Na prévia deste mês, a categoria voltou a receber os adicionais ocupacionais, por efeito do mandado de segurança impetrado pelo Sintufrj. Segundo nota oficial divulgada pela Administração Central da UFRJ, o Ministério da Economia negou a emissão de folha suplementar e, portanto, os atrasados serão pagos apenas na folha do próximo mês. No entanto, alguns sindicalizados entraram em contato com sindicato acusando o recebimento de um percentual mais baixo.

Questionamos imediatamente a Reitoria que reconheceu erros no processamento das informações no sistema, gerando um número ainda desconhecido de servidores que receberam um percentual maior ou menor do que o que tem direito. A Reitoria informou que está providenciando as correções. O Sintufrj permanecerá acompanhando a situação e informando a categoria.

Ass: Sintufrj

 

 

Projeto quer impor o ‘cada um por si’

Reforma extingue conceito de solidariedade, e a contribuição repartida por trabalhadores, empregadores e Estado desaparece

 

 

O anúncio da PEC da Previdência apresentada pelo governo Bolsonaro atendeu em larga medida às expectativas geradas pelo vazamento da minuta no início do mês. O sentido geral da reforma se manteve: embora a comunicação oficial do governo carregue na tinta da “novidade” e do “combate aos privilégios”, a proposta mantém o ataque ao coração do sistema previdenciário brasileiro: o conceito de solidariedade se extingue, e a contribuição repartida por trabalhadores, empregadores e Estado desaparece.
Em seu lugar, surge um “cada um por si”, em que o regime de repartição será substituído por um regime de capitalização, a ser regulamentado em lei complementar, que institui a aposentadoria como uma “poupança individual”. Abre um generoso mercado para os bancos, ao mesmo tempo que coloca sob risco o futuro de milhões de pessoas.
O documento elaborado pelo governo e entregue em mãos ao presidente da Câmara dos Deputados por Bolsonaro sem uma única declaração, como se o presidente da República fosse um office boy do ministro da Economia, atende em cheio aos anseios do mercado: aumenta a idade mínima, o tempo de contribuição e a dificuldade de acessar a aposentadoria, ao mesmo tempo que reduz o valor médio do benefício. Não entraram na mira do governo os privilégios dos militares nem a sonegação das empresas, cuja dívida ativa é estimada em meio trilhão de reais.
Apesar do silêncio do presidente, a estratégia de comunicação do governo é agressiva: sob o slogan “Nova Previdência”, a ênfase em semear disputas no interior da classe trabalhadora é uma tentativa torpe de escamotear a retirada de direitos; o ataque ao funcionalismo público, limitando a incorporação de gratificações, aumentando a alíquota e impondo um tempo de contribuição maior, é apresentado como “combate aos privilégios”, quando, na verdade, ignora diferenças regionais e as desigualdades entre as carreiras, não ataca os privilégios existentes no alto escalão e concentra alíquotas maiores em salários de valores médios.
No início da semana, duas notícias bombásticas – o anúncio do fechamento da fábrica da Ford de São Bernardo do Campo, extinguindo cerca de 4 mil empregos diretos e afetando outros 24 mil empregos indiretos, e o comunicado de um investimento de meio bilhão de reais na fábrica da Honda em Manaus, que não vai gerar um único emprego – escancararam a farsa da reforma trabalhista. Vendida por Temer como a grande solução para combater o desemprego, a reforma gerou apenas um novo contingente de postos de trabalho precarizados e de baixa remuneração, concentrados no setor de serviços.
A reforma da Previdência remete à mesma lógica, e de novidade o discurso da trupe de Bolsonaro não tem nem o verniz; mais uma vez, empresários e banqueiros encontram um governo muito disposto a funcionar como comitê executivo dos seus interesses, e a conta da crise recai sobre os ombros da classe trabalhadora. Se aprovada, a reforma de Bolsonaro criará uma legião de idosos indigentes, forçados a pedir esmolas por não lhes restar alternativa, já que o crescimento da informalidade e a precarização do trabalho gerados pelas mudanças na legislação trabalhista dificultarão – quiçá inviabilizarão – o acesso à aposentadoria, restando apenas o Benefício de Prestação Continuada como insuficiente fonte de renda.
O governo pretende economizar com a reforma pouco mais de um trilhão de reais em dez anos. O combo de sonegação, juros da dívida pública e isenções fiscais para o agronegócio e grandes empresas consome cerca de 1,3 trilhão de reais ao ano: mais do que o governo estima poupar em uma década! Para piorar, o projeto poupa empresários de novas alíquotas e acaba com a multa sobre o FGTS, deixa os militares de fora das mudanças – mantendo pensões para viúvas e filhas com isenção de alíquota de contribuição, um privilégio escandaloso e indefensável – e carrega embutido o aumento da carga tributária para os trabalhadores.
Urge, ao conjunto da classe, organizar um amplo debate com a sociedade e uma forte mobilização para impedir a aprovação desta bomba-relógio. Os ventos alvissareiros que sopraram em São Paulo, na Assembleia da Classe Trabalhadora realizada na Praça da Sé, indicam bons rumos: a unidade das Centrais Sindicais em defesa dos direitos da população. Aposentadoria não é privilégio, distribuição de renda não é um assunto secundário e impedir que milhões de brasileiros e brasileiras tenham como futuro a fome e o desamparo é um imperativo.

