Como saldo político e organizativo da greve encerrada, na segunda-feira (1º), o Comando Local de Greve foi transformado em Comitê de Mobilização do Sintufrj, cuja a primeira reunião foi marcada para segunda-feira (15).  Já tem assembleia marcada para quarta-feira, dia 17. Confira o calendário.

15/7 – Segunda-feira – Às 14h. Reunião do Comitê de Mobilização do Sintufrj, no Espaço Cultural da entidade.

16/7 – Terça-feira – Às 16h. Reunião híbrida no Espaço Cultural do Sintufrj para fechar a proposta sobre Capacitação, que será levada à assembleia do dia 17/7, e apresentada no Conselho Universitário até 8 de agosto.

17/7 – Quarta-feira – Às 10h. Assembleia-geral simultânea e on-line do Sintufrj para definir posição da categoria na UFRJ sobre o modelo de Reconhecimento de Saberes e Competências (RSC).

Foto: Renan Silva

O COMANDO LOCAL DE GREVE (CLG) que teve papel preponderante durante a greve de 113 dias dos técnicos administrativos agora vai se reunir como comitê de mobilização. Na foto de Elisângela Leite, o momento em que o CLG foi instalado em março.

Mas mobilização continua até finalização do acordo assinado entre governo e Fasubra. Volta ao trabalho nesta terça-feira (2)

Após mais de 100 dias de greve, os técnicos administrativos em educação da UFRJ aprovaram em assembleia simultânea (Fundão, Praia Vermelha e Macaé)  a proposta do Comando Nacional de Greve (CNG/Fasubra) de suspensão do movimento grevista, iniciado em 11 de março. A categoria retornou ao trabalho nesta terça-feira (2).

A decisão do CNG enviado às bases da Fasubra ocorreu após a assinatura do Termo de Acordo nº 11/2024, entre a entidade nacional da categoria e o Sinasefe com o governo federal, na quinta-feira, 27 de junho. Mas a mobilização que sustentou os quase quatro meses de greve continuará pelos próximos 180 dias.

Esse é o prazo para fechamento das propostas que deverão sair dos grupos de trabalho formados pelas entidades e o governo, sobre os itens acordados entre as partes para discussão e acertos posteriores.

Retorno sem conflitos

De acordo com a cláusula 14ª do acordo assinado, a reposição dos dias parados deverá ocorrer sem conflitos. Diz o texto: “a compensação de trabalho em decorrência da participação em movimento grevista observará aspectos qualitativos, com a reposição das atividades represadas, conforme plano de trabalho a ser pactuado entre as entidades representativas da categoria e sua instituição”.

Em relação à greve atual, a assembleia geral aprovou que a discussão sobre a prioridade das tarefas elencadas para reposição em cada setor deve ser feita com a participação das equipes de trabalho, e,se for necessário, o Sintufrj acompanhará.

Seis meses de expectativas

O trabalho pós-greve começa na quinta-feira, 11, data para elaboração do novo projeto de lei que substituirá o atual (PCCTAE) nº 11.091/2005, a ser enviado para aprovação do Congresso Nacional, e início das reuniões dos grupos de trabalho. Portanto, os próximos seis meses serão de muita expectativa por parte da categoria.

Uma das decisões da assembleia foi manter o CLG como Comitê de Mobilização Sintufrj. Desta forma, os trabalhadores na UFRJ poderão participar ativamente da finalização das pendências do acordo já assinado. A primeira reunião será no dia 15 de julho, às 14h, no Espaço Cultural.

Algumas deliberações  

. Abertura de espaço democrático de uma página no Jornal do Sintufrj para cada movimento organizado possa divulgar suas avaliações sobre a greve.

. Encaminhar ao GT Carreira Sintufrj o debate de uma proposta de adicional por permanência, que é diferente do abono de permanência. Esse adicional seria o pagamento de mais um step a cada avaliação de desempenho para o técnico administrativo que já finalizou a carreira de progressões.

