Autor: Postado pelo Sintufrj
Mais de 100 mil trabalhadoras ocuparam a capital federal e ouviram compromisso de governo Lula de financiamento e assentamento de famílias
Escrito por: Luiz Carvalho | CUT
A 7ª Marcha das Margaridas terminou na manhã desta quarta-feira (16) com a resposta do governo comandado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), à pauta entregue por mulheres que saíram de todas as regiões do país.
Antes do presidente, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves e o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar do Brasil, Paulo Teixeira, apresentaram propostas a partir das reivindicações entregues pelas Margaridas.
Uma delegação do GT de Mulheres do Sintufrj e viajou a Brasília para participar da Marcha. Detalhes dessa participação e avaliação da grande manifestação estará na edição do Jornal do Sintufrj.
Cida assinou duas portarias. Uma para reinstalar o Fórum Nacional de Políticas para as Mulheres Agricultoras do Campo, da Floresta e das Águas, e outra para implementar um fórum de discussão para tratar de questões de mulheres pescadoras, marisqueiras e das águas com o objetivo de definir políticas para o setor.
Outro compromisso firmado pelo ministério é o de colocar em circulação 270 unidades móveis para atender mulheres com profissionais da saúde, delegacias especializadas e outros serviços. Paralelo a isso, será criada uma ouvidoria para monitorar se o serviço tem chegado aos municípios.
Essa marcha está em Brasília, mas a partir de agora é o governo, o Ministério das Mulheres que marchará até vocês para garantir efetividade de políticas públicas para mulheres que durante seis anos foram abandonadas, estupradas e assassinadas
Reforma agrária
O ministro Paulo Teixeira anunciou a entrega de R$ 25 milhões e assistência técnica para a prática da agroecológica, com metade do valor destinado às mulheres e o lançamento do programa “Cidadania e Bem Viver”, para retomar o Programa Nacional de Documentação para a Trabalhadora Rural, criado no primeiro programa governo Lula, para benefícios previdenciários e trabalhistas.
Mas, o anúncio mais aguardado foi o lançamento do Programa Emergencial de Reforma Agrária destinado a assentar 7,2 mil famílias, sendo 5,7 mil com novas terras e 1,5 mil com créditos fundiários. Com a medida, após oito anos, o processo de assentamento será retomado no país.
Ainda sobre o tema, Teixeira afirmou que 40 mil famílias assentadas serão regularizadas e poderão ter acesso a títulos e créditos. O ministro anunciou também verba de R$ 300 milhões para crédito de instalação a famílias beneficiadas pela reforma.
Ele apontou ainda o compromisso do governo com o lançamento do 3º Plano Nacional de Reforma Agrária e a instituição de uma comissão nacional de enfrentamento à violência no campo.
“Queremos construir a autonomia econômica das mulheres rurais, mas também queremos que assumam a liderança e a ocupação dos espaços púbicos em nosso país”, falou.
Lula quer maior distribuição de renda
Lula encerrou a atividade com um balanço dos sete primeiros meses de governo e exaltou a retomada de políticas públicas abandonadas pela gestão anterior, entre as quais, o Plano Safra, que será o maior da história e disponibilizará R$ 410 bilhões em investimentos.
O presidente destacou ainda a linha de crédito exclusiva para mulheres no Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), a oferta de condições especiais de acesso a recursos para mulheres quilombolas e assentadas e outras medidas que refletem, conforme apontou, o compromisso dele com todo o país.
“Só faz sentido o Brasil se a riqueza do crescimento for distribuída, chegar a vocês, fazer a roda da economia girar e melhorar a vida das pessoas. Foi isso que fizemos uma vez e é isso que vamos novamente fazer”, afirmou.
Ele disse ainda que a única razão pela qual voltou a ser presidente da República foi para tirar “aquele fascista e genocida do poder, foi para provar a esse país e ao mundo que esse país tem condição de tratar seu povo com respeito”, se referindo ao seu antecessor, Jair Bolsonaro, hoje inelegível.
CUT irá cobrar
Para além das políticas anunciadas pelo governo, resultado da mobilização de milhares de trabalhadoras de todo o país que chegaram a Brasília ainda na terça (15), e resposta à pauta com 13 eixos políticos entregue pela marcha, a mobilização avançou também em aspectos simbólicos.