 

 

‘Nova Previdência’ de Bolsonaro é uma coletânea de velhas mentiras

Bolsonaro não quer reformar a Previdência; quer destruí-la por completo. O presidente mente descaradamente ao afirmar que está “combatendo privilégios”: os militares, cuja média das aposentadorias beira os 10 mil reais, ficaram de fora da proposta. Enquanto isso, os servidores públicos são atirados no mesmo balaio, como se não existissem profundas desigualdades entre as carreiras. Para o governo, um servidor da UFRJ é tão privilegiado quanto um procurador do Ministério Público Federal ou um desembargador. Confira, no quadro abaixo, o que mudará no regime de previdência do funcionalismo público caso este projeto nefasto seja aprovado. A análise é do Dieese.

 

APOSENTADORIA SERVIDORES PÚBLICOS

Regra atual
Aposentadoria por tempo de contribuição com 30 anos de contribuição + 55 anos de idade para mulheres e 35 anos de contribuição + 60 anos de idade para os homens. Além disso, é necessário o mínimo de 10 anos de tempo de serviços público e de 5 anos no cargo.

Regra PEC 6/2019
62 anos de idade para mulheres e 65 anos de idade para os homens + 25 anos de contribuição. Vale para estados, municípios e Distrito Federal, que poderão ampliar suas alíquotas para no mínimo 14%, caso registrem déficit financeiro e atuarial. Limita incorporação de gratificações; obrigação de instituir previdência complementar em 2 anos.

Risco/Problema
Retarda o acesso ao benefício; ignora que no serviço público há enormes desigualdades entre as diversas ocupações/carreiras e entre as esferas (União, Estados e Municípios); ignora diferenças regionais; impõe um tempo de contribuição superior ao do RG (Regime Geral) e alíquotas maiores, com uma concentração/peso maior em salários de valores médios.

 

REGRAS DE CÁLCULO DO VALOR DO BENEFÍCIO

Regra atual
Média dos 80% maiores salários para aposentadoria por tempo de contribuição e aposentadoria por invalidez; 70% da média dos 80% maiores salários + 1% a cada 12 contribuições na aposentadoria por idade. Piso RG e RP: salário mínimo. Teto RG e RP: R$ 5.839,45 (2019).

Regra PEC 6/2019
Valor do benefício é a média de todos os salários; em caso de 20 anos de contribuição, tem direito a 60% do valor do benefício + 2% a cada 12 contribuições; para receber 100% do valor do benefício, são necessários 40 anos de contribuição.

Risco/Problema
Reduz o valor do benefício; 40 anos de contribuição para obtenção da aposentadoria integral é um tempo excessivamente longo considerando as desigualdade sociais, regionais e as condições precárias do mercado de trabalho nacional; a média que considera todas as contribuições rebaixa o valor das aposentadorias; 60% do valor do benefício para a aposentadoria com tempo mínimo é uma queda de renda significativa justamente para os trabalhadores mais pobres, que, em geral, se aposentam com o menor tempo de contribuição (que na proposta passa de 15 para 20 anos).

 

 

