Esses profissionais da saúde, os técnicos e auxiliares de enfermagem representaram 36,3% (44.722) do total de casos positivos de Covid-19

Publicado: 11 Janeiro, 2022 – Escrito por: SindSaúde-SP

Imagem: SINDSAÚDE-SP

Levantamento da subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) no SindSaúde-SP mostra que os técnicos e auxiliares de enfermagem foram os mais infectados pelo coronavírus desde o início da pandemia. Esses profissionais representaram 36,3% (44.722) do total de casos positivos de Covid-19 entre profissionais de saúde.

Em segundo lugar estão as enfermeiras e enfermeiros, que representaram 15,4% (18.930) dos casos positivos; na sequência estão médicos e médicas, com 10,3% (12.710) do total de positivado.

No total, pelo menos 123.087 profissionais de saúde no estado de São Paulo foram contaminados pelo coronavírus. Contudo, o SindSaúde-SP avalia que esse número pode ser muito maior, tendo em vista a alta de taxa de subnotificação, pois não houve uma política de testagem periódica.

“Nos primeiros meses de pandemia, não havia testes e, quando eles chegaram, não foram suficientes para fazer uma avaliação em massa. Sabemos que existem casos assintomáticos, então, esse número de contaminados pode ser muito maior, sem sombra de dúvidas”, avaliou a presidenta do SindSaúde-SP, Cleonice Ribeiro.

O apontamento do Dieese teve como base os dados abertos do governo do Estado de São Paulo, desde 2020 a 3 de janeiro de 2022, em relação aos trabalhadores da saúde do serviço público (estadual e dos municípios) e do setor privado.  

Internações e óbitos

Em relação ao número de internações e óbitos entre profissionais da saúde, a subseção do Dieese utilizou os dados do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe, o SIVEP-Gripe, de janeiro a 6 de dezembro de 2021.

Os números apontavam que, no estado de São Paulo, houve 491 casos de Covid-19, que evoluíram para uma Síndrome Respiratória Grave Aguda (SRAG) e necessitaram de internação. Desse total, 160 foram a óbito. Em 2020, esse número havia sido de 587 internações e 134 óbitos no estado por Covid-19.

Além da subnotificação por falta de testagem, é preciso alertar para o fato de que a identificação da ocupação do paciente ao ser internado nem sempre é feita e, por isso, a dimensão dos trabalhadores da saúde afetados pela Covid-19 tende a ser ainda maior.

Durante todo período de pandemia, o SindSaúde-SP lutou e continua lutando para que as trabalhadoras e os trabalhadores tenham seus direitos garantidos, entre eles, até mesmo ao acesso a Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) para se protegerem da Covid-19.

 

 

Pelo menos 17 capitais e o Distrito Federal já cancelaram o Carnaval 2022. Em outros estados, prefeituras ou estão analisando se realizam – a maioria – ou decidiram realizar – a minoria

Publicado: 11 Janeiro, 2022 – Escrito por: Redação CUT | Editado por: Marize Muniz

Imagem: CARNAVAL CANCELADO MONTAGEM SOBRE FOTO DE ROVENA ROSA – AGÊNCIA BRASIL

Com o avanço de casos da variante ômicron do novo coronavírus e o aumento de casos de gripe, 17 capitais do Brasil e o Distrito Federal, além de centenas de cidades do interior em todo o país, muitas delas com tradição de realizar a festa de momo, cancelaram o Carnaval de rua em 2022, que ocorreria entre os dias 25 de fevereiro e 05 de março.

Em outras capitais os prefeitos ainda estão analisando se realizam as festas de rua e algumas decidiram realizar.

O Carnaval foi cancelado em cidades onde a festa é tradicional e atrai uma multidão de turistas, como no Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), Recife (PE), Olinda (PE), Ouro Preto (MG), Juiz de Fora (MG) e São Luiz do Paraitinga (SP). Nem em São Paulo, onde nos últimos anos os blocos voltaram com tudo para as ruas da cidade, a festa foi autorizada. 

Confira as cidades onde o Carnaval de 2022 já foi cancelado, onde está sendo analisada a possibilidade de realizar a festa e onde foi confirmado, por enquanto, pelo menos.

