Até o fim desta semana, o Sintufrj conclui o levantamento das condições de trabalho dos servidores nas unidades hospitalares, que será entregue à Reitoria. O objetivo da entidade é garantir o pagamento do adicional de insalubridade em grau máximo para todos os profissionais das unidades de saúde da UFRJ que estão na linha de frente do combate à pandemia do novo coronavírus.

O trabalho pericial para consubstanciar o pleito – visita às unidades hospitalares para constatar a exposição dos trabalhadores à contaminação do vírus – está sendo feito pelo assessor para segurança do trabalho do Sintufrj, engenheiro Rafael Borher. O levantamento também será entregue aos diretores dos hospitais, para ajudá-los na listagem dos trabalhadores sob risco de contaminação.

Rafael já periciou as condições de trabalho no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) e no Instituto de Ginecologia. Nesta quarta-feira, 3, será a vez do Hesfa e da Maternidade Escola.

Objetivo é

ampliar o benefício

“A Reitoria limitou a concessão do adicional de insalubridade nas unidades hospitalares às funções de médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e fisioterapeutas. Nas visitas aos hospitais colhemos informações para mostrar à Reitoria que outros profissionais também estão expostos ao vírus, como maqueiros, psicólogos, assistentes sociais, nutricionistas e até mesmo os técnico-administrativos que atuam na recepção”, explica Rafael.

“O objetivo do Sintufrj é, com base nesse levantamento técnico, garantir a ampliação do benefício, que se justifica pela exposição rotineira dos trabalhadores sob risco de contágio ao atender a população e na realização cotidiana de tarefas e ações para o combate à pandemia, na universidade.

Desde o início da pandemia no país, o Sintufrj pleiteia, administrativamente,  que a Reitoria garanta o adicional de insalubridade em grau máximo para todos os servidores que estão atuando no combate à Covid-19. Por duas vezes, a entidade formalizou o pedido através de requerimento administrativo à Pró-Reitoria de Pessoal (PR-4).

No dia 27 de maio a direção do Sintufrj se reuniu com a Reitoria para discutir sobre o tema. O diálogo foi importante, porque resultou em vitória parcial do pleito – o reconhecimento do direito ao adicional para médicos, fisioterapeutas e profissionais de enfermagem da linha de frente hospitalar – em algo maior: o direito à insalubridade para todos os envolvidos no trabalho de combate à pandemia.

A garantia do pagamento retroativo do adicional foi anunciada na reunião, assim como o entendimento de concessão aos servidores em desvio de função. Mas para avançar mais, o Sintufrj quer desburocratizar os processos de solicitação e concessão da insalubridade para garantir que todos aqueles que enfrentam riscos ao exercer seu ofício sejam contemplados.

Por isso, o Sindicato está realizando as visitas para auxiliar os diretores de unidades para o fortalecimento desse entendimento ampliado e tecnicamente defensável, como também está agindo para construir ações necessárias para o pleno atendimento dos direitos dos trabalhadores.

Urgência

O objetivo final do Sintufrj é a extensão do adicional para todos os servidores da UFRJ que estão realizando trabalho presencial durante a pandemia. Sem os trabalhadores que dão suporte na retaguarda de todo o trabalho que é realizado, não há como a UFRJ fazer funcionar a assistência aos pacientes nesta complexa luta durante a pandemia.

Os trabalhadores da UFRJ que estão nessa luta estão colocando suas vidas em risco. Todos podem se contaminar. Muitos de nossos companheiros já foram vítimas deste vírus. Ele não escolhe fronteiras. Por isso, a direção do Sintufrj insiste e está lutando para que todos, todos os servidores em trabalho presencial tenham direito ao adicional.

A direção do Sintufrj está buscando então o atendimento integral da reivindicação com a extensão da insalubridade aos demais trabalhadores envolvidos nas diversas atividades relacionadas em várias unidades da UFRJ para enfrentar a Covid-19.

INSTITUTO de Ginecologia foi uma das unidades visitadas pelo engenheiro do trabalho do Suntufrj

 

 

 

O programa Linha Direta do Sintufrj desta segunda-feira, 1º de junho, debateu o trabalho remoto na UFRJ durante a pandemia. Os convidados foram dois representantes dos técnicos-administrativos no Conselho Universitário, Joana de Angelis e Roberto Gambine; a coordenadora-geral do Sintufrj, Neuza Luzia; e a técnica-administrativa Ana Maria Ribeiro.

