Trabalhadores da UFRJ no Centro do Rio de Janeiro cumprindo mais uma ação de mobilização na luta por recomposição salarial e valorização dos servidores. O ato fechou o 28 de novembro, dia de paralisação.
Autor: Postado pelo Sintufrj
O Grupo de Trabalho Antirracista do Sintufrj fechou o Mês da Consciência Negra na UFRJ com atividades culturais, exposição, debates e denúncias durante todo o dia desta quarta-feira, 29 de novembro, no espaço do Grêmio da Coppe. A coordenadora de Comunicação do sindicato Marli Rodrigues agradeceu a presença de todos e destacou a conquista das cotas raciais e sociais como responsáveis por atualmente termos uma universidade diversificada.
Ex- Ministro da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e vereador Edson Santos (PT-RJ) foi o palestrante da manhã. Ele deu uma aula sobre a política de cotas – “antes o ambiente acadêmico era das elites, filhos e netos, que definem os rumos do nosso país. Os filhos do povo ficavam distante do ambiente acadêmico”. A política de cotas surgiu na Assembleia Legislativa (Alerj) e, segundo o parlamentar, a Uerj foi o laboratório. “A reitora Nilceia Freire era contra. Havia um sentido corporativo das instituições, que encaravam a política de contas como ferindo a autonomia das universidades”, diz. (Veja na edição do Jornal do Sintufrj 1425 a fala completa do vereador).
“Representatividade: o avanço dos movimentos antirracistas na UFRJ” foi o tema do evento. E reuniu integrantes e dirigentes da Câmara de Políticas Raciais, Coletivo de Docentes Negras/Negros, DCE Mário Prata, Neabi (Núcleo de Estudos Afro-Brasileiro e Indígenas e a Superintendência-Geral de Ações Afirmativas, Diversidade e Acessibilidade (Sgaada). Hilem Moises, delegado sindical de base, foi o principal organizador da celebração e atuou como mestre de cerimônia.
A dirigente da Adufrj Nadir do Espirito Santo parabenizou o sintufrj pela iniciativa, “principalmente por esse viés comemorativo. Temos que unir todos os negros que atuam nessa universidade para dar visibilidade. A graduação já está matizada e precisa que haja essa inserção na pós-graduação para que tenhamos bons professores negros”, defende a professora.
Jeovana Almeida, coordenadora do DCE Mário Prata e do Movimento Zumbi, considera fundamental o crescimento desses espaços de diálogo na universidade, mas avalia que ainda há muito a ser feito pelo “nosso orgulho negro”. “Menos de 20% dos estudantes entraram nas universidades públicas pela política de cotas. Racismo é um instrumento que aprofunda as desigualdades sociais no nosso país”, observa a estudante de Direito.
Magia na abertura
Embalados pela letra forte de YáYá Massemba, do poeta e músico José Carlos Capinam, cantada à capela e pontuada pelos tambores sagrados, os componentes do Pade – Africanidade-Educação, projeto referenciado em terreiros de Candomblé, encantaram os presentes.
“Que noite mais funda calunga/No porão de um navio negreiro/Que viagem mais longa candonga/Ouvindo o batuque das ondas/Compasso de um coração de pássaro/No fundo do cativeiro/É o semba do mundo calunga/Batendo samba em meu peito/Kawo kabiecile kawo/Okê arô oke/Quem me pariu foi o ventre de um navio/Quem me ouviu foi o vento no vazio/Do ventre escuro de um porão/Vou baixar o seu terreiro/Epa raio, machado, trovão/Epa justiça de guerreiro. Dor é o lugar mais fundo/É o umbigo do mundo/No balanço das ondas/Okê aro/Me ensinou a bater seu tambor/ Eu faço a lua brilhar o esplendor e clarão/Luar de Luanda em meu coração/a umbigada yáyá/Massemba é o samba que dá/Vou aprender a ler
Pra ensinar os meus camaradas!” – resume os versos de Capinam o desespero dos negros escravizados trazidos dos países africanos em precárias condições. Muitos morriam e serviam de comida aos tubarões.
