A greve da educação federal caminha para os 90 dias (na terça-feira, 11 de junho) e tem sido marcada por mobilização e pela união de forças entre Fasubra, Sinasefe e Andes. Sob pressão, o governo agendou uma nova rodada de negociações com os técnico-administrativos em educação para 11 de maio. A reunião com os docentes foi marcada para 14 de maio.

A atuação forte e constante dos Comandos de Greve destas entidades tem se mostrado fundamentais na pressão sobre o governo para que ele se mobilize internamente na busca de recursos para promover o avanço nas negociações. A expectativa em torno dessas negociações é grande.

 

Contraproposta

Na contraproposta oficializada ao governo em 29 de maio, a Fasubra afirma à ministra de Estado de Gestão e Inovação (MGI), Esther Dweck, que o aporte financeiro apresentado na mesa específica de negociação dia 21 de maio é insuficiente para a recomposição das perdas salariais e valorização da categoria.

Além disso, a federação ratifica a concordância com os cinco pontos acatados na sua totalidade pelo governo até esse estágio da negociação: diminuição do interstício de progressão de 18 para 12 meses; verticalização da malha salarial; utilização da classe E como referência remuneratória na tabela; fim da diferença da relação direta e indireta para concessão do Incentivo a Qualificação; e revisão dos fazeres dos cargos.

Assim, no contexto da continuidade da negociação, a Fasubra informou a continuidade da greve e apresentou contraproposta avalizada pelas bases:

– Aumento escalonado do step constante (diferença entre os níveis da carreira) partindo de 4% até alcançar 4,5% em 2026.

– Recomposição salarial no piso de referência com pelo menos 4% em 2024, 9% em 2025 e 9% em 2026.

– Correlações entre os níveis de classificação utilizando o piso do nível E como referência na matriz salarial nos seguintes parâmetros:

  1. a) Piso do Nível A passa a ter correlação de 39% com o piso do Nível E
  2. b) Piso do Nível B passa a ter correlação de 40% com o piso do Nível E
  3. c) Piso do Nível C passa a ter correlação de 60% com o piso do Nível E
  4. d) Piso do Nível D passa a ter correlação de 61% com o piso do Nível E

– Inclusão da aceleração por capacitação no desenvolvimento da carreira.

– Implementação do Reconhecimento de Saberes e Competências (RSC) na negociação com regulamentação na Comissão Nacional de Supervisão da Carreira/MEC.

FOTOS: ELISÂNGELA LEITE

AÇÃO DOS COMANDOS DE GREVE tem dado consistência ao movimento e pressionado o governo nas negociações

 

Depois da manifestação vitoriosa, novos atos unificados virão, prometem as lideranças. O próximo já está marcado: será na terça-feira, 11, dia de negociação dos TAE com o governo, com concentração às 15h, na Candelária

Em um dos momentos mais expressivos da greve, técnicos-administrativos e docentes em greve e estudantes das instituições federais de ensino do Rio, realizaram, na manhã desta quarta-feira, dia 5, um grande ato unificado, reunindo algumas centenas de pessoas, que, em passeata, percorreram as vias do Fundão em torno do Hospital Universitário e, driblando o bloqueio da polícia, fecharam pistas da Linha Vermelha.

Gente de todo lugar

Estavam lá militantes e dirigentes das entidades de técnicos-administrativos, estudantes e docentes da UFRJ, de outros campi e de instituições como UniRio, Pedro II, Cefet.  UFF, Rural, UERJ, Andes, Frente Nacional contra Privatização da Saúde, entre outras. Eles chegavam em grupos, desde o início da manhã, e se concentravam em frente ao bloco A do CCS.

Assembleia dos TAE da UFRJ

Logo de início, militantes saudaram o Sintufrj e os técnicos-administrativos da UFRJ, que já estavam ali para uma rápida assembleia, antecedendo ao ato, e estudantes, representantes de Centros Acadêmicos e do DCE Mário Prata.

Seguindo o carro de som, com suas enormes faixas e bandeiras, acompanhados da percussão de surdos, caixa de guerra e repique, saíram em passeata com as tradicionais palavras de ordem, como: “A nossa luta, unificou. É estudante junto com trabalhador”, “Não tem dinheiro para a Educação, mas tem dinheiro pra banqueiro e pro Centrão” e “O povo unido é povo forte, não teme a luta, nem teme a morte. Unidos venceremos e a luta continua.” Seguiram acompanhados por duas viaturas e policiais a pé do 17º BPM que lutaram para impedir o fechamento total da via.

