Na manhã da próxima quarta-feira, 13, temos um encontro marcado às 11h para debater a proposta de adesão da UFRJ à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH). Os convidados são o técnico-administrativo em educação da UFSM, Eloiz Cristino, o professor emérito, da Faculdade de Medicina, Nelson Souza e Silva, e a coordenadora-geral do Sintufrj, Gerly Miceli. COMPARTILHE:

 

 

 

Uso de lenha já ocupa o 2º lugar entre as principais fontes de energia nas casas dos brasileiros, com 26,1% de participação contra 24,4% do GLP

Publicado: 11 Outubro, 2021 – 13h20 | Última modificação: 11 Outubro, 2021 – 13h46 | Escrito por: Marize Muniz

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Cena lamentável, triste e revoltante é resultado da política econômica de Bolsonaro e Guedes, pensada para atender ao mercado. Vice-presidente da CUT afirma que não há outro caminho senão o fim do governo

Publicado: 8 Outubro. Escrito por: Andre Accarini/ CUT Nacional

ARTE: EDSON RIMONATTO/CUT

As cenas revoltantes de famílias brasileiras disputando restos de alimentos que, no passado recente, eram doados para cachorros, como ossos de carne bovina, ou comprando restos de peixe, correram o mundo e expuseram um governo que não conseguiu sequer manter a exitosa política de erradicação da pobreza extrema implementada pelo ex-presidente Lula. 

Mostraram também a ganância e desumanidade de parte do empresariado brasileiro que, de olho na demanda que cresceu por causa da miséria, resolveu explorar o povo. Um supermercado de Belém, no Pará, está vendendo restos de peixe (vísceras, espinhas e cabeças) a R$ 3,90 o quilo. Em Florianópolis, ao invés de doar ossos, como ocorre no Rio de Janeiro e em Cuiabá, um açougue começou a vender. Denunciado nas redes sociais e pressionado pelo Procon acabou voltando atrás.

No Distrito Federal, o presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL) ignora o drama do povo mais pobre do país, jamais fala da fome. Enquanto a maioria da população vê seu poder compra se esvair com a disparada da inflação, se endivida, sofre com o desemprego

e os baixos salários, o governo continua adotando medidas que prejudicam ainda mais o orçamento das famílias.

Entre elas, permitir os sucessivos aumentos de combustíveis, aumentar os preços da conta de luz e acabar com os estoques públicos de alimentos – em uma década, esses estoques tiveram uma redução de 96% na média anual. Com isso, os preços dos produtos ficam à mercê da oferta e da procura do mercado e da oscilação no valor do dólar, sem interferência do Estado. É a tal política do Estado mínimo defendida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que nada sabe sobre as necessidades do povo mais pobre do país e da classe trabalhadora.

Com exceção à elite brasileira e figuras como Guedes, que a cada dia que o dólar aumenta, engorda um pouco mais suas contas em paraísos fiscais, a situação não está fácil para ninguém. O povo brasileiro, que não tem dinheiro em offshores, nem dinheiro em lugar nenhum, amarga um sofrimento não visto nem nos piores momentos de recessão do país. 

“Há uma carestia que não se via há muito tempo. É um momento duro, que comprova que esse governo não tem a menor condição de continuar”, diz o vice-presidente da CUT, Vagner Freitas.

“O Brasil está numa situação complicada, difícil, com preços exorbitantes de tudo – da gasolina, do diesel, dos alimentos. O gás de cozinha é caríssimo, as pessoas não têm condição de comprar e acabam cozinhando com álcool, se queimando – isso, quando conseguem comprar o arroz e o feijão, que também estão caros”, diz Vagner.

“Os que recorrem a ossos de carne bovina vísceras e carcaças de peixe estão completamente desesperados, sem auxílio, sem apoio do estado, sem esperança nesse governo da morte, do descaso com o povo”, acrescenta o dirigente.

A CUT sempre alertou que o resultado da receita neoliberal adotada pela dupla Bolsonaro/Guedes, que não leva nem nunca levou à sobrevivência digna de famílias mais pobres nem trata o povo como prioridade, seria o aumento da pobreza no país, lembra Vagner.
E dados do Cadastro Único do próprio governo federal revelam que dois milhões de famílias passaram à condição de extrema pobreza durante o governo Bolsonaro. Atualmente são 14,7 milhões de pessoas que não tem o comer.

