No penúltimo dia de realização do XI Seminário de Integração dos Técnicos-Administrativos em Educação (Sintae), nesta quinta-feira, 30 de novembro, a sessão sobre Saúde do Trabalhador e Qualidade de Vida, na sala 3 do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN) — onde o mais importante evento institucional da categoria está sendo realizado –, os temas das pesquisas apresentadas no formato oral renderam uma discussão calorosa e até denúncias. Esse GT foi coordenado pela administradora da universidade Angelúcia Muniz.

A pesquisa sobre Gestão de Pessoas e Burnout: Uma Relação Invisível?, realizada com base no cotidiano do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) foi o que mais mobilizou os presentes. Entre os quais um grupo de servidores da Universidade Estadual da Bahia. Laura Gomes, técnica de enfermagem que atualmente ocupa o cargo de chefe substituta eventual do setor de Segurança e Saúde do Trabalhador da unidade hospitalar (Sesat) – e uma das três coordenadoras-gerais do Sintufrj – apresentou o trabalho, realizado em coautoria com Lívia Mendes Falcão (também do Sesat).

“Como exerci chefia por muito tempo, aprendi que gerir pessoas é diferente de gerir coisas, porque trata-se de seres humanos, o principal capital de qualquer instituição ou empresa. E o Burnout está ligado a forma como como os profissionais estão sendo geridos. O RH traz o servidor/trabalhador e a gestão adapta a pessoa ao trabalho”, explicou Laura. Os resultados do estudo mostraram que a síndrome Burnout se instala de forma silenciosa ou imperceptível, e muitas vezes é percebida quando já está em estágio grave.

Excesso de trabalho, assédio moral (ocorre quando o gestor pede que a pessoa faça o trabalho para o qual não foi contratado e o persegue), ambiente tóxico (disputa com a chefia entre os colegas), sarcasmo e diminuição da eficácia profissional, entre outras atitudes nocivas no ambiente de trabalho são causas de Burnout, levando a pessoas a tratamento psiquiátrico e afastamento. “Muitas vezes o gestor não percebe o adoecimento do trabalhador e que pode estar ligado à sua liderança. Os principais sintomas são fadiga intensa, dor de cabeça frequente, falta de hepatite, dificuldade no sono, chegando a culminar com morte. É uma doença ocupacional”, acrescentou a pesquisadora. Treinar os gestores, segundo ela, é uma medida que deve ser adotada na universidade, onde são muitos os casos de Burnout por falta de condições de trabalho e de gestão adequada.

Guilherme da Silva Sousa, também técnico de enfermagem  lotado no Sesat do HUCFF, chamou a atenção com a pesquisa feita em parceria com Laura Gomes, Livia Mendes e Ingrid Moreira (Sesat) sobre Suscetibilidade dos Profissionais de Saúde à Transmissão de Hepatite B Pós-Exposição Ocupacional. “No ano passado foram registrados no Sesat 108 acidentes de trabalho e sem incidência de hepatite, mas é um fato recorrente. Fora as subnotificações”, informou o pesquisador.

Ele pretende repetir a apresentação para todo o HUCFF visando alertar os profissionais sobre a importância do uso adequado de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), manter em dia o exame periódico, que o hospital é obrigado a oferecer aos seus servidores, que consiste na coleta de sangue e uma semana depois consulta com médico.

Encerramento – o XI Sintae começou no dia 27 de novembro e termina nesta sexta-feira, 1º de dezembro, quando deverá ser aprovada a Carta do seminário 2023. Vinte e três grupos de trabalho se apresentaram, na forma oral ou virtual. Participaram servidores técnicos-administrativos de outras instituições de ensino de vários estados.

. Leia as matérias completas sobre as quatro apresentações do GT Saúde do Trabalhador e Qualidade de Vida desta quinta-feira, 29, e o balanço do XI Sintae 2023, na edição do Jornal do Sintufrj 1425. 

NO SINTAE. Palestra Gestão e Sindrome Brunout.
LAURA GOMES, coordenadora-geral do Sintufrj, em palestra no Sintae

 

Comemorado pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior, texto segue agora para tramitação no Senado

PORTAL DA ANDIFES

A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados aprovou, na manhã desta quarta-feira (29/11), o relatório da deputada Ana Pimentel (PT-MG) pela aprovação do projeto de lei 2.699/2011, que trata sobre a nomeação de dirigentes das universidades federais. Pelo texto, no lugar da lista tríplice, passarão a ser encaminhados ao Ministério da Educação apenas os nomes do(a) reitor(a) e do(a) vice-reitor(a) eleitos(as) pela comunidade acadêmica.

