O Dia de Lutas e Paralisações indicado pela Fasubra contra os órgãos de controle (CGU, TCU, AGU, MP, entre outros) e pelo reposicionamento dos salários dos aposentados, na terça-feira, 3 de outubro, foi marcado na UFRJ com um ato dos técnicos-administrativos em educação nos pilotis da Reitoria convocado pelo Sintufrj.

 

Apesar de ampla divulgação pelo jornal da categoria, através do site, whatsapp e facebook da entidade, e a convocatória ter sido reforçada por carro som, poucas trabalhadoras e trabalhadores compareceram ao ato. A maioria usava o adesivo produzido pela Comunicação do Sintufrj #Elenão  #Nemofilho.

 

Alerta

Por sugestão da coordenadora-geral do Sintufrj, Gerly Miceli, o ato também se transformou em um alerta dos presentes ao conjunto da categoria, em relação as eleições, principalmente para presidente da República. “Vamos aproveitar que estamos aqui reunidos para mandar um recado a todas as companheiras e companheiros, pois no domingo vamos às urnas e o perigo que corremos e que seja eleito o candidato ainda mais reacionário que os órgãos de controle, o fascista Bolsonaro”, alertou a dirigente.

 

“Sim, precisamos nos organizar para lutar por melhores condições de trabalho e por reajuste salarial. Porém, ao avaliarmos a conjuntura, precisamos ter claro que não devemos votar por questão religiosa. O nosso voto tem que ser por justiça social para todos os trabalhadores. Por uma vida digna para todos nós”, afirmou Alzira, da Prefeitura Universitária.

 

“Seja quem for que ganha essa eleição, devemos estar unidos e lutando nas ruas por nossos direitos”, disse Hilem Moises, da PR-6. O técnico-administrativo apontou vários problemas que ocorrem na pró-reitora onde trabalha, entre os quais, falta de pessoal e de estrutura adequada, e assédio moral.

 

Com um depoimento emocionado em defesa da unidade da categoria e da entidade de classe, Elizeu Freitas, do Instituto de História, fez sua estreia ao microfone sindical: “Não tenho discurso pronto, experiência política, mas sei que devemos nos unir e reforçar o Sintufrj, porque é ele que nos representa contra todos os problemas que enfrentamos no nosso dia a dia, como assédio moral. Os órgãos da Reitoria não nos representam nas nossas questões, e nos sentimos abandonados. O Sindicato pode ter falhas, mas mesmo fazendo críticas, temos que cuidar para que a entidade se mantenha firme. Ao governo, sim, temos que esmagar”.

 

Mobilização

“É muito importante estarmos aqui mobilizando a categoria e chamando a atenção para os riscos que corremos nestas eleições, mas estão acontecendo coisas na universidade, como assédio moral em todos os setores. Por isso queremos um Sindicato forte e que lute por toda a categoria”, disse Francisco de Assis.

 

Para Orlando, do Instituto de Biologia, está na hora de todos os setores do movimento sindical na UFRJ se unirem para repensar formas de mobilização da categoria, principalmente o Sintufrj. “Temos que trazer esse povo para a luta de novo! e parar de ficar um denunciando o outro”, frisou. Ele também fez críticas à Reitoria: “Precisamos demonstrar nossa indignação à Reitoria que está muito abaixo do que esperávamos. Por que não questionam esse governo? Por que não denunciam para a sociedade o que está sendo feito contra a universidade, os hospitais universitários. Se mandam cortar direitos, obedecem e pronto. Tudo o que temos foi construído com muitas greves, muitas lutas e ocupações. Fazemos um ato como este, na porta da Reitoria denunciando as mazelas do governo e eles nem prestigiam, nem aparecem”.

A técnica-administrativa Zilda Martins deu fôlego ao debate sobre as cotas raciais com o lançamento de seu livro Cotas Raciais e o Discurso da Mídia: Um estado sobre a Construção do Dissenso.

A obra é fruto de sua dissertação de mestrado e trata das restrições da mídia tradicional às ações afirmativas reproduzindo o discurso dominante da elite branca com o fim de formar a opinião pública contra as políticas de reparação.

Zilda é doutora em Comunicação e Cultura pela Escola de Comunicação (ECO) da UFRJ, pesquisadora do Laboratório de Estudos em Comunicação Comunitária (LECC/ECO) e coordenadora do grupo de estudos sobre relações raciais no Brasil.

Especialista em relações raciais, ela declara que  passamos do racismo de dominação para o de exclusão, e no momento atual,  para o racismo de extermínio.

Jornal do Sintufrj – De que trata o seu livro?

Zilda Martins – O livro é um levantamento da narrativa midiática acerca das ações afirmativas no Brasil, mais precisamente sobre as cotas raciais. É um estudo que revela como o desacordo foi construído com um objetivo evidente, o da rejeição às possibilidades de estudantes negros e negras, até então fora das esferas do ensino superior, terem acesso à universidade.

JS – Qual o papel da mídia na questão?

ZM – A invisibilização, o silenciamento e a construção do dissenso são exemplos de rejeição da mídia às ações afirmativas, a partir do não incisivo às cotas raciais. Tal postura é também uma forma de individualizar a desigualdade racial, isentando o Estado da responsabilidade política com os afrodescendentes e, consequentemente, da adoção de políticas públicas de reparação.

 

JS – As ações afirmativas e as cotas raciais, embora tenham se provado acertadas continuam recebendo críticas? Por quê?

