois salários mínimos. Antes da pandemia, eram mais da metade (51%).

Insatisfeitos

A reportagem ouviu relatos de três entregadores para saber mais sobre as condições que levaram à greve. As insatisfações não são recentes. Para além da inexistência de direitos, eles reclamam que não recebem qualquer tipo de apoio das plataformas. Agora, com o aumento dos riscos para a saúde e a queda nos rendimentos, a situação se tornou insustentável.

“Motoca”

O entregador conhecido como Mineiro (preferiu não se identificar para evitar eventuais punições) conta que eles se articulam por meio de grupos de WhatsApp. As conversas com vistas à paralisação começaram há cerca de um mês. Ele tem 30 anos, e trabalha há três como entregador de aplicativo. É morador do Parque Bristol, zona sul de São Paulo, mas se desloca fazendo entregas por toda a região metropolitana.

Na sua percepção, o número de “motocas” aumentou cerca de três vezes nos últimos anos. “Se você parar num semáforo aqui, em São Paulo, tem no mínimo 20 motos naquela área reservada. Dessas 20, 19 são entregadores, entendeu?”. Com o aumento da concorrência, o valor pago pelo quilômetro rodado caiu de cerca de R$ 1,5 para R$ 0,93. “Eles estão de brincadeira com a nossa cara. A gasolina aumentou de novo. E a gente não tem condições de ficar bancando.”

Ele também reclama dos bloqueios indevidos. “Quando você é mandado embora de uma empresa, tem que ter uma justificativa. Mas não, eles simplesmente te bloqueiam. Se a pessoa fica doente, eles te bloqueiam. Sofre um acidente, te bloqueiam. Se o cliente reclama, a gente não tem defesa nenhuma, porque simplesmente não tem como falar com os aplicativos.”

Durante a pandemia, Mineiro diz que uma das empresas passou a oferecer máscaras e álcool em gel por apenas dois dias. Mesmo assim, só depois que cerca de 400 entregadores decidiram protestar. Sobre o auxílio para os trabalhadores contaminados, ficou na promessa. “Nunca foi repassado. Até hoje, o único auxílio que eles receberam foi um bloqueio na tela, sem justificativa.” Por esses motivos, ele espera uma adesão à paralisação de “pelo menos 98%” dos colegas.

Ex-empreendedor

Rafael Ferreira, de 33 anos, mora na região da Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro. Ele conta que começou a fazer entregas quando era sócio de um restaurante. Com o fim da sociedade, passou a se dedicar exclusivamente aos aplicativos. No início, há cerca de dois anos, trabalhava “no máximo seis horas por dia”, seis dias por semana. Era o suficiente para garantir o sustento da família.

“Agora, só saio da rua quando bato a minha meta em dinheiro. Pode ser 9 horas da noite, 10, 11. Num dia bom, acabo mais cedo. Não é uma coisa fixa. Mas, com certeza, é preciso trabalhar bem mais hoje para sobreviver do que antigamente.”

Rafael relata que trabalhava apenas com o Ifood. Hoje, está cadastrado em seis aplicativos de entrega. Em um deles, o Uber Eats, foi impedido de trabalhar. “Não me deram a menor justificativa. Simplesmente me bloquearam.”

O pagamento inferior a R$ 1 por quilômetro rodado torna a função praticamente inviável, segundo Rafael. Até porque as empresas não pagam pelo deslocamento até a coleta do produto. Também reclama da falta de infraestrutura para os entregadores, que não contam com elementos básicos, como banheiro e local para fazer as refeições.

Ele lembra que são empresas de entrega, mas que não têm uma única motocicleta. “Tomara que, no dia 1º, os entregadores consigam mostrar a sua força”, afirma. Mas ele teme que muitos colegas “furem a greve” para se beneficiar das melhores taxas oferecidas no dia.

Pedalando

Os jovens que fazem entregas com bicicletas recebem valores ainda menores. Adriano Negocek, de 23 anos, é estudante de Física na Universidade Federal do Paraná (UFPR). Morador de Almirante Tamandaré, região metropolitana de Curitiba, ele pedala quase todos os dias cerca de 10 quilômetros até o centro da capital, na hora do almoço. Começou a trabalhar como entregador, no final de 2018, após ser demitido de seu emprego anterior. Apostou na flexibilidade da jornada para poder conciliar o trabalho com os estudos.

