No último dia 4 de dezembro, o Sintufrj tomou conhecimento que a PR-4 enviou para as unidades o Ofício Nº 11316/2020, da Controladoria Geral da União/CGU, pedindo esclarecimentos em relação à concessão do auxílio-transporte, do adicional noturno e dos adicionais ocupacionais durante a Pandemia de COVID – 19.

Em nota (https://sintufrj.org.br/2020/12/nota-do-sintufrj-sobre-o-oficio-encaminhado-pela-pr-4-as-unidades/), o sindicato criticou a ação da PR-4, afirmando que “cabe à administração, e não às unidades, responder ao ofício da CGU, informando os procedimentos adotados. O comportamento da PR-4 neste episódio, mais uma vez, foge ao razoável, causando instabilidade e medo nos servidores.”

No Consuni do dia 10 de dezembro, vários conselheiros somaram-se às críticas e questionaram a falta de uma orientação geral da administração e a transferência de responsabilidades (https://sintufrj.org.br/2020/12/consuni-critica-pr-4-por-envio-de-oficio-as-unidades/). O vice-reitor informou aos membros do colegiado que a Reitoria se reuniria com decanos e diretores de unidades e assumiu o compromisso de estar presente para “buscar encaminhamento à questão”.

Passadas duas semanas, no entanto, o problema continua distante de uma solução. O encaminhamento adotado inicialmente pela PR-4 foi reforçado, não existe uma orientação para os diretores de unidade e a PR-4 só se manifesta para comunicar que o prazo para resposta foi prorrogado (inicialmente para 18 de dezembro, e agora para o dia 23 de dezembro). Em suma, mantém-se a tensão e a insegurança entre os servidores frente a omissão da administração.

O Sintufrj mantém a sua compreensão: desde o início da pandemia, o tema da frequência foi tratado pela administração central e pelos órgãos colegiados, posto que o momento é excepcional e a UFRJ necessitava construir parâmetros gerais que orientassem os servidores, fazendo uso da autonomia universitária prevista na Constituição. Em relação à frequência de abril, o ofício 089/2020 da PR-4 é explícito: o “novo procedimento de frequências” (indicado pela famigerada IN 28 do Ministério da Economia) não valeria para o referido mês. Ou seja, as unidades procederam conforme orientação superior, obedecendo estritamente aos termos do ofício da PR-4.

Além disso, a resolução 7, aprovada pelo Consuni sem nenhum voto contrário, estabelece os procedimentos que organizam o trabalho na universidade durante o período de pandemia. Cabe ressaltar que, recentemente, a reitoria reafirmou a autonomia universitária e os parâmetros estabelecidos pela resolução 7 para rechaçar a portaria 1038 do MEC que apontava para o retorno das aulas presenciais em março.

Reforçamos, portanto, que a defesa da autonomia universitária é um princípio, e não uma “carta-coringa” a ser sacada em alguns casos e guardada em outros, como nesta questão da CGU. Questionamos a insistência da administração em cobrar a resposta das unidades, expondo-as de maneira chocante, quando cabe aos órgãos internos e/ou externos de controle apontar explicitamente se consideram que houve irregularidade, o que não aconteceu.

Por fim, consideramos que as obrigações das unidades foram devidamente cumpridas quando o lançamento das respectivas frequências foi realizado. Cabe à UFRJ reafirmar a decisão do seu órgão colegiado máximo, restabelecendo a segurança jurídica e a tranquilidade na comunidade acadêmica. Fraquejar e estender a crise em um caso de solução tão simples é abrir margem para o questionamento de todo o funcionamento da universidade durante a pandemia, deslegitimando o Consuni de maneira equivocada e perigosa.

Direção do Sintufrj
Gestão Ressignificar

 

 

Em sessão solene remota do Conselho Universitário, na quinta-feira, 17, a comunidade universitária da UFRJ prestou justa homenagem a 63 (dois in memorian) pesquisadores e professores da instituição pela excelência e dedicação ao trabalho.

Entre os homenageados 60 constam da lista publicada pela revista Public Library of Science (Plas), a partir de um levantamento minucioso, como os mais influentes do mundo em suas respectivas áreas. 

Ao todo foram 161.441 pesquisadores listados, sendo 863 brasileiros.

“A sociedade brasileira está muito melhor porque tem nas suas instituições públicas de ensino pessoas que se destacam e que se dedicam como esses pesquisadores que estão sendo homenageados na nossa UFRJ”, disse a reitora Denise Pires de Carvalho.

Já o reitor em exercício (a reitora está de férias), Carlos Frederico Leão Rocha, chamou a atenção para os ataques à autonomia da universidade e à ciência, com perseguição até a pesquisadores.  

Ato 

A diretora do Colégio Brasileiro de Altos Estudos, Ana Célia Castro, abriu a sessão e apresentou os quatro cientistas escolhidos para falar em nome dos homenageados do seu campo de conhecimento. Foram eles: Denise Freire, Edson Watanabe, Luiz Davidovich e Wanderley de Souza. Este último foi substituído pelo colega Jerson Lima, professor do Instituto de Bioquímica Médica e presidente da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) por problemas técnicos de última hora. 

 “Mais uma vez a UFRJ mostra a sua excelência. São 63 pesquisadores – dois infelizmente nos deixaram – entre os mais influentes do mundo nas mais diferentes áreas do conhecimento, disse  Denise Freire, pró-reitora de Pós-Graduação e Pesquisa.”