Eles contornaram em passeata o Hospital até o pórtico da UFRJ, próximo à Prefeitura. Dali seguiram pela Linha Vermelha, parando primeiro duas, depois todas as vias no sentido da Ilha do Governador e até mesmo, por alguns momentos, o acesso à Baixada,  obrigando os carros que pretendiam seguir para a Ilha a subir nos canteiros.

Não sem alguns episódios de confronto e empurra-empurra quando a polícia – que a esta altura tinha ganhado o reforço de mais duas viaturas – que tentava evitar o fechamento total da via, lançando spray de pimenta em grupos de manifestantes no fim da passeata. Motos da CET-Rio ajudavam a desviar o trânsito. Militantes do Pedro II e até coordenadores do Sintufrj sofreram com os efeitos do gás.

O ato terminou com um protesto em frente ao Hospital Universitário, o maior hospital universitário da América Latina, que enfrenta a tentativa de entrada da Ebserh, com a crítica de seus efeitos sobre trabalhadores extraquadro, nas relações de trabalho e tentativa de ataques ao RJU. “O HU é nosso, fora Ebserh!”, bradaram os manifestantes, contentes com a repercussão do ato.

Motivos

O objetivo foi para chamar atenção da população para a necessidade do governo negociar com as categorias a recomposição salarial das enormes perdas dos últimos anos, a reestruturação das carreiras e recomposição do orçamento das instituições em crise de infraestrutura e serviços, tudo isso fruto de anos de ataques do governo Bolsonaro. “Negocia, Lula”, pediam as enormes faixas.

Faz o “L”

Motoristas buzinavam ora em apoio aos manifestantes ora contrariados e alguns gritavam, irônicos, “Faz o L!”. Militantes respondiam: “Fiz e faço de novo”, comentando que alguns parecem esquecer o que o governo Bolsonaro fez com a universidade, a Educação, a ciência e tecnologia sistematicamente atacadas, inclusive com corte de recursos; que seus trabalhadores amargaram anos sem reajuste e que o ministro da economia queria botar uma bomba no bolso do servidor, além da ausência total de qualquer canal de negociação. Muito diferente dos dias de hoje.

Mas a reconstrução da Educação e valorização dos servidores proposta pelo governo Lula, vem sendo insuficientes. Embora a greve já tenha conquistado, na negociação iniciada ano passada, reajuste de benefícios e algum recurso para as universidades (em maio o governo enviou mais R$375 milhões), além da proposta de reajustes em 2025 e 2026, isso está longe do necessário: a categoria – com perdas que beiram 50%, não aceita reajuste zero em 2024.

Fotos: Elisângela Leite

 

Estudantes e trabalhadores da UFRJ e de outras ife se concentram em frente ao Bloco A do CCS

 

Assembleia dos técnicos-administrativos da UFRJ antecede o ato

 

O grande grupo sai em passeata pelas vias do Fundão, contornando o hospital até o pórtico da Linha Vermelha

 

 

 

 

 

 

Na Linha Vermelha, aos poucos as pistas foram sendo fechadas

 

 

 

 

 

 

Polícia acompanhou passeata tentando impedir o fechamento total da via

 

Ato terminou em frente ao HU, com a avaliação comum, entre os grupos de cada categoria, de que foi um grande momento e que novos atos assim virão nestas semanas decisivas.

O próximo ato unificado será no dia 11, dia de negociação dos TAE em Brasília. A concentração será às 15h, na Candelária.

Andifes se comprometeu a conversar com Lula sobre as demandas dos técnicos administrativos

O governo marcou a 6ª Reunião da Mesa Específica Temporária no Ministério de Gestão e Inovação (MGI) para discutir o PCCTAE para a próxima terça-feira, 11 de junho. A última rodada de negociação foi frustrante realizada em 27 de maio. De lá para cá a Fasubra protocolou uma contraproposta e espera avanço das negociações na mesa de terça. Os trabalhadores apostam no crescimento da mobilização para aumentar a pressão sobre o governo.

Nesta terça(4), coordenadores da Fasubra se reuniram com a presidenta da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior), Márcia Moura, quando solicitaram que a greve dos técnicos administrativos em educação seja incluída na conversa entre a direção da entidade e o presidente Lula, que inicialmente ocorreria na quinta-feira, 6, mas foi adiada para 10 de junho.

