As mudanças que poderão surgir com o Programa de Gestão e Desenvolvimento (PGD) da UFRJ serão abordadas no encontro que será realizado pela Comissão Interna de Eventos da Decania do centro do Centro de Tecnologia, em homenagem ao Dia do Trabalhador, dia 24, no Salão Nobre (segundo andar do bloco  A).

Ana Lúcia Azevedo, Gerente de Recursos Humanos da Coppe; Agnaldo Fernandes, técnico-administrativo em Educação; Karla Simas, Superintendente Geral de Gestão de Pessoas da Pró-Reitoria de Pessoal participam do debate, que será mediado por Raquel Piedade.  A finalidade é tirar as dúvidas dos servidores sobre a nova regulamentação.

O PGD foi aprovado pelo Conselho Universitário em março. Carece ainda de normas complementares em elaboração para sua implementação e para a adesão (facultativa) pelas unidades. Prevê as modalidades presencial e teletrabalho parcial (até 60% da jornada semanal) ou integral (até 20% do quadro de trabalhadores) e, para quem aderir, a substituição do modelo de trabalho vigente pela realização das atividades com base em planos pactuados previamente com as chefias.

Institucionalização e falta de regulação ainda afetam o cuidado em saúde mental infantojuvenil

Nara Lacerda
Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

O Brasil completa 36 anos de luta antimanicomial neste 18 de maio, mas, apesar dos avanços conquistados no período, a internação de crianças e adolescentes segue um desafio para o país. O movimento histórico tem como um dos principais resultados a lei da Reforma Psiquiátrica, de 2001. No entanto, as garantias previstas no texto parecem não alcançar a população jovem no mesmo ritmo.

Em entrevista ao Brasil de Fato, a psicóloga e pesquisadora em psicologia social Flávia Blikstein aponta que existe uma defasagem no campo da atenção a essa população. “Historicamente, temos na história do cuidado com a infância esse processo de institucionalização bastante presente. Aquelas crianças consideradas – entre muitas aspas –  anormais, na nossa história, desde que surge esse conceito de anormalidade na infância, surge a institucionalização. O que a prática de cuidado faz é retirá-las, colocá-las na exclusão.”

Quando a lei da reforma foi promulgada, o Brasil tinha largo histórico na internação pessoas com doenças mentais. Mais de 100 mil cidadãos e cidadãs chegaram a essa condição, o maior número de toda a América Latina. A norma trouxe uma mudança de paradigma ao determinar que a atenção em saúde mental deveria ser realizada por uma rede de cuidados, afastando-se do enfoque na institucionalização e nos manicômios.

No entanto, em 2013, Flávia Blikstein, em sua dissertação de mestrado intitulada Destino de crianças – Estudo sobre as internações de crianças e adolescentes em Hospital Público Psiquiátrico, revelou que as internações de crianças e adolescentes persistiam, mesmo mais de dez anos após a lei.

Alguns anos depois, em 2019, ela publicou novo trabalho alertando para a persistência do asilamento como prática de cuidado em saúde mental para crianças e adolescentes. A tese de doutorado Políticas públicas em saúde mental infantojuvenil e filantropia analisou o modelo filantrópico predominante na área e as internações de longa duração em instituições para pessoas com deficiência.

“O que eu pude ver nas minhas pesquisas é que essa institucionalização da infância se prolonga para a vida adulta. São crianças que entram nas instituições de acolhimento da pessoa com deficiência e nunca mais saem”, alerta.

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No mestrado, Blikstein notou que a maioria dos casos ocorreu por determinação judicial ou por meio de serviços de saúde. Muitas situações contrariavam tanto as normas da Reforma Psiquiátrica quanto do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Prevalecia uma lógica de encaminhamento, sem foco na atenção em rede. Além disso, a falta de serviços regionalizados nos territórios e comunidades reforçava as internações ocorridas sem ordem judicial.

Os estudos da pesquisadora mostram que as políticas implementadas não têm conseguido resolver o problema, levando à segregação e exclusão em vez de promover a inclusão social. A falta de ações intersetoriais, a escassez de dados e a ausência de regulação de instituições também foram apontadas como questões críticas.