A manifestação com mais de 100 mil trabalhadoras que deixaram o Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, onde estavam acampadas, logo no início da manhã, rumo à Esplanada dos Ministério, foi fundamental para que o Senado aprovasse, nesta quarta, a inclusão de Margarida Alves no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria (PLC 63/2018).
Inspiração para o ato, a líder sindical paraibana foi assassinada em 1983 aos 50 anos de idade por pistoleiros na porta de casa.
Presente na manifestação, a Secretária da Mulher Trabalhadora da CUT, Juneia Batista, apontou que a CUT cobrará a implementação de tudo o que foi prometido pelo governo, mas também pressionará o Congresso a trabalhar em defesa da vida das mulheres.
“Quando o presidente Lula reafirma programas e atenção à vida das mulheres e a ministra Cida apresenta programas de enfrentamento ao feminicídio, isso demonstra que o governo reconhece a nossa importância para a resistência diante do governo do ‘inominável’, como fundamental para a manutenção da democracia. Os anúncios de hoje nos enchem de esperança e vamos cobrar agora que tudo isso seja colocado em prática”, afirmou a dirigente.
Quem também marcou presença foi a vice-presidenta da CUT, Juvandia Moreira. De acordo com a dirigente, as reivindicações levadas à capital federal são uma agenda global de lutas de todas as mulheres.
“A Marcha das Margaridas é a expressão dessa luta, que é semelhante no mundo todo: contra a violência política, violência doméstica, violência sexual, contra o feminicídio. Aqui, em Brasília, hoje, somos mais de 150 mil lutando, deixando a nossa voz, a nossa pauta, da independência financeira, do crédito, da terra, do emprego descente”, disse.
De acordo com o Needier/UFRJ, medida se deve ao aumento de casos de covid-19 diagnosticados na instituição e à preocupação com nova onda da doença
O dirigente do movimento saiu em defesa da reforma agrária diante de deputados defendores do agronegócio
Em resposta, Stedile reconheceu que o agronegócio produz muita riqueza, mas que não distribui equitativamente entre a população. “No Mato Grosso, que é o paraíso do agronegócio, se a riqueza fosse distribuída para toda a população, haveria uma renda de R$ 54 mil por pessoa. O Mato Grosso seria o país mais desenvolvimento do mundo. Mas para onde vai a riqueza? Vai para multinacional e banco”, afirmou Stedile.
“São grandes propriedades, usam as técnicas mais avançadas e agrotóxico, e produzem muita riqueza, mas produzem commodities para exportação, portanto repete o modelo agroexportador colonial, que não necessariamente representa distribuição de riqueza para a nossa sociedade.”
Stedile ainda afirmou que tais “grandes propriedades” não são as mesmas que sofrem com a ausência de infraestrutura e apoio estatal. Ele citou uma pesquisa feita pela Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP), encomendada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que aponta para falta de estrutura em 61% das fazendas para armazenar a produção de grãos do país.
“Perguntaram a eles [fazendeiros] quais são os principais problemas. Primeiro, preço dos insumos que as multinacionais vendem para nós, porque nós não temos controle nenhum. Segundo, nós não encontramos mais mão de obra para explorar. E terceiro, as mudanças climáticas estão afetando a produtividade da nossa agricultura. São fazendeiros espertos. Estão se dando conta do problema”, afirmou Stedile.
“O latifúndio não se interessa em produzir. Ele quer apropriar os bens da natureza para acumular a riqueza. Então ele se apropria de terra pública, madeira, minérios, água, biodiversidade e acumula riqueza. Mas qual é o benefício para a sociedade desse modelo? Nenhum. Qual é a contradição deles? Não têm futuro. A sociedade não aceita mais o latifúndio como forma de explorar a natureza.”
Veja as representantes do GT Mulher na 7ª Marcha das Margaridas que acontece nesta terça-feira (15) e quarta-feira (16) em Brasília. O evento reúne mulheres trabalhadoras da cidade, do campo e da floresta. Nesta quinta-feira (16) a manifestação deixará o Parque da Cidade, local do acampamento, e seguirá até a Esplanada dos Ministérios, onde serão recebidas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em reunião nesta segunda-feira (14) no Espaço Cultural do Sintufrj, o GT de Segurança discutiu o processo eleitoral que vai definir a nova chefia – marcado para de 28 a 31 de agosto e a participação no XXIX Seminário de Vigilantes que vai acontecer em Florianópolis entre 25 e 29 de setembro. A próxima reunião do GT Segurança foi marcada para 28 de agosto, às 11h, no Espaço Cultural, para tirar observadores para o seminário.
