A escadaria do Centro de Ciências da Saúde (CCS) foi palco do debate “O Negro na Universidade”, na roda de conversa promovida pelo Sintufrj, na manhã de terça-feira, 19. A atividade fez parte do calendário de eventos pelo Dia da Consciência Negra, data celebrada a 20 de novembro.

A política de cotas raciais, a permanência do negro na universidade e os mecanismos de aferição da autodeclaração estiveram no centro da discussão, da qual participaram a secretária de Combate ao Racismo da CUT nacional, Rosana Fernandes, o sociólogo e doutorando do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da UERJ, Wescrey Pereira, e o estudante de História da UFRJ e integrante do Coletivo Enegrecer, Ygor Martins.

Ygor apontou os desafios à permanência do negro no espaço universitário e criticou o processo de desmonte dos avanços sociais obtidos nos governos do Partido dos trabalhadores, e concluiu que “não é por acaso que os jovens negros têm 2,5 vezes mais chances de morrer que jovens brancos, que mulheres negras recebem menos que homens e mulheres brancas.” Segundo o estudante, é preciso defender o sistema de cotas e reivindicar a aferição dos autodeclarados negros e pardos para evitar fraudes, principalmente para o ingresso aos cursos de graduação considerados de elite, de modo a garantir que as vagas sejam de fato reservadas a quem de direito.

Wesley Pereira reconhece que hoje se consegue ver pessoas negras transitando nos campi e o aumento dos coletivos negros nos cursos de graduação, e pela primeira vez na história, os negros como maioria nas universidades públicas, o que é importante comemorar. Mas, esse avanço da presença da população negra estudantil não se reflete de forma homogênea em todas as graduações, frisou. “Há que se pensar em políticas de permanência do jovem negro e é preciso levar as políticas afirmativas também aos concursos docentes”, propôs.

Mercado de trabalho

“Quando a gente pensa na inserção da população negra no sistema educacional e nas universidades públicas, isso se reflete no mercado de trabalho”, pontuou Rosana Fernandes. Segundo a dirigente cutista, os trabalhadores com menos acesso aos cursos de graduação são os que conseguem os piores trabalhos e com mais baixa remuneração. “Estamos falando da maioria dos trabalhadores que são domésticos; tem um recorte racial do trabalho doméstico no país”, disse.

“A gente precisa ter de fato uma política que seja de Estado e não de governo para não acontecer o que está ocorrendo agora com o governo Bolsonaro, que adotou, como um de seus primeiros projetos, tirar recursos da Educação e da Saúde, e desconstruir políticas de permanência e de acesso ao ensino fundamental à universidade, e isso reflete diretamente no mercado de trabalho”, concluiu Rosana.

O debate foi mediado pela coordenadora de Esporte e Lazer e do Departamento de Raça e Gênero do Sintufrj, Noemi Andrade, que foi recém-eleita para a executiva da CUT-RJ. Segundo a dirigente, o Sindicato tem construído ações com o movimento negro que culminaram com a constituição de mecanismos de aferição das autodeclarações no processo de ingresso pelo sistema de cotas na UFRJ, e do qual fazem parte pessoas da entidade.  “Entendo que a política a ser tocada na universidade é a regulamentação da Lei de Cotas. Estamos avançando em relação ao aumento da população negra na universidade, mas essa é uma questão que não pode ser simplesmente uma política sem fiscalização”, ponderou Noemi.

Cultura e resistência

O evento contou com uma oficina de turbante orientada pelo  bailarino afro, modelo e turbanista Alexandre Fercar, morador do Complexo da Maré. Ele ensinou as diversas formas de amarração dos coloridos tecidos em torno da cabeça. Por terem conotação religiosa, uma das funções dos turbantes é proteger o Ori (cabeça em Iorubá) dos maus pensamentos e da negatividade. Mas na visão do artista, o turbante continua como símbolo de resistência mesmo com a apropriação cultural e a popularização entre brancos.