ZM – O sucesso das ações afirmativas e cotas raciais não interessa à mídia tradicional, cuja narrativa está voltada para outros segmentos sociais, como a elite branca. Afirmo, com Viveiros de Castros, que a sociedade brasileira ainda está ancorada em uma mentalidade profundamente escravocrata. É uma sociedade racista que não reconhece o sucesso das políticas públicas, porque não deseja admitir as relações igualitárias entre estudantes negros e estudantes brancos, não deseja a ascensão de profissionais negros no mercado de trabalho. Contudo, creio que essa realidade, quer queiram, quer não queiram, tende a mudar.

 

JS – Podemos afirmar que a resistência a essas políticas é fruto do racismo que ainda é muito arraigado na sociedade?

ZM – Sim, o racismo está na raiz da sociedade brasileira, faz parte do cotidiano e, como tal, perpassa todo o tecido social, seja na esfera individual, seja na esfera pública. Já tivemos avanços no combate ao racismo a partir da lei que criminaliza sua prática. Contudo, não basta a lei. É necessário mudar a mentalidade. Vimos relatos constantes de abuso de poder, como o mais recente ato racista a mando de uma juíza em Duque de Caxias, Rio de Janeiro, de paralisar com voz de prisão e algema uma profissional do Direito em pleno exercício de suas atividades laborais. Não faz muito tempo um dentista negro foi assassinado em São Paulo pela polícia ao ser confundido com ladrão.

 

JS – Na sua opinião, esse racismo que antes era velado agora se mostra sem constrangimentos e vem avançando? Por quê?

ZM – O racismo, como diz Sodré, é meio camaleônico, ora mostra a cara, ora não, confundindo a quem o queira identificar. Mas ele está presente na sociedade desde sempre, e aquele ou aquela que sofre racismo conhece bem essa realidade. Todos os campos sociais têm responsabilidade na construção do racismo. A Igreja, a Ciência, a Filosofia, a Academia, a sociedade civil, o Estado. Creio que o avanço do racismo na contemporaneidade caminha junto com a sociedade, numa disputa de narrativas, tendendo ao conservadorismo, que nega a diversidade, que vislumbra o neonazismo e pratica o ódio contra a diferença. Sodré ressalta que passamos do racismo de dominação para o racismo de exclusão. Eu digo com o autor que passamos do racismo de dominação para o de exclusão, e no momento passamos para o racismo de extermínio.

No edital para o acesso à UFRJ em 2018 foram oferecidas 9.389 vagas, assim distribuídas: 4.730 vagas para egressos de Escolas Públicas (50% para candidatos com renda familiar per capita igual ou inferior a 1,5 salário mínimo e 50% para candidatos com renda superior).

De cada um destes dois grupos, 51,8% das vagas (proporção do censo de 2010 do IBGE) foram destinadas aos autodeclarados pretos, pardos e indígenas e 24,39% a candidatos portadores de deficiência física.

Os números do edital indicam o ingresso neste ano na UFRJ de pelo menos 2.450 estudantes pretos ou pardos e indígenas pelo sistema de cotas, tomando como base a autodeclaração, que, na ampla concorrência, não é necessária.

O pró-reitor de Graduação, Eduardo Serra, explica que ainda está sendo feito levantamento do número de estudantes pretos e pardos na universidade. Mas a estimativa é que a UFRJ tem atualmente 50 mil alunos, e a presença de pretos e pardos chega a 50% dos ingressos.

 

Evasão

A questão da renda, segundo o pró-reitor, explica boa parte da evasão dos estudantes provenientes de escolas públicas. A evasão, no entanto, tem a mesma ordem de grandeza entre cotistas e não cotistas. E quando as condições materiais são atendidas, o rendimento de cotistas e não cotistas se equivalem.

 

As políticas de acessibilidade, a seu ver, fazem com que a universidade pública reflita um pouco melhor o que é a sociedade brasileira, mas estão longe de atender à demanda real, que é bem maior.

Uerj, pioneira nas cotas

A Uerj foi pioneira ao implantar a política de ações afirmativas através do Sistema de Reservas de Vagas (cotas) para alunos pobres com a inclusão de negros. Na época, a proposta criada para combater desigualdades foi muito questionada, e ao longo dos anos provou-se acertada. Agora em setembro a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou a prorrogação das cotas por mais 10 anos para as universidades públicas estaduais, com a inclusão de quilombolas.

Em 15 anos foi um número impressionante de jovens que nem cogitavam frequentar uma universidade na vida e tiveram essa oportunidade proporcionada pela reserva de vagas. De 2003 a 2018, ingressaram na Uerj 80.986 alunos, sendo que 24.286 pelo sistema de cotas. Do total, 10.834 são de cota racial. Atualmente a Uerj conta com 9.293 alunos que ingressaram por reserva de vagas. Como instrumento de combate à evasão, a Uerj estabeleceu como política de permanência o oferecimento de apoio acadêmico e financeiro aos alunos cotistas.

Segundo a coordenadora de Articulação e Iniciação Acadêmicas da Uerj, Elielma Machado, a universidade é um bom exemplo de como é possível aliar transformação social com excelência do ensino público.

