De 3 a 5 de junho, os técnico-administrativos em educação realizam plenária nacional para deliberar sobre a greve da educação
Na próxima terça-feira, 31 de maio, o funcionalismo federal realiza o Dia Nacional de Luta em Brasília (DF), em convergência com a Campanha Salarial Unificada 2022. O movimento foi construído pelo Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) e o Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas do Estado (Fonacate).
Mantendo a pressão, os trabalhadores do serviço público irão para as ruas, mais uma vez, cobrar a abertura de negociações com o governo Bolsonaro, o reajuste salarial de 19,99%, a revogação da Emenda Constitucional (EC) 95/16 — do Teto dos Gastos — e o arquivamento da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32/20, da contrarreforma Administrativa.
Roteiro
Pela manhã, no dia 31 de maio, a concentração será no Espaço do Servidor que fica na Esplanada dos Ministérios. De lá, por volta das 10h, os servidores seguem em marcha até o Ministério da Economia, localizado no bloco P, e depois em direção ao Supremo Tribunal Federal (STF) articulados com os servidores da Justiça.
À tarde, às 14h, ocorre uma audiência pública em defesa do serviço público no auditório Nereu Ramos, da Câmara dos Deputados. A atividade foi articulada pelos fóruns com a liderança da Minoria na Casa, que conquistou também a realização de uma audiência pública na Comissão de Trabalho, Administração e Serviços Públicos (CTAS) da Câmara, no dia 24 de maio para debater o reajuste.
Nos dias 1º de junho, os servidores públicos intensificam a vigília em frente ao Ministério da Economia, e de 3 a 5, os técnico-administrativos das universidades federais se reúnem em plenária nacional para tratar da campanha salarial e da greve da educação.
Mobilização em defesa da Educação e do reajuste salarial *
Fasubra, Andes e Sinasefe, entidades que representam os técnico-administrativos das universidades federais, professores federais e técnicos das Instituições Federais de Ensino, em Reunião Ampliada Unificada da Educação, no dia 21 de maio, avaliaram a necessidade de construção de uma greve unificada e de uma pauta de reivindicações conjunta. O encontro reforçou também a necessidade de continuar a mobilização dos servidores públicos federais pelo reajuste salarial emergencial de 19,99%.
A reunião definiu uma pauta unitária que será protocolada no MEC (Ministério da Educação) e apontou como encaminhamentos: solicitar reunião com o ministro da Educação e as entidades; participar de forma unificada do ato do Fonasefe no dia 31 de maio; organizar uma jornada de lutas para a primeira quinzena de junho e realizar reuniões com as entidades da educação federal (Andes, Sinasefe, DCEs e APGs) nos estados.
Unidade histórica
A direção da Fasubra avaliou que é histórico as entidades da educação retomarem o processo de realizar atividades conjuntas e que só unidos conseguirão derrotar o governo Bolsonaro, que tem na sua centralidade o desmonte da educação brasileira, o ataque ao ensino, o ataque à pesquisa e todo um processo preparatório para a reforma do estado brasileiro.
A Federação lembrou que embora já tenha posição de sua plenária desde dezembro 2021 sobre o tema, há um descompasso entre as entidades. E esclareceu que desde fevereiro apontava a necessidade da construção de uma greve unificada, no mínimo, da educação nas reuniões das entidades que compõem o Fonasefe. As demais entidades, no entanto, sempre apontaram dificuldades em construir a greve naquele período.
A Fasubra então, por entender que a derrota da política de desmonte do estado do governo Bolsonaro passa pela construção de uma greve unitária do segmento, manteve a posição de seguir o calendário unificado do Fórum dos SPF. E reforçou que mesmo o Sinasefe apontando a deflagração de sua greve no dia 16/5, o Andes ainda não conseguiu construir condições suficientes para apontar uma data conjunta.
A Fasubra destacou que apenas uma greve da Federação e do Sinasefe não mudará o quadro para derrotar o governo e conseguir a recomposição salarial. Na sua avaliação, a medida também colocará as entidades em situação desvantajosa frente aos ataques do governo.
Diante desse descompasso das entidades, a Plenária Nacional dos dias 3, 4 e 5 de junho cumprirá um papel importante para definir estratégias de atuação nos próximos meses. Os representantes das entidades da educação federal em reunião na semana passada em conjunto com as entidades do movimento estudantil acertaram a agenda de mobilização em junho e também discutiram ações coletivas de pressão junto ao MEC.
* Texto Fasubra Sindical – Facebook