Segundo Edson Watanabe, “acabando essa pandemia temos de fazer uma forte fisioterapia para voltar a fortalecer a conexão entre nós”. Ele se referiu ao momento atual que impôs as relações e as atividades acadêmicas na forma remota. “Temos de reconstruir essa conexão e voltar a ter um ambiente universitário de verdade”, acrescentou.

Luiz Davidovich comemorou: “Temos que aproveitar essas ocasiões para celebrar essa grande universidade, a melhor universidade federal do país que tem feito muito pela sociedade brasileira e tem ajudado a projetar o país no cenário internacional”.

Ele saudou os professores, técnicos-administrativos e estudantes da UFRJ – “Todos enfim que fazem a grandeza dessa universidade” – e destacou os colegas incluídos na lista dos mais influente do mundo e também os que não constam dela, “mas cuja influência mundial é imensa e evidente”. 

“Tem muitos outros pesquisadores na UFRJ com projeção internacional e que têm servido também ao país de maneira fantástica. Não só na área de ciências Naturais, mais também na área de ciências humanas e sociais atuando para se entender o país, principalmente nesse período de crise que estamos vivendo”, observou Luiz Davidovich.

Para a presidente da Adufrj, Eleonora Ziller, “todas as listas são restritas e são falhas, mas essa lista neste momento tem um significado para nós muito importante. Porque implica numa expressão maior do compromisso da universidade com a produção do conhecimento e da luta de todos esses professores em manter a qualidade do seu trabalho e representar uma instituição que, sem dúvida, tem um número enorme de pesquisadores e docentes da maior importância”.

A coordenadora do Fórum de Ciência e Cultura (FCC), Tatiana Roque também ressaltou o simbolismo da homenagem: “É simbólico para nós que esse evento encerre o ano do centenário da UFRJ. A pandemia nos pegou desprevenidos, mas não nos pegou despreparados. Mostramos que a universidade e a ciência brasileira têm condições de reagir à altura”. 

O biofísico Jerson Lima, presidente da Faperj, enalteceu a UFRJ e as universidades públicas: “A nossa universidade continua fazendo a diferença junto com todas as universidades públicas brasileiras”.

Denise Pires de Carvalho agradeceu a contribuição da comunidade universitária para o sucesso da UFRJ: “Eu faço uma extensão dessa homenagem a cada um dos estudantes que participaram dos estudos que foram realizados pelos pesquisadores e aos servidores técnico-administrativos que fazem parte importante desse júbilo que estamos comemorando”.

Ela também destacou a lição dada pela instituição pública à sociedade no momento atual: “A pandemia está sendo devastadora, mas serviu para reafirmar a importância do público, do setor público que é feito para benefício público, para servir ao público”. E reafirmou a importância das universidades públicas e do SUS.

Conheça os escolhidos para falar em nome dos professores do seu campo do conhecimento:

Denise Freire – Engenheira química, professora do Departamento de Bioquímica do Instituto de Química, coordenadora do Laboratório de Biotecnologia Microbiana (LaBiM), atua na área de bioprocessos há cerca de 30 anos. Coordenou o Programa de Pós-graduação e Bioquímica de 2013-2016. Atualmente, coordena um projeto de obtenção em escala piloto (200 L) de biosurfactantes e bipoprodutos. Está como pró-reitora de Pós-graduação e Pesquisa da UFRJ.

Edson Watanabe – Engenheiro eletrônico, professor da Coppe e ex-diretor. Em 2017 recebeu o título de Fellow do Institute of Electrical an Electronic Engineers (IEE) – sociedade internacional que reúne cerca de 400 mil integrantes das áreas de engenharia elétrica, eletrônica, computação e telecomunicações, que atua em cerca de 160 países. O IEE, mediante uma rigorosa avaliação, concede anualmente o título Fellow a não mais que 0,1% de seus associados.

Luiz Davidovich – Físico, professor do Instituto de Física. Presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e secretário-geral da Academia Mundial de Ciências. Na presidência da ABC deu início ao Projeto Ciência para o Brasil, com a finalidade de elaborar propostas para o fortalecimento de setores estratégicos para o desenvolvimento do país.

Wanderley de Souza – Médico, professor do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho e ex-diretor. Foi secretário executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e secretário de Ciência e Tecnologia do Estado do Rio de Janeiro, quando criou o Centro de Educação Superior a Distância (Cederj), que deu origem a Universidade Aberta do Brasil. Foi diretor e presidente da Finep.

 

 

 

 

Diante do abuso sexual cometido contra a deputada estadual Isa Penna, criamos um abaixo-assinado pedindo a cassação do Dep. Fernando Cury (Cidadania). Não descansaramos! É por todas nós.

A previsão é de que o caso fique congelado até março na Alesp. Além disso, o silêncio do governador, João Doria, e do presidente da Alesp, Cauê Macris, apontam que o plano é empurrar o caso para debaixo do tapete.

📝 Não podemos deixar isso acontecer! Assine -> feminista.me/justicaportodas

#JusticaPorTodas

Imunizante só poderá ser aplicado com consentimento da pessoa. Enquanto Bolsonaro dificulta campanha nacional de vacinação, país tem 69.825 novos casos e mais 1.091 mortos por covid-19 em um só dia

Matéria retirada do site da CUT. 

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por dez votos a um, nesta quinta-feira (17) que a vacinação da população do Brasil contra a covid-19 pode ser obrigatória, mas proibiu a imunização forçada. A Corte liberou a União, estados e municípios a aprovarem lei que restrinja direitos das pessoas que não quiserem se vacinar.