. Agendar debate sobre o projeto de fim dos pisos constitucionais mínimos nas áreas sociais.

. Elaborar e pôr em prática uma campanha de filiação ao Sintufrj.

. Organizar oficinas por centros para explicar os termos do acordo, tabelas etc.

. A assembleia referendou a proposta do GT Mulher de participar do 3º Encontro da Marcha Mundial de Mulheres, de 6 a 9 de julho, em Natal (RN), com três companheiras — duas da base: Marisa Araujo e Lenilva, e uma da direção do Sintufrj, Fátima Rosane –, dependendo de saldo positivo na conta Fundo de Greve.

Calendário  

Quinta-feira, 4/7: Às 16h, reunião híbrida para discutir e formular documento sobre capacitação e apresentá-lo à Pró-Reitoria de Pessoal. Local: Espaço Cultural do Sintufrj.

Segunda-feira, 15/7: Às 14h, reunião do Comitê de Mobilização do Sintufrj, no Espaço Cultural da entidade.

Terça-feira, 16/7: Às 16h, reunião híbrida no Espaço Cultural do Sintufrj para fechar a proposta sobre Capacitação, que será levada à assembleia do dia 17/7, e apresentada no Conselho Universitário até 8 de agosto.

Quarta-feira, 17/7: às 10h, assembleia-geral simultânea e on-line do Sintufrj para definir posição da categoria na UFRJ sobre o modelo de Reconhecimento de Saberes e Competências (RSC).

 

 

 

 

A greve da categoria técnico-administrativa em Educação encerrou-se na segunda-feira, 1 de julho, conforme orientação do Comando Nacional de Greve (CNG), após apuração do resultado das assembleias de base que indicaram aceitação dos termos para minuta de acordo assinado com o Ministério da Gestão e Inovação (MGI) e o Ministério da Educação (MEC). Foram 113 dias de greve impulsionadas por nossa federação, a Fasubra, numa mobilização envolvendo 47 sindicatos e representantes de 75 instituições de ensino.

A greve iniciada pela Fasubra em 11 de março inspirou o movimento nas demais entidades sindicais (Sinasefe e Andes)  da educação federal que ingressaram no movimento no início de abril. Técnicos administrativos em Educação e docentes das universidades e institutos federais colocaram no centro do debate a necessidade de valorização da educação pública para a população e o enfrentamento ao legado antipovo no setor dos governos golpista de Temer e fascista de Bolsonaro.

A greve marcou posição na conjuntura demonstrando, com centenas de manifestações de rua, nos estados e em Brasília, o caminho a ser seguido pela classe trabalhadora e as organizações de esquerda: a saída é a mobilização popular para enfrentar a política de arrocho da burguesia que domina a maior parte do Congresso Nacional e cargos do governo federal.

As pautas centrais foram recomposição de perdas salariais e valorização das carreiras dos profissionais destas instituições, que amargaram congelamento salarial entre 2016 e 2022. Com a mesma importância, a recomposição do orçamento das universidades e institutos que hoje contam com metade das verbas que tinham a dez anos atrás. O movimento estudantil se somou protagonizando greves em diversas instituições, como foi o caso da UFRJ, com a atuação do DCE Mario Prata, também lutando por orçamento.

Não alcançamos o objetivo máximo, mas fomos vitoriosos sem a greve não conquistaríamos os itens do acordo, que farão grande diferença na vida de cada trabalhador e trabalhadora no próximo período. 

Sintufrj: mobilização e participação democrática

Durante assembleia de encerramento, uma avaliação foi consensual entre as trabalhadoras e trabalhadores: o Comando Local de Greve (CLG), as comissões de trabalho e assembleias na base UFRJ criaram os espaços democráticos de participação num ambiente marcado na maior parte do tempo pelo respeito, mesmo com divergências de posições entre os coletivos organizados ou sindicalizados individualmente.