Debate na terça-feira, 26, Quinhentão

“As múltiplas violências no trabalho contemporâneo: racismo, machismo, lgbtfobia e assédio moral” é o tema do debate na terça-feira, 26, às 14h, no auditório do Quinhentão, no Centro de Ciências da Saúde (CCS). Debatedores: Renata Souza, deputada estadual do Psol; Guilherme Almeida e Ludmila Fontenele, da Escola de Serviço Social da UFRJ.

MOMENTO AFRO. o bailarino modelo e turbanista Alexandre Fercar, morador do Complexo da Maré, conduziu oficina de turbante

 

 

 

 

 

 

Depois de três dias de votação, o processo eleitoral para escolha dos representantes titulares e suplentes dos servidores técnico-administrativos em educação da UFRJ nos quatro colegiados superiores terminou com o seguinte resultado: 501 votos para a chapa 1 – Manifeste-se: por um futuro sem o Future-se (23.83%) e 1.601 votos para a chapa 2 – Unidade e Autonomia – TAEs pela UFRJ (76.17%).

A apuração foi realizada na tarde desta segunda-feira, 18 de novembro. Foram às urnas 2.158 eleitores. Votos em branco: 15. Nulos: 41. Como foi uma eleição proporcional haverá uma divisão entre as chapas nas bancadas do Conselho Universitário (Consuni) e do Conselho de Ensino de Graduação (CEG). Nos Conselhos de Ensino para Pós-Graduação (CEPG) e Conselho de Extensão (CEU) a Chapa 1 não terá representação devido a porcentagem dos votos quanto as vagas disponíveis no critério da proporcionalidade.

Confira como ficará a representação nas bancadas:

Vagas no Consuni: Chapa 1 – 1; Chapa 2 – 4

Vagas CEG: Chapa 1 – 1; Chapa 2 – 2

Vagas CEPG: Chapa 1 – 0: Chapa 2 – 1

Vagas CEU: Chapa 1 – 0; Chapa 2 – 2

Eleição tranquila

De acordo com o presidente da Comissão Eleitoral, Paulo Caetano, a eleição foi tranquila, mas ele lamentou os problemas de infraestrutura. “A eleição transcorreu de forma tranquila apesar de dificuldade de termos mesários indicados pelas unidades para atender o universo de votantes”.

O técnico administrativo elogiou o apoio do Sintufrj e fez uma observação sobre o processo eleitoral em relação aos colegiados superiores.

CONTANDO VOTOS. Apuração na tarde desta segunda-feira 18, no prédio da Reitoria.

“Espaço educacional no ambiente de trabalho” foi o tema da comunicação oral apresentada por Valquíria Felix Gonçalves, mestra em Tecnologia para o Desenvolvimento Social, no VII Seminário de Integração dos Servidores Técnico-Administrativos em Educação (Sintae).

A iniciativa da servidora foi a forma que ela encontrou para divulgar entre a comunidade universitária o recém-criado Núcleo de Educação Permanente dos Trabalhadores da Prefeitura Universitária. Em dezembro, os 81 primeiros alunos receberão seus certificados.

Apoio – O projeto é da Assessoria de Recursos Humanos da Prefeitura Universitária, da qual Valquíria faz parte, e a criação do Núcleo visa preparar os servidores da unidade para os desafios para os quais novos saberes são fundamentais. No entanto, faltava um espaço específico para as aulas, problema solucionado na atual gestão do prefeito Marcos Maldonado, que tem dado todo apoio para a consolidação da proposta.

Segundo a técnica-administrativa, a intenção é também tornar o Núcleo um estímulo para os trabalhadores concluírem sua educação formal, e um espaço de reflexão sobre os fazeres e as relações no ambiente de trabalho. “O Núcleo tem que ser um espaço de referência na UFRJ onde os trabalhadores possam estudar, com inspiração na teoria de Paulo Freire de uma educação pautada no diálogo”, acrescentou Valquíria.

