“Não dá para ser somente o secretário do colegiado. Precisamos ser voz ativa e ser atores nos colegiados da universidade”. A frase partiu não de um dirigente do Sintufrj, mas do assistente em administração da UFRJ, Luiz Felipe Cavalcanti, em sua apresentação on line na quarta-feira, 16 de setembro, segundo dia do curso de extensão “O Ser e o Fazer Técnico-Administrativo em Educação na Universidade Pública”, organizado pelo Núcleo de Bioética e Ética Aplicada (Nubea).

Luiz Felipe, que trabalha na Escola de Educação Física e Desportos (EEFD/UFRJ), participa do curso com colegas da UFRJ e de outras instituições de ensino do país. Para mostrar a diversidade e a qualidade do trabalho técnico-administrativo na universidade ele reproduziu o vídeo do Sintufrj Retrato do Trabalho na UFRJ. “Simpatizo com o vídeo pela apresentação dos técnico-administrativos em seus variados locais de trabalho e as suas narrações sobre o seu fazer diário”, elogiou.

O assistente em administração, que é também representante da categoria no Conselho de Ensino de Graduação (CEG) da UFRJ, fez a apresentação “O fazer técnico-administrativo e a luta contra a alienação do trabalho. Quem garante o funcionamento da universidade”. Luiz Felipe apresentou dados traçando o perfil da categoria, discorreu sobre o trabalho do técnico-administrativo, a identidade deste trabalhador em educação, o seu lugar dentro da instituição (colegiados) e as relações de poder existentes: reconhecimento e alienação.

Luiz Felipe abriu sua fala informando sobre a intervenção na UFRGS, com a nomeação de um reitor não eleito pela comunidade universitária, como forma de alerta para a conjuntura adversa que vive a universidade pública com a política empreendida pelo atual governo.

Ao tratar da reforma administrativa, ele fez outro alerta: “Vai gerar castas. Vamos ser submetidos a uma lógica policialesca, de quem trabalha mais ou trabalha menos, produz ou não produz, que nos colocará na lógica de mercado. Precisamos entender que a reforma vem para nos colocar em uma situação de mais vulnerabilidade”.

Ao analisar a hierarquização da categoria afirmou que “todos os técnicos e de todos os níveis são fundamentais para o funcionamento da universidade”. E enaltecendo a diversidade da categoria, observou: “Temos uma pluralidade enorme. Isso que dá a riqueza de nossa categoria e sua relevância.”

Em suas considerações finais, Luiz Felipe falou aos seus pares que o momento é de resistência para os trabalhadores da educação: “Precisamos garantir que não se retroceda, pois infelizmente estamos num governo que trilha o caminho para a extinção do serviço público e a sua privatização.”

E finalizou conclamando à tradição combativa da categoria: “Não importa o governo. Não vamos nos dobrar aos desvarios da lógica mercantilista e neoliberal.”

Reflexão

As reflexões e o debate da categoria técnico-administrativa sobre a sua realidade e o seu papel na universidade é uma importante iniciativa neste momento delicado da vida pessoal e profissional dos servidores públicos decorrente da pandemia, a maioria está em trabalho remoto, ainda mais diante da proposta de mudanças profundas para o serviço público e para seus trabalhadores na reforma administrativa do governo Bolsonaro.

O curso de extensão “O Ser e o Fazer Técnico-Administrativo em Educação na Universidade Pública”, que se realiza através da plataforma AVA@UFRJ, é transmitido pelo canal do Nubea no YouTube, semanalmente, às quartas-feiras, 14h. Ele foi iniciado no dia 9 de setembro, já com o acúmulo de debates na categoria com a realização do 1º Fórum Técnico-Administrativo da UFRJ promovido pelo Sintufrj nos dia 1º , 2 e 3 de setembro.

Este curso abordará temas como a história da categoria, carreira, a homofobia e o sexismo entre outras diferentes formas de violência no local de trabalho, organização, a defesa da universidade pública e a Universidade para os Trabalhadores, dentre outros. A previsão de término está marcada para 2 de dezembro. Participam técnico-administrativos de todo o país.

 

Situação é pior no Norte, onde apenas 43,0% das casas tinham acesso regular aos alimentos e no Nordeste (49,7%)

Matéria retirada do site da CUT.

Em 2017-2018, a insegurança alimentar (IA) afetou os lares de 10,3 milhões de brasileiros que, em alguns momentos entre os dois anos após o golpe de estado de 2016, viveram com fome ou medo de inanição. Dos 68,9 milhões de domicílios do país, 36,7% estavam com algum nível de insegurança alimentar, atingindo, ao todo, 84,9 milhões de pessoas.

