Em sua 8º edição, o curso perpassa pelas principais teorias da semiótica para discutir o racismo na mídia brasileira.

12/7/2021. Fonte: Por Tricia Viviane Lima Calmon, enviado ao Portal Geledés

Com forte adesão de profissionais, estudantes e pesquisadorxs de Comunicação em todo o Brasil, o curso ‘Racismo e Mídia no Brasil: uma abordagem semiótica’ está com inscrições abertas para sua oitava edição. As aulas acontecerão nos dias 24 e 25 de julho, das 16h às 18h, em uma plataforma de reunião on-line. A inscrição compreende dois dias de atividade, com emissão de certificado de 4h.

A discussão sobre o racismo ganhou um novo fôlego no Brasil e no mundo, a partir da circulação discursiva nas redes sociais. Pauta historicamente reinvidicada pelo movimento negro, vem ganhando espaço nas preocupações institucionais de empresas, veículos de comunicação e nas disputas narrativas da contemporaneidade. 

O curso ‘Racismo e Mídia no Brasil: uma abordagem semiótica’ busca contribuir para o aprofundamento de uma visão crítica e coletiva sobre a relação entre violência racial e o sistema de produção simbólico. O objetivo é tensionar as práticas de produção e consumo de mídia no Brasil. 

A estratégia do curso é apresentar instrumental teórico-metodológico, a partir das principais teorias semióticas e antirracistas, para a análise de discursos midiáticos. A Plataforma Semiótica Antirracista é  uma iniciativa des jornalistes e doutorandes do PósCom/Ufba, Bruna Rocha e Cássio Santana.

SERVIÇO

O que é? Minicurso Racismo e Mídia no Brasil: uma abordagem semiótica

Quando? 24 e 25, das 16h às 18h.

Onde? Plataforma virtual de reunião on-line a ser divulgada para xs inscritxs

Informações: semioticantirracista@gmail.com 

Inscrições: https://forms.gle/WanFfkam4NP6WpDf9 

PROGRAMAÇÃO

Dia 24/07 – Aula expositiva: Apresentação dos conceitos fundamentais para a reflexão sobre o racismo midiático, desde uma perspectiva semiótica. 

Dia 25/07 – Aula metodológica: Apresentação de categorias, operadores teórico-metodológicos e estratégias de análise de conteúdos midiáticos.

QUEM SOMOS

Bruna Rocha é jornalista, escritora, ativista e pesquisadora. É Assessora de Comunicação do Corra pro Abraço, programa de Redução de Danos do Governo do Estado da Bahia. Doutoranda e mestra em Comunicação e Cultura Contemporâneas (PósCom/UFBA), pesquisa a relação entre discurso, mediatização e acontecimento, a partir da cobertura do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes.  Foi diretora de Mulheres da UNE e secretária de Mulheres do Coletivo Enegrecer. Coordenou o 7° Encontro de Mulheres Estudantes da UNE, em 2016. É idealizadora e uma das coordenadoras do curso Racismo e Mídia no Brasil: uma abordagem semiótica.

Cássio Santana é jornalista, escritor, mestre e doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas (PósCom) da Universidade Federal da Bahia (UFBA), membro da coordenação do Centro de Comunicação, Democracia e Cidadania (CCDC/UFBA) e membro do Centro de Estudo e Pesquisa em Análise do Discurso (Cepad/UFBA). Pesquisa Análise do Discurso e Teorias da Comunicação, com interesse na discurso e mudança social. Jornalista da Editoria de Política do Jornal A Tarde. É um dos coordenadores do curso Racismo e Mídia no Brasil: uma abordagem semiótica.

 

 

 

O país, sob a égide do governo genocida de Jair Bolsonaro, impôs a milhares de famílias durante a pandemia da Covid-19, uma sobrevivência no limite do desespero. Desde 2020, a fome voltou a aterrorizar os brasileiros mais vulneráveis, sem emprego, qualquer tipo de renda e dependente de auxílio emergencial digno e para todos. 

Diante deste cenário devastador – agravado por mais de 500 mil  mortos em consequência da doença –, ações solidárias de forças que atuam na sociedade, como os sindicatos, são necessárias para amenizar tanto sofrimento. A direção do Sintufrj, gestão Ressignificar, tem feito a sua parte, em nome da categoria.

Ações solidárias

O Sindicato passou a fornecer para famílias de baixa renda e sem trabalho remunerado, cestas básicas, bem como quentinhas para a população de rua. 

