Foto: Renan Silva
O salão do Espaço Cultural ficou cheio na manhã desta segunda-feira, dia 10, com os participantes da reunião que preparou o Seminário de Organização e Formação dos caravaneiros e caravaneiras para impulsionar as agendas de lutas do Sintufrj. O seminário será realizado dia 15, próximo sábado, durante todo dia, em Guapimirim.
As caravanas do Sintufrj já se consolidaram ao longo de quatro décadas como mais um forte instrumento de pressão e luta da categoria. O seminário do sábado, portanto, além de debater a conjuntura, municiar de informações e organizar o grupo para as lutas próximas, será também um momento de congraçamento e de resgate da memória das muitas histórias que os caravaneiros acumularam nesta trajetória.
Organização da luta e memória
Entre as propostas surgidas na reunião organizativa desta segunda-feira, está a de homenagear antigos companheiros e companheiras de luta dando seus nomes ao seminário e, também, a de dar continuidade ao Projeto Memória.
Na primeira publicação do projeto, de 2017, “Uma narrativa de lutas, conquistas e resistência”, uma comissão formada pelos aposentados Djalma Cabral, Elliu dos Santos, Manoel Dantas e Arnaldo Bandeira propôs o resgate da história da categoria, desde a década de 1970 até 2017, para registro permanente no sindicato e na universidade.
Já nesta segunda edição, a proposta é a reconstrução da história através do depoimento dos caravaneiros.
Memória e Conjuntura
A reunião foi aberta com informes, por parte dos coordenadores da Fasubra, Francisco de Assis (Comunicação), e do Sintufrj, Esteban Crescente (Geral), Ana Célia (Aposentados e Pensionistas) e Luciano da Cunha (Organização e Política Sindical) sobre os elementos da conjuntura, a necessária mobilização para efetivação do termo do acordo da greve, e para a aprovação da Lei Orçamentária Anual (que permitirá a implantação do reajuste retroativo a primeiro de janeiro), inclusive com pressão sobre os deputados federais, entre outros tópicos.
Mas foi também um encontro rico em histórias e lembranças porque alguns caravaneiros, já adiantando seus depoimentos (gravados pelo colaborador José Carlos Xavier), relembraram momentos de luta, como a caravana a Brasília, na época do reitor Horácio Macedo, em defesa do artigo 207, da autonomia universitária, na Constituinte de 1988; ou das primeiras caravanas, em que os militantes tinham que se abrigar em barracas e muitas vezes viajavam em vans por mais de 20 horas até Brasília. Outros lembraram ainda o antigo ônibus, apelidado de urso branco e as dificuldades que enfrentavam. Sobreviveram e chegaram até aqui, prometendo seguir em conjunto lutando.