Sintufrj pede atenção à saúde do trabalhador e ao piso da enfermagem. Fasubra ressalta: discurso do diretor mostra que, com recursos e pessoal, HU não precisa ser entregue à Ebserh
A cerimônia de posse de Marcos Alpoim Freire no cargo de diretor geral do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) foi realizada na manhã desta segunda-feira, 14 de agosto, no auditório do Centro de Tecnologia 2, na Cidade Universitária.
Marcos Freire, diretor-geral da Unidade na última gestão foi candidato único à gestão 2023-2027 e obteve 85,62% de votos válidos na consulta à comunidade dias 31 de maio e 1º de junho. Ao todo, foram 786 votantes. 673 votos válidos. 23 brancos e 90 nulos.
A posse contou com representantes da Reitoria, de centros e unidades, autoridades municipais e estaduais e dirigentes de outras instituições. A vice-reitora Cassia Turci presidiu a mesa da cerimônia que contou ainda com representantes das decanias do Centro de Ciências da Saúde e do CT, de secretarias de saúde do Estado e Município. O secretário de Estado, Luiz Antônio Teixeira Junior, elogiou a gestão e reiterou apoio.
O discurso do diretor foi marcado pelos feitos da gestão anterior, pelo agradecimento às equipes e aos servidores de diversas áreas (administrativa, de saúde, de apoio) e propostas de expansão. Ele foi homenageado também pelas filhas e pela esposa que destacaram sua dedicação ao hospital.
As coordenadoras do Sintufrj Laura Gomes (coordenação-geral) e Ana Mina parabenizaram a nova gestão em nome da entidade.
“Sabemos que não é fácil, que muita coisa não chega ao gabinete. Por isso estamos aqui para trazer algumas reivindicações dos nossos colegas trabalhadores do hospital. Estamos na linha de frente no cuidado do paciente. Para que ele seja bem cuidado, nós também precisamos de cuidados. Por isso pedimos ao diretor atenção maior para a saúde do trabalhador”, disse Laura, apontando o bom trabalho do Serviço de Saúde do Trabalhador do HU (Sesat), mas ponderou que pode melhorar ainda mais com a ajuda da direção.
Ana Mina lembrou os colegas que se foram na pandemia e que “estarão sempre presentes em nossos corações. Se a universidade tem o nome que tem, foi por eles, pelos trabalhadores aposentados e pelas pessoas que vieram antes de nós”. Ela pediu que a enfermagem seja mais representada “neste espaço e em outros momentos” e, por fim, solicitou atenção à necessidade de implantação do piso da enfermagem nos contracheques: “Valorizem a enfermagem porque ela está ali, no início e no fim da vida”.
Não à Ebserh
O coordenador de Comunicação da Fasubra, Francisco de Assis, também acompanhou a Cerimônia e destacou: “No seu discurso o diretor realizou um balanço da gestão e apontou bons avanços na gestão, graças ao duro trabalho e compromisso de toda comunidade do hospital e apoios institucionais recebidos. A participação da Fasubra foi muito importante, pois pode constatar no próprio discurso do diretor de que a UFRJ não precisa entregar seus hospitais para Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), basta apenas ter financiamento e concurso pelo RJU para repor a força de trabalho. E assim seguiremos na luta em defesa da manutenção dos hospitais vinculados a UFRJ”, concluiu o dirigente.
Estudantes engrossaram manifestação e cantaram em coro: “a luta unificou, é estudante junto com trabalhador”
Ato Unificado dos Servidores com a participação de estudantes ocupou, na tarde deste quinta-feira, 10 de Agosto, Dia Nacional de Luta dos servidores, as ruas centrais da cidade do Rio. O Sintufrj convocou trabalhadores da universidade e tem presença ativa na defesa de melhores salários, reestruturação da Carreira e nos protestos contra o arcabouço fiscal.
A concentração do pessoal da UFRJ se seu no Largo de São Francisco, diante do IFCS, para onde o Sintufrj havia convocado uma assembleia ato. Servidores e estudantes se concentraram, pintaram cartazes e depois marcharam até à Candelária para se juntar aos demais servidores numa manifestação unitária.