Trabalhadores terceirizados da UFRJ, cujos salários estavam atrasados ou foram demitidos, também receberam doações de cestas básicas pela entidade. 

Moradores da Vila Residencial em situação de calamidade pública, em consequência de temporal, foram socorridos pelo Sintufrj. Estudantes residentes na comunidade sem ter como se alimentar constaram da lista de beneficiados pelas doações do Sintufrj.

Com o corte absurdo do orçamento da universidade pelo governo federal, inúmeras solicitações de ajuda chegaram à entidade – e continuam chegando – para que setores vitais da instituição de combate à pandemia continuassem funcionando. 

O Sintufrj adquiriu e doou para os trabalhadores da UFRJ,  Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), principalmente para aqueles que atuam presencialmente nas unidades de saúde, bem como máscaras para servidores, terceirizados, estudantes e voluntários. 

O Sindicato também apoiou, e continua à disposição para colaborar, com o Centro de Ciências da Saúde e o Centro de Tecnologia custeando despesas de transportes para os alunos e outros voluntários das atividades de combate à Covid-19. 

Obras no HUCFF

Para que o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) continuasse atendendo à população com a Covid-19, o Sintufrj contribuiu com recursos financeiros para que obras fossem realizadas em setores da unidade em situação muito precária. A iniciativa da diretoria do Sindicato visou, ainda, garantir condições dignas de trabalho aos servidores e extraquadro.

Processos trabalhistas

Até junho deste ano, já foram pagos mais de R$ 5 milhões de processos trabalhistas herdados de gestões sindicais anteriores. Os últimos pagamentos ocorrerão em julho no valor de R$ 1.887 milhão. 

A intenção da atual direção é unir esforços para quitar essas dívidas até o término do seu mandato, em respeito aos sindicalizados.      

Eventos políticos  

A partir de maio deste ano, a direção sindical não tem poupado esforços e recursos para a confecção de materiais, contratação de equipamentos, enfim, a infraestrutura necessária para garantir reforço às passeatas e manifestações do Fora Bolsonaro e à campanha Vacina no braço, comida no prato.

Eficiência e Transparência 

A prestação de contas sobre como o dinheiro das contribuições dos sindicalizados é gasto, tem sido uma prática da gestão Ressignificar desde a sua posse na direção do Sintufrj. Porque essa é a forma correta de se dirigir uma entidade de classe. 

Confira, abaixo, o relatório detalhado das despesas citadas nesta matéria. 

 

 

A partir de agora, na UFRJ, servidores técnico-administrativos e docentes, e estudantes, cuidadores, serão beneficiados com a flexibilização do trabalho e do ensino remotos, em caráter excepcional e temporário. Essa resolução foi aprovada no Conselho Universitário, dia 8. Uma vitória do Grupo de Trabalho Parentalidade e Equidade da UFRJ. 

A condição de cuidador será expressa por autodeclaração, que deverá ser encaminhada à chefia imediata. Esta, por sua vez, assumirá a responsabilidade de encaminhá-la ao Departamento de Pessoal da unidade. A resolução estabelece procedimentos e protocolos para a flexibilização, alguns específicos para cada segmento. 

Regras 

A resolução se aplica especialmente às mulheres que possuam filho ou guarda de menor com idade inferior ou igual a 12 anos, ou que sejam responsáveis direto pelos cuidados de idosos ou de pessoas com deficiência ou transtorno mental, e que estejam sem rede de apoio, tais como: escolas ou creches, e prestadores de serviços, por motivos de força maior relacionados à pandemia.

No caso dos técnicos- administrativos, a flexibilização deve ser pactuada com a chefia imediata (veja mais no box). 

Já os docentes, flexibilização da carga horária para os que estiverem exercendo papel de cuidador terá que ser decidida pelas  instâncias acadêmicas referentes ao ensino básico, à graduação e à pós-graduação. 

Com relação aos estudantes, as instâncias acadêmicas para deliberação são as da graduação e pós-graduação, mas só poderão flexibilizar a realização de atividades síncronas (com transmissão ao vivo) avaliativas. 

O horário pactuado deverá ser respeitado por ambas às partes – essa regra serve para os servidores e estudantes –, mas, em caso de divergências, a resolução prevê recurso à instância administrativa imediatamente superior.

Histórico 

O GT Parentalidade e Equidade foi criado em 2020 com a finalidade de discutir e propor políticas de apoio à parentalidade, especialmente à maternidade, voltadas para as técnicas-administrativas, docentes e estudantes da UFRJ, e debatendo com a comunidade universitária termas como, por exemplo, a construção de estereótipos de gênero que representem barreiras à participação feminina nas diversas áreas do conhecimento e espaços de decisão. E propondo ações de incentivo à participação feminina, à pluralidade e diversidade no âmbito acadêmico. 

