Coautora do projeto, Benedita da Silva (PT-RJ) lamentou: “Quando falta dinheiro pra comida, absorvente é artigo de luxo”

Redação Brasil de Fato | São Paulo (SP) | 7 de Outubro de 2021 

Jair Bolsonaro é criticado por mulheres nas redes sociais – Evaristo Sa / AFP

Foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira (7) que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vetou a distribuição gratuita de absorventes para mulheres em situação de vulnerabilidade. A alegação do mandatário é que não havia previsão de financiamento da ação no texto.

O projeto, que determina a criação do Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual, foi sancionado por Bolsonaro. Mas o veto à distribuição gratuita de absorventes é o coração da proposta, que pode ser enfraquecida sem a medida.

No texto original, havia previsão de gratuidade para estudantes de baixa de escolas públicas; mulheres em situação de rua; mulheres privadas de liberdade em unidades do sistema prisional; e adolescentes detidas em unidades de medida socioeducativa.

No Twitter, mulheres reagiram e criticaram o veto. Lola Aronovich, professora da Universidade Federal do Ceará, atacou Bolsonaro. “Projeto aprovado pelo Congresso em Setembro iria prover absorventes a estudantes de baixa renda de escolas públicas, mulheres em situação de rua e presidiárias. Também incluía absorventes em cestas básicas. O mais misógino presidente de todos os tempos vetou o projeto hoje.”

Coautora do projeto, a deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ) também se manifestou. “É uma decisão que prejudica milhões de mulheres que vivem em situação de pobreza menstrual. Num momento em que falta dinheiro para comida, absorvente é artigo de luxo. Como co-autora da proposta vou trabalhar muito com a bancada do PT na Câmara para derrubar mais esse veto.”

 

 

Nascido na ilha de Zanzibar e radicado no Reino Unido, romancista é expoente do pós-colonialismo

FONTE: Por Walter Porto, da Folha de S. Paulo. Em 7/10/2021

O escritor Abdulrazak Gurnah – Foto: Divulgação

O romancista Abdulrazak Gurnah venceu o prêmio Nobel de Literatura deste ano, o maior reconhecimento mundial a um escritor vivo.

A Academia Sueca fez na manhã desta quinta-feira o anúncio que pega todas as bolsas de aposta de surpresa. Nenhum dos livros do autor, escritos em inglês com traços de suaíli, árabe e hindi, foi traduzido no Brasil.

Nascido na ilha de Zanzibar e radicado no Reino Unido, Gurnah se tornou rapidamente um expoente da literatura pós-colonial, com os olhos voltados à África Oriental. É o primeiro autor da Tanzânia a ganhar o prêmio, e o segundo autor negro africano depois de Wole Soyinka, da Nigéria.

O comitê do Nobel justificou a escolha do escritor de 73 anos “por sua rigorosa e compassiva investigação sobre os efeitos do colonialismo e os destinos dos refugiados na lacuna entre culturas e continentes”.

“Os personagens itinerantes de Gurnah, na Inglaterra ou no continente africano, se encontram entre a vida deixada para trás e a vida que vem adiante”, disse o porta-voz da Academia Sueca. “Enfrentando o racismo e o preconceito, mas também se impelindo a silenciar a verdade ou reinventar suas biografias para evitar conflito com a realidade.”

O escritor se mudou para o Reino Unido aos 18 anos, depois que um conflito armado estourou em Zanzibar em meio à perseguição estatal à minoria árabe a que ele pertence.

“Sua saída precoce do país explica o papel central do exílio em todos os seus trabalhos, mas também sua falta de nostalgia pela África pré-colonial”, acrescentou o porta-voz. “Em Gurnah, você encontrará histórias marcadas por destinos individuais que não se conformam à narrativa colonial da história.”

O Nobel de Literatura vinha tendo anos turbulentos antes da vitória pouco ruidosa da poeta americana Louise Glück, no ano passado. Outra cria dos Estados Unidos, o músico Bob Dylan causou um terremoto nos círculos literários ao ser escolhido para o prêmio há cinco anos, quando o principal de sua obra são letras de canções.