Cumprindo a proposta defendida pela Gestão 2022-2025, o Sintufrj abriu-se como campo de ocupação pela base, em uma construção coletiva. O que chamamos de escola de socialismo.

A categoria em greve assumiu as quatro comissões de suporte: finanças, ética, mobilização e infraestrutura, organizando um trabalho cotidiano  fundamental para a construção da greve. Contando ainda com o respaldo fundamental das trabalhadoras e trabalhadores do corpo funcional do Sintufrj, nas mais diversas tarefas.

Os trabalhadores da UFRJ protagonizaram a maior assembleia de deflagração de greve da base da Fasubra, com mais de 700 trabalhadores fisicamente presentes de forma simultânea e multicampi, com audiência on line de centenas de pessoas pelas plataformas virtuais da entidade.

Este método organizativo se consolidou e passa a ser usado para além da greve. O desconto do fundo de greve garantiu a força material que possibilitou as conquistas econômicas e políticas da luta travada, pois as atividades foram diárias, muitas vezes aos sábados e domingos.

Nos protestos unificados de rua, audiências públicas e caravanas até Brasília o Sintufrj, em geral, mobilizou as maiores delegações. Foram organizadas atividades de diálogo nas praças com demonstração da produção dos técnicos administrativos em Educação na UFRJ, distribuição de livros, com coberturas midiáticas nacionais e regionais, notadamente pela atuação da base local de Macaé.

Foram marcas da greve na UFRJ as ações radicalizadas de massa, como o fechamento da linha vermelha com acesso ao aeroporto Galeão e a intervenção no trânsito do Fundão, durante visita do Presidente Lula ao Cenpes. Todo este processo somou-se ao esforço nacional que resultou na pressão sobre as mesas de negociação.

*Outra característica dessa greve foi a integração da categoria na defesa de uma UFRJ de qualidade, financiada com orçamento público, gratuita, popular e diversa, e de nossa identidade de Técnicos administrativos em educação.

Nesse espírito organizarmos importantes atividades como atos e ações no Museu Nacional, na Praia Vermelha, FND e no IFCS além das ações em Duque de Caxias e Macaé. A diretoria do Sintufrj esteve em todas as unidades, integrando, apoiando e defendendo o legítimo direito de greve, enfrentando pressões, assédios e a sabotagem da grande imprensa. *

As mulheres da categoria tiveram destaque com a liderança crescente das ações sindicais da greve. E tem atuado de forma unificada no combate ao machismo na sociedade e na categoria, pautando e se dispondo a organizar políticas de formação antimachista para a categoria.

Também estiveram na linha de frente as aposentadas e aposentados, sempre com forte presença nos atos e agitações coletivas, promovendo a unidade entre diferentes gerações de luta na UFRJ.

Uma greve na conjuntura

Uma das marcas da Greve é sua amplitude política na conjuntura. Questionando os setores privilegiados do orçamento como o capital financeiro que leva metade de todos os recursos e o “Centrão” liderado pelo reacionário Arthur Lira que destinou 10 vezes mais em emendas parlamentares do que verbas para educação.

Participamos ativamente nos Estados dos protestos em defesa da democracia e por punição aos golpistas, a exemplo do 01 de abril. Também houve fortalecimento das mobilizações unificadas da classe trabalhadora como o 01 de maio e a marcha das centrais sindicais em Brasília em 22 de maio, com 10 mil pessoas na qual a greve da educação era 1/3 da mobilização.  A categoria atuou contra o PL 1904/2024 que favorece estupradores e restringe o direito ao aborto legal, liderado por Lira, Centrão e fundamentalistas.

ACORDO ASSINADO, GREVE ENCERRADA E LUTA PERMANENTE

Conforme veremos nas páginas do Jornal do Sintufrj, site e redes sociais a greve conquistou:

  • Reajuste de 51% (média) nos auxílios alimentação, creche e saúde em 2024
  • Reestruturação na Carreira que recompõe perdas salariais de 14,5% a 34,5% entre 2025 e 2026, a depender do cargo, tempo de carreira e formação acadêmica complementar
  • Recomposição parcial do orçamento das instituições de ensino, aproximadamente 30% do estipulado pela Andifes.