Compõe o GT técnicos-administrativos, estudantes e professores, que contam com a assessoria da professora da UFF, Letícia de Oliveira, do GT Mulheres na Ciência da universidade e membro do Parent in Science. 

Colaboraram para a formação do GT a técnica-administrativa Valéria Pereira da Silva, da Comissão de Direitos Humanos e Combate às Violências (CDHCV) da UFRJ e a docente Fernanda Maria da Costa Vieira, do NEPP-DH.

A resolução aprovada baseia-se, entre outros inúmeros elementos e legislações, no “Guia de boas práticas de apoio à parentalidade e às pessoas cuidadoras em atividade na UFRJ”, que recomenda uma série de ações efetivas para diminuir o efeito da sobrecarga de trabalho sobre as mulheres e demais pessoas responsáveis pelo cuidado direto de seus familiares, e o agravamento na disparidade de gênero durante e após o cenário pandêmico.

Justificativa 

De acordo com a resolução, com a implantação do trabalho e do estudo remotos, na UFRJ, visando a garantia da vida e do respeito às normas sanitárias de distanciamento social, houve um impacto considerável na sobrecarga para as pessoas que estão exercendo a função de cuidador, com a necessidade de reorganizar horários e o ambiente domiciliar para torná-lo também ambiente de trabalho e estudo.

Foi constatado que a função de pessoa cuidadora prejudicava sobremaneira o desempenho e a produtividade, bem como a saúde das pessoas envolvidas. Sendo necessária a tomada de medidas práticas que efetivassem ações de mitigação da desigualdade de gênero, o que motivou o GT a elaborar a resolução. Embora houvesse em muitos casos empatia e reconhecimento das condições desiguais, ficou evidente a lacuna normativa. 

“Diante da grande relevância das medidas propostas na resolução, diante de sua adequação às normas da universidade e diante da forma de construção desta proposta, com ampla participação de representantes de todas as categorias envolvidas, e levando em conta o trabalho excelente que levou a uma importante convergência, somos favoráveis à aprovação da proposta”, concluiu o relator da proposta”, Nelson Braga 

Box

Parte referente aos técnico-administrativo 

Art. 9º A flexibilização prevista no art. 1º deve observar a atuação do(a) Servidor(a) Técnico-Administrativo(a) em Educação no seu setor de trabalho e deverá ser pactuada com a chefia imediata. 

Parágrafo único: Na impossibilidade de flexibilização por parte do(a) Servidor(a) Técnico-Administrativo (a) em Educação, que seja observado e aplicado o disposto no art. 4º da Resolução Consuni nº 07/2020. 

Art. 10. Aos (Às) Servidores(as) Técnico-Administrativos(as) em Educação, que estejam com matrícula ativa em cursos de capacitação ou qualificação profissional, fica facultado flexibilizar a carga horária de trabalho, sendo considerado o horário especial ao(à) servidor(a) estudante, desde que não estejam afastados(as) para estudo ou em licença capacitação. 

Art. 11. Fica recomendada a colaboração de servidores(as) que atuam no mesmo setor de trabalho dos(as) Servidores(as) Técnico-Administrativos(as) em Educação que desempenham a função de cuidadores(as). 

Parágrafo único: Para o cumprimento das atividades laborais de caráter de urgência e, excepcionalmente, havendo acordo entre as Chefias imediatas, ficará facultada a colaboração de servidor(a) de outro setor da mesma unidade ou outra unidade da UFRJ.

Nota da Redação: O artigo 4º da Resolução 07/2020 diz o seguinte: “Em caráter excepcional, ficam autorizadas as atividades não presenciais, as atividades intermitentes e as atividades em horário flexível, respeitados os limites estabelecidos pela legislação vigente, abrangendo a totalidade ou parte das atividades desenvolvidas pelos(as) servidores(as)”.

 

 

 

 

Nesta segunda-feira, 12 de julho, começa o Festival do Conhecimento da UFRJ. É a segunda edição virtual do evento devido a pandemia de Covid-19 e o tema deste ano é “Futuros Possíveis”. O Sintufrj organizou sua participação no evento com dois temas essenciais: o futuro do trabalho e a proteção de dados.