No ano seguinte, o Nobel passou por sua maior crise, devido a acusações de estupro e corrupção no comitê que escolhe os vencedores, o que causou sete baixas na instituição. Em 2018, o prêmio não foi entregue —foi a primeira vez que isso aconteceu por um motivo diferente de uma guerra— e, em compensação, a instituição decidiu escolher duas pessoas em 2019.

Mas isso não acalmou ânimo nenhum, já que ao lado da polonesa Olga Tokarczuk, o Nobel escolheu o austríaco Peter Handke, sob quem recaíam acusações de racismo e de negar a existência do genocídio na Bósnia.

Fundada há 232 anos pelo rei da Suécia com o objetivo inicial de proteger seu idioma, a Academia Sueca seleciona desde 1901 o vencedor do Nobel, que hoje ganha um prêmio de 10 milhões de coroas suecas, ou cerca de R$ 6 milhões.

Dos 118 escritores escolhidos até hoje, apenas 16 foram mulheres. Só três pessoas negras venceram além de Gurnah – O nigeriano Soyinka, a americana Toni Morrison e Derek Walcott, da ilha caribenha de Santa Lúcia.

O eurocentrismo e a anglofilia, que sempre marcaram o Nobel de Literatura, ainda perduram –vale lembrar que a obra de Gurnah é escrita em inglês e irradiada do Reino Unido. Nove dos dez premiados da última década vieram da América do Norte ou da Europa – a exceção foi o chinês Mo Yan, em 2012.

 

 

Ministério Público Federal teve seu pedido de liminar para impor o retorno presencial em instituições federais de ensino até 18 de outubro rejeitado pela 15 Vara Federal.

Além da UFRJ, a medida alcançaria, UFRJ, Unirio, UFRRJ, o Colégio Pedro II o Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ) e o Instituto Nacional de Educação de Surdo (INES).

No seu despacho, a juíza Carmen Silvia Lima de Arruda foi incisiva: “O MEC, em audiência realizada 31/08/2021 (…) destacou que a responsabilidade sobre o calendário é da universidade e prevalece a sua autonomia quanto à decisão final em relação ao momento e à forma no retorno à atividades presenciais. Assim sendo, ausente um dos requisitos autorizadores, impõe-se o indeferimento da medida de urgência requerida. Isso posto, INDEFIRO O PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA”

O MP pode recorrer da decisão.

 

 

 

Maioria das capitais tem alta em setembro. Dieese estima o salário mínimo necessário em R$ 5.657,66, cinco vezes o valor oficial

Reprodução/Montagem RBA

O custo médio da cesta básica, aferido pelo Dieese, aumentou em 11 capitais e caiu em seis no mês passado. No acumulado do ano, apenas uma cidade não tem alta. Em 12 meses, os preços aumentam em todas, variando até 38,56%, caso de Brasília. A inflação oficial está em torno de 10% ao ano. Para comprar uma cesta, o trabalhador que ganha salário mínimo gasta mais da metade de sua renda.

As maiores altas em setembro foram registradas em Brasília (3,88%). Campo Grande (3,53%), São Paulo (3,53%) e Belo Horizonte (3,49%). Já as quedas mais intensas ocorreram em João Pessoa (-2,91%) e Natal (-2,90%).

Alta generalizada

Na comparação com setembro de 2020, o preço médio da cesta básica aumentou em todas as capitais. No acumulado deste ano, 16 das 17 capitais tiveram elevação, de 0,19% (Aracaju) a 13,05% (Curitiba). A exceção foi Salvador (-0,05%). Em 12 meses, alta generalizada: de 4,25% (Salvador) a 38,56%. Depois vêm Campo Grande (28,01%), Porto Alegre (21,62%) e São Paulo (19,54%).

A cesta mais cara foi calculada em São Paulo (R$ 673,45), enquanto a de menor custo foi a de Aracaju (R$ 454,03). Com base na primeira, o Dieese estimou em R$ 5.657,66, o salário mínimo necessário para as compras básicas de um trabalhador e sua família, ou 5,14 vezes o valor oficial (R$ 1.100). A proporção aumentou em relação a agosto (5,08).

Salário rende menos

O tempo médio para adquirir os produtos da cesta subiu para 115 horas e 2 minutos (113 horas e 49 minutos em agosto). Quem recebe o salário mínimo líquido (já descontada a Previdência) comprometeu 56,53% de sua renda para adquirir os alimentos básicos. Também mais do que no mês anterior (55,93%).

