Voto do ministro do TCU Vital do Rego, que expôs as ilegalidades do processo de privatização da Eletrobras, deverá ser utilizado como argumento para impedir venda de ações na bolsa de valores dos EUA

Da Agência Senado | 18/05/2022, 19h17

Fonte: Agência Senado

Waldemir Barreto/Agência Senado
Fonte: Agência Senado

O crime de injúria racial terá penas aumentadas quando for praticado em eventos esportivos ou culturais e para finalidade humorística. O Plenário do Senado aprovou, nesta quarta-feira (18), projeto de lei com esse objetivo (PL 4.566/2021), que volta para a Câmara dos Deputados.

O texto eleva a pena para 2 a 5 anos de reclusão nas situações que especifica. Atualmente, o Código Penal estipula a pena de 1 a 3 anos de reclusão para a injúria com elementos referentes a raça, cor, etnia, religião e origem.

Originalmente, o projeto tratava da injúria racial em locais públicos ou privados de uso coletivo. O relator no Senado, Paulo Paim (PT-RS), acrescentou dispositivos deixando explícitos alguns casos de aplicação da nova regra. As mudanças feitas pelos senadores precisam agora ser confirmadas pelos deputados.

A nova pena valerá para os casos de injúria no contexto de atividades esportivas, religiosas, artísticas ou culturais. Além da detenção, o condenado será proibido de frequentar os locais destinados a eventos esportivos e culturais por três anos.

Poderá haver acréscimo adicional de um terço à metade da pena quando a injúria tiver objetivo de “descontração, diversão ou recreação”, ou então quando for praticada por funcionário público no exercício da função.

O projeto também prevê aplicação da pena para injúria para quem agir com violência contra manifestações e práticas religiosas. Na versão de Paulo Paim, essa medida se dirigia unicamente às religiões de matriz africana. A pedido do senador Carlos Viana (PL-MG), ele alterou o texto para que fossem cobertas todas as religiões.

Paim justificou a expansão do projeto, argumentando que eles conferem “mais efetividade” ao texto discutido e consolidam práticas que, segundo ele, já se mostraram positivas.

— O Brasil e o mundo têm testemunhado cenas de hostilização de atletas com inferiorização expressada por palavras, cantos, gestos, remessas de objetos sugestivos. Ocorrências semelhantes também se repetem em espetáculos culturais, artísticos e religiosos. A proibição de frequência [aos locais de eventos] tem apresentado bons resultados na experiência de alguns juizados especiais criminais, inclusive aqueles instalados nos próprios estádios.

O projeto ainda orienta os juízes a considerar como discriminatórias as atitudes que causarem “constrangimento, humilhação, vergonha, medo ou exposição indevida” à vítima, e que não seriam dispensadas a outros grupos em razão da cor, etnia, religião ou procedência.

O senador Alvaro Dias (Podemos-PR) presidiu a aprovação do texto e considerou-a um “avanço histórico”.

— O racismo repugnante, deplorável, que se repete em nosso país com uma insistência injustificável, deve ser combatido por todos os brasileiros de bem. O Senado Federal repudia o racismo. Nós não podemos afirmar que vivemos numa nação civilizada enquanto suportarmos a tragédia do racismo em nosso país.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

 

 

Moradores relatam como ação da Brazil Iron acaba com seu modo de vida; empresa chamou a polícia para a reportagem

Daniel Camargos Repórter Brasil | 1
Leonisia Maria Ribeiro: “Essas bombas só faltam matar a gente” – Fernando Martinho

A imagem de Iemanjá está ao lado de Cristos crucificados, pôsteres do Vasco da Gama, fotos dos netos e de uma Nossa Senhora segurando uma folha de espada de São Jorge. As paredes de barro da casa de Leonisia Maria Ribeiro estão repletas de crenças, mas nos últimos anos ganharam marcas que até a sua fé duvida. São rachaduras que atravessam os tijolos de adobe e desassossegam a benzedeira. “Essas bombas só faltam matar a gente”, lamenta.

As bombas a que Leonísia se refere são dinamites usadas pela mineradora inglesa Brazil Iron para extrair minério de ferro na região mais alta da Chapada Diamantina, em Piatã, na Bahia. A benzedeira é moradora da comunidade quilombola da Bocaina, vizinha do empreendimento, e aponta o impacto das explosões como cicatrizes que racham as paredes de sua casa.

