Gestão do local será oferecida à família do congolês assassinado; quiosque ao lado vai empregar refugiados africanos

Redação Deutsche Welle (DW). 7 de Fevereiro de 2022 às 12:08

Ilustração criada pela Prefeitura do Rio mostra como ficará o atual quiosque Tropicália, na praia da Barra, onde Moïse foi brutalmente assassinado – Prefeitura do Rio de Janeiro

A Prefeitura do Rio de Janeiro anunciou nesse sábado (5) que os quiosques Tropicália e Biruta, próximos aos quais o congolês Moïse Kabagambe, de 24 anos, foi brutalmente assassinado, serão transformados em um memorial em homenagem à vítima e em alusão à cultura africana. A gestão de um dos espaços, na Barra da Tijuca, será oferecida à família de Moïse.

O anúncio foi feito pelo secretário de Fazenda e Planejamento do Rio de Janeiro, Pedro Paulo, e confirmado pelo prefeito, Eduardo Paes. A ideia é que os dois quiosques empreguem refugiados africanos.

“A transformação do local busca ser uma reparação à família, uma oportunidade de inserção socioeconômica de refugiados, além de um ponto de transmissão da cultura africana”, disse Pedro Paulo no Twitter.

Segundo ele, o memorial representará “uma lembrança para que não seja fácil esquecer e que jamais se repita a barbárie que o vitimou”.

“O que aconteceu foi algo brutal, inaceitável e que não é da natureza do Rio. É nosso dever ser uma cidade antirracista, acolhedora e comprometida com a justiça social”, escreveu no Twitter.

Foto em memória de Moïse

O projeto será desenvolvido em parceria com a concessionária Orla Rio, que administra os quiosques na região, e deve ser executado o mais brevemente possível. No entanto, uma data ainda não foi divulgada.

Está prevista, também, a instalação de um painel entre os dois quiosques, com a foto de Moïse. Segundo a prefeitura, o novo layout do local e a montagem do memorial ficarão a cargo de profissionais negros. Além disso, Sesc e Senac vão oferecer capacitação aos trabalhadores dos quiosques para atuar no setor de alimentação.

No futuro, o local também poderá sediar exposições de arte, apresentações musicais típicas e feiras de artesanato.

A prefeitura do Rio de Janeiro informou que o contrato de concessão com os atuais operadores dos dois quiosques está atualmente suspenso, enquanto ocorrem as investigações do crime.

Caso comprovado que os atuais operadores não têm relação com o assassinato, será discutida a transferência deles para outro espaço. Do contrário, eles terão as licenças canceladas.

Moïse foi espancado até a morte em frente ao quiosque Tropicália no dia 24 de janeiro. Três homens foram presos suspeitos do crime –  um deles era funcionário do quiosque Biruta. 

Protesto no Rio

Centenas de manifestantes fizeram um protesto neste sábado em frente ao quiosque Tropicália. O ato reuniu familiares de Moïse e dezenas de entidades defensoras da causa negra e dos direitos humanos, além de organizações políticas.

A mãe de Moïse, a congolesa Ivana Lay, discursou rapidamente, em cima do carro de som, e pediu justiça. 

Para o babalorixá Ivanir dos Santos, representante da Articulação das Populações Marginalizadas, a violência contra os negros é centenária no Brasil.

“A nossa luta não começou agora. Esse é mais um passo na busca pelos nossos direitos”.

No início da manifestação, um pequeno grupo tentou depredar o quiosque, mas foi prontamente reprimido pelos organizadores do protesto.

Após a concentração do ato, os manifestantes seguiram em passeata pela Avenida Lúcio Costa, na orla da praia.

Morte bárbara

Segundo relatos de familiares, Moïse, que vivia no Brasil desde 2011 na condição de refugiado, foi ao quiosque Tropicália e acabou sendo espancado até a morte no local. O corpo dele foi encontrado amarrado.

Segundo os familiares, Moïse foi ao quiosque para cobrar duas diárias atrasadas por serviços prestados ao estabelecimento, onde ele costumava trabalhar como atendente. O dono do quiosque nega que houvesse pagamentos atrasados e também disse à polícia não conhecer os agressores. O dono declarou que não estava no quiosque no momento do crime e que apenas um funcionário estava no local. 