A transmissão foi pela página do Sintufrj no Facebook e pelo canal do Sindicato no Youtube, redes nas quais o programa está disponível.

O centro da proposta considera a falta justificada como referência na organização do trabalho remoto, argumento com lastro em prerrogativas legais.

A sessão do Conselho Universitário em sessão remota extraordinária tem início previsto para as 9h30.

Acompanhe pelas redes do Facebook e YouTube.

 

CONFIRA NA ÍNTEGRA O PROGRAMA DESTA SEGUNDA, 1:

 

“Eles têm compulsão e gozo pelo jorro do nosso sangue. Eles não nos deixam respirar, quebram nosso pescoço e se regozijam com nossa dor. Eles atiram em nossos meninos rendidos dentro de casa, pelas costas.

Eles fazem publicidade do genocídio como mecanismo de controle, de domesticação dos corpos negros-alvo.

Eles nos matam por prazer e sadismo, investidos da condição de heróis, exterminadores do inimigo gestado nos porões de seu imaginário branco, podre e encurralado.

Nós emudecemos. O abate tem mesmo essa função, é diuturno, imparável, incansável, é disparado de todas as direções em nossa direção.

Nós portamos um alfanje para incisões precisas e profundas, uma cabaça com ervas para cuidar da úlcera, punhados de pólvora e sabedoria para fazer fogo, para explodir em fogo esse mundo que nos aniquila.

Nós somos búfalos, uma manada de búfalos. Nós temos a força que faz o leão chorar, e o esmaga, feito barata”.

Esses versos-desabafos são de Cidinha da Silva, autora de # Parem de nos matar! e abrem a série de reportagens e opiniões do site Geledés sobre João Pedro Mattos Pinto, 14, assassinado por agentes das polícias Federal e Civil, dentro de sua casa, na favela do Salgueiro, em São Gonçalo, no dia 18 de maio, e de outro negro por um policial branco, George Floyd, 46 anos, em 25 de maio, em Minneapolis, nos Estados Unidos.

Reação

Em pelo menos 30 estados americanos – com direito a repercussão em outras capitais estrangeiras, como Berlim – a comoção explodiu em sucessivas manifestações, com centenas de prisões e duas mortes até agora, no fim de semana. O presidente americano, Donald Trump, utilizou as mídias sociais com retóricas racistas.

A cena do segurança George Floyd, 46, sendo asfixiado pelo policial Derek Chauvin, chocou a todos. “Mais grave ainda perceber que a história se repete e a vítima continua sendo negra. Não só na megapotência norte-americana, como também no Brasil. A cada 23 minutos, morre um jovem negro no nosso país, segundo levantamento feito pela Anistia Internacional na campanha Jovem Negro Vivo”, registra a diretora executiva da Anistia Internacional Brasil, Jurema Werneck – feminista negra, médica, autora e doutora em Comunicação e Cultura pela UFRJ.

“A reação das autoridades também se repete, tanto lá, quanto aqui. Quando as forças de segurança ao invés de proteger os cidadãos, são responsáveis por suas mortes, os governantes se esquivam de suas responsabilidades. No Brasil, a morte de João Pedro, 14, numa operação policial conjunta entre as polícias Federal e Civil causou indignação. E teve mais uma vez o Estado como responsável por encurtar a vida de negros. Por causar dor e sofrimento à família e a toda a comunidade.”

“O que mais falta para que assumam e implementem políticas de segurança pública que respeitem os direitos humanos e que sejam fundamentalmente antirracistas? O uso excessivo da força por agentes do Estado, inclusive o uso desnecessário da força letal, agride os direitos humanos de todas as pessoas, inclusive dos próprios policiais, desrespeita leis e protocolos, e precisa ser controlado com seriedade por todas as autoridades responsáveis pela segurança pública”, indaga, Jurema em seu artigo publicado no site Geledés.

“Não há nada de natural nas incursões das polícias em favelas e periferias brasileiras, sem mandado judicial, sem justificativa plausível de segurança pública e sem resultados efetivos além de mortes evitáveis. O Estado é responsável por essas mortes”, observa. Jurema chama a atenção, também, para o fato de que “muitas vítimas são alvejadas nas costas, à curta distância e nos membros superiores, indicando que estavam fugindo ou rendidas no momento em que foram mortas. Não é raro que, durante essas operações, pessoas que não trabalham no tráfico de drogas também sejam mortas e provas sejam forjadas contra elas. O que vemos, nos dias de hoje, cinco anos depois, é que nada, ou muito pouco mudou”.