“Essas bombas do minério estrondam a casa todinha. Tem hora que até as coisas da casa a gente vê sacudindo. Eu estou com medo dela [a casa] cair. Eu tenho imaginação de estar dormindo e uma hora a casa despencar de vez”.

 

 

Semanas depois de a equipe da Repórter Brasil entrevistar Leonísia, o Inema (Instituto do Meio Ambiente e Recurso Hídricos), órgão ambiental do governo baiano, fiscalizou as instalações da mineradora e decidiu interditá-la temporariamente. A interdição vigora desde 26 de abril e foi motivada por pelo menos 15 irregularidades, entre elas não prever recursos para recuperar as casas rachadas da comunidade.

A reza de Leonísia é forte. Enquanto mostra as rachaduras na parede, ela lembra do passado, quando caminhava quilômetros pelas estradas de terra para participar aos finais de semana de uma celebração religiosa repleta de sincretismo. Aos 76 anos, fechou os olhos, franziu a testa e puxou na memória a música que cantava enquanto benzia as pessoas: “Vem, vem, vem, vem Espírito Santo”.

A poucos quilômetros dali, Ana Joana Bibiana Silva, de 81 anos, toca matraca e canta as ladainhas da encomendação das almas se preparando para a Semana Santa. A sala de sua casa está toda enfeitada com fitas coloridas que descem do teto e ornam com a parede vermelha, um resquício da última folia de reis, quando recebeu os moradores da comunidade para a festa.

quilombola Bibiana

A quilombola Bibiana, responsável pela cerimônia de encomendação das almas, luta para resistir e sobreviver aos impactos negativos causados em sua comunidade após a chegada da Brazil Iron (Foto: Fernando Martinho)

Leonísia e Bibiana nos transportam imediatamente para Belonisia e Bibiana, as irmãs protagonistas do best-seller ‘Torto Arado’, do escritor baiano Itamar Vieira Junior, vencedor do Prêmio Jabuti de 2020. É impossível conhecer as comunidades quilombolas de Bocaina e Mocó, na Chapada Diamantina, e não associar ao que é narrado no livro, cuja trama acontece na mesma região. A ligação fica mais intensa por causa da coincidência de nomes entre as personagens da vida real e as da ficção – encharcada de realidade.

Enquanto no livro Belonisia e Bibiana têm a vida atravessada por um acidente com uma faca e pela intervenção dos seres encantados manifestos no Jarê (religião de matriz africana típica da Chapada Diamantina), na vida real, Leonísia e Bibiana também têm a trajetória permeada pelo sincretismo religioso e enfrentam juntas os efeitos da mineração.

quilombola Leonisia

Um dos problemas enfrentados pela quilombola Leonisia são as rachaduras em suas paredes, causadas pelas detonações da mineradora: ‘Essas bombas estrondam a casa todinha. Eu tenho imaginação de estar dormindo e uma hora a casa despencar de vez’ (Foto: Fernando Martinho)

Projeto bilionário

As duas comunidades quilombolas comemoraram a interdição temporária da mineradora. Para o coletivo de moradores SOS Bocaina e SOS Mocó, a interdição deveria ter acontecido antes, pois a mineradora estava atuando sem as devidas licenças ambientais.

Além da fé e da luta das duas comunidades, um episódio catalisou a atenção para a mineradora Brazil Iron. Em 28 de março, a equipe da Repórter Brasil foi até a sede da empresa, no centro de Piatã, solicitar uma entrevista com algum representante. Ao invés de respostas, o gerente de logística da Brazil Iron chamou a polícia para os jornalistas. O episódio provocou protestos de diversas entidades, como a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e o Comitê para Proteção de Jornalistas (CPJ).

‘Se a sociedade como um todo, incluindo corporações, como as mineradoras, vive de maneira cada vez mais predatória, as comunidades tradicionais têm saberes a compartilhar sobre como viver de uma maneira mais equânime com seu entorno’, afirma Itamar Vieira Júnior, autor de ‘Torto Arado’

Ao ser questionado pela reportagem, em 11 de abril, sobre o histórico de infrações da Brazil Iron, o Inema não respondeu imediatamente. Decidiu enviar uma equipe para fiscalizar a empresa e retornou, semanas depois, dizendo que havia interditado as operações da mineradora. Listou 15 infrações, entre elas ausência de estudos para depositar rejeitos da mineração, deixando nascentes e rios vulneráveis, e falta de previsão orçamentária para reparar 18 casas danificadas pelas explosões (leia nota na íntegra).