“A partir da experiência da Uerj, torna-se possível refletir sobre como as políticas de ações afirmativas podem promover acesso a uma formação acadêmica que vai além de assegurar o ingresso em cursos de graduação, apontando para a ampliação do número de mestrandos e doutorandos que, ao se inserirem no mercado de trabalho, ou mesmo nas universidades, contribuem para a efetiva transformação social. Espera-se, ainda, que estejam também habilitados para contribuir com a transição para a superação da manutenção das elites e, sobretudo, para que estudantes autodeclarados negros e pardos e os segmentos populares da sociedade possam ter acesso ao ensino superior de qualidade.”

 

Pluralidade racial

As cotas nas universidades federais foram definidas pela Lei nº 12.711, em 2012, no governo Lula. De acordo com a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) – extinta no governo Temer –, a medida abriu aproximadamente 150 mil vagas para negros. Mas, apesar do crescimento, os negros estão ainda longe de alcançar o índice de brancos diplomados. Entre a população branca, a proporção atual é de 22% de graduados, o que representa pouco mais do que o dobro dos negros diplomados no ano 2000, quando o índice era de 9,3%.

O Censo do Ensino Superior elaborado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) mostra que, em 2011, do total de 8 milhões de matrículas em universidades federais, 11% foram feitas por alunos pretos ou pardos. Em 2016, 30%.

“É como se, em relação à violência letal, negros e não negros vivessem em países completamente distintos”, aponta o relatório do mais recente Atlas da Violência de 2018, lançado em junho deste ano pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

O documento destaca a desigualdade das mortes violentas por raça ou cor que vem se acentuando nos últimos dez anos. Enquanto a taxa de homicídio de não negros diminuiu 6,8%, a taxa de vitimização da população negra aumentou 23,1%, e a taxa de homicídio de mulheres negras foi 71% superior à de mulheres não negras.

 

Em 2016, o Brasil alcançou a marca histórica de 62.517 homicídios, isso equivale a 30,3 mortes para cada 100 mil habitantes, em particular contra jovens; homicídios respondem por 56,5% da causa de óbitos de homens entre 15 e 19 anos.

 

Em relação à população negra, os números foram os seguintes: a taxa de homicídio de negros foi duas vezes e meia superior à de não negros (16% contra 40,2%), o que implica dizer que 71,5% das pessoas assassinadas no país a cada ano são pretas ou pardas.

 

O Anuário Brasileiro de Segurança Pública analisou 5.896 boletins de ocorrência de mortes decorrentes de intervenções policiais entre 2015 e 2016, o que representa 75% do universo de mortes no período: identificou que 76,1% das vítimas de atuação da polícia são negros. “Os negros, especialmente jovens negros, são o perfil mais frequente do homicídio no Brasil, sendo muito mais vulneráveis à violência do que os jovens não negros”, diz o estudo.

 

Genocídio – O número de elucidação de casos de homicídio decorrente de intervenção policial é, segundo a Comissão Parlamentar de Inquérito (de 2016) sobre o assassinato de jovens em 2016, baixo e as maiores vítimas da ação policial são jovens negros. Segundo especialistas, 99% dos casos são arquivados e a conclusão é: “o Estado brasileiro, direta ou indiretamente, provoca o genocídio da população jovem e negra”.

 

Quem algemou Valéria Santos?

 

Uma negra acorrentada num fórum no Brasil, hoje, sendo essa advogada, é o retrato da normatização da escrotidão sobre uma etnia e nos põe a todos na mira do atraso, nos atola na triste conclusão de que a escravidão não acabou. Valéria não infringiu a lei, não é bandida e foi detida no trabalho ao defender sua cliente, a negra ré. Vemos a face de sua dignidade, a certeza de estar legalmente correta em pleno exercício da profissão e, para nosso enjoo e espanto, a indiferença, a omissão e a anuência de seus colegas com esta barbárie que é o racismo contemporâneo brasileiro. (Ó triste frase, ainda existe?) Escrevo em pensamento e caminho por dez minutos na Copacabana que me expõe doze moradores de rua (contei). Espalhados nas calçadas, nos quarteirões do bairro que amo. Todos corpos negros, mais da metade jovens em idade escolar. Doença, desamparo, alcoolismo, crack, abandono, humilhação, fome. Todos abaixo da linha da dignidade, chafurdados no cuspe da exclusão. Passeio entre refugiados, neste campo de concentração imenso no qual o Brasil se tornou. Muitos sobreviventes deste holocausto estão nas ruas, ou nas carceragens, ou na bandidagem. E quem repara?

 

Todo dia se mata na favela. Vidas negras importam? A quem? Nem reconhecemos como holocausto a tragédia carnificeira que comandou o tráfico de gente pelos oceanos durante quatro séculos! Algum mecanismo aconteceu em nossas cabeças que somos um país que não se comove diante do extermínio da nossa juventude negra, mas é capaz de chorar copiosamente vendo o diário de Anne Frank. Uma dor não é maior do que a outra. Porém afirmo que, por ignorância da nossa verdadeira história, não nos comovemos com a escravização (…).

 

(trecho de crônica de Elisa Lucinda publicado no Jornal do Brasil)

Há uma curva ascendente dos casos de racismo no país, de acordo com o professor da UFRJ Jadir Brito, que pesquisa o tema. Crescem, também, a intolerância religiosa por motivos raciais e a desigualdade racial na proporção do avanço do neoliberalismo no Brasil, ele diz.