Em 2020 a UFRJ promoveu um grande encontro de sua comunidade com o público para marcar o centenário da instituição. Agora em 2021 o objetivo é “descortinar e apontar novos caminhos para questões urgentes dando as mãos no luto e na luta”. 

Serão cinco dias, a data final é 16 de julho, debatendo os futuros possíveis em todos os campos do conhecimento, com a participação de cientistas, pesquisadores, artistas, parlamentares, professores, técnico-administrativos e estudantes. 

“Com o próprio futuro das Instituições Públicas de Ensino Superior ameaçado por cortes orçamentários crescentes, o Festival do Conhecimento é também um ato de resistência e defesa da UFRJ”, anuncia a universidade em seu portal de eventos.

O Festival do Conhecimento da UFRJ pode ser assistido no canal do Youtube da Pró-Reitoria de Extensão da UFRJ e pelo Facebook no endereço @PortalUFRJ.

Sintufrj participa com duas mesas de debate

O Sintufrj organizou duas mesas de debate. Uma que trata da proteção de dados, no dia 14 de julho, e a outra que discute o trabalho, no dia 15 de julho. Veja os participantes e os horários:

Proteção de dados em debate   

No dia 14 de julho, quarta-feira, às 14h30, teremos a transmissão do debate “Por que é importante proteger os seus dados?”, com Débora Sirotheau, Léo Santuchi e Sérgio Amadeu. A mediação caberá a técnica em assuntos educacionais e ex-coordenadora geral do Sintufrj, Ana Maria Ribeiro.

Debora Sirotheau é analista de TI no Serpro, advogada, presidente do SINDPD-PA, diretora jurídica do Fenadados, integrante da Comissão Especial de Proteção de Dados da OAB Nacional e da OAB/PA.

Léo Santuchi é especialista em Análise, Projeto e Gerência de Sistemas da PUC Rio, analista de TI na Dataprev e presidente da ANED – Associação Nacional dos Empregados da Dataprev.

Sérgio Amadeu é professor da Universidade Federal do ABC e ex-presidente do Instituto Nacional de Tecnologia e Informação (ITI).

Futuro do trabalho

No dia 15 de julho, quinta-feira, às 17h, o tema em debate é “Futuro do Trabalho: Fragmentação, Super Exploração e a Luta pelo Trabalho Digno”. Os debatedores são: Adriana Marcolino, Beatriz Santos e Rafael Grohmann. A mediação será feita pela dirigente do Sintufrj e da CUT/RJ, Noemi de Andrade.

Adriana Marcolino é doutoranda em Sociologia na Universidade de São Paulo (USP). Socióloga no Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) com experiência em temas relacionados ao mundo do trabalho.

Beatriz Santos é advogada, mestre em Direito do Trabalho pelo Programa de Pós-Graduação em Direito (PPGD) da UERJ e doutoranda em Teoria e Filosofia do Direito pela UERJ.

Rafael Grohmann é professor de mestrado e doutorado em Comunicação na Universidade do Vale do Rio dos Sinos e coordenador no Brasil do projeto Fairwork vinculado à Universidade de Oxford.

 

Na França, diretor diz que “temos que levantar a voz” contra “o cara do Brasil”, Donald Trump e Vladimir Putin

O cineasta norte-americano Spike Lee, presidente do júri do Festival de Cannes (França) em 2021, disse, nesta terça-feira (6), que o presidente brasilero, Jair Bolsonaro (sem partido), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, são “gângsters”. Depois, convocou: “Temos que levantar a voz contra eles”.

Lee estava com a palavra na cerimônia de abertura do festival de cinema francês, um dos mais prestigiados do mundo. Ele também afirmou que os três líderes nacionais referidos “não têm moral ou escrúpulos”.

O cineasta, de 64 anos, diretor de filmes como “Faça a Coisa Certa” e “Infiltrado na Klan”, é o primeiro negro estadounidense a ocupar a posição de fiscal do júri do Festival de Cannes. Ele é reconhecido internacionalmente por abordar em seus filmes questões relacionadas ao racismo nos EUA  e no mundo.

“O mundo está sendo governado por gângsteres. O Agente Laranja [Donald Trump, assim chamado em referência à cor de seus cabelos e à arma química utilizada pelos EUA na guerra contra o Vietnã], o cara do Brasil [Jair Bolsonaro] e Putin. São gângsteres, e vão fazer o que quiserem. Não têm moral ou escrúpulos, esse é o mundo em que vivemos, e precisamos levantar a voz contra gângsters como esses”, conclamou o cineasta.