Um laudo do Instituto Médico Legal (IML) indicou que a causa da morte do jovem congolês foi traumatismo do tórax, com contusão pulmonar, causada por ação contundente.

Imagens divulgadas pela imprensa brasileira mostram um grupo de agressores dando murros, pontapés e até golpes com um pedaço de madeira no congolês na noite do crime. Momentos depois, com a vítima já desmaiada no chão, os mesmos homens tentam, com a ajuda de outras pessoas, reanimá-la.

As imagens também mostram que os agressores chegaram a amarrar as mãos e os pés de Moïse, já deitado no chão, após as agressões.

Com informações da Agência Brasil.

 

 

 

Estão abertas, até o dia 28 de fevereiro, as inscrições para a chamada pública Favela e Universidade – Laboratório de Inovação Cidadã Territórios 2022, uma ação da Pró-Reitoria de Extensão da UFRJ que visa apoiar projetos do estado do Rio de Janeiro interessados em inovação cidadã.

Os projetos selecionados participarão de oficinas e mentorias sobre mídias, formação, sustentabilidade, construção de redes, políticas culturais, prototipagem, pesquisa aplicada, sistematização, uso de tecnologias/ferramentas, entre outras.

Das 40 iniciativas contempladas, 20 receberão o apoio de R$ 5.000,00 e as outras 20, de R$ 2.000,00, tudo para ser aplicado na elaboração de ações e materiais para a superação de problemas e desafios do contexto de cada projeto participante.

Podem se inscrever organizações e coletivos com plano de ação nos eixos: Enfrentamento à Covid-19; Mídias e Diversidade; Tecnologias, Redes, Dados e Plataformas; Ações Culturais; Formação Livre e Economia e Cidadania. Nesta edição, o Laboratório será voltado às iniciativas externas à UFRJ que atuem nas regiões fluminenses da Costa Verde, Serrana, Metropolitana, Norte, Noroeste, Centro-Sul e Médio Paraíba.

A chamada é realizada em parceria com o Laboratório de Inovação Cidadã da UFRJ (LABIC) e conta com o apoio do Parque Tecnológico da UFRJ, Faperj e CNPq.

Acesse o edital completo, disponível em bit.ly/ChamadaLabic2022, e inscreva-se pelo formulário: bit.ly/Labic2022

Obs.: Projetos da UFRJ ou de outros estados do Brasil podem participar apenas como ouvintes ou colaboradores sem recursos financeiros.

 

 

 

 

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Entidades do movimento negro, imigrantes e comunidade congolesa farão atos em diversas cidades do país e no exterior pedindo justiça pela morte brutal do refugiado Moïse Kabamgabe, no Rio de Janeiro

Publicado: 4 Fevereiro, 2022 – Escrito por: Redação CUT | Editado por: Rosely Rocha

Imagem: NALU VACCARIN / MGIORA

O assassinato brutal a pancadas do jovem congolês Moïse Kabamgabe, de 24 anos, que vivia no Brasil com a mãe e irmãos, todos refugiados políticos, no dia 24 de janeiro, após cobrar o pagamento por dois dias de serviços prestados ao quiosque Tropicália, na Barra da Tijuca, causou revolta e indignação no Brasil.

A naturalidade de como as autoridades policiais trataram o caso, inclusive, com a família de Moïse sendo informada de sua morte três dias depois do ocorrido, e de estar agora sendo intimidada pela polícia, reforça a necessidade dos brasileiros não normatizarem as torturas e assassinatos contra a população negra do país.

O primo dele, Yannick Kamanda, que teve acesso aos vídeos do crime, diz que: “Vieram e bateram nele nas costas com taco de beisebol. Veio outro com uma corda, amarrou ele, com as mãos e as pernas para trás. Passou a mesma corda pelo pescoço. Ficou amarrado no mata-leão, apanhando, tomando taco de beisebol nas costelas”.

O laudo do Instituto Médico Legal (IML) aponta áreas hemorrágicas de contusão nos pulmões e vestígios de bronco aspiração de sangue. Segundo os peritos, a causa da morte foi traumatismo do tórax, com contusão pulmonar, causada por ação contundente. O enterro de Moise foi no domingo (30/01). Depois da repercussão do caso nas redes sociais, as autoridades prenderam três pessoas.