Aracaju

A Prefeitura da capital de Sergipe ainda está analisando se realiza o Carnaval.

Belém

A Prefeitura da capital do Pará cancelou o Carnaval.

Belo Horizonte

A prefeitura não anunciou oficialmente o cancelamento das festas nas ruas, mas suspendeu os investimentos e a infraestrutura para os desfiles dos blocos, o que inviabilizaria a realização. No entanto, grupos e blocos estão organizando suas atividades de forma independente.

Boa Vista

A Prefeitura da capital de Roraima está analisando as chances de realizar o Carnaval.

Brasília

O governador Ibaneis Rocha cancelou o Carnaval na capital e em todas as cidades do Distrito Federal.

Campo Grande

A Prefeitura da capital do Mato Grosso do Sul cancelou o Carnaval.

Cuiabá

A Prefeitura da capital de Mato Grosso cancelou o Carnaval.

Curitiba

A Prefeitura da Capital paranaense cancelou o Carnaval, apesar da pouca tradição de realização da festa. E no Estado, o vice-líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Cobra Repórter (PSD),entrou com um requerimento de cancelamento da festa em todas as cidades do Paraná alegando a necessidade de manter baixa a taxa de contaminação no estado.

Espírito Santo

Por enquanto a única decisão por cancelar o Carnaval foi tomada na cidade de Guarapari.

Fortaleza

O edital de apoio às festas na capital cearense havia sido cancelado pelo prefeito José Sarto (PDT) em 30 de novembro, sendo seguido pelo governador Camilo Santana (PT). Não vai ter Carnaval no Ceará.

Florianópolis

A Prefeitura da capital de Santa Catarina decidiu cancelar o Carnaval deste ano, tanto os blocos de rua, quanto os desfiles das escolas de samba.

Goiânia

O Carnaval está cancelado na capital de Goiás.

João Pessoa

Na capital da Paraína, a realização do Carnaval ainda está sendo analisada.

Macapá

Na capital do Amapá o Carnaval foi cancelado.

Maceió

Na capital de Alagoas o Carnaval tamvbém foi cnacelado.

Manaus

Na capital do Amazonas o Carnaval foi cancelado.

Natal

Na capital do Rio Grande do Norte, por enquanto, a Prefeitura decidiu realizar o Carnaval.

Olinda

A Prefeitura de Olinda (PE) também cancelou o Carnaval de 2022 na cidade. O prefeito Professor Lupércio (Solidariedade) prometeu linhas de investimentos para a cultura local como medida alternativa.

Ouro Preto

A prefeitura de Ouro Preto (MG) já havia anunciado que não haveria o desfile de blocos de rua desde 15 de dezembro. O município vetou qualquer tipo de evento, público ou privado, em espaços abertos ou fechados, durante a folia. Outras cidades mineiras como Ouro Preto, Diamantina, Mariana e outros 27 municípios da Associação das Cidades Históricas também decidiram, em conjunto, pela não realização das festas.

Palmas

Na capital do Tocantins, a Prefeitura ainda está analisando se realiza ou não o Carnaval 2022.

Porto Alegre

Na capital do Rio Grande do Sul, a Prefeitura decidiu manrer o Carnaval.

Porto Velho

Na capital de Rondônia a realização da festa ainda está em análise.

Recife

A prefeitura da capital pernambucana cancelou toda a  programação oficial do Carnaval de rua alegando que a prioridade deste – e de qualquer momento – sempre será a preservação da saúde e da vida”.

Rio Branco

O mesmo ocorre na capital do Acre onde as autoridades locais ainda analisam a possibilidade de realizar a festa.

Rio de Janeiro

A Prefeitura do Rio de Janeiro cancelou o Carnaval de rua no município, mas manteve, por enquanto, os  desfiles das escolas de samba na Marquês de Sapucaí. O prefeito Eduardo Paes (PSD) alegou que o sambódromo oferece possibilidades de controle sanitário de pessoas mediante a apresentação de comprovante vacinal.