O barulho das ruas

Trabalhadores denunciam fim da aposentadoria e aprovam calendário de lutas

No dia em que Jair Bolsonaro entregava ao Congresso a proposta de reforma da Previdência – a cereja do bolo dos grupos interessados em explorar a previdência privada –, a Praça da Sé, em São Paulo, era o cenário do início da mobilização das ruas contra o projeto que inviabiliza a aposentadoria de milhões de pessoas. No Rio e também em mais dez estados houve protestos.
O ato, denominado Assembleia Nacional da Classe Trabalhadora, reuniu centenas de trabalhadores, vindos em caravanas de várias partes do país, que se concentraram na Praça da Sé, palco das Diretas já! e de outras tantas lutas democráticas na capital paulista. Foi aprovado um calendário de lutas e mobilizações em todo o país, com convocação para 8 de março, Dia Internacional da Mulher, e 1º de maio, Dia do Trabalhador. O Sintufrj enviou uma caravana com 42 companheiros.
Segundo a coordenadora do Sintufrj Noemi Andrade, o ato “foi um importante passo para a unidade dos trabalhadores para buscar combater essa reforma que será prejudicial a todos”.
Joana de Angelis, coordenadora do Sintufrj, também presente em São Paulo, comemorou o sucesso do ato: “Foi o pontapé inicial para que todos os presentes na Assembleia Nacional voltem para suas bases, reproduzam e deem continuidade a esse movimento. Que só vai parar quando barrarmos essa reforma”.
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) em conjunto com a Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Central Sindical e Popular (CSP-Conlutas), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Força Sindical, Intersindical – Central da Classe Trabalhadora, Intersindical – Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora e Nova Central (NCST) deixaram um recado bem claro: a proposta apresentada pelo governo federal não se trata de reforma para corrigir déficit previdenciário, e sim de um pacote de medidas que visam diminuir ou acabar com os direitos conquistados dos trabalhadores e encobrir os reais devedores da Previdência.
“Não existe reforma. O que Bolsonaro apresentou é o fim da Previdência, fim da Seguridade Social”, anunciou Vagner Freitas, presidente nacional da CUT. “Todos estão sendo prejudicados , quem já está no mercado de trabalho e quem vai entrar (…) Os verdadeiros privilegiados são os políticos que se aposentam com tudo após dois mandatos”, completou.

Rio de Janeiro
No Largo da Carioca, no Cento da cidade, as centrais sindicais reuniram militantes, dirigentes e várias categorias de trabalhadores para dialogar com a população.
“Querem acabar com privilégios? Então que acabem com os privilégios dos militares, parlamentares e juízes”, afirmaram os dirigentes. Eles ressaltaram que, enquanto o governo quer arrochar a vida de quem trabalha, não cobra dos patrões sonegadores.
Durante o ato houve várias manifestações, análises e críticas em relação à proposta do governo. Houve até uma tentativa infrutífera de tumultuar a manifestação por apoiadores de Bolsonaro. E para marcar a irreverência carioca, a Companhia de Emergência Teatral fez um esquete sobre a reforma da Previdência.
“Hoje abrimos a jornada de lutas contra essa reforma. Vamos para a rua lutar, esse é o nosso caminho”, encerrou o ato a secretária de Comunicação da CUT Rio, Duda Quiroga.

 

Manifestação em São Paulo convocada pelas centrais sindicais reuniu centenas de trabalhadores para protestar contra a reforma da Previdência do governo Bolsonaro. O protesto atraiu caravanas de várias partes do país e trabalhadores da UFRJ estavam representados. A assembleia Nacional da Classe Trabalhadora foi realizada na Praça da Sé. Resolução aprovada na assembleia convoca para um dia nacional de luta em defesa da previdência social e a um combate sem tréguas à proposta do executivo que chega ao Congresso.

No Largo da Carioca, no Cento da cidade, uma manifestação foi organizada por vários sindicatos. “Querem acabar com privilégios? Então que acabem com os privilégios dos militares, parlamentares e juízes”, afirmaram dirigentes. E lembram que enquanto querem arrochar a vida de quem trabalha, o governo não cobra dos patrões sonegadores. “Hoje abrimos os dias de luta contra a reforma da Previdência. Vamos para a rua lutar”, conclamou a secretária de Comunicação da CUT Rio, Duda Quiroga.

Bancários, mata-mosquitos, moedeiros, funcionários da justiça, auditores fiscais, petroleiros entre outras categorias participaram do ato do Largo da Carioca.

Veja fotos da manifestação na Praça da Sé, em São Paulo, enviadas pelo fotógrafo Renan Silva.

 

Em sessão extraordinária na terça-feira 19, o Conselho Universitário decidiu que a paridade será o critério para a pesquisa que vai apurar a vontade da comunidade na escolha do próximo reitor, que assume em julho. O mandato do sucessor de Roberto Leher se estenderá até 2023.

De acordo com o calendário aprovado, as inscrições de chapas na Comissão Coordenadora da Pesquisa serão feitas hoje, dia 20 de fevereiro, e amanhã, 21.

Além da ponderação paritária, que estabelece peso igual de 1/3 para docentes, técnicos-administrativos e estudantes, alguns conselheiros propuseram o peso de 70% para docentes e 30% divididos entre técnicos administrativos e estudantes, em respeito à nota técnica do MEC. Proposta derrotada.

As regras aprovadas repetem, com algumas mudanças, normas de eleições anteriores e institui a comissão para coordenar a pesquisa de caráter informativo e não vinculante à elaboração da lista tríplice, nos termos da lei 9192/95.