“É um modelo que se demonstrou ineficiente. Defendemos exaustivamente a possibilidade dos diferentes modos de ser humano. É um direito que possamos ser como somos e que o adoecimento não implique na nossa absoluta exclusão social. No caso das crianças e adolescentes isso é mais grave porque a internação repercute na exclusão da escola, da convivência familiar e comunitária.”

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Na tentativa de colaborar com a superação desse cenário, a Rede Nacional de Pesquisas em Saúde Mental de Crianças e Adolescentes (RedePq-SMCA) elaborou um documento público que foi encaminhado no mês passado ao Departamento de Saúde Mental e Enfrentamento ao Abuso de Álcool e outras Drogas do Ministério da Saúde. Ele traz a contextualização das conquistas e dos desafios e proposições para a mudança.

“Este momento de retomada da própria política, é um momento fundamental de colocar a infância, tal qual está prevista na nossa Constituição, como prioridade. É importante que a gente tome esse fato como um norte das nossas ações. As crianças continuam internadas, portanto, precisamos agir para que isso não aconteça, já que isso é uma violação de todo o tamanho”, ressalta Flávia Blikstein.

Histórico

18 de Maio: Dia Nacional da Luta Antimanicomial

Fonte: Conselho Nacional de Fonoaudiologia

O Dia Nacional de Luta Antimanicomial é comemorado no dia 18 de maio e remete ao Encontro dos Trabalhadores da Saúde Mental, ocorrido na cidade de Bauru (SP) no ano de 1987, onde surgiu a proposta de reformar o sistema psiquiátrico brasileiro, a qual já estava em discussão desde o final da década de 70.

Diferentes categorias profissionais, associações de usuários e familiares, instituições acadêmicas, representações políticas e outras questionavam a forma de assistência, denunciavam as violações dos direitos das pessoas com transtornos mentais, os abusos cometidos em instituições psiquiátricas e as precárias condições de trabalho e propunham mudanças na forma de assistência, desconstruindo o modelo manicomial.

Com a proclamação da Constituição, em 1988, foi criado o Sistema Único de Saúde (SUS) e estabelecidas as condições institucionais para a implantação de novas políticas de saúde, entre as quais a de saúde mental.

Apenas em 2001 foi aprovada a Lei 10.216, nomeada “Lei Paulo Delgado”, que trata da proteção dos direitos das pessoas com transtornos mentais e redireciona o modelo de assistência, transferindo o foco do tratamento, que se concentrava na instituição hospitalar, para uma Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), estruturada em unidades de serviços comunitários, abertos e territorializados (Centro de Atenção Psicossocial – CAPS), garantido assim a cidadania e a liberdade de usuários e familiares sem o risco de segregação.

Segundo dados do Ministério da Saúde (MS), 3% da população geral sofrem com transtornos mentais severos e persistentes; mais de 6% da população apresenta transtornos psiquiátricos graves decorrentes do uso de álcool e outras drogas; 12% da população necessitam de algum atendimento em saúde mental, seja ele contínuo ou eventual; 2,3% do orçamento anual do SUS são destinados para a Saúde Mental.

Ainda, é preciso fortalecer as políticas de saúde voltadas para esse grupo, tornando eficaz o atendimento a quem sofre de crise social, violência e desemprego; consolidar e ampliar uma rede de atenção de base comunitária e territorial e aumentar o repasse financeiro para a saúde mental.

 

O Colégio Eleitoral da UFRJ, reunido nesta terça-feira, dia 16,  para elaboração das listas tríplices para reitor e vice-reitor, ratificou a vontade expressa pela comunidade nas urnas: Roberto Medronho e Cassia Turci foram os mais votados e encabeçam cada uma das listas, respectivamente.

O Colégio Eleitoral cumpre um rito legal na formulação das listas enviadas ao Ministério da Educação para nomeação do reitor para o quadriênio 2023 a 2027 pela Presidência da República.