Além de diversos outros itens, de impacto financeiro e não financeiro que serão fruto do debate em Grupos de Trabalho Nacional com o MGI e MEC. Por isso, nossa mobilização permanece, com a transformação do Comando Local de Greve em Comitê Local de Mobilização, recomposição do GT-Carreira Sintufrj e fortalecimento de agenda de luta da categoria.

Nossa greve demonstrou a importância e necessidade de sindicatos fortes e mobilizados, para defesa dos interesses da classe trabalhadora frente a opressão capitalista, participe do Sintufrj e convide seu colega de trabalho a se filiar.

Nossa luta não começou na greve, e não termina com seu fim, seguiremos em defesa da Educação Pública, da UFRJ e dos Técnicos administrativos em educação.

 

Assembleia simultânea no Fundão, em Macaé e na Praia Vermelha nesta segunda-feira, dia 1º, organiza saída da greve

Fasubra, Andes e Sinasefe assinaram, no início da noite desta quinta-feira, dia 27, o acordo de greve com o governo. A FASUBRA foi representada pela Coordenadora Geral, Cristina Del Papa.

Com isso, os trabalhadores se preparam para retornar ao trabalho. Na UFRJ assembleia nesta segunda-feira, 1º de julho, decide quando é como será a saída da greve. A assembleia será simultânea, às 9h30, no Fundão (auditório do bloco A do CT), Praia Vermelha e Macaé. Na pauta, além do encerramento da greve, organização de recomposição de atividades, pauta interna e agenda de luta.

O acordo foi firmado depois de 106 dias de greve dos técnicos-administrativos em educação (85 das demais categorias).  Liderenças sindicais estiveram no Ministério da Gestão e Inovação para assinatura do documento com direito à presença dos ministros Esther Dweck (Gestão e Inovação) e Camilo Santana (Educação), além do secretário de Relações de Trabalho do MGI, José Feijóo, escalado para negociar com os servidores.

 

Click abaixo para conhecer:

VERSÃO ASSINADA DO ACORDO COM O GOVERNO

 

Momento importante

Cristina enfatizou que embora haja avanços, as conquistas são insuficientes porque a categoria não conseguiu o atendimento de toda pauta. Também a importância da derrota do fascismo, com a eleição de um governo democrático que tornou possível esse processo negocial por meio das mesas “nas quais ainda teremos um longo caminho para a construção das soluções, para o aumento do orçamento das instituições de ensino, para consolidar as relações democráticas em especial nos órgãos colegiados nas universidades”.

Destacou que os servidores técnicos administrativos em educação conquistam nesta greve – um movimento forte no Brasil inteiro – mais um degrau no reconhecimento de sua identidade. E agradeceu aos que atuaram pelo êxito da negociação, citando companheiros que estavam na cerimônia com ela: as coordenadoras-gerais da Fasubra Ivanilda Reis e Loiva Chansis, e os representantes da Coordenação Jurídica e Relações de Trabalho, Marcelo Rosa e Daniel Soares.

A ministra Esther Dweck apontou a importância do processo até a assinatura do acordo, para ela, também, um momento muito importante. Mas lembrou que a luta pelo serviço público e pela Educação continua. Camilo Santana ressaltou o resultado da construção coletiva, do diálogo e o esforço para se chegar ao acordo. E concluiu afirmando que não se tem educação de qualidade sem valorizar professores e servidores.