O julgamento do caso, sob a relatoria do ministro Ricardo Lewandowski, teve início ontem. Na leitura de seu voto, o magistrado defendeu que a questão central abrange saúde coletiva e, portanto, “não pode ser prejudicada por pessoas que deliberadamente se recusem a ser vacinadas, acreditando que, ainda assim, serão egoisticamente beneficiárias da imunidade de rebanho”.

Na continuidade do julgamento, hoje, prevaleceu o voto de Lewandowski. Ele defendeu que a obrigatoriedade da vacinação seja induzida por “medidas indiretas” e citou como exemplo a restrição de alguns direitos e a vedação de exercer algumas atividades, como participar de concursos públicos.

Lewandowski fez questão de afirmar a necessidade do consentimento da pessoa para que ela seja vacinada. “Afigura-se flagrantemente inconstitucional toda determinação legal, regulamentar ou administrativa no sentido de implementar a vacinação forçada das pessoas, quer dizer, sem o seu expresso consentimento”, disse.

Os ministros Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes, Edson Fachin, Rosa Weber, Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Marco Aurélio Mello, Gilmar Mendes e Luiz Fux acompanharam o relator. Apenas Kassio Nunes Marques divergiu em parte, argumentando que a vacinação obrigatória deve ser adotada em último caso.

Falta empatia

Em seu voto, Alexandre de Moraes criticou a “hipocrisia” de pessoas que criticam a vacinação contra a covid-19, mas aceitam sem reclamar a vacinação obrigatória quando viajam para determinados países. “A preservação da vida, da saúde, seja individual, seja pública, em país como Brasil, com quase 200 mil mortos pela covid-19, não permite demagogia, hipocrisia, ideologias, obscurantismo, disputas político-eleitoreiras. E principalmente, não permite ignorância”, afirmou o ministro. Para o magistrado, a recusa em aceitar a imunização em massa contra a covid ocorre por uma “total falta de empatia” com familiares de pessoas que morreram e continuam morrendo pelo novo coronavírus.

Pandemia sem controle

Nesta quinta, mais uma vez o presidente Jair Bolsonaro se posicionou contra a vacina, ao fazer saber, que não vai participar de campanhas para incentivar a vacinação contra o novo coronavírus. Segundo o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, em sessão no Senado para discutir o plano nacional de imunização contra a covid-19, Bolsonaro quer reforçar que a imunização não é obrigatória.

Enquanto isso, o Brasil registrou oficialmente mais 69.825 novos casos confirmados de infectados, além de ter voltado a ultrapassar a barreira de mil mortes por covid-19 em um período de 24 horas, com 1.091 óbitos notificados ao Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde).

Com os números de hoje, o país soma 7.110.433 pessoas contaminadas pelo novo coronavírus e um totl de 184.826 mortes desde o início da pandemia, em março. Contudo, a realidade é certamente mais trágica, já que o próprio governo admite a subnotificação das ocorrências.

OAB e Flávio Dino

Ainda nesta quinta, o ministro Ricardo Lewandowski emitiu mais duas decisões referentes à covid-19 no Brasil, autorizando estados e municípios a aplicarem políticas de vacinação, caso o governo de Jair Bolsonaro não cumpra com o Plano Nacional de Imunização.

Uma delas, ADPF 770, foi ingressada pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) alegando “omissões” do governo federal e do Ministério da Saúde em fornecer um plano definitivo de imunização e o registro e acesso às vacinas pela Anvisa.

O ministro emitiu uma medida cautelar autorizando estados e municípios a disponibilizar à população as “vacinas das quais disponham”, desde que aprovadas pela Anvisa ou, em caráter emergencial, por “uma das autoridades sanitárias estrangeiras e liberadas para distribuição comercial nos respectivos países”.

A segunda ação, ingressada pelo governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), alega também a omissão do governo Bolsonaro na elaboração e na execução do plano de imunização da população brasileira. De forma similar, Lewandowski autorizou o estado do Maranhão a “dispensar à respectiva população as vacinas das quais disponha”, nas mesmas condições determinadas na ação anterior.

 

 

 

 

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Sob pressão de educadores, a Câmara confirmou a decisão do Senado de garantir a destinação dos recursos do Fundeb exclusivamente para escolas públicas; Partido Novo tentou resgatar emendas, mas foi derrotado

Matéria retirada do site da Revista Fórum. 

Após forte pressão exercida por profissionais da educação, estudantes, partidos de oposição e até mesmo pelo Ministério Público Federal (MPF), a Câmara dos Deputados seguiu os passos do Senado Federal e aprovou nesta quinta-feira (17) a regulamentação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) garantindo que os recursos do fundo sejam destinados exclusivamente a escolas públicas.

A Câmara resgatou o texto original do relatório do deputado federal Felipe Rigoni (PSB-ES) sobre o Projeto de Lei (PL) 4.372/2020, que foi produzido a partir das discussões das comissões da Câmara e sofrido alterações polêmicas no plenário no ultimo dia 10.

Entre os temas incluídos no texto estava a possibilidade de destinação de recursos públicos para escolas privadas, do Sistema S e instituições filantrópicas, confessionais ou comunitárias – que comumente são ligadas a igrejas.

Nesta quinta, o relatório foi aprovado por 470 a 15 e 1 abstenção. Apenas o Partido Novo se colocou contra o projeto. A legenda foi a única a apresentar emendas ao texto. As alterações sugeridas – que tinham como objetivo garantir o financiamento de filantrópicas -, no entanto, foram derrotadas por 286 a 163.

Apesar da derrota no plenário, o Novo teve apoio do Governo Bolsonaro e partidos como PSL, PL, Republicanos e Solidariedade. PT, PSDB, MDB, PSB, PDT, DEM, Podemos, PSOL, PCdoB, Cidadania foram contra. PSD, PP e PV liberaram.