A Brazil Iron estima um prejuízo de R$ 200 mil para cada dia parada. Ao todo, as perdas somam R$ 4,4 milhões. Em nota, a mineradora disse que recebeu “com profunda surpresa e desapontamento” a interdição, negou cometer as infrações e avalia que a medida gerou “medo e insegurança” nas famílias que dependem do emprego na mineradora. (leia a nota na íntegra)

Mais próxima da mineradora, a comunidade de Mocó sofre com o pó de minério, que matou as plantações e que faz os moradores se sentirem em uma vila industrial (Foto: Fernando Martinho)

A mineradora é a subsidiária brasileira da holding inglesa Brazil Iron Trading Limited. Foi fundada após a aquisição de direitos minerários na Chapada Diamantina, em 2011. A empresa tem 25 pedidos de pesquisa mineral protocolados na Agência Nacional de Mineração (ANM). Antes da interdição, tinha autorização para extrair 600 mil toneladas de minério por ano, ainda no estágio de pesquisa e exploração.

Se conseguir voltar a operar, os planos, contudo, são ambiciosos. A empresa quer construir no local uma planta de pelotização (beneficiamento inicial do ferro) para produzir 10 milhões de toneladas por ano. Além disso, pretende construir uma ferrovia até o litoral baiano para exportar o minério.

A previsão da empresa é investir cerca de R$ 5 bilhões, o que, segundo a assessoria de imprensa, geraria cerca de 25 mil empregos diretos e indiretos. Atualmente, a Brazil Iron tem 500 empregados e calcula que gera ao todo 2,5 mil empregos indiretos.

Nascente poluída

Além de procurar respostas sobre as rachaduras nas paredes provocadas pelas explosões, a Repórter Brasil queria escutar da mineradora a explicação para outras queixas dos moradores. Entre elas, a contaminação da nascente do Bebedouro. O local recebeu esse nome por ser uma nascente perene onde, nos períodos de seca, os moradores buscavam água límpida para beber.

“Eles [Brazil Iron] começaram a degradar em cima do morro e foi descendo o rejeito de minério para nascente”, detalha a quilombola Catarina Silva, que acompanhou a reportagem até a nascente para mostrar os efeitos do assoreamento provocado pela mineração.

Catarina mostra a nascente que antes jorrava água cristalina e que, após a instalação da Brazil Iron, foi sendo assoreada (Foto: Fernando Martinho)

Catarina lembra que a água era cristalina e por mais que chovesse, a mata preservada no alto do morro não deixava a mina d’água ficar suja com a enxurrada. “Para a empresa, o minério é valioso, mas para nós a nascente não tem preço. Aqui é toda nossa vida”, lamenta.

A mineradora também provocou estragos na represa que abastece as duas comunidades. Localizada acima da Cachoeira do Veado, a represa foi contaminada após um caminhão carregado de minério capotar na estrada há dois anos. Mesmo após o tratamento da água, o quilombola Bráulio Silva prefere não arriscar. Quinzenalmente ele vai em um burrinho buscar a água que bebe em outra nascente. “A água da represa ainda está ruim”, lamenta.

Outro agravante é que a Chapada Diamantina é a caixa d’água da Bahia, explica a geóloga e professora da Universidade Estadual de Feira de Santana, Marjorie Csëko Nolasco. A região central da Chapada, onde está a Brazil Iron, é repleta de nascentes que abastecem três bacias: dos rios Contas, Paraguaçu e Paramirim – um dos braços do São Francisco.

“Todos esses rios cortam regiões áridas e as águas favorecem todo o semiárido da Bahia. Portanto, esse deveria ser um local tombado”, afirma a professora.

Bráulio Silva

Para evitar beber água contaminada pelo minério, Bráulio Silva vai com seu burrinho até uma outra nascente buscar água limpa (Foto: Fernando Martinho)

Em nota, a Brazil Iron disse que vai contratar uma empresa para analisar a qualidade da água e negou que seja responsável pelas rachaduras. Apesar desse entendimento, afirmou que “no intuito de comprovar sua boa vontade e preocupação com a população local já contratou profissionais para realizar a reforma nessas casas”.

