Se for aprovado pelos deputados, piso salarial da enfermagem será de R$ 4.750, dos técnicos de enfermagem será de R$ 3.325 e dos auxiliares de enfermagem e as parteiras, R$ 2.375

Publicado: 25 Novembro, 2021 – 12h09 | Última modificação: 25 Novembro, 2021 – 15h31 | Escrito por: Marize Muniz

EDSON RIMONATTO/CUT / FOTO: SILVIO AVILA/HCPA

 

 

 

 

Com o aumento de casos em vários países, autoridades brasileiras começam a rever decisões de liberar festas de réveillon e Carnaval

Publicado: 25 Novembro, 2021 – 12h20 | Escrito por: Redação CUT

© TOMAZ SILVA/AGÊNCIA BRASIL

O aumento de 23% de casos de Covid-19 nas Américas, principalmente no norte do continente, e quase em todos os países da América do Sul, é um alerta para o Brasil, onde autoridades começam a repensar se devem liberar as festas de final de ano, como o réveillon, e também o Carnaval 2022, que já foi cancelado em várias cidades do país.

A piora da pandemia do novo coronavírus com a alta no número de casos na Europa, após a reabertura e com a baixa vacinação, provoca uma séria de preocupação em vários países do mundo. Mesmo com índices ainda não confiáveis, várias cidades da Europa flexibilizaram as medidas de proteção contra o vírus. Agora, tendem a deixar em aberto a realização dos eventos, mas a tendência é permitir apenas festas particulares menores.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 25 países da região europeia – composta por 53 estados da Europa e da Ásia Central – correm o risco de registar falta de leitos hospitalares e 49 terão, até março, uma situação de grande ou extrema sobrecarga dos serviços de cuidados intensivos.

Nas Américas

Exceto o Brasil, Suriname e Venezuela, estão relatando uma incidência crescente de infecções, de acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

A Opas também alertou, nesta quarta-feira (24), que a América do Norte pode estar enfrentando uma recaída como na Europa, com os Estados Unidos e o Canadá reportando taxas crescentes de novos casos.

Em contraste, na América Central houve uma redução de 37% nas novas infecções.

“Embora os casos tenham diminuído significativamente nos últimos meses, a transmissão da Covid ainda está ativa em nossa região, então cada vez que baixamos a guarda, o vírus ganha impulso”, disse a diretora-geral da Opas, Carissa Etienne.

A Opas alertou que a experiência da Europa, onde muitos países relataram números recordes de novos casos nas últimas semanas, pode ser um reflexo do futuro nas Américas.

Embora 51% das pessoas na América Latina e no Caribe tenham sido totalmente vacinadas contra a Covid-19, há 19 países onde a cobertura vacinal está abaixo de 40% da população.

A Opas disse que as altas de casos ocorrem principalmente em áreas densamente povoadas onde as medidas de prevenção ao vírus foram suspensas ou relaxadas.

Com a aproximação da temporada de fim de ano e férias de verão no Hemisfério Sul, Etienne incentivou as pessoas a continuarem usando máscaras e mantendo o distanciamento social.

São Paulo atinge 100% de adultos com o ciclo vacinal completo

A cidade de São Paulo atingiu nesta quarta-feira (24) 100,03% dos adultos com o ciclo vacinal completo contra a Covid-19, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde da capital paulista.

A proporção acima dos 100% ocorre por causa de pessoas que não moram na capital, mas foram imunizadas em São Paulo. Por este motivo, também não é possível afirmar que todos os adultos residentes na cidade de São Paulo estão completamente imunizados contra a Covid-19.

Segundo os dados do “Vacina Já”, do Governo do Estado de São Paulo, a capital já aplicou 21.103.722 doses entre primeira, a segunda, a única ou a dose de reforço da vacina contra a Covid-19. Ao todo, foram aplicadas  53.110.099 doses da vacina no estado de São Paulo.

O Brasil ultrapassou a marca de 80% da população adulta com o esquema vacinal completo.

Balanço de casos e mortes no Brasil

O Brasil registrou nesta quarta-feira (24) 176 mortes por Covid-19, totalizando 613.416 vidas perdidas para a doença desde o início da pandemia.

Neste período, 22.043.417 brasileiros já tiveram ou têm o novo coronavírus – 4.686 novos casos foram confirmados nesta quarta.