“As vidas de George, de João Pedro e de tantos outros negros e negras assassinados pelo Estado, importam e merecem justiça. Enquanto as práticas racistas não forem transformadas em políticas públicas de inclusão e não forem punidas com rigor, as autoridades continuarão a ter suas mãos manchadas de sangue”, conclui Jurema.

 

 

 

 

 

Cresce adesão ao #Somos70porcento, e fim de semana tem ainda dois manifestos, de artistas e de juristas, além de ato de torcidas antifascistas na Avenida Paulista

Escrito por: Redação RBA

O economista Eduardo Moreira comemorou neste sábado (30) a adesão popular à campanha #Somos70porcento, lançada por ele. “A hashtag #Somos70porcento imediatamente após o lançamento subiu para o primeiro lugar no Brasil. Fomos terceiro no mundo num dia onde muitas coisas estão acontecendo”, afirmou. Além da adoção imediata nas redes por pessoas conhecidas do campo democrático , a campanha rompeu a bolha e foi replicado por celebridades como Xuxa Meneghel.

A apresentadora levantou a hashtag #Somos70porcento em seu perfil no instagram ao lado de um vídeo antigo, de 1998, quando estava grávida de sua filha Sasha. A barriga à mostra exibe uma bandeira do Brasil e a apresentadora, com figurino e cenário com as cores da bandeira, canta “Estamos chegando”. A postagem tem amplo apoio de seguidores.

A ideia de Eduardo Moreira transforma em marca uma probabilidade estatística. É baseada nas pesquisas que apontam um contingente de pessoas que ainda aprovam o governo Bolsonaro na casa dos 30%. Moreira observa que as pesquisas mostram a rejeição ao governo Bolsonaro subindo muito. E indicam também o apoio ao isolamento social se mantendo em patamares altos.

“Estamos chegando”

A sacada de Moreira, como o “estamos chegando” de Xuxa, faz alusão ao fato de que o crescimento da reprovação a Bolsonaro é uma tendência. E que o #Somos70porcento pode chegar a 80% em breve.

Segundo o Datafolha, além de chegar a uma rejeição recorde (ruim péssimo) de 43%, Bolsonaro já vê crescer em pouco mais de um mês e meio os que defendem sua renúncia ou o impeachment. Do início de abril para cá, caiu de 59% para 50% os que acham que ele não deve renunciar, enquanto subiu de 37% para 48% os que acham que devem.

A rejeição ao modo como o governo Bolsonaro conduz a crise do novo coronavírus alcança 50%, enquanto a aprovação está em 27%. A frase dita na reunião ministerial de 22 de abril pelo presidente, sobre distribuição de armas para a “população”, é reprovada por 72%.

“A ficha caiu. Fiquei impressionado que as pessoas estavam desanimadas, olhando para o outro lado e falando ‘poxa, mas é impressionante eles ainda têm 30%’. Foi então que eu percebi que os 30% estavam agindo cheios de firmeza e agressividade, como se fossem 70%. E nós que somos os 70%. Nós, que queremos um país democrático, somos a maioria”, observa, neste vídeo abaixo, postado pelo coletivo Mídia Ninja.

“Fora Bolsonaro”

O #Somos70porcento se soma a outras ações de oposição a Bolsonaro de forte impacto neste fim de semana. Ainda ontem circulou um “Manifesto Estamos juntos“, assinado por personalidades com posições que vão da esquerda à direita.

Assinam nomes como Luciano Huck, Flávio Dino, Fernando Haddad, Fernando Henrique Cardoso, Fernanda Montenegro, Antonio Fagundes, MARCO Nanini, Paulo Coelho, Fernando Meirelles, Oded Grajew, Luiza Erundina, Maria Alice Setúbal, Cristovam Buarque, Jean Willys, Nelson Jobim, Celso Lafer, Tostão, Casagrande, Vahan Agopyan, Marcos Palmeira, Eliane Brum, João Paulo Capobianco, Frei Betto, Lobão, entre outros.