O resultado da reunião foi informado ao Comando Nacional de Greve (CNG). A Fasubra considerou a reunião positiva, porque alcançou seu objetivo. “A presidenta Márcia Moura solicitou argumentos para uma interlocução positiva (com o presidente Lula) para construção de uma outra resposta (as nossas reivindicações) e que atendesse a maior parte das nossas demandas”, informou a direção da Federação.

Márcia Moura, segundo a Fasubra, “se comprometeu em levar nossas pautas ao presidente”. Os coordenadores da Federação disseram que explicaram a presidenta da Andifes o que já foi flexibilizado nas negociações com o governo. “Colocamos a nossa insatisfação com a proposta trazida até agora. A gente entra na greve para conquistar o máximo possível dentro do processo de greve. Temos companheiras e companheiros experientes em negociação”, avaliou a Fasubra.

 

Uma frase circula nos últimos meses na UFRJ e em universidades de todo país: se é grave, é greve. Pois bem, todo dia aparece um problema. Nesta manhã, teve falta de luz nos prédios da Reitoria e Letras; há dois dias, problemas numa subestação do CT e por aí vai. De um modo ou de outro, a asfixia financeira vai deixando seu rastro. A tal ponto que EBA e de alguns outros cursos já deram a largada na greve estudantil.

A Escola de Belas Artes,  assim como todos os cursos que ficam entre a Reitoria e Letras começaram o dia de hore, 4 de junho com um apagão de pelo menos uma hora. E isso já se repetiu nas semanas anteriores. Só que dessa vez, com um agravante: a falta de energia que durou mais ou menos uma hora, das 7h30 às 8h30, paralisou, claro os elevadores da Reitoria. Lá dentro, uma jovem terceirizada, presa, à espera de socorro, passou mal devido a claustrofobia e, segundo estudantes que presenciaram, os bombeiros acudiram mas a moça foi encontrada desmaiada.

No fim da manhã, um carro da Light foi visto em frente à Letras trabalhando num reparo. “Foi bem tenso e ficou todo mundo comovido”, comentou Henderson Ramon, diretor do Centro Acadêmico da EBA e do DCE Mário Prata, sobre a situação da moça. Ele explica que tem havido queda da energia com uma certa frequência. Ele conta que há um vídeo circulando essa semana que mostra , por irônica coincidência, falta de luz em meio a uma aula do curso de Gestão Pública sobre a situação orçamentária.

O comentário era de que a falta de recursos fez com que a conta de luz não fosse paga. Mas, segundo o prefeito Marcos Maldonado, não foi isso. É problema com fornecimento pela Light e a Prefeitura, conta ele, tem protocolado pedidos de solução de forma insistente.WhatsApp Unknown 2024-06-04 at 18.41.21

Estudantes já deram a largada para a greve

Mais um entre tantos motivos que têm levado os estudantes de alguns cursos a dar a largada na construção da greve  antes mesmo do dia 11, data aprovada para deflagração da greve na UFRJ pela assembleia estudantil realizada semana passada com centenas de jovens.

Não à toa, depois de tantos problemas ( como o fechamento do Ateliê Pamplonão por infiltrações graves no teto, janelas e ventiladores caindo)  um calendário anuncia, no perfil do Centro Acadêmico da EBA no Instagram, o início da greve de ocupação na Escola de Belas Artes no dia 3, pela recomposição orçamentária, com uma série de atividades.

”Ocuparemos nosso espaço com Luta e Arte. Por isso, todas nossas atividades acontecem no nosso prédio, ou no hall dos elevadores ou no mezanino”, diz a chamada, apontando a realização de oficinas, rodas de conversa, debates.

Porque no dia 3

“Por causa, justamente, da necessidade de crescimento da mobilização para fortalecer a deflagração (geral da greve estudantil) no dia 11. Queremos que toda universidade pare. A EBA inteira parou ontem e hoje estamos com atividades nas entradas. A maioria dos estudantes está aderindo. Na EBA são 3.550 estudantes, mas apareceram cerca de 30”, diz Henderson.

O diretor explica que, além da EBA, já estão em greve estudantes de cursos como Dança, Educação Física,  História, Filosofia, Ciências Sociais e Serviço Social. Cursos de Macaé também estão em estado de greve para entrar a qualquer momento.

No dia 11, m haverá nova assembleia do DCE para deflagração da greve. Local e horário serão divulgados em breve.