Para a relatora, o momento é um marco para todos que defendem a autonomia nas universidades federais e o respeito à escolha democrática dos dirigentes. “Esse projeto garante que a decisão da comunidade acadêmica seja referendada, de fato, pelo presidente da República”, comemorou.

O deputado Patrus Ananias (PT-MG), que relatou a proposta na Comissão de Educação, também celebrou a aprovação do projeto. “Estamos muito felizes. É uma conquista histórica para a educação superior brasileira, para as universidades federais, e que fortalece os conselhos universitários, possibilitando, também, a participação da sociedade nessa decisão”, declarou.

A presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), reitora Márcia Abrahão Moura (UnB), classificou a aprovação como uma grande vitória das universidades federais. “Essa decisão faz com que as universidades tenham, de fato, a autonomia para escolher o reitor ou reitora. É uma grande vitória, especialmente por tudo que passamos nos últimos anos”, celebrou.

A proposta recebeu o apoio da Andifes e, antes de ser tratada no Congresso Nacional, foi debatida com o Ministério da Educação, com o Ministério das Relações Institucionais, com parlamentares e com entidades representativas da Educação.

O projeto é terminativo na CCJC, o que significa que não precisará passar pelo Plenário da Câmara antes de iniciar a tramitação no Senado Federal.

DEPUTADA SÂMIA BONFIM, MARCIA ABRAHÃO, da Andifes, e o autor do projeto Patrus Ananias

Trabalhadores da UFRJ no Centro do Rio de Janeiro cumprindo mais uma ação de mobilização na luta por recomposição salarial e valorização dos servidores. O ato fechou o 28 de novembro, dia de paralisação.

O Grupo de Trabalho Antirracista do Sintufrj fechou o Mês da Consciência Negra na UFRJ com atividades culturais, exposição, debates e denúncias durante todo o dia desta quarta-feira, 29 de novembro, no espaço do Grêmio da Coppe. A coordenadora de Comunicação do sindicato Marli Rodrigues agradeceu a presença de todos e destacou a conquista das cotas raciais e sociais como responsáveis por atualmente termos uma universidade diversificada.

Ex- Ministro da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e vereador  Edson Santos (PT-RJ) foi o palestrante da manhã. Ele deu uma aula sobre a política de cotas – “antes o ambiente acadêmico era das elites, filhos e netos, que definem os rumos do nosso país. Os filhos do povo ficavam distante do ambiente acadêmico”. A política de cotas surgiu na Assembleia Legislativa (Alerj) e, segundo o parlamentar, a Uerj foi o laboratório. “A reitora Nilceia Freire era contra. Havia um sentido corporativo das instituições, que encaravam a política de contas como ferindo a autonomia das universidades”, diz. (Veja na edição do Jornal do Sintufrj 1425 a fala completa do vereador).

“Representatividade: o avanço dos movimentos antirracistas na UFRJ” foi o tema do evento. E reuniu integrantes e dirigentes da Câmara de Políticas Raciais, Coletivo de Docentes Negras/Negros, DCE Mário Prata, Neabi (Núcleo de Estudos Afro-Brasileiro e Indígenas e a Superintendência-Geral de Ações Afirmativas, Diversidade e Acessibilidade (Sgaada). Hilem Moises, delegado sindical de base, foi o principal organizador da celebração e atuou como mestre de cerimônia.

A dirigente da Adufrj Nadir do Espirito Santo parabenizou o sintufrj pela iniciativa, “principalmente por esse viés comemorativo. Temos que unir todos os negros que atuam nessa universidade para dar visibilidade. A graduação já está matizada e precisa que haja essa inserção na pós-graduação para que tenhamos bons professores negros”, defende a professora.

Jeovana Almeida, coordenadora do DCE Mário Prata e do Movimento Zumbi, considera fundamental o crescimento desses espaços de diálogo na universidade, mas avalia que ainda há muito a ser feito pelo “nosso orgulho negro”. “Menos de 20% dos estudantes entraram nas universidades públicas pela política de cotas. Racismo é um instrumento que aprofunda as desigualdades sociais no nosso país”, observa a estudante de Direito.