 

Jadir Brito é professor do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas em Direitos Humanos da UFRJ.  Ele afirma que, mesmo com as políticas compensatórias dos últimos 20 anos e com a maior organização do movimento negro, vários estudos mostram que a desigualdade no Brasil e o racismo continuam se expandindo.

 

A constatação do pesquisador caracteriza retrocesso em relação à história recente, quando políticas públicas de inclusão e de ações afirmativas para o combate ao racismo levaram a importantes avanços no país. Isso resultou em considerável aumento, embora insuficiente, da presença de negros nas universidades.

 

Mas o governo do golpe trouxe dias sombrios. E hoje, na esteira do recrudescimento do racismo, um candidato à Presidência da República é, reconhecidamente, racista – não virou réu em um processo por benevolência do STF.

 

Mas o racismo não prospera isolado. Sua expansão vem com o aumento de violência contra negros. O Atlas da violência de 2018, do Ipea, atesta uma  incidência maior de mortes entre jovens negros e pobres em meio à crise econômica e a ataques, o que põe em xeque a democracia num Estado cada vez mais de exceção.

 

Saíram do armário

“Existe um processo de genocídio mesmo. Parece que retrocedemos mil anos e que os reacionários saíram do armário. O racismo hoje atinge pessoas públicas, como artistas e esportistas. Vivemos um momento que exige cautela, com um candidato à Presidência que incita o ódio”, adverte Denise Góes.

 

Ela  integra a Câmara de Políticas Raciais da UFRJ. É coordenadora da Comissão de Heteroidentificação, também da UFRJ, e militante do Movimento Negro Unificado (MNU).

 

“Nestes tempos bicudos, precisamos jogar peso nas entidades existentes para superar esse momento, nos aglutinarmos numa organização que faça valer nossas conquistas. A votação na Assembleia Legislativa do Rio, que prorroga o sistema de cotas em universidades públicas do estado por mais dez anos, não é um fato isolado. Ninguém aprovou porque era bonzinho, mas porque há luta!”, afirmou Denise.

 

Advogada negra algemada

Dois casos recentes de racismo explícito chamaram a atenção nos últimos dias. A advogada Valéria Lúcia foi algemada e arrastada por policiais a mando da juíza Ethel Tavares no fórum de Caxias. O professor de língua portuguesa Thiago dos Santos Conceição, de 31 anos, foi humilhado e agredido por alunos.

 

Valéria e a juíza discutiram porque a advogada exigia ter acesso à peça da defesa. A juíza negou o pedido e chamou os policiais. O caso repercutiu. A cena da advogada sentada e algemada causou total indignação. O Movimento Negro Unificado caracterizou o caso como “racismo e assédio moral na relação de trabalho” e o Conselho Nacional de Direitos Humanos condenou o episódio.

 

O presidente da Comissão de Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil, Luciano Bandeira, acionou o juiz titular do juizado, Luiz Alfredo de Carvalho, e obteve a anulação dos trabalhos

.

Humilhado

O professor de língua portuguesa Thiago dos Santos Conceição foi ofendido, humilhado e agredido por alunos durante uma prova no Ciep Mestre Marçal, em Rio das Ostras, na Região dos Lagos. Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o professor sendo hostilizado na sala de aula.

 

Thiago começou a trabalhar no Ciep em fevereiro, no começo do ano letivo. Desde o início, a rotina era de agressões verbais e de insultos. Muitos deles de ofensas racistas. O professor chegou a procurar a direção da instituição e revelou o problema, mas, segundo ele, nenhuma providência foi tomada.

O flagelo social no Brasil tem na saúde pública sua vitrine de horror. Macas em corredores de hospitais, falta de insumos básicos, filas quilométricas nos ambulatórios, milhares de pessoas à espera de cirurgias e, nas emergências, a escolha de Sofia, situação em que as equipes médicas decidem sobre quem salvar.

 

Isso tudo no país do SUS, o Sistema Único de Saúde, o maior sistema de financiamento público do mundo, que atende 75% da população. Só que subfinanciado. O orçamento de 2018, por exemplo, tem R$ 2 bilhões a menos em relação ao de 2016, embora o número de internações tenha aumentado.

 

O desemprego fez muita gente abandonar os planos de saúde (um negócio obsceno que mercantiliza os serviços sem nenhum limite) e buscar atendimento na rede pública. Este cenário adverso explica por que a saúde é apontada como principal prioridade dos brasileiros, segundo pesquisa do IBGE. Apesar desse quadro, alguns candidatos que disputam a Presidência da República torcem o nariz para o tema ou emitem abordagens inaceitáveis. É o caso de Jair Bolsonaro (PSL), por exemplo, que considera os gastos com saúde “excessivos”. Opinião compartilhada pelo candidato do Partido Novo, João Amoêdo.

 

Candidatos alinhados com os conceitos liberais e mais intimamente ligados ao projeto das elites apresentam propostas genéricas, vagas intenções de ampliar a assistência médica, mas sem sequer apontar a fonte de financiamento.

 

Abrasco critica

É o caso de Geraldo Alckmin, do PSDB. Marina Silva vai por linha parecida. Diz que vai reverter a tendência da “retração do orçamento” para a saúde, sem definir como isso seria feito. O nível de entendimento da situação da saúde pública nos programas dos candidatos foi duramente criticado pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco). Num documento que avalia as propostas dos programas dos candidatos registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a Abrasco observa que, embora a maioria dos candidatos afirmem destacar a importância da assistência pública, “as propostas não são concretas” e apresentam “intenções vagas”.