Mobilização continua

O coordenador-geral do Sintufrj Esteban Crescente parabenizou os companheiros que lutaram pela greve da Educação, em especial a categoria técnico-administrativa em Educação. “Não fosse está luta, os ajustes em 2025 e 2026 somariam 9%. A greve garante uma reestruturação que trará ganhos entre 14,5% e 60% em dois anos (a depender de cargo, tempo de carreira e aplicação de incentivo a qualificação para ativos, aposentados e pensionistas), além da regulamentação do RSC (Reconhecimento de Saberes e Competências), como alternativa de valorização. Temos que ficar em permanente mobilização na vigilância das conquistas da greve. Não conquistamos nossa pauta máxima. Mas o que conquistamos faz diferença e soma a retomada da força e organização do movimento da Categoria”, disse ele, conclamando a continuidade da luta: “Temos que tomar as ruas para denunciar a política de arcabouço fiscal e do poder do Centrão sobre o orçamento. Denunciar o sistema da dívida pública que beneficia em especial os banqueiros”.

CNG analisou minuta final

Segundo a Fasubra, na manhã e início da tarde desta quinta-feira, 27, o Comando Nacional de Greve da FASUBRA realizou nova reunião com o objetivo de análise final da minuta do acordo com o governo, abrindo o debate sobre a assinatura ou não, com os resultados das assembleias de base que chegaram até às 15h. Dos 48 sindicatos de base, a maioria optou pela aceitação da assinatura do acordo com o governo. (Fotos: FASUBRA).

Um dia antes, o governo havia enviado, a pedido do CNG, uma minuta do acordo. Mas o texto foi considerado incompleto, com erros e omissões. O Comando se dedicou a corrigir o documento, destacando as omissões e, em conjunto com o Sinasefe, solicitando a correção ao governo.

Para o coordenador de Comunicação da Fasubra Francisco de Assis, a minuta final atendeu ao que o Comando Nacional de Greve pactuou com o Sinasefe e com o governo. “O governo se curvou a nossa reivindicação e redigiu (o acordo) do jeito que as entidades reivindicaram”, avaliou.

 

REUNIÂO do CNG avaliou minuta

DELEGAÇÂO da UFRJ no CNG

 

MOMENTO da assinatura. Esta e mais imagens da cerimônia estão em https://www.instagram.com/fasubrasindical/

A LUTA continua, alertam manifestantes no MGI

Como o acordo repercute na tabela

Confira na página do Sintufrj no Youtube a explicação do CLG (começa pouco depois de 20 minutos de iniciada a assembleia do dia 19) ou pela edição do Jornal do Sintufrj disponível no site da entidade. O link do vídeo é https://www.youtube.com/watch?v=iqFyIJH7MZg.

No que diz respeito a itens econômicos, ativos e aposentados na proposta atual, entre janeiro do ano que vem até abril de 2026, terão ganhos entre 14,8% e 65%. Vai depender de onde se está na carreira, qual o cargo, tempo de casa, formação, entre outros elementos. E se há incentivo à qualificação. A partir desses três fatores, pode-se dizer quanto você vai ganhar em janeiro e em 2026.

Leia no site do Sintufrj matéria sobre ganhos da greve:

Tabelas demonstram ganhos da greve

REPRESENTANTES da Fasubra, Sinasefe e Andes e do governo juntos ao final da cerimônia

VERSÃO ASSINADA DO ACORDO COM O GOVERNO

Um ato convocado pelo Fórum dos Segmentos da Educação Pública do Rio de Janeiro defendeu na tarde de quinta-freira (27) a recomposição orçamentária das instituições da rede pública de ensino e a valorização da educação. Trabalhadores da UFRJ marcaram presença motivados pela jornada de lutas da greve de mais de 100 dias em busca de Carreira, salários que recupere perdas e verbas para universidades. Fotos: Elisângela Leite

Ato Unificado da Educação RJ.
Rio, 27/06/24
Foto Elisângela Leite
Ato Unificado da Educação RJ.
Rio, 27/06/24
Foto Elisângela Leite

A data faz referência a um evento ocorrido no final da década de 1960, em Nova York, quando um grupo de pessoas queer enfrentou a repressão e a violência policial por seus direitos

HOJE, GRANDE ATO DO ORGULHO NA CINELÂNDIA, 17H

Dia Internacional do Orgulho acontece todo 28 de junho e é comemorado todos os anos após os chamados Distúrbios de Stonewall (ou Revolta de Stonewall), nos Estados Unidos, uma revolta considerada um marco para a comunidade LGBTQ+ no mundo todo.