Os dados são da Pesquisa de Orçamentos Familiares 2017-2018: Análise da Segurança Alimentar no Brasil, do Instituto Brasileiros de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta quinta-feira (17).

Na comparação com 2013, a última vez em que o IBGE investigou a situação da fome no país, na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), a insegurança alimentar aumentou 62,4% nos lares do Brasil.

De acordo com o IBGE, a insegurança vinha diminuindo ao longo dos anos, desde 2004, quando aparecia em 34,9% dos lares, 30,2% na PNAD 2009 e 22,6% na PNAD 2013.

Depois do golpe que destituiu a presidenta Dilma Rousseff acabando com a agenda dos governos petistas de desenvolvimento social, com justiça e inclusão social, e combate à fome, impondo novamente ao Brasil uma agenda de  investimentos e de direitos sociais e trabalhistas, a insegurança alimentar subiu para 36,7%, ou seja, tem mais brasileiros passando fome ou comendo menos.

De acordo com a pesquisa, dos 68,9 milhões de domicílios no Brasil, 25,3 milhões (36,7%) estavam com algum grau de insegurança alimentar no período 2017-2018. Deste total, 16,4 milhões (24%) com insegurança leve; 5,6 milhões (8,1%) moderada; e 3,1 milhões (4,6%) grave.

Na população residente, estimada em 207,1 milhões de habitantes, 122,2 milhões eram moradores em domicílios com segurança alimentar, enquanto 84,9 milhões habitavam aqueles com alguma insegurança alimentar – 56 milhões em domicílios com insegurança leve, 18,6 milhões moderada e 10,3 milhões grave.

No Norte, apenas 43,0% das casas tinham pleno e regular acesso aos alimentos. No Nordeste, 49,7%; no Centro-Oeste, 64,8%; no Sudeste, 68,8%; e, Sul, 79,3%.

Os domicílios onde os homens predominam têm mais segurança alimentar (61,4%). Já onde as mulheres são as pessoas de referência da casa, a insegurança alimentar é maior e pode chegar a 51,9% de domicílios com IA grave.

O recorte por cor ou raça mostra que nos domicílios com pessoa de referência autodeclarada parda, em 36,9% tinham segurança alimentar, mas em mais de 50% foi constatado todos os níveis de insegurança alimentar (50,7% para IA leve, 56,6% para IA moderada e 58,1% para IA grave).

Insegurança alimentar grave atingiu 3,1 milhões de domicílios, onde viviam 10,3 milhões de pessoas

A condição de Segurança Alimentar (SA) reflete o pleno acesso dos moradores dos domicílios aos alimentos, tanto em quantidade suficiente como em qualidade adequada, de tal modo que a pessoa entrevistada sequer relata preocupação ou iminência de sofrer qualquer restrição alimentar no futuro próximo.

Já na Insegurança Alimentar Leve (IA leve) há preocupação com o acesso aos alimentos no futuro e já se verifica comprometimento da qualidade da alimentação, ou os adultos da família assumem estratégias para manter uma quantidade mínima de alimentos disponível aos seus integrantes.

Nos domicílios com Insegurança Alimentar Moderada (IA moderada), os moradores, em especial os adultos, passaram a conviver com restrição quantitativa de alimentos no período de referência.

O nível de Insegurança Alimentar Grave (IA grave) significa que houve ruptura nos padrões de alimentação resultante da falta de alimentos entre todos os moradores, incluindo, quando presentes, as crianças.

Em 2017-2018, a POF estimou a existência de 68,9 milhões de domicílios particulares permanentes no Brasil. Deste total, 63,3% (43,6 milhões) estavam em situação de Segurança Alimentar, enquanto os outros 36,7% (25,3 milhões) estavam com algum grau de Insegurança Alimentar: leve (24,0%, ou 16,4 milhões), moderada (8,1%, ou 5,6 milhões) ou grave (4,6%, ou 3,1 milhões).

Esse cenário foi proporcionalmente mais expressivo nos domicílios na área rural: lá, a proporção de IA grave foi de 7,1% (676 mil domicílios), acima do verificado na área urbana (4,1%, ou 2,5 milhões de domicílios).

Aquisição de grãos, farinhas, massas e pescados cresce segundo a insegurança alimentar

Quanto maior a gravidade da insegurança alimentar ( IA), menor aquisição alimentar domiciliar per capita anual de hortaliças, das frutas, dos produtos panificados, de carnes, de aves, de ovos, dos laticínios, dos açúcares, doces e produtos de confeitaria, de sais e condimentos, óleos e gorduras, bebidas e infusões e dos alimentos preparados e misturas industriais.