 

Entre os signatários do documento da Abrasco está o professor do Departamento de Medicina da USP Mário Scheffer, autor do estudo Representação Política e Interesses particulares na Saúde, com a professora da UFRJ Ligia Bahia.

Remover teto de gastos

Apenas três candidatos foram específicos nas suas propostas. Fernando Haddad, que propõe, de saída,  a revogação do teto de gastos. Presidente, ele anuncia fixar os investimentos em saúde em 6% do PIB. Novas regras fiscais, reforma tributária e o retorno do fundo social do pré-sal.

 

Ciro Gomes também reafirma seu objetivo de revogar a emenda constitucional que congela os gastos públicos, entre os quais os investimentos em educação. O candidato do PDT afirma que vai reduzir inicialmente em 15% as desonerações fiscais e tributárias. É lá que vai buscar dinheiro para financiar a saúde.

 

Guilherme Boulos também revogaria o congelamento dos gastos públicos e reverteria a renúncia dos planos de saúde deslocando recursos para a saúde. Fixaria em 3% do PIB o dinheiro para a saúde.

Nós, 100 abaixo assinados, docentes, estudantes e técnicos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), nos pronunciamos em relação aos momentos que vive nossa Universidade desde a noite de 2 de setembro de 2018. Naquela noite, um incêndio consumiu grande parte da memória física de nosso País, cultivada, investigada, ensinada e pesquisada no Museu Nacional. No rescaldo das chamas e das cinzas do Museu Nacional, localizado na Quinta da Boa Vista e uma das mais dinâmicas e prestigiosas unidades e institutos da UFRJ, não vieram apenas a solidariedade e o compromisso com o restauro e a retomada de sua rica vida acadêmica. Imediatamente, parte dos grandes meios de comunicação no Brasil decidiu não se juntar às manifestações solidárias oriundas de todos os rincões do mundo, incluindo museus como o Louvre e o Museu Britânico.

Começou uma campanha de desinformação e omissão da verdade, propalando notícias que escondem a realidade factual: o paulatino decréscimo do orçamento da UFRJ – atribuído pelo governo federal – para suas despesas comuns de R$ 531 milhões em 2014 para 440 milhões prometidos para 2019, com uma diminuição do orçamento de investimento (aquele que garantiria as obras requeridas pelo Museu Nacional) de 52 para 6 milhões no mesmo período. Ou a fantasia desmentida da recusa pela UFRJ, 20 anos atrás, de oferta de 80 milhões de dólares do Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD).

Ocultaram o crescimento de 32.000 para 43.000 estudantes nos seus cursos de graduação, 21% deles com renda familiar per capita de 1,5 salários mínimos, a pujança de suas pesquisas em todos os campos de saberes, seus 129 programas de pós-graduação (um terço deles com notas de excelência atribuídas pelo próprio governo federal) que incluem mais de 13.000 estudantes. Esta omissão foi substituída pelo mais articulado ataque à administração da UFRJ em tempos recentes, centrando-os na figura do seu Reitor, cujo afastamento chegou a ser cogitado e abertamente proposto, em flagrante agressão à autonomia universitária, princípio basilar da liberdade acadêmica da milenar instituição universitária em todos os países do mundo.

A manipulação das cifras orçamentárias e os ataques ao Reitor se complementaram, de maneira também articulada, com uma proposta emanada do governo federal e que também teve a acolhida da mesma grande mídia. A retirada do Museu Nacional da estrutura acadêmica da UFRJ, transformando um espaço de ensino e pesquisa mundialmente respeitado num elegante lugar onde apenas se guardariam objetos interessantes. Implantar esta proposta constituiria, certamente, em consumar um segundo incêndio – definitivo – do Museu Nacional da UFRJ. Escondendo, entre as novas chamas, o descaso do governo federal com a cultura e a história do povo brasileiro.

Com nossas 100 assinaturas iniciais – lembrando outro documento que assim nasceu em meados do século passado para alertar ao mundo sobre a guerra e o desastre nuclear – convidamos a muitos outros para que se juntem a nós, no Brasil e no mundo, em torno de 2 princípios fundamentais e irrenunciáveis: o da preservação do Museu Nacional reconstruído como parte inalienável da vida acadêmica da UFRJ e o da defesa da autonomia universitária da UFRJ hoje ameaçada como poucas vezes na sua história.

Caminhamos para comemorar 200 anos de vida do Brasil como nação independente no conjunto dos povos do mundo. O “Grito de Ipiranga”, proclamado em 7 de setembro de 1822, é o símbolo do início dessa caminhada na história. O grito hoje na UFRJ tem 2 símbolos dizendo: Não a um novo incêndio no Museu Nacional! Sim ao pleno e digno exercício da autonomia universitária!

Rio de Janeiro, 7 de setembro de 2018, a 4 anos da celebração do bicentenário da Independência do Brasil.

 

 

English Version

 

Open Letter from 100 members of the scientific community of the

Federal University of Rio de Janeiro (UFRJ)

National Museum of UFRJ: The threat of the next fire

 

We, the undersigned faculty, students and technicians of the Federal University of Rio de Janeiro, feel compelled to speak out about the dramatic event that shook our University since the night of September 2, 2018. That night, fire consumed an enormous part of the physical evidence of the history of our land and its people, previously collected, analyzed, investigated and taught to schoolchildren at the National Museum, one of the most dynamic and prestigious institutions of UFRJ, in Quinta da Boa Vista. To the ashes that remained, there arrived from all corners of the world, including museums such as the Louvre and the British Museum, manifestations of solidarity and commitment to help with restoration and resumption of its rich academic life. But immediately, on the part of the major voices from the Brazilian media, there was also a decision not to report the true causes of the disaster.