Perfil – Trabalham na Prefeitura mais de 370 trabalhadores e, segundo dados da Pró-Reitoria de Pessoal, a maioria homens (80%): 40% na classe D e 48% no nível IV de capacitação. Cerca de metade deles (48%) tem 30 anos ou mais de trabalho na UFRJ, 42% possuem o ensino médio, 31% ainda não concluíram a educação básica, e 74% estão na condição de cargos extintos.

Cursos oferecidos

As atividades no espaço próprio começaram no dia 5 de setembro (fica no prédio anexo à sede da Prefeitura, no Fundão). Os cursos oferecidos são três: A Importância da Leitura e da Escrita; Matemática e A Importância da História da UFRJ para a Educação no Brasil, com duração de um mês e aulas duas vezes por semana com duas horas e meia de duração. Além de uma das idealizadoras da proposta, Valquíria divide com Teresinha Costa a coordenação do Núcleo e também dá aulas. O projeto conta com a colaboração de outros técnicos-administrativos, que atuam como professores voluntários, como Júlio Oliveira e Vera Valente.

Alfabetização e informática

No próximo ano, o Núcleo pretende oferecer curso de alfabetização de adultos e de informática. Também estão nos planos da coordenação a formação de um grupo de estudos em Metodologia da Pesquisa para aqueles que desejam ingressar no mestrado ou no doutorado, atendendo, assim, à diversidade de perfis dos profissionais que atuam na Prefeitura Universitária.

A aclamada romancista, contista, poeta e ativista dos movimentos de valorização da cultura negra e ex-aluna da Faculdade de Letras da UFRJ, Maria da Conceição Evaristo de Brito, foi a homenageada na Semana da Consciência Negra do Centro de Tecnologia (CT), manhã de quarta-feira, 13, no salão nobre da Decania.

Emocionada, Conceição Evaristo agradeceu a homenagem afirmando que é essencial cobrar o lugar de pertencimento dos negros e negras na universidade: “É importante questionar o nosso espaço na literatura e na academia”.

Apresentação de Roda de Jongo, grupos de Afromix, Charme e Samba, feirinha de artes africanas, entre outras atrações, constaram da programação. Os coordenadores do Sintufrj Noemi Andrade e Ruy Azevedo, e a presidenta da Adufrj, Eleonora Ziller, participaram da mesa da solenidade.

Dívida eterna

Segundo Conceição Evaristo, a dívida da sociedade brasileira com a população negra é impagável. “Uma política pública de educação pode reparar, mas a dívida é eterna, porque a defasagem é muito grande. Seria preciso mudar o resultado da história. Contudo, nem por isso a comunidade negra vai deixar de buscar e afirmar a necessidade de uma política reparativa, não só com os afrodescendentes, mas com os indígenas também, os verdadeiros donos da terra”, disse a ativista.

Para Noemi Andrade, a UFRJ é um espaço de transformação, e se  antes os negros só entravam nesse espaço enquanto mão de obra, hoje em dia ocupam a academia, e isso deve ocorrer cada vez mais. “Lugar de negro não é nas prisões, nos manicômios, onde nos colocam. É na universidade pública, produzindo conhecimento.”

A Faculdade de Letras da UFRJ onde Conceição Evaristo cursou sua graduação é apontada como um dos espaços mais enegrecidos da universidade. Na concepção da escritora, “isso é um grande avanço, mas, quando falamos de enegrecer o espaço, não podemos esquecer o currículo. Quais são os autores e autoras que estão sendo estudados e sob qual perspectiva? Por exemplo, sempre estudaram Machado de Assis, mas nunca falaram que ele era negro. Então, não é só a presença física, mas o que é valorizado”.