Salvador

A capital baiana foi a primeira grande cidade brasileira a cancelar a sua tradicional folia. O governador Rui Costa (PT) disse em 23 de dezembro que uma megafesta, nos moldes das que são feitas historicamente em Salvador, seria “inviável”.

São Luís

A Prefeitura da capital do Maranhão já cancelou o Carnaval.

São Luiz do Paraitinga (SP)

O Carnaval de marchinhas de São Luiz do Paraitinga, famoso destino carnavalesco no interior de São Paulo, havia anunciado em 23 de novembro que não realizaria a folia em 2022. A prefeitura local disse que “momento atual ainda requer atenção, cautela e responsabilidade”.

São Paulo

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), cancelou o desfile dos 696 blocos que tinha autorizado a desfilar, mas, como o colega do Rio, quer manter os desfiles das escolas de samba no Sambódromo do Anhembi. Veja no final lista de todas as cidades do estado que já cancelaram o Carnaval.

Teresina

A prefeitura da capital do Piauí decidiu realizar o Carnaval.

 

 

 

 

O epidemiologista da UFRJ e coordenador do GT Covid-19, Roberto Medronho, acha que a decisão da universidade de determinar atividades remotas vai se estender para além do dia 31 de janeiro. Ele disse que a reavaliação da situação por parte do GT e da Reitoria será frequente, “mas é muito pouco provável que a gente saia desta resolução no dia 31. Ao longo do mês ainda teremos muitos e muitos casos”, acredita.

Segundo o cientista, “a situação é bastante preocupante”. Ele disse que nunca viu um vírus se espalhar tão rapidamente quanto essa variante ômicron. “E a expectativa é que sobrecarregue bastante os serviços de saúde”.

Medronho observa que, embora menos letal, a ômicron tem capacidade de impactar o sistema de saúde, porque tem infectado muitos profissionais de saúde e o estado já enfrenta dificuldade de reposição de pessoal. “E ainda nem chegou no pico”, alerta.

O GT Covid da UFRJ recomendou inclusive a suspensão da cerimônia de formatura da turma de Faculdade de Medicina que estava programada para o dia 12, no Riocentro, reunindo centenas de pessoas. A festa de formatura, segundo Medronho, homenagearia ele, a reitora Denise Pires e a professora Terezinha Marta, pela atuação na linha de frente na pandemia.

“Foi uma pena a suspensão da cerimônia, diante de uma turma com metade dos alunos cotistas, e que certamente seria um momento de glória para as famílias”. Mas, disse, a ciência falou mais alto. “O momento não permite aglomeração, seja em locais públicos ou fechados”.

Carnaval

Para o epidemiologista da UFRJ, como o pior ainda não chegou é uma temeridade manter os desfiles na Sapucaí. Portanto, não basta suspender blocos: é preciso suspender todos os festejos, defendeu. Essa posição ele levaria à reunião do comitê científico do estado do Rio.

Da mesma forma que no município do Rio, o número de casos explodiu no Centro de Triagem Diagnóstica da UFRJ (de zero para 43% na primeira semana de janeiro, segundo ele). “E nós estamos com a expectativa de que na próxima semana a situação só piore”. Por isso, explicou, a decisão de suspensão das atividades presenciais foi acertada e teve o apoio do GT Coronavírus. Para ele, a Reitoria, subsidiada pelo GT, foi pioneira e corajosa na deliberação, até porque foi de encontro da determinação judicial de retorno presencial. “Já demos dados para a Reitoria para que possa se posicionar perante o juiz sobre o motivo para esta atitude”, disse ele, esperando que a Justiça perceba que seria absurdo forçar o retorno.

A reitora Denise Pires também citou dados indicadores de agravamento do quadro. Mas disse que a UFRJ está atuando de forma muito consciente, utilizando o princípio da precaução. Ela explica que ainda não é um alarme sanitário: “é apenas uma preocupação para a gente diminuir a circulação do vírus”.