Segundo o Dieese, em setembro o preço do açúcar subiu em todas as capitais, chegando a 11,96% em Belo Horizonte. Já o café aumentou em 16, com alta de 15,69% em Goiânia. O óleo de soja teve alta em 15 cidades e o preço do pão francês, em 14. Manteiga (12 cidades), leite integral (11) e carne bovina (11) também registraram aumentos na maioria dos locais. Já o preço do feijão caiu em 13 capitais e o do arroz, em 10.

 

Proprietário foi multado e não se manifestou: funcionários dormiam em contêineres e conviviam com esgoto a céu aberto

Sem quipamentos de proteção adequados, dormindo em contêineres e com esgoto a céu aberto:assim estavam mais de 100 trabalhadores em fazendas do sul de MG – Ministério Público do Trabalho

Um grupo de 130 trabalhadores foi resgatado de condições análogas à de escravo, durante operação de combate ao trabalho escravo realizada ao longo de toda essa semana. Desse total, 114 trabalhadores estavam em uma fazenda de produção de alho e os outros 13 foram encontrados em duas carvoarias, na zona rural dos municípios de João Pinheiro e Coromandel, localizados na região do Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba do Estado de Minas Gerais.

O proprietário é Ricardo Yoshio Muraoka. Procurado pelo Brasil de Fato, ele não se pronunciou até a publicação desta reportagem. O infrator é sócio em uma série de fazendas e empresas de agronegócio, além de estar cadastrados na lista oficial de fornecedores do governo federal.

A operação está sendo conduzida pelo grupo móvel de fiscalização e combate ao trabalho escravo de Minas Gerais, da Superintendência Regional do Trabalho (SRT/MG), juntamente com o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Cointêineres onde trabalhadores dormiam tinham vasos sanitários cujo conteúdo desembocava diretamente em vala a céu aberto / MPT – Divulgação

A equipe de fiscalização concluiu que, tanto na colheita de alho quanto nas carvoarias, estavam presentes condições degradantes de trabalho, razão pela qual foi realizado o resgate dos trabalhadores e a suspensão das atividades.

O procurador do Trabalho que está atuando no caso, Fabrício Borela, descreve a situação encontrada na fazenda de colheita de alho, neste que foi o maior resgate de trabalhadores do ano de 2021:

“O alojamento para os trabalhadores consistia, na verdade, em 15 contêineres, absolutamente subdimensionados, visto que dentro de cada um deles dormiam 10 trabalhadores, instalados em 5 beliches, sem o mínimo distanciamento entre os leitos. Além de representar violação à norma técnica que regulamenta o setor, a situação configura grave descumprimento de protocolos de prevenção contra a covid-19. Não havia um arejamento adequado e, tampouco, nenhum conforto térmico para minimizar o calor, que é muito forte nessa época do ano na região, e ficava ainda mais acentuado dentro dos contêineres. Os banheiros e os chuveiros também não eram em quantidade suficiente, para aquela quantidade de trabalhadores”.

Com relação às frentes de trabalho na colheita, o procurador relata que também foram encontradas diversas irregularidades. “Mais grave que a situação encontrada nos alojamentos, nas frentes de trabalho foi verificado que esses trabalhadores laboravam debaixo de sol escaldante, sem qualquer abrigo ou ponto de sombra para descanso. Não havia instalação sanitária no local onde de trabalho, onde permaneciam de 5h da manhã até 16h, 17h.

Trabalhadores cumpriam jornada sob sol escaldante e faziam suas refeições no mesmo local, sem qualquer área de sombra para descanso / MPT – Divulgação

Também não havia um refeitório adequado e com as dimensões corretas para abrigar todos os trabalhadores, que faziam as refeições no próprio posto de trabalho, sentados em caixotes. Ali mesmo onde realizavam a colheita do alho, começavam a comer, sem sequer realizar a higienização adequada das mãos. Além disso, não era respeitado o intervalo intrajornada, pois eles retornavam ao trabalho logo que acabavam de almoçar, sem a concessão do devido período de descanso.