O Festival de Cannes teve início nesta terça e se encerra no dia 17 de julho. A declaração de Spike Lee, durante a abertura do evento, imediatamente repercutiu na imprensa internacional e no Brasil, como a postagem da ex-deputada federal Manuela d´Ávila (PCdoB-RS).

Ainda no Brasil, quem não gostou do que disse o o diretor norte-americano foi o presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, conhecido por suas posições contrárias aos movimentos e pautas contrários ao racismo no país. Para ele, Spike Lee “é um hipócrita”, e qualquer crítica do cineasta a Bolsonaro “soa como elogio”.

 

Edição: Vinícius Segalla

Para o cineasta Spike Lee, é preciso levantar a voz contra “gângsters” como Jair Bolsonaro – Valery Hache/AFP

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Um sonho acalentado há mais de uma década pela comunidade universitária do campus Macaé, finalmente tornou-se realidade. Nesta quinta-feira, 8, em clima de muita emoção, o Conselho Universitário (Consuni) aprovou, por unanimidade e aclamação, a proposta de resolução que altera o estatuto da instituição e cria o Centro Multidisciplinar UFRJ-Macaé e os órgãos suplementares que o constituem.

 “Com a criação do Centro Multidisciplinar de Macaé, a UFRJ reafirma seu compromisso com a interiorização da universidade pública e a sua importância para toda a sociedade. Portanto, o Consuni de hoje foi muito bonito e especial”, destacou a representante técnico-administrativa no colegiado e coordenadora do Sintufrj, Joana de Angelis.

A matéria foi ao colegiado porque se trata de mudança estatutária. Com a aprovação do parecer conjunto das comissões do Consuni (de Ensino e Título, Legislação e Normas e de Desenvolvimento) a proposta elaborada pelo Grupo de Trabalho criado pelo Conselho Deliberativo da UFRJ-Macaé, eleva à condição de Centro o que antes era um polo avançado no Norte Fluminense.  

Entre os órgãos complementares criados estão os seguintes institutos:  Alimentação e Nutrição; Ciências Farmacêuticas; Ciências Médicas; Enfermagem; Multidisciplinar de Química e Politécnico. 

Longa espera —A conquista da adequação institucional do campus era um pleito antigo dos servidores. A mobilização dos técnicos-administrativos começou desde que nasceu a UFRJ-Macaé, em 10 de março de 2006.  

“É muito importante a gente não esquecer e destacar o papel extremamente significativo e de grande responsabilidade, e o compromisso social que foi desempenhado pelos técnicos-administrativos de Macaé. Eles foram os  pioneiros, juntamente com todos os demais segmentos da universidade, no desencadeamento desse processo. Uma categoria realmente essencial à instituição e para a sociedade”, afirmou Joana, acrescentando: “Tenho certeza de estão orgulhosos e se preparando para dar continuidade ao trabalho que iniciaram”.  

Celebração e emoção

“Hoje foi um dia histórico para todos nós, da UFRJ-Macaé. Assim que a votação no Consuni foi encerrada, celebramos, emocionados, esse momento especial”, contou o técnico-administrativo Diego Gonçalves de Andrade, chefe de gabinete da direção. Ele integrou a comissão criada para formular a proposta de adequação institucional do campus levada ao Consuni.  

“A criação do Centro Multidisciplinar UFRJ-Macaé representa um avanço muito grande para o desenvolvimento das atividades da universidade na região, do ponto de vista do ensino, da pesquisa e da extensão e, sobretudo, das acadêmicas. A gente finalmente conquista um corpo institucional dentro do arcabouço legal da universidade. Até então éramos um campus, que  tradicionalmente representa uma estrutura geográfica, assim como o campus Fundão e da Praia Vermelha. 

Com os institutos, faculdades, escolas o corpo técnico-administrativo  ganha musculatura maior para o desenvolvimento das suas atividades, por aqui sempre trabalhamos de forma integrada”, pontuou Diego. 

 O prefeito do município, Welberth Rezende, assistiu à sessão do colegiado. O Poder Executivo local é parceiro da universidade, e, segundo a reitora Denise Pires de Carvalho, Rezende se comprometeu a inaugurar em breve um novo prédio de pesquisa no Polo Cidade Universitária, e nos próximos dois anos, um restaurante universitário. 

 Acréscimo na representação 

O conselheiro técnico-administrativo, Roberto Gambine, apresentou proposta de adendo da bancada à resolução de criação do Centro Multidisciplinar de Macaé. O documento foi assinado também pelos conselheiros Joana de Angelis e Francisco de Paula, e pelo decano do CFCH, Marcelo Correia e Castro.