Já neste domingo (31), alguns dos principais jornais do país publicam manifesto de página inteira. No texto, intitulado “Basta!”, os juristas afirmam que “o Brasil, suas instituições, seu povo não podem continuar a ser agredidos por alguém que, ungido democraticamente ao cargo de presidente da República, exerce o nobre mandato que lhe foi conferido para arruinar com os alicerces de nosso sistema democrático.”

Também neste domingo, uma articulação de torcidas organizadas de futebol pela democracia fará ato de repúdio aos “ativistas” bolsonaristas. Alguns grupos têm ocupado, impunemente e sem serem contestados, faixas da Avenida Paulista para hostilizar as instituições, atacar as medidas de isolamento social contra a covid-19 e pedir intervenção militar.

Coletivos do Corinthians, Palmeiras, Santos, São Paulo – se reuniram durante a semana para organizar um ato antifascista, com concentração a partir do meio-dia, no Masp.

Sessão do Conselho Universitário nesta quinta-feira, 27, avançou na discussão dos pontos da proposta de resolução sobre a organização do trabalho remoto para vigorar durante o período da pandemia na UFRJ. Outra sessão será convocada para consolidar o documento elaborado por um Grupo de Trabalho (GT) formado para tratar do tema.

Até a definição do assunto, o Sintufrj reafirma a orientação para que os servidores não preencham formulários, assinem autodeclaração e recomenda aos chefes de DPs que não se precipitem, enviando informações e códigos que possam colocar em risco os direitos dos trabalhadores. Todos devem aguardar a resolução que vai sair do Conselho Universitário.

Desde que a possibilidade de perda de adicionais ocupacionais de servidores postos em trabalho remoto foi apresentada (determinado por instrução normativa do governo), o Sintufrj se movimentou numa jornada para proteger esses direitos.

O Sindicato constituiu um Grupo de Trabalho (GT) para estudar a questão e apresentar propostas à UFRJ. A movimentação do Sintufrj deu resultados. Entre as quais, a suspensão da portaria 3188 baixada pela reitoria  que foi alvo de severas críticas.

A reitoria resolveu, então, ampliar o debate e constituir um Grupo de Trabalho (GT) com a participação das entidades para apresentar uma proposta de resolução sobre a questão. São as propostas desse GT que estão sendo discutidas no Consuni. As contribuições do Sintufrj têm sido fundamental para a elaboração do documento.

No Consuni, Joana de Angelis, diretora do Sintufrj e integrante da bancada dos técnicos, defendeu o planejamento de forma harmoniosa da reorganização do trabalho remoto, reforçando o compromisso com a sociedade e a compreensão social da importância da universidade pública, mas sem perder de vista os efeitos que pandemia tem causado no trabalho de servidores.

Na Justiça

Decisão da justiça indeferiu pedido de Mandado de Segurança contra a Instrução Normativa 28 baixada pelo governo Bolsonaro. Ela atinge direitos de servidores, técnicos-administrativos e docentes postos em trabalho remoto durante o período da pandemia. Foi uma ação conjunta movida pelas assessorias jurídicas do Sintufrj e Adufrj que entrarão com recurso.

 

IMAGEM DO CT VAZIO traduz a UFRJ em tempos de pandemia. No Consuni, segue a discussão sobre a regulamentação do trabalho remoto no período – indeterminado, para nossa angústia

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, resolveu seguir a risca a fala de seu colega do Meio Ambiente, Ricardo Salles, aproveitar o momento e passar a boiada. O seu projeto de privatização da educação superior, o Future-se, volta à pauta, em meio a crise sanitária, econômica e institucional do país.

Na surdina, o governo Jair Bolsonaro encaminhou, dia 27 de maio, ao Congresso Nacional, Projeto de Lei (PL) para instituir o “Programa Institutos e Universidades Empreendedoras e Inovadoras – Future-se”. O comunicado foi publicado neste dia no Diário Oficial, mas o despacho não dá mais detalhes sobre o texto. A iniciativa ainda cria o dia nacional do estudante empreendedor, que será comemorado no primeiro sábado após o Dia do Trabalhador.

“A participação no Programa Future-se fica condicionada à celebração de ‘contrato de resultado’, firmado entre a universidade e o instituto federal solicitante e a União, por meio do Ministério da Educação (MEC). No ‘contrato de resultado’ serão fixados indicadores de resultados para a universidade ou instituto contratado, como contrapartida pela concessão de benefícios por resultado”, informa o governo federal.