Nesse procedimento leva em conta a votação da pesquisa, realizada entre os dias dia 25 a 27 de abril, na comunidade universitária que indicou Medronho e Cássia para reitor e vice-reitora.

O auditório do CT2 ficou movimentado com dezenas de conselheiros, membros do Conselho Universitário, do Conselho de Curadores, Conselho de Ensino para Graduados, de Ensino de Graduação, e de Extensão Universitária.

No início, os presentes aprovaram por ampla maioria que o voto seria aberto e uninominal.  Em seguida o reitor em exercício Carlos Frederico Leão Rocha, que presidiu o colegiado, suspendeu a sessão para inscrição das chapas.

Além de Medronho, se inscreveram, os decanos Walter Suemitsu (Centro de Tecnologia) e Luiz Eurico Nasciutti (Centro de Ciências da Saúde); para vice-reitor, além de Turci, se inscreveram os decanos Flávio Martins (Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas) e Afrânio Barbosa (Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza) –  nomes inscritos em apoio ao processo democrático.

Dezenas de conselheiros de cada colegiado foram ao microfone anunciar seu voto e consagraram a chapa vencedora na consulta à comunidade universitária.

Colégio eleitoral da UFRJ .
Rio, 16/05/23
MEDRONHO E CÁSSIA tiveram a vitória nas urnas formalizada na reunião da manhã de terça-feira. Agora é esperar a nomeação de Brasília Rio, 16/05/23
OS TRABALHOS FORAM CONDUZIDOS pelo reitor em exercício Frederico Leâo Rocha (todas as fotos são de Elisângela Leite)

Vigor da democracia

O coordenador-geral do Sintufrj Esteban Crescente apontou que, como tem sido tradição na UFRJ, foi respeitada a vontade democrática da comunidade acadêmica e a maioria dos conselheiros apresentou seu voto para a reitor e vice nos nomes apontados nas urnas. “Isso é muito importante porque simboliza a força e vivacidade da democracia na Universidade”, disse.

Ao destacar que o Sintufrj esteve presente (ele, a coordenadora-geral Laura Gomes e o colaborador Francisco de Assis) na sessão do Colégio Eleitoral, Esteban informou que o sindicato pretende marcar reuniões com os novos gestores da UFRJ  para pautar as demandas da categoria.

“Temos pendentes muitas questões para serem resolvidas, como a contagem de tempo especial, questão de segmentos específicos da categoria que precisam de andamento, a questão da insalubridade, melhoria das condições de trabalho, avanço na capacitação. O Sintufrj está comprometido com esta pauta”, anunciou, parabenizando o reitor e a vice-reitora indicados.

E agora

A Secretaria dos Órgãos Colegiados informou que vai preparar a documentação para enviar ao MEC para homologação e, assim, aguardar a nomeação do reitor de da vice-reitora pela Presidência da República. Segundo o site da UFRJ, as listas seriam enviadas ainda nesta terça-feira, dia 16 e a nomeação é esperada para junho e a posse em julho, mas isso pode ser antecipado, já que o cargo de reitor está vago desde a saída de Denise Pires para a Secretaria de Educação Superior.

Como se viu, portanto, a eleição, do ponto de vista burocrático, não se encerrou na pesquisa à comunidade. Precisou ser formalizada conforme determina a Lei 9.192/95, com a reunião do Colégio Eleitoral, com a composição de 70% de docentes.

Uma legislação arcaica e antidemocrática, da época de FHC (que aliás interveio na UFRJ desrespeitando a vontade da comunidade) e que precisa ser posta em xeque. Tanto que o presidente Lula se comprometeu, em encontro com reitores em janeiro, a respeitar a autonomia das universidades: “Quem tem que gostar do reitor é a comunidade universitária que tem que saber quem é que pode administrar bem por eles”, disse ele.

Valorização da categoria e autonomia

Em entrevista logo após o resultado, Roberto Medronho abordou primeiras medidas, Carreira, Plano de Qualificação Institucional, Programa de Gestão e Desempenho e outros temas de interesse da categoria técnica-administrativa (em breve em vídeo no canal do Sintufrj no Youtube). Mas também, sobre autonomia universitária.