O Pode (encontro em Orubá) existe há 14 anos na Escola de Educação Física e Desportos da UFRJ (EEFD). “Arte e cultura na UFRJ é uma performance que transita na pesquisa acadêmica, e está presente em dissertações de mestrado, teses de doutorado, TCCs. Cultura de terreiro é civilizatória”, resume o professor Xandy Carvalho, do Departamento de Folclore, coordenador do projeto e responsável por ensinar a disciplina dança afro, percussão e movimento. Segundo ele, não foi uma batalha fácil introduzir tambores no espaço acadêmico.
Outra importante participação cultural foi a do artista plástico Fall, que ficou conhecido por ter sua obra censurada na exposição que realizou em 13 de outubro, no Mercadão de Madureira. Um dos seus quadros mostrava um policial fardado espancando um estudante negro uniformizado. Mais realista que isso impossível.
Fall, 21anos, faz parte de um movimento artístico que expressa o cotidiano das favelas – ele nasceu e mora em Senador Camará. “Crio artes digitais feitas no celular e pinturas com tinta PVA sobre MDF”, explica. No evento do Sintufrj, ele expôs 16 quadros.
. Leia matéria completa na próxima edição do Jornal do Sintufrj.
Celebração fecha com roda de conversa e companhia folclórica
O dia de atividades organizado para celebrar a Consciência Negra fechou a programação com uma roda de conversa sobre o tema do evento “Representatividade: o avanço dos movimentos antirracistas na UFRJ” e apresentação da Cia Folclórica do Rio-UFRJ com muito maracatu, coco, jongo e samba.
A roda de conversa reuniu os representantes das organizações Sgaada (Denise Góes), Câmara de Políticas Raciais (Rogério Silva), Neabi (Rachel Aguiar), Coletivo de Docentes Negras e Negros (Wallace Morais), pelo GT Antirracista (Luciene Lacerda) e militantes da UFRJ. O mediador foi Hilem Moises.
Nessa conversa os representantes e militantes falaram de suas experiências, expuseram suas opiniões, relataram os avanços e desafios na luta antirracista, trocaram ideias e fizeram propostas.
“Temos que ver como fazemos para prosseguir nessa luta e o Sintufrj tem que participar porque é uma luta cotidiana”, sublinhou Luciene.
“É uma luta política e educacional. E é de todos nós”, observou Wallace Morais.
“Sugiro que façamos em maio um grande evento da população negra da universidade que mobilize o Rio de Janeiro”, disse Noemi Andrade, integrante do GT Antirracista do Sintufrj.
A superintendente da Sgaada, Denise Góes, sugeriu reunir as propostas numa pauta unificada da negritude da UFRJ para ser levada em reunião com o reitor Roberto Medronho. A diretora do Neabi, Raquel Aguiar, por sua vez, ressaltou a necessidade de trazer mais docentes negros para a UFRJ.
O organizador Hilem Móises comemorou a iniciativa do GT. “O evento alcançou o objetivo de agregar os segmentos da universidade, as organizações antirracistas, com debates, conversas e muita cultura. Fica o desafio para ampliar esse ambiente no futuro. Além disso, GT vai se integrar ao Sgaada e outros coletivos para continuar o trabalho de avançar nossa pauta.”
Mais uma vez a categoria da UFRJ e dirigentes do Sintufrj foram protagonistas do ato no Buraco do Lume, Centro da cidade, nesta terça-feira, 28 de novembro, que marcou o dia de paralisãção nacional dos servidores públicos federais. A palavra de ordem foi: “Sou servidor. E vou lutar. Eu quero reajuste já.” A manifestação foi ação vinculada à campanha salarial e valorização dos servidores no momento no qual o funcionalismo público luta por recomposição salarial e carreira na mesa de negociação com o governo.