Instead, we have witnessed a campaign of disinformation and omissions that paint and propagate a picture that hides the reality: the gradual decrease in annual budget for UFRJ – determined by the federal government – for routine expenses of maintenance and repairs from R$531 million in 2014 to R$440 million promised for 2019, together with a reduction in investment (which would guarantee the renewal required for the Museum´s sprinkler and electrical systems) from R$52 million to R$6 million in the same period. Or the fantasy, long since disproved, that UFRJ, twenty years ago, refused an offer of 80 million dollars from the International Bank for Reconstruction and Development (BIRD) for the modernization of its installations.

The major channels of communication have so far failed to mention the increase in number of students of UFRJ that are enrolled in undergraduate courses from 32,000 to 43,000 in the last decade, 21% of them with per capita family incomes of only 1.5 times the minimum salary of R$ 954 (229 dollars/month); the vigor and diversity of the research carried out on its premises; or the 13,000 students enrolled in its 129 graduate programs, one-third of them rated excellent by the government´s own agency  for oversight of these programs. Instead, these omissions were replaced by the most egregious and pointed attack on the UFRJ administration in recent times, focused on the rector himself, whose dismissal was openly proposed in flagrant violation of the university´s administrative and academic autonomy, a fundamental principle of academic freedom all over the world.

The manipulation and distortion of UFRJ´s budgetary figures and the attacks on its rector complement, also very pointedly, a proposal from the federal government that was also well received by elements of the media: to extract the Museum from its academic association with UFRJ, transforming the Museum from a center for globally respected teaching and research into merely an elegant space for exhibiting interesting objects. Implementing this proposal would effectively constitute a second –and terminal – fire of the National Museum of UFRJ, one that would hide, among the new flames, the federal government´s neglect and disdain for the culture and history of the people of Brazil.

With our first 100 signatures – bringing to mind another document that was also born in Great Britain in the middle of the last century to alert the world to a threat of war and a nuclear holocaust – we invite others from Brazil and from the rest of the world to join us in support of two fundamental, inalienable principles: the preservation of the National Museum, reconstructed as an inseparable part of the academic life of UFRJ; and the defense of the autonomy of UFRJ, under threat today as seldom before in its history.

In only four more years Brazil will be able to commemorate 200 years as an independent nation. The declaration of September 7, 1822, Brazil´s “Grito de Ipiranga”, stands as our national symbol of the first successful steps along this path. Our declaration of September 7, 2018, stands for two principles: “No!” to a new fire at the National Museum; and “Yes!” to the right of UFRJ to operate under full, autonomous academic freedom.

 

Assinaturas/Signatures

 

Achilles Bourdot Dutra, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, UFRJ;

Adalberto Vieyra, Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, UFRJ;

Adelaide Antunes, Escola de Química, UFRJ;

Alane Beatriz Vermelho, Instituto de Microbiologia Paulo de Góes, UFRJ;

Alessandra Magrini, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, UFRJ;

Andrew Macrae, Instituto de Microbiologia Paulo de Góes, UFRJ;

Ângela Uller, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia /COPPE, UFRJ;

Antonio Carlos Campos de Carvalho, Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, UFRJ;

Aquilino Senra, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, UFRJ;

Argimiro R. Secchi, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, UFRJ;

Bianca Ortiz, Núcleo Multidisciplinar de Pesquisa em Biologia de Xerém, UFRJ;

Bianca Pinheiro, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, UFRJ;

Bruno L. Diaz, Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, UFRJ;

Carla França Araújo, Escola de Enfermagem Anna Nery, UFRJ;

Carlos Magluta, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, UFRJ;

Celso Caruso Neves, Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, UFRJ;

Cláudio Bornstein, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, UFRJ;

Claudio Habert, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, UFRJ;

Cleide de Morais Lima, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, UFRJ;

Cristiano Piacsek Borges, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, UFRJ;

Debora Foguel, Instituto de Bioquímica Médica Leopoldo de Meis, UFRJ;

Denise Pires de Carvalho, Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, UFRJ;

Edson H. Watanabe, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, UFRJ;

Eduardo Batista, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, UFRJ;

Eduardo Nazareth Paiva, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, UFRJ;

Emiliano Medei, Instituto de Bioquímica Médica Leopoldo de Meis, UFRJ;

Ericksson Rocha e Almendra, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, UFRJ;

Fernando Duda, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, UFRJ;

Fernando L.B. Ribeiro, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, UFRJ;

Francisco de Assis Esteves, Núcleo em Ecologia e Desenvolvimento Socioambiental de Macaé, UFRJ;

Frederico C. Jandre, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, UFRJ;

Hélio de Mattos Alves, Faculdade de Farmácia, UFRJ;

Isabel Cristina Pereira Margarit-Mattos, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, UFRJ;

Isis Cavalcante Baptista, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, UFRJ;

Jerson Lima Silva, Instituto de Bioquímica Médica Leopoldo de Meis, UFRJ;

João Paulo Torres, Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, UFRJ;

José Garcia Abreu, Instituto de Ciências Biomédicas, UFRJ;