MOVIMENTO NO Centro de Triagem Diagnóstica da
UFRJ em momento agudo da pandemia em 2020. Nos
últimos dias, a procura voltou a
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ATENÇÃO: Os sindicalizados e sindicalizadas que se inscreveram para receber a surpresa natalina do Sintufrj e que, por algum motivo, não a receberam em casa tem até o dia 14 de janeiro (próxima sexta-feira) para buscá-la na sede do sindicato. Após este período o Sintufrj estará encerrando o procedimento.

 

 

Reitoria recomenda que atividades administrativas, de ensino, pesquisa e extensão voltem à modalidade remota

  • Por Assessoria de Imprensa da Reitoria

Considerando o aumento do número de casos de Influenza A registrados na cidade do Rio de Janeiro, desde dezembro de 2021, e de covid-19, nesta primeira semana de janeiro de 2022, além do aumento expressivo de casos provavelmente em virtude da variante Ômicron, a Reitoria da UFRJ orienta que as atividades administrativas, de ensino, pesquisa e extensão promovidas pela Universidade retornem à modalidade remota até 31/1, exceto as atividades essenciais.

Na tentativa de evitar aglomerações e garantir a segurança da comunidade acadêmica, recomenda-se que as aulas presenciais sejam suspensas até o final deste mês. A UFRJ está monitorando a evolução da variante Ômicron e, tão logo a situação melhore, informará sobre a possibilidade de retorno das atividades presenciais.

Além disso, a Reitoria solicita que a comunidade universitária siga as orientações a seguir, emitidas pelo Centro de Triagem Diagnóstica (CTD/UFRJ):

  • Para sintomáticos respiratórios: testar no CTD, no terceiro dia de sintomas. Se positivo, será preciso afastamento por sete dias, a contar do primeiro dia dos sintomas. Retestar (antígeno nasal) no sétimo dia dos sintomas. Se negativo, retorno imediato. Se positivo, retestar com sete dias.
  • Para assintomáticos que tiveram contato com alguém com covid-19: testar no CTD no terceiro dia pós-contato. Se positivo, será preciso afastamento por sete dias, a partir do resultado do exame. Retestar no sétimo dia.

O CTD funciona no Polo de Biotecnologia (Av. Carlos Chagas Filho, 791, Cidade Universitária, Rio de Janeiro), de segunda a sexta, das 8h às 11h30.

A Reitoria da UFRJ reitera a importância da vacinação contra a covid-19 e da manutenção das medidas não farmacológicas preventivas: distanciamento interpessoal, uso de máscara e higienização frequente das mãos.

Novos equipamentos e mão de obra foram doados pelo Sintufrj 

Finalmente os servidores, prestadores de serviços e usuários do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) já dispõem dos banheiros (feminino e masculino) no 1º andar da unidade (próximos aos elevadores), que se encontravam interditados há muito tempo por falta de condições mínimas de uso.  

A obra de reforma, os novos equipamentos e a mão de obra foram doados pelo Sintufrj, numa iniciativa visando o bem-estar e a comodidade principalmente dos trabalhadores da unidade, que não mediram esforços para salvar vidas e amenizar sofrimentos nos momentos mais cruéis da pandemia.

Os banheiros, tanto os masculinos como os femininos, foram totalmente recuperados e reequipados: ganharam novos vasos sanitários, mictórios, pias, chuveiros, boxes e armários com chaves para os trabalhadores guardarem seus pertences. 

 

 

 

Com 55,8% dos votos, Boric é o presidente eleito mais jovem da história chilena; posse ocorre em março

Michele de Mello | Brasil de Fato | São Paulo (SP) | 
Gabriel Boric foi eleito com a maior votação da história do Chile e se tornará presidente mais jovem do país – Martin Bernetti /AFP

Gabriel Boric foi eleito com a maior votação da história do Chile, 4.620.671 votos, e aos 35 anos torna-se o presidente mais jovem da história do país. O resultado contundente não pode ser ocultado sequer pela imprensa tradicional chilena, que amanheceu nesta segunda (20) com manchetes que falam na consolidação de uma “revolução” nas urnas, fazendo referência à relação de Boric com o processo constituinte em curso.

A votação do último domingo também surpreendeu ao superar em participação o plebiscito popular pela constituinte, com um total de 8.364.534 votos, cerca de 55% do eleitorado. 