Também não havia descanso semanal e o trabalho era feita de domingo a domingo. Como o pagamento havia sido combinado por produção, o empregador não apenas tolerava, mas incentivava os trabalhadores a laborarem no dia de folga, com o valor da produção sendo o dobro do valor acordado para o dia da semana. E isso é ilegal”, destaca Fabrício.

Além disso, ainda foram encontradas outras irregularidades com relação ao cumprimento da legislação trabalhista e das normas regulamentadoras, conforme expõe o procurador Fabrício.

“Outra situação muito grave encontrada foi a cobrança pelos equipamentos e ferramentas utilizadas no trabalho, o que é proibido por lei.Por exemplo, era cobrado um valor de cerca de R$ 200 reais por uma tesoura importada usada na colheita do alho, sendo que ela é um instrumento necessário ao trabalho. Embora seja obrigação do empregador fornecer os equipamentos de proteção individual (EPI’s), as botas, óculos e vestimentas de trabalho estavam sendo, indevidamente, descontados do salário dos trabalhadores”.

Constatou-se, ainda, que os trabalhadores não recebiam atendimento médico adequado e, “quando apresentavam algum problema de saúde, não eram levados à cidade para fazer consultas ou procedimentos médicos, a menos que estivessem em estado realmente muito grave”, conta o procurador.

Trabalhador em situação análoga à escravidão laborava sem qualquer tipo de equipamento de proteção individual adequado / MPT – Divulgação

Foi constatado, ainda, o cerceamento da liberdade dos trabalhadores, “que eram todos migrantes, a maioria proveniente da cidade de São Francisco/MG e, embora tenha sido garantido o transporte de ida para a fazenda, caso o trabalhador quisesse rescindir o contrato de trabalho e retornar à sua cidade, teria que pagar à empresa uma multa a título de ‘quebra de contrato’ e ainda arcar com as despesas de transporte, o que caracteriza um cerceamento da liberdade do trabalhador”, explica Fabrício.

O MPT firmou, na manhã dessa sexta-feira, 1º de outubro, Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o empregador, por meio do qual foram estabelecidas diversas obrigações de fazer e de não-fazer para a regularização. Além disso, o empregador se obrigou ao pagamento de uma indenização por dano moral coletivo no valor de R$ 150 mil reais, além das indenizações por danos morais individuais a todos os trabalhadores resgatados, num valor que varia de R$ 1.500,00 a R$ 4.000,00 reais, conforme o tempo de contrato de cada um, totalizando quase R$ 400 mil reais por danos individuais.

A empresa irá pagar, ainda, as verbas trabalhistas de todos os empregados, valor que chega quase a R$ 900 mil reais, além de garantir o transporte dos trabalhadores a seus respectivos locais de origem.

Nas carvoarias, as condições degradantes de trabalho também derivavam de uma série de irregularidades que caracterizavam aviltamento da dignidade dos trabalhadores: alojamentos precários, frentes de trabalho sem fornecimento de água potável, sem instalações sanitárias, sem abrigos para descanso, sem refeitórios, somados à ausência de fornecimento de equipamentos de proteção e de registro de CTPS, entre outras.

Os responsáveis pelas carvoarias também firmaram TAC com o MPT. Além de assumir obrigações de fazer e não-fazer para regularizar as situações encontradas, cada um deles irá pagar R$ 15 mil por dano moral coletivo e cerca de mais R$ 20 mil em dano moral individual, cada um.

Interior de um dos cointêineres que servia de dormitório: nenhum isolamento ou privacidade e calor acima dos 35 graus, segundo o MPT / MPT – Divulgação

Os trabalhadores foram levados para a sede da Agência Regional do Trabalho, no Centro de Patos de Minas, para realizarem o acerto das verbas rescisórias.Foram lavrados autos de infração e, devido à constatação de trabalho análogo ao de escravo, os responsáveis, além de responderem na esfera trabalhista, também poderão responder criminalmente.

Os empregados também farão jus a três parcelas de um salário-mínimo (R$ 1.100) cada, referentes ao Seguro-Desemprego do Trabalhador Resgatado, por meio de guias entregues pela Inspeção do Trabalho. Estima-se um recolhimento de FGTS da ordem de R$ 100 mil.