Com a exibição do vídeo “Retratos do Trabalho na UFRJ” – uma produção do Sintufrj que reúne depoimentos de servidores sobre seu fazer na universidade – teve início nesta segunda-feira, 11, no auditório do Centro Cultural Horácio Macedo (CCMN), o VII Seminário de Integração dos Servidores Técnicos-Administrativos em Educação (VII Sintae).

Até quinta-feira, 14, último dia do seminário, estão previstas apresentação de 162 trabalhos orais e 54 pôsteres de trabalhadores da UFRJ e de outras 18 instituições federais de ensino superior. Esta é a edição do Sintae com maior número de produções inscritas, informou a coordenadora-geral do evento, Karla Simas,

“A universidade tem sido muito atacada e precisamos de seus trabalhadores para defendê-la e buscar mais aliados. Mas também é preciso que a universidade valorize seus trabalhadores. Muitas vezes os técnicos-administrativos não são respeitados pelo seu trabalho cotidiano e ainda não podem tornar pública sua produção acadêmica e intelectual”, afirmou a coordenadora-geral do Sintufrj, Neuza Luzia, que participou da mesa de abertura do VII Sintae.

Saudações

“A universidade é a casa que produz e transfere conhecimento e os técnicos-administrativos são elementos fundamentais dessa engrenagem, porque conhecem as rotinas e são a memória da instituição,” saudou a categoria o reitor em exercício Frederico Leão Rocha na instalação do VII Sintae. Mas lamentou que a estrutura da instituição ainda seja “feudal com barões e desigualdades”.

“O vídeo “Retratos do Trabalho na UFRJ” é importante porque mostra o amor que temos pela UFRJ e que todos, do pintor ao doutor, têm importância para a instituição”, destacou a pró-reitora de Pessoal, Luzia Araújo, acrescentando que a “comunidade conseguirá vencer as tormentas.”

Para a decana do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN), Cácia Turci, “estudantes, técnicos-administrativos, professores e trabalhadores terceirizados são importantíssimos para que essa máquina (a UFRJ) produza os frutos que tem potencial para produzir”. Ela manifestou interesse em tornar permanente a exposição de fotos que acompanha o vídeo “Retratos do Trabalho na UFRJ” permanente no CCMN, “porque é um convite a todos para conhecerem um pouco melhor a nossa UFRJ.”

Vídeo emociona

O vídeo produzido pelo Sintufrj emocionou os presentes no auditório do Centro Cultural Horácio Macedo ao mostrar técnicos-administrativos de diferentes áreas nas suas rotinas de trabalho. “Esses trabalhadores põem em movimento essa complexa máquina de produção de saberes que é a universidade pública, com competência e muito carinho. Parabéns a nós e a vocês que ajudam a construir e fortalecer a nossa UFRJ”, disse Neuza Luzia.

O painel do trabalho na universidade se completa com a exposição de fotos está instalada no hall do salão nobre do CCMN. As imagens capturadas em todos os campi pelo fotógrafo Renan Silva e as fotos do acervo histórico do Sintufrj revelam o cotidiano da produção da categoria na UFRJ. “É o Sindicato mostrando um pouco do que somos”, legendou a coordenadora sindical.

Revista

A superintendente de Pessoal, Rita Anjos, comemorou o aumento da participação dos técnicos-administrativos na atual edição do Sintae. Segundo ela, é mais que o dobro do primeiro seminário, em 2013, quando foram inscritos apenas 106 trabalhos. Ela lembrou também que a categoria conta, desde 2017, com a Revista Práticas de Gestão Pública Universitária (PGPU) para publicação de seus trabalhos, e que a publicação está bem conceituada na Capes (agência de fomento do MEC).

Desde o dia 1º de outubro, o Instituto de Neurologia Deolindo Couto (INDC) tem um diretor pro tempore. O coordenador do Complexo Hospitalar da UFRJ, Leôncio Feitosa, foi designado para o cargo pela Reitoria com incumbência de promover mudanças na parte assistencial e acadêmica e sanear as contas e administrativamente a unidade – que já foi referência no país dentro da sua especialidade. A verba do INDC é de R$ 3 milhões, somando recursos do SUS e da própria universidade.