REPRODUÇÃO / FACEBOOK

Moïse Kabamgabe

Mas para que haja justiça para Moïse e punição aos assassinos, os movimentos negro, de imigrantes e congolês, além de diversas organizações sociais farão atos em dezenas de cidades do país e no exterior, neste sábado (5). Em todo Brasil mais de 200 entidades confirmaram presença nos atos.

Em Goiânia (GO) são dois atos. O primeiro foi pela manhã desta sexta (4), em frente à Secretaria de Segurança Pública. O ato também cobrou justiça para Salviano Conceição, Ozanir Batista, Chico Kalunga, Alan Pereira, homens negros assassinados por PMs com 58 tiros. Um segundo ato será realizado na capital de Goiás no sábado. Veja abaixo. 

No início desta noite, às 18 horas haverá ato em Macapá (AP), na escadaria do Teatro das Bacabeiras.

Em Manaus (AM) às 19 h desta sexta haverá um ato no Largo de São Sebastião.

Confira os horários e cidades do Brasil e exterior, dos atos deste sábado (5)

Rio de Janeiro (RJ)

10h -Quiosque Tropicália (Av. Lucio Costa, Posto 8, Barra da Tijuca)

Brasília (DF)

10h – Concentração: Palácio do Itamaraty

São Paulo – Capital

10h – Vão Livre do Masp, Avenida Paulista

Araraquara (SP)

10h – Em frente à prefeitura

São José do Rio Preto (SP)

10h, Júpiter Olímpico Rio Preto

Carapicuíba (SP)

10h – Calçadão, em frente ao Banco do Brasil.

São José dos Campos (SP)

10h – Praça do Sapo

Santos (SP)

10h – em frente à Igreja do Embaré

Pindamonhangaba (SP)

9h – Praça da Cascata

Salvador, (BA)

10 horas – Concentração em frente à casa Jorge Amado, Largo do Pelourinho

Goiânia (GO)

10h – na Praça Cívica

Belo Horizonte (MG)

10h – Praça Sete

Divinópolis (MG)

10h30 – Centro de Comércio Popular / Camelódromo

Os organizadores pedem doação de um quilo de alimento não perecível , para o próximo “Alimento e Ação”.

Porto Alegre (RS)

10h – Arcos da Redenção

Santa Maria (RS)

16 h – Praça Saldanha Marinho

Cuiabá (MT)

09h – Concentração na Praça da Mandioca, em frente ao Centro Cultural Casa das Pretas.

Natal (RN)

09h – Calçadão da Cidade Alta, em frente à C&A

São Luis (MA)

09h – Praça Deodoro

Goiânia (GO)

Recife (PE)

16h – Shopping Boa Vista

Curitiba (PR)

17h – Largo da Ordem (Em frente Igreja do Rosário)

Tocantins (TO)

18h – Praça dos Girassóis

Redenção (CE)

15h – UNILAB Campus Liberdade

No Exterior

Londres (Reino Unido)

12h – Embaixada do Brasil

Berlim (Alemanha)

14h –  Embaixada do Brasil

Nova Iorque (EUA)

11h – Barclays Center, Brooklin

Domingo (6)

Belém (PA)

9h – Praça da República

Mobilize-se

Compartilhe no seu whatsAPP “ e publique nas suas redes sociais. Mostre a sua indignação nas ruas e nas redes e se  for protestar presencialmente não esquece a máscara e o álcool gel.

Acesse aqui os materiais das #BrigadasDigitaisCUT

Outras ações

Para dar visibilidade ao assassinato e cobrar punição dos assassinos, uma carta denúncia também será encaminhada a entidades como a ACNUR – Agência da ONU para Refugiados no Brasil; a UPA – União Panafricana; AIB – Anistia Internacional Brasil e a OAB/RJ – Ordem dos Advogados do Brasil e a Embaixada do Gongo.

A embaixada do Congo no Brasil, informou outros quatro casos de congoleses assassinados com brutalidade no país e cobrou explicações das autoridades. 