‘É igual Cubatão’

Somadas, as duas comunidades quilombolas têm 150 famílias, sendo que Bocaina é maior, com 100 famílias. Já em Mocó, mais próxima da mineração, o sofrimento com a poeira é intenso. “Os pés de café foram secando e morreram todos”, lamenta Irani Oliveira Costa.

Moradora de Mocó, Irani tem o sentimento dividido ao falar a respeito da mineradora. Por um lado está feliz, pois a empresa empregou um filho e alguns parentes, mas por outro se queixa do excesso de poeira.

“Isso aqui virou uma área industrial. Não é mais habitável como era antes”, diz Solange Costa, filha de Irani, que estava de férias na comunidade. Ela mora no litoral de São Paulo e compara Mocó com Cubatão (SP), que foi por muitos anos a cidade mais poluída do mundo.

“As pessoas podem estar felizes pelo emprego, mas para morar é muito difícil”, avalia. Quando criança, Solange brincava entre os pés de café, manga e laranja no terreno da avó. Hoje, as plantações morreram por causa do pó de minério.

Questionada, a Brazil Iron disse, em nota, que contratou o serviço de 6 caminhões-pipa que passam na estrada para tentar reduzir a poeira e que vai implementar outras medidas. Disse também que criou uma comissão de acompanhamento e que nesta quarta (18) haverá uma assembleia com as comunidades para criação da Comissão de Acompanhamento do Empreendimento (CAE).

Contudo, 14 entidades, entre elas a Comissão Pastoral da Terra e o Movimento SOS Bocaina e Mocó, divulgaram uma nota pública se recusando a participar. Apontam falta de transparência da empresa. Segundo o comunicado, “não há informação, por exemplo, sobre qual empreendimento esta CAE está se referindo”.

Quilombolas e mineração sob o prisma de Itamar Vieira

“Se a sociedade como um todo, incluindo corporações, como as mineradoras, vive de maneira cada vez mais predatória, levando o planeta a um iminente colapso, as comunidades tradicionais têm saberes a compartilhar com todos sobre como viver de uma maneira mais equânime com seu entorno”, afirma o escritor Itamar Vieira Júnior.

O escritor explica que as comunidades quilombolas detêm saberes ancestrais e uma trajetória ligada à capacidade de resistência. “Marginalizadas e invisibilizadas por séculos, estabeleceram uma relação sustentável com o meio em que vivem”, destaca.

Para Vieira Júnior, o estado brasileiro não superou a visão desenvolvimentista atrasada, que não se ajusta mais ao mundo de hoje: “Parece fantasia, mas basta sobrepor mapas de comunidades quilombolas e de preservação ambiental para perceber a relação direta entre os dois, o que convencionamos chamar de sustentabilidade”,

Enquanto a Brazil Iron mobiliza advogados e engenheiros para cumprir as condições impostas pelo órgão ambiental baiano para voltar a minerar, os moradores se apegam à fé e se mobilizam para preservarem seus modos de vida.

O horário das explosões que afetam as casas dos quilombolas é colocado em uma placa diariamente em uma das portarias da mineradora (Foto: Fernando Martinho)

Além da poeira, da contaminação da água e das explosões, Davi Antônio de Souza, líder comunitário na Bocaina, aponta outro motivo para preservar a região. A infinidade de plantas nativas que servem de cura para várias doenças. Observando Davi explicar a utilidade de cada uma das ervas é impossível não lembrar do livro ‘Torto Arado’ e seu personagem Zeca Chapéu Grande, curandeiro e praticante do Jarê, que usava plantas e rezas para afastar os males, muitos deles provocados pela mineração, conforme conta Bibiana no primeiro capítulo do livro:

“O que mais chegava à nossa porta eram as moléstias do espírito dividido, gente esquecida de suas histórias, memórias, apartada do próprio eu, sem se distinguir de uma fera perdida na mata. Diziam que talvez fosse por conta do passado minerador do povo que chegou à região, ensandecido pela sorte de encontrar um diamante, de percorrer seu brilho na noite, deixando um monte para adentrar noutro, deixando a terra para entrar no rio. Gente que perseguia a fortuna, que dormia e acordava desejando a ventura, mas que se frustrava depois de tempos prolongados de trabalho fatigante, quebrando rochas, lavando cascalhos, sem que o brilho da pedra pudesse tocar de forma ínfima o seu horizonte”.