A bancada técnico-administrativa reivindica mais um representantes no colegiado para o segmento e o mesmo para a bancada estudantil para  manter a proporção preconizada na legislação (muito embora a luta histórica da categoria seja a composição paritária nas instâncias colegiadas). Com a criação do Centro, em Macaé, a representação docente no colegiadovai aumentar, passando para 63 conselheiros.

O vice-reitor Carlos Frederico Leão Rocha, pediu que Gambine retirasse o adendo com o compromisso de realizar uma votação posterior para ampliação da representação depois de um estudo. “Tanto eu quanto a reitora assumimos o compromisso com este conselho de encaminhar, em seguida, uma solução para o aumento da representação dentro do que determina a Lei de Diretrizes e Bases da Educação”, disse.

Denise Pires reiterou o compromisso de uma nova sessão especial, o mais rápido possível, e, se necessária, extraordinária. “É nosso compromisso que as bancadas técnico-administrativa e estudantil sejam ampliadas com um a mais”, afirmou, ponderando que seria bom que isso fosse feito com amparo jurídico.

Carlos Frederico sugeriu, então, a formação de uma comissão – inicialmente com a participação dele mesmo, de Gambine, de um professor e um estudante, mas aberta a outros interessados — para formular uma proposta que será encaminhada à Comissão de Legislação e Normas para posterior mudança estatutária.

 

 

Depois de mais de oito horas de discussões e muita polêmica, enxurrada de manifestações de estudantes pelo chat – “#Porum ensinoremotocommaisdireito”/”#Estudantetemvoz,merecerespeit”/”#PormaisdemocracianaUFRJ”– e com várias ressalvas, o  Conselho de Ensino de Graduação (CEG), na quarta-feira, 7, aprovou, por unanimidade, a Resolução XX/2021, que dispõe sobre as regras de funcionamento do ano letivo de 2021 na modalidade remota.

A proposta inicial de resolução foi elaborada pela Comissão Especial de Acompanhamento das Atividades Não Presenciais (CEAANP), que é paritária, mas a versão final da CLN é que foi levada para a aprovação, cuja maioria dos membros é de professores.

“No dia 23 de junho, os conselheiros do CEG receberam a proposta da CLN com vários artigos suprimidos da resolução atual. Integrantes da CLN alegaram que os artigos tratavam de temas fora da competência do CEG e, por isso, foram retirados, informou a representante técnica-administrativa no CEG e coordenadora do Sintufrj, Damires França.

Na avaliação da conselheira, “numa composição com mais de 70% de docentes, as votações serão sempre contrárias ao que nós,  técnico-administrativos, questionamos”.

Supressões importantes

“O artigo 8º da resolução anterior e que foi retirado da aprovada, falava sobre as atividades práticas, que deveriam seguir algumas condicionantes. E como a bancada supôs que a intenção com a supressão era fazer os técnicos-administrativos voltarem a trabalhar presencialmente, eu me manifestei na sessão defendendo que o Conselho Universitário deveria construir uma resolução que promovesse o retorno presencial gradual, a partir de uma regra. Mas, isso ainda deveria ser debatido pela comunidade universitária e no colegiado máximo da universidade”, relatou a representante da categoria no CEG.

Segundo Damires, “a questão era se os atos acadêmicos desparecessem da resolução em aprovação, as secretarias e as coordenações acadêmicas, que atendem o público interno e externo, poderiam voltar a atuar presencialmente. E, por enquanto, todos os atos acadêmicos são na forma remota. Eu coloquei, inclusive, no chat, porque isso constava da resolução anterior”.

Entre outros artigos retirados da resolução aprovada, alguns tratavam da obrigatoriedade da UFRJ disponibilizar chips para os alunos e se preocupar com a acessibilidade das pessoas com deficiência física. “A justificativa deles é que existem setores específicos para isso, portanto, o CEG não deve ter essa responsabilidade e, também, porque, não sabem sobre o orçamento. A bancada dos técnicos acreditava que esses artigos deveriam ser mantidos porque era de bom tom”, afirmou a conselheira.

Aprovação retrancada

“A nova resolução foi aprovada com todas essas ressalvas. O CEG não garantia o direito dos estudantes, principalmente os pobres, de acompanhar o ensino remoto, porque não assegurava para eles sequer chips. E o servidores técnicos-administrativos ficaram sem o amparo do artigo falando que o calendário acadêmico tem que ser todo feito de forma remota. Para não se correr o risco de haver alguma pressão para que retornem presencialmente”, avaliou a conselheira e dirigente sindical.