*Com informações do Esquerda Online

 

 

Todos ao ato deste sábado, dia 5, às 10h, no posto 8 da Barra

O assassinato de Moise não pode ficar impune. Tamanha brutalidade, motivada por racismo e xenofobia, é intolerável e diz respeito a toda sociedade.

Neste sábado, dia 5, às 10h, dezenas de entidades – entre elas o Sintufrj, ABI, Anistia Internacional –  estarão presentes no ato de denúncia do assassinato de Moïse Kabamgabe, no quiosque Tropicália, em frente ao posto 8 da praia da Barra da Tijuca, organizado pela família, pelo movimento negro e pela comunidade Congolesa e de imigrantes.

O ato acontece também em São Paulo, na Avenida Paulista, em frente ao Masp, às 10h. 

#JustiçaporMoise A  Anistia Internacional apontou que o crime bárbaro, motivado por racismo e xenofobia, não pode ficar impune. Atletas, políticos, intelectuais iniciaram campanha nas redes pedindo justiça.

Moise Mugenyi Kabamgabe, jovem congolês de 24 anos foi brutalmente assassinado no dia 24 de janeiro a golpes de taco de beisebol, no trailer em frente à praia.

Ele veio para o Brasil em 2011 com a mãe e irmãos fugindo da guerra étnica e da fome no Congo. Trabalhava como ajudante de cozinha em troca de diárias no quiosque Tropicália.

Segundo a família,, ele foi cobrar do dono do quiosque diárias atrasadas. Câmeras mostram que, depois de uma discussão, o jovem acaba espancado. Três pessoas foram presas.

Preto, estrangeiro, pobre, seu caso só ganhou a mídia dias depois do ocorrido, pela luta da família por justiça,

Mas o crime brutal não ficará impune.

Todos ao ato cobrar justiça para Moise.

Entidades que convocam:

1. ABI – Associação Brasileira de Imprensa
2. Advocacia Decolonial
3. Advocacia Preta Carioca
4. Afoxé Acabaca ora sabá omi
5. Afoxé Filhas de Gandhy RJ
6. Afrikanos no Mundo
7. Afronte! Negro (RJ)
8. Agbara Dudu.
9. AMEINU Brasil – Diversidade Religiosa, Cidadania e Direitos Humanos
10. ANAN
11. Anistia Internacional Brasil
12. Apadrinhe um Sorriso
13. ASPECAB/CENIERJ.
14. Associação Afro Inter Connections
15. Associação cultural EGBE ILE ASE OLOYA TORUN
16. Associação Sementes da Democracia
17. Associação de Moradores e Amigos do Bairro Eucalipto -Itaocara
18. Baque Mulher
19. casa de caridade seara de boiadeiro
20. Casa Fluminense
21. Catedra Sérgio Vieira de Mello – UERJ
22. Catedra Sérgio Vieira de Mello da PUC-Rio/ACNUR
23. CC Claudia Maria (URI)
24. CEAP.
25. CEDINE.
26. Centro Brasil de Saúde Global
27. Centro de Pesquisa a Cultura Negra de Itaocara
28. Centro de Teatro do Oprimido Grupo Cultural Afrolaje
29. CETRAB- NACIONAL
30. CETRAB-RJ
31. Coalizão Negra por Direitos
32. Coletividade Preta
33. Coletivo Afrodivas de Niterói – Brasileiras & Cia
34. Coletivo de mães da maré
35. Coletivo Estrela – Portugal
36. Coletivo Madalena Anastácia
37. Coletivo MER- Migrantes, Exilados e Refugiados- Curitiba
38. Coletivo Minas da Baixada
39. Coletivo MUANES Dançateatro
40. Coletivo Negro Aquilombar/UNIRIO
41. Coletivo Nuvem Negra
42. Coletivo Siyanda de Cinema Negro
43. Coletivona
44. Colymar
45. COMDEDINE.
46. Comitê Técnico da Saúde da População Negra de Niterói
47. Conselho de Entidades Negras do Interior do Estado do Janeiro- CENIERJ
48. Conselho de Promoção de Igualdade Racial -Niterói
49. Conselho Regional de Psicologia RJ
50. CUT Rio/Secretaria de Combate ao Racismo.
51. Denegrir.
52. Diocese Anglicana do Rio de Janeiro
53. ECOWAS Brazil Chamber of Commerce
54. Educafro.
55. ENAFRO
56. Escola de samba Império Ideal
57. Espaço Cultural África-Brasil e Artes- ECABA
58. Estudantes de DDHH -UNILA
59. FAMNIT – Federação das Associações de Moradores de Niterói
60. Favelas na Luta Associação de Moradores da Chacara e Arroz
61. FJUNN.
62. Flisgo
63. Feria dos Oboros
64. Fórum de Mulheres Negras de Niterói
65. Fórum de Mulheres Negras RJ.
66. Fórum de Pré-Vestibulares Populares do Rio de Janeiro (FPVP-RJ)
67. Frente Ampla Suburbana
68. Frente Favela Brasil
69. Frente Nacional Antirracista.
70. Frente Quilombola RS.
71. GRES G15
72. Grupo Acesso Cultural SG
73. Grupo Capoeira Angola Ngoma.
74. Grupo Cor do Brasil
75. Grupo de estudos Muniz Sodré sobre sobre Relações Raciais
76. Grupo folclórico Boi Pretinho do Ceará
77. Grupo Tortura Nunca Mais-RJ
78. IANB/Instituto da Advocacia Negra Brasileira
79. Ilé àṣẹ Èṣù Àti Ogun
80. INAMUR / Instituto Nacional de Mulheres Redesignadas.
81. INCub-Portugal
82. Instituto Justiça Negra Luíz Gama.
83. Instituto Move o Mundo – Empreendorismo Social
84. Instituto Niemeyer
85. Instituto Pensamentos e Ações para Defesa da Democrática – IPAD
86. Instituto Sociocultural Brasil Chama África
87. IPCN.
88. Jornalistas Pretos
89. Judeus e Judias pela Democracia SP
90. Levante Feminista.
91. LGBT+Movimento
92. Marcha de Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana em Duque de Caxias
93. Magdas Migram
94. MISSAO ROCINHA
95. MNE/Movimento Negro Evangélico.
96. MNU RJ.
97. mojuba Urab Maricá
98. Movimenta Caxias
99. Movimento Federalista Pan Africano.
100. movimento muleques
101. Movimento Parem de Nos Matar!
102. Movimento Popular de Favelas
103. Movimento Pretah Dance
104. MUHCAB.
105. NENRI
106. Observatorio Judaico dos Direitos Humanos no Brasil
107. OIM/Agência da ONU para Migrações.
108. perifaConnection
109. Portal Favelas.
110. Projeto BAMBUZAL
111. PUD/Psicanalistas Pela Democracia.
112. Quilombo Allee/Berlim.
113. Quilombo Cultural Urbano Casa do Nando
114. RAICO – Rede Afro de Influenciadores e Comunicação
115 . Raízes 88
116. REAFRO
117. Rede de Comunidade e Movimentos Contra a Violência
118. Rede Jubileu Sul
119. Representação da ONU.
120. Roda de Samba Luz D’Samba 111 – Bloco Carnavalesco Mameluco
121. Rosa Miranda Afro Verdes RJ PV
122. Secretaria Nacional de Direitos Humanos.
123. SEPE/Lago
124. Secretaria estadual movimento negro PDT/Ceará s.
125. Secretaria Nacional do movimento negro PDT
126. Setorial de Favelas Marielle Franco PSOL/ RJ
127. SINDSPREV/RJ
128. Sintufrj – Sindicato dos Trabalhadores em Educação da UFRJ
129. Terreiro da Liberdade
130. UBM
131. Uneafro Brasil RJ
132. UNEGRO RJ.
133. Youth for human rights Portugal
134. Coletivo Lamol.Vozes de Mulheres Africanas
135. CTB-RJ (Central do(a)s Trabalhadore(a) do Brasil)/Secretaria de Combate ao Racismo.
136. ANACRIM – Associação Nacional de Advogados Criminalistas
137. Rede Nacional de Promoção e Controle Social da Saúde Cultura e Direitos das LesBIcas Negras (Rede Sapatà)
138. UNEGRO/MACAÉ
139. Grupo Cores da Vida RJ
140. Casa das Pretas-RJ
141. Aqualtune – Associação de Mulheres Negras – RJ
142- ACARMO LBT NEGRITUDE
143. Instituto 3DN- Lésbicas Negras, Combate ao Racismo , Tecnologias Emergentes
144 – Instituto Búzios RJ 145 – Coordenação da Campanha dos 21 Dias de Ativismo Contra o Racismo
146 – Quilombos do IFCS
147 – Centro Acadêmico de Ciências Sociais da UFRJ