Na obra literária, as moléstias do espírito eram curadas com as ervas; na vida real os estragos feitos pela Brazil Iron nas montanhas da Chapada Diamantina são para sempre.

 

Esta reportagem foi realizada com o apoio da DGB Bildungswerk, no marco do projeto PN: 2020 2611 0/DGB0014, sendo seu conteúdo de responsabilidade exclusiva da Repórter Brasil

 

 

A primeira assembleia simultânea do Sintufrj – participaram trabalhadores de três campi: Fundão, Praia Vermelha e Macaé –, realizada nesta quarta-feira, 18, aprovou, por ampla maioria, o indicativo de greve unificada na educação federal.

Esta decisão será levada pelos delegados eleitos na assembleia à plenária nacional da Fasubra, nos dias 3, 4 e 5 de junho, em Brasília.

A categoria também deliberou por dar continuidade às reuniões por locais de trabalho. Essas reuniões, iniciadas há duas semanas, reuniram cerca de 230 técnicos-administrativos.

Uma nova assembleia foi marcada para 8 de junho, uma quarta-feira, após a plenária da Federação, para deliberar acerca de novos encaminhamentos sobre a campanha salarial.

Mais detalhes desta assembleia na edição 1372 do Jornal do Sintufrj que  que será postado na sexta-feira à noite nas mídias da entidade. Edição impressa na segunda-feira (23).

VOTAÇÃO NO CT. Auditório do Bloco A do Centro de Tecnologia foi um dos três locais da assembleia simultânea realizada nesta quarta-feira

 

Servidores realizarão atos em todo o país nesta quinta-feira, 19

Reajuste, já! é a palavra de ordem da nova Agenda de Lutas da campanha salarial dos servidores públicos federais. O governo insiste em não negociar com os trabalhadores e segue com anúncios via mídia sobre a sua proposta de míseros 5% linear para todo o funcionalismo e ou propostas diferenciadas para categorias específicas, divulgando ainda que sua decisão deverá ser oficializada até o fim desse mês de maio. 

Quinta-feira, 19, é Dia Nacional de Mobilização pelo Reajuste Salarial. Atos em defesa do Reajuste Já! serão realizados em todo o Brasil. Diante da falta de diálogo, os servidores seguem ampliando a pressão por negociações e uma reposição emergencial justa para todo o funcionalismo. Não dá para conviver com o aumento da inflação e do custo de vida, a falta de investimentos no setor público, o congelamento e o arrocho salarial impostos por esse governo.

Por isso, o Fonasefe (Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais), do qual a Fasubra, nossa federação, paz parte, joga peso para intensificar a mobilização pela abertura imediata de negociação salarial. A agenda está pegando fogo com ato nacional dia 19 de maio, reunião ampliada da educação federal dia 21 de maio e novo #OcupaBrasília dias 31de maio e 1º de junho. 

Sem garantias

Um possível reajuste de 5% que seria a partir de 1º julho, é o que vem sendo veiculado pelo governo na imprensa. E caso isso se oficialize, o índice não superaria nem a inflação do ano de 2022 — que tem uma estimativa média de 7,65%. Muito menos a nossa perda acumulada destes últimos anos (19,99%). O prazo final para concessão de qualquer aumento de despesa com pessoal por força da legislação se encerra dia 4 de julho.

Nos últimos dias, rumores voltaram a circular de que o governo Bolsonaro está debatendo a possibilidade de enviar ao Congresso Nacional propostas diferenciadas para categorias específicas “insatisfeitas”. A decisão, ainda segundo informações vindas da imprensa, seria divulgada por Bolsonaro até o dia 22 de maio “para ter segurança jurídica”. 

A tática de Bolsonaro vem sendo a de empurrar a crise com o funcionalismo enquanto seu governo ganha tempo usando a mídia para testar a reação dos servidores a propostas que vão sendo ventiladas sem nenhum respaldo formal. Um “bônus” de R$ 400 nos tickets alimentação foi outra possibilidade jogada na mídia. Bolsonaro pode também não dar nada, mesmo precisando de votos para a eleição de outubro. Deste governo pode-se esperar tudo!