Nesta quinta-feira (29) acontece o segundo dia do Sipat, e evento organizado pela Decania do Centro de Tecnologia acerca da segurança do trabalho. Ontem, na abertura no Salão Nobre do CT, representantes da instituição UFRJ e do movimento organizado que atua na universidade estiveram presentes. O Sintufrj foi representado pelo coordenador-geral Esteban Crescente. O responsável pela organização é o técnico-administratico Huasca da Costa Filho que é coordenador do programa de Saúde e Segurança do Trabalho do CT
O Consuni extraordinário desta quinta feira (30/11), às 9h30, no Bloco E CT, tem como ponto de pauta a “Contratualização com Ebserh”.
Na terça-feira (ontem) o reitor articulou parecer favorável do presidente da Comissão de Desenvolvimento do Conselho Universitário, sem reunião de seus membros!
Um verdadeiro golpe no debate democrático! Temos que lotar o Conselho nesta quinta e repudiar este absurdo!
É a autonomia acadêmica e administrativa da universidade em risco.
É o regime jurídico único e carreira dos TAEs em risco!
Vamos agir agora para evitar o pior para a UFRJ, os seus trabalhadores e a sociedade!
GT ANTIRRACISTA DO SINTUFRJ
Representatividade: o avanço dos
movimentos antirracistas na UFRJ
DIA 29 DE NOVEMBRO, 10h ÀS 16h
Convidados:
NEABI
Câmara de Políticas Raciais
Coletivo de Docentes Negros/Negras
DCE
SGAADA
Debates, palestras, rodas de conversa,
apresentação dos movimentos e atividades culturais
NO Grêmio da COPPE
VEJA A PROGRAMAÇÃO COMPLETA
Programação
10hs Abertura – saudação pelos 3 segmentos
10:15hs Apresentação de dança afro – PADE
10:30hs Palestra – Edson Santos: “Lei de cotas: de onde partimos, onde estamos e aonde queremos chegar”.
11:30hs mesa sobre cultura negra (participantes do dia – Fael, Pade, Cia de Danca).
12:30hs – Fala dos grupos UFRJ e debate sobre o tema “Representatividade: o avanço dos movimentos antirracistas na UFRJ”
14:30hs – Apresentação de encerramento – Cia de Dança Folclórica
15hs – Confraternização – DJ Alex
Representantes dos grupos no debate de 14-30hs
GT Antirracista – Luciane Lacerda
SGAADA – Denise Góes
Câmara de Políticas Raciais – Rogério Silva
NEABI – Rachel Aguiar
Coletivo de Docentes Negras e Negros – Wallace Morais
DCE – Giovanna Almeida
Mobilização contra entrega do patrimônio e do pessoal dos hospitais se intensifica
O Conselho Universitário está na iminência de deliberar sobre uma profunda mudança de paradigma na vida institucional. Tanto do ponto de vista estatutário, da sua estrutura, na cessão dos hospitais, na autonomia acadêmica, na terceirização da gestão, na relação com seus servidores de saúde e em tantos outros aspectos. No entanto, ninguém conhece o contrato sobre o qual terá que deliberar em poucos dias.
“Cadê o contrato?”, cobraram coordenadores do Sintufrj e servidores presentes em mais uma reunião organizada pelo Sintufrj, no dia 28, nos pilotis do Hospital Universitário Clementino Fraga filho, para apresentação, pelos técnicos-administrativos Gerly Miceli e Roberto Gambine, dos resultados do estudo da comissão paritária que apurou o desempenho de 41 hospitais em 10 anos de adesão à Ebserh.
A comissão instituída pelo reitor, por decisão unilateral dos docentes, embora fosse paritária, foi desfeita. Mas os representantes técnicos-administrativos continuam fazendo o seu papel, que todos deveriam fazer, de difundir as informações.
E o relatório está aí: as informações levantadas mostram que a Ebserh, ao contrário do que propagam seus defensores, não resolveu, ao longo de mais de uma década, os problemas dos hospitais. Os leitos de médica complexidade diminuíram, apesar do aumento de celetistas; o pessoal RJU diminuiu; equipamentos não se renovaram; há queixas generalizadas quanto à assistência.
Gerly lembrou que em muitos lugares a adesão foi imposta pela Reitoria, contra a vontade da comunidade e levantou um questionamento quanto ao açodamento que vem sendo importo pelo reitor, pedindo que se analisasse se tem fundamento o argumento de que, para que os efeitos financeiros possam constar no orçamento do próximo ano, a adesão tenha que ser feita até dezembro.