A causa dessa tragédia não é apenas uma pretensa incompetência de Bolsonaro e Guedes na política econômica. O caso é mais grave já que a atuação, característica de modelos neoliberais de governo é pensada de forma a excluir a população brasileira, em especial a de baixa renda, das prioridades. Nesse contexto, quem leva vantagem é o mercado e o agronegócio.

A avaliação é do economista e pesquisador do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) Francisco Menezes. Ele também é ex-presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea).

O Brasil não tem hoje uma política nacional de abastecimento de alimentos e isso expõe o país a uma cruel variação de preços. “Antes tínhamos intervenção do Estado que adquiria parte da produção para manter um estoque regulador”, explica.

Desta forma se faltava um produto, como o arroz ou feijão, no mercado, o governo vendia sua produção para equilibrar os preços. “O que se viu neste governo foi um esgotamento desses estoques”, diz o economista.

O resultado é que com o dólar alto, o agronegócio vê mais vantagem em vender o que se produz no Brasil para o exterior. Com escassez aqui, preços ficam mais altos. E quem paga por isso é povo brasileiro.  

Outro fator apontado por Menezes diz respeito às variações climáticas. “Não há uma política preventiva do Estado e o país fica exposto às instabilidades que, por causa das mudanças climáticas mundiais, serão cada vez maiores”, diz Francisco Menezes.

O economista e pesquisador adverte para o papel fundamental do Estado como indutor de uma regulação no mercado para que o povo brasileiro não pague pelo lucro da elite econômica.

Combustíveis

A CUT vem denunciando desde o governo ilegítimo de Michel Temer (MDB) a Política de Paridade Internacional (PPI) dos preços dos combustíveis, que acompanha a variação do dólar.

Economistas alertam que a cada vez que Bolsonaro coloca pólvora na fogueira da crise política brasileira, demonstrando risco de uma ruptura democrática, o mercado reage mal e o dólar sobe. Assim os preços dos combustíveis também sobem e, claro, isso se reflete em toda a economia. Ou seja, sobe o preço do diesel, encarece o transporte, que é rodoviário, e o custo é repassado aos preços finais dos alimentos.

Mas o governo poderia adotar medidas urgentes, como pedem a CUT, demais centrais e o movimento popular e especialistas como Francisco Menezes.

Além de voltar a manter estoques reguladores e mudar a política de preços da Petrobras, Menezes aponta a volta do auxílio emergencial de R$ 600,00 e uma política de geração de emprego e renda.

Tragédia social grave

Essa realidade tem sido denunciada por imagens que chocam a sociedade, como as imagens de pessoas disputando ossos no Rio de Janeiro e em Cuiabá, mas não abalam os principais responsáveis por essa tragédia. Sem contar com o número crescente de pessoas em situação de rua, que perderam sua moradia por causa da crise econômica e mergulharam na miséria, a fila da fome tem aumentado. Hoje o Brasil tem cerca de 20 milhões de brasileiros sem condição de fazer refeições diárias.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a inflação dos combustíveis em 12 meses chega a 41,33%. Em agosto, o governo instituiu a bandeira vermelha patamar 2, com acréscimo de R$ 9,492 a cada 100 kWh consumidos. Já em setembro, passou a valer a bandeira tarifária de “Escassez Hídrica”, que acrescenta R$ 14,20 para os mesmos 100 kWh.

Não há saída com Bolsonaro

Quem viveu os anos 1980 e 1990 sabe o que foi enfrentar situação semelhante. Em 1984, o movimento Diretas Já! ocupava as ruas pela redemocratização do Brasil – era o fim da ditadura militar – e uma das bandeiras principais era “contra a carestia”. A inflação naquele ano chegou a 223%.

“Nas Diretas, Já!, a carestia foi principal motivo de manifestação e agora, no ‘Fora, Bolsonaro’, é de novo”, diz Vagner Freitas.

Assim como em 1984, as recentes manifestações que exigem o impeachment do presidente levaram as ruas, desde maio deste ano, milhões de brasileiros em protestos contra os ataques à democracia e contra as políticas econômica e sanitária de Bolsonaro.

O vice-presidente da CUT reforça que as mobilizações devem continuar para derrotar o governo, “único meio de salvar o Brasil”.

“Fizemos um grande ato no dia 2 com essa pauta e agora nos preparamos no dia 15 de novembro em maiores proporções”, diz o dirigente.

“A principal bandeira é ‘contra a carestia’, para termos o direito de ter comida no prato, gasolina no tanque e não precisar fazer fila para pegar osso em açougue”, conclui Vagner Freitas.