Mobilização cresce enquanto o governo se recusa em negociar

Os servidores do Banco Central chegaram a suspender a paralisação na tentativa de diálogo com o governo, mas o silêncio permaneceu e, no dia 3 de maio, voltaram ao estado de greve por tempo indeterminado. Os companheiros do INSS e do Ministério do Trabalho e Previdência também seguem em greve. 

Na segunda-feira, 16, o Sinasefe (Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica deflagou greve e instalou, em Brasília, o Comando Nacional do movimento. Servidores do IFBA, IFMG, IFPE e do IF Sul-RS estão paralisando suas atividades após aprovação em assembleias de base. Além das greves já iniciadas, diversas categorias estão participando das mobilizações pelo reajuste.

Reunião ampliada debaterá Greve Unificada da Educação 

Entidades Nacionais da Educação – Fasubra Sindical, Andes-SN e Sinasefe – realizarão no dia 21 de maio, a partir das 14h, Reunião Ampliada Unificada da Educação. O objetivo é consolidar o chamamento da Greve da Educação de forma unificada e articular a construção de uma pauta de reivindicações da Educação Federal. O governo insiste em não negociar com as categorias e a mobilização será intensificada. 

A reunião ocorrerá de modo híbrido, virtual pelo Zoom e presencial em Brasília-DF, no San Marco Hotel. Para acompanhar a reunião virtualmente, acesse o link no dia 21/5, a partir das 13h30min: https://us02web.zoom.us/j/83627390866?pwd=MmRzbUN6RXpoZURKWDFzZnY1aFBCdz09

Bolsonaro deu 69% para si mesmo e ministros (*)

Há exatamente um ano, neste mesmo mês de maio, o presidente Jair Bolsonaro e seus ministros passaram a receber salários com um aumento de até 69%. O reajuste foi dado pelo próprio Bolsonaro por meio de uma portaria editada em abril de 2021 e, em maio, a diferença salarial já havia sido implantada. A mudança permitiu que o presidente, o vice-presidente, Hamilton Mourão, ministros e assessores passassem a receber acima do teto constitucional de R$ 39,2 mil. Na prática, o teto total para essas pessoas passou a ser de R$ 78.586,64 por mês.

Antes da medida, Bolsonaro recebia R$ 30,9 mil pela função de presidente e mais R$ 10,7 mil em outros benefícios. Mas o seu salário final tinha um corte de R$ 2.300 para que o teto fosse obedecido. Com a norma aplicada no ano passado, a remuneração bruta do presidente passou de R$ 39,3 mil para R$ 41,6 mil. Já o general da reserva, Hamilton Mourão, passou a receber R$ 63,5 mil, diferença de 62%. Entre os ministros militares, o maior salto no salário foi o do então chefe da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos. A sua remuneração passou a ser de R$ 66,4 mil, em uma alta de 69%.

Mas além do aumento salarial, Jair Bolsonaro coleciona regalias de um milionário. Apenas entre os últimos dias 1º de abril e 5 de maio, a conta do seu cartão corporativo foi de R$ 4,2 milhões.

*Sindsep-PE

 

O Núcleo de Enfrentamento e Estudos em Doenças Infecciosas Emergentes e Reemergentes (Needier) da UFRJ, emitiu nota no dia 12 de maio avaliando que, diante do atual cenário da pandemia, com novo aumento de casos positivos diagnosticados no Centro de Triagem e Diagnóstico (CTD) da universidade, envolvendo principalmente estudantes, é importante alertar a comunidade universitária para a necessidade do uso adequado de máscaras em ambientes fechados e em situações de aglomeração.

“Temos constatado, repetidamente, que esta norma não está sendo seguida, sendo ainda mais preocupante nas atividades de salas de aulas e nos eventos festivos, resultando em situações de maior risco de transmissão, desnecessariamente”, diz a nota do Needier.

Segundo a Coordenação de Comunicação da UFRJ, durante o mês de março e até meados de abril, nos casos testados na UFRJ, a taxa de positividade estava abaixo de 5%, configurando uma zona de relativo conforto. Mas, isso mudou recentemente, saltando para 20% na última semana, conforme apontou o CTD.