Além do prejuizo milionário para o país, plano escolhido pelo governo para descotização das hidrelétricas vai impactar nas contas de luz da população. Indústrias e grandes empresas não serão prejudicadas

Publicado: 3 Fevereiro, 2022 – Escrito por: Redação CUT

REPRODUÇÃO

Nesta quinta-feira (3), dia em que a Eletrobras tenta se recuperar de mais uma queda de suas ações na Bolsa de Valores por conta da insegurança quanto a venda da empresa, os eletricitários, os primeiros a denunciarem irregularidedes na privatização da estatal, voltam as redes para lutar por uma #EletrobrasPública.

As ações da Eletrobras voltaram a despencar ontem com a publicação de uma reportagem no Valor Econômico escancarando um “erro metodológico identificado nos estudos técnicos” referentes à venda da empresa.

O que eles chamam de erro metodológico foi detalhado pelo PortalCUT em dezembro: Falta de  informações sobre a precificação da Eletrobras, das bases de cálculo do valor de contratos e a falta de estudos sobre garantias físicas das hidrelétricas da estatal.

As falhas no processo do modelo econômico financeiro da privatização da Eletrobras, projetam um prejuízo ao erário de R$ 16,2 bilhões ou mais. A sociedade só saberá o valor jogado fora quando o TCU voltar a analisar o tema, até março.

No ano passado, na última sessão do TCU, em 15 de dezembro, o ministro Vital do Rego pediu vistas. Além do preço abaixo do que a empresa vale, o ministro levantou outro pronto: aos custos com energia elétrica.

O relatório do TCU aponta que o plano escolhido pelo governo para a descotização das hidrelétricas vai impactar nas tarifas de consumidores residenciais e não sobre indústrias e grandes empresas.

Vital do Rego pediu vista, após o relator do caso, ministro Aroldo Cedraz, apresentar várias ressalvas à privatização em seu voto, inclusive sobre o valor da outorga, de R$ 23,2 bilhões.

A falha identificada por Vital está relacionada à potência das usinas hidrelétricas da empresa, o que gerou uma subavaliação no valor final da outorga.

O suposto erro elevaria em bilhões de reais o preço de venda.

 

 

Policial militar apontado como dono do quiosque Biruta, onde congolês trabalhava, foi intimado a depor

Eduardo Miranda/Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) | 3 de Fevereiro de 2022

Justiça por Moïse: ação do Levante Popular da Juventude denunciou racismo, xenofobia e precarização dos direitos trabalhistas – Matheus Alves/Levante Popular

O Levante Popular da Juventude realizou um protesto no início da manhã desta quinta-feira (3) para pedir justiça por Moïse Kabagambe, de 24 anos, congolês morto no último dia 24 após ser espancado por três homens. A ação ocorreu em frente aos quiosques Biruta e Tropicália, na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro.

Com palavras de ordem contra o racismo e contra a precarização de direitos trabalhistas que atinge a população mais jovem no Brasil, cerca de 100 integrantes do movimento popular interditaram por 15 minutos a avenida da praia da Barra da Tijuca e atearam fogo em pneus.

Em entrevista ao Brasil de Fato, Maíra Marinho, da coordenação nacional do Levante no Rio, lembrou que Moïse foi espancado durante 15 minutos e morto por reivindicar o pagamento de dias trabalhados no quiosque Biruta. O congolês, que vivia no Brasil desde 2011 na condição de refugiado, trabalhava em condições precárias, sem direitos trabalhistas.

“A ação é para denunciar o que aconteceu com Moïse aqui na Barra da Tijuca, onde ele foi brutalmente assassinado por reivindicar seus direitos enquanto trabalhador com salário atrasado. Esse assassinato não é um caso isolado, ele faz parte de uma política mais ampla de extermínio da juventude negra, simbolizada na morte da Ágatha, do João Pedro, da vereadora Marielle Franco e da vida do corpo negro no Brasil”, disse Maíra.