Edição: Vivian Virissimo

 

Pressão é nos aeroportos e também nas redes sociais e por meio da ferramenta NA PRESSÃO. Reforma destrói o serviço público e “quem votar, não volta”, alertam os servidores, lembrando que em 2022 tem eleições

Publicado: 5 Outubro, 2021. Escrito por: Redação CUT

ANA LUIZA VACCARIN/MGIORA

Por não ter votos para aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC 32), da chamada reforma Administrativa, no Plenário da Câmara, o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), adiou a votação para depois do feriado do dia 12 de outubro, mas os servidores públicos não estão dando trégua aos deputados que querem privatizar o serviço público, abrir brecha para a corrupção, tirar direitos conquistados pela categoria e nomear quem quiser para atender sem qualidade a população.

A luta contra a PEC 32 é diária e acontece nos aeroportos das cidades onde os parlamentares moram, como ocorreu nesta terça-feira (5) em Curitiba (PR), Fortaleza (CE) e em Brasília (DF), onde os deputados chegam as terças e de onde saem, geralmente às quinta-feiras.

Acontece também nos redutos eleitorais dos deputados e por meio de outodoors, como colocados em cidades do Rio Grande do Sul denunciando quem votou a favor da proposta, além das redes sociais e do NA PRESSÃO, ferramenta usada para mandar mensagens para os deputados.

Nesta terça-feira, um grupo de servidoras e servidores públicos do Paraná madrugou no Aeroporto Afonso Pena para pressionar os parlamentares que embarcaram para Brasília a votar contra a PEC 32, também chamada pelos trabalhadores de PEC da Rachadinha. Desde as primeiras horas da manhã, o Aeroporto Internacional de Fortaleza – Pinto Martins, no Ceará, ficou colorido com as cores da luta, que não é só pelos servidores públicos municipais, estaduais e federais, é também pelo direito dos brasileiros e brasileiras a um serviço público de qualidade.

E esse serviço corre o risco de ser destruído se a PEC for aprovada, disseram os manifestantes aos deputados do estado que estavam embarcando para Brasília. Eles também foram alertados: “Se votar, não volta”.

Mais uma forte mobilização contra a PEC 32 foi realizada no Aeroporto Internacional de Brasília, onde servidores municipais, estaduais e federais do DF e também vindos em caravanas de várias cidades do Brasil alertaram os deputados cantando o slogan: Quem votar, não volta”, em referência aos votos que perderão nas eleições do ano que vem.

 A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) reuniu centenas de professores e professoras e profissionais da educação no aeroporto de Brasília em ato que começou as 7h com o mesmo objetivo: pressionar deputados contra a PEC 32, que irá causar o desmonte dos serviços públicos para a população, caso seja aprovada.

 

 

 

Joana de Angelis, coordenadora do Sintufrj e representante da entidade nos GTs que discutem o retorno presencial na UFRJ, disse que a Instrução Normativa (IN) do governo anunciada nesta sexta-feira, 1 de outubro, determinando o retorno presencial dos servidores federais em 15 de outubro deve ser encarada apenas como orientação. “As INs não têm força de lei”, afirmou a dirigente.

De Angelis observou que o retorno às atividades presenciais está sendo discutido na UFRJ dentro dos marcos da autonomia universitária, e que o Sintufrj tem participado dos debates para assegurar que isso ocorra com todas as garantias de segurança e estrutura para que servidores técnicos e docentes, estudantes e terceirizados não sejam prejudicados.

A coordenadora do Sintufrj lembrou que está em curso audiência de conciliação entre a UFRJ e o Ministério Público que têm propostas diferentes sobre o assunto. Joana de Angelis disse que em nenhuma hipótese o retorno às atividades presenciais deve ser feito de forma açodada. 

Segundo ela, a universidade deve cobrar recursos para investimentos em estrutura física que assegure condições necessárias segundo as regras de biossegurança discutidas internamente na universidade. Isso é necessário para tranquilidade da comunidade universitária. 

Joana de Angelis observou, ainda, que a UFRJ durante todo esse período de pandemia nunca parou, e seus trabalhadores, obedecendo os protocolos sanitários, mantiveram suas atividades. Nos hospitais e laboratórios, os servidores da universidade têm tido papel preponderante curando e salvando vidas.