No sentido oposto, o aumento da IA refletiu diretamente apenas na aquisição de três grupos de alimentos específicos: os cereais e leguminosas, as farinhas, féculas e massas, e os pescados.

Confira aqui a íntegra da pesquisa.

 

Entidades repudiam escolha do professor Bulhões e marcam protesto para quinta-feira; BdFRS promove debate nesta quarta

Matéria retirada do Brasil de Fato – RS.

Em mais uma intervenção na autonomia das universidades brasileiras, o presidente Jair Bolsonaro nomeou o professor Carlos André Bulhões Mendes como novo reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) para os próximos quatro anos. A medida foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (16) e contraria a consulta feita à comunidade acadêmica no dia 14 de julho. Pelas regras que estabelecem o voto dos docentes com peso de 70%, enquanto o dos técnicos-administrativos e dos estudantes com 15%, foi vencedora a chapa dos atuais reitor e vice-reitora, Rui Oppermann e Jane Tutikian.

A escolha vinha sendo articulada pelo deputado federal Bibo Nunes (PSL), conforme ele havia anunciado na imprensa nas últimas semanas. A chapa de Carlos André Bulhões e Patrícia Helena Lucas Pranke ficou na terceira posição na lista tríplice da consulta, atrás da chapa de Rui e Jane, e da chapa de Karla Maria Müller e Cláudia Wasserman, que recebeu o maior número de votos, mas por motivo de diferença de paridade ficou em segundo lugar.

Pela legislação nacional, é uma prerrogativa do presidente da República indicar o reitor das federais brasileiras a partir da lista tríplice encaminhada pelas universidades. Porém, desde o governo Lula, é de praxe que o mais votado nas consultas internas seja o indicado. Situação que mudou drasticamente sob Bolsonaro. Desde o início de seu governo, já foram pelo menos 14 nomeações de reitores ou diretores de instituições federais de ensino que não encabeçavam a lista ou sequer constavam entre os nomes indicados.

Repúdio à intervenção e articulação da resistência

Nesta manhã, a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) protocolou na Câmara de Deputados um projeto de decreto legislativo pedindo a suspensão da medida. No Twitter, diversas lideranças políticas e entidades se manifestaram contra a imposição do terceiro colocado. Para a União Nacional dos Estudantes (UNE), a intervenção é inaceitável. “Nesse governo, a autonomia universitária é desprezada e o projeto de desmonte da educação avança”, afirma.

A deputada estadual Luciana Genro (PSol) destacou que a intervenção é uma ação política do governo Bolsonaro “que com certeza será respondida com muita luta pelos estudantes, servidores e professores da universidade”. Para o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), “trata-se de fato gravíssimo que destrói uma conquista de 30 anos da comunidade universitária e da sociedade. Não podemos aceitar calados a escalada autoritária”.

Desde o anúncio da possível intervenção, entidades de técnico-administrativos e professores já se manifestavam contra a indicação de Bulhões. Em nota, a Seção Sindical do ANDES-SN na UFRGS reforçou a necessidade de democracia. “Defendemos a soberania da escolha da comunidade universitária e repudiamos as tratativas e tentativas, anunciadas por parlamentares e pela imprensa bolsonarista, para nomeação do candidato classificado em terceiro lugar na consulta”, diz o texto.

O sindicato dos técnicos-administrativos, a ASSUFRGS, também lançou nota em defesa da autonomia universitária. “Diante dos votos depositados na consulta à Reitoria pelos três segmentos da UFRGS, ficou evidenciado que a comunidade universitária não quer a extrema-direita no comando da Universidade. Nesse sentido, qualquer tentativa de Bolsonaro de nomeação que contrarie a vontade da comunidade da UFRGS será vista como uma afronta à Autonomia Universitária, evidenciando-se uma intervenção externa, à qual a comunidade da UFRGS resistirá com firmeza”, destaca a entidade.

Por sua vez a ADUFRGS-Sindical defendeu a nomeação do primeiro da lista como reitor da UFRGS. “A comunidade da UFRGS fez sua escolha e decidiu que o atual reitor Rui Vicente Oppemann deve ter mais 4 anos de mandato, para dar continuidade ao bom trabalho que vem realizando no cargo de reitor. Por mais que se respeite os demais candidatos, eles não foram os escolhidos e não possuem legitimidade para serem nomeados como reitor”, ressalta.

Protesto nesta quinta

“Não vamos aceitar a intervenção bolsonarista na UFRGS”, destaca o DCE da UFRGS nas redes sociais. Uma manifestação contra a intervenção e contra os cortes no orçamento da universidade foi convocada pela entidade estudantil, em conjunto com a ASSUFRGS, a Associação de Pós-Graduandos (APG) e 37 diretórios acadêmicos. O protesto será nesta quinta-feira (17), às 13h, em frente à Reitoria da UFRGS.