 

 

 

Países de 53 estados da Europa e da Ásia Central correm o risco de registrarem falta de camas hospitalares e 49 terão, até março, uma situação de grande ou extrema sobrecarga dos serviços de cuidados intensivos

Publicado: 24 Novembro, 2021/ Escrito por: Redação CUT

ALEX PAZUELLO/SEMCOM

 

O surto de covid-19 em vários países da Europa poderá provocar mais de 700 mil mortes em consequência da doença só na região até março de 2022, caso o número de infecções continue subindo.

A projeção é da Organização Mundial da Saúde (OMS), que também prevê o recrudescimento de uma quarta onda da pandemia no mundo.

Caso essa tendência atual se mantenha, o número acumulado de óbitos deverá passar de 1,5 para 2 milhões. De acordo com a OMS, 25 países da região europeia – composta por 53 estados da Europa e da Ásia Central – correm o risco de registrar falta de camas hospitalares e 49 terão, até março, uma situação de grande ou extrema sobrecarga dos serviços de cuidados intensivos.

“Para conviver com este vírus e continuar com o nosso dia a dia, precisamos ir além da vacina. Isto significa receber as doses padrão [da vacina] e um reforço, se necessário, mas também incorporar medidas preventivas nas nossas rotinas”, afirmou o diretor regional da OMS Europa, Hans Kluge, em comunicado divulgado esta terça-feira (23).

Kluge aponta o uso de máscaras de proteção individual em espaços fechados, a higienização das mãos, a ventilação dos espaços, a manutenção do distanciamento físico ou o hábito de cobrir a boca com o antebraço ao tossir.

Estes gestos ajudam a “evitar tragédias desnecessárias e perdas de vidas”, além de limitarem os transtornos na sociedade, destacou o diretor da OMS Europa.

O mundo está entrando em uma quarta onda da pandemia do novo coronavírus, disse a diretora-geral adjunta de acesso a medicamentos e produtos farmacêuticos, a brasileira Mariângela Simão, durante a conferência de abertura de um evento realizado pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), nesta terça.

Segundo ela, os casos de covid-19 na Europa podem se repetir em outros países se nada for feito.

Números pandémicos na Europa preocupam OMS

Na semana passada, o número de mortes diárias duplicou para 4.200, e o número de vítimas mortais desde o início da pandemia ultrapassou 1,5 milhões de pessoas, podendo, de acordo com as projeções atuais, crescer para 2,2 milhões até à primavera.

De acordo com o Instituto de Indicadores e Avaliação de Saúde, responsável por fornecer dados à OMS, a covid-19 é atualmente a principal causa de morte na região europeia.

Não vacinados

A rápida transmissão do novo coronavírus se deve, segundo a organização, a vários fatores: o domínio da variante Delta, o levantamento das restrições em todos os países, a descida das temperaturas e o consequente aumento de reuniões em espaços fechados e o grande número de pessoas ainda não vacinadas.

Mais de 1.000 milhões de doses foram administradas no continente, onde 53,5% da população total já completou o esquema vacinal, mas o número implica grandes diferenças entre países: enquanto alguns ultrapassam os 80% da população vacinada, outros não chegam aos 10%.

Por isso, a OMS lembra que as vacinas “são fundamentais” para prevenir a forma mais grave da doença e a morte, e alerta que é necessário aumentar as taxas de imunização, tendo em conta que tudo indica que a proteção proporcionada pela vacinação está a diminuir.

Mortes no Mundo

No mundo, a Covid-19 já provocou pelo menos 5.156.563 mortes em todo o planeta, entre mais de 257,51 milhões infeções pelo novo coronavírus registradas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse (AFP).

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detectado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.

Situação no Brasil

Em 24 horas, o Brasil registrou 284 mortes por covid-19 e 10.312 novos casos em todo o país, segundo dados divulgados nesta terça (23) pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).

A média móvel de óbitos, que considera os dados dos últimos sete dias, ficou em 227, e a média móvel de novos casos em 9.214. 

A média móvel de mortes segue abaixo dos 300 desde o dia 1º novembro, quando o Brasil contou 303 óbitos na média de sete dias, conforme dados do Conass.

 

 

 

Abordagem do tema cresceu na última década, mas ainda não faz parte da cobertura cotidiana das redações

Nara Lacerda.Brasil de Fato | São Paulo (SP) |24 de Novembro de 2021 

Manifestações de novembro: matérias sobre o tema triplicam no período, mas no resto do ano debate é deixado em segundo plano – ©Mateus Quevedo

Entre os anos de 2010 e 2020, a imprensa brasileira ampliou a cobertura do tema racismo estrutural, mas esse crescimento não significou a inserção do debate na cobertura diária. Em novembro, mês da Consciência Negra, as matérias sobre o assunto triplicam. No resto do ano, mal chegam às manchetes.