 Solicitação ao

Conselho Universitário

Assim como a bancada estudantil pretende solicitar ao Conselho Universitário que seja garantido aos estudantes os direitos retirados da resolução aprovada, a bancada dos técnico-administrativos também pretende fazer o mesmo em relação a garantir que todos os atos acadêmicos permaneçam na forma remota.

“A bancada estudantil se sentiu bastante frustrada, porque várias proposições nossas não foram aceitas e que levariam a um avanço institucional grande, em relação à posição política do CEG com os discentes”, resumiu a representante da bancada estudantil e dirigente do Centro Acadêmico Cândido de Oliveira, da Faculdade Nacional de Direito, Isabela Coimbra Carlim.

Ela citou como exemplo de proposta recusada, a disponibilização de material didático, no mesmo valor das aulas gravadas em vídeo, caso as aulas sejam síncronas.

O Sindicato do Trabalhadores em Educação da Universidade Federal Fluminense (Sintuff) denunciou a tentativa de cessão de servidores técnico-administrativos da UFF para a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) – responsável pela gestão do Hospital Universitário Antônio Pedro (Huap). 

A coordenadora-geral do Sintuff, Bernarda Gomes, afirmou que o reitor Antônio Cláudio Nóbrega confirmou que recebeu o documento da Ebserh solicitando a cessão de servidores da UFF. “O reitor informou que não aceitou. Solicitamos então que ele oficializasse essa posição e a torna-se pública”, completou a dirigente.

A Assembleia Virtual do Huap realizada na segunda-feira, 5 de julho, debateu a ameaça de cessão dos servidores estatutários integrantes do Regime Jurídico Único (RJU) para a empresa e deliberou por reforçar campanha pela revogação do contrato da Ebserh. Para os servidores, a tentativa de aquisição de funcionários pela via da cessão é um descompromisso da empresa com sua obrigação contratual de contratar pessoal por via própria. 

A assembleia aprovou ainda “reacender a campanha pela abertura de concurso pelo RJU ao HUAP e pela devolução das vagas dos que se aposentaram”. E que o Sintuff se articule com outros sindicatos e entidades nacionais para elaborar um documento a ser entregue no Congresso Nacional e no STF, com abaixo-assinado dos servidores RJU lotados nos hospitais universitários contra a cessão de RJUs para a EBSERH – solicitando as entidades FASUBRA, ANDES-SN, UNE e ANDIFES que encampem essa campanha.

O Hospital Universitário Antônio Pedro, pertencente a UFF, é a principal referência de média e alta complexidade da região de Niterói, cidade da região metropolitana do Rio de Janeiro, e sua gestão pela Ebserh desde 2016, vem trazendo problemas para os seus trabalhadores. 

Episódios mais recentes, segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação da UFF (Sintuff), se relacionam com a tentativa de redução de direitos, como o pagamento da insalubridade em índice a menor, e a contaminação cruzada de Covid-19 dentro do hospital.

Insalubridade 

O reconhecimento de direitos pela Ebserh motivou uma greve de 400 profissionais do Huap em maio deste ano. A empresa na época tentou retirar 50 cláusulas do acordo coletivo, sendo uma delas o índice aplicado de insalubridade que redundaria em perda salarial. Além disso, os trabalhadores relataram problemas com o sistema de ponto e a existência de assédios.

Covid

A própria Ebserh divulgou um documento admitindo e assumindo ser responsável pela contaminação cruzada da Covid-19 dentro do Antônio Pedro, isso no fim de 2020. Nessa época o Sintuff lutava para restituir a insalubridade dos profissionais de saúde do Antônio Pedro que são do RJU (Regime Jurídico Único), e foi cortada antes da pandemia.   

A Ebserh não respeitou as recomendações sobre os grupos de riscos. “Foi uma luta para que a Ebserh e a UFF reconhecessem o direito desses servidores ficarem em casa”, informou a coordenadora-geral do Sintuff, Bernarda Gomes, acrescentando que a falta de acesso às informações sobre os trabalhadores dificulta a ação da entidade em defesa da categoria. “Fazemos documentos e ofícios, mas muitas vezes a gente só consegue a informação entrando na Justiça”, disse ela.

Entenda

Após meses de debate — e de muita polêmica, com protestos dos servidores que se posicionaram contra a Ebserh —, o compartilhamento da gestão do Huap com a Ebserh foi aprovado no dia 16 de março de 2016 pelo Conselho Universitário da UFF. Em 6 de abril foi assinado o contrato. 