Falta de luz e restrição de serviços

“De fato a falta de luz está sendo constante”, comenta o prefeito explicando que a Ilha do Governador também tem passado por situação similar. “Mandamos carta hoje para a Light cobrando. Porque a UFRJ faz parte das grandes contas. Mas todo dia tem problema. Uma equipe nossa fica direto avaliando as subestações. Mas é um problema externo, não tem nada a ver com a UFRJ ou com pagamento de conta”, diz Maldonado.

Ontem, 3, aconteceu outro, desta vez no CT: no subsolo do bloco H, a umidade afetou o funcionamento de uma subestação. A Prefeitura colocou refletores com lâmpadas fortes para retirar a umidade e ontem mesmo, por volta das 17h, já voltou a funcionar.

Pepinos e abacaxis

Maldonado, assim como fez quando assumiu o cargo, há quase cinco anos, no Consuni, comparou a atividade da Prefeitura a um hortifruti: tem muito pepino e abacaxi: “Não tem descanso”, conta ponderando que não é que a situação tenha piorado, é que o problema de hoje é originado no passado. Um exemplo: a tubulação de água, no Fundão, é antiga. Quando um morador na Ilha do Governador reclama da pouca quantidade junto a Águas do Rio, a empresa aumenta a vazão e isso acaba por estourar a tubulação antiga na UFRJ.

Mas o prefeito faz questão de relacionar aquilo que tem conseguido realizar, mesmo com as restrições orçamentárias. A iluminação da rua está toda pronta, com lâmpadas de LED, e a Prefeitura vem trabalhando na manutenção do entorno do prédio JMM (Reitoria).

A grandiloquente UFRJ

“Temos 80 mil alunos. Circulam diariamente aqui (no Fundão) 120 mil pessoas (trabalhadores, estudantes, usuários dos hospitais  etc.).  O perímetro da Cidade Universitária e de 5 milhões 236 mil metros quadrados. Temos a estrutura de uma cidade. Entre 6h e 11h, passam por aqui 2 mil 660 carros por minuto. Cerca de 1500 saem pela ponte do saber. Mil ficam aqui dentro nos estacionamentos. Temos uma reserva – o Parque do Catalão – que estamos buscando alternativas para reabrir ao público. Estamos trabalhando no projeto para construção do Parque da Orla. A universidade cresceu e a gente tem uma estrutura que requer investimento”, diz Maldonado.

Fora os outros campi, como Macaé, Duque de Caxias e Praia Vermelha e as unidades isoladas, como IFCS-IH, Valongo, Museu Nacional, Faculdade de Direito, de Enfermagem, Hesfa, Instituto de Ginecologia, Maternidade Escola, Escola de Música. O Hospital Clementino Fraga Filho e o Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira ambos no Fundão, entre outros também compõem um enorme complexo que agrega nove unidades de saúde.

Maldonado tem expectativa de que na reunião que está prevista da Associação Nacional de Reitores com Lula, prevista para na próxima semana (para discutir a greve e orçamento), haja recursos para as universidades, em particular para a UFRJ e suas proporções grandiloquentes.

A maior universidade federal do país hoje vive no malabarismo de cortar aqui e ali para continuar funcionando. Por exemplo no transporte (menos ônibus significam horários mais esparsos), ou na limpeza urbana (a coleta tem sido menos frequente, inclusive no entorno do HU. “Não é como queríamos que fosse feito”, lamenta Maldonado), relacionando ainda outros serviços ligados ao cuidado com a área urbana, como capina e roçado, tudo vem sendo reduzidos.

O prefeito criou um grupo de WhatsApp que é acionado quando há problemas na infraestrutura. Não têm sido poucas as vezes. Mais um reflexo da asfixia financeira.

                       

 

Em reunião com representantes do comando nacional de greve e coordenações do Andes-SN e do Sinasefe, nesta segunda-feira, dia 3, os representantes do Ministério de Gestão e Inovação (MGI) informaram às lideranças  que nada havia a acrescentar no que fora apresentado anteriormente.

Os integrantes das duas entidades esperavam resposta ao documento que protocolaram depois da contraproposta do governo do dia 27.

Após a reunião ser interrompida pelo Secretário de Relações de Trabalho, José Lopez Feijóo, sem uma agenda para a continuidade das negociações, os representantes das entidades resolveram ocupar a sala onde ocorrera a reunião. Exigiam data para a continuidade das negociações das contrapropostas e uma definição de reunião com TAEs em greve.