Jose Luiz Drummond Alves, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, UFRJ;

José Roberto Meyer Fernandes, Instituto de Bioquímica Médica Leopoldo de Meis, UFRJ;

Juan Garcia de Blas, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, UFRJ;

Juliany Rodrigues, Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, UFRJ;

Julio Assunção, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, UFRJ;

Katia Calp Gondim, Instituto de Bioquímica Médica Leopoldo de Meis, UFRJ;

Kildare de Miranda, Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, UFRJ;

Krishnaswamy Rajagopal, Escola de Química, UFRJ;

Leda Castilho, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, UFRJ;

Liu Hsu, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, UFRJ;

Lucia Carvalho Coelho, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, UFRJ;

Luís Felipe Magalhães de Moraes, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, UFRJ;

Luis Henrique M. Costa, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, UFRJ;

Luiz Bevilacqua, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, UFRJ;

Luiz Eurico Nasciutti, Instituto de Ciências Biomédicas, UFRJ;

Luiz H. Almeida, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, UFRJ;

Luiz Landau, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, UFRJ;

Luiz Pinguelli Rosa, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, UFRJ;

Luzineide Tinoco, Instituto de Pesquisa em Produtos Naturais, UFRJ;

Lycia Gitirana, Instituto de Ciências Biomédicas, UFRJ;

Marcelo Cortes, Colégio de Aplicação, UFRJ;

Marcos Freitas, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, UFRJ;

Marcus Vinicius de Araujo Fonseca, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, UFRJ;

Maria Fernanda Quintela Nunes, Instituto de Biologia, UFRJ;

Marta Cecilia Tapia, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, UFRJ;

Martha Sorenson, Instituto de Bioquímica Médica Leopoldo de Meis, UFRJ;

Murilo Augusto Vaz, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, UFRJ;

Myrian Christina de Aragão Costa, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, UFRJ;

Nelson Ebecken, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, UFRJ;

Nelson Maculan, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, UFRJ;

Neuman Solange de Resende, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, UFRJ;

Ney Roitman, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, UFRJ;

Noberto Bellas, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, UFRJ;

Oscar Acselrad, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, UFRJ;

Oscar Rosa Mattos, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, UFRJ;

Otto Carlos Muniz Bandeira Duarte, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, UFRJ;

Patrícia Mamede, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, UFRJ;

Paulo Fernando Ferreira Frutuoso e Melo, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, UFRJ;

Pedro Lagerblad de Oliveira, Instituto de Bioquímica Médica Leopoldo de Meis, UFRJ;

Priscyla Gonçalves Ferreira, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, UFRJ;

Rafael Henrique Oliveira Rangel, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, UFRJ;

Rafael Soares Lindoso, Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, UFRJ;

Ricardo de Andrade Medronho, Escola de Química, UFRJ;

Richard Magdalena Stephan, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, UFRJ;

Roberto Calvet, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, UFRJ;

Roberto de Andrade Medronho, Faculdade de Medicina, UFRJ;

Rodrigo Nunes da Fonseca, Núcleo em Ecologia e Desenvolvimento Socioambiental de Macaé, UFRJ;

Romildo Dias Toledo Filho, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, UFRJ;

Rubens de Andrade Júnior, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, UFRJ;

Russolina B. Zingali, Instituto de Bioquímica Médica Leopoldo de Meis, UFRJ;

Sandoval Carneiro Jr., Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, UFRJ;

Sandra Azevedo, Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, UFRJ;

Segen Estefen, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, UFRJ;

Sergio Bonecker, Instituto de Biologia, UFRJ;

Sérgio Camargo, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, UFRJ;

Sergio Hamilton Sphaier, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, UFRJ;

Sônia Vasconcelos, Instituto de Bioquímica Médica Leopoldo de Meis, UFRJ:

Tatiana Coelho Sampaio, Instituto de Ciências Biomédicas, UFRJ;

Theodoro Antoun Netto, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, UFRJ;

Vanda Borges de Souza, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, UFRJ;

Virgílio José Martins Ferreira Filho, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, UFRJ;

Vivaldo Moura Neto, Instituto de Ciências Biomédicas, UFRJ;

Walter Suemitsu, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, UFRJ;

Zui Clemente, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia/COPPE, wUFRJ;

Desta quinta-feira, 27, a sábado, 28, acontece em Brasília o Encontro Nacional de Aposentados e Assuntos de Aposentadoria.  O evento é organizado pela Fasubra e a base do segmento na UFRJ será representada por cinco companheiras indicados na reunião mensal da Coordenação e do Departamento de Aposentados e Pensionistas do Sintufrj.

 

Participantes

Helena Vicente Alves

Maria Sidônia dos Santos Lira

Maria Evangelina Vieira Pinto

Marines Vitoriano da Cruz de Souza

Dorvalina Ponciana de Brito

“Informação, conhecimento e memória” é o tema das comemorações pelos 45 anos da Biblioteca Central do Centro de Tecnologia (CT) da UFRJ. A unidade abriga milhares de obras referentes à engenharia e atende alunos de graduação e pós-graduação de toda a universidade, principalmente dos cursos da área tecnológica, como da Escola Politécnica, Escola de Química, Coppe e do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN), além do público em geral.

 

O bibliotecário-chefe da biblioteca, Francisco de Paula Araújo, destacou a importância de se resgatar a memória do local. “A maioria das bibliotecas não possui o hábito de se aprofundar em sua própria história, mas nós quisemos proporcionar ao público um contato com o passado daqui”, disse, referindo-se às comemorações que começam na terça-feira, 25 (veja programação nesta matéria).

