Na ânsia de apagar os erros do seu governo, a omissão no combate à pandemia de Covid-19 e o número crescente de mortes no Brasil, que já passa de 41 mil vítimas, Bolsonaro fez mais um pronunciamento criminoso: lançou suspeitas sobre os dados oficiais e convocou seus apoiadores a invadirem hospitais para “fiscalizar” a ocupação dos leitos das enfermarias destinadas aos pacientes de Covid-19.

Bolsonaro, ao tentar desacreditar os números, questionou prontuários e atestados de óbito e, na prática, chamou profissionais da saúde de mentirosos. São estes profissionais, que trabalham no cuidado, que vão sofrer as consequências da convocação criminosa.

O primeiro conflito não demorou 24h para acontecer. 6 pessoas invadiram a enfermaria do Hospital Ronaldo Gazolla, em Acari, chutando portas, quebrando computadores e colocando pacientes e trabalhadores em risco.

A UFRJ tem 9 unidades hospitalares em funcionamento para atender a população. Se as patrulhas bolsonaristas virarem moda, não vai tardar que cenas como essa ocorram de forma generalizada, aumentando a pressão sobre trabalhadores que estão na linha de frente do combate à pandemia, arriscando-se para salvar vidas.

É preciso dar um basta a este governo. Não bastasse a maioria da população viver o drama cotidiano de não ter condições mínimas para se manter em isolamento, pois o governo, em vez de investir no SUS e executar políticas sociais para proteger as pessoas, prefere juntar-se ao coro de empresários que quer a abertura irrestrita das atividades, agora os trabalhadores da saúde entram na mira das falanges bolsonaristas incentivadas pelo presidente.

Reafirmamos nossa luta em defesa da vida, dos direitos e da democracia. A unidade dos trabalhadores da UFRJ é fundamental para enfrentarmos estes e outros ataques. Todo apoio aos trabalhadores da saúde, e Fora Bolsonaro!

Sintufrj – Gestão Ressignificar

Recebemos com satisfação o Ofício 23079.0574/2020 (foto abaixo), do Gabinete da Reitora, com solicitações à CPST e PR-4 para a concessão do grau máximo de insalubridade aos trabalhadores da UFRJ que atuam no combate à pandemia de Covid-19.

Desde o início da pandemia no país, o Sintufrj pleiteia, cotidianamente, que a UFRJ garanta o adicional. Por duas vezes, a entidade formalizou o pedido através de requerimento administrativo à Pró-Reitoria de Pessoal (PR-4). Sem os trabalhadores que dão suporte na retaguarda de todo o trabalho que é realizado, não há como a UFRJ fazer funcionar a assistência aos pacientes nesta complexa luta.

A decisão da Reitora é um marco importante para reconhecer os direitos e proteger os trabalhadores da universidade. Saudamos a iniciativa, e aguardamos os procedimentos necessários para a execução da solicitação.

Sintufrj – gestão Ressignificar

 

Postagem de uma blogueira admitindo ter fraudado o sistema de cotas étnico-raciais da UFRJ, em 2014, somada aos alertas via internet de entidades do movimento negro sobre esse tipo de fraude, reacenderam o debate sobre como as instituições federais de ensino superior devem agir para garantir que o acesso a essas instituições pelo sistema de cotas para pretos, pardos e índios seja exercido por quem realmente tenha direito.

Em nota publicada no dia 4 junho, a Reitoria da UFRJ explicou que os candidatos de 2020 aos cursos de graduação pelo sistema de reserva de cotas raciais, passaram pelo crivo da comissão de heteroidentificação. Antes, até 2019, prevaleceu a autodeclaração, o que resultou em centenas de denúncias de fraudes, principalmente para o ingresso a cursos mais disputados, como medicina e direito.

Apuração de fraudes

Desde junho de 2019, a UFRJ apura as denúncias de fraudes. Os alunos da universidade, cujo acesso foi pelo sistema de cotas raciais, são convocados pela Comissão de Heteroidentificação. Até o dia 9 de junho, eram 414 processos, sendo que em 90 deles os estudantes foram considerados aptos à reserva de vagas raciais e 60 não aptos. Onze processos foram extintos porque as pessoas já não tinham mais vínculo com a universidade, e 253 casos aguardam instrução processual.

Os 60 alunos considerados não aptos pela comissão aguardam encaminhamentos da Reitoria, que agirá, segundo Denise Goés, coordenadora da Câmara de Políticas Raciais da UFRJ e membro da Comissão de Heteroidentificação, em acordo com o Ministério Público Federal. Uma das penalidades previstas é o cancelamento da matrícula com a instituição. “As pessoas esperam atitude exemplar da universidade”, pontuou Denise.