“O acordo com o corpo social foi o cumprido”, disse Medronho, avaliando o resultado da sessão, mas comentando que, na sua avaliação, a lei precisa ser mudada. Para ele, a etapa de formulação da lista não precisaria ter ocorrido e o eleito deveria ser empossado e a UFRJ vai trabalhar para isso:

“No que depender da UFRJ, sim. Acho que podemos avançar na nossa autonomia e isso evita qualquer problema como o que já ocorreu em período pretéritos, infelizmente, quando o candidato mais votado na consulta não foi indicado pelo presidente da República e gerou uma crise sem precedente na história da universidade. O mais votado deve ser indicado. Isso é a meu juízo um avanço para assegurar a autonomia. Estaremos na linha de frente na luta pela autonomia universitária”, declarou.

Os professores e funcionários administrativos das escolas estaduais entram em greve a partir de quarta-feira, 17. Eles reivindicam a implementação do piso nacional do magistério para os docentes e o piso dos funcionários administrativos tendo como referência o salário mínimo nacional. O movimento, por tempo indeterminado, foi decidido em assembleia dia 11, no Clube Municipal (Tijuca), com grande presença da categoria.

“O projeto de implementação do piso apresentado pelo governo não corresponde ao piso estabelecido pela Lei Federal 11.738/2008 que estabelece o vencimento básico no início da carreira. O que o governador quer fazer é nivelar os salários dos profissionais da educação que recebem abaixo do piso realizando um achatamento do Plano de Carreira”, declara Dermeval Marins, diretor do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Estado (Sepe-RJ).

A greve começa na quarta-feira com um “arrastão” nas escolas e atividades nos núcleos da capital e nas regionais do Sepe em todo o estado; e assembleias locais para tira o comando de greve. Já na quinta-feira, 18, ocorre nova assembleia no Largo do Machado, às 14h, e em seguida, marcha ao Palácio Guanabara.  O movimento promete também realizar atos na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) todos os dias em que o projeto do governo Cláudio Castro for discutido na casa.

Além das reivindicações econômicas, a categoria também defende a revogação do Novo Ensino Médio e a convocação de concursados para o magistério dos concursos de 2013 e 2014 e de inspetores de alunos do concurso de 2013, além de abertura de novos concursos para suprir a carência de profissionais nas escolas e para as funções de assistente social e psicólogos, como resposta ao aumento da violência no interior das escolas.

“O Sepe sempre denunciou a falta de recursos dentro da escola pública, durante a pandemia esse problema ficou escancarado: falta materiais, espaços adequados mais principalmente gente, a escola não é feita apenas com professores e alunos. Neste primeiro semestre fomos surpreendidos aos ataques contra as escolas. É fundamental que se compreenda que tais ataques não surgem do ambiente escolar mais sim de fora, da influencia de grupos de extrema-direita que agem nas redes sociais. Muitos destes ataques poderiam ter sido evitados caso houvesse funcionários no espaço escolar, e não estou falando apenas de professores, porteiros e inspetores, falta também psicólogos, psicopedagogos, terapeutas e assistentes sociais que formariam uma equipe multidisciplinar que poderia auxiliar nos problemas que os estudantes enfrentam”, ressalta Dermeval.

O pior piso

Hoje, o Rio de Janeiro paga o pior piso salarial do Brasil para os educadores da rede estadual – enquanto o piso nacional é de R$ 4.420,00, o professor de uma escola estadual tem um piso de R$ 1.588,00 como vencimento base (18 horas semanais). Os funcionários administrativos (serventes, merendeiras, porteiros, inspetores de alunos etc.), em sua maioria, recebem um piso menor do que o salário mínimo (R$ 802,00).

 

Entenda o impasseSEPE PROFESSORES SEPE PROFESSORES

Em reunião com a secretária estadual de Educação, Roberta Pontes, e representantes da Casa Civil, no dia 10 de maio, o governo apresentou ao Sepe seu projeto de incorporar o piso nacional do magistério. No entanto, o projeto do governo não incorpora o piso a todas as carreiras, na verdade, o governo quer apenas reajustar os salários que estão abaixo do piso.