A presidenta da Convenção Constitucional do Chile, a líder mapuche Elisa Loncon, celebrou a vitória dizendo “em conjunto, o caminho para a Nova Constitituição se abre com dignidade, justiça, ternura, plurinacionalidade e respeito às nossas diferenças”.

No seu primeiro discurso após a confirmação da vitória, o ex-deputado pela região de Magallanes iniciou sua saudação em língua mapuche e agradeceu os apoios de ex-candidatos, assim como o gesto de reconhecimento da derrota de seu oponente, José Antonio Kast, afirmando que irá criar “pontes de trabalho” para tornar-se um presidente de “todas e todos chilenos”.

“Sou herdeiro de uma longa trajetória histórica. No nosso governo o povo entrará a La Moneda [sede do governo]. Vai ser um governo com os pés na rua, no qual as decisões não se tomarão em quatro paredes, mas em conjunto com as pessoas”, declarou o mandatário recém eleito.

Principais ruas da capital Santiago de Chile foram tomadas por uma festa popular após vitória de Gabriel Boric / Javier Torres /AFP

Ainda no domingo, o candidato de extrema direita, José Antonio Kast, também reconheceu o resultado e afirmou que buscará uma colaboração construtiva. A Frente Social Cristã, União Democrática Independente e o partido Renovação Nacional já anunciaram que irão iniciar diálogo para formar uma plataforma opositora no Congresso. A direita obteve 84 do total de 155 deputados e metade das 50 cadeiras do Senado.

Nesta segunda-feira (20), às 14h (hora local) Boric irá reunir-se com o atual chefe de Estado, Sebastián Piñera, para instalar mesas de transição de gestão. A posse do novo presidente acontecerá no dia 11 de março de 2022. “Todos esperamos que faça um ótimo governo”, declarou Piñera ao felicitar seu sucessor.

Em 2017, Sebastián Piñera havia batido o recorde de votação com 3.790.397 votos no segundo turno. Agora deixa o governo com 68% de desaprovação popular, segundo levantamento do Centro de Estudos Públicos (CEP).

Nos próximos dois meses, Gabriel Boric deverá anunciar sua equipe de governo. Durante as eleições o candidato progressista havia se comprometido a manter a paridade de gênero em seu gabinete, seguindo os passos da ex-presidenta Michelle Bachelet.

Povo chileno celebrou nas ruas vitória sobre candidato considerado “Bolsonaro chileno” com cartazes “não mais ditadura” / Mauro Pimentel / AFP

Repercussão internacional 

Além do reconhecimento nacional, também houve felicitações de líderes políticos da América Latina e do mundo. Uma das expectativas para o novo governo é uma política exterior que fortaleça o multilateralismo e priorize melhores relações com os vizinhos latino-americanos.

O ex-presidente Lula da Silva celebrou “Fico feliz por mais uma vitória de um candidato democrata e progressista na nossa América Latina, para a construção de um futuro melhor para todos.”

O argentino Alberto Fernández também comentou: “devemos assumir o compromisso de fortalecer os laços de irmandade que unem nossos países, trabalhar unidos para a região e acabar com a desigualdade na América Latina”.

O uruguaio Luis Lacalle Pou desejou êxitos ao povo chileno e ao presidente eleito. O panamenho Nito Cortizo disse “esperamos seguir trabalhando juntos pelo desenvolvimento das nossas nações”.

Já o presidente da Venezuela Nicolás Maduro publicou: “saúdo o povo de Salvador Allende e de Victor Jara por sua contundente vitória sobre o fascismo”. Enquanto o cubano Miguel Díaz Canel reiterou sua “vontade de ampliar as relações bilaterais e de cooperação com o governo e povo do Chile”.

O peruano Pedro Castillo disse “a sua vitória é do povo chileno e a compartilhamos entre todos os povos latino-americanos que queremos viver com liberdade, paz, justiça e dignidade. Sigamos lutando pela unidade das nossas nações”, afirmou.