 

Magia na abertura  

Embalados pela letra forte de YáYá Massemba, do poeta e músico José Carlos Capinam, cantada à capela e pontuada pelos tambores sagrados, os componentes do Pade – Africanidade-Educação, projeto referenciado em terreiros de Candomblé, encantaram os presentes.

Que noite mais funda calunga/No porão de um navio negreiro/Que viagem mais longa candonga/Ouvindo o batuque das ondas/Compasso de um coração de pássaro/No fundo do cativeiro/É o semba do mundo calunga/Batendo samba em meu peito/Kawo kabiecile kawo/Okê arô oke/Quem me pariu foi o ventre de um navio/Quem me ouviu foi o vento no vazio/Do ventre escuro de um porão/Vou baixar o seu terreiro/Epa raio, machado, trovão/Epa justiça de guerreiro. Dor é o lugar mais fundo/É o umbigo do mundo/No balanço das ondas/Okê aro/Me ensinou a bater seu tambor/ Eu faço a lua brilhar o esplendor e clarão/Luar de Luanda em meu coração/a umbigada yáyá/Massemba é o samba que dá/Vou aprender a ler
Pra ensinar os meus camaradas!” – resume os versos de Capinam o desespero dos negros escravizados trazidos dos países africanos em precárias condições. Muitos morriam e serviam de comida aos tubarões.

O Pode (encontro em Orubá) existe há 14 anos na Escola de Educação Física e Desportos da UFRJ (EEFD). “Arte e cultura na UFRJ é uma performance que transita na pesquisa acadêmica, e está presente em dissertações de mestrado, teses de doutorado, TCCs. Cultura de terreiro é civilizatória”, resume o professor Xandy Carvalho, do Departamento de Folclore, coordenador do projeto e responsável por ensinar a disciplina dança afro, percussão e movimento. Segundo ele, não foi uma batalha fácil introduzir tambores no espaço acadêmico.

Outra importante participação cultural foi a do artista plástico Fall, que ficou conhecido por ter sua obra censurada na exposição que realizou em 13 de outubro, no Mercadão de Madureira. Um dos seus quadros mostrava um policial fardado espancando um estudante negro uniformizado. Mais realista que isso impossível.

Fall, 21anos, faz parte de um movimento artístico que expressa o cotidiano das favelas – ele nasceu e mora em Senador Camará. “Crio artes digitais feitas no celular e pinturas com tinta PVA sobre MDF”, explica. No evento do Sintufrj, ele expôs 16 quadros.

. Leia matéria completa na próxima edição do Jornal do Sintufrj.

Celebração fecha com roda de conversa e companhia folclórica

O dia de atividades organizado para celebrar a Consciência Negra fechou a programação com uma roda de conversa sobre o tema do evento “Representatividade: o avanço dos movimentos antirracistas na UFRJ” e apresentação da Cia Folclórica do Rio-UFRJ com muito maracatu, coco, jongo e samba.

A roda de conversa reuniu os representantes das organizações Sgaada (Denise Góes), Câmara de Políticas Raciais (Rogério Silva), Neabi (Rachel Aguiar), Coletivo de Docentes Negras e Negros (Wallace Morais), pelo GT Antirracista (Luciene Lacerda) e militantes da UFRJ. O mediador foi Hilem Moises.

Nessa conversa os representantes e militantes falaram de suas experiências, expuseram suas opiniões, relataram os avanços e desafios na luta antirracista, trocaram ideias e fizeram propostas.

“Temos que ver como fazemos para prosseguir nessa luta e o Sintufrj tem que participar porque é uma luta cotidiana”, sublinhou Luciene.

“É uma luta política e educacional. E é de todos nós”, observou Wallace Morais.

“Sugiro que façamos em maio um grande evento da população negra da universidade que mobilize o Rio de Janeiro”, disse Noemi Andrade, integrante do GT Antirracista do Sintufrj.

A superintendente da Sgaada, Denise Góes, sugeriu reunir as propostas numa pauta unificada da negritude da UFRJ para ser levada em reunião com o reitor Roberto Medronho. A diretora do Neabi, Raquel Aguiar, por sua vez, ressaltou a necessidade de trazer mais docentes negros para a UFRJ.

O organizador Hilem Móises comemorou a iniciativa do GT. “O evento alcançou o objetivo de agregar os segmentos da universidade, as organizações antirracistas, com debates, conversas e muita cultura. Fica o desafio para ampliar esse ambiente no futuro. Além disso, GT vai se integrar ao Sgaada e outros coletivos para continuar o trabalho de avançar nossa pauta.”