A época a empresa anunciou que haveria um plano de reestruturação da unidade hospitalar, executado de forma conjunta entre a universidade e a empresa, e entre as ações previstas a adoção de medidas para a recuperação da infraestrutura física e tecnológica, assim como a recomposição do quadro de pessoal através de concurso público.

“O contrato com a Ebserh também garante redimensionamento da força de trabalho com provimento de pessoal necessário ao pleno funcionamento do Huap, por meio de concurso público, controle social da gestão com pleno funcionamento do Conselho Deliberativo, aumento de leitos e serviços beneficiando usuários, com melhoras qualitativas no cuidado das pessoas”, informou a Ebserh na ocasião da assinatura do contrato.

 

 

Desde que assumiu a presidência em 2019, Jair Bolsonaro só vem aumentando sua rejeição. Entre 11 e 12 de maio era de 45% e agora sobe para 51%.

Publicado: 08 Julho, 2021 – 17h51 | Última modificação: 08 Julho, 2021 – 18h12 | Escrito por: Redação CUT

EDSON RIMONATTO

Nem as bravatas de Jair Bolsonaro ( ex-PSL) dizendo que se não ganhar as eleições é porque houve fraude, tira do brasileiro o ânimo em dizer que votará em Lula. Diversas pesquisas publicadas nos últimos dias mostram o ex-presidente à frente de todos os seus possíveis adversários, inclusive, com possibilidade de ganhar a eleição de 2022, já no primeiro turno.

Para piorar o inferno astral do ex-capitão do Exército, a  rejeição ao seu governo só aumenta. A pesquisa Datafolha, publicada na tarde desta quinta-feira (08), mostra que 51% dos brasileiros consideram seu governo ruim e péssimo. A última pesquisa de 11 e 12 de maio deste ano apontava 45% de rejeição. Já este levantamento do Datafolha, presencialmente, foi feito nos dias 7 e 8 de julho com 2.074 pessoas acima de 16 anos em 146 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou menos.

Segundo a pesquisa, a rejeição aumentou entre os que antes o consideravam regular.  Neste estrato caiu de 30% para 24%, comparando com o levantamento de maio.

A análise é que os recentes protestos nas ruas e as denúncias de corrupção nos casos das vacinas tenham ajudado a abrir os olhos da população sobre o governo Bolsonaro.

Parte do seu eleitorado continua fiel e desde março os que têm avaliação positiva de Bolsonaro se mantem em 24%. Ainda assim ele segue sendo o presidente com a segunda pior avaliação num primeiro mandato. Ele só perde para Fernando Collor, que tinha 68% de ruim/péssimo. O resultado da rejeição dos brasileiros foi a sua renúncia em 1992.

Rejeição por grupos socioeconômicos

Os mais ricos continuam apoiando o capitão. A rejeição diminuiu seis pontos  entre quem ganha de 5 a 10 salários mínimos e cinco, entre os que ganham mais de 10 salários.

Empresários seguem sendo o único grupo (de apenas 2% da amostra) em que Bolsonaro goza de apoio maior do que rejeição: 49% o consideram ótimo ou bom.

Entre os que ganham até 2 salários, que compõem 57% da população, a rejeição alo presidente subiu 9%, de 45% para 54%.

Avaliação por regiões

No Norte/Centro-Oeste (15% da amostra), Bolsonaro é visto com um presidente ótimo ou bom por 34%. No Sul (15% da amostra), por 30%.

No Nordeste sua rejeição chega a impressionantes 60%. Um crescimento também de 9%. Subiu de 51% para 60%.

Avaliação por gênero, religião e faixa etária

As mulheres e os jovens de 16 a 24 anos tem avaliação negativa de Bolsonaro em 56%. Pessoas com ensino superior e os mais ricos também empatam na rejeição, com 58%.

Já seu desempenho é visto como mais positivo por quem tem mais de 60 anos (32% de ótimo ou bom), mais ricos (32%) e entre quem ganha entre 5 e 10 mínimos (34%).

Entre os evangélicos que representam 24% da amostra do Datafolha, a sua rejeição cai para 34% e a aprovação sobe para 37%.

Bolsonaro é rejeitado por 72% dos homossexuais e bissexuais (8% da amostra, dividida igualmente entre os dois grupos).

Os pretos tem maior rejeição a Bolsonaro (57%), com certa homogeneidade entre os demais grupos (brancos, pardos e amarelos).

Com informações da Folha de São Paulo