Governo determina volta

No estilo autoritário que caracteriza esse governo, a IN 90 determinando o retorno dos servidores públicos ao trabalho presencial a partir de 15 de outubro foi publicada na sexta. Pelo documento, permanecerão em home office  os funcionários com saúde comprometida ou que estejam em teletrabalho. 

Como na UFRJ não aderimos ao teletrabalho do programa de gestão da IN65, temos a expectativa da aprovação pelo Consuni da resolução da regulamentação sobre trabalho externo que está sendo finalizada.

Vice-reitor Frederico Rocha sobre a IN 

O que vai acontecer dia 15 de outubro?

Vai ter que iniciar o retorno. Vamos emitir uma nota.

Se não houver tempo para medidas de segurança, como fica?

Se não der tempo, tomaremos providências. Estamos iniciando agora, para voltar gradativamente.

Vai sair uma regulamentação a partir do GT Coronavírus especialmente para esta volta dos servidores. Vamos encomendar máscaras.

Pode haver rodízio?

O rodízio é compatível com a medida (Instrução Normativa nº 90). Se for preciso, podemos fazer. Depende dos espaços e é preciso ter padrões adequados. Vamos fazer a orientação para as unidades acadêmicas e administrativas. Mas quem vai planejar o rodízio são as chefias.

Reitora: “critérios científicos serão levados em conta”

Na medida em que o cenário da pandemia ganha novos contornos, a ansiedade de servidores técnicos e docentes, estudantes e terceirizados da UFRJ leva a busca de respostas mais objetivas sobre o retorno de atividades presenciais. 

Na quinta-feira 30, uma reunião com a participação da reitora Denise Pires de Carvalho e o Fórum de Mobilização e Ação Solidária (Formas) mergulhou na pauta do retorno.

O Formas reúne Sintufrj, Adufrj, Attufrj, APG, DCE. Denise elucidou dúvidas e foi taxativa: “Critérios técnico-científicos nos fizeram parar; critérios técnico-científicos nos farão voltar”, disse. Ela informou, também, que já estão sendo atualizadas as diretrizes para o retorno das aulas práticas como foi acertado na reunião de “conciliação” com o Ministério Público.

Joana de Angelis relatou a ansiedade que tensiona trabalhadores da categoria. A dirigente insistiu na posição que o Sintufrj vem defendendo: as diretrizes com os cuidados de biossegurança para o retorno gradual e seguro tem que ser comuns para todos.

 

 

 

O recorde do endividamento as famílias foi registrado em setembro, mês em que a prévia do IPCA-15 foi a maior desde 1994, o desemprego atinge 14,1 milhões de pessoas e os salários estão mais baixos

Publicado: 5 Outubro, 2021. Escrito por: Redação CUT

ROBERTO PARIZOTTI (SAPÃO)

O endividamento bate mais um recorde e atinge 74% das famílias brasileiras em setembro, mês em que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), uma prévia da inflação oficial, foi o maior para o mês desde 1994, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados no dia 24 de setembro.

Apesar do aumento do percentual dos endividados, aqueles que têm dívidas vencidas entre 15 e 90 dias, mas conseguem pagar, a inadimplência,  dívidas vencidas há mais de 90 dias, atingiu 25,5% do total de famílias, 0,1 ponto percentual menor do que o nível de agosto.

Os dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mostram que as famílias estão fazendo mais dívidas para dar conta de suas necessidades básicas, mas estão renegociando as que estão mais atrasadas por causa da inflação e também salário arrochado e do desemprego.

A taxa de desemprego do trimestre encerrado em julho foi de 13,7% e ficou estável em comparação ao trimestre anterior. Mas ainda tem que 14,1 milhões de trabalhadores em busca de um emprego no país E entre os que o IBGE considera com uma ocupação, 71,6 milhões não têm direitos garantidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), trabalham por conta própriqa, sem carteira assinada ou são informais.

E os que encontram emprego, estão tendo de aceitar emprego onde vão ganhar menos, como é o caso dos trabalhadores e trabalhadoras da construção civil. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do IBGE, os salários no setor estão 14,8% mais baixos este ano.