O nome da crise é Bolsonaro e temos que tirá-lo do poder

– Vagner Freitas

Lucrando com a miséria

A falta de empatia e a ganância de alguns empresários tem gerado revolta nos brasileiros. Uma imagem de um açougue de Florianópolis, divulgada pelo G1 mostra que alí, os ossos são vendidos e não doados, como começou a acontecer meses antes em várias cidades como Cuiabá e Rio de Janeiro, onde até crianças pobres se amontavam para tentar ‘catar’ restos de carne.

De acordo com a reportagem, o proprietário do estabelecimento afirma que os ossos sempre foram vendidos e que quando há alguém necessitado, ele ainda faz doação.

Enquanto trabalhadores enfrentam situações de descaso e cerceamento da dignidade humana, entidades discutem o lucro.

A Associação dos Frigoríficos Independentes de Santa Catarina (Afisc) defendeu que açougues e mercados vendam o osso de boi.

Para a Afisc, essa é uma prática usual, por isso se posicionou contrária a uma nota técnica do Procon de Santa Catarina e da Associação Catarinense de Supermercados recomendando que os ossos sejam doados.

Outro caso que ganhou as redes sociais aconteceu em Belém. Reportagem da Revista Fórum mostra que um supermercado começou a vender a carcaça de peixes. Vísceras, espinhas e cabeças são comercializadas a R$ 3,99 o quilo.

Outros produtos de qualidade duvidável também entraram nesse “cardápio”. Recentemente produtos de segunda linha, geralmente destinados à alimentação animal passaram a ser vendidos para o público em geral como o arroz quebrado e o feijão bandinha.

Saúde

O impacto na saúde dos brasileiros vai além da fome. Aqueles que conseguem comer acabam dando preferência para produtos mais baratos, pobres em nutrientes. Nossa reportagem flagrou dias atrás uma trabalhadora de serviços de limpeza em São Paulo que, por falta de recursos teria naquele dia como almoço um pacote de salgadinhos.

Edição: Marize Muniz

 

 

 

Apesar da sensação de que o pior já passou, o país chega hoje à marca de 600 mil mortos pela Covid-19 e ainda com uma média de quase 500 óbitos por dia

Publicado: 8 Outubro, 2021.Escrito por: Redação CUT

EDSON RIMONATTO/CUT

A negligência e o negacionismo do presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL) no enfrentamento à pandemia de Covid-19, que chamou de ‘gripezinha’ e, por isso, demorou meses para comprar as vacinas, custou a vida de grande parte dos 600 mil brasileiros e brasileiras que poderiam ter sido salvos. E essa marca que o Brasil deve atingir nesta sexta-feira (8) coloca o país na lista de uma das nações que mais fracassaram no combate à doença.

Desde o começo da crise sanitária até os dias de hoje, Bolsonaro é contra a medidas restritivas como o distanciamento social, uso de máscara e até fez campanha contra a vacinação, negando as evidências cientificas e propagando fake news sobre medicamentos comprovadamente ineficazes contra a Covid-19.

O resultado é que, apesar da sensação de que o pior já passou, o país totalizou nesta quinta-feira (7) 599.865 vítimas da doença desde o início da pandemia. São em média quase 500 óbitos por dia.

Mesmo com o avanço da vacinação e a queda de infectados, especialistas alertam para o risco do surgimento de variantes.

A média móvel de mortes teve uma queda de 22% em relação ao dado de duas semanas atrás, menor valor desde 13 de novembro.

Já a média de casos é de 15.205 infecções por dia, redução de 53% também em comparação à situação de duas semanas atrás.

Para os especialistas, o que explica essa tragédia é ausência de uma política nacional de prevenção, controle e segurança por parte do governo Bolsonaro, onde estados e municípios não apresentaram conduta baseada em critérios uniformes orientados pela ciência.

Além disso, muitos governos locais passaram a abandonar o isolamento social e flexibilizar a economia, reabrindo lojas de rua, restaurantes, serviços como salão de cabeleireiros e shoppings. Diante deste cenário, os especialistas falam que esse número pode ser ainda maior, pois há subnotificações de mortes.

“Liberou geral” pode fazer curva subir

As cenas de aglomerações sem o uso da máscara nos estádios de futebol e cidades cogitando o fim do uso obrigatório de máscaras, espaços de lazer liberados em condomínios, o país pode fazer a curva da doença subir, segundo os especialistas.