Debate nesta quarta

Para debater a questão da intervenção e a autonomia universitária, representantes das entidades da comunidade universitária participam de uma live do Brasil de Fato RS e Rede Soberania, nesta quarta-feira (16). O debate inicia às 18h. Estarão no debate: Rúbia Vogt, presidenta ANDES UFRGS; Márcia Tavares, coordenadora da ASSUFRGS; Vanessa Dias, coordenadora geral da APG-UFRGS; Lúcio Vieira, presidente da ADUFRGS-Sindical; Theo Dala, coordenador do DCE UFRGS.

 

Trabalhadores e estudantes realizam novo protesto nesta quinta em frente à Reitoria da UFRGS – Arquivo Pessoal

A sessão do Centro de Ensino de Graduação (CEG) do dia 2 de setembro que tratou do calendário acadêmico e que resultou numa nota da bancada de técnica-administrativa (confira aqui) no colegiado continua repercutindo. Uma das representantes na bancada e coordenadora de Educação, Cultura e Formação Sindical do Sintufrj, Damires França, informou que na referida sessão foram apresentadas várias propostas de calendário oriundas de centros de diferentes campi, que levavam em conta o início do primeiro semestre 2021 em julho ou agosto.

Mas a Pró-Reitoria de Graduação defendeu uma proposta diferente:  início do semestre de 2021 em junho, sob o argumento de que a data atenderia a uma demanda do MEC relativa ao calendário do Sisu, sem mostrar documento do ministério que comprovasse qualquer data limite.

Segundo Damires, a partir daí o colegiado começou a planejar o calendário dos semestres de 2020 de trás para frente e até foi cogitado iniciar o primeiro período concomitante com o Período Letivo Especial (PLE), que termina em 16 de novembro.

Problemas

A bancada técnico-administrativa, disse Damires, chamou a atenção para os problemas que poderiam ocorrer com a sobreposição de datas, entre os quais a falta de tempo hábil para planejar o semestre, a necessidade de atuação de técnicos e docentes nos dois semestres simultaneamente e  estudantes intervalo para descanso.

Diante desses alertas, a reitoria retirou a proposta de sobreposição e um outro calendário foi aprovado. Entretanto, a bancada técnico-administrativa questionou as novas datas, porque considerou que o açodamento para uma definição rápida se baseava apenas no atendimento a uma suposta limitação imposta pelo MEC. Por meio de um ofício à presidência do CEG, a bancada solicitou a apresentação do documento do Ministério da Educação. A Pró-Reitoria de Graduação ficou de responder aos questionamento também por ofício.

Conselho Universitário

Em nota, a bancada técnico-administrativa do CEG informou às unidades, centros e às categorias que houve variados fóruns para discutir e elaborar propostas que não ferissem o estabelecido a partir da criação do Período Letivo Especial (PLE) e que fossem mantidas a qualidade mínima do aprendizado, considerando-se as perdas já assumidas pelo ensino não presencial.

Mas, surpreendentemente, durante o expediente da sessão destinada ao debate do calendário acadêmico, antes que se pudesse discutir o que se pretendia fazer nos semestres suspensos de 2020, a presidência do colegiado passou a discutir o tema pelo ponto de onde deveria ser iniciado o ano letivo de 2021. O argumento foi de que o Enem/Sisu têm previsão de divulgação de resultados para fins de março.

Porém, diz a nota das bancada, em consulta aos endereços do exame e do Sistema de Seleção apenas são encontradas as datas referentes à realização das provas, e não prazos para a divulgação dos resultados ou para matrículas de candidatos e candidatas.

Para bancada técnico-administrativa, além de um exercício de futurologia, a decisão se dá antes sequer da efetiva realização do primeiro semestre letivo regular do ano em curso, “deixando sem respostas um contingente de mais de 50 mil estudantes de graduação que vivem inúmeras incertezas decorrentes do atual PLE, bem como coordenadores de cursos e servidores técnico-administrativos que atuam junto às secretarias e coordenações das graduações da UFRJ”.

 

 

Aos associados do Sintufrj que são usuários de planos de saúde conveniados pela Allcare

1- Desde agosto, o Sindicato encontrava-se em difícil e longa negociação com a Amil, que pretendia reajustar o plano de saúde em 31,04% a partir de outubro. O reajuste havia sido autorizado pela Agência Nacional de Saúde (ANS) e lutávamos para garantir a menor margem possível.

2 – Quando veio a medida da ANS determinando a suspensão dos reajustes entre setembro e dezembro deste ano, a Amil já tinha recuado e o reajuste seria de 10%.