Ele conta que tirava, em média, R$ 60 por dia. Agora, durante a pandemia, o rendimento diário caiu para menos de R$ 20 reais. “O valor caiu muito, não só por conta da pandemia. Não sei se é menor o fluxo de pedidos, ou se é pela concorrência que aumentou.” Por conta das entregas, Adriano também revela o receio de contaminar a sua mãe, que é do grupo de risco.

Ele almoça no restaurante universitário, mas sabe que a alimentação é um problema para a maioria dos seus colegas entregadores. Seja pelo preço cobrado pelos restaurantes na região central, onde é maior a demanda por entregas, seja pela falta de um local adequado para aqueles que levam marmita. Adriano também teme que alguns colegas entregadores não participem da greve, com medo de sofrerem bloqueios posteriores.

O consumidor e a greve

Os consumidores também podem ajudar a luta dos entregadores. Acima de tudo, eles solicitam que as pessoas não peçam comida pelos aplicativos neste dia. Se não puderem cozinhar, que se dirigm diretamente aos restaurantes. Além disso, pedem que os consumidores avaliem com a menor nota esses aplicativos, nas lojas virtuais. E deixando também comentários para denunciar a exploração dos trabalhadores.

 

 

 

O Diretor da Divisão Médica do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da UFRJ, infectologista Alberto Chebabo, informa que o HUCFF voltou a registrar na semana passada aumento de pacientes com suspeita ou com a covid-19, embora os números atuais não se comparem ao volume de pacientes em maio.

“Foi a primeira semana em que não houve queda, desde então (maio)”, disse o especialista, lembrando que o repique de casos ocorre exatamente há duas ou três semanas de início do relaxamento do isolamento social. A ressalva é de que os números de apenas uma unidade hospitalar (HUCFF) não servem como indicador de uma tendência mais ampla.

Na avaliação de Chebabo, a flexibilização da pandemia no Rio “não poderia estar ocorrendo da maneira como estão fazendo”. Segundo ele, seria mais importante abrir serviços essenciais do que bares e restaurantes. E, embora exista uma programação da Prefeitura, ele observa que estão adiantando etapas sem a medição (as testagens) correta.

Para o infectologista, não faz sentido o retorno das aulas no dia 15 julho, se estamos no meio da epidemia e com novos casos aparecendo. “Agora não tem mais nada com sentido”, constata com pessimismo. A retomada do calendário escolar precisa, segundo o Chebabo, ser acompanhada de um planejamento que inclua a alternância dos estudantes em aulas para diminuir aglomerações em áreas comuns. O que ele acha difícil que tenha sido planejado.

Chebabo pondera que o fato de haver vagas nos hospitais não significa que se possa expor as pessoas. “A doença continua existindo. Na realidade, não é que não esteja na hora de algum tipo de liberação, só que isso deve ser feito de forma controlada. Não tem porque liberar presença de público em jogo de futebol”, adverte. A Prefeitura do Rio de Janeiro autorizou a volta do público aos estádios de futebol a partir do dia 10 de julho.

Esse tipo de abertura, segundo o infectologista, tem consequências que afetam os demais, porque provocam, por exemplo, o aumento do número de pessoas nos transportes públicos.

Pandemia avança e o Brasil registra das 10% das mortes
“A pandemia está longe de ter terminado.” O alerta é do diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, que teme que o pior ainda esteja por vir. No domingo, 28 de junho, o número de infectados ultrapassou 10 milhões e 500 mil morreram, segundo levantamento da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos.

 

Adhanom disse que entende que todos queiram continuar com suas vidas, mas a realidade é que “isto (a pandemia) não está nem perto de terminar”. Segundo ele, embora alguns países tenham feito algum progresso, a pandemia está acelerando, a maioria permanece suscetível e o vírus tem muito espaço para se movimentar.

Triste ranking brasileiro
Nestas tristes estatísticas, o Brasil está em segundo lugar com 10% dos óbitos e com um presidente que reclamou de excesso de preocupação de governadores e prefeitos. Na Europa, na semana passada, houve aumento do número de casos e países recuaram na flexibilização do isolamento, como, por exemplo, Portugal em alguns bairros de Lisboa.