Durante a votação, deputados celebraram a atuação da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e da União Nacional dos Estudantes na mobilização pela garantia do Fundeb público.

Em discurso feito no plenário virtual, a deputada federal Rosa Neide (PT-MS) celebrou a reversão do quadro. “Abraçar nossa capacidade parlamentar de entender a situação da educação pública brasileira, garantindo recursos públicos para a escola pública”, declarou. “Eu quero uma escola pública bem estruturada. Queremos construir um país para todos e todas. O Fundeb é para igualar”, completou.

“GANHAMOS! FundebÉPúblico! Vitória da educação pública, construção da sociedade civil que sabe o que é ESCOLA PÚBLICA!”, celebrou Daniel Cara, membro da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, nas redes sociais após o anúncio do resultado.

A coordenadora-geral da Campanha, Andressa Pellanda, publicou um nota classificando o resultado como uma “vitória da escola pública”. “A regulamentação respeitou a demanda da Campanha Nacional pelo Direito à Educação de não permissão de desvios de R$ 15,9 bilhões para o setor privado, respeitando a Constituição Federal de 1988 e a EC 108/2020, do Fundeb, aprovada em agosto deste ano”, disse.

“O texto final fortalece a escola pública e é mais um passo decisivo para a garantia da educação pública, gratuita e de qualidade no país. Essa vitória só foi possível porque o Senado Federal ouviu a demanda da Campanha e da comunidade educacional e corrigiu os graves erros da Câmara dos Deputados e respeitou os preceitos constitucionais”, completou.

 

 

A última sessão extraordinária do Conselho Universitário em 2020, na quinta-feira, 17, foi reservada para a apresentação do esboço do Plano de Desenvolvimento Institucional da UFRJ (PDI) – que valerá de 2020 a 2024 –, feita pela coordenadora da Comissão de Elaboração do Plano, Fátima Bruno, que é a superintendente de Planejamento Institucional da Pró-Reitoria de Planejamento, Desenvolvimento e Finanças (PR-3).  

Fátima Bruno, coordenadora da Comissão de Elaboração do Plano.

O documento (disponível em https://pdi.ufrj.br/) foi submetido à consulta pública, contabilizando 137 participações e 544 comentários enviados por diferentes segmentos da comunidade universitária e da sociedade. As contribuições do Sintufrj foram na área de pessoal. No momento, o PDI está em fase de ajustes, mas a comissão pretende em janeiro encaminhar o documento para análise do Conselho Universitário.  

Contribuições do Sintufrj

“A construção do Plano de Desenvolvimento Institucional da UFRJ é um momento ímpar para pensarmos as diretrizes, valores e a função social da universidade. Vivemos tempos adversos, onde o papel da universidade pública é posto em xeque, sendo fundamental a construção de uma ampla unidade em defesa de uma UFRJ democrática, voltada para os interesses do povo brasileiro, sua soberania nacional e desenvolvimento científico, tecnológico, social, econômico e cultural”, acentua a entidade no documento enviado à comissão.

Uma das coisas que chamou a atenção do Sindicato no texto em elaboração do PDI foi a utilização da terminologia “Plano de Desenvolvimento de Pessoas (PDP) da UFRJ” –, nomenclatura essa recentemente resgatada e posta em uso pelo governo Bolsonaro –, embora tenha sido motivo de amplo debate na instituição e rejeitada. 

“Compreendemos que a Pró-Reitoria é de Pessoal e não de Pessoas, porque é uma política de pessoal, entendida enquanto coletivo de trabalhadores e não como indivíduos na instituição”, afirma o Sintufrj. Para a entidade, pensar em política de pessoal significa pensar em como os servidores contribuem para a instituição, sua política salarial e de desenvolvimento de acordo com o que vai prover o Estado para melhor prestação de serviço ao público. O correto seria “Plano de Desenvolvimento de Pessoal Docente e TAE da UFRJ”, propõe o Sintufrj.

PDI

Também chamou atenção da entidade o fato de que não há no texto menção ao Plano de Desenvolvimento da Carreira dos TAEs, como previsto no artigo 24 da Lei n°11.091/2005 (PCCTAE). O plano precisa conter dimensionamento das necessidades institucionais, definição de modelos de alocação de vagas que contemplem a diversidade da instituição, um programa de Capacitação e Aperfeiçoamento, de Avaliação de Desempenho e de desenvolvimento dos integrantes do Plano de Carreira.

De acordo com o Sintufrj, os dados apresentados no PDI devem ser acompanhados de uma política vinculada para promover a qualificação e a progressão dos servidores no interior da carreira, buscando a excelência do seu corpo técnico. 

Além das políticas voltadas para os técnicos-administrativos em educação, é preciso reconhecer as possibilidades de atuação destes nas ações da universidade, e observa a entidade: “Devemos avançar no reconhecimento de que a coordenação das ações de pesquisa e extensão poderá ser realizada não só por docentes, mas também por técnicos-administrativos do quadro efetivo da UFRJ, ampliando as possibilidades de projetos e a capacidade da UFRJ de atuar na área”. 

Conselho 

A entidade considera, ainda, que o próximo período exigirá decisões de afirmação da autonomia universitária – uma delas, a alteração do Estatuto da UFRJ, para incluir o Conselho Superior de Administração e Gestão de Pessoal, composto paritariamente por docentes, técnicos-administrativos e estudantes; com representantes da sociedade organizada. 