Mais uma vez a categoria da UFRJ e dirigentes do Sintufrj foram protagonistas do ato no Buraco do Lume, Centro da cidade, nesta terça-feira, 28 de novembro, que marcou o dia de paralisãção nacional dos servidores públicos federais. A palavra de ordem foi: “Sou servidor. E vou lutar. Eu quero reajuste já.” A manifestação foi ação vinculada à campanha salarial e valorização dos servidores no momento no qual o funcionalismo público luta por recomposição salarial e carreira na mesa de negociação com o governo.

 

Nesta quinta-feira (29) acontece o segundo dia do Sipat, e evento organizado pela Decania do Centro de Tecnologia acerca da segurança do trabalho. Ontem, na abertura no Salão Nobre do CT, representantes da instituição UFRJ e do movimento organizado que atua na universidade estiveram presentes. O Sintufrj foi representado pelo coordenador-geral Esteban Crescente. O responsável pela organização é o técnico-administratico Huasca da Costa Filho  que é coordenador do programa de Saúde e Segurança do Trabalho do CT

O Consuni extraordinário desta quinta feira (30/11), às 9h30, no Bloco E CT, tem como ponto de pauta a “Contratualização com Ebserh”.

Na terça-feira (ontem)  o reitor articulou parecer favorável do presidente da Comissão de Desenvolvimento do Conselho Universitário,  sem reunião de seus membros!

Um verdadeiro golpe no debate democrático! Temos que lotar o Conselho nesta quinta e repudiar este absurdo!

É a autonomia acadêmica e administrativa da universidade em risco.

É o regime jurídico único e carreira dos TAEs em risco!

Vamos agir agora para evitar o pior para a UFRJ, os seus trabalhadores e a sociedade!

PROTESTOS DA COMUNDADE em sessão do Conselho Universitário para debater Ebserh Rio, 16/11/23

GT ANTIRRACISTA DO SINTUFRJ
Representatividade: o avanço dos
movimentos antirracistas na UFRJ
DIA 29 DE NOVEMBRO, 10h ÀS 16h
Convidados:
NEABI
Câmara de Políticas Raciais
Coletivo de Docentes Negros/Negras
DCE

SGAADA
Debates, palestras, rodas de conversa,
apresentação dos movimentos e atividades culturais
NO Grêmio da COPPE

VEJA A PROGRAMAÇÃO COMPLETA

Programação
10hs Abertura – saudação pelos 3 segmentos
10:15hs Apresentação de dança afro – PADE
10:30hs Palestra – Edson Santos: “Lei de cotas: de onde partimos, onde estamos e aonde queremos chegar”.
11:30hs mesa sobre cultura negra (participantes do dia – Fael, Pade, Cia de Danca).
12:30hs – Fala dos grupos UFRJ e debate sobre o tema “Representatividade: o avanço dos movimentos antirracistas na UFRJ”
14:30hs – Apresentação de encerramento – Cia de Dança Folclórica
15hs – Confraternização – DJ Alex

Representantes dos grupos no debate de 14-30hs

GT Antirracista – Luciane Lacerda
SGAADA – Denise Góes
Câmara de Políticas Raciais – Rogério Silva
NEABI – Rachel Aguiar
Coletivo de Docentes Negras e Negros – Wallace Morais
DCE – Giovanna Almeida

Mobilização contra entrega do patrimônio e do pessoal dos hospitais se intensifica

O Conselho Universitário está na iminência de deliberar sobre uma profunda mudança de paradigma na vida institucional. Tanto do ponto de vista estatutário, da sua estrutura, na cessão dos hospitais, na autonomia acadêmica, na terceirização da gestão, na relação com seus servidores de saúde e em tantos outros aspectos. No entanto, ninguém conhece o contrato sobre o qual terá que deliberar em poucos dias.

“Cadê o contrato?”, cobraram coordenadores do Sintufrj e servidores presentes em mais uma reunião organizada pelo Sintufrj, no dia 28, nos pilotis do Hospital Universitário Clementino Fraga filho, para apresentação, pelos técnicos-administrativos Gerly Miceli e Roberto Gambine, dos resultados do estudo da comissão paritária que apurou o desempenho de 41 hospitais em 10 anos de adesão à Ebserh.