A apuração das fraudes foi interrompida devido à pandemia viral, mas será retomada nas próximas semanas.

Novos alunos

A partir deste ano, a Comissão de Heteroidentificação criada em janeiro, iniciou a aferição dos candidatos à graduação pelo sistema de reserva de vagas raciais antes que fizessem a confirmação da matrícula no curso para o qual foram aprovados. Os não aptos às cotas, serão eliminados

Até a interrupção das atividades acadêmicas presenciais, em março, a comissão de heteroidentificação já havia chegado à terceira chamada da lista de espera dos aprovados pelo Enem para o primeiro período de 2020. A Pró-Reitoria de Graduação suspendeu a confirmação de matrícula presencial agendada, cumprindo decisão do Conselho de Ensino de Graduação (CEG).

Mas no caso dos cotistas, a Pró-reitoria de Graduação entende que, para evitar fraudes, a heteroidentificação precisará ser realizada de forma presencial.

Como funciona

De acordo com o edital da UFRJ, o procedimento de heteroidentificação dos cotistas consiste em uma entrevista simples, na qual o candidato apresenta as razões que o levaram a se declarar como pessoa preta, parda ou índia. A comissão utiliza exclusivamente o critério fenotípico para aferição da condição declarada. O processo é filmado e a pessoa pode solicitar, em caráter de recurso, novo procedimento de heteroidentificação.

Segundo Denise Goés, 218 candidatos à graduação ainda precisam ser submetidos à heteroidentificação para concluírem o processo de confirmação de matrícula. Ela também acha que isso não pode ser feito de forma remota, diante das possibilidades de fraudes.

“Entendemos que vivemos um momento crítico, mas serão levadas em conta as normas da Organização Mundial de Saúde”, disse Denise, que considera como “muito importante” fazer valer a vitória da política de cotas e o rigor da aferição. Para ela, abrir brechas para a possibilidade de fraudes seria como dar um tiro no próprio pé.

A comissão é formada por 54 membros, entre técnicos-administrativos, alunos e docentes, mas segundo Denise, nem todos poderão participar da etapa atual, por serem do grupo de risco ou porque residem com pessoas desse grupo.

Aferição dos candidatos

deste ano recomeça em junho

Uma das reivindicações à Reitoria foi que todos os heteroidentificadores sejam testados para a Covid-19. “Levamos essa questão para a comissão como algo imprescindível. Também achamos importante informar sobre a atividade da comissão ao GT Coronavírus da UFRJ. Não podemos fazer uma atividade desta monta sem o aval do grupo científico”, disse Denise

No dia 9 de junho, a comissão se reuniu com a Pró-Reitoria de Graduação e a Superintendência de Graduação e acertaram retomar o trabalho de heteroidentificação na segunda quinzena de junho (a data será comunicada aos candidatos). O local da aferição será os  corredores do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN), no Fundão, que é coberto, mas arejado.

Os candidatos vão receber a convocação para comparecerem por turnos: 35 de manhã e 35 à tarde. O processo envolverá, a princípio,   25 pessoas divididas em quatro subcomissões de heteroidentificação e uma para recurso. Os candidatos entrarão na área reservada de quatro em quatro. Pessoal de apoio informará aos candidatos sobre onde se dirigir para evitar aglomeração.

Os testes para Covid-19 serão feitos antes, durante e depois da recepção dos candidatos. A equipe toda terá treinamento e equipamento de proteção; álcool gel estará disponível também para os candidatos. A Pró-Reitoria de Graduação solicitou apoio da Prefeitura Universitária para o transporte do pessoal que atuará na heteroidentificação.

Pressão oficial do Legislativo se somou a críticas de especialistas, entidades e comunidades acadêmicas

Matéria retirada do site Brasil de Fato

 

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) revogou, na tarde desta sexta-feira (12), a Medida Provisória (MP) 979, que concedia ao ministro da Educação, Abraham Weintraub, o direito de escolher reitores temporários para as universidades públicas e institutos federais durante a pandemia. O recuo do chefe do Executivo vem algumas horas depois de o presidente do presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (DEM-RJ), devolver o texto ao governo. Prática incomum, a iniciativa tem caráter mais político e excepcional. A recusa oficial de uma medida por parte do Legislativo não ocorria no país desde 2015.