Reação
As reações das entidades estudantis, através das redes sociais, foi imediata:
“Inacreditável”, afirmou o presidente da UNE, Iago Montalvão, que disse ser uma absurda inversão de prioridade o encaminhamento ao Congresso do Future-se em plena pandemia e suspensão de aulas.
“Derrotamos o projeto nos Conselhos Universitários. Agora, derrotaremos no Parlamento”, tuitou a presidente da Associação Nacional de Pós-Graduandos, Flávia Cali.
“Inadmissível”, avaliou a União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES).

Mercadoria

O Future-se foi lançado em agosto de 2019 por Weintraub e à época foi criticado por mais de 40 universidades federais com rejeição imediata dos conselhos universitários de cinco, entre elas a UFRJ, como também foi rechaçado em assembleias estudantis e de técnico-administrativos país afora. Isto porque o programa significa a transformação da educação pública em produto voltado para mercado.
O Future-se então proposto previa a criação de um fundo privado para financiamento das federais e a inserção de Organizações Sociais (OSs) nas gestões das instituições, atuando desde a administração financeira até o ensino.
Privatização
O Future-se lançado em agosto do ano passado acaba com o sentido público das universidades, institutos federais e CEFETs. Altera eixos históricos que sustentam o caráter público e socialmente referenciado das instituições. A produção do conhecimento estaria submetida aos interesses do mercado e não mais voltada à necessidade da sociedade.
O programa propunha garantir a “autonomia financeira” através da captação de recursos junto ao setor privado, através de fundos de investimento, parcerias público-privadas e privatização do patrimônio imobiliário das Instituições Federais de Ensino.
Ataque ao funcionalismo
O texto proposto desmontava também as carreiras do magistério superior, do ensino básico e tecnológico e dos técnico-administrativos. E apontava para a cessão de atuais servidores para as organizações sociais e, ainda, para a contratação via essas organizações e não mais através de concursos públicos vinculado a regime jurídico Único dos Servidores Públicos Federais

Surpresa
O Future-se, que sofreu algumas modificações em relação a proposta inicialmente colocada em agosto de 2019, foi aberto para a consulta pública, entre 3 de janeiro e 24 de janeiro de 2020. Em fevereiro, o MEC apresentou a Andifes – Associação Nacional de Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior – uma nova minuta do anteprojeto de lei do programa Future-se. Agora, um Projeto de Lei para sua institucionalização foi enviado ao Congresso Nacional, sem qualquer diálogo com os atores envolvidos, e onde precisará ser aprovado para entrar em vigor.

 

 

Sob intervenção do MEC, essa seria mais uma arbitrariedade cometida pelo interventor

A mobilização dos estudantes e servidores do Cefet-RJ (Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckouw) impediu que o interventor imposto pelo ministro da Educação Abraham Weintraub, promovesse a exoneração em massa dos diretores da unidade. A escola federal está sob intervenção do MEC desde 15 de agosto de 2019.

No dia 18 de maio, o interventor publicou uma nota no site do Cefet comunicando que “os diretores dos campi não têm mais seus mandatos legalmente válidos, e futuras modificações poderão ser propostas em busca de segurança jurídica e que a instituição precisava recuperar sua identidade”.

Sob pressão, segundo Valena Ramos, da Adcefet-rj SSind, o interventor foi obrigada a recuar de sua decisão de exonerar todos os diretores das unidades descentralizadas, mas manteve a exoneração da diretora da unidade de Nova Iguaçu. Mas a mobilização virtual continua com a realização de lives, reuniões, apitaços e manifestos, que contam com adesões de diversas entidades sindicais e estudantis, para reverter a situação no Cefet-RJ.

Mobilização
Em tempos de pandemia, a comunidade do Cefet utilizou as redes sociais para denunciar a arbitrariedade à população, conquistar adesões e impedir que o fato se consumasse. O tuitaço realizado no dia 25 de maio alcançou os trend topics (assuntos do momento).

Uma nota de repúdio assinada por diversas entidades sindicais de técnicos-administrativos e docentes, entre as quais o Sintufrj, do movimento social e estudantis, foi divulgando denunciando a atitude irresponsável e autoritária do interventor. “O ato de exonerar os diretores de unidade é uma escalada do autoritarismo e representa o total descompromisso com a transparência (…) Reiteramos que o atual interventor não tem legitimidade política para tomar mais essa atitude”, diz o texto.