As conclusões estão expostas em um artigo da pesquisadora Tainá Freitas Medeiros, do Centro de Estudos Latino-Americanos sobre Cultura e Comunicação da Universidade de São Paulo (USP). No texto, O tema do racismo estrutural no jornalismo digital, ela analisa dez anos de publicações quantitativamente e qualitativamente.

Usando o Google Notícias, ferramenta de busca que agrega produções jornalísticas, Tainá analisou a ocorrência do reportagens sobre o tema nos últimos dez anos. Das 737 matérias compiladas, mais de 650 foram escritas entre 2017 e 2020. Antes disso, a quantidade de publicações era tímida. O período de 2016 chegou a apenas 30 resultados e o de 2010 contabilizou somente um. 

O avanço considerável foi influenciado pela criação de iniciativas independentes de jornalismo e pela incidência política dos movimentos negros. Ainda assim, as informações da pesquisa permitem concluir que a cobertura não está inserida no jornalismo brasileiro na medida necessária para combater as práticas racistas que estruturam a vida social do país.

Outra observação importante do estudo se refere à concentração de matérias em determinados períodos do ano. O “novembrismo” é o fenômeno mais explícito. O total de produções no mês da consciência negra dos anos analisados chegou a quase 150. Nos outros meses variou entre 25 e 89.

Segundo o artigo, “esse acúmulo desproporcional nos sugere um padrão de preocupação episódico e circunstancial com o assunto. Esse fenômeno demonstra a necessidade de preenchimento de algumas lacunas na prática jornalística, mas que não estão apenas restritas a elas, refletem o modo como a sociedade brasileira ainda se relaciona com o tema do racismo“.

Houve também uma forte concentração de reportagem em junho, influenciada pelos protestos contra o racismo que tomaram conta do mundo após o assassinato do estadunidense George Floyd, asfixiado por um policial.

Apenas 23 veículos, dos 178 avaliados, publicaram dez matérias ou mais sobre o tema no período de 2010 a 2020. Nessa relação aparecem algumas das grandes empresas de comunicação brasileira, mas a maior parte delas não está entre as que mais falaram tocaram no assunto.

A lista é liderada pelo site da revista Carta Capital, com 58 publicações no período e pelo Brasil de Fato, que aparece junto com o jornal Folha de S. Paulo com 28 matérias. Na outra ponta, com apenas dez matérias, estão, por exemplo, as revistas Veja e Época, da Editora Abril e do Sistema Globo, respectivamente. 

Em 89 das organizações pesquisadas o tema apareceu apenas uma vez ao longo de toda a década. A imensa maioria, 145, se manteve em patamar inferior a cinco matérias no período. A pesquisa lembra que o Brasil tem mais de 3 mil veículos digitais, segundo o Atlas da Notícia de 2020, mas foram localizadas publicações sobre o tema em apenas 178 portais.

Para a análise qualitativa, a autora selecionou 1 texto de cada ano do período até 2017 e 5 produções dos anos seguintes, “o tema predominante dos textos estava ligado à discussão de casos de discriminação flagrante, como por exemplo, campanhas publicitárias, ofensas públicas e falas em programas de televisão cujo caráter explicitamente racista, gerou repercussão em proporções consideráveis” aponta ela no artigo.

Tainá observou também que, mesmo quando o racismo estrutural foi abordado, houve falta de contextualização, principalmente nos veículos de grande porte. Para ela, o viés pode levar o leitor a entender o racismo como um problema moral e individual e não como uma questão que estrutura a sociedade.

“Nos textos que se dedicavam a repercutir os casos de notório racismo, a discussão em geral adotou um tom de repúdio ao fato ocorrido, entretanto, limitou-se a discutir o problema apenas na sua esfera comportamental, restringindo o fato a um tipo de relação interpessoal. As menções feitas ao caráter estrutural do racismo na sociedade brasileira, em sua maioria não foram aprofundadas”.

A pesquisadora conclui que, mesmo com os avanços em anos mais recentes, “a exploração do tema no jornalismo ainda se mostra de algum modo incipiente e em construção. Para ela,  “é preciso cautela com a impressão deixada por alguns textos de que o racismo é uma fatalidade inevitável, que conduz indivíduos a atitudes discriminatórias, e não avança para uma discussão sobre as condições estruturais, institucionais, sociais e políticas”.