Uma das primeiras medidas do diretor vai ser abrir a enfermaria com 12 leitos de internação, com todos os equipamentos necessários prontos para funcionar, que encontrou fechada. “É tudo novo, ambiente climatizado, sala de médicos e sala de enfermagem, pronto para ser usado. Só faltava pessoal para cuidar dos internos”, disse Feitosa. Ele também está negociando com a Secretaria Estadual de Saúde a implantação do Projeto Atenção ao Portador de AVC Recuperável.

Eleição

Segundo Feitosa, a Reitoria não determinou tempo para sua permanência à frente do INDC, mas ele pretende convocar eleição para a direção geral da unidade tão logo conclua o trabalho para o qual foi convocado. Ele calcula que isso deverá ocorrer somente no próximo ano. “O importante é que a universidade está viva, tomando providências”, disse.

Na gestão do ex-reitor Roberto Leher, Leôncio Feitosa também assumiu pro tempore a direção do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), que passava por uma crise séria de desabastecimento, com cancelamento de cirurgias por falta de material e redução de leitos de internação. Os problemas foram resolvidos pelo interventor e a comunidade hospitalar pôde eleger um novo diretor. Nos últimos 15 anos, o INDC foi dirigido por José Luiz de Sá Cavalcanti, que se aposentou.

Metas

Com a ajuda de dois colegas do Hospital Universitário, Carlos Peixoto e Nelson Cardoso, Feitosa informou que já está praticamente concluído o estudo sobre a gestão de pessoal e do financeiro, e no momento está sendo colocado em dia a parte de contratos. “Quase todos os contratos terão que ser alterados, porque foram feitos com dispensa de licitação”, informou o diretor. No INDC, segundo ele, “não tinha nenhum especialista em nada”.

Todas as mudanças pelas quais está passando o INDC foram comunicadas aos servidores na assembleia convocada pelo diretor. “Eu expliquei a eles qual era a situação do instituto e também cobrei mais responsabilidades para o cumprimento das metas estabelecidas”, disse Feitosa. A próxima reunião será com a área médica. “Com os médicos, eu vou discutir um novo planejamento de trabalho, visando ampliar o horário de atendimento aos pacientes”, antecipou o diretor.

Paralelamente à abertura da enfermaria, disponibilizando inicialmente 10 dos 12 leitos para internação de pacientes, Feitosa e sua equipe promoverão mudanças no ambulatório: “O  atendimento médico à população tem que ser a prioridade. Oferecemos fisioterapia, terapia ocupacional e fonoaudiologia. Não existe, no Estado do Rio, esse tipo de atendimento para doenças neurológicas crônicas, como esclerose lateral amiotrófica, epilepsia, neuropsicologia, esclerose múltipla,  demência, mal de Parkinson e distrofia muscular”.

Nos planos a médio prazo, está a abertura de mais 20 leitos na enfermaria e, se as negociações avançarem com o governo do Estado do Rio, em breve o INDC incluirá na sua grade o Projeto Atenção ao Portador de AVC Recuperável.

10 pacientes por turno

Os pacientes são encaminhados para o INDC pelo Sistema de Regulação do Sistema Único de Saúde (SUS). O ambulatório atende de segunda a sexta-feira e conta com sete neurologistas (no momento, dois estão de licença) e quatro anestesistas, que dão apoio em exames que exigem contraste. “Vamos ampliar o  atendimento no ambulatório para 10 pacientes por turno (manhã e tarde)”, prometeu o diretor. A média mensal de pacientes atendidos no ambulatório tem sido de 1.000.

Outro projeto do diretor é reativar a neurocirurgia de baixa complexidade para desafogar o Hospital Universitário. “O INDC tem um centro cirúrgico com duas salas e três leitos de recuperação pós-anestésico para pôr para funcionar”, disse Feitosa. A unidade também conta com um tomógrafo – “que funciona muito bem” – e um laboratório, mas atualmente o material é colhido do paciente e enviado para o Hospital Universitário.