O que foi a Revolta de Stonewall?

A Revolta de Stonewall é o nome dado aos protestos que começaram em 28 de junho de 1969, quando um grupo de policiais invadiu o bar Stonewall Inn, no bairro de Greenwich Village, em Nova York, como explica o artigo “Nosso Stonewall”, publicado na revista “A 50 anos de Stonewall, a revolta continua”.

Segundo o documento, o enfrentamento foi causado por uma batida policial na qual os agentes da polícia prenderam pessoas transgênerasdrag queens e drag kings presentes no local acusados de travestismo, que naquela época era ilegal em Nova York.

Isso despertou a raiva e a rebeldia das pessoas presentes, que reagiram à invasão. A hostilidade entre os envolvidos aumentou até chegar à agressão física e ao levante da comunidade queer. O distúrbio não durou apenas uma noite, mas se estendeu pelos próximos quatro dias, conforme relata o artigo.

“Esse evento é considerado o início do movimento de liberação gay e um marco histórico para os movimentos de dissidência sexual”, afirma o documento.

Por que a revolta de Stonewall marcou um antes e um depois na luta por direitos dos LGBTQ+?

Embora tenham acontecido conflitos anteriores, esse evento entrou para a história por suas características particulares, afirma Facundo Saxe, autor de “Nosso Stonewall”, e pesquisador do Centro Interdisciplinar de Pesquisas de Gênero da Faculdade de Humanidades da Universidade Nacional de La Plata (Unlp) e cientista do Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas da Argentina (Conicet), em entrevista à National Geographic.

 

O especialista afirma que o que aconteceu em Nova York foi simultâneo a outros distúrbios e revoluções contraculturais no resto do mundo (como o Maio de 1968 na França, por exemplo), e movimentaram a década de 1960 em  diversos países.

Em relação à noite de 28 de junho, o pesquisador do Conicet diz que a rebelião “despertou um fim de semana de conflitos contra a autoridade policial, quando as pessoas tomaram as ruas. Essa ocupação do espaço público abriu uma década de marchas e mobilizações que seriam diferentes do que havia ocorrido anteriormente. Foi como se tivesse acendido a chama de uma geração que queria viver de outra forma“.

 

O papel de Stonewall foi o de “primeiro tijolo”, que deu início a “um processo de luta cultural contra a repressão e a violência“, afirma Víctor Madrigal-Borloz, especialista independente sobre a proteção contra a violência e a discriminação por motivos de orientação sexual e identidade de gênero designado pelo Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas.

 

A partir desses enfrentamentos, “o conceito de orgulho começou a ressoar com força, porque aquilo que você foi ensinado a esconder, reprimir, disciplinar, a não mostrar, apareceu publicamente”, conclui Saxe.

Por que as marchas do orgulho são realizadas em diferentes datas na América Latina?

 

Além do Dia Internacional do Orgulho, existem outras datas relevantes para a comunidade LGBTQ+. Por exemplo, no dia 17 de maio se comemora o Dia Internacional Contra a Homofobia, a Transfobia e a Bifobia em memória à data de 1990 quando a homossexualidade deixou de ser considerada como um transtorno mental pela Assembleia Mundial da Saúde da ONU.

 

Fora as datas mundiais, em alguns países da América Latina, por exemplo, as mobilizações acontecem em momentos diferentes do ano para celebrar o orgulho. Por exemplo, no Brasil, a comunidade marcha durante o mês de junho, enquanto que na vizinha Argentina, essa reunião acontece em novembro. Isso se deve ao fato de que em 1º de novembro de 1967 foi fundado no país o coletivo “Nuestro Mundo”, um dos primeiros da América Latina na luta pelos direitos homossexuais.