Edição: Vivian Virissimo

 

 

 

 

Estudo mostra falta de acompanhamento das ações e descumprimento da determinação do STF que proíbe operações na pandemia

Jaqueline Deister. Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) | 24 de Novembro de 2021

A falta de transparência e a ineficiência no controle das operações policiais no estado do Rio de Janeiro estão entre os principais problemas apontados por pesquisadores – MAURO PIMENTEL / AFP

Nesta quarta-feira (24), um levantamento apontou que em 2020 as polícias do Rio de Janeiro deixaram de comunicar ao Ministério Público (MPE), órgão responsável pelo controle externo da atividade policial, quase metade das operações policiais realizadas entre junho e novembro do ano passado.

O estudo do Grupo de Estudos de Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (GENI-UFF) em parceria com o laboratório de dados Fogo Cruzado, mostra que a falta de acompanhamento das ações e também que foi descumprida a determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) de realizar operações em situações excepcionais durante a pandemia de covid-19.

Segundo o relatório, as polícias militar e civil comunicaram 268 operações ao Ministério Público. Contudo, o levantamento, elaborado a partir de dados coletados na imprensa, aponta que foram realizadas 494 operações no período analisado.

A falta de transparência e a ineficiência no controle das operações policiais no estado do Rio de Janeiro estão entre os principais problemas apontados por pesquisadores da área de Segurança

Pública e contribuem para que situações de alta letalidade das forças policiais como as ocorridas no Jacarezinho, considerada a maior do estado com 28 mortes, e a do Complexo do Salgueiro, no último final de semana com nove mortos, se tornem cada vez mais frequentes.

Segundo Jonas Pacheco, pesquisador da Rede de Observatórios de Segurança no Rio, há uma dificuldade de acessar dados a respeito de operações das polícias que compromete o monitoramento e possíveis soluções para que as forças de segurança atuem na preservação da vida.

“De imediato o que deve ser feito é a transparência das instituições, porque as polícias agirem da forma como agem e não existir nenhum tipo de transparência ou controle acerca das suas próprias ações é muito problemático. Para além das policias não terem esse mecanismo de prestação de conta à sociedade do que está sendo feito, os órgãos da justiça criminal e controle que agem sobre o trabalho das polícias e monitoram esse tipo de evento, deveriam ter uma ação um pouco mais efetiva”, explica o cientista social.

Política de Segurança

Para Pacheco não é possível dissociar a atuação das polícias, que têm a sua letalidade em crescimento desde 2013, do contexto político que investe no enfrentamento direto como principal estratégia para combater o crime organizado. Na avaliação do pesquisador, os próprios agentes de segurança acabam sendo vítimas desta política.

“No momento que você cria uma política de enfrentamento, custe o que custar, sem dar resultado, só pelo fato de enfrentar, isso retorna para o próprio agente de segurança. O dar certo é um fator de uma variedade política, em termo de sociedade fluminense, ninguém ganha com isso, mas alguns setores da sociedade com esse tipo de política, sempre vão se beneficiar”, comenta.

De acordo com o cientista social, enquanto a orientação da política de segurança não mudar, a letalidade policial seguirá batendo recordes de mortes não só no Rio de Janeiro, mas no Brasil como um todo.

“Segurança Pública tem que gerar segurança, preservar vidas acima de tudo, essa é a sua principal função. O que se tem no Rio, e no Brasil como um todo, especialmente de 2018 para cá, com o envolvimento político que abraçou essa bandeira de que o enfrentamento gera algum tipo de resultado, a gente consegue ver que isso não é uma verdade. Os estudos e as pesquisas mostram que não as regiões onde a polícia mais atua, não necessariamente, têm uma redução de crime”, destaca. 

Fonte: BdF Rio de Janeiro/Edição: Mariana Pitasse

 

 

 

Visando ampliar a capacidade do centro cultural, grupo artístico realiza campanha online para manter o espaço e garantir o funcionamento das atividades

FONTE: Por Laís Monteiro, enviado ao Portal Geledés 7/11/2021

Divulgação

O grupo artístico ‘Confraria do Impossível’ realiza campanha online com o objetivo de captar recursos para a manutenção do “Terreiro Contemporâneo”, situado na Lapa, no Centro do Rio de Janeiro. Fundado  pelo bailarino e coreógrafo Rubens Barbot e o coreógrafo e diretor Gatto Larsen, criadores da ‘Cia Rubens Barbot’, primeira companhia de dança negra contemporanêa do Brasi,l que conta com 25 anos de carreira, o centro cultural funciona visando acolher, lapidar  talentos negros por meio da arte e manter o legado negro na cidade.