Com isso, quem ganha acima do piso não receberá nenhum reajuste – segundo a Secretaria Estadual de Educação (Seeduc), apenas 33% dos aposentados e 42% da ativa receberiam o reajuste. “O que o governo apresentou, na verdade, é um reajuste sob a forma de abono”, afirma o Sepe-RJ em sua página na internet.

Para o Sindicato, o correto é o piso ser implementado a partir do vencimento inicial da carreira e ser adequado proporcionalmente aos demais níveis, cumprindo o que manda o atual Plano de Carreira da categoria – exatamente o que o governo anunciou que não irá fazer.

O Sepe-RJ denuncia que o projeto do governo Cláudio Castro, além de ser ilegal, é um ataque ao Plano de carreira dos profissionais de educação. O Sindicato ainda esclarece que pelo projeto do governo, os salários dos funcionários administrativos das escolas (merendeiras, porteiros, agentes, etc.), que em sua maioria recebem menos do que um salário mínimo de piso, não seriam reajustados.

ASSEMBLEIA QUE DECIDIIU A GREVE atraiu centenas de profissionais. Foto Sepe

Colégio Eleitoral se reúne no auditório do CT2: Roberto Medronho foi escolhido pela comunidade universitária para dirigir a UFRJ até 2027

A Secretaria dos Órgãos Colegiados da UFRJ anunciou a convocação da sessão do Colégio Eleitoral para a manhã desta terça-feira, 16 de maio, às 9h30min, no Auditório CGTEC CT2, do Centro de Tecnologia, no Fundão.

Este colegiado elabora a lista tríplice (com nomes de três candidatos a reitor e três vices) que é enviada ao Ministério da Educação para nomeação do reitor para o quadriênio 2023 a 2027 pela Presidência da República.

A elaboração da lista leva em conta a votação da comunidade universitária que indicou Roberto Medronho e  Cássia Turci para reitor e vice-reitora.

Composto por pelo menos 70% de docentes,  o Colégio é formado pelos membros do Conselho Universitário, Conselho de Curadores, Conselho de Ensino para Graduados, Conselho de Ensino de Graduação e Conselho de Extensão Universitária.

Pesquisa apontou Medronho

Nos dias 25, 26 e 27 de abril a comunidade da UFRJ foi às urnas no pleito que apontou, como vencedores, com 31,7% dos votos, Medronho e Turci , pela chapa 10 − UFRJ para Todos, para um mandato que vai de julho de 2023 a julho de 2027.  A chapa 20 − Redesenhando a UFRJ, liderada por Vantuil Pereira e Katya Gualter, obteve 19,8% dos votos.

A pesquisa foi paritária, com peso (na soma de votos) de um terço para cada segmento (técnico-administrativos, docentes e estudantes). E, embora não exista vinculação formal entre a pesquisa e decisões do Colégio Eleitoral, seguindo a prática democrática, os conselheiros desse colegiado costumam considerar a manifestação da comunidade nas urnas.

FHC impôs reitor

Com triste exceção do governo FHC (no caso da UFRJ) – que impôs o nome de Henrique Vilhena como reitor gerando uma crise institucional em 1998 –  todos os nomes indicados pela comunidade e apontados pelo Colégio Eleitoral foram acatados.

Apesar de, no governo Bolsonaro o desrespeito à vontade da comunidade ter sido frequente, em 2019 Denise Pires, escolhida nas urnas acabou sendo nomeada como a primeira reitora eleita em 100 anos de história da UFRJ.

Segundo dossiê produzido por docentes da Ufes, entre 2018 e 2022, o governo de extrema direita atropelou a indicação de reitores em 23 universidades federais.

Lula se comprometeu

Com Lula no governo, no entanto, o horizonte é outro: em encontro com reitores em janeiro, se comprometeu a respeitar a autonomia das universidades e retomar investimentos no ensino superior e disse que não será ele quem vai escolher o reitor: “Quem tem que gostar do reitor é a comunidade universitária que tem que saber quem é que pode administrar bem por eles”.