Depois de duas horas de ocupação, conquistaram uma agenda de negociações para a próxima semana (há reuniões no dia 11 com TAEs e, no dia 14, com docentes, ambas no MEC).

Proifes sem registro

Em nota à imprensa, o MGI reiterou o que havia dito na semana anterior sobre o encerramento da negociação com docentes do Andes e do Sinasefe, após acordo entre o  Proifes (9% em 2025 e 3,5% em 2026), e a Secretaria de Relações de Trabalho.

No dia 29, o acordo foi invalidado pela Justiça Federal porque o Proifes não tem legitimidade para atuar no caso por não ter registro sindical.

Em frente ao MGI, vigília em apoio à ocupação.

Neste mesmo dia 3, dia Nacional de Luta da Educação Federal, se sucederam manifestações pelo país pela reabertura das negociações. Em Brasília, o ato foi em frente ao MGI, durante a mesa com Andes-SN e Sinasefe. Fasubra estava lá em apoio as demais entidades.

E, mesmo com uma contraproposta com menor impacto financeiro (na do Andes, reajuste do Magistério Superior e EBTT de 3,69% em agosto de 2024; 9% em janeiro de 2025 e 5,16% em maio de 2026, com paridade de aposentados e pensionistas), não houve avanço.

Segundo Davi Lobão, coordenador do Sinasefe, a reunião foi aberta com um bom debate sobre a necessidade de isolar qualquer perspectiva da direita de utilizar-se da greve. No entanto, na hora de discutir a negociação ,o governo disse não ter nada a acrescentar.

As deputadas federais Fernanda Melchionna (Psol) e Dandara (PT-MG) explicaram que há instrumentos legais possíveis (como um projeto de lei do Congresso Nacional) na busca de orçamento para um reajuste (de 3,69% para reposição da inflação) em 2024. Feijóo disse que se houver possibilidade neste sentido poderia voltar a conversar. E que somente na sexta-feira (7) apresentaria uma data para a reunião com técnicas e técnicos administrativos.

O MGI disse ao Brasil de Fato que as negociações sobre remuneração estã encerradas, mas  que o governo permanece aberto para diálogo sobre pautas não salariais em outras instâncias de governo.

 

Em coletiva, entidades reafirmam disposição de luta

Nesta segunda-feira (3) as Direções Nacionais e os Comandos Nacionais de Greve da Fasubra Sindical, Andes Sindicato Nacional e Sinasefe realizaram coletiva conjunta sobre a greve da Educação Federal.

Foi transmitida pelo Youtube e reverberou a crítica conjunta das entidades à intransigência do governo (que insiste em reajuste zero em 2024), reafirmando a força das greves.

Em todos país, no dia Nacional de Luta da Educação Federal, se sucederam atos pela reabertura das negociações. Na pauta estão a reestruturação das carreiras, recomposição salarial e orçamentária das IFEs e revogação de todas as normas baixadas pelos governos Temer e Bolsonaro que prejudicam a educação federal.

Os representantes do Andes-SN e Sinasefe afirmaram que não aceitariam a imposição do fim da mesa de negociação sem proposta digna ou mais congelamento salarial em 2024.

Eles atualizaram a imprensa sobre o quadro da greve: a do Andes alcança 63 instituições, com a adesão de mais duas no dia 3; a do Sinasefe se estende a 562 unidades das 680, articulando técnicos-administrativos, docentes e o apoio do movimento estudantil, numa greve considerada histórica.

O presidente do Andes, Gustavo Seferiam, pediu respeito por parte do governo ao movimento sindical e criticou o acordo “farsesco” com o Proifes, que classificou como entidade fantasma, sem registro formal.

Fasubra está junto

“Precisamos fortalecer nossa luta. Vamos seguir juntos, reivindicando respeito do governo e tratamento com equidade, com necessidade de valorização e investimento em educação. A Fasubra estará hoje junto (com as outras categorias) em frente ao MGI, na trincheira da luta pelo fortalecimento da Educação, do serviço público e da universidade”, disse Naara Siqueira, do Comando Nacional de Greve da Fasubra.