Há expectativa de que o governo de Boric retome a diplomacia com a Bolívia, após 43 anos de relações rompidas. O presidente boliviano Luis Arce celebrou o resultado do país vizinho.

“A democracia latino-americana se fortalece com base na unidade, respeito e principalmente vontade de nossos povos”, declarou. O ex-presidente Evo Morales também felicitou Boric em suas redes sociais.

O presidente Jair Bolsonaro, apoiador de Kast, foi o único mandatário a não se pronunciar sobre o resultado do segundo turno no Chile.

O representante de Política Exterior da União Europeia, Josep Borrell felicitou Boric em nome do bloco e assegurou “esperamos fortalecer ainda mais nossas relçaões como futuro governo do Chile”.

O ex-prefeito de Londres e líder do partido trabalhista britânica, Jeremy Corbyn riterou que é uma vitória de “esperança e mudança”.

Edição: Arturo Hartmann

 

Informação é do UOL e confirma que Bolsonaro quer fazer uma reforma Trabalhista mais profunda do que a de Temer, como prometeu durante a eleição de 2018

Publicado: 17 Dezembro, 2021 – Escrito por: Redação CUT

REPRODUÇÃO/ARTE: VITOR TEIXEIRA

O governo de Jair Bolsonaro (PL) quer acabar com o pagamento da multa de 40% do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e com o seguro-desemprego pagos aos aos trabalhadores demitidos sem justa causa.

Pela proposta, as empresa continuarão fazendo o depósito do FGTS, mas não pagarão mais o valor ao trabalhador, mas sim ao governo

As mudanças na legislação trabalhista foram prometidas por Bolsonaro a empresários durante as eleições de 2018, quando ele disse que ia aprofundar a reforma Trabalhista promovida pelo ilegítimo Michel Temer (MDB), que acabou com 100 itens da Consolidação das Leis do Trabalho CLT). 

De acordo com o UOL, o governo encomendou um estudo para essa nova reforma Trabalhista ao Grupo de Altos Estudos do Trabalho (Gaet ), formado por economistas, juristas e acadêmicos, em 2019, por iniciativa do ministro da Economia, o banqueiro Paulo Guedes.

O grupo propôs uma série de mudanças nas regras de pagamento de verbas ao trabalhador demitido sem justa causa, ignorando que o país vem registrando altas taxas de desemprego e de trabalho precário, o que tende a piorar e muito com a recessão.

Além do fim do pagamento da multa de 40% do FGTS, os técnicos sugeriram unificar o Fundo e o seguro-desemprego.

Como funciona hoje o FGTS

As empresas depositam 8% por mês em uma conta do FGTS em nome do trabalhador.

O dinheiro só pode ser sacado em casos de demissão sem justa causa, para a compra da casa própria, ao se aposentar ou se tiver uma doença grave.

Quando é demitido sem justa causa, a empresa tem de pagar também 40% sobre o saldo no FGTS.

O que muda se a proposta for aprovada, segundo apuração do repórter Fabrício de Castro, do UOL.

Seguro-desemprego

O benefício deixaria de ser pago após a demissão. Os recursos do programa passariam a ser depositados pelo governo no fundo individual do trabalhador (FGTS) ao longo dos primeiros 30 meses de trabalho. Depois disso, não haveria mais depósitos.

Recursos

O dinheiro a  ser depositado pelo governo no fundo do trabalhador seria o equivalente a 16% do salário para quem ganha até um salário mínimo (hoje, R$ 1.100). Porém, quanto maior o salário, menor o porcentual a ser depositado.

FGTS

As empresas continuariam depositando todo mês o equivalente a 8% do salário do trabalhador no fundo. Só que o fundo receberá o reforço dos depósitos do governo vindos do antigo seguro-desemprego (16% para quem recebe um salário mínimo).

Multa de 40% do FGTS

Em caso de demissão sem justa causa, a empresa não pagará mais o valor ao trabalhador, mas sim ao governo. Esses recursos ajudariam a bancar as despesas do governo com o depósito de até 16% nos primeiros 30 meses do vínculo empregatício.