 

Para Madrigal-Borloz, independentemente do momento escolhido no ano, esses dias permitem refletir sobre o estado atual pelo qual passa essa parcela da população. “Há outras datas, mas acredito que o importante é lembrar que elas nos permitem fazer uma pausa no caminho para refletir e homenagear aqueles que, como resultado dessa violência e discriminação, não estão mais conosco”, diz o especialista independente.

“Eles não estão porque foram mortos ou viveram vidas de dor e marginalização devido a condições essencialmente humanas, como orientação sexual e diversidade de gênero”, completa.

POR REDAÇÃO NATIONAL GEOGRAPHIC BRASIL

Quinta-feira, 27/6:

. 9h, participação no Conselho Universitário (Consuni), no Parque Tecnológico. Pauta: discussão dos bens imobiliários da UFRJ e apresentação de proposta política de capacitação.

. 14h, reunião do GT Mulher do Sintufrj (hibrida), no Espaço Cultural da entidade. Pauta: avaliação da participação das mulheres na greve.

. 16h, protesto unificado dos trabalhadores da Educação estadual e federal. IFCS.

Segunda-feira, 1º de julho:

. 10h, assembleia simultânea no auditório do Centro de Tecnologia (CT), com transmissão para os servidores nos campi da Praia Vermelha e Macaé.

14h, audiência pública sobre o orçamento da UFRJ, com a participação da Reitoria, Sintufrj, Adufrj, APG e DCE Mário Prata. No auditório do CT.

 

 

Foto: Renan Silva

Ao abrir a assembleia desta quarta-feira, 26, o coordenador-geral do Sintufrj, Esteban Crescente, fez uma retrospectiva da última  negociação com o governo. Ele lembrou que, por decisão da assembleia geral da semana passada (dia 19), a categoria aprovou a proposta para que a Fasubra reivindicasse ao governo nova mesa de negociação para ajustes da proposta apresentada em 11 de junho. Como, por exemplo, o Reconhecimento de Saberes e Competências (RSC) e ampliação de ganhos econômicos.

Em nível nacional, 45 entidades aprovaram a reivindicação de nova mesa de negociação e 29, não; 15 bases rejeitaram a proposta, 29 aceitaram o que foi acordado no dia 11 e 30 bases aceitaram o que já tinha na mesa até então, mas também que se tentasse ganhar mais em mais uma negociação.

Reflexos da proposta na tabela

Confira na página do Sintufrj no Youtube a explicação do CLG (começa pouco depois de 20 minutos de iniciada a assembleia do dia 19) ou pela edição do Jornal do Sintufrj disponível no site da entidade. O link do vídeo é https://www.youtube.com/watch?v=iqFyIJH7MZg.

No que diz respeito a itens econômicos, ativos e aposentados na proposta atual, entre janeiro do ano que vem até abril de 2026, terão ganhos entre 14,8% e 65%. Vai depender de onde se está na carreira, qual o cargo, tempo de casa, formação, entre outros elementos. E se há incentivo à qualificação. A partir desses três fatores, pode-se dizer quanto você vai ganhar em janeiro e em 2026.

Pauta interna

entregue à Reitoria

A assembleia também deliberou pela pauta interna a ser negociada com a Reitoria, apresentada pelo CLG. A próxima reunião com o reitor Roberto Medronho está marcada para o dia 2 de julho. Reivindicações:

1- Regulamentação da aplicação da insalubridade em ambientes de arquivos, bibliotecas, museus e centros de documentação e de memória, a partir da aprovação da Lei 14.846/2024;

2- Garantia do direito à insalubridade em geral, atendendo aos novos concursados, inclusive.