CÁSSIA TURCI E ROBERTO MEDRONHO foram escolhidos pela comunidade universitária no final de abril para comandar a universidade. Foto: Rosângela Leite

Medida atende exigência do Supremo Tribunal Federal (STF), que suspendeu o pagamento do piso em setembro. O argumento, contestado, era de que faltava indicação de fonte de custeio. Agora não falta mais

Escrito por: RBA | Editado por: Cida de Oliveira/RBA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou a Lei 14.581/23 que garante fonte de recursos para o pagamento do piso nacional da Enfermagem. Publicada no Diário Oficial da União nesta sexta-feira (12), Dia Internacional da Enfermagem, a legislação abre crédito especial de R$ 7,3 bilhões no orçamento do Fundo Nacional de Saúde e regulamenta os repasses para o cumprimento da lei do piso em todo o território nacional.

A criação de lei nesse sentido foi determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Em setembro, o ministro Luís Roberto Barroso concedeu liminar a uma entidade sindical patronal. E suspendeu o pagamento que seria feito pela primeira vez. O então presidente Jair Bolsonaro (PL) aprovou a Lei do Piso em 4 de agosto.

A expectativa do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) é que o STF revogue a liminar que impede a efetivação do piso. A lei que o criou contempla trabalhadores dos setores público, privado, militar e filantrópico.

Piso é dignidade à Enfermagem, diz Cofen

“Depois de tanta luta e perseverança, hoje é dia de comemorar essa conquista histórica, que vai beneficiar principalmente quem mais precisa. A Enfermagem nunca mais será a mesma, daqui em diante vamos continuar lutando por mais, até que a profissão alcance o lugar que merece. Vamos batalhar pela implantação desse piso e assegurar dignidade à categoria em todos os sentidos do exercício profissional”, disse a presidente do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) Betânia Santos.

De autoria do senador Fabiano Contarato (PT-ES), a lei do piso aprovada pelo Congresso estabelece salário inicial de R$ 4,7 mil para enfermeiros, R$ 3,3 mil para técnicos e R$ 2,3 mil para auxiliares e parteiras.

Autor da lei do piso apela ao STF para derrubar suspensão

Segundo o Cofen, há atualmente em todo o país mais de 2,8 milhões de profissionais no setor. São 693,4 mil enfermeiros, 450 mil auxiliares de Enfermagem e 1,66 milhão de técnicos de Enfermagem. E o Ministério da Saúde estima em cerca de 60 mil o número de parteiras, que atendem a 20% dos nascimentos na área rural. O percentual pode dobrar nas regiões Norte e Nordeste.

Embora a lei que garante recursos tenha sido sancionada e publicada, a efetivação do piso depende da revogação da suspensão no (STF). “Em 12 de maio de 2020, em plena pandemia da covid, eu apresentei projeto de lei para instituir o piso salarial da Enfermagem. Aprovamos no Senado e na Câmara. É lei. E alteramos a Constituição. O presidente Lula determinou fonte de custeio de R$ 7,3 bilhões e eu espero que o Supremo Tribunal Federal tenha empatia com a categoria. E que determine imediatamente o pagamento daquilo que já é lei. Parabéns à categoria”, disse o senador Fabiano Contarato.

Todo mês, os vigilantes do campus da Praia Vermelha (PV) contratados pela empresa são submetidos a constrangimentos por não terem como honrar suas contas. A terceirizada não tem data certa para depositar o pagamento dos trabalhadores – o de abril foi pago no fim da tarde de quarta-feira, 10, após intervenção da entidade que os representa na UFRJ (Attufrj), junto à Pró-Reitoria de Gestão e Governança (PR-6).

Outra irregularidade praticada pela Guard Angel é parcelar o valor do vale-refeição que, na maioria das vezes, é pago abaixo do valor devido. O mesmo ocorre com as horas extras feitas em feriados, cujas contas da terceirizada estão sempre em desacordo com as leis trabalhistas. O abono e o adiantamento não são depositados quando o empregado sai de férias. Segundo planilha da Pró-Reitoria de Gestão e Governança (PR-6) atualizada em outubro de 2022, há 79 profissionais contratados pela empresa no campus da PV.