A eleição se dará, como rege a legislação, no colégio eleitoral. Composto pelos colegiados superiores CEG, CEPEG e Conselho de Curadores, o colégio se reúne no dia 30 de abril para escolher os nomes que compõem a lisa tríplice cuja elaboração seguirá par e passo a lei.

A Procuradoria da UFRJ (portanto a AGU), interpelada pela Reitoria, informou que a pesquisa não-vinculante pode ser paritária.  Além disso, a Procuradoria do MEC manifestou posição análoga ao responder ao ministério quando da votação na Unifesp, se posicionou da mesma forma (ainda no governo Temer) e, agora, mais recentemente, em relação ao processo sucessório da UFRN. Todas com processos similares ao que a UFRJ aprovou.

 

 

Veja a repercussão

 

Imagens: Regina Rocha e Renan Silva

 

No Dia Internacional da Mulher, 8 de março, a grande batalha no Brasil será contra a reforma da Previdência proposta pelo governo Bolsonaro. As manifestações serão unificadas em todo o país, reunindo ativistas em várias  frentes e militantes de partidos de esquerda, centrais sindicais, sindicatos e movimentos sociais.

No Rio de Janeiro, o eixo é “Pela Vida das Mulheres, Justiça, por Marielle, Democracia e Direitos: Somos contra Bolsonaro e a Reforma da Previdência”. O Sintufrj convoca todas as companheiras da UFRJ a participar. A concentração será a partir das 16h, na Candelária. Em São Paulo, o ato unificado será às 16h, no Masp.

O ato no Rio, a manifestação terá um a marca da denúncia da impunidade pela força do simbolismo de Marielle Franco. A vereadora negra, lésbica, voz das periferias e favelas foi assassinada há um ano, crime que permanece impune. contra o ataque de Bolsonaro às mulheres e aos LGBTs e a violência, cujo ponto alto é o assassinato ainda impune de Marielle Franco, assim como o rechaço às reformas trabalhista e da Previdência.

A luta contra o aprofundamento dos ataques aos direitos trabalhistas e a reforma da Previdência ganha dimensão especial no caso das mulheres. Se os resultados são catastróficos para toda a população, são ainda mais para as mulheres, porque são a maioria entre os setores mais precários e com salários mais baixos, especialmente as jovens negras.

Reação feminina

O avanço da direita marca necessariamente a agenda de muitas mobilizações devido ao fato de os setores conservadores colocarem as mulheres e os LGBTs como um dos centros de seus ataques. Os governos de direita adotaram bandeiras reacionárias relacionadas, por exemplo, ao tema de gêneros, criando um ambiente de retrocesso civilizatório.

Os planos de austeridade e ajustes desses tipos de governo retiram ou eliminam programas de saúde da mulher, assistência às mães, de luta contra a violência machista, entre outros. Estes cortes afetam diretamente a vida da maioria das mulheres, justamente em quem recai as tarefas domésticas e de “cuidado” da família.

É neste contexto que se desenvolvem as mobilizações deste 8 de março de 2019, e são as mulheres a estar na primeira linha da batalha contra a direita reacionária, os planos neoliberais e a ingerência dos governos imperialistas e de direita! No Brasil, a grande luta das mulheres é contra a reforma da Previdência.

Marielle presente 

No Rio, a concentração está marcada para as 16h, na Igreja da Candelária, com leitura do Manifesto 8M 2019 e diversas oficinas. A marcha feminista terá inicio às 17h com várias intervenções artísticas. No encerramento haverá um Sarau por Marielle, com batucada feminista, saudações políticas, poesia, dança afro.

No minishow “Levante por Marielle” pode trazer sua placa, seu girassol, seu cartaz para homenagear a companheira. A programação encerra com o “Estica Feminista” por conta do grupo Samba Brilha e sua tradicional roda.

Sintufrj

O Sintufrj está organizando uma programação especial para o mês das mulheres. No retorno do recesso de carnaval, divulgaremos o calendário e as atividades.

Na UFRJ, já está programado o Seminário “O Impacto da Reforma Trabalhista nos Direitos das Mulheres”, dia 26 de março, organizado pelo Centro de Referência para Mulheres. Será a partir das 9h30, no auditório do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva (Iesc), ao lado da Prefeitura Universitária, na Ilha do Fundão.

Vinte anos sem Horácio Macedo, expressão de autonomia universitária e de democracia na UFRJ

No dia 24 de fevereiro completam-se 20 anos do falecimento de Horácio Macedo. Ele marcou a história da UFRJ pela grande relevância que teve na universidade. Iniciou sua liderança elegendo-se pela comunidade acadêmica decano do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN), de 1982 a 1985, e a consolidou quando, em 1985, foi o primeiro reitor eleito, ainda na ditadura, pela maioria absoluta de professores, funcionários e estudantes.

