Conheça a origem do “dia do índio” e por que integrantes do movimento indígena criticam a data comemorativa

Gabriela Moncau | Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Mulheres indígenas marcharam, durante o Acampamento Terra Livre em Brasília, contra o “PL da Mineração” – Mídia Ninja

Poucos dias depois do encerramento da maior edição do Acampamento Terra Livre (ATL) em seus 18 anos de história, acontece o chamado “dia do índio”, oficializado no Brasil em 1943. A origem da data remete a um protesto feito por indígenas durante o Congresso Indigenista Interamericano, realizado entre os dias 14 e 24 de abril de 1940, no México.

Antecipando que não seriam devidamente escutados em um evento comandado por líderes políticos brancos, os representantes indígenas de 47 países do continente fizeram um boicote: não compareceram nos primeiros dias do Congresso.

Só em 19 de abril, seis dias depois do início, foram ao encontro e, com o impacto do protesto inicial, ganharam força nas discussões. Daí a escolha da data como uma das propostas finais do Congresso, então sugerida como “dia do aborígene americano”.

O delegado brasileiro no Congresso, veja só, não era indígena. Mas sim um homem branco: o médico e antropólogo carioca Edgar Roquette-Pinto (responsável também por fundar a primeira rádio do Brasil, mas essa é outra história).

Marechal Rondon – engenheiro, sertanista brasileiro