3 – Cumprindo a determinação da ANS, a Allcare suspendeu os reajustes dos seus contratos com datas-base de setembro a dezembro de 2020.  Estão suspensos, também, os reajustes por faixa etária no mesmo período. Mas a empresa já avisa que a partir de janeiro 2021 os reajustes vão retornar.

3 – A Allcare vai encaminhar a todos os beneficiários comunicado por meio de cartas, SMS e e-mails com esclarecimentos sobre a suspensão dos reajustes.

Informações também podem ser obtidas nos canais do Sintufrj: convênio@sintufrj.org.br ou (21) 99821-3097 / 99589-9979.

SINTUFRJ – GESTÃO RESSIGNIFICAR

 

 

 

Matéria retirada do site Brasil de Fato. 

Desde o golpe de 2016 contra a democracia, temos visto um forte ataque neoliberal aos direitos sociais dos trabalhadores. Primeiro com Temer e agora com Bolsonaro, sofremos sucessivos golpes:

– a EC 95/16, que congelou o investimento estatal em educação, saúde e outros gastos por 20 anos;

– em 2017, a reforma trabalhista que retirou diversos direitos, enfraqueceu financeiramente os sindicatos, reconheceu os acordos individuais em detrimento da negociação coletiva, entre outros;

– ainda em 2017, a ampliação da terceirização para todas as atividades, sem maiores proteções aos trabalhadores;

– eleição do Bolsonaro e seu governo com características neofascistas e ultraliberais em 2018; em 2019 a aprovação da reforma da previdência que reduziu salário e valores da aposentadoria, dificultando ainda mais sua aquisição pelo decurso do tempo.

Estas aprovações vieram com forte avanço ideológico do neoliberalismo, colocando os antineoliberais numa defensiva histórica. Uma parte considerável dos trabalhadores perdeu essa condição para tornarem-se microempreenderes, ou “empregados de si próprio”; os servidores públicos foram declarados inimigos da eficiência e do avanço da sociedade; as empresas estatais foram sucateadas em pouco tempo, sendo muitas vendidas ou em processo de venda.

reforma administrativa (PEC 32/20) apresentada pelo governo, juntamente com as PECs 186 e 188, procura fechar um ciclo, em pouco tempo, de mudanças profundas no arcabouço jurídico brasileiro. E não há nenhum catastrofismo na análise.

Das questões principais da reforma, vale destacar:

– administração pública direta e indireta só ocupará espaço na economia se a iniciativa privada não ocupar este espaço; princípio da subsidiariedade;

– o fim da estabilidade para a maioria dos servidores, permitindo o aparelhamento da extrema direita e ampliando a influência de grandes grupos econômicos na administração pública;

– a permissão, expressa, de convênios com entidades privadas para a execução de serviços públicos;

– desconstitucionalização de diversos direitos, para ter maior facilidade de aprovação com quórum menor;

– redução de salário de até 25% dos servidores públicos, com redução de jornada, sem garantia de negociação coletiva;

Porém, antes de debater o que fazer e saber exatamente do que se trata a PEC 32, vale a pena entender o que a reforma administrativa não aborda: fim do nepotismo na administração pública; fim da aposentadoria compulsória como “punição” para juízes e procuradores; teto de rendimento da casta do funcionalismo público como juízes, procuradores, políticos, em geral (estes sim, castas); nenhuma mudança substancial para os militares.

Depois de um aumento salarial mais do que generoso ano passado e de uma reforma da previdência bem mais leve do que dos demais trabalhadores, os militares novamente, sejam bombeiros, PMs ou carreira das Forças Armadas, foram agraciados por Bolsonaro.

Além disso, importante destacar que para vários pontos os atuais servidores são atacados direta e indiretamente. É mentira dizer que não afeta os atuais servidores

Em verdade, o que está em jogo é quem irá pagar pela crise econômica, sanitária e social. Se serão os trabalhadores privados e públicos ou os milionários/ bilionários deste país.

sindicalismo precisará se reinventar em pouco tempo para enfrentar o que está por vir, caso contrário, será o mesmo destino da EC 95, das reformas trabalhista e da previdência, com uma mudança estrutural no serviço público.

Será preciso falar além da bolha de ativistas (sejam servidores ou não) e movimentar máquinas sindicais burocráticas, que utilizam muito mais de pirotecnia sindical do que de luta concreta como instrumento de pressão. O desafio não é pequeno, mas é possível. Nas ruas, nas redes sociais e na pressão parlamentar, precisamos, junto com os movimentos populares, derrotar essa reforma administrativa, que poderá ser, por que não, o início da derrota do governo Bolsonaro.