A comissão instituída pelo reitor, por decisão unilateral dos docentes, embora fosse paritária, foi desfeita. Mas os representantes técnicos-administrativos continuam fazendo o seu papel, que todos deveriam fazer, de difundir as informações.

E o relatório está aí: as informações levantadas mostram que a Ebserh, ao contrário do que propagam seus defensores, não resolveu, ao longo de mais de uma década, os problemas dos hospitais. Os leitos de médica complexidade diminuíram, apesar do aumento de celetistas; o pessoal RJU diminuiu; equipamentos não se renovaram; há queixas generalizadas quanto à assistência.

Gerly lembrou que em muitos lugares a adesão foi imposta pela Reitoria, contra a vontade da comunidade e levantou um questionamento quanto ao açodamento que vem sendo importo pelo reitor, pedindo que se analisasse se tem fundamento o argumento de que, para que os efeitos financeiros possam constar no orçamento do próximo ano, a adesão tenha que ser feita até dezembro.

“Cadê o contrato? A gente tem 15 dias para decidir. Mas o contrato é sigiloso”, alerta um servidor apontando para o fato de que essa decisão vai mudar a UFRJ e pedindo uma análise jurídica da cessão de servidores RJU à empresa diante do fato de que o Ministério Público cassou a cessão na Paraíba.

“O reitor está dizendo que quer votar a Ebserh até dezembro. Mas cadê o contrato? Precisamos conversar com a categoria, com os extraquadros, com lideranças, com os trabalhadores que vão perder direitos”, anunciou o coordenador da Fasubra Francisco de Assis, alertando: É uma mudança radical de gestão na universidade”.

“O Contrato não pode ser disponibilizado (conforme disse o reitor, porque agora está em um processo no Sistema Eletrônico de Informação). Mas poderiam, antes de enviar, ter sido discutido”, ponderou Laura Gomes, coordenadora-geral do Sintufrj.

Os coordenadores cobram também a consulta pública prometida pelo reitor e suspensa porque este quer aprovar a toque de caixa: “O que a comunidade quer? É fundamental sabermos”, disseram.

 Encaminhamentos

A reunião foi mais um esforço de mobilização da direção do Sintufrj e faz parte do calendário de lutas aprovado na última assembleia-geral (dia 22), que definiu, inclusive paralisação nesta terça-feira, 28.

Este foi dia nacional de luta por valorização dos servidores e das Carreiras, recomposição salarial e investimentos nas áreas sociais e contra a reforma administrativa, com ato público dos Servidores Públicos Federais, à tarde no Centro do Rio.

A programação segue com novas ações, como a organização de mobilização no Consuni; novas reuniões para divulgação dos dados do relatório (que desmistificam o canto da sereia da Ebserh) e debates (como a live do dia 29).

Quarta-feira, 29 de novembro:

19h – Live do Sintufrj com ex-diretores de hospitais sobre a Ebserh

Quinta-feira, 30 de novembro

9h30 – Sessão extraordinária híbrida do Consuni no Anfiteatro da Escola de Química, no bloco E do CT (sala E 212).

14h – Debate sobre a Ebserh promovido pelo Complexo Hospitalar e Reitoria no mesmo auditório.

Terça-feira, 5 de dezembro

7h – Ato contra a Ebserh no HUCFF; Em seguida, reunião no IPPMG para apresentação do relatório da Comissão Paritária sobre a Ebserh.

Reunião de Base no HUCFF – Apresentação do relatório da Comissão sobre EBSERH.
Rio, 28-11-23
Reunião de Base no HUCFF – Apresentação do relatório da Comissão sobre EBSERH.
Rio, 28-11-23

Foi aberto, na manhã desta segunda-feira, 27, no Salão Nobre da decania do CCMN, o XI Seminário de Integração dos Técnico-Administrativos em Educação da UFRJ (que segue até 1º de dezembro), vitrine da produção técnico-administrativa nas mais diversas áreas de conhecimento de dentro e de fora da UFRJ.

O Sintufrj, representado pelos coordenadores gerais Esteban Crescente e Laura Gomes, participou da mesa de abertura, que contou ainda com o reitor Roberto Medronho, com a pró-reitora de Pessoal Neuza Luzia, com o superintendente geral de Pessoal Rafael Pereira, com a representante da decania do CCMN, Mônica Oliveira e com Gustavo Cravo, coordenador da Comissão Organizadora.