Parte acadêmica

Caberá também ao atual diretor recuperar o prestígio acadêmico da unidade, o que, segundo ele, é uma tarefa fácil, porque o INDC continua sendo uma referência em neurologia no país, só precisando de alguns ajustes. “Temos 20 pesquisas em andamento, e o Comitê de Ética em Pesquisa fica aqui. Recebemos estudantes de graduação em fonoaudiologia, fisioterapia e neurologia, e a residência médica em neurologia e neurociência tem hoje nove vagas”, resumiu Feitosa.

LEÔNCIO FEITOSO assumiu a direção provisória do Instituto Deolindo Couto com a missão de recuperá-lo.

 

Diante dos ataques do governo aos servidores públicos que culminarão com uma proposta de reforma Administrativa para  acabar com a estabilidade, progressões, impor ainda mais arrocho salarial e reduzir carreiras, nenhum tema poderia chamar mais atenção para os trabalhadores da UFRJ, na Semana do Servidor Público, do que discutir seu futuro profissional.

A atividade desta quarta-feira, 30, organizada pela Decania do Centro de Tecnologia (CT) foi nesse sentido, com o debate “Carreira até quando?”, reunindo a coordenadora-geral do Sintufrj, Neuza Luzia, e a presidenta da Adufrj, Eleonora Ziller, no Salão Nobre da unidade. O superintendente do CT, Agnaldo Fernandes, atuou como mediador.

Ataques se repetem

Neuza Luzia fez o resgate das lutas e vitórias da categoria por mais de três décadas, culminando com a conquista do Plano de Carreira dos Carlos Técnicos-Administrativos em Educação (PCCTAE), em 2005. Segundo a dirigente, uma história que se confunde com a organização do movimento da categoria responsável por transformar as entidades de caráter associativas em sindicais.

“Na década de 1980, a categoria abraçou a defesa da universidade pública ao abrir mão de grandes vantagens oferecidas pelo governo em troca de uma reforma privatista, e isso se repetiu em outros momentos da história”, lembrou. Na avaliação de Neuza, o futuro sinaliza que vão se repetir os antigos ataques aos trabalhadores e às instituições, exigindo uma forte organização de resistência, unindo a luta corporativa com a luta ideológica.

Existência em jogo

Para a dirigente da Adufrj, o que está em jogo neste momento é tudo o que foi conquistado em 30 anos de lutas e as categorias não podem resistir a isso isoladamente. “É preciso erguer pontes e abrir portas com o máximo de unidade possível”, disse Eleonora, que também fez um alerta: “Enquanto o clã no governo faz seu espalhafato, o projeto neoliberal é tocado com tranquilidade pelo ministro da Economia Paulo Guedes”.

Construir a resistência

A memória das lutas, como própria constituição da mesa do debate, com a atual coordenadora-geral do Sintufrj Neuza Luzia e os ex-coordenadores da mesma entidade, Agnaldo e Eleonora, emocionaram os presentes.

O coordenador do Sintufrj Jessé Mendes, apontou a necessidade de se resgatar a participação de todos nesta nova fase de luta em defesa da universidade pública. O servidor Paulo Menezes defendeu a construção de uma unidade política que extrapole os muros da UFRJ, em defesa do serviço público.

“É luta de classes, meu rei!”

De acordo com a dirigente do Sintufrj, o projeto tocado por Paulo Guedes de privatizações e destituição de direitos, está em curso desde o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, e que os golpistas têm pressa porque sabem da capacidade de reorganização das esquerdas – principalmente atora influenciadas pela luta que se alastra na América Latina. “Não podemos perder de vista que esta é uma luta de classes e que é preciso unir as categorias. A carreira talvez seja um elemento que atue na perspectiva de construção comum, associada à luta pela universidade”, concluiu a dirigente.