Saques do FGTS

Pela proposta, seria estabelecida uma referência para retirada dos recursos. O Gaet cita o parâmetro de 12 salários mínimos. Os valores acima disso poderiam ser sacados pelo trabalhador a qualquer momento.

Demissão

No desligamento sem justa causa, o trabalhador poderia retirar a parte do FGTS que havia ficado presa (até 12 salários mínimos). No entanto, isso seria feito gradativamente, por meio de saques mensais limitados. Para quem recebia um salário mínimo, o saque mensal seria neste valor.

 

 

Mesmo com aval da Anvisa, de que o imunizante da Pfizer é previne estágios graves da Covid, Bolsonaro e o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, criam polêmicas sobre o uso, deixando em risco a vida de crianças

Publicado: 20 Dezembro, 2021 – 11h21 | Última modificação: 20 Dezembro, 2021 – 17h27 | Escrito por: Redação CUT

BRENO ESAKI/AGÊNCIA SAÚDE DF

Enquanto lá fora, em países como Estados Unidos, Austrália e os países da Europa já deram um passo importante para a imunização de crianças a partir de cinco aos de idade, autorizando a vacina da Pfizer, o governo negacionista de Jair Bolsonaro (PL) continua tumultuando o combate ao coronavirus no Brasil e permitindo que as vidas de brasileiros e brasileiras continuem em risco. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou no sábado (18) que a decisão do governo sobre a vacinação em crianças de 5 a 11 anos será feita, apenas, em 5 de janeiro

De acordo com um levantamento do UOL feito com informações do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), desde o início da pandemia já morreram 1.148 crianças de até 9 anos pela Covid-19. O número é maior do que o total de mortes por doenças que podem ser prevenidas com vacinas no período de 2006 a 2020.

A Anvisa garante a segurança do uso da vacina da Pfizer em crianças e afirma que há evidências científicas de que o imunizante pode ser eficaz na prevenção de doenças graves causadas pelo coronavírus, mas mesmo assim, Queiroga, seguindo a mesma conduta de do presidente, questiona e trava o processo de liberação.

O ministro disse, no sábado (18), que a autorização concedida pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) na última quinta-feira (16) não é suficiente para viabilizar a vacinação desse grupo e que é necessário fazer um debate com a sociedade.

“Quantos dias faltam em 2021? Vocês acham que têm? Quanto tempo a Anvisa demorou para dar um posicionamento sobre as doses? É preciso ser feita uma análise. A avaliação da Anvisa é uma avaliação, a avaliação feita pela Câmara Técnica do Ministério é outra avaliação. O Ministério vai discutir amplamente esse assunto com a sociedade”, disse o ministro.

Enquanto isso, Bolsonaro continua inflamando os ânimos de seus apoiadores e criando polêmicas acerca da vacinação. Em uma clara ameaça de retaliação, em suas redes sociais, na quinta-feira (16), o presidente disse ter pedido o nome dos integrantes da Anvisa responsáveis pela aprovação da vacina para crianças.

“Nós queremos divulgar o nome dessas pessoas. A responsabilidade é de cada um. Mas agora mexe com as crianças, então quem é responsável por olhar as crianças é você, pai”, afirmou. Bolsonaro disse ainda, neste domingo (19) que “não se sabe os efeitos adversos e é inacreditável o que a Anvisa fez.

Vacina salva vidas

Em entrevista ao Uol, o ex-presidente da Anvisa, Gonzalo Vecina, rechaçou as declarações de Bolsonaro. “O que ele falou é inacreditável. Os Estados Unidos, a União Europeia, a Inglaterra, Austrália, esses países todos e muitos outros já aprovaram a vacina da Pfizer para crianças. O país vai ser de novo o único a não aprovar a vacina da Pfizer? É inexplicável”, disse Vecina

Vecina ainda afirmou que, por causa da atuação do governo, os brasileiros estão sendo cerceados no interesse de proteger a saúde das crianças e da comunidade.

“Esse sujeito, o presidente da República, junto com seu ministro da Saúde, que é um médico, está patrocinando essa mortandade. Uma criança morta é inaceitável”, disse Vecina.

Com apoio de agências e do Brasil de Fato