Os desafios estão postos diante das dificuldades que aparecem nas negociações com o governo. Mas manifestações deste 10 de Agosto – que se deram em outros locais do país – faz parte dessa mobilização para pressionar com potência o governo federal. Como sustentou Esteban Crescente, coordenador-geral do Sintufrj, a luta é por melhorias do serviço público para a popular e redirecionar recursos que hoje vão para banqueiros e ricos que vivem de renda para as áreas sociais, particularmente. Coordenador de Comunicação da Fasubra, Francisco de Assis, saudou o movimento estudantil “sempre na luta pela educação” e disse que só a mobilização pode garantir conquistas aos servidores.
O Sintufrj prepara uma matéria com detalhamento dessa quinta-feira de protesto.
Estudantes engrossaram manifestação e cantaram em coro: “a luta unificou, é estudante junto com trabalhador”
Ato Unificado dos Servidores com a participação de estudantes ocupou, na tarde deste quinta-feira, 10 de Agosto, Dia Nacional de Luta dos servidores, as ruas centrais da cidade do Rio. O Sintufrj convocou trabalhadores da universidade e tem presença ativa na defesa de melhores salários, reestruturação da Carreira e nos protestos contra o arcabouço fiscal.
A concentração do pessoal da UFRJ se seu no Largo de São Francisco, diante do IFCS, para onde o Sintufrj havia convocado uma assembleia ato. Servidores e estudantes se concentraram, pintaram cartazes e depois marcharam até à Candelária para se juntar aos demais servidores numa manifestação unitária.
Os desafios estão postos diante das dificuldades que aparecem nas negociações com o governo. Mas manifestações deste 10 de Agosto – que se deram em outros locais do país – faz parte dessa mobilização para pressionar com potência o governo federal. Como sustentou Esteban Crescente, coordenador-geral do Sintufrj, a luta é por melhorias do serviço público para a popular e redirecionar recursos que hoje vão para banqueiros e ricos que vivem de renda para as áreas sociais, particularmente. Coordenador de Comunicação da Fasubra, Francisco de Assis, saudou o movimento estudantil “sempre na luta pela educação” e disse que só a mobilização pode garantir conquistas aos servidores.
O Sintufrj prepara uma matéria com detalhamento dessa quinta-feira de protesto.
O governo frustrou a expectativa dos servidores e informou que enquanto a proposta de Arcabouço Fiscal não for aprovada no Congresso não terá como responder à pauta econômica apresentada pelas entidades acerca da recomposição salarial.
O comunicado foi feito na 3ª reunião da Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP) em Brasília nesta quinta-feira, 10 de agosto. Numa live no final da tarde e início da noite a direção da Fasubra fez o relato da negociação que não houve.
No chat da live – que foi ao ar no canal da federação no Youtube – foi visível a insatisfação dos trabalhadores e a palavra “enrolação” foi bastante repetida.
Da reunião que durou quatro horas, segundo Cristina Del Papa, coordenadora-geral da Fasubra, participaram cerca de 20 entidades representando servidores federais. Além do tema recomposição salarial, outros pontos foram abordados.
Um deles também está na pauta de rei indicações dos servidores do Executivo. Querem resolver a inaceitável situação que reduz a quase metade o valor dos benefícios em comparação ao que é pago aos outros poderes – Legislativo e Judiciário.
De acordo com o informe da Fasubra, o governo se comprometeu em abrir um caminho para fazer essa equiparação. Só que uma decisão neste sentido tem que passar pelo Congresso.
Preocupação
Condicionar a pauta econômica dos servidores à aprovação do Arcabouço Fiscal (em tramitação no Congresso) traz preocupação aos trabalhadores. A começar pelo fato de os trabalhadores, como já enfatizou a Fasubra, ser contra a proposta que estabelece metas a serem cumpridas pelo governo que, em caso de não serem alcançadas, interdita a recuperação salarial dos servidores.
A lógica fiscal do governo inquieta mesmo os servidores: recentemente houve contingenciamento de verbas no orçamento deste ano que atinge principalmente a saúde e a educação.
A direção da Fasubra, diante do cenário, reafirmou que só a mobilização das bases da categoria pressionando o governo irá abrir perspectiva para salários e Carreira dignas.
AS FOTOS QUE ILUSTRAM ESSA NOTÍCIA REGISTRAM MOMENTOS DO VIGOROSO ATO DA QUINTA-FEIRA NO RIO DE JANEIRO (Fotos: Elisângela Leite)