 

Em reunião promovida pelo Sintufrj, nesta terça-feira, 29, no Instituto de Economia, para debater o Projeto VivaUFRJ, a direção do sindicato criticou a posição economicista do grupo de estudos – em detrimento de uma avaliação social -, ratificou a posição de defesa dos princípios da universidade pública e cobrou da Reitoria o compromisso de realização de audiências públicas para o debate com a comunidade.

“Não se trata apenas de terrenos ou locais com uma determinada localização geográfica. Há a possibilidade de um prejuízo social que não está sendo levado em conta. Por isso, reafirmamos a posição do sindicato e temos premissas nesta questão. Que a universidade permanecerá pública, gratuita, de qualidade e socialmente referenciada; que a UFRJ detenha o controle e o gerenciamento desse projeto; e que não exista nada por escrito sobre demolição e remoção, com a garantia das devidas contrapartidas para a universidade”, enfatizou a coordenadora-geral, Neuza Luzia.

“No momento em que as propostas forem expostas – sem os atuais limites de confidencialidade contratual – que façamos mais reuniões e audiências públicas com a comunidade. Saberemos os detalhes e teremos condição de aprofundar debate, apontar o que decidirmos e encaminhar para o Conselho Universitário”, completou Neuza.

O vice-reitor, Carlos Frederico, pediu paciência à comunidade da UFRJ e defendeu a transparência no debate. “Peço paciência â comunidade. Estamos no processo de estudos e pode haver alterações nas propostas em curso. Portanto, precisamos dos estudos finais e assim que os tivermos iremos convocar as entidades e realizar o debate com a comunidade. Não está no horizonte desta Reitoria o uso dos frutos deste projeto. Então, interessa a nós que esse processo seja principalmente transparente”. sustentou.
Carlos Frederico colocou ainda a confiança na equipe da UFRJ. “Eu tenho confiança nos técnicos dessa universidade. Tenho confiança de que nós iremos saber fazer tecnicamente um processo de licitação, caso ele seja necessário”.

Prazos
O grupo de trabalho da UFRJ prevê que os estudos serão entregues em dezembro. Com isso, os estudos serão avaliados pela UFRJ e no início de 2020, as propostas possam ser colocadas para debate com a comunidade. Neuza propôs que isso seja feito a partir de março, quando se inicia o ano letivo da universidade e todos possam participar da discussão.
O VivaUFRJ – uma parceria da universidade com o BNDES com o objetivo de utilizar os ativos imobiliários da universidade para negociar contrapartidas em obras de infraestrutura com empresas privadas – tem inquietado a comunidade da Praia Vermelha (PV).
Parte da comunidade deste campi vê com desconfiança a utilização dos espaços dos Institutos de Psiquiatria, Neurologia, Casa da Ciência, e antigo Canecão.
A coordenadora do grupo da UFRJ, Nadine Borges, fez todo um histórico do processo, informando que mais de 50 reuniões já foram realizadas na UFRJ. Ela afirmou que o projeto foi realizado para alçar alternativas ao orçamento, com prioridade para assistência estudantil.
Nadine solicitou que a comunidade procure se inteirar do projeto e tudo o que pode ser que divulgado está no site https://www.viva.ufrj.br.

VICE-REITOR Carlos Frederico apresenta seus argumentos na Praia Vermelho
NEUZA LUZIA, dirigente do Sintufrj, e Nadine Borges, da comissão da UFRJ que trata da parceria da universidade com o BNDES

“Construindo Relações Interpessoais Saudáveis no Ambiente de Trabalho” é o tema do debate que a Pró-Reitoria de Pessoal (PR-4) levará a todos os campi da UFRJ, para comemorar a Semana do Servidor Público. Nesta terça-feira, 29, foi realizada a abertura do evento, no salão nobre do Centro de Tecnologia, e lançada a cartilha “Como construir um ambiente saudável”.