“É importante conhecer e reconhecer a instituição universitária como um sistema complexo que conta com profissionais de quase todas as áreas do conhecimento. E, por isso, a política e a gestão de pessoal devem considerar a singularidade e a diversidade profissionais, e ao mesmo tempo a unidade coletiva que deriva da atuação no mesmo ramo de atividade – a educação superior nas suas três faces indissociáveis: o ensino, a pesquisa e a extensão”, destaca o texto sindical. 

Para o Sintufrj, uma política de gestão financeira e de pessoal não pode abstrair os desafios conjunturais, mas deve mirar nos objetivos estratégicos da instituição, com respeito e valorização profissional das servidoras e servidores. Mas deve ser amplamente debatida e validada por aquelas e aqueles a que se destina, bem como com a participação dos usuários da instituição. 

UFRJ tem pressa 

Segundo o pró-reitor de Planejamento, Desenvolvimento e Finanças, Eduardo Raupp, o PDI permitirá um planejamento vivo e sempre atualizado (o plano prevê mecanismos de acompanhamento e revisão permanente). E solicitou o apoio dos conselheiros para que o colegiado máximo da universidade aprecie em fevereiro o documento final, possibilitando que seja iniciado o novo ciclo de planejamento até 2024. “Queria pedir ao conselho compreensão e esforço para que logo na reabertura dos trabalhos no ano que vem possamos apreciar e votar o PDI”, disse.

O Conselho Universitário voltará a se reunir nos dias 11 e 25 de fevereiro. 

Histórico – O último PDI da UFRJ é de 2006. O que justifica, segundo a equipe que trabalha no novo texto com as contribuições internas e externas, a urgência em aprontar um novo planejamento para a universidade que possibilite à instituição refletir sobre estratégias, metas, e que não fosse prejudicada nas avaliações do MEC. 

O PDI é necessário para o credenciamento e recredenciamento das instituições no sistema federal de ensino. 

Na versão atual em elaboração, que já conta com 439 páginas e 14 capítulos, estão definidos missão, visão, valores, política pedagógica, estratégias, metas e objetivos. Porém, mais que um documento legal, para os organizadores o novo plano tornou-se importante registro de um momento histórico, porque a UFRJ completa 100 anos marcados pelo reconhecimento de sua produção acadêmica e inserção social. 

Participam da elaboração da proposta representantes da Reitoria e de diversas outras instâncias da UFRJ. A metodologia foi alvo de várias apresentações em diferentes espaços da universidade. Além disso, foi criado um site onde estão dispostas todas as informações (https://pdi.ufrj.br). 

Fátima Bruno apresentou gráficos com números da participação dos segmentos na consulta pública. Um deles mostra a incidência de comentários em cada área da UFRJ: foram 95 na área de Graduação, 94 na de Pessoal, 79 na de Pós-Graduação e 72 na de Orçamento e Finanças. 

Comentários dos técnicos-administrativos aparecem em todas as áreas (ao todo 159), mas boa parte (32) está ligada à de Pessoal.

Leia a íntegra da proposta no seguinte endereço: https://sintufrj.org.br/wp-content/uploads/2020/12/PDI-Sintufrj-2020-Revisado.pdf.

 

 

Direção Nacional da CUT analisou o ano que se encerra, fez um balanço das lutas e elencou as prioridades para o ano que vem, entre elas Vacinas Já e para todos

Matéria retirada do site da CUT. 

 

A Direção Nacional da CUT se reuniu por meio remoto na terça-feira (15) e na quarta-feira (16), para fazer um balanço do ano e decidir quais as prioridades na luta em defesa dos direitos da classe trabalhadora em 2021.

Apesar do agravamento da crise econômica e social, provocado pela pandemia do novo coronavírus, da política neoliberal destruidora do governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL), os dirigentes avaliam, no documento final, que a CUT e os sindicatos cumpriram e estão cumprindo um importante papel para proteção da classe trabalhadora por meio da ação sindical, seja através de campanhas de solidariedade em apoio aos trabalhadores desempregados e à população periférica; negociação coletiva visando a manutenção de direitos, empregos e a segurança e saúde de trabalhadores e trabalhadoras; seja por meio da luta social e política contra todos que querem que as trabalhadoras e os trabalhadores e a população mais pobre paguem, com seu trabalho e com suas vidas, a conta por toda essa crise.

A resolução da direção para 2021, ano em que a crise sanitária e o desgoverno Bolsonaro devem continuar destruindo vidas, empregos e renda, prevê que será de muitas lutas. A direção elencou uma série de prioridades para o inicio do próximo ano.

Entre as prioridades estão vacinas contra a Covid-19 para todos, defesa do SUS, testagem em massa. Além disso, a luta será contra as demissões, por geração de mais empregos e recuperação de direitos trabalhistas; defesa da indústria. Nenhum direito a menos! Unificação das campanhas salariais, em defesa dos empregos e das conquistas da classe trabalhadora; Defesa da Amazônia, Reforma Agrária e da Segurança Alimentar; defesa do meio ambiente e anulação das condenação injustas contra o ex- presidente Lula.

Outras lutas serão contra a fome e a miséria, em defesa das estatais e dos serviços públicos, contra as privatizações, a reforma administrativa e o teto de gastos. Rumo a Greve Geral dos Servidores Públicos das três esferas!

A resolução também prevê luta contra os racistas e machistas, pela sustentabilidade da vida da população negra e das mulheres. Contra a violência racial e de gênero, por autonomia das mulheres e reparação histórica ao povo negro.