Horácio Macedo, quando ainda era decano do CCMN, apoiou inúmeros movimentos e atuou em momentos importantes na luta pelas eleições diretas para reitor, contra os aumentos no bandejão, pelo ensino público e gratuito, além de ajudar a construir a participação de estudantes e técnicos-administrativos nos colegiados da universidade. Não é por acaso que o Centro Cultural do CCMN, do qual faz parte o auditório Roxinho, palco de lutas históricas dos movimentos docente e sindical, leva seu nome.

Já reitor, foi o grande defensor da autonomia da universidade. Faz parte da história do movimento da UFRJ o apoio que deu ao envio de 40 ônibus para a votação, na Constituinte de 1988, do artigo 207, que trata da autonomia universitária. O próprio Horácio ajudou a construir o texto do artigo.

Em sua gestão, a UFRJ passaria a ter papel de destaque na esfera política, posicionando-se sobre grandes temas nacionais e internacionais, realizando articulações com os movimentos organizados, como o Conselho de Reitores e a Andifes, compondo alianças com outras reitorias progressistas e apoiando lutas populares.

Horácio chegou a ser reeleito, também por maioria absoluta e em primeiro turno, pela comunidade em 1989, mas não pôde exercer a segunda reitoria por causa de um parecer jurídico que declarou inconstitucional qualquer reeleição.

Ex-dirigente do Sintufrj, Carlos Maldonado reconhece que ele “foi, de fato, uma figura histórica. Indispensável no processo de redemocratização do país e de defesa da universidade pública”.

Ainda segundo Maldonado, o peso de Horácio pode ser medido pelo fato de ele, um comunista conhecido, ter sido nomeado por um governo conservador. “Isso dá a dimensão do seu peso político”.

Horácio Macedo tinha coragem de enfrentar a justiça, destaca  Maldonado. “Um dos marcos da ação dele foi, logo no início da redemocratização, construir a anistia dos cassados na UFRJ. Hoje a universidade precisaria de uma pessoa como ele. Trabalhava o enfrentamento. Catalisava a defesa da universidade”.

NAS RUAS. Reitor e sua conexão com o movimento estudantil

Dinamismo explosivo

HORÁCIO num debate sobre a processo constituinte nos anos 1980

“Seu mandato de 4 anos caracterizou-se por um dinamismo explosivo na UFRJ. Tirou a Universidade do “vestibular de cruzinhas” da ditadura. Aprimorou a graduação e a pós-graduação. Criou atividades de extensão que expandiram as fronteiras do campus e envolveram as comunidades carentes vizinhas. Ampliou os programas de saúde já existentes no Hospital Universitário e criou muitos outros. Resgatou, reformou e construiu prédios diversos. Abriu concursos docentes em várias áreas, regularizou a situação trabalhista de centenas de funcionários, corrigiu o enquadramento de professores anistiados, aumentou as vagas discentes e criou cursos novos e áreas novas. Procurou reparar a penúria a que haviam sido relegadas pela ditadura as ciências humanas e as artes, apoiando-as abundantemente. Lutou do começo ao fim pela autonomia da Universidade, para que se tornasse realidade concreta sua existência como autarquia”, escreveu a professora e viúva Annita Macedo.

“A cada momento de aparente derrota, Dom Quixote aparecia mais forte, porque ele não aceitava a derrota. Horácio era assim, e temos que ser assim. Temos que usar essa lembrança para construir um novo campo de luta”, afirmou o reitor Aloísio Teixeira  (falecido em 2012) quando da inauguração do Centro Cultural Horácio Macedo, em 2006, comparando a determinação e persistência de Horácio Macedo à do personagem Dom Quixote, de Miguel de Cervantes.

O Conselho de Administração do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) irá definir nas próximas horas as regras da consulta que indicará o novo diretor da unidade.

Ao dar a informação, o atual diretor, o médico Leôncio Feitosa, que não é candidato, espera que o processo eleitoral seja concluído em até 45 dias. “Quero dar posse em abril”, diz.

Numa reunião na segunda-feira 18 o Conselho de Administração do hospital, que  é presidido pelo reitor Roberto Leher, constituiu a Comissão de Consulta que organizará o processo eleitoral. A comissão é formada  por três docentes, um técnico-administrativo e um representante dos alunos. Calendário e regulamento serão definidos em próxima reunião ainda a ser marcada. A comissão define como será a consulta, quem pode se inscrever, quem pode votar, prazos e o calendário.

As últimas eleições para a direção do HUCFF têm sido feitas pelo critério da paridade. Mas Leôncio tem críticas às exigências feitas para a inscrição de candidatos. “O artigo primeiro (das regras válidas nas últimas eleições) é horrível, é retrógado”, definiu Leôncio. Esse artigo determina que, para disputar o cargo de diretor-geral do hospital, o candidato seja professor do magistério superior do quadro permanente da UFRJ ou portador do título de doutorado.