“Fazemos um apelo para que todo o corpo social leia as recomendações (as diretrizes para o retorno presencial pleno na UFRJ) e evite se aglomerar sem máscaras, o que acontece principalmente em eventos festivos. É lastimável que estejamos vendo um aumento no número de casos de positividade após eventos de aglomeração, mesmo em ambiente aberto sem o uso de máscara. Por favor, se cuidem e cuidem dos outros”, ponderou a reitora lembrando que a não obrigatoriedade do uso de máscara em ambiente aberto só é válida com distanciamento interpessoal.

GT apoia alerta

O coordenador do Grupo de Trabalho Multidisciplinar para Enfrentamento da Covid-19 (GT-Coronavírus), o epidemiologista  Roberto Medronho, informou que o GT (que se reuniu no dia 12 de maio) apoia a iniciativa do CTD/Needier.

“Felizmente não há relatos de casos graves, pelo menos até o momento. Mas diante disso e para preservar a saúde da comunidade, houve o alerta por parte da Reitoria com que nós concordamos”, disse Medronho. 

De acordo com o especialista, o aumento de casos ocorre em vários lugares do mundo, pois têm surgido novas subvariantes do vírus. “Felizmente nossa cobertura vacinal em vários municípios do estado é elevada e não chegaram relatos de casos graves entre alunos e funcionários da UFRJ. Isso é animador”, observou, acrescentando que com a vacina, a comunidade está “muito bem protegida, felizmente”.

Quase todo mundo vacinado

Na sessão do Conselho Universitário de 12 de maio, a reitora divulgou os resultados de uma pesquisa feita, através de questionário digital, sobre a vacinação na comunidade universitária: 99,7% estão vacinadas com duas doses e 70% com as três doses. Denise Pires também destacou a importância da dose de reforço para que a proteção contra a covid-19 seja completa. 

Para o epidemiologista Roberto Medronho os dados da pesquisa sugerem um baixo índice de negacionismo e de posições contra a vacina na UFRJ: “O que nos deixa muito orgulhosos, já que somos a maior instituição pública do país. Uma das nossas missões mais nobres, além de formar cidadãos, é produzir e difundir conhecimento e seria um paradoxo se tivéssemos um número grande de negacionistas em nossa comunidade”. 

Também para Medronho a forma de termos a vacinação completa é tomar a dose de reforço, que é a terceira dose, e, no caso dos idosos, a quarta dose. “Já estamos considerando que a vacinação completa não é mais de quem tomou a segunda dose. O indivíduo com vacinação completa é aquele que tomou todas as doses para sua faixa etária (ou condição de saúde)”, explicou.

Segundo o coordenador do GT Coronavírus, a adesão à máscara na UFRJ tem sido boa, embora não seja cem por cento. 

Cultura deve mudar

Mas, ele alerta que, como as pessoas voltaram a se aglomerar, há várias viroses circulando, embora, felizmente, sem impacto nos serviços de saúde. “Essa volta ao normal favorece a disseminação de doenças infecciosas, especialmente infecções respiratórias. Temos visto muitos casos, em crianças e adultos, mas felizmente são casos que se recuperam rápido”.

Orientação

A recomendação do especialista aos servidores e demais integrantes da comunidade da UFRJ é, neste momento da pandemia, em caso de suspeita de infecção respiratória, comunicar à chefa ou à coordenação de curso, se afastar e fazer o teste no CTD. E usar máscara para proteção, hábito ele espera todos incorporem no dia a dia.

Muitos sintomas, como espirros ou coriza podem ser só de uma alergia. Um sinal muito sensível de infecção é a febre, mesmo a febrícula (acima de  37,5 grau). Neste caso, é preciso tomar mais precaução, procurar uma unidade médica e o CTD.

 

 

O 19o Congresso Nacional do Movimento Negro Unificado (MNU), realizado de 12 a 15 de maio, em Recife (PE), deliberou como tarefa principal construir um projeto político para o povo negro no Brasil. O movimento pretende também ser referenciado como principal instituição representativa do povo negro e quer consolidar sua ação em todas as instâncias onde existam militantes.

“É crescer e construir”, afirma Noemi de Andrade, coordenadora do Sintufrj e delegada ao evento pelo Departamento de Raça e Gênero da entidade. “Isso é para provar que para o povo preto, o 13 de maio é dia de luta. Estamos buscando reparação por uma abolição que não aconteceu. Nossa luta ainda é diária contra o racismo excludente”, complementa.

O Congresso contou com a participação de mais de 300 delegados. 

Fora Bolsonaro!