Sem investimento público, diante da pandemia de Covid-19, o espaço, que já vinha carecendo de uma rede de solidariedade há alguns anos, passou a sofrer ainda mais os reflexos negativos com a paralisação temporária de suas atividades, quase fechando suas portas. Hoje, com o avanço da vacinação contra o vírus acontecendo, o quilombo urbano almeja ampliar sua área em prol de uma missão: visibilizar e transformar vidas de artistas negros.

Segundo o ator, diretor e produtor cultural, Jeff Fagundes, a campanha é de suma importância para manter o espaço de resistência negro aberto e garantir o legado da ‘Cia Rubens Barbot’. “Ela possibilita que a sociedade civil participe desse local, já que não se mantém mais espaços abertos através de ingressos diante do cenário pandêmico, então, conseguiríamos uma sustentabilidade para que o mesmo resista até poder voltar às suas atividades, realize sua reforma e a construção do Teatro Chica Xavier, o primeiro teatro negro do Rio de Janeiro”, explicou.

De acordo com Jeff, essa contribuição proporciona ainda a possibilidade da curadoria investir em obras teatrais e artísticas de grupos negros independentes do estado. Neste sentido, a campanha será mensal, funcionando de modo recorrente, onde a colaboração quita as despesas mensalmente de seu funcionamento. Já os trabalhos apresentados no ambiente, terão seus ingressos vendidos por preços sociais e alguns gratuitos.

Além da ‘Confraria do Impossível’, o quilombo contou com outros grupos teatrais como ‘Emú’, ‘Corpo Cruzado’, ‘Cia Rubens Barbot’, ‘Segunda Black’, dentre outros. Nesse, diversas peças de teatro e dança já foram realizadas. O espetáculo “Mercedes” do Grupo Emú,  por exemplo, sobre a primeira bailarina negra do Teatro Municipal do RJ; é o maior realizador do Cineclube Atlântico Negro; a Mostra 2ª Black; o espetáculo Esperança na Revolta (vencedor do Prêmio Shell por melhor direção).

Espaço de captação e produção de potências negras, no ano passado foi ganhador do Prêmio Shell na categoria Inovação, mostrando sua referência no estado no segmento da cultura do país. Para colaborar com o elo voluntário e fortalecer a reconstrução do centro cultural “Terreiro Contemporâneo”, basta acessar o link: https://benfeitoria.com/assineoterreiro

 

 

Organizações internacionais citam “indícios e denúncias de que as vítimas possam ter sido executadas extrajudicialmente”

Corpos recolhidos por moradores após operação policial no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo – Foto: reprodução

Entidades civis cobraram explicações do governo e do Ministério Público do Rio de Janeiro sobre os pelo menos oito corpos localizados em um manguezal no bairro das Palmeiras, no complexo do Salgueiro, em São Gonçalo (RJ), nesta segunda-feira (22).

Moradores da região e entidades suspeitam que ocorreu uma chacina durante uma operação do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar no final de semana, supostamente como vingança após um sargento ter sido morto enquanto patrulhava a área na manhã de sábado. Houve confronto e troca de tiros durante a operação.

A Comissão de Direitos Humanos da seção fluminense da Ordem dos Advogados do Brasil afirma que moradores relatam terem encontrado onze corpos. O portal G1 contabiliza nove corpos retirados do manguezal, dos quais oito já foram identificados. Moradores disseram a jornalistas que alguns deles apresentavam sinais de tortura.

A Polícia Militar comunicou a Polícia Civil sobre a operação somente na segunda-feira, no dia seguinte após ela ter terminado. Os corpos foram removidos do manguezal por moradores, o que modificou a cena do crime e pode dificultar a investigação.

Humans Right Watch: STF proibiu operações em favelas

A Human Rights Watch divulgou nota na qual destaca que muitas operações policiais que resultam em grande número de mortes no Rio de Janeiro ocorrem logo após o assassinato de membros da corporação, e que a ação ocorrida neste final de semana está “mal explicada e cheia de pontos de interrogação”.

A entidade questiona o motivo de a Polícia Civil ter chegado ao local apenas 15 horas após os tiroteios, e lembrou que uma decisão liminar do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, em vigor desde junho de 2020, determinou que as operações policiais no Rio de Janeiro só podem ser realizadas em caso de excepcionalidade. Na prática, porém, a polícia do Rio vem ignorando a determinação. Essa ação judicial, conhecida como ADPF das Favelas, começou a ser julgada pelo plenário do Supremo em 21 de maio, e sua análise pode ser retomada nesta semana.