Em carta aberta, diretores e gerentes dos campi denunciaram os desmandos, considerando a nova nomeação mais um golpe à democracia e com processos de exoneração feitos sem qualquer diálogo e com designação de servidores externos não capacitados para funções de direção.

Retorno à normalidade – Com o arquivamento da sindicância pelo MEC, a comunidade do Cefet-RJ reivindica o retorno do diretor eleito. Os dirigentes sindicais aguardam o prazo legal de resposta do ofício protocolado no dia 4 de maio pela Adcefet-RJ no MEC e na direção-geral da escola, solicitando resposta sobre o resultado da sindicância.

A intervenção
Em 15 de agosto de 2019, Cefet-RJ, o ministro Abraham Weintraub nomeou o seu assessor Maurício Aires Vieira, nome que sequer passou pelo crivo de uma eleição, para o cargo de diretor-geral.

No dia 15 de agosto de 2019, a comunidade do Cefet-RJ foi pega de surpresa pelo desrespeito do governo ao processo eleitoral, que definiu como diretor o professor Maurício Motta, nomeando para o cargo o seu assessor Maurício Aires Vieira, que sequer havia participado da eleição.

Toda a comunidade da escola se manifestou contra a intervenção e o MEC dizia que o processo eleitoral estava sob análise administrativa, uma sindicância e até que fosse concluída, o pro tempore ocuparia o cargo de diretor-geral da escola. As mobilizações foram aumentando e Aires foi substituído por Marcelo Nogueira, que é ligado à chapa perdedora.

 

 

Bolsonaro veta reajuste de servidores e garante socorro a estados

O Diário Oficial da União desta quinta-feira (28/05) traz a publicação, que congela os salários até o fim do ano que vem

Matéria retirada do site Metrópoles.

 

O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), sancionou, com vetos, o projeto que prevê ajuda financeira de R$ 60 bilhões a estados e municípios. O Diário Oficial da União desta quinta-feira (28/05) traz a publicação, que congela os salários do funcionalismo público.

Entre os vetos, está o trecho que abria exceção para reajuste dos servidores. Com isso, Bolsonaro acatou a sugestão da equipe econômica do governo e barrou aumento para o funcionalismo até o fim de 2021.

O presidente também vetou a parte que permitia a estados e municípios suspender o pagamento das dívidas com bancos e organismos internacionais.

No começo de maio, o Congresso Nacional aprovou a proposta de ajuda financeira a estados e municípios. Os recursos são para o enfrentamento dos efeitos causados pela perda de arrecadação durante a pandemia do coronavírus e visa reforçar ações de assistência social.

O texto enviado pelo Poder Legislativo prevê que a União transfira diretamente R$ 60 bilhões a estados e municípios. O valor pode ser dividido em quatro parcelas mensais.

Assim, R$ 50 bilhões serão destinados para compensar a queda de arrecadação e R$ 10 bilhões para as áreas de saúde e assistência social.

O projeto também suspende dívidas de estados e municípios com a União, o que inclui débitos previdenciários que tinham sido parcelados e venceriam neste ano.

O prazo para a sanção da proposta era quarta-feira (27/05). O Congresso agora pode manter ou derrubar os vetos.

Antes da sanção ao projeto que socorre estados e municípios, Bolsonaro assinou a Medida Provisória que reajusta os vencimentos dos policiais civis, militares e bombeiros do Distrito Federal. A correção virá no salário pago em 7 de julho.

 

 

 

O professor da Coppe/UFRJ, Guilherme Travassos, disse na live Linha Direta do Sintufrj que o lockdown – bloqueio e ou interrupção da movimentação e dos deslocamentos na cidade aliado a proibição de aglomerações – é uma das poucas ações de combate ao coronavírus consideradas eficientes para atrasar a velocidade de propagação da doença.

Travassos é um dos coordenadores da pesquisa desenvolvida na Coppe que recomendou o lockdown no Estado do Rio de Janeiro. O estudo faz parte das pesquisas que vem sendo desenvolvidas pelo Grupo de Trabalho (GT) da Covid-19 da UFRJ.