 

A Frente Parlamentar Mista do Serviço Público, que reúne deputados e senadores do Congresso Nacional, vem promovendo desde maio campanha pelo fortalecimento do serviço público e em defesa dos direitos dos servidores.

A campanha consiste em um conjunto de Cards – com trechos de depoimentos, que expressam a opinião de parlamentares, lideranças sindicais, cidadãos, servidores públicos e especialistas em diversas áreas -, e também de imagens.

Ela está concentrada nas redes sociais oficiais da Frente, sendo possível o compartilhamento do material no Facebook, Instagram e Twitter. Todas as artes também estão disponíveis no site http://frenteparlamentardoservicopublico.org/campanha-contra-a-reforma-administrativa/ para download.

Um dos cards produzidos pela campanha.

“As falas reforçam a necessidade de se fortalecer o serviço público, que atende a maioria da população brasileira, principalmente os mais pobres e a importância dos servidores, que são os atores responsáveis por fazer a máquina pública funcionar”, divulga a frente parlamentar em sua página oficial.

Quem viveu a era Collor…

O ex-dirigente sindical e assessor de entidades sindicais, Vladmir Nepomuceno, em análise feita sobre a reforma administrativa faz um alerta: que os servidores públicos podem voltar as agruras vividas no governo Collor.

“Aos atuais servidores, um alerta: com a liberdade dada pela PEC32/20 ao presidente da república para extinguir órgãos sem autorização do Congresso, aliado à ausência de estabilidade para novos servidores e o fato de ainda estar em vigência o decreto nº 3.151/1999 que, com base nos artigos 31 e 37 da lei 8.112/90, disciplina a extinção e a declaração de desnecessidade de cargos públicos e a colocação em disponibilidade remunerada em decorrência da extinção ou da reorganização dos órgãos ou entidades da APF, que deve ser atualizado a partir das próximas fases dessa etapa da reforma, podemos voltar ao sofrimento que muitos de nós vivemos no período Collor”.

 

BAIXE OS CARDS E COMPARTILHE, CLIQUE AQUI.

 

 

 

Assim como as mudanças no sistema de aposentadorias, a reforma administrativa foi encaminhada por meio de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), modelo de projeto que altera o texto da Constituição Federal.

Para que as novas regras entrem em vigor, é preciso que os parlamentares realizem votações em dois turnos na Câmara dos Deputados e dois turnos no Senado. Em seguida, outras mudanças vão ocorrer por meio de projeto de lei, cuja tramitação no Congresso Nacional passa por votações mais simples.

Mas a reforma administrativa proposta dá ao presidente da República o poder de fazer uma série de mudanças no Executivo, sem se submeter ao Congresso Nacional: extinguir cargos, efetivos ou comissionados, funções e gratificações; reorganizar autarquias e fundações; transformar cargos; reorganizar atribuições de cargos; eliminar órgãos.

O que está em jogo

A reforma atingirá a todos os servidores, atuais, futuros e aposentados também.

Desmonte

“A PEC 32/20 é a primeira fase dessa etapa da reforma/desmonte do Estado brasileiro. A equipe que apresentou a PEC em evento público acompanhado pela imprensa na manhã do dia da entrega à Câmara dos Deputados fez questão de anunciar as duas próximas fases. Que nos preparemos para o que vem. Até porque a intenção dos defensores da reforma e que cuidarão do seu desenrolar no parlamento é que todo o processo, desde a PEC 32 até a sanção da última lei ordinária, se dê antes do início do processo eleitoral de 2022”, alerta o ex-dirigente sindical e assessor de entidades sindicais, Vladimir Nepomuceno, em texto avaliativo sobre a reforma administrativa. A seguir apresentamos algumas de suas considerações.

Projetos de Leis

A segunda fase da reforma é um conjunto de projetos de leis que, segundo o Ministério da Economia, “vão trazer atualizações, ajustes e melhoramentos em diversas áreas”, não somente da gestão de pessoas, mas também da parte operacional.

No total, são seis projetos: PLP e PL de Gestão de Desempenho; PL de Consolidação de Cargos, Funções e Gratificações; PL de Diretrizes de Carreiras; PL de modernização das formas de trabalho; PL de Arranjos Institucionais; e PL de Ajustes no Estatuto do Servidor.

Diminuição de cargos e carreiras

O PL da Consolidação de Cargos, Funções e Gratificações tratará exatamente de enxugar. “Aqui o atual servidor, onde alguns se julgam inatingíveis, intangíveis, pode ver muitos dos atuais cargos, planos e até carreiras serem aglutinados em poucos cargos e, a partir daí, a implementação da já anunciada mobilidade de servidores. Com isso a possível carência de mão de obra poderá ser suprida, não por concurso, mas por deslocamento de servidores de um órgão para outro”, informa Nepomuceno.