“Quer dizer que se existe um técnico-administrativo que tenha feito um curso de cinco anos de gestão na Fiocruz ele não poderá concorrer por causa daqueles critérios”, critica Leôncio, ao anunciar que vai questionar na reunião do conselho esse artigo.

O fato é que Leôncio Feitosa garante que o novo diretor irá encontrar um hospital bem diferente, se comparado com o cenário de dificuldades que ele encontrou.

Há pouco mais de um ano ele se licenciou da presidência do Sindicato dos Médicos para assumir a direção geral do principal hospital universitário da UFRJ e um dos mais importantes do país.

O HUCFF estava mergulhado numa crise e Leôncio aceitou a convocação para responder a três desafios: arrumar a casa, fazer correção de rumos e restaurar o funcionamento da instituição em bases estáveis. Ele assegura que deu conta do recado.

Publicado às 17h de 19/02/2019

 

 

LEÔNCIO. Diretor-geral do HUCFF considera cumprida a missão para a qual foi convocado

Residência ameaçada

“Mesmo com as dificuldades presentes pela situação do hospital e pela situação geral do país, eu considero cumprida a missão”, disse Leôncio. E cita um dos episódios que ameaçaram a integridade do HUCFF: “Houve uma ameaça do fechamento da residência médica no hospital. Nós temos 350 residências médicas. Um hospital universitário não é hospital universitário sem residência médica. Houve uma movimentação grande do corpo acadêmico, professores, não professores”.

 

Isolamento acadêmico

O isolamento do HUCFF em relação às unidades acadêmicas que utilizam o hospital na sua parte de ensino foi um dos grandes problemas enfrentados. Ele explica: “Notadamente havia conflitos com a Faculdade de Medicina e Faculdade de Farmácia. Ora, um hospital universitário onde os alunos fazem o básico e parte do seu curso não pode sobreviver em confronto com as duas principais escolas da área de saúde. Hoje há uma integração muito sólida entre as faculdades e o hospital”.

 

 Infraestrutura

Uma comissão de avaliação relacionou as obras necessárias nos 110 mil metros quadrados de um prédio que não sofria manutenção há 10, 15 anos. “É claro que não teríamos condições de corrigir tudo, pois isso exigiria 40 milhões de reais, dinheiro que não temos. Mas os problemas pontuais, os de maior abrangência e os obrigatórios, como 7 mil metros quadrados do telhado, tivemos que corrigir”.

 

Tecnologia

Leôncio fala com orgulho dos equipamentos de alta tecnologia que conseguiu adquirir para o hospital: “Fizemos um investimento grande no parque tecnológico, o que é necessário num hospital de altíssima complexidade. Adquirimos mais um tomógrafo, compramos carros de anestesia, implantamos a segunda ressonância magnética, e um aparelho de pet-scan”, um sofisticado aparelho para diagnóstico por imagem.

 

Saúde do hospital

“Houve redução do índice de infecção geral e houve redução do tempo de internação, o que atesta o funcionamento de um hospital mais dinâmico”, disse Leôncio.

TRANSPARÊNCIA. A implantação de uma cultura diferente em relação à administração
reduziu o número de serviços contratados por meio de dispensas de licitação

Cobrança de impostos favorece a concentração de renda e aprofunda a desigualdade social no mundo e no Brasil

Empresas e pessoas ricas devem pagar parcela mais justa de impostos a fim de favorecer serviços públicos e proteção social. Essa é uma das recomendações do relatório “Bem público ou riqueza privada?” produzido pela Oxfam, ong presente em 93 países e que discute as causas das desigualdades.

Segundo a Oxfam, em vez de incidirem sobre a riqueza, os impostos estão recaindo sobre os trabalhadores. Super-ricos e grandes empresas estão pagando o menor nível de impostos em décadas, diz o relatório. Os governos agem como Robin Hood às avessas.

O estudo da ong tem amplitude global. Está lá a constatação de que a riqueza está particularmente subtributada. Apenas 4 centavos em cada dólar de receita fiscal vêm de impostos sobre a riqueza.

Em alguns países como o Brasil e o Reino Unido, aponta o relatório, os 10% mais pobres pagam atualmente uma proporção maior de sua renda em impostos do que os 10% mais ricos.

A sonegação alcança um volume escandaloso no Brasil e em outras partes do planeta. Pelos cálculos dos economistas da ong britânica, os super-ricos estão ocultando US$ 7,6 trilhões das autoridades tributárias. E as grandes empresas lançam mão de truques da engenharia financeira para também esconder imensas quantias no exterior. Juntos eles privam os países em desenvolvimento de US$ 170 bilhões por ano.