 

Atualmente 22 servidores trabalham diariamente na biblioteca: 10 bibliotecários e 12 auxiliares e assistentes, sendo dois  formados em Biblioteconomia, dois vigilantes e três auxiliares de serviços gerais.

 

História e serviço

Inicialmente a biblioteca funcionava na Coppe, mas em 1973 foi transferida para o segundo andar do bloco B do Centro de Tecnologia. Em 1981, as obras mais importantes foram transferidas para a Biblioteca de Obras Raras e Antigas, que fica na ligação dos blocos ABC do prédio do CT.

 

A biblioteca atende o público interno e externo das 8h às 18h, de segunda a sexta-feira, para consulta e empréstimo de volumes (empréstimo somente para integrantes da comunidade universitária). Também fornece cópias de obras do acervo. O ambiente é climatizado, equipado com rede wi-fie computadores, com acesso livre aos visitantes, e dispõe de bebedouros e sanitários exclusivos. “Oferecer, além de todo o acervo, conforto maior para os visitantes é o nosso carro-chefe. Muitos alunos passam o dia inteiro aqui estudando e realizando pesquisas. Nada mais justo que lhes dar uma comodidade além do que já é esperado”, ressaltou Francisco de Paula.

 

Ciranda Literária – É um projeto do CCMN incorporado pela biblioteca do CT consiste em oferecer livros de literatura – inclusive para empréstimos, mas somente para a comunidade universitária. Segundo Francisco de Paula, esse diferencial contribui para aproximar as pessoas do ambiente bibliotecário.

 

Programação

A exposição “A Biblioteca Central do Centro de Tecnologia da UFRJ faz 45 anos”, que expõe antigos equipamentos, como leitor de microfilmes, mimeógrafo, aparelhos de telefone e mobiliários dos anos 1970, ficará aberta ao público no Salão de Leitura até o mês de dezembro.

Faz parte do acervo da exposição a dissertação de mestrado do professor Alberto Luiz Galvão Coimbra, fundador da Coppe, defendida em 1949 na Universidade Vanderbilt,situado em Nashville, Tennessee, nos Estados Unidos, assim como a de Jayme Luiz Szwarcfiter, engenheiro responsável pela automatização de todas as tarefas de uma biblioteca, datada de 1971.

 

Na terça-feira, 25, das 9h às 16h, estão programadas palestras, relatos, como o de Fátima Raposo, primeira bibliotecária da unidade, homenagens, música e coquetel. O evento é aberto à participação de técnicos-administrativos, docentes e estudantes da universidade. Confira a programação completa no site www.bibliotecado.ct.ufrj.br.

Oficinas orientando como evitar doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti e dando informações sobre a origem de vegetais, distribuição de mudas de plantas alimentícias não convencionais, exposição de insetos, visitas guiadas e apresentação de projetos agroecológicos foram algumas das atrações deste ano da 7ª Semana da Árvore, no Horto Universitário, realizada de 18 a 20 de setembro. O evento foi organizado pela Coordenação de Meio Ambiente da Prefeitura Universitária da UFRJ.

Durante os três dias do evento, alunos da rede pública de escolas do entorno da Ilha do Fundão participaram das atividades. Eles chegavam em ônibus especiais e enchiam de alegria o Horto Universitário. Dentre os projetos de extensão da universidade parceiros do Horto, estavam presentes o Muda, do curso de engenharia ambiental, e o Capim Limão, do Instituto de Nutrição Josué de Castro.

Alunos participantes dos projetos explicaram a importância das plantas na saúde bucal e, com um jogo interativo, a origem dos alimentos orgânicos. A Fiocruz também esteve presente, com o Desafio Brasil, uma oficina que ensinava formas de combate ao Aedes aegypti.

Mais participantes

O Núcleo de Excelência em Reciclagem e Desenvolvimento Sustentável (Nerdes), do Instituto de Macromoléculas (IMA) expôs produtos feitos com base em materiais reciclados, como réguas e estojos escolares, enquanto alunos do curso explicavam como se dava o processo de produção de cada um. O IMA também sorteou, entre o público presente, minilixeiras. Teve ainda a feira agroecológica do Horto Universitário, com a participação do Fundo Verde da UFRJ, que ofereceu produtos orgânicos. O Instituto Recomeçar, que atende crianças pacientes do Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG), recolheu doações de alimentos não perecíveis e vendeu peças de artesanato.

Pluralidade

O Horto Universitário ocupa uma área de 26 mil metros quadrados próxima à Prefeitura da UFRJ. Entre as atividades que desenvolve estão: produção de mudas e matérias-primas para as áreas verdes e arborização dos campi da universidade; recuperação da Mata Atlântica na Península do Catalão; apoio à revitalização do mangue e a medidas de preservação dos ecossistemas ameaçados na Ilha do Fundão; cultivo de plantas aromáticas, medicinais, ornamentais e um pomar. Além disso, empresta vasos ornamentais para eventos na universidade e dá apoio a grupos de agroecologia que atuam na UFRJ.

No espaço do Horto também são realizadas aulas práticas e pesquisas sobre técnicas de reúso da água para cultivo, estudo do solo e aproveitamento de resíduos da indústria do petróleo e polímeros – que foram expostos no evento.