Confira a íntegra do documento:

Resolução política da Direção Nacional da CUT

A Direção Nacional da CUT esteve reunida nos últimos dois dias, 15 e 16 de dezembro, através de videoconferência, com o objetivo de analisar a conjuntura, avaliar as ações desenvolvidas em 2020 e definir prioridades e iniciativas para ano de 2021. Como resultado do debate coletivo aprovou a seguinte resolução política.

  1. O ano de 2020 ficará, por muito tempo, registrado na memória coletiva da humanidade. O planeta já vivia as consequências da maior crise do sistema capitalista mundial, agravada por uma pandemia global de proporções não conhecidas pela atual geração. O resultado é o trágico aprofundamento da situação da classe trabalhadora e dos povos, com o adoecimento e morte de milhões de pessoas em todo o mundo.
  1. O Sistema de Relações Internacionais também entrou em crise, em função das disputas geopolíticas e da “guerra comercial” entre China e Estados Unidos, o que limitou enormemente a conjugação de esforços internacionais para a superação da situação que a humanidade enfrenta. E a falta de cooperação, o negacionismo científico, a desinformação como arma política e a supremacia dos interesses mercantis frente à preservação da vida só fez agravar suas consequências. Nesse cenário, o resultado das eleições dos Estados Unidos com a derrota de Donald Trump pode significar um freio à ofensiva da extrema-direita no plano internacional e estímulo à ação dos organismos multilaterais. Mas não temos ilusões, o vitorioso Joe Biden é o legítimo representante do projeto neoliberal e imperialista responsável pela situação política, econômica e social que já vínhamos enfrentando antes da pandemia.
  1. Na nossa região, a América Latina, o impacto da crise mundial do sistema e da pandemia, é brutal, dada a sua histórica condição de “quintal” do imperialismo dos EUA. Em outubro de 2020, a CEPAL estimava uma retração de 9,1% do PIB da região, indicando como países mais afetados Peru, Argentina, Brasil, México e Venezuela. A pior queda em 120 anos traz consigo 44,1 milhões de desempregados na América Latina, 18 milhões a mais do que em 2019. Apesar desse cenário, o ano de 2020 viu a resistência das massas se expressar na vitória do “aprovo” no plebiscito no Chile sobre a Constituinte, em mobilizações de massa que hoje ocorrem no Peru, na vitória eleitoral do MAS contra os golpistas na Bolívia, que veio somar-se à eleição de Alberto Fernandez na Argentina e da Frente Ampla nas eleições na capital uruguaia, Montevidéu, impondo um recuo a governos de direita na região. As eleições de dezembro na Venezuela para a Assembleia Nacional, com participação de setores da oposição, isolaram o “autoproclamado Guaidó”, que já tinha perdido o seu “chefe” Trump nos EUA.
  1. A pandemia encontra o Brasil afundado em uma crise econômica, social e política. O governo Bolsonaro adicionou à destruidora política neoliberal os ingredientes do conservadorismo, da ignorância e da intolerância produzindo mais desigualdade, violência e exclusão social. A condução do país frente a crise sanitária não poderia ter sido pior e nos colocou na 3º colocação entre os países com maior número de casos de covid-19 e em 2º lugar no de morte, ultrapassando as 180 mil vidas perdidas.
  1. Em meio a esse cenário a CUT e os sindicatos vêm cumprindo um importante papel para proteção da classe trabalhadora por meio da ação sindical. Essa ação tem se concretizado com campanhas de solidariedade em apoio aos trabalhadores desempregados e à população periférica; através da negociação coletiva visando a manutenção de direitos, empregos e a segurança e saúde de trabalhadores e trabalhadoras; e da luta social e política contra todos que querem que as trabalhadoras e os trabalhadores e a população mais pobre paguem, com seu trabalho e com suas vidas, a conta por toda essa crise. É por isso que a CUT segue lutando por Fora Bolsonaro para dar fim um governo criminoso e genocida e segue pressionando o congresso a dar início à tramitação de algum dos mais de cinquenta pedidos de impeachment que dormem na gaveta do presidente da Câmara dos Deputados.
  1. A CUT projetou o ano de 2020 como um ano de muitas lutas. Ele já se iniciou com uma greve histórica dos petroleiros, com um 8 de março de luta das mulheres e com uma greve nacional em defesa da educação e dos serviços públicos, frustrada pelo agravamento da crise sanitária, a greve dos Correios e atos simbólicos presenciais. Em aliança com centrais sindicais e movimentos populares, produzimos um conjunto de propostas para o enfrentamento da pandemia, sistematizadas em nossa plataforma emergencial, apontando ações tanto em relação às questões sanitárias, quanto aos desafios econômicos e sociais. Pressionamos o Congresso nacional pela criação do auxílio emergencial e de programas de proteção ao emprego, obtendo vitórias sobre a perversidade do governo federal que pretendia suspender contratos, sem a manutenção de salários e pagar apenas R$200 pelo auxílio emergencial.
  1. Apesar da pandemia o ano foi de muita luta e resistência. Aprendemos novas formas de articulação e mobilização, utilizando a internet, as redes sociais e as manifestações simbólicas. Realizamos um ato unificado histórico do Primeiro de Maio, com a audiência de milhões de pessoas pela TV, Rádio e Internet. Foram centenas de ações virtuais buscando alertar e mobilizar a população e os trabalhadores sobre a gravidade da pandemia e a continuidade dos ataques aos direitos dos trabalhadores e as conquistas do povo brasileiro. Resistimos à sanha privatista, retardando privatizações e obtivemos uma importante vitória em favor da educação, com a aprovação do FUNDEB permanente (na regulamentação, a pressão é para garantir a destinação dos recursos para educação pública).
  1. Apesar de toda essa luta, em condições adversas, não foi possível impedir a destruição dos empregos e salários que está em curso. Para 2021, a CUT retomará sua forte presença nos locais de trabalho e em interações virtuais com a base; suas ações presenciais nas ruas, sempre que possível e tomando os cuidados que a situação continuará a exigir, mesmo que haja testagem em massa e vacinação para todos.
  1. Reforçamos muito a dinâmica interna da CUT, a partir da nossa direção executiva e secretariado e fortalecemos nossas alianças com os movimentos populares, através das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, com o conjunto do movimento sindical, a partir do Fórum das Centrais e com a sociedade civil organizada tanto por meio das Campanhas Fora Bolsonaro, como também da campanha Brasil pela Democracia.
  1. Esse ano também foi um ano de muitas perdas humanas para a CUT e para o movimento sindical, assim como para milhões de famílias em todo o Brasil. Perdemos dois de nossos ex-presidentes, João Felício e Kjeld Jacobsen. Em nome deles, homenageamos todos os trabalhadores e trabalhadoras que tombaram em 2020.
  1. A CUT produziu sua plataforma para as eleições municipais e a apresentou para candidatos e candidatas em todo o Brasil. Centenas de sindicalistas disputaram as eleições, buscando representar os interesses dos trabalhadores e muitos obtiveram vitórias. Nosso balanço das eleições identifica uma estabilização, em baixa, das forças progressistas no país. Vimos uma reacomodação de forças entre frações da direita neoliberal e uma aparente dispersão das forças bolsonaristas de extrema-direita, o que não significa fraqueza, vide as recentes avaliações do governo.