Este ano, o país teve uma queda significativa nos números de óbitos, que chegaram a 4 mil mortes por dia no auge da pandemia e ao dramático platô de mil vidas perdidas diariamente durante vários meses.

Hoje, mais da metade dos municípios brasileiros celebra o fato de não ter registro de óbitos, graças ao avanço da vacinação. No entanto, especialistas dizem que o ‘liberou geral’ que muitos querem para ontem pode colocar a perder esse quadro que, finalmente, parece caminhar para a redenção pandêmica coletiva.

Mais de 70% das cidades de SP não registram morte

De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo informou que mais de 70% das cidades do estado não registraram morte por Covid-19 na última semana.

Cerca de 467 municípios não tiveram óbitos pela doença durante esse período, resultado do avanço da vacinação, que ultrapassou 60% da população com esquema vacinal completo, além da continuidade de medidas protetivas como o uso de máscara facial.

Os índices de ocupação dos leitos de UTI (unidade de terapia intensiva) para Covid-19 no estado também caíram: atualmente, está em 31,5%, o menor desde 2020.

De acordo com a secretaria, foram registrados 3.765 novos casos e 143 óbitos pela doença nas últimas 24 horas no estado.

 

 

Distribuição é parte do PL aprovado pelo Congresso, de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual. Alegação de que texto não aponta fonte de recursos para o custeio é desmentida por dirigente da CUT

Publicado: 8 Outubro, 2021. Escrito por: Andre Accarini

ARTE: EDSON RIMONATTO/CUT

O veto de Jair Bolsonaro (ex-PSL) ao projeto de lei da deputada Marília Arraes (PT-PE) à distribuição gratuita de absorventes menstruais a mulheres em situação de vulnerabilidade e estudantes de baixa renda gerou revolta na sociedade. Nas redes sociais o assunto é um dos mais comentados desde a quinta-feira (7), dia em que o presidente mostrou mais uma vez que não se importa com questões que impactam diretamente as populações mais necessitadas de políticas sociais.

“É uma questão de saúde pública e de proteção às mulheres. E, com esse veto absurdo, Bolsonaro provou, de novo, que odeia as mulheres e não se importa com a vida delas”, diz a secretária da Mulher Trabalhadora, Juneia Batista se referindo a Bolsonaro como misógino, machista e genocida.

Entre as justificativas, Bolsonaro alegou que os absorventes não fazem parte da lista de medicamentos considerados essenciais do Sistema Único de Saúde (SUS) e que ao determinar que segmentos específicos sejam beneficiados, o projeto fere a universalidade do sistema.

Também alegou que o projeto de Lei não especifica de onde seriam tirados os recursos para bancar a distribuição. Em uma live em suas redes sociais, nesta quinta-feira, Bolsonaro afirmou que seria enquadrado por crime de responsabilidade.

“Mais uma vez esse presidente distorce informações para enganar os brasileiros e alienar ainda mais o seu eleitorado”, diz Juneia Batista. A afirmação de Bolsonaro, ela explica, não se sustenta. Primeiro porque o PL já prevê a definição orçamentária. E segundo, em projetos onde não está definida, a fonte de recursos pode ser definida na regulamentação de uma lei aprovada.

Vergonha nacional

Juneia Batista reforça que distribuição dos absorventes é uma questão social latente e deveria ser encarada como uma política de garantia de direitos fundamentais, assim como medicamentos de uso contínuo para diabetes e pressão e são fornecidos pelo SUS. Cita ainda uma outra política social implementada para conter o avanço de infecções sexualmente transmissíveis (DST´S), incluindo HIV, que é a distribuição gratuita de preservativos em vários locais, em especial em unidades de saúde.

“Um absorvente pode custar menos do que um preservativo. O governo tem que garantir a dignidade e a saúde dessas mulheres”, ela diz.

São mulheres que não têm as mínimas condições de comprar o produto. Um ciclo menstrual dura cerca de 5 dias. Mesmo custando em média R$ 10 um pacote com 30 unidades, esse valor que para parte da população pode parecer ínfimo, para elas é praticamente de pagar já que não têm dinheiro nem para comer.

É a situação definida pelo Unicef como “pobreza menstrual”, que inclui a falta de recursos informação e infraestrutura para garantir cuidados com a menstruação.