O Ministério Público afirmou que recebeu uma comunicação da Polícia Militar sobre o início da operação no complexo do Salgueiro, e que instaurou um procedimento investigatório criminal para apurar o caso.

A Human Rights Watch insiste que a investigação sobre o caso deva ser conduzida pelo Ministério Público, em vez de pela Polícia Civil, e que a responsabilização sobre eventuais abusos é essencial “para coibir a violência policial, que tem consequências desastrosas para as comunidades do Rio, a segurança pública e a própria polícia”.

Anistia Internacional: indícios de execução extrajudicial

O escritório da Anistia Internacional no Brasil afirmou em nota que acionou o governo do estado do Rio de Janeiro, a secretaria de estado de Polícia Militar e o Ministério Público do Rio de Janeiro solicitando informações detalhadas sobre a operação, e que é “imperativo que a sociedade e os familiares das vítimas saibam a motivação legal da ação”.

“O Ministério Público, que tem a atribuição constitucional de exercer o controle externo da atividade policial, deve investigar com rigor, urgência e imparcialidade as circunstâncias que levaram às mortes das oito pessoas cujos corpos foram encontrados”, afirma a entidade.

A Anistia Internacional cita ainda “indícios e denúncias de que as vítimas possam ter sido executadas extrajudicialmente” e que o complexo do Salgueiro “é alvo sistemático de violência policial e graves violações de direitos humanos”, assim como outras comunidades periféricas no Rio de Janeiro. A entidade menciona que a chacina do Jacarezinho, que resultou na morte de 28 pessoas, ocorreu há seis meses e ainda não há responsáveis punidos.

“Operações policiais que terminam em mortes cujas circunstâncias indicam uso excessivo e desproporcional da força e conduta ilegal dos agentes de segurança pública são inaceitáveis e precisam ser esclarecidas à população e aos familiares das vítimas”, afirma a organização.

Federação das Associações de Favelas: Moradores temiam retaliação

A Federação das Associações de Favelas do Estado do Rio de Janeiro (Faferj) divulgou nota na qual relatou que, desde a morte do sargento da Polícia Militar na manhã de sábado, os moradores do complexo do Salgueiro “ficaram apreensivos, com medo de uma operação policial de retaliação, que apesar de ilegal, configura a forma de agir cotidiana das polícias no estado”.

A entidade participou de diligências na região da operação na segunda-feira, conduzida pela Defensoria Pública do Estado e por comissões da Assembleia Legislativa do Rio e representantes da Ordem dos Advogados do Brasil, e identificou “casas e comércios invadidos pela polícia”.

Segundo a federação, moradores relataram que alguns dos corpos tinham sinais de tortura e facadas.

A entidade também colheu relatos de que policiais invadiram uma casa de festas da comunidade no final de semana, onde realizaram um churrasco e tomaram bebidas alcoólicas que lá estavam, e deixaram na saída mensagens de “agradecimento” e desejando feliz Natal, “num misto de ilegalidade, ironia e sadismo”. Uma repórter do portal UOL foi ao local e confirmou as mensagens deixadas na casa.

 

 

 

Mobilização de estudantes e técnicos ocupou salão do colegiado sem uso há quase dois anos

A pressão do movimento contra a Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares) impediu que a sessão extraordinária do Conselho Universitário – convocada a toque de caixa pela reitoria – consumasse a autorização para abertura de negociações para adesão da UFRJ à empresa.

O pedido de vistas feito por alguns conselheiros do relatório de Walter Suemitsu, da Comissão de Desenvolvimento do Consuni,  acabou determinando o adiamento da votação do documento favorável à negociação com a Ebserh. A próxima sessão para discutir o tema ainda não tem data.

Anteriormente, a solicitação feita pelo conselheiro Roberto Gambini para que a reunião fosse suspensa e o assunto retornasse na quinta-feira, 2 de dezembro, com a apresentação de um relatório alternativo, havia sido rejeitada. 

Foi uma sessão tensionada pela convocação açodada feita pela reitora Denise Pires que pautou às pressas, em sessão extraordinária, a adesão à Ebserh. O impacto dessa convocação acabou estimulando a mobilização de vários setores que se opõe à entrega da rede de hospitais da UFRJ à empresa.