Para uns, sim; para outros, não

Na reunião com o MGI, os dirigentes do Andes-SN e Sinasefe tiveram que escutar absurdos como: “Olha, se a gente der reajuste para a Educação federal, temos que dar para todo mundo”. Elas questionaram o argumento perguntando por que, então, quando deram o reajuste da Polícia Federal, não deram para todo serviço público e por que, só quando se trata da Educação federal (o pior piso do executivo, defasado há anos), não pode.

No dia 31 foi sancionada a lei que trata do reajuste salarial das carreiras da Polícia Federal, Rodoviária Federal e Penal Federal com reajustes já a partir de 2024, em 2025 e 2026.  Segundo a Agência Senado, os maiores reajustes são para os policiais penais, que chegam a 77,15% no fim de carreira (R$ 20 mil em 2026). A Polícia Rodoviária Federal (PRF) terá reajuste de 27,48% no fim de carreira (R$ 23 mil em 2026) e o delegado da PF, 27,48% (R$ 41,3 mil em 2026).

 

Entidades pedem que governo marque nova reunião já para início de junho

Nesta quarta-feira, 29, a greve nacional dos técnico-administrativos em educação completou 80 dias com mobilizações nos locais de trabalho, assembleias, lives, atos e passeatas. Já em Brasília, o Comando Nacional de Greve da Fasubra em conjunto com os comandos de greve do Sinasefe e Andes realizaram atos unificados, marchas, audiências públicas no Congresso Nacional e cinco mesas de negociação com o governo.

Neste mesmo dia 29, à tarde, o Comando Nacional de Greve da Fasubra e o Comando Nacional de Greve do Sinasefe protocolaram no Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) a contraproposta dos técnico-administrativos em educação para a reestruturação do PCCTAE que foi discutida no Comando Nacional de Greve e pela Comissão Nacional de Supervisão da Carreira (CNSC).

Essa contraproposta unificada das duas entidades foi aprovada nas assembleias de base na rodada de assembleias que ocorreram de 27 a 29 de maio, as quais rejeitaram a última proposta do governo apresentada na 5ª Mesa Específica e Temporária realizada dia 21 de maio. No documento, Fasubra e Sinasefe pedem que o governo marque nova reunião já para início de junho para discutir a contraproposta dos trabalhadores, pois avaliam que as negociações não estão encerradas.

No dia anterior, 28, pela manhã, os delegados do Comando Nacional de Greve da Fasubra foram ao Congresso solicitar apoio dos parlamentares para a greve da categoria. Na ocasião, foi entregue um documento com informações sobre o contexto da greve, as pautas reivindicatórias, a contraproposta apresentada ao governo e demais argumentos que justificam os técnico-administrativos a persistirem em continuar nesta luta pela recomposição salarial, orçamento para as universidades e valorização da educação federal pública, gratuita e de qualidade.

Fotos: Renan Silva

O Comando Local de Greve (CLG) e a coordenação do Sintufrj entregaram ao reitor Roberto Medronho, na tarde de terça-feira, 28, a pauta interna construída pela categoria em greve (e em processo de ampliação), em reuniões do CLG e na assembleia, com itens importantes relativos, por exemplo, à questões de infraestrutura, insalubridade, formação e qualificação.

A entrega formal foi em reunião de negociação com a Reitoria que tinha como pauta a greve e essencialidades, que contou com a participação das demais entidades representativas dos segmentos (DCE, APG e Adufrj).

“A pauta foi protocolada e vamos, a partir de agora, cobrar o retorno quanto às reivindicações”, disse o coordenador geral Esteban Crescente, que reforçou o pedido de realização de uma assembleia comunitária (sobre situação estrutural e orçamentária da UFRJ), item da pauta pontuado pelo coordenador da Fasubra Francisco de Assis, para unificar a comunidade acadêmica, com a participação dos segmentos e das suas entidades representativas com a finalidade de divulgar a grave situação da UFRJ.

O reitor informou que elabora um modelo de audiência pública, para a qual deverá ser convocada toda imprensa, com a participação do corpo social representado pelas entidades.

No documento protocolado, o CLG informa que, além da recomposição salarial e a reestruturação da Carreira, os técnicos-administrativos em greve desde 11 de março lutam também pela recomposição orçamentária de universidades e institutos federais.  Mas que busca também mediação com a Reitoria para avançar em demandas da categoria.