“Cadê o contrato? A gente tem 15 dias para decidir. Mas o contrato é sigiloso”, alerta um servidor apontando para o fato de que essa decisão vai mudar a UFRJ e pedindo uma análise jurídica da cessão de servidores RJU à empresa diante do fato de que o Ministério Público cassou a cessão na Paraíba.
“O reitor está dizendo que quer votar a Ebserh até dezembro. Mas cadê o contrato? Precisamos conversar com a categoria, com os extraquadros, com lideranças, com os trabalhadores que vão perder direitos”, anunciou o coordenador da Fasubra Francisco de Assis, alertando: É uma mudança radical de gestão na universidade”.
“O Contrato não pode ser disponibilizado (conforme disse o reitor, porque agora está em um processo no Sistema Eletrônico de Informação). Mas poderiam, antes de enviar, ter sido discutido”, ponderou Laura Gomes, coordenadora-geral do Sintufrj.
Os coordenadores cobram também a consulta pública prometida pelo reitor e suspensa porque este quer aprovar a toque de caixa: “O que a comunidade quer? É fundamental sabermos”, disseram.
Encaminhamentos
A reunião foi mais um esforço de mobilização da direção do Sintufrj e faz parte do calendário de lutas aprovado na última assembleia-geral (dia 22), que definiu, inclusive paralisação nesta terça-feira, 28.
Este foi dia nacional de luta por valorização dos servidores e das Carreiras, recomposição salarial e investimentos nas áreas sociais e contra a reforma administrativa, com ato público dos Servidores Públicos Federais, à tarde no Centro do Rio.
A programação segue com novas ações, como a organização de mobilização no Consuni; novas reuniões para divulgação dos dados do relatório (que desmistificam o canto da sereia da Ebserh) e debates (como a live do dia 29).
Quarta-feira, 29 de novembro:
19h – Live do Sintufrj com ex-diretores de hospitais sobre a Ebserh
Quinta-feira, 30 de novembro
9h30 – Sessão extraordinária híbrida do Consuni no Anfiteatro da Escola de Química, no bloco E do CT (sala E 212).
14h – Debate sobre a Ebserh promovido pelo Complexo Hospitalar e Reitoria no mesmo auditório.
Terça-feira, 5 de dezembro
7h – Ato contra a Ebserh no HUCFF; Em seguida, reunião no IPPMG para apresentação do relatório da Comissão Paritária sobre a Ebserh.
Foi aberto, na manhã desta segunda-feira, 27, no Salão Nobre da decania do CCMN, o XI Seminário de Integração dos Técnico-Administrativos em Educação da UFRJ (que segue até 1º de dezembro), vitrine da produção técnico-administrativa nas mais diversas áreas de conhecimento de dentro e de fora da UFRJ.
O Sintufrj, representado pelos coordenadores gerais Esteban Crescente e Laura Gomes, participou da mesa de abertura, que contou ainda com o reitor Roberto Medronho, com a pró-reitora de Pessoal Neuza Luzia, com o superintendente geral de Pessoal Rafael Pereira, com a representante da decania do CCMN, Mônica Oliveira e com Gustavo Cravo, coordenador da Comissão Organizadora.
Esteban lembrou que o Sintae tem tudo a ver com a luta sindical: “O Sintae existe porque existe a Carreira. E existe a Carreira porque tivemos luta, greve, mobilização, caravana e trouxe consigo a luta por formação e capacitação do trabalhador como instrumento para seu avanço”, disse Esteban, comentando que houve um tempo em que eram tratados como serviçal e não como técnicos-administrativos em Educação como hoje, num patamar em que pode mesmo desenvolver pesquisa e extensão.
Segundo ele, mesmo que o cenário não seja mais o mesmo que aquele anterior à derrota do fascismo, não é tão mais fácil. Que é preciso se mobilizar para evitar retrocessos, como uma reforma administrativa que visa extinguir a Carreira conquistada com muito suor. Ou a tentativa de terceirização da gestão de hospitais universitários (com a Ebserh), que pode levar ao fim do Regime Jurídico Único.