Durante o ato, integrantes do Levante denunciaram o crime como resultado de racismo e xenofobia e disseram que atos de violência e assassinatos passaram a ser mais fomentados no governo do presidente Jair Bolsonaro. Apesar de ser congolês, Moïse era chamado de “angolano” pelos agressores. Ele deixou a República Democrática do Congo em 2011 para fugir da violência naquele país e foi acolhido pelo Brasil como refugiado. 

Precarização trabalhista

A Polícia Civil intimou para depor nesta quinta-feira (3) o policial militar Alauir Mattos de Faria. Ele é apontado por dois dos agressores como dono do quiosque Biruta, onde Moïse trabalhou. Segundo Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca, o policial não estava no local no momento do crime. Além de Alesson, Brendon Alexander Luz da Silva e Fábio Pirineus da Silva foram presos na última segunda-feira (1º)   

O procurador da comissão de direitos humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RJ), Rodrigo Mondego, que acompanha o caso, afirmou na última terça-feira (2) que existe uma tentativa de justificar a morte de Moïse por ele estar supostamente alcoolizado, segundo os agressores, mas o que deve ser destacado, segundo o advogado, é a relação trabalhista precária do quiosque com o congolês.

O Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro (MPT-RJ) informou que instaurou Inquérito Civil para analisar a relação trabalhista entre as partes. A denúncia aponta para o possível trabalho sem o reconhecimento de direitos trabalhistas, podendo configurar, inclusive, trabalho em condições análogas à de escravo, na modalidade trabalho forçado, de xenofobia e de racismo. O Inquérito Civil corre em paralelo com as investigações criminais pelos demais órgãos competentes.

Investigação

A Polícia Civil investiga se haveria mandantes por trás do crime, que foi registrado por câmeras de vigilância do quiosque Tropicália, que fica ao lado do local onde Moïse trabalhava. O congolês chegou a trabalhar no Tropicália, mas recentemente ele prestou serviço ao Biruta e foi lá o local onde ele esteve para cobrar a dívida.

A polícia informou que o dono do Tropicália não tem nenhuma relação com a morte e colaborou cedendo as imagens de vídeo à investigação.

Fonte: BdF Rio de Janeiro

Edição: Jaqueline Deister

 

 

 

O ex-presidente mostrou indignação com o assassinato brutal do jovem congolês. Moïse foi espancado após cobrar por serviços prestados

Publicado: 3 Fevereiro, 2022 – Escrito por: Redação RBA

REPRODUÇÃO

 “Você viu o que aconteceu no Rio de Janeiro? Num quiosque na beira da praia, quando mataram um jovem do Congo com um taco de basebol? Sabe, isso não é normal. Isso não é humano”, disse o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele se referia ao assassinato de Moïse Kabagambe, espancado até a morte, na Barra da Tijuca, em 24 de janeiro.

O congolês foi atacado com crueldade após cobrar pelos serviços que havia prestado ao quiosque. O assassinato repecurtiu nas redes sociais, com a hashtag #JustiçaPorMoise. O crime está envolto em uma série de questões estruturais do país, como banalização da violência, exploração e precarização dos direitos trabalhistas; poder das milícias, racismo e xenofobia.

O país e o assassinato

Lula afirma que a morte de Moïse é um espelho do atual momento social e político do Brasil. “Isso é resultado de um país que está sendo governado por um fascista e por muitos milicianos. Uma parte da bandidagem está governando esse país”, sentenciou o ex-presidente.

De acordo com a família do congolês, que foi recebida nesta quarta-feira (2) pelo prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (DEM), o quiosque devia R$ 200 a Moïse. O dinheiro era essencial para o jovem, que precisava pagar o aluguel de uma casa simples na zona norte da capital fluminense, onde morava com primos e irmãos.

Movimentos sociais organizam um protesto para sábado (5). O corpo do jovem foi sepultado no último domingo (30) no Cemitério do Irajá. Moïse chegou ao Brasil aos 14 anos, em 2011, com a mãe e irmãos. Eles vieram refugiados de conflitos armados na República Democrática do Congo.