Esteban lembrou que o Sintae tem tudo a ver com a luta sindical: “O Sintae existe porque existe a Carreira. E existe a Carreira porque tivemos luta, greve, mobilização, caravana e trouxe consigo a luta por formação e capacitação do trabalhador como instrumento para seu avanço”, disse Esteban, comentando que houve um tempo em que eram tratados como serviçal e não como técnicos-administrativos em Educação como hoje, num patamar em que pode mesmo desenvolver pesquisa e extensão.

Segundo ele, mesmo que o cenário não seja mais o mesmo que aquele anterior à derrota do fascismo, não é tão mais fácil. Que é preciso se mobilizar para evitar retrocessos, como uma reforma administrativa que visa extinguir a Carreira conquistada com muito suor. Ou a tentativa de terceirização da gestão de hospitais universitários (com a Ebserh), que pode levar ao fim do Regime Jurídico Único.

Laura Gomes comentou que esteve em todas as edições do Sintae, com seus trabalhos, como nesta em que também apresentará painel, no dia 30, no Grupo de Trabalho sobre Saúde do Trabalhador e Qualidade de Vida (das 9h às 12h na sala 3 do CCMN). Técnica em Enfermagem do HU, lembrou a importância do fórum para valorização do trabalhador, que pode olhar para outro de igual para igual: somos técnicos, somos pesquisadores. Este é um espaço conquistado por nós. Vamos mostrar porque estamos aqui.

O reitor garantiu que a gestão quer valorizar este trabalho com ações concretas. Não pode dar aumento de salário, mas pode criar mecanismos para que os servidores possam progredir na Carreira através de cursos e ter o reconhecimento de sua participação em eventos e nos colegiados, porque o docente também tem.

Contou que há um processo em curso no Sistema Eletrônico de Informação para retirar a expressão “subalterno” (se referindo a técnicos-administrativos) que até hoje há no Estatuto da UFRJ. “Não existe subalterno na universidade”. E que pretende incluir no regimento a possibilidade de que técnicos-administrativos possam participar dos programas de pós-graduação inclusive na coordenação (hoje uma resolução do Conselho de Ensino Para graduados impede). “Não é uma coisa da Capes ou CNPQ (ambas agências do documento), mas algo que nós criamos!!!”, espanta-se, mencionando ainda o compromisso com a criação da CPPTA e da Comissão Interna de Supervisão da Carreira.

TAE na Pós

“O papel dos técnicos-administrativos na pesquisa e na produção acadêmica da UFRJ”, aliás, foi o tema da mesa seguinte, da qual participou a coordenadora-geral do Sintufrj Marta batista, Flávio Chedid (NIDES/UFRJ) e João Sérgio dos Santos Assis (Representante dos Técnicos no CEPG), mediada por Fernando Pimentel (técnico-administrativo da PR3/UFRJ).

Marta relatou a demanda que chegou ao Sintufrj de trabalhadores que atuam na pós-graduação proibidos – por uma resolução recente do CPEG – de coordenar curso, como mencionara o reitor. “Um retrocesso lastimável” que, segundo ela, é preciso enfatizar: não se trata de determinação da Capes. Mas local, atingindo pessoal que atuam na pós-graduação há mais de uma década.

O Sindicato, contou Marta, solicitou mesa de negociação com a Pró-reitor a de Pós-graduação e Pesquisa (PR-2) para que este retrocesso situação seja corrigido. E que vai cobrar o compromisso público feito pelo Reitor por um novo regimento sem retrocesso. Ela também falou a importância mais espaço para as representações técnico-administrativas nos colegiados, inclusive na da Reitoria e cobrando do reitor ações que possam ir além do simbolismo.

Painéis, grupos etc.

A Comissão do Sintae informa que, além de debates e exposição de trabalhos, ocorrerão dois painéis. O primeiro “Relações de Trabalho na UFRJ”, composto por trabalhadoras da Seção de Acompanhamento das Relações de Trabalho (SART). O segundo, apresentando pesquisas em andamento de estudantes do Curso de Especialização em Administração Universitária Federal, atividade conjunta da PR-4 e Faculdade de Administração e Ciências Contáveis.

O evento, que conta com apoio do Sintufrj, está pela primeira vez organizado em grupos de trabalho. É híbrido, mas conta com atividades exclusivamente presenciais e outras remotas. Serão apresentados 137 trabalhos de servidores de diferentes universidades, institutos, colégios e centros federais.