“Tem colegas com depressão, precisando pedir dinheiro emprestado para pôr comida em casa”, denunciou um terceirizado.

Attufrj pressiona 

“A situação está insustentável”, reconheceu Luciana Calixto, da coordenação da Attufrj. Ela informou que os trabalhadores da Guard Angel já procuraram a fiscalização do contrato, e a entidade denunciou o desrespeito aos direitos trabalhistas dos vigilantes à PR-6.

“Questionamos a PR-6 sobre as medidas que seriam tomadas e se  a universidade manterá o contrato com a terceirizada?”, a resposta foi que uma equipe vai entrar em contato com o setor responsável, disse a dirigente da Attufrj.

CAMPUS DA PRAIA VERMELHA. Vigilantes que protegem arquitetura secular do campus da UFRJ sofrem com precarização e desrespeito de direitos.

 

Depois da pandemia, evento que apresenta a universidade a estudantes de ensino médio volta a acontecer. São mais de 40 técnicos-administrativos envolvidos na organização

O tradicional evento da maior universidade federal do país, o “Conhecendo a UFRJ”, retorna ao seu formato presencial nesse mês de maio, depois  da interrupção pela pandemia. Cerca de 6 mil estudantes de escolas públicas e privadas do ensino médio e de cursos pré-vestibulares voltam a visitar o campus da Cidade Universitária da UFRJ para conhecer seus mais de 170 cursos de graduação durante três dias. A atividade começou nesta terça-feira, 9, e termina na quinta-feira, 11.

Voltado especialmente para estudantes do Ensino Médio de escolas públicas, o evento já chegou a reunir um público presencial de 15 mil pessoas e mais de 900 técnicos, docentes e discentes de diferentes cursos de graduação, envolvidos na sua realização. O projeto Conhecendo a UFRJ é uma iniciativa da Pró-Reitoria de Extensão (PR-5), organizada pela equipe de técnico-administrativos, e que mobiliza toda a Universidade.

“Além dos estudantes e professores que participam do evento, são mais de 40 técnico-administrativos só da PR-5 e técnico-administrativos das unidades que coordenam os estandes e técnico-administrativos que fazem palestras. É um evento que envolve toda a comunidade universitária, seus centros e decanias”, diz Bárbara Tavela, superintendente de Integração e Articulação da PR-6.

O Conhecendo a UFRJ dá trabalho organizar, segundo Bárbara, mas é gratificante e importante para orientar os jovens ainda em formação.

“É muito trabalhoso. Envolve muita gente. Mas ao mesmo tempo é prazeroso, trabalhar com os sonhos desses jovens que se concretizam a partir do ensino superior. Na palestra de abertura foi perguntado quem queria fazer um curso superior, a maioria levantou a mão”, declara a superintendente.

A Extensão é a área da UFRJ responsável por conectar a universidade aos demais setores da sociedade. Com 3 mil projetos de diferentes áreas, as ações de extensão atingem um público de mais de 2 milhões de pessoas por ano, no Rio e em todo o Brasil, com pesquisas, eventos, cursos, oficinas e capacitações.

Seis mil sonhos

A estudantada chega em dezenas de ônibus pela manhã numa ansiedade danada. Passeiam pelo campus, visitam os estandes dos cursos, ouvem palestras e conhecem os laboratórios da UFRJ. Muitos nunca entraram numa universidade. O burburinho na universidade é intenso. As atividades acontecem no Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN), Centro de Letras e Artes (CLA), Centro de Ciências da Saúde (CCS) e Centro de Tecnologia (CT).

Nos estandes, estudantes, professores e técnico-administrativos atendem a curiosidade e a fome de conhecimento dos jovens alunos:

O curso de Biologia é bem concorrido. Cobras, sapos e bichos empalhados chamam a atenção. A bióloga do Departamento de Zoologia do Instituto de Biologia, Margaret Corrêa, conta que estreia no Conhecendo a UFRJ e fala da alegria em receber os jovens:

“É a primeira vez que participo do Conhecendo a UFRJ. Os estudantes têm fome de conhecimento. Querem saber tudo. Ficam deslumbrados com tantos cursos. E muitos já vêm perguntando sobre quais são as áreas da Biologia. É gratificante ver o brilho nos seus olhos!”