Fim do RJU

A equipe do governo anunciou também para a segunda fase um PL que fará ajustes no estatuto do servidor, o Regime Jurídico Único dos Servidores (RJU) instituído pela Lei 8.112/90. “Nesse PL muito provavelmente estarão as alterações da lei 8.112/90, preparando os atuais servidores para serem colocados em processo de extinção, até porque a partir desse momento todos os concursos, quando houver e se houver, serão nos novos cargos. E, é claro, novos cortes e limitações poderão vir”, avalia.

“Novo Serviço Público”

Segundo Nepomuceno, na terceira e última fase da atual etapa deverá ser encaminhado, logo após a promulgação da emenda constitucional resultante da PEC 32/20, um projeto de lei complementar que o Ministério da Economia está chamando de “Novo Serviço Público, a implantação definitiva da nova proposta”.

“Nesse projeto serão apresentados o novo marco regulatório das carreiras (os últimos marcos regulatórios votados no Congresso entregaram o saneamento básico e a distribuição de energia elétrica nas mãos da inciativa privada, nada favoráveis à sociedade), também constando a política de governança remuneratória, que nas mãos do atual governo não pode ser nada favorável aos servidores e, por fim, as diretrizes de direitos e deveres do novo serviço público.

Neste último ponto certamente encontraremos as indicações para um novo código de ética dos servidores públicos (já anunciado desde 2016) e uma lei de greve específica para os trabalhadores no serviço público, incluindo servidores de todos os vínculos, empregados, temporários e outros que estejam a serviço da administração pública, que certamente dificultará e muito a atuação sindical”.

Fica mais fácil demitir servidores

A ideia é ampliar as possibilidades de demissão. Estabelecer que se regulamente por lei ordinária a demissão de funcionários por falta de desempenho. Para os funcionários temporários, também poderá haver outras hipóteses de demissão, que ainda necessitam ser descritas em lei.

Os futuros ocupantes de cargos por prazo indeterminado, ainda que servidores concursados, poderão ser demitidos a qualquer momento, bastando que o serviço seja terceirizado, privatizado, ou o cargo considerado obsoleto pelo gestor, ou o órgão extinto, transformado, incorporado ou fundido com outro.

“A proposta deixa bem clara a intenção de gradativamente substituir órgãos públicos por organizações privadas. A primeira etapa para isso é a inexistência de estabilidade para os servidores que estiverem atuando no atendimento direto à população, ou em qualquer outra área.

Servidores de unidades de saúde, educação, pesquisa, fiscalização sanitária, ambiental, agropecuária, do trabalho, aduana, entre outras que possam não estar entre os relacionados como cargo típico de Estado, ficam sujeitos a perseguição política, desmandos e todo tipo de pressão, além da possibilidade de simples desligamento em casos como o encerramento daquele serviço pelo ente público”.

Proposta elimina benefícios dos trabalhadores

Uma série de benefícios devem ser cortados do funcionalismo público.

– Licença-prêmio, assiduidade, capacitação, ou outra decorrente de tempo de serviço;

– Aumentos retroativos por qualquer razão, inclusive fruto de negociação salarial;

– Férias superiores a 30 dias, incluindo professores e outros cargos;

– Adicional por tempo de serviço, independente de denominação;

– Aposentadoria compulsória como punição;

– Parcelas indenizatórias sem previsão legal;

– Adicional ou indenização por substituição não efetiva (substituto que não exerceu as funções do titular efetivamente);

– Redução de jornada de trabalho sem a correspondente redução de remuneração, salvo em caso de saúde previsto em lei;

– Progressão ou promoção exclusivamente por tempo de serviço;

– Incorporação à remuneração de quaisquer valores referentes ao exercício de cargos ou funções.

Pode haver redução salarial 

Existem as PECs 188/19 e 438/18, que propõem, de forma compulsória, a redução salarial com redução de jornada em caso de as despesas atingirem os limites estipulados pelo teto de gastos. Isso, além da possibilidade de demissão em situações de crise econômica extrema.

“Também há a possibilidade, sugerida pelo relatório do Banco Mundial, de desvinculação de remuneração entre cargos, ainda que assemelhados e entre ativos e inativos. Isso pode gerar no futuro congelamento de determinadas tabelas salariais enquanto outras poderiam ser reajustadas”.