A decisão de Alcolumbre veio na esteira de uma série de críticas de especialistas, juristas e comunidades acadêmicas, que alvejaram a MP sob o argumento de que a medida feria a autonomia universitária. Habitualmente, as instituições definem seus reitores por meio de uma consulta interna, da qual resulta uma lista tríplice. Ao final, o presidente da República escolhe um dos nomes para assumir o cargo, mas, em geral, a tradição é respeitar a escolha interna das instituições.

Princípios constitucionais

Em pronunciamento feito em seu perfil oficial no Twitter, Alcolumbre disse que resolveu devolver o texto ao Poder Executivo “por violação aos princípios constitucionais da autonomia e da gestão democrática das universidades”.

“Cabe a mim, como presidente do Congresso Nacional, não deixar tramitar proposições que violem a Constituição Federal. O Parlamento permanece vigilante na defesa das instituições e no avanço da ciência”, completou o parlamentar, na postagem.

Comunidade acadêmica

Em entrevista ao Brasil de Fato, Iago Montalvão, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE),considerou a tentativa de intervenção mais uma das ações autoritárias do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em relação ao ensino superior público. Porém, ele afirma que o “retrocesso na Educação foi intensificado com a chegada de Weintraub ao Ministério da Educação (MEC).”

“Desde a retirada de recursos, até essa Medida Provisória, elas são tentativas do governo Bolsonaro e do Weintraub, de intervir nas universidades, que eles enxergam que são barreiras ao seu projeto conservador e retrógrado. Nós achamos um absurdo que o governo tenha transformado o MEC em uma ferramenta ideológica para impor suas ideias e fazer manobras autoritárias”, explicou o dirigente estudantil.

Entidades ligadas à Educação soltaram notas divergindo da MP publicada pelo governo federal. A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), classificou como “perigosa” a Medida Provisória. De acordo com a Andifes, a medida “testa os limites da democracia” e provoca “nossa responsabilidade cívica ao suprimir a autonomia e democracia das universidades”.

A Associação Nacional de Pós-Grauandos (ANPG), também em nota, protestou.

“Com essa intervenção, o governo, através do Ministério da Educação, explicitamente faz uma opção pela intervenção federal nas instituições de ensino, aprofundando a já combalida democracia em nosso país e afrontando o artigo 207 da Constituição Federal de 1988, que assegura às instituições públicas a autonomia”. Em seguida, a entidade ameaça. “Faremos todo o possível jurídica e politicamente para que a MP seja imediatamente suspensa e declarada inconstitucional.”

 

 

Por meio de ofício à direção do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), o Sintufrj solicitou, com a máxima urgência, esclarecimentos sobre o conteúdo exposto na Circular Interna 063/2020 e na Ordem de Serviço 003 de junho de 2020. Ambos os documentos provocaram incredulidade e espanto entre os trabalhadores da unidade hospitalar. Tudo este momento de ansiedade e insegurança que o combate à pandemia de Covid-19 não comporta, principalmente em se tratando dos servidores do Hospital Universitário da UFRJ, que é exemplo na luta para vencer a pandemia viral, graças ao trabalho sério e dedicado dos seus profissionais.

No momento, toda a universidade discute como deve se preparar para a retomada das atividades acadêmicas e administrativas, nesta nova realidade imposta pelo coronavírus. Os colegiados superiores e as entidades sindicais e estudantis debatem o tema há semanas, e grupos de trabalho com a participação dos três segmentos da comunidade universitária também. A volta às atividades na instituição tem que ocorrer de forma articulada e com o mínimo de risco possível à integridade física e emocional dos servidores, técnicos-administrativos e docentes, e dos estudantes.

Diante do exposto, o Sintufrj faz os seguintes questionamentos à direção do HUCFF:
– Os trabalhadores afastados por idade e/ou comorbidades seguirão afastados, como determinam os protocolos da UFRJ?
– Outra dúvida em relação à circular Interna diz respeito ao afastamento do servidor “supostamente adoecido” mediante atestado médico. Como não há outra forma de o trabalhador se afastar do local de trabalho, por motivo de doença, que não seja por atestado médico, o Sintufrj solicita explicação desta direção em relação exposto.
– Os EPIs (máscaras, luvas, face shield etc) serão disponibilizados para todos os trabalhadores, inclusive das enfermarias não-Covid 19 e consultórios ambulatoriais?
– O HUCFF já adotou os procedimentos definidos pelo Artigo II da Resolução 7 do Consuni, qual seja, a definição de serviços necessariamente presenciais para o funcionamento da unidade?
– O HUCFF já definiu um procedimento de controle de distância dos usuários nas salas de espera? Quem controlará a obrigatoriedade de distância mínima e uso de máscaras?

 

Diretoria do Sintufrj

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