As estudantes do Centro Educacional Santa Mônica, Jullia Almeida, Sthefany Costa e Amanda Almeida, que estavam a namorar o estande do curso de Odontologia, estavam radiantes.

“É como viver um dia como universitárias. Conhecemos áreas que não sabíamos que existiam”, revelaram.

No estande do Restaurante Universitário até guia vegano do próprio RU foi apresentado. As receitas são da equipe de nutricionistas e foi elaborado para coincidir com a comemoração dos 15 anos do RU, realizada no início de maio.

“O guia traz também a história do RU, discorre sobre políticas públicas e traz os conceitos do Guia Alimentar da População Brasileira”, explica a nutricionista Marília França. Sobre os estudantes revela: aqui eles perguntam de tudo! O preço da comida, o cardápio, querem um verdadeiro Raio X.

No estande do curso de Direção Teatral, o estudante do 7º período, Hugo Genuino, estava pronto para todas as explicações. Hugo é cria do Conhecendo a UFRJ. Participou das edições de 2018 e 2019 quando ainda estudante do Cefet/RJ.

“Realizamos muitas peças e fazemos pesquisa. Direção teatral é o 2º maior projeto de extensão da UFRJ”, conta entusiasmado.

No estande do curso de Astronomia a professora de física, Mirian Gandel, e a astrônoma Ana Beatriz de Mello, observaram haver muita indecisão por parte dos jovens.

Mas, os estudantes do Cefet Maria da Graça, 3º ano do curso de Manutenção Automotiva, estes sabiam o que queriam. Foram direto ao estande da equipe Icaros (grupo de estudantes da área de engenharias da UFRJ, que monta carros a combustão e participa de disputas universitárias).

TECNOLOGIA AUTOMOTIVA aproxima estudantes da UFRJ e do CEFET-RIO
NUTRICIONISTA MARÍLIA FRANÇA  e estagiária Jennifer Gomes no estande do Restaurante Universitário apresentando Guia Vegano

Salas, auditórios e corredores da Faculdade de Letras ganharam um colorido especial com uma variedade de atividades culturais da 1ª Feira de Extensão, promovida pela direção adjunta de Cultura e Extensão, no dia 3 de maio, e organizada pelo Colegiado de Extensão.

Multiatividades

“Torre de babel: a Biblioteca José de Alencar transfigurando seu papel” foi um dos temas apresentados nos estandes no bloco B, além de outros como ações contra o preconceito linguístico e projeto Letras Inclusiva.

As rodas de conversa no Espaço Cultural João Cabral de Melo Neto trataram de temas como extensão e formação universitária. Nas oficinas, o público conheceu trabalhos como a elaboração de material didático para língua estrangeira, letramento acadêmico e preservação cultural.

Entre as ações culturais – no auditório Samira Mesquita, na biblioteca e no Espaço Cultural –, apresentações musicais e um sarau literário.

Participação nota 10

“Temos atualmente 74 ações, entre projetos, cursos, programas e eventos, produzidos por professores e técnicos-administrativos de nível superior”, conta Lídia Torres, uma das coordenadoras de organização do evento. Ela explicou que foram apresentadas cerca de 35 ações, uma vitrine da produção da Extensão voltada à comunidade, em especial aos calouros.

A coordenadora destacou o envolvimento de cerca de 500 pessoas, entre técnicos-administrativos, docentes e estudantes da faculdade – mais de 50 somente da biblioteca.

Visitaram o evento, além dos estudantes da extensão e de outras áreas da UFRJ, alunos do ensino básico e fundamental de algumas escolas, e até familiares. “Foi um sucesso! Podem aguardar a 2ª feira de Extensão da Faculdade de Letras”, comemorou Lídia.

Primeira feira de extensão da Letras.