O projeto beneficiaria cerca de 4 milhões de estudantes em situação e vulnerabilidade no Brasil. Ainda de acordo com o Unicef, 51,5 milhões de mulheres estão abaixo da linha da pobreza e 13,6 milhões estão em condições de extrema pobreza.

“O Estado precisa cumprir com seu papel fundamental, que é cuidar da saúde das pessoas. As meninas de baixa renda deixam de ir à escola por vergonha de terem a menstruação na sala de aula e passarem por constrangimento. Mexe com a dignidade delas. Mexe com o rendimento escolar. Em média, elas ficam 45 dias por ano fora da escola por causa disso”, afirma Juneia.

Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) mostram que 25% das meninas entre 12 e 19 anos já deixaram de ir à escola por causa da falta de absorventes.

Reportagem da TV Globo denunciou ainda que mulheres chegam a usar miolo de pão para absorver a menstruação. “Tem mulheres que têm de se virar arranjando soluções arriscadas como o miolo de pão, paninhos, papéis. Há risco grande de infecções”, diz Juneia

Para ela, a situação revela o grau de perversidade do atual governo federal que já na pandemia provou que preservar a vida de seres humanos não é prioridade alguma.

Vetos

Além de vetar os trechos da Lei 14.214/2021, que cria o Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual, cujo texto prevê a distribuição de absorventes higiênicos para estudantes de baixa renda, mulheres em situação de rua ou de vulnerabilidade extrema e presidiárias, Bolsonaro vetou a inclusão do produto nas cestas básicas de Segurança Alimentar e Nutricional.

A expectativa é de que o Congresso derrube o veto e, conforme afirma Juneia, obrigue o presidente a cumprir o que a Lei estabelece. “Ele tem que se virar”, diz a dirigente. Juneia cita exemplos de estados que mantêm programas que garantem a distribuição.

São Paulo, Paraíba, Minas Gerais, Ceará e outros estados e cidades têm olhar de atenção para o problema. “Mas Bolsonaro só se preocupa com o que diz respeito à sua vontade de poder e de sua família”, diz a dirigente.

Essa atitude é mais uma que se soma às várias atrocidades que farão ele ser lembrado como um dos grandes vilões da humanidade. Será comparado a Hitler e outros ditadores genocidas

– Juneia Batista

 

 

Há 54 anos, no dia 8 de outubro, Che Guevara foi preso e, no dia seguinte, 9, assassinado. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) homenageia esse grande líder que se tornou exemplo para todos que lutam por uma sociedade mais justa e igualitária, e que tombou lutando pelo socialismo, disponibilizando em seu site (mst.org.br) uma lista com sete discursos, entrevistas e documentos históricos do Comandante Ernesto Che Guevara. Confira AQUI. 

Em 1967, em cerimônia solene de tributo póstumo ao comandante Che Guevara, na Plaza de la Revolución, Fidel Castro cunhou a expressão que seria o princípio norteador de gerações revolucionárias latinoamericanas: seremos como o Che!

 “Se queremos expressar como desejamos que sejam nossos filhos, devemos dizer com todo o coração de veementes revolucionários: queremos que sejam como o Che!”. 

— Fidel Castro em 1967, na cerimônia de tributo póstumo ao comandante Che Guevara, na Plaza de la Revolución, quando ro cunhou a expressão que seria o princípio norteador de gerações revolucionárias latinoamericanas: seremos como o Che! Ser como o Che significa se comprometer de corpo e mente para a libertação dos povos da América Latina.

Vida de militante 

Em 2019, quando Che Guevara estaria completando 91 anos, Pablo Neri, do Coletivo de Juventude do MST, contou um pouco da história do médico argentino que se tornou um revolucionário e, ao lado de Fidel Castro e outros guerrilheiros, mudou a vida dos cubanos e sonhou em libertar dos exploradores toda a América Latina. 

“Em 1959, nos anos de tensão e “Guerra Fria” entre as potências URSS e Estados Unidos, a América Latina e o mundo é balançado pela notícia da Revolução cubana. A importância desse momento inaugura um ciclo de tensão e contestação entre a superpotência ianque e os países da América criam uma nova perspectiva para a atuação da esquerda nas guerras de descolonização africana, além da vantagem militar mais temida pelos EUA contra sua inimiga URSS e lança para o mundo o aroma de transformação que as revoluções trazem para a atmosfera.

E junto com isso o mundo passa a conhecer os homens e mulheres que derrubaram a Ditadura de Fulgencio Batista e uma dos rostos mais conhecidos e que passaria a ser uma das figuras mais conhecidas do mundo, figuras mais difundidas durante o século XX é a de Ernesto Che Guevara.