Além de Noemi, foram delegados pelo Departamento de Raça e Gênero do Sintufrj Denise Góes e Vitor Matos. Para Denise, que é coordenadora da Câmara de Políticas Raciais da UFRJ, o MNU sai do seu 19º congresso com uma tarefa fundamental, que é a derrubada de Bolsonaro.

Noemi ao lado de Denise Góes e Vitor Matos, integrantes da Câmara de Políticas Raciais da UFRJ

“As políticas de Bolsonaro incidem fortemente para a pauperização da população negra. O restabelecimento do diálogo com um governo democrático popular se faz imperioso neste momento, para o avanço de muitas de nossas pautas.”, avalia.

 

Nova direção  

 

Os participantes reelegeram para a coordenação nacional do MNU, Ieda Leal. Ela é professora, presidente da CUT Goiás, integrante da Secretaria de Combate ao Racismo da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e dirigente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego). A pauta das mulheres terá prioridade. 

“Tendo à frente mais mulher e com a formação da nova coordenação, o MNU se coloca como uma organização que tem a tarefa de dar encaminhamentos a uma extensa pauta tirada no congresso pelas mulheres, que se reunirão em um Seminário Nacional de Mulheres em breve, destaca Denise. “Com coordenações de Juventude, Educação, Formação, Organização, Comunicação, LGBTQIA+, Relações Internacionais e tantas outras que perfazem o foco de nossa atuação”, elenca a militante. “O MNU sai deste congresso com as forças renovadas para continuar referendando a luta negra no Brasil”, conclui. 

 

 

O município de Marechal Thaumaturgo, no Acre, a população chega a pagar R$ 10,553 pelo litro de gasolina. É o valor mais alto do país

 Publicado: 17 Maio, 2022 – 10h57 | Última modificação: 17 Maio, 2022 – 20h22 Escrito por: Redação CUT | Editado por: Marize Muniz

CUT-RS

 

Projeto é rejeitado por entidades que defendem a educação. CNTE já mobilizou sindicatos para pressionar parlamentares a rejeitar o PL. Ensino domiciliar é retrocesso de 100 anos, afirmam dirigente da entidade

 

 

 

Distribuidoras de combustíveis também recorrem ao Cade contra a venda da refinaria Isaac Sabbá (Reman)

Tiago Pereira Rede Brasil Atual |
Petroleiros afirmam que a Remam está sendo vendida abaixo de seu valor de mercado – Juarez Cavalvanti/Agência Petrobras

A Federação Única dos Petroleiros (FUP-CUT), a Associação Nacional dos Petroleiros Acionistas Minoritários da Petrobrás (Anapetro) e o Sindicato dos Petroleiros do Amazonas (Sindipetro-AM) decidiram entrar com recurso no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) contra a privatização da refinaria Isaac Sabbá (Reman) da Petrobras, em Manaus (AM).

Na última quinta-feira (13), a superintendência-geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a venda da Remam para o Grupo Atem. Se o negócio for concluído, será a segunda refinaria da Petrobras entregue ao controle do capital privado.

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Os petroleiros afirmam, em nota, que a decisão do Cade ignorou parecer da Agência Nacional do Petróleo (ANP) que apontou a necessidade de “remédios” na operação, para evitar concentração de mercado. Da mesma forma, outro relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) apontou riscos à concorrência no setor.

As companhias Raízen e Ipiranga também questionam o negócio. As concorrentes apontaram que a privatização traz riscos de desabastecimento, de práticas abusivas e de fechamento de mercado. Assim, tanto os petroleiros como as concorrentes entraram com recursos no Cade como “terceiros interessados” no assunto.

Fraude

“A venda da Reman é uma fraude explícita à concorrência; um negócio realizado abaixo do preço de mercado e que vai gerar mais um nocivo monopólio regional privado, com prejuízos aos consumidores de combustíveis da região”, afirmou o presidente da Anapetro, Mário Dal Zot. Ele destaca que a Reman é a única refinaria da região Norte, responsável pelo abastecimento local.

:: Petrobras para o que e para quem? ::

As companhias Raízen e Ipiranga também questionam o negócio. As concorrentes apontaram que a privatização traz riscos de desabastecimento, de práticas abusivas e de fechamento de mercado. Assim, tanto os petroleiros como as concorrentes entraram com recursos no Cade como “terceiros interessados” no assunto.