Mudanças

– Extinção de cargos, órgãos e autarquias

– Fim do Regime Jurídico Único e da estabilidade

– Criação do Vínculo de Experiência e Vínculo por Prazo Indeterminado

– Inclusão de Seleção Simplificada

– Estágio probatório será substituído

– Mão de obra privada

– Contratos de gestão

 

 

 

 

 

 

 

 

 

No dia 3 de setembro o governo Bolsonaro encaminhou para o Congresso Nacional o projeto de reforma administrativa que mantém o privilégio de políticos, magistrados e militares e retira direitos dos demais servidores públicos.

Alegando a necessidade de diminuir despesas do poder público com gastos de pessoal, o governo tenta passar a ideia para a sociedade de que está zelando pelas contas públicas e que nós, os servidores, somos os culpados pela crise na economia.

Sabemos que isso não é verdade e é só mais um ataque deste governo que abre brechas para mais perseguições ao funcionalismo público.

Por isso precisamos conhecer e entender melhor a proposta encaminhada ao parlamento e que ameaça desconfigurar a estrutura de pessoal do funcionalismo público existe hoje.

Neste sentido, o Sintufrj promove com transmissão pela internet (Youtube e Facebook)o debate Reforma administrativa e Universidade pública: verdades não ditas no dia 17 de setembro, quinta-feira, às 15h, para desmistificar alguns pontos dessa reforma para a categoria.

Convidamos Pedro Pontual (presidente da ANESP);  Sérgio Ronaldo da Silva (Secretário Geral da Condsef) e Jean Ruzzarin (sócio-fundador de escritório Cassel Ruzzarin Santos Rodrigues Advogados).

 

“O retorno presencial das atividades escolares ainda representa grande risco à saúde pública devido ao aumento da vulnerabilidade de grande número de indivíduos da população associada às dificuldades de preparação e resposta a esta situação emergencial”, avaliou o Grupo Técnico Multidisciplinar para o Enfrentamento da Covid-19 (O GT Coronavírus da UFRJ), em resposta, no dia 10, ao Ministério Público.
Segundo os cientistas do GT, sem a concreta disponibilidade de vacinas ou medicamentos seguros e eficazes, todas as sociedades permanecem vulneráveis à doença e permanecem, portanto, orientações de distanciamento social, uso de máscaras e higienização frequente das mãos para evitar a propagação da Covid-19.
Após flexibilização, aumento de casos
O estudo argumenta que os indicadores apresentados pela Prefeitura do Rio de Janeiro apontam redução da ocupação dos leitos hospitalares e de óbitos. No entanto, o que se observa é que após as medidas de flexibilização do isolamento houve aumento do número de casos
O estudo menciona pesquisa de Harvard que apontou que o potencial de disseminação do vírus por jovens e crianças tem sido subestimado. “Vale ressaltar que o risco de contágio não se restringe somente aos alunos, mas aos professores, funcionários e familiares”, argumentam os pesquisadores..

Risco alto
Além disso, o indicador de reprodução (R), uma estimativa da taxa de contágio do vírus mostrado pelo Covidímetro da UFRJ, mostra que o município ainda está sob risco moderado, muito próximo de alto, com uma taxa de contágio de 1,16 (https://dadoscovid19.cos.ufrj.br ).
Diante disso, o grupo considera que pode ser precoce a flexibilização do isolamento com o aumento progressivo da circulação de pessoas e resultados indesejados tal como em Manaus após a abertura das escolas, nos Estados Unidos e várias localidades na Europa.
A preocupação com a transmissibilidade da doença entre escolares, e destes para pessoas de maior vulnerabilidade – familiares, funcionários e professores idosos ou com comorbidades – “torna essencial a manifestação científica contrária ao retorno das aulas presenciais em escolas no município do Rio de Janeiro neste momento”, diz o texto.

UFRJ segue em modo remoto
O Grupo de Trabalho (GT) Pós-Pandemia da UFRJ havia apresentado em junho plano com projeção de fases para retorno gradual até em 2021, em que se previa a possibilidade de aula e trabalho presencial a depender da existência de uma vacina ou medicação.
Pela planilha, estimava-se ser possível uma fase híbrida entre outubro e dezembro. No entanto, como explicou o coordenador do GT Pós-Pandemia, pró-reitor de Patrimônio Desenvolvimento e Finanças, Eduardo Raupp, os meses constavam ali apenas como indicativos: “O que vale é taxa de contágio e decisões dos conselhos. Por ora, seguimos apenas remoto”, garantiu, informando que não há previsão para uma fase híbrida.
Segundo ele, para os trabalhadores há o mesmo entendimento.: “Não mudamos a fase, seguimos (em modo) remoto. Ainda não temos previsão de rever. Estamos acompanhando os dados epidemiológicos. Discutindo constantemente. Por ora, não há perspectiva de mudar. Mas isto é dinâmico. Se o contágio cair bastante pode ser revisto. Mas não é o caso por enquanto”, explicou.