Laura Gomes comentou que esteve em todas as edições do Sintae, com seus trabalhos, como nesta em que também apresentará painel, no dia 30, no Grupo de Trabalho sobre Saúde do Trabalhador e Qualidade de Vida (das 9h às 12h na sala 3 do CCMN). Técnica em Enfermagem do HU, lembrou a importância do fórum para valorização do trabalhador, que pode olhar para outro de igual para igual: somos técnicos, somos pesquisadores. Este é um espaço conquistado por nós. Vamos mostrar porque estamos aqui.
O reitor garantiu que a gestão quer valorizar este trabalho com ações concretas. Não pode dar aumento de salário, mas pode criar mecanismos para que os servidores possam progredir na Carreira através de cursos e ter o reconhecimento de sua participação em eventos e nos colegiados, porque o docente também tem.
Contou que há um processo em curso no Sistema Eletrônico de Informação para retirar a expressão “subalterno” (se referindo a técnicos-administrativos) que até hoje há no Estatuto da UFRJ. “Não existe subalterno na universidade”. E que pretende incluir no regimento a possibilidade de que técnicos-administrativos possam participar dos programas de pós-graduação inclusive na coordenação (hoje uma resolução do Conselho de Ensino Para graduados impede). “Não é uma coisa da Capes ou CNPQ (ambas agências do documento), mas algo que nós criamos!!!”, espanta-se, mencionando ainda o compromisso com a criação da CPPTA e da Comissão Interna de Supervisão da Carreira.
TAE na Pós
“O papel dos técnicos-administrativos na pesquisa e na produção acadêmica da UFRJ”, aliás, foi o tema da mesa seguinte, da qual participou a coordenadora-geral do Sintufrj Marta batista, Flávio Chedid (NIDES/UFRJ) e João Sérgio dos Santos Assis (Representante dos Técnicos no CEPG), mediada por Fernando Pimentel (técnico-administrativo da PR3/UFRJ).
Marta relatou a demanda que chegou ao Sintufrj de trabalhadores que atuam na pós-graduação proibidos – por uma resolução recente do CPEG – de coordenar curso, como mencionara o reitor. “Um retrocesso lastimável” que, segundo ela, é preciso enfatizar: não se trata de determinação da Capes. Mas local, atingindo pessoal que atuam na pós-graduação há mais de uma década.
O Sindicato, contou Marta, solicitou mesa de negociação com a Pró-reitor a de Pós-graduação e Pesquisa (PR-2) para que este retrocesso situação seja corrigido. E que vai cobrar o compromisso público feito pelo Reitor por um novo regimento sem retrocesso. Ela também falou a importância mais espaço para as representações técnico-administrativas nos colegiados, inclusive na da Reitoria e cobrando do reitor ações que possam ir além do simbolismo.
Painéis, grupos etc.
A Comissão do Sintae informa que, além de debates e exposição de trabalhos, ocorrerão dois painéis. O primeiro “Relações de Trabalho na UFRJ”, composto por trabalhadoras da Seção de Acompanhamento das Relações de Trabalho (SART). O segundo, apresentando pesquisas em andamento de estudantes do Curso de Especialização em Administração Universitária Federal, atividade conjunta da PR-4 e Faculdade de Administração e Ciências Contáveis.
O evento, que conta com apoio do Sintufrj, está pela primeira vez organizado em grupos de trabalho. É híbrido, mas conta com atividades exclusivamente presenciais e outras remotas. Serão apresentados 137 trabalhos de servidores de diferentes universidades, institutos, colégios e centros federais.
A coordenadora-geral do Sintufrj Marta Batista, que também é da bancada técnica-administrativa no Conselho Universitário, cobrou, na sessão desta quinta-feira, dia 23, posicionamento público da Reitoria sobre a gravidade da situação orçamentária da UFRJ que tem levado, não apenas a problemas sérios de infraestrutura, como a falta de pagamento dos servidores que trabalharam em concursos recentes (Editais 490 e 491).