Em poucas mãos

O relatório da Oxfam mostra que a desigualdade não é inevitável, e ressalta: “Nenhuma lei da ciência econômica diz que os mais ricos devem ficar cada vez mais ricos enquanto as pessoas em situação de pobreza morrem por falta de remédios”.

O documento acrescenta: “Não faz sentido haver tanta riqueza em tão poucas mãos quando esses recursos poderiam ser usados para ajudar toda a humanidade. A desigualdade é uma escolha em termos de política pública”.

Os governos têm funcionado como Robin Hood às avessas e vêm reduzindo tanto a alíquota mais alta de imposto de renda de pessoas físicas quanto a de imposto de renda das empresas no longo prazo. As várias isenções e brechas na lei fazem com que as alíquotas realmente pagas por ricos e empresas sejam ainda mais baixas.

Como resultado, em alguns países os mais ricos estão pagando os impostos mais baixos dos últimos 100 anos. Na América Latina, por exemplo, a carga tributária efetiva para os 10% com maior renda é de apenas 4,8%.

Em alguns países, quando se consideram os impostos pagos sobre rendimentos e sobre o consumo (imposto sobre o valor agregado, IVA), os 10% mais ricos estão pagando menos impostos do que os 10% mais pobres.

Impostos efetivos para os 10% que pagam menos e os 10% que pagam mais no Brasil
e no Reino Unido
Fonte: INESC 2015 e UK Office for National Statistics 2018

Brasil deixa de arrecadar R$ 900 bilhões

Rafael Georges é um dos especialistas que no livro A Reforma Tributária Necessária – Diagnósticos e premissas, lançado em agosto de 2018, discute qual a reforma tributária que o país realmente precisa para a cobrança de impostos ser mais justa.

Segundo ele, uma reforma tributária progressiva é a principal e mais urgente medida que pode ser tomada para a redução da desigualdade no Brasil. “O enfrentamento da desigualdade passa, ainda, pela revogação do Teto de Gastos (Emenda Constitucional 95), do governo federal, que cria uma competição entre gastos sociais; pela revogação de partes da reforma trabalhista, que colaboram para a precarização da condição dos trabalhadores; e por uma forte agenda de investimentos em educação”.

O professor da Unicamp Eduardo Fagnani coordenou os trabalhos de elaboração do livro e acrescenta: “Se somadas as isenções fiscais concedidas hoje pela União (cerca de R$ 370 bilhões) e a sonegação tributária (cerca de R$ 500 bilhões), o valor que o Brasil deixa de arrecadar com impostos se aproxima dos R$ 900 bilhões, isso sem contar que estados e municípios também concedem benefícios fiscais”.

RAFAEL GEORGES. Investigação sobre política tributária

Inscrição será dias 20 e 21 e campanha, de 22 a 1º de abril

definição da proposta de regimento para normatização da pesquisa sobre o processo sucessório da Reitoria, que estava prevista para a sessão do Conselho Universitário do dia 14 de fevereiro, foi adiada para terça-feira 19.
A decisão foi aprovada na sessão do Consuni realizada no próprio dia 14. O órgão colegiado também alterou o calendário da pesquisa: a inscrição de candidaturas será dias 20 e 21 de fevereiro junto à Comissão Coordenadora da Pesquisa (CCP) e o período de campanha e debates vai do dia 22 até 1º de abril.
Pelas normas já aprovadas no Consuni, ainda em dezembro de 2018, a pesquisa terá caráter informativo e não vinculante à elaboração da lista tríplice, que é atribuição do Colégio Eleitoral.

Comissão
A sessão do Consuni foi adiada porque ainda faltavam alguns nomes para composição integral da Comissão de Coordenação da Pesquisa, que acabaram no-
meados na própria sessão. A composição inicial da comissão foi designada em portaria publicada no dia 25 de janeiro, e na portaria do dia 11 de fevereiro foram designados os representantes dos técnicos-administrativos.
A comissão, com as atribuições de coordenar, organizar e executar todas as fases do processo, realizou as primeiras reuniões nos dias 11 e 13, mas avaliou que não tinha quórum para deliberações importantes, como a proposta de regimento. Por isso, nova reunião foi realizada no dia 15 pela manhã. Como informou a coordenadora-geral do Sintufrj e representante técnico-administrativa no Consuni, Gerly Miceli, nesta reunião os presentes fizeram a escolha da presidente e do vice-presidente da comissão, Cristina Miranda e Bruno Diaz, e da secretária-geral, Selene Maia.
A comissão iniciou as discussões sobre o regimento, mas diante da necessidade de aprofundar o debate e de compromissos já agendados por parte de alguns componentes decidiu-se que nova reunião seria marcada para segunda-feira, dia 18, para finalizar a proposta, que deve ser apresentada no Consuni extraordinário do dia 19 de fevereiro.
A escolha dos nomes que comporão as listas tríplices será no dia 30 de abril em reunião conjunta dos Colegiados Superiores da UFRJ (Consuni, Conselho de Ensino de Graduação, Conselho de Ensino para Graduados e Conselho de Curadores) que constituirão o Colégio Eleitoral.
A elaboração das listas seguirá a legislação em vigor. Os candidatos deverão formalizar pedido de inscrição na Secretaria de Órgãos Colegiados nos dias 24 e 25 de abril.
Em paralelo ao calendário institucional, a universidade começa a viver a efervescência dos debates sobre a constituição de diretrizes para a próxima gestão e de construção de chapas. A tendência é que estes debates, iniciados com a constituição da Frente pela UFRJ no final de 2018, ganhem mais peso nas próximas semanas. O Sintufrj expressou a opinião da sua direção sobre o processo através do editorial publicado na página 3.