Perspectivas para 2021

  1. O cenário internacional e brasileiro para 2021 é de continuidade e aprofundamento das crises econômica, social e sanitária, com elevação do desemprego, das desigualdades, da fome e da miséria. A retomada econômica dos países, mesmo naqueles que já demonstraram maior controle sobre a pandemia, tem sido lenta e incapaz de recuperar o tempo perdido. Enquanto a população começa a ser vacinada na Europa e nos Estados Unidos, no Brasil vivemos semanas de crescimento descontrolado do número de casos e de mortes pela covid-19. O país colhe os frutos da incompetência e falta de planejamento do governo Bolsonaro: não há perspectiva concreta de quando a vacina chegará ao Brasil nas quantidades necessárias para imunizar toda a população. O fim iminente do auxílio emergencial, com a afirmação do Ministério da Economia e do Presidente da Câmara de que não é necessária solução de continuidade, colocará milhões de famílias em situação de desespero a partir de janeiro.
  1. A direita neoliberal e bolsonarista tem uma agenda econômica unitária. Enxergam a tragédia brasileira como oportunidade para “passar a boiada”. Isso significa liquidar empresas públicas estratégicas e lucrativas; liberalizar ainda mais a exploração predatória da Amazônia e dos recursos naturais; destruir políticas públicas, por meio da manutenção de um criminoso teto nos gastos sociais (EC 95)e de uma reforma administrativa que vai destruir os serviços públicos e; renovar as mentiras da reforma trabalhista para regulamentar formas ainda mais precárias de exploração do trabalho. Tudo isso sustentado no mito da austeridade e do ajuste fiscal para atender os interesses de “investidores” em detrimento do povo.
  1. Diante desse cenário aterrador, a tarefa central da CUT, como a maior central sindical brasileira, é a organização dos trabalhadores em defesa da vida, dos direitos e da democracia. É nossa tarefa derrotar Bolsonaro e o projeto neoliberal de destruição e subordinação nacional que só produz desigualdade, exploração e morte para toda a classe trabalhadora. Para que tenhamos sucesso nessa missão definimos três linhas de ação combinadas.

Organização sindical

  1. A primeira, é a continuidade do processo de atualização do projeto político e organizativo do sindicalismo da CUT. Os sindicatos resistiram durante pandemia, suas funções e importância se destacaram, assim como os seus limites de organização e representação de uma classe trabalhadora cada vez mais heterogênea e precarizada. É preciso dar continuidade e consequência às resoluções do 13º CONCUT no campo da organização sindical, superando a acomodação e as resistências internas, assim como as tentativas de destruição do movimento sindical para que a classe trabalhadora tenha a unidade, a organização e a força política e social necessária para pôr fim ao governo Bolsonaro.

Unidade das forças democrático-populares

  1. A segunda, é a da continuidade dos esforços para fortalecer e organizar a unidade das forças democráticas e populares em torno da luta por Fora Bolsonaro, que deverá conectar o conjunto das lutas sindicais e populares de 2021. Esse campo deve se expressar com nitidez para a sociedade através de uma plataforma coerente com os interesses da maioria da população e constituir-se, em aliança com os partidos progressistas, como projeto de poder e desenvolvimento alternativo ao das classes dominantes.
  1. A CUT tem plena consciência de que sozinha não será capaz de enfrentar a gravidade do projeto de destruição da classe trabalhadora em curso. Somos parte das forças democrático-populares brasileiras alinhadas para derrotar o projeto autoritário representado por Bolsonaro e pela direita neoliberal.
  1. A ruptura da ordem democrática em 2016 foi agravada com a prisão injusta de Lula e com o impedimento da sua candidatura presidencial em 2018, por meio de uma farsa judicial que fica mais exposta e nítida a cada dia. A luta pela anulação dos processos contra Lula se combina com a denúncia dos crimes de lesa pátria e de ataque à economia nacional praticados pela Operação Lava Jato. Lula continua sendo o maior líder dos setores democráticos e populares do país. É ele quem tem as melhores condições de unificar e liderar o campo progressista e os setores populares para que o país retome um caminho de desenvolvimento e inclusão social.
  1. A história brasileira contada pelas elites busca uniformizar um povo e uma sociedade que é diversa e desigual. Os lugares sociais de classe, raça e gênero moldaram a história do nosso país. Em um momento de grave crise social, de crescimento da violência racial, contra as mulheres e LGBTQIA+ essas diferenças extravasam e explodem na forma de conflito e luta social. A questão racial e do machismo não são mais debates setoriais e fazem parte do centro da agenda do sindicalismo que se identifica com os verdadeiros anseios de sua base por igualdade, liberdade e democracia.
  1. A crise que enfrentamos é global. Seu caráter internacional tornou-se ainda mais nítido a partir da pandemia. Assim como afirmamos a necessidade de unidade nas lutas e nas alternativas no plano nacional, reafirmamos o compromisso da CUT com a convergência das lutas no plano internacional pela democracia, contra o imperialismo e o neoliberalismo, em especial junto aos povos da América Latina.

