Mesmo em tempos de pandemia que limitam a realização de manifestações de rua, centenas de trabalhadores usando máscaras e com álcool gel à mão participaram dos atos em defesa dos serviços públicos e das estatais, e para denunciar à população as mentiras do governo Bolsonaro, nesta quarta-feira, 30 de setembro. Depois das reformas trabalhistas e da Previdência, a intenção é acabar com é desestruturar de vez o Estado brasileiro com a reforma administrativa.
Esta foi a primeira manifestação pública durante a pandemia da Covid-19 realizada pela CUT e outras centrais sindicais, mas os protocolos sanitários das organizações de saúde foram respeitadas. A maioria dos manifestantes eram servidores públicos federais, estaduais e municipais, trabalhadores de estatais e empresas públicas, liderados por seus sindicatos. O Dia Nacional de Luta em Defesa do Setor Público e que também denunciou a farsa da reforma administrativa do governo ocorreu em quase todas as cidades do país.
Candelária ferveu
No Rio de Janeiro os manifestantes se reuniram no fim da tarde na Candelária. Pela manhã, o ato foi em frente ao Hospital Universitário Pedro Ernesto. O Sintufrj participou das duas manifestações e da live promovida pelo Sisejufe (Sindicato dos Servidores das Justiças Federais no Estado do Rio de Janeiro), que debateu os impactos negativos da PEC 32/2020 (da reforma administrativa) para os servidores públicos e para a população brasileira em geral, principalmente as pessoas que precisam das instituições e da prestação dos serviços públicos, como saúde, educação e saneamento básico.
Abraço à Petrobras
As manifestações no Rio foram também um esquenta para o ato do dia 3 de outubro pela soberania nacional, em defesa das empresas públicas, do funcionalismo público, da saúde e da educação pública, e contra a reforma administrativa. Está previsto o “Abraço na Petrobras”, às 10h, na Avenida Chile.
Esse dia de luta marcou também o lançamento da Campanha Nacional em Defesa das Estatais e do Serviço Público, realizada pela CUT e outras centrais sindicais.
Triste recorde
O dia 30 de setembro registrou o recorde do desemprego no país: 13,1 milhões de brasileiros sobrevivem sem trabalho formal, segundo o IBGE. A tarefa das entidades sindicais e das centrais sindicais foi explicar para população que os servidores públicos não são os vilões da crise econômica pela qual passa o Brasil, como a falta de vagas de trabalho, a corrupção generalizada e existência dos privilégios no judiciário e legislativo, como o o presidente Bolsonaro e seu ministro da Economia, Paulo Guedes, dizem à sociedade. Além de chamarem a atenção da sociedade para os efeitos da reforma administrativa que o governo pretende realizar com a ajuda dos políticos fisiológicos e oportunistas no Congresso Nacional.
Pelo país
Na capital paulista, o ato foi realizado na Praça do Patriarca.
Em Porto Alegre (RS) sindicalistas de várias entidades, como servidores da saúde e professores, também se manifestaram.
Em Brasília (DF), os manifestantes ocuparão o gramado central da Esplanada dos Ministérios.
Em Goiânia (GO) foi realizada uma carreata da CUT e sindicatos, saindo do Paço Municipal e percorrendo as ruas da cidade até a Praça Cívica.
Em Campo Grande (MS), houve intervenção artística das entidades sindicais.
Em São Luís (MA), a CUT e demais centrais sindicais, sindicatos e movimentos sociais se reuniram em frente ao prédio do Ministério da Economia.
Em João Pessoa (PB), a CUT Paraíba realizou ato na Praça Ponto de Cem Réis.
Em Aracaju (SE), houve uma caminhada até a Assembleia Legislativa.
Em Recife (PE) foi realizada uma manifestação simbólica em frente à agência dos Correios.
Em Teresina (PI), o palco da manifestação foi a Praça da Liberdade.
Na capital cearense, Fortaleza, as centrais e sindicatos realizaram manifestação em frente ao prédio sede dos Correios.
Em Florianópolis (SC), o ato unificado dos servidores públicos estaduais, municipais e federais foi em frente à Assembleia Legislativa.
Ainda em Santa Catarina, lideranças sindicais de Blumenau, Indaial e Rio Grande do Sul se reuniram para um ato simbólico na Praça do Portal de Pomerode pela manhã. Em Criciúma, o ato simbólico realizado em frente à Caixa Econômica Federal do Centro denunciou os ataques do governo Bolsonaro aos serviços públicos.