Ocupação

Desde o início da manhã, o salão do Conselho Universitário, vazio há quase dois anos, foi ocupado pelas bancadas de técnicos e estudantes como se a sessão fosse presencial. Foi de lá que eles participaram da sessão on-line do Consuni. Ao fundo, bandeiras, faixas e cartazes.

Joana de Angelis, dirigente do Sintufrj e da bancada dos técnicos, foi a primeira conselheira a se manifestar logo no início da sessão. Ela manifestou sua perplexidade diante da atitude da reitoria de pautar um assunto tão sensível para a comunidade universitária num momento tão atípico como o que estamos vivendo.

“Estamos discutindo as condições para o retorno presencial, enfrentando uma decisão judicial, num ambiente de pandemia e com a universidade sem recursos para a infraestrutura necessária para o funcionamento seguro”, observou. “Este não é o momento para se pautar a discussão da Ebserh”.

Gerly Micelli, coordenadora-geral do Sintufrj, a quem foi dada a palavra, lamentou o ambiente de divisão que o tema Ebserh trouxe para a universidade.

“Num momento tão difícil como esse, a universidade está dividida. Como investir na negociação com uma empresa, dirigida por um general bolsonarista de um governo que, claro, não merece nenhuma confiança?”, observou a dirigente, que defendeu a luta por mais verbas e investimento no Complexo Hospitalar.

A íntegra da sessão está disponível no perfil do Sintufrj no Facebook.

Confira as fotos de Renan Silva da mobilização dessa manhã e início da tarde:

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Isso sem contar os 73,2 milhões de informais, sem direitos trabalhistas

Publicado: 22 Novembro, 2021/ Escrito por: Redação CUT

Imagem: JOSÉ CRUZ/AGÊNCIA BRASIL

A taxa de desemprego no Brasil, de 13,2%, que atinge 13,7 milhões de trabalhadores e trabalhadoras, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é a quarta maior em uma lista que reúne as 44 principais economias do mundo, de acordo com estudo realizado pela agência de classificação de risco Austin Ratingm segundo reportagem publicada no UOL.

Se a pesquisa tivesse levado em consideração a precarização da mão de obra brasileira, o resultado teria sido ainda pior. O País tem hoje 73,2 milhões de trabalhadores sem direitos: 37 milhões são informais, 25,4 milhões trabalham por conta própria  10,8 milhões trabalham sem carteirta assinada.

Mesmo assim, o quadro traçado pela pesquisa da Austin Ratingm é tragico. O Brasil, diz a reportagem, supera em mais de duas vezes a média da mundial. A taxa de brasileiros sem trabalho é ainda a mais alta no grupo das 20 maiores economias do planeta.

E o economista da Austin Rating Alex Agostini diz que a situação do Brasil deve piorar se o país desacelerar o Produto Interno Bruto (PIB) ano que vem, ou mesmo entrar em recessão, como já preveem alguns bancos.

“O que gera emprego é crescimento econômico”, afirma o vice-presidente da CUT, Vagner Freitas, lembrando que desde o golpe de 2016 a economia brasileira anda para trás e, na gestão de Jair

Bolsonaro (ex-PSL), que só tem propostas para atacar direitos do trabalhadores, desandou.

“A economia do Brasil só vai voltar a crescer quando tiver aumento dos investimentos público e privado, e do consumo. E o que favorece isso é o aumento do crédito, do gasto público e dos salários, jamais o contrário, como está ocorrendo atualmente”, diz Vagner.

Sem investimentos em máquinas, ciência, tecnologia e educação o país não voltará a crescer, muito menos gerar emprego decente e renda. Estaremos sempre entre os primeiros colocados em taxa de desemprego.

– Vagner Freitas

Confira o ranking de desemprego no mundo, que levou em consideração dados de agosto:

1º – Costa Rica: 15,2%

2º – Espanha: 14,6%

3º – Grécia: 13,8%

4º – Brasil: 13,2%

5º – Colômbia: 12,7%

6º Turquia: 12,1%

7º – Itália: 9,3%

8º – Suécia: 8,8%

9º – Índia: 8,3%

10º – Chile: 8,2%

11º – França: 8%

12º – Zona do euro: 7,5%

13º – Finlândia: 7,2%

14º – Lituânia: 7,2%

15º – Canadá: 7,1%

16º – Letônia: 7,1%

17º – Eslováquia: 6,5%

18º – Irlanda: 6,5%

19º – Bélgica: 6,4%

20º- Portugal: 6,3%

21º – Indonésia: 6,3%

22º – Estônia: 6,0%

23º – Áustria: 5,9%

24º – Luxemburgo: 5,5%

25º – Islândia: 5,4%

26º – Estados Unidos: 5,2%

27º – China: 5,1%

28º – Israel: 5,0%

29º – Austrália: 4,5%

30º  – Dinamarca: 4,5%

31º – Reino Unido: 4,5%

32º – Rússia: 4,4%

33º – Hungria: 4,1%

34º – México: 4,1%

35º – Noruega: 4,0%

36º – Eslovênia: 3,9%

37º – Alemanha: 3,4%

38º – Polônia: 3,4%

39º- Holanda: 3,2%

40º – Coreia do Sul: 2,8%

41º – Japão: 2,8%

42º – República Tcheca: 2,8%

43º – Suíça: 2,7%

44º – Singapura: 2,6%

 

 

Fetamce orienta a categoria a aumentar a pressão nos senadores para que, finalmente, aprovem os pisos salariais de enfermeiros, técnicos, auxiliares de enfermagem e parteiras

Publicado: 22 Novembro, 2021. Escrito por: Redação CUT

Imagem: FETAMCE

Depois de sete meses na gaveta do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o Projeto de Lei (PL) nº 2564/2020, conhecido como PL da Enfermagem, aprovado por mais de um milhão de pessoas que votaram na consulta pública da Casa, deve ser votado nesta quarta-feira (24), de acordo com informações do autor da proposta, senador Fabiano Contarato (Rede).

O texto original do PL da Enfermagem, que teve parecer favorável aprovado em abril pela relatora senadora Zenaide Maia (PRO-RN), previa piso salarial de R$ 7,3 mil mensais para enfermeiros, de R$ 5,1 mil para técnicos de enfermagem, e de R$ 3,6 mil para auxiliares de enfermagem e parteiras.

No caso dos enfermeiros, o valor estabelecido pelo projeto era para jornada de 30 horas semanais. Já em caso de jornadas superiores a 30 horas, o piso salarial nacional seria proporcional.

Para ir ao plenário, o projeto sofreu algumas “concessões”. O valor do piso para enfermeiros ficou em R$ 4,75 mil para carga horária de 40 ou 44 horas, conforme o contrato de trabalho. Portanto, quem faz carga horária de 30 horas receberá valor inferior ao piso. A remuneração para os técnicos ficou em R$ 3,29 mil ou seja, 70% do valor previsto para os enfermeiros. Já o salário dos auxiliares e parteiras, 50% do que será pago para os enfermeiros, totalizando R$ 2,35 mil.

Fetamce convoca a categoria pressionar senadores para aprovar PL da Enfermagem

Na avaliação da direção da Federação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal do Estado do Ceará (Fetamce), são grandes as expectativas de que  o projeto seja aprovado nesta semana, mas mobiização da categoria deve ser ampliada. 

“É hora de sensibilizar os senadores pela aprovação desse projeto com as melhorias que lhe foram inseridas na discussão. Piso e jornada de 30 horas, já!”, afirma Enedina Soares, presidenta da Federação.

“Conversem com todos os líderes de partido, senadores de todos os estados e vamos à luta”, convocou a dirigente, que orientou os sindicatos filiados, assim como os trabalhadores e trabalhadoras da enfermagem a intensificarem a pressão nos senadores para que aprovem o PL da Enfermagem.

Imagem: CONFETAM

( Legenda): PL beneficia milhões de trabalhadores e seus dependentes

O Brasil tem 2,5 milhões de profissionais de enfermagem, a maioria atua nas Prefeituras como enfermeiros, auxiliares técnicos e parteiras. Do total, 89% são mulheres que têm dupla e tripla jornada, ou seja, mais de um emprego, além da jornada doméstica. 

Cerca de 2 milhões do total de trabalhadores da área são técnicos e auxiliares, que estão especialmente vulneráveis aos subsalários, como demonstram os dados da Pesquisa Perfil da Enfermagem no Brasil (FIOCRUZ, 2015). Quase metade dos profissionais (45%) recebiam salários abaixo de R$ 2 mil. Somente 4 em cada 100 recebiam mais de R$ 5 mil.

Apesar disso, a proposta foi travada pela pressão e lobby de setores contrários ao reconhecimento da categoria, que são os donos de hospitais e prefeitos. O próprio Pacheco agiu age contra a aprovação do projeto, atendendo aos interesses do setor privado e de prefeitos que argumentam falta de recursos para bancar o piso salarial proposto no PL.

Dinheiro tem, rebateram sindicalistas e senadores que apoiam a proposta.

Com informações da Fetamce