Calendário

O Consuni manteve o formato do calendário aprovado no fim do ano passado, alterando apenas as datas das etapas.

Inscrição de candidaturas de participação na pesquisa – dias 20 e 21 de fevereiro, junto à CCP;
Período de campanha de debates – de 22 a 1º de abril;
Primeiro turno da pesquisa dias 2, 3 e 4 de abril;
Divulgação de resultados – 5 de abril;
Eventual segundo turno – 15, 16 e 17 de abril;
Divulgação de resultado – 18 de abril;
Colégio Eleitoral se reúne no dia 30 de abril.

O Departamento Jurídico informa que o prazo para o recebimento dos documentos para a ação individual dos 26,05% é até 20 de fevereiro (quarta-feira). Para os sindicalizados que trouxeram seus kits a partir de 9 de janeiro, o Jurídico já está entrando com os mandados de segurança.
O atendimento do Jurídico é o seguinte:
Sede Fundão – 2ª a 6ª , de 9h às 16. Tel: 3194-7133.
Subsede Praia Vermelha – 2ª a 6ª, de 10h às 16h. Tel: 2542-9143.
Subsede HUCFF – 2ª, 5ª, 6ª, de 13h às 16h/ 3ª e 4ª, de 9h às 16h. Tel: 3938-6149.

Baixe aqui a ficha de informações (procuração e declaração de hipossuficiência) em PDF – Procuracao_Sintufrj_Processo2605

 

Esclarecendo dúvidas sobre a procuração a ser preenchida pela categoria sobre os 26,05%:

  • A trabalhadora e o trabalhador devem preencher as linhas que pedem seus dados pessoais; datar, assinar, imprimir, digitalizar e enviar para o Sintufrj pelo e-mail 26.05@sintufrj.org.br
  • Quem não conseguir enviar a procuração ao Sintufrj por e-mail, deve entregá-la pessoalmente na entidade: na sede, no Fundão ou na subsede sindical no HU. A subsede sindical na Praia Vermelha receberá a procuração somente a partir do dia 14 de janeiro.

ATENÇÃO:

Neste processo, o Sintufrj não está fazendo ligações telefônicas para orientar sindicalizados acerca do assunto. O atendimento está sendo feito única e exclusivamente na sede do Sintufrj e na subsede do HU (Fundão), das 9h às 16h.

Reafirmando: 26,05% PLANO VERÃO – ENTREGA DE DOCUMENTOS

O prazo final de entrega dos documentos para as ações individualizadas dos 26,05% é 20/02.

Na sede do sindicato, no Fundão, o atendimento será das 9h às 16h.

Na subsede da Praia Vermelha o atendimento é das 10h às 16h

Entrega de documentos começou no dia 9

Começou nesta quarta-feira, 9, o prazo para a entrega dos documentos necessários para que o Sintufrj dê entrada nas ações individualizadas na Justiça Federal do Rio de Janeiro.

Os documentos deverão ser digitalizados em PDF e encaminhados para o seguinte e-mail: 26.05@sintufrj.org.br, pois os processos são eletrônicos, ou seja, não necessitam dos documentos físicos.

As fichas de informações (procuração e declaração de hipossuficiência para preenchimento, impressão, assinatura, digitalização e encaminhamento para o e-mail 26.05@sintufrj.org.br) .

 

Documentos necessários

. Carteira de identidade;

. CPF;

. Comprovante de residência em nome do sindicalizado;

. Contracheque referente a novembro de 2018 (vencimento recebido em dezembro de 2018), onde consta o índice dos 26,05%;

. Contracheque referente a dezembro de 2018 (vencimento recebido em janeiro de 2018), onde não consta o índice dos 26,05%.