3 -Garantia de regras distintas para a movimentação de servidores das unidades hospitalares sob gestão da Ebserh. Além disso, o jurídico do Sintufrj formulará parecer que respalde a decisão desses trabalhadores. A Reitoria deve se empenhar pela realização de concurso público pelo RJU para os hospitais gerenciados pela Ebserh, como também deve priorizar que as vagas nessas unidades sejam preenchidas por concursados a espera de serem contratados.

4 – Debater e encaminhar solução para os prédios com problema infraestrutural, como a Escola de Educação Física e Desporto e Dança, IFCS, Reitoria (onde funciona a Escola de Belas Artes, Faculdade de Arquitetura e outros órgãos importantes da universidade), instalações no campus Duque de Caxias, Escola de Educação Infantil, que há dois anos não abre vagas por falta de espaço definitivo para seu funcionamento, unidades do CCS, entre outras construções acadêmicas e administrativas. Isso inclui também o Ippur, GPDes, Biblioteconomia e demais cursos oriundos do Reuni. Qual o critério que a Reitoria pretende adotar para dar continuidade a obras de determinadas construções inacabadas?

6- Institucionalização de uma política para o enfrentamento ao assédio moral, racismo, LGBTfobia, machismo, Xenofobia, etarismo e capacitismo;

7-Construção de uma Câmara de Saúde para tratar integralmente os trabalhadores e realizar os exames periódicos.

8 – Relatório ou informe das atividades mais recentes da comissão de exames periódicos pela PR4;

9 – Realização de uma assembleia comunitária para discutir com toda a comunidade universitária a situação estrutural e financeira da UFRJ.

10- Implantação da jornada de 30 horas semanais.

9 – Esclarecimentos sobre dados quantitativos dos cortes ou alterações de trabalhadores terceirizados nos contratos de portaria, vigilância e limpeza;

10 – Discussão sobre a paridade nos órgãos colegiados, bem como a possibilidade de voto das servidoras e servidores aposentados;

11- Eleição direta para Reitor;

12 – Política de incentivo a ocupação de vagas na graduação e programas de pós-graduação da UFRI por parte das trabalhadoras e trabalhadores técnicos-administrativos em Educação como política de Incentivo a Qualificação;

13- Garantia de regularização previdenciária dos NES e ex-NES;

14 – Garantia da absorção dos trabalhadores extraquadro no funcionamento dos

hospitais universitários, frente aos novos planos na gestão administrativa;

15-Direito de coordenação e/ou atuação como professor colaborador nos programas de pós;

16- Acompanhamento da execução do processo do Canecão.

17 – PGD: prazos recomecem a partir do fim da greve.

Capacitação – O representante do CLG Fernando Pimentel explicou que a PR-4 apresentou proposta, no Conselho Universitário, de institucionalização de política de desenvolvimento, capacitação e formação continuada, uma demanda da categoria. Mas esta política não foi debatida com as categorias. Por isso, ele pediu mais tempo para debate e pediu vistas. No dia 23, o CLG realizou um debate produtivo, entendendo que a resolução, da maneira que está escrita, tem problemas que precisam ser sanados.

“A gente acumulou várias propostas. O que a gente então defendeu nessa construção na sexta-feira, e conversou no CNG, é que a gente tem interesse que a resolução seja aprovada. E aprovou que seria enviado ofício à Reitoria solicitando que fosse suspensa a discussão (o próximo Consuni é quinta-feira, 27) no prazo de um mês, para rodadas de debate entre as categorias, se os docentes tiverem interesse, e a Reitoria”, disse Fernando, explicando que, caso não seja possível, está preparando parecer nesse sentido, solicitando tempo para debater.

Outras propostas foram sugeridas pelos presentes para inclusão na pauta interna, como a questão estrutural do prédio da Reitoria (Edifício JMM), a realização de audiência pública para tratar dos problemas estruturais, a reivindicação de que os trabalhadores que realizaram greve não sofram nenhum tipo de retaliação, entre outros.