O triunfo revolucionário de Cuba passou a ser o sopro de esperança que chegava a todos os cantos do mundo e tinha como um dos principais mensageiros o Comandante Che Guevara, que dali em diante faria parte do Horizonte da militância de esquerda e de admiradores em todo o mundo.

É quase impossível achar alguém em alguma parte do planeta que não reconheça a imagem do líder cubano que hoje, emoldurado ou fixo por meios precários na parede, povoa o imaginário político as paixões e os sonhos de toda uma geração de militantes Sem Terra. Essa proporção de Che não é apenas pelo seu desempenho na guerra e por ser um dos mais imponentes contestadores do poder colonial ianque, mas por ser um dos rivais mais fulgores do capitalismo por encarnar em si mesmo, ar dar carne e osso a dignidade humana que se liberta do capitalismo e constrói um legado de militante socialista para o século XXI.

O começo

Ernesto Rafael Guevara de la Serna nasceu em 14 de junho de 1928, em Rosário, na Argentina. Primogênito de 5 irmãos, Che cresceu e tornou-se médico. Ainda na juventude jovem Ernesto viajou pela América do Sul na companhia do amigo Alberto Grando para conhecer as doenças que assolavam o continente e entendeu que não bastava combater as mazelas, era preciso destruir o sistema que as fazia existir.

Conheceu Fidel e Raul Castro, outros dois importantes líderes da Revolução Cubana, em julho de 1955, durante o exílio dos irmãos no México. Foi durante esse encontro que se juntou ao Movimento 26 de Julho e partiu para Cuba a bordo do iate Granma com o objetivo de derrubar o ditador Fulgencio Batista, autocrata que governava a ilha com o apoio dos Estados Unidos.

Médico, jornalista, escritor, diplomata, Che logo ganhou destaque no comando do exército revolucionário pelos valores que acreditava serem necessários para conquistar o apoio dos povos e o respeito da nação: Humildade, trabalho voluntário, o amor, dedicação na luta pela libertação. Como segundo General do exército Che ajudou a desenvolver a tática de guerrilha, deu significado para o foquismo que sairia vitorioso em janeiro de 1959.

Após o triunfo revolucionário, Che assumiu uma série de cargos no novo governo. Entre outras funções, foi ministro das Indústrias, embaixador e presidente do Banco Central de Cuba. Che também foi pai, casou-se duas vezes, mas abandonou tudo isso para se dedicar à tarefa de levar a Revolução para os demais continentes. Acompanhou as tropas de Cuba em campanhas militares em apoio às nações africanas na luta contra a dominação colonial, recrutou profissionais cubanos de vários setores, especialmente da saúde, trabalhando em muitas nações mergulhadas na pobreza, no analfabetismo e na insalubridade.

Legado

Seguiu convicto de seu papel na luta revolucionária até o dia do seu assassinato em outubro de 1967, na Bolívia. Por isso, o MST como organização política estimula que a base a militância, em especial os mais jovens, conheçam a história e o legado de Che organizando como processo de formação a Semana internacional de Trabalho Voluntário Ernesto Che Guevara. Ele está presente nas músicas, nas poesias, nas místicas, neste momento de desesperança e de desencantamento com as causas coletivas Che segue sendo o farol que guia aquelas e aqueles que buscam a luta por uma sociedade justa, livre e emancipada. Em 2017 construímos a Brigada de Jovens que foram até a Bolívia nós 50 anos do assassinato de seu assassinato prestar a homenagem ao Comandante Che e escutar dos camponeses daquelas imediações que guardaram seus restos mortais por mais de 30 anos.

Mesmo tendo tantas dimensões, a direita brasileira, seus “intelectuais” e seu mau jornalismo vem trabalhando para tentar reduzir Che a um “assassino frio”. Como exemplo a editora Abril, que lançou o Manual Politicamente Incorreto que “busca destruir o mito”, retirando o contexto da revolução e acusando Che de matar seus inimigos por regozijo.

Mas qual o interesse desses detratores em atacar a memória e o legado de Che Guevara? De certeza temos que do lado de lá não tem nenhum ídolo que sirva de modelo aos jovens a não ser torturadores, generais ditadores e exploradores da miséria do mundo.