Para tanto solicita resposta a itens como: garantia do direito ao adicional de insalubridade; direito à permuta de servidores nas unidades hospitalares com entrada da Ebserh na gestão de hospitais ; encaminhamento para viabilidade das aulas de cursos cujos prédios sofrem problemas de infraestrutura, como o da Educação Física, IFCS, Duque de Caxias; recuperação da estrutura em cursos como os da EBA; cortes de contratos de terceirizados; paridade nos colegiados com voto dos aposentados e eleição direta para reitor, entre outros dos 16 itens da pauta.

Segundo o reitor, ao iniciar o diálogo, a ideia é a retomada da mesa de negociação permanente (que se reúne regularmente para tratar da pauta interna).  

SINTUFRJ, CLG e entidades (DCE, APG e Adufrj) em reunião com Reitoria dia 28

 

 

A íntegra da pauta:

O Reconhecimento de Saberes e Competências (RSC), um dos mais importantes artigos que devem constar no texto do PCCTAE, cuja reestruturação faz parte dos três principais itens de reivindicações da greve dos técnicos-administrativos em educação deflagrada em 11 de março, foi o tema da live na terça-feira, 29 de maio, promovida pelo Comando Local de Greve (CLG)/Sintufrj, com transmissão pelo Youtube, Facebook e Instagram do sindicato (O conteúdo na íntegra encontra-se à disposição dos interessados nesses canais).

Das 10h às 12h, os dois textos publicados pela Fasubra no IG nº 4, contendo as diretrizes básicas para formulação de uma proposta definitiva de RSC a ser aprovada pelas bases, foram exaustivamente discutidos. Os debatedores convidados, a  dirigente do Sindiedutec-PR, Lisandra Nadal, e Agnaldo Fernandes, da UFRJ e membro da Comissão Nacional da Carreira da Federação, apresentaram as diferenças entre as duas concepções e responderam as perguntas da categoria. Participaram companheiros e companheiras das universidades da Bahia e de Santa Maria (RGS).

“A live é sobre os dois textos que expõem as diferenças propostas para o RSC, em debate com a categoria”, destacou Francisco de Assis, que mediou a discussão pelo CLG. Ele é do Instituto de Biologia e coordenador da Fasubra.

Modelos 1 e 2

Lisandra representou a tese do Ressignificar e CTB, que se encaixa no modelo 2 de texto; Agnaldo, a tese do Travessia, TAEs na Luta e UNIR, que é o texto 1. “O RSC deveria ser pensado de forma integrada dentro da nossa carreira, garantindo uma coerência com os princípios do PCCTAE, principalmente sendo um instrumento de gestão democratizada. A Fasubra ainda não tem uma proposta debatida e aprovada pelas entidades de base. Por isso, defendemos que o tema tem que ser ainda amplamente debatido e deliberado em uma plenária para uma proposta definitiva de RSC”, disse a dirigente do Sindiedutec-PR.

“Tenho convicção que podemos fazer uma proposta apontando para o nosso crescimento, a partir da realização de mais debates, inclusive presenciais”, afirmou Agnaldo. Segundo o militante, a   luta atual, que se traduz na greve que já dura 80 dias, por melhoria salarial, principalmente, acaba por não permitir o destaque de outras questões, como o RSC tão importante para a valorização do fazer dos técnicos-administrativos em educação.

. Leia matéria completa na próxima edição do Jornal do Sintufrj.

LISANDRA NADAL E AGNALDO FERNANDES MEDIADO POR FRANCISCO DE ASSIS na live sobre Reconhecimento de Saberes e Competências (RSC)

 

Ato Unificado da Educação do Rio de Janeiro levou às ruas trabalhadoras representados por entidades que no momento lideram greves e estudantes que lutam por recomposição salarial das instituições federais de ensino. Depois de concentração no Largo do Machado, a marcha de manifestantes seguiu até a Rua Pinheiro Machado, onde fica o Palácio Guanabara, sede do governo do Rio de Janeiro. O governador Cláudio Castro, que recentemente escapou de um processo por corrupção eleitoral e que poderia resultar na sua cassação, foi um dos principais alvos do protesto pela ação devastadora contra a educação pública e professores da rede. Como das vezes anteriores, a participação de servidores da UFRJ organizados pelo Comando Local de Greve foi expressiva: O coordenador-geral do Sintufrj, Esteban Crescente, ao final da passeata, convocou todos os movimentos a participarem do Ato Unificado da Educação que será realizado na quarta-feira, 5 de junho, no Centro de Ciências da Saúde, UFRJ, Ilha do Fundão. Fotos Luiz Fernando Nabuco/Aduff-SSind