A publicação mostra as diferentes situações de conflito e violência; o assédio moral e suas principais consequências para os trabalhadores e a instituição, e como a servidora ou o servidor deve buscar ajuda. A cartilha  também agrega diversas iniciativas já em curso na UFRJ em relação ao assédio moral. A cartilha está à disposição dos interessados na página da PR-4.

Abertura

A pró-reitora de Pessoal, Luzia Araújo, abriu o evento ao lado a coordenadora de Gestão de Pessoal, Karla Sena, e da coordenadora de Políticas de Pessoal, Rejane Barros. Em seguida, foi montada uma Roda de Conversa mediada pela assistente social da PR-4, Natália Limongi, que contou com a participação da integrante da Comissão de Direitos Humanos e Combate ás Violências (CDHCV), Gabriela Bertti da Rocha Pinto, do Laboratório de Ética nas Relações de Trabalho e Ensino, e do Comitê de Ética em Pesquisa  do Instituto de Saúde Coletiva (Iesc), e a enfermeira Vânia Glória Oliveira, diretora da Seção de Atenção Psicossocial, da Coordenação de

Realidade cruel

Segundo Gabriela, a violência no trabalho é resultado do fracasso do diálogo. Vânia, informou que tem aumentado o número de casos de sofrimento psíquico que têm chegado à Seção de Atendimento Psicossocial, e nos três segmentos da comunidade universitária. Muitos dos presentes relataram suas histórias. O grupo Violões da UFRJ, da Escola de Música, encerrou a atividade.

Programação dos próximos dias

Campus UFRJ-Macaé – Quinta-feira, 31, das 11h às 13h, no auditório do Polo Universitário Professor Aloisio Teixeira.

Praia Vermelha – Terça-feira, 5/11, das 14h às 17h, no Auditório Manoel Maurício, no prédio da Decania do CFCH (Logo após a Caravana da Saúde/CPST, de 9h às 13h).

Campus UFRJ-Duque de Caxias – Quinta-feira, 7/11, das 11h às 13h, no auditório do bloco A.

 

 

 

 

 

Nada a comemorar, muito a defender e lutar. O dia 28 de outubro, dia do funcionalismo público, acontece este ano em meio a uma ofensiva brutal do governo para retirar direitos, ainda na ressaca da aprovação da reforma da previdência que exterminou o direito à aposentadoria.

Para um governo que serve aos interesses da banca de rentistas, classificar como privilégios os direitos que ainda conservamos é parte importante da ofensiva que busca “uberizar” todos os postos de trabalho.

Busca-se estigmatizar a regra a partir das exceções. Altos salários de juízes e membros do judiciário são noticiados como se fosse esta a realidade da massa trabalhadora do funcionalismo, a imensa maioria com salários congelados e carreiras paralisadas.

Esconde-se que somos nós, do funcionalismo público, que garantimos a execução de políticas públicas e a oferta de serviços de qualidade fundamentais para a maioria da população brasileira, muitas vezes em condições adversas.

É preciso rechaçar o discurso oficial de um governo comprometido até a medula com a privatização dos serviços, equipamentos e empresas públicas, transformando direitos sociais em mercadoria e aumentando a marginalização e a desassistência de amplas parcelas do nosso povo.

 

Cabe lembrar que o Chile, onde o sistema de saúde e o ensino superior são pagos e a aposentadoria por regime de capitalização gerou um quadro sinistro de idosos indigentes, é palco de um imenso levante da população por melhores condições de vida e contra o modelo defendido com unhas e dentes por Paulo Guedes, ministro da Economia de Bolsonaro.

 

Temos obrigação de confrontar a retórica mentirosa que transforma o setor privado em sinônimo de eficiência, e reforçar a defesa do funcionalismo público que queremos: valorização do nosso trabalho e oferta de políticas públicas e serviços gratuitos e de qualidade para toda a população brasileira.

SERVIDORES em ação na UFRJ