Cartão de crédito

O que mais contribuiu para o endividamento das famílias em setembro foram as dívidas com o cartão de crédito: 84,6% do total de famílias usaram o crédito rotativo do cartão, um dos mais caros que existe.

Tendências semelhantes por renda

O endividamento dos grupos de renda  apresentou em setembro tendências semelhantes desde abril:

. saltou de 74,2% para 75% o percentual de famílias com renda de até dez salários mínimos endividadas – no mesmo mês de 2020, 69% das famílias nessa faixa de renda estavam endividadas.

. aumentou de 67,6% para 68,9% o percentual de  famílias com renda acima de dez salários mínimos endividadas – em setembro de 2020 eram 59%;

. O maior percentual de famílias com dívidas (82,3%) está na Região Sul, mas esta é a região que tem a menor incidência de famílias com contas atrasadas  (20,8%).

. O Nordeste encerrou o terceiro trimestre com a segunda maior proporção de endividados (76,2%) e a maior incidência de famílias com contas atrasadas (32%).

 

 

 

 

Presidente do BC também foi convidado a depor. Denúncias do Pandora Papers revelaram que ele e Guedes têm offshore em um paraíso fiscal, apesar de terem acesso a informações privilegiadas

Publicado: 5 Outubro, 2021. Escrito por: Redação CUT

ROQUE DE SÁ/AGÊNCIA SENADO

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal aprovou, na manhã desta terça-feira (5), requerimento do senador Jean Paul (PT-RN), da bancada do PT na Casa e do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) para que o ministro da Economia do governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL), Paulo Guedes, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, expliquem o envolvimento no escândalo de lavagem de dinheiro em paraísos fiscais, via empresas de offshore. Durante a reunião da CAE, os parlamentares concordaram converter a convocação em convite.

A denúncia sobre as contas milionárias de Guedes e Campos Neto foi feita projeto Pandora Papers, do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos.

Paulo Guedes e presidente do BC movimentaram empresas fantasmas no exterior

A sessão da CAE deve ocorrer no dia 19 de outubro e os senadores vão querer explicações de Guedes e Campos Neto sobre vários temas.

Confira alguns itens que eles têm de explicar:

1 – Quem ocupa cargo público, como Guedes e Campos Neto está sujeito a regras para impedir seu autofavorecimento. Tem lei que prevê que não podem ter empresas em paraísos fiscais.

2 – Mesmo sendo dono de offshores, Guedes  defendeu em julho retirar do projeto de lei do Imposto de Renda a regra que tributaria recursos em paraísos fiscais. Para ele, a discussão complicaria o debate sobre o texto.

“Ah, ‘porque tem que pegar as offshores’ e não sei quê. Começou a complicar? Ou tira ou simplifica. Tira. Estamos seguindo essa regra”, disse o ministro em debate realizado em julho.

O ministro seria diretamente beneficiado, assim como Campos Neto.

3 – Já o presidente do BC, assinou uma resolução que dispensa os contribuintes de declararem ao Banco Central os seus ativos no exterior em valores inferiores a um milhão de dólares.

De acordo com os documentos da Pandora Papers, Paulo Guedes abriu a offshore Dreadnoughts International nas Ilhas Virgens Britânicas em setembro de 2014. Nos meses seguintes, aportou US$ 9,54 milhões — o equivalente a mais de R$ 50 milhões na cotação atual.

“Imagine o brasileiro acordar com a manchete de que o presidente da Petrobras é dono de posto de gasolina”, questionou Alessandro Vieira.

“É mais ou menos isso: a politica econômica deste governo fez com o que o patrimônio no exterior do ministro da economia mais do que dobrasse. Talvez você não tenha aí uma ilegalidade. Talvez. Mas seguramente temos um conflito de interesse e é importante que isso seja expresso”, acrescentou o senador.

Autor do requerimento, o senador Jean Paul disse  que é preciso “evoluir nos controles legais sobre quem se beneficia da ‘porta giratória’ que separa o governo e o mercado”.

“A frouxidão legal permite que dirigentes do mercado se revezem em cargos públicos para gerir e advogar em causa própria em detrimento dos interesses do país”, complementou.

Com informações da Agência Senado