E para quem quiser se aprofundar mais na história e no legado de Che Guevara e a Revolução cubana atualmente temos uma série de filmes disponíveis, como o lendário filme Diário de Motocicleta (2004) dirigido pelo brasileiro Walter Salles e baseado nos diários de Che e Grando de sua viagem de juventude. Também tem o filme Che: O Argentino (2009), já mais velho e em meio ao contexto da revolução.

Também a Editora Expressão Popular tem títulos importantes e de fácil acesso para todos como o livro de Michael Lowy, Pensamentos de Che Guevara (1969) e Che Guevara – Política de Eder Sader (org.) Esta antologia apresenta a parte mais significativa das suas contribuições teóricas para decifrar os caminhos da vida, da prática revolucionária e da ética.

Poucos lutadores terão influenciado os acontecimentos e as idéias políticas revolucionárias do século XXI como Ernesto “Che” Guevara. Seu legado e sua história permanecerão como o chamado para a luta para o enfrentamento. Como disse Eduardo Galeano, “Che é o mais renascedor de todos” e o MST seguirá prestando as homenagem que esse grande ser humano merece”.

 

 

Ação aconteceu na tarde desta quinta (7) na entrada do Ministério da Economia

Redação Brasil de Fato | Brasília (DF) | 7 de Outubro de 2021 

Ação aconteceu depois da revelação de que Guedes lucra com contas em paraíso fiscal – Fotos: MST e Matheus Alves

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizou uma ação de escracho contra o ministro da Economia, Paulo Guedes, na tarde desta quinta-feira (7), na entrada do Ministério, em Brasília.

Os manifestantes fizeram uma encenação teatral que denunciou Paulo Guedes, cantando “Gritou o Paulo Guedes, falando baboseira. E a elite brasileira lucrando sem pudor. Tira o dinheiro e bota no estrangeiro e a fome vai causando muita dor. Tá tudo caro!”.

Na lateral do prédio do ministério, houve uma intervenção com as frases “Guedes no paraíso e o povo no inferno” e “Guedes lucra com a fome”.

“Uma realidade dura que atormenta as famílias diariamente enquanto o ministro da economia lucra milhões de dólares com investimentos escondidos no exterior.”, diz o MST. / MST

No domingo (3), documentos revelados pelo projeto Pandora Papers, do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, revelou que Guedes mantém recursos em contas offshore no exterior, o escândalo ficou conhecido como Pandora Papers.

“O escândalo surge no momento em que o Brasil passa por uma das mais severas crises sanitárias, econômicas e institucionais que esbarra em uma atuação inerte do Ministério da Economia, que não tem trabalhado para a melhoria da qualidade de vida da população. Nem mesmo uma das principais promessas de Guedes, o tal crescimento em V, foi cumprido”, afirma a integrante da coordenação nacional do MST pela juventude, Jailma Lopes. 

“O Brasil tem hoje cerca de 20 milhões de pessoas que passam fome. São  mais de 14 milhões de brasileiros e brasileiras sem emprego. Uma realidade dura que atormenta as famílias diariamente enquanto o ministro da economia lucra milhões de dólares com investimentos em paraísos fiscais no exterior”, completa.

O ato denunciou também o “pacto da morte” entre o Ministério da Economia e a empresa privada operadora de saúde Prevent Senior, que foi apresentado pela advogada Bruna Moratto, na CPI da Covid-19 no Senado Federal.

A Prevent Senior, que foi denunciada por atuação criminosa no cuidado de pacientes internados com covid-19, também detêm fortunas no exterior listadas pela Pandora Paper. Dessa forma, o negacionismo do governo apoiado por uma elite de empresários, também foram responsáveis pelas mais de 600 mil mortes ceifadas pela Covid no país.

Explicação

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou na terça (5), dois requerimentos de convite ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto para que expliquem as contas offshore no exterior.

 

 

 

Brasil é o quinto país com mais nomes citados no Pandora Papers: 1897, de um total de 27 mil offshores

Redação Brasil de Fato | São Paulo (SP) | 7 de Outubro de 2021 

Bolsonaro em momento de descontração com Paulo Guedes [esq.] e Roberto Campos Neto [dir.], agentes públicos citados na investigação Pandora Papers, do ICIJ – Marcos Corrêa/PR
Offshore, paraíso fiscal, Pandora Papers. Provavelmente, você se deparou com esses termos nos últimos dias, lendo denúncias que implicam o ministro da Economia, Paulo Guedes.

BdF Explica esta semana o que tudo isso significa, e como essas informações impactam na sua vida.