“O nosso estudo vem reforçar então o posicionamento que foi estabelecido e divulgado pelo próprio GT, e reforçado também por diversos comitês científicos e entidades, sobre a necessidade de termos uma intensidade maior na questão da redução da mobilidade urbana na cidade e no estado do Rio como um todo”, destacou Travassos.

Covidímetro
O estudo desenvolveu um modelo que facilita a leitura dos dados e sua interpretação pelas pessoas. “Nós buscamos oferecer o resultado destes cálculos e desses modelos através de uma representação lúdica via um marcador de velocidade que nós carinhosamente chamamos de covidímetro”, diz Travassos. “O que é uma grande vantagem desse nosso modelo, pois ele é aplicado para se fazer a estimativa do futuro”, observa o professor.

Estudo
O modelo do estudo desenvolvido pelo GT da UFRJ está no ar e pode ser acessado através do portal https://dadoscovid19.cos.ufrj.br na página www.coronavirus.ufrj.br .

Confira o programa Linha Direta do Sintufrj “Covid-19 – UFRJ recomenda bloqueio total”:

 

Os 120 anos da Fundação Oswaldo Cruz – completados na segunda-feira, 25 de maio – encontrou a instituição completamente mobilizada para o combate ao coronavírus. São 12 mil profissionais envolvidos direta ou indiretamente nas ações para neutralizar os efeitos da pandemia, desde a realização de pesquisas até a produção de testes.

Para o novo Centro Hospitalar, construído na sede da Fundação, em Manguinhos, zona norte do Rio de Janeiro, estão sendo feitas novas contratações. A expectativa é que, em seu pleno funcionamento, até 1200 profissionais atuarão no hospital.

A Fiocruz está em todo o território brasileiro, por meio do suporte ao SUS, na formulação de estratégias de saúde pública, nas atividades de seus pesquisadores, nas expedições científicas e no alcance de seus serviços e produtos.

Pesquisa

A Fiocruz tem atuado em diversas frentes em relação ao enfrentamento da epidemia. Dentre as principais pesquisas estão o Observatório Covid-19, que visa integrar as diferentes áreas de pesquisas da Fiocruz e, entre elas, reúne painéis para monitoramento epidemiológico sobre a evolução da doença no Brasil.

Há também e estudos que demonstram a vulnerabilidade de certos grupos (indígenas, moradores de favela) e regiões (regiões rurais do norte e nordeste), levando em conta fatores socioeconômicos e também o acesso a serviços de saúde, como estrutura hospitalar e disponibilidade de leitos.

Em relação à busca de terapêuticas para a covid-19, a mais importante é o estudo clínico Solidarity. Coordenado no Brasil pela Fiocruz por meio do Centro Hospitalar, o ensaio clínico faz parte da estratégia global da OMS e Ministério da Saúde para o levantamento de dados robustos e representativos sobre a eficiência e eficácia de possíveis tratamentos para o Covid-19. É um ensaio clínico randomizado e adaptativo, permitindo que, ao longo do curso do estudo e, com o surgimento de novas evidências científicas, haja alteração das propostas terapêuticas, com inclusão ou exclusão de medicamentos.

Para a entrada neste protocolo é necessário que o paciente esteja internado, ou seja, todos os pacientes do centro hospitalar serão candidatos naturais para ingresso nesse ensaio clínico. Além do Solidarity, a assistência dos pacientes no Centro Hospitalar permitirá outros protocolos de estudos, não necessariamente de intervenção. Há prospecção de pesquisas de observação que envolve a coleta sistemática de dados de saúde do trabalhador e do ambiente hospitalar.

Números

A Fiocruz conta com 50 laboratórios de referência e departamentos articulados em redes internacionais para a solução de problemas de saúde pública.

É a maior produtora mundial de vacina contra a febre amarela, mantém parcerias com instituições de pesquisa de 50 países e coordena a maior rede mundial de bancos de leite humano, que reúne também outros países. A instituição é ainda a maior não-universitária de capacitação e formação de recursos humanos para o SUS.

Em 2019, a instituição produziu 129 milhões de doses de vacinas e 116 milhões de unidades farmacêuticas, 9 milhões de frascos e seringas bi fármacos e 6 milhões de reativos para diagnóstico. Fez também 5 mil análises de qualidade de produtos de saúde, 82 mil pacientes tratados, 312 mil testes de referência laboratoriais.

CENTRO HOSPITALAR construído para atender pacientes de Covid-19 no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da Fiocruz