No Brasil, onde cerca de 90% dos municípios já foram atingidos pela pandemia, cidades tiveram que retroceder na flexibilização para conter o aumento de casos. Se for um jogo de tentativa e erro, este jogo está custando vidas. Muita gente, infelizmente, não segue as orientações de especialistas.

Antecipando fases
No Rio de Janeiro, já são quase 10 mil mortes e 111.883 casos confirmados até segunda-feira, 29 de junho. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES), nas 24 horas anteriores foram registrados 29 novos óbitos e 585 novos casos. Mas, alheio a esses números, o prefeito Marcelo Crivella se reuniu com os donos de escolas particulares para definir se o ano letivo será retomado no dia 15 de julho.

No sábado, 27, a Prefeitura do Rio antecipou a reabertura do comércio de rua na cidade (incluindo salões de barbeiros), previsto para ser incluído somente na terceira fase da flexibilização, no dia 2 de julho, deixando as ruas movimentadas.

Não é hora de voltar
Dezenas de entidades representativas de trabalhadores das áreas de educação e saúde e assistência social, entre elas CUT, Sintufrj, Adufrj e Sindicato dos Médicos, e o movimento estudantil, assinaram o manifesto Defender a vida na pandemia: porque não é hora de voltar, no qual afirmam que tomaram como base orientações da Organização Mundial de Saúde e pareceres da Fiocruz para apresentar um conjunto de condições de segurança essenciais, sem as quais não será possível o retorno às atividades escolares presenciais na educação básica.

O documento cobra o compromisso das prefeituras, do governo do estado e da União de apresentar concretamente o valor dos investimentos que serão feitos para a retomada da educação no pós-pandemia e o atendimento de itens, tais como: fornecimento de produtos de higiene e limpeza, equipamentos de proteção individual e coletiva, desinfecção de materiais didáticos, redução do número de estudantes por turma, reorganização da estrutura física das escolas, com ampliação do número de salas e espaços com ventilação, ambientes seguros para alimentação, condições sanitárias no deslocamento até a escola, retorno das aulas escalonado e testagem permanente do vírus nos estudantes e trabalhadores.

Segundo a pesquisa da Datafolha divulgada semana passada, 76% dos brasileiros acreditam que as escolas deveriam continuar fechadas nos próximos dois meses por causa da pandemia.

 

 

 

Todos os profissionais que integram as unidades de saúde da UFRJ (médicos, enfermeiros, equipe administrativa, entre outros) estão convidados a participar da ação solidária “Cure o Mundo”. Com as suas vozes no coral virtual, levarão otimismo aos colegas da linha de frente do combate a Covid-19 em outros hospitais e também aos pacientes virais e seus familiares.

A campanha “Cure o Mundo” é fruto da parceria entre a Fundação Nacional de Artes (Funarte) e a UFRJ, com curadoria da Escola de Música da UFRJ, e consiste na realização de um vído com a versão em português de Heal The World, de Michael Jackson. O coral será composto de 50 cantores e os interessados devem se inscrever até o dia 2 de julho.

Providencias
Mais Informações pelo e-mail elaine@indc.ufrj.br Até o dia 10 de julho, os vídeos devem ser enviados para serem editados. “Estamos solicitando a inscrição de 50 pessoas que enviarão vídeos para serem editados e reunidos”, explica Elaine de Souza Barros, diretora administrativa do Instituto de Neurologia Deolindo Couto, que coordena a ação.

A expectativa de Elaine é ainda em julho concluir o vídeo da campanha “Cure o Mundo”.

Motivação
A ideia do coral virtual Elaine teve enquanto se recuperava da Covid-19, mas apoiada nas experiências que vivenciou enquanto estava envolvida com ações junto ao Complexo Hospitalar da UFRJ durante a pandemia. Período em que presenciou muitas situações adversas, tanto por parte de pacientes e seus familiares, como também dos profissionais de saúde. O passo segundo foi levar a inspiração para à Escola de Música, que prontamente a abraçou.

A proposta foi incorporada como projeto de extensão e a Escola de Música foi atrás de parceiros, conseguindo uma produtora para edição dos vídeos e técnicos para realizar o trabalho. “Conseguiram até apoio da Funarte. “Será uma linda mensagem de amor e esperança dos hospitais da UFRJ para toda população”, define a iniciativa a sua autora.