Plano de Lutas

  1. Num momento de defensiva e resistência da classe trabalhadora são as batalhas que nos escolhem. Somos parte da classe e travamos as lutas para superar seus desafios mais urgentes e mais dramáticos. Por isso, elencamos as seguintes prioridades de luta para o início de 2021.
  1. Vacinas para todos já! Em defesa do SUS e da inteligência sanitária brasileira. É preciso recursos, testagem e vacinação em massa!
  2. Nenhuma demissão! Por mais e melhores empregos é preciso garantir e recuperar os direitos trabalhistas e apontar em direção a um projeto de desenvolvimento que favoreça a indústria, a produção nacional, a defesa do meio ambiente e a inclusão social.
  3. Defesa da indústria com ações pela retomada do desenvolvimento industrial e tecnológico, o fortalecimento da organização setorial, visando gerar e preservar empregos e participar da construção de um modelo de reindustrialização, garantindo a preservação do meio ambiente, sob a ótica dos trabalhadores e trabalhadoras.
  4. Contra a fome e a miséria, pela manutenção do auxílio emergencial e dos programas de proteção do emprego e da renda, pela retomada das políticas de incentivo à agricultura familiar e à produção de alimentos, pela formação de estoques públicos e pela redução do preço dos alimentos.
  5. Em defesa das estatais e dos serviços públicos. Contra as privatizações, a reforma administrativa e o teto de gastos. Rumo a Greve Geral dos Servidores Públicos das três esferas!
  6. Racistas, machistas não passarão! Pela sustentabilidade da vida da população negra e das mulheres. Contra a violência racial e de gênero, por autonomia das mulheres e reparação histórica ao povo negro.
  7. Nenhum direito a menos! Unificar as campanhas salariais, em defesa dos empregos e das conquistas da classe trabalhadora.
  8. Anula STF! Lula livre com todos os seus direitos políticos. Por justiça e democracia para todos e para Lula!
  9. Em defesa do Meio Ambiente! Resistiremos, junto aos povos do campo, das florestas e das águas, à destruição das políticas ambientais e de promoção da produção sustentável. Defendemos uma transição ecológica justa e democrática com valorização e proteção dos trabalhadores do campo e da cidade.
  10. Defesa da Amazônia, Reforma Agrária e da Segurança Alimentar. Defender um projeto de desenvolvimento sustentável, destacando a Amazônia, onde a bioeconomia, terra, água e energia, como bens coletivos ganham relevância, assim como a luta contra contaminação por agrotóxicos e sua indiscriminada liberação e pela soberania e segurança alimentar.

São Paulo, 16 de dezembro de 2020.

 

 

Relator do recurso, ministro afirmou em sua decisão que é “incabível falar na incidência da inelegibilidade”

Matéria retirada do site do Brasil de Fato.

O vereador eleito do Rio de Janeiro Lindbergh Farias, do Partido dos Trabalhadores (PT), teve sua candidatura deferida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta nesta quinta-feira (17) em votação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele havia sido condenado em 2019 por improbidade administrativa e teve a candidatura cassada pela Justiça Eleitoral do Rio de Janeiro em outubro, faltando um mês para a eleição.

A condenação tem relação com a época em que ele foi prefeito de Nova Iguaçu (RJ), entre 2005 e 2010. Segundo a denúncia, em 2008, época em que era candidato à reeleição, Lindbergh distribuiu leite em caixas e cadernetas com o logotipo de sua gestão e as palavras “Prefeito Lindbergh Farias”.

Ao proferir seu voto, o relator do recurso no TSE, ministro Luís Felipe Salomão, disse que não vislumbrou nenhum tipo de enriquecimento ilícito quando Lindbergh foi prefeito do município da Baixada Fluminense e que, por essa razão, seria “incabível falar na incidência da inelegibilidade” do candidato.

O voto do relator foi acompanhado pelos ministros Tarcísio Vieira de Carvalho, Sérgio Banhos, Mauro Campbell, Marco Aurélio e Alexandre de Moraes. Em seu voto, Moraes argumentou que não há comprovação de dano efetivo. O ministro Edson Fachin foi o único a divergir e votou diferente do relator e dos demais ministros.

Nas eleições de novembro, Lindbergh foi o nono vereador mais votado da capital, com 24.912 votos. Com a decisão do TSE, ele assume a vaga e se soma à bancada petista da Câmara Municipal ao lado de Tainá de Paula, Reimont e Luciana Novaes.

 

 

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