Em novembro de 2020, a organização TaxJustice Network (Rede Internacional de Justiça Fiscal, em português) estimou que paraísos fiscais “tiram” do Brasil cerca de US$ 15 bilhões ao ano – o equivalente a R$ 80 bilhões.

Os países de baixa renda perdem o equivalente a 5,8% de sua receita tributária arrecadada, enquanto os países de alta renda perdem 2,5%.

Entenda o que está em jogo:

Edição: Vivian Virissimo

 

 

 

O julgamento da ação, conhecida ADI do Acesso à Justiça, foi suspenso após o pedido de vista do ministro Luiz Fux, em maio de 2018, e voltou a pauta apenas nesta quinta (7)

Publicado: 7 Outubro. Escrito por: Ademir Wiederkehr, CUT-RS

 Ilustração de: MÁRCIO BARALDI

O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) retomou nesta quinta-feira (7) o julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) nº 5.766, ajuizada em agosto de 2017, que discute a validade de alguns dispositivos da reforma Trabalhista (Lei nº 13.467/2017), do golpista Michel Temer (MDB), que estabelece pagamentos de honorários aos advogados patronais em caso de perda do processo, e também de laudos periciais, entre outros custos que a maioria trabalhadores e das trabalhadoras não pode pagar.

O processo, que busca a volta da assistência gratuita na Justiça do Trabalho, foi movido pela Procuradoria-Geral da República (PGR), logo após a aprovação da reforma Trabalhista, aprovada sob pressão de federações empresariais que patrocinaram o golpe que derrubou a presidenta Dilma Rousseff (PT).  

O julgamento da ação, conhecida ADI do Acesso à Justiça, foi suspenso após o pedido de vista do ministro Luiz Fux, em maio de 2018. Os autos foram devolvidos em junho deste ano e incluídos na pauta desta quinta.

Pelas regras definidas na reforma de Temer, mesmo o trabalhador que comprovar insuficiência financeira precisa pagar eventuais perícias e, no caso de derrota, os honorários advocatícios dos patrões.

Na sustentação, a PGR aponta pelo menos três artigos da reforma que afrontam a Constituição de 1988, que está completando 33 anos, “por impor restrições inconstitucionais à garantia de gratuidade”. 

Segundo o então procurador-geral Rodrigo Janot, “com declarado objetivo de reduzir o número de demandas perante a Justiça do Trabalho, a legislação avançou sobre garantias processuais e viola direito fundamental dos trabalhadores pobres à gratuidade judiciária”.

Admitido como “amicus curiae” na ação, o assessor jurídico José Eymard Loguercio fez a sustentação oral da CUT na sessão do STF. Ele destaca que “esse processo questiona as alterações da reforma Trabalhista, que dificultaram o acesso à Justiça do Trabalho, impondo condições desmedidas aos trabalhadores”.

“Dentre os pontos de inconstitucionalidade está a cobrança de honorários que o trabalhador ou a trabalhadora teria que pagar, caso perdesse o processo. Isso não existia na Justiça do Trabalho”, ressalta o advogado, que critica as dificuldades impostas para a concessão da assistência gratuita.

Para o presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), Luiz Antonio Colossi, a imposição de cobrança aos trabalhadores com insuficiência de recursos é uma ofensa a princípios fundamentais da Constituição. 

“Isso fere a dignidade da pessoa humana e o valor social do trabalho, dois fundamentos expressos no artigo 1º da Constituição. A imensa maioria dos reclamantes na Justiça do Trabalho são pessoas necessitadas, com salário baixo. A reforma limitou o acesso desses trabalhadores à Justiça”, salienta Colossi. 

Na retomada do julgamento, votarão oito dos 10 atuais integrantes do STF. A Corte segue desfalcada desde julho, em razão da aposentadoria de Marco Aurélio Mello e da demora do Senado em votar a indicação feita pelo presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL) do ex-ministro da Justiça, André Mendonça, para a vaga. O placar está 1 a 1.

Relator da ação, o ministro Luís Roberto Barroso sustentou a legalidade dos dispositivos contestados pela PGR.

No entanto, o ministro Edson Fachin abriu divergência para considerar inconstitucionais as imposições que restringem o acesso à Justiça do Trabalho e impedem os trabalhadores de lutar por seus direitos.  “A partir de tais restrições, verifica-se uma possibilidade de negar-se direitos fundamentais dos trabalhadores”, disse Fachin.