Até esta terça-feira, 16, o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) registrava 32 pacientes da covid-19 internados no Centro de Terapia Intensiva (CTI) e 20 nas enfermarias. Como não tem emergência, os pacientes são encaminhados para o HUCFF pelas Secretarias de Saúde do Estado e do município do Rio de Janeiro, a exceção daqueles que têm prontuário ativo na unidade.
Esses números foram informados pela assessoria de imprensa do hospital, mas diariamente é possível acompanhar os casos de covid-19 no Hospital Universitário pelo site da unidade, de responsabilidade do Serviço de Epidemiologia e Avaliação (Seav). O diretor da Divisão Médica, Alberto Chebabo, também fez um breve balanço da situação no momento.
No início da chegada da pandemia do novo coronavírus ao Brasil, o HUCFF readequou 98 leitos de enfermarias, dos 280 leitos ativos que dispõe, para atender aos pacientes da covid-19 (no 5º, 9º e 10º andares) e 60 leitos de CTI (48 no 8º andar e 12 na Emergência). Para alas não-covid, há sete leitos de CTI e 115 de enfermarias.
Segundo o diretor, a maior demanda agora é de pacientes não-covid, por isso a tendência é a destinação de leitos para esse atendimento. Ele adianta que, a partir desta quarta-feira, 17, a Emergência, antes separada em setor covid e não-covid, deverá ser de novo unificada. Nas enfermarias e no CTI, esses setores continuarão separados.
Números da epidemia
De acordo com os dados atualizados até a manhã do dia 16 de junho, desde o início de março foram 660 casos notificados ou suspeitos (53,6% mulheres e 46,4% homens), e destes, 302 foram atendidos e liberados.
Os gráficos indicam que a quantidade de casos notificados foi maior entre o fim de abril e durante o mês de maio. No dia 24 de abril, por exemplo, foram registrados 26 casos (o maior número em um dia). No dia 15 de junho, foram registrados três.
Foram hospitalizados 366 casos notificados (dentro os quais, 22 confirmados, 62 suspeitos e 82 descartados). Atualmente há, entre os hospitalizados, 53 casos notificados (21 confirmados, 15 suspeitos e 17 descartados).
O gráfico também mostra os principais desfechos depois da hospitalização: houve 211 altas (141 de casos confirmados, 26 suspeitos e 44 descartados) e 102 óbitos (60 confirmados, cinco suspeitos e 37 descartados).
Painel
O Serviço de Epidemiologia e Avaliação (Seav) desenvolveu um painel dos casos atendidos por Covid-19 que é atualizado a cada três horas e que permite verificar até ocorrências por gênero, faixa etária e local de residência dos pacientes. Acesse aqui e confira.
Risco de aumento de contágio
O diretor Alberto Chebabo chama a atenção para o que ocorreu nos finais de abril e maio, quando aumentou o número de casos da Covid-19 e manteve-se num platô mais ou menos entre as duas semanas de maio. Somente a partir da segunda quinzena de maio que começou a cair. Em junho, disse, houve uma redução importante da doença, não apenas no HUCFF, mas em toda a região metropolitana.
O infectologista pondera, no entanto, que a flexibilização do isolamento não deveria se dar da forma desorganizada como vem ocorrendo. “Parece que acabou (a pandemia). Não acabou. Tem casos da doença acontecendo. Há transmissão. O certo seria abrir aos poucos. O que está acontecendo é uma retomada quase que total. O trânsito na cidade está normal. Isso traz risco de aumento de contágio porque ainda há transmissão) e de voltar o aumento de casos”, alertou.