“Há servidores, membros da comunidade universitária, que trabalharam nesse concurso, e estão endividados, precisam, mas até agora não tem perspectiva de pagamento. A gente sabe que tem a questão da recomposição orçamentária. Mas por que a gente não está vendo a Reitoria indo a público, na mídia, denunciar isso, apontando diversos problemas de infraestrutura?”, disse, questionando ainda por que a Reitoria tem uma postura militante para poder aprovar a Ebserh, mas não vai a público questionar a falta de recomposição orçamentária.
O reitor Roberto Medronho comentou a dimensão da crise orçamentaria e, atendendo ao questionamento da coordenadora-geral, sobre os que trabalharam nos concursos, respondeu que “será pago tão logo tenhamos recursos”. Vindo a suplementação este ano, informou, há “um desafogo. Não vindo pagaremos só ano que vem”.
Assembleia aprova intensificar mobilização, a começar por esta quinta, 23, no Conselho Universitário e em reunião com trabalhadores de unidades hospitalares
Nesta quarta-feira, 22, depois da exposição detalhada de integrantes da comissão que estudou a performance dos 41 hospitais nestes 10 anos de adesão à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) – o que acabou por demonstrar o acerto das críticas do movimento de que esta empresa não resolve os problemas dos hospitais – os técnicos-administrativos da UFRJ reunidos em assembleia no auditório do Quinhentão deliberaram por unanimidade:
1 – Ato contra a Ebserh no dia 5 de dezembro, em frente ao Hospital Universitário
2 – Envio de manifesto dirigido à Reitoria e aos membros do Conselho Universitário reivindicando que a discussão sobre a Ebserh no colegiado só se dê após debate amplo na comunidade sobre o contrato que, para tanto, deverá ser apresentado.
3 – Convocação de protesto em todos as sessões do Consuni em que a Ebserh for pautada;
4 – Constituição de comissão pelo Sintufrj com assessoria jurídica para avaliar os vícios da Ebserh e, caso se comprove, recorrer à Justiça.
5 – Os presentes propuseram ainda que o Sindicato tenha em perspectiva inclusive a possibilidade de ocupação da Reitoria, a fim de criar condições de demo9nstrar à população os riscos da entrega do patrimônio e pessoal à Ebserh.
6 – Exposição aos trabalhadores do HUCFF, IPPMG e Maternidade Escola de pontos do relatório que revelam os problemas que existem nos hospitais administrados pela Ebserh.
Como foi
A assembleia tinha como primeiro ponto de pauta avaliar a ameaça de terceirização da gestão com a Ebserh. Os representantes da comissão Gerly Miceli e Roberto Gambine reiteraram indicadores graves, como a de número de leitos e a série de problemas de infraestrutura constatados na maioria dos hospitais.
Com base nos números, os presentes constataram, além da ineficiência da empresa (em aumentar leitos, por exemplo) o propósito de ataque ao RJU com a extinção total dos servidores estatutários até 2050; a perda de autonomia no ensino, pesquisa e extensão dos nossos hospitais universitários com a entrega de mão beijada de toda essa grande estrutura, construída com sacrifício e trabalho árduo de seus profissionais, à Ebserh.
Diante disso, houve avaliação comum de que é necessário aprofundar a mobilização.
Todos ao Consuni e ao debate
Nesta quinta, no auditório do Parque Tecnológico, acontece sessão do Conselho Universitário que terá, na pauta, a apresentação do Grupo de Trabalho encarregado das negociações com a Ebserh.
Às 14h, o Complexo Hospitalar e da Saúde convidou para um debate sobre a empresa também no Parque Tecnológico (Rua Aloísio Teixeira, 278)
Polêmica – Além da crítica na assembleia à divulgação deste debate em cima da hora, houve também muitas críticas na internet: os perfis da UFRJ no Instagram e no Facebook – sob o pretexto de desmistificar fake news – vêm divulgando cards com argumentos favoráveis à Empresa. Diversos comentários que se seguem às postagens criticam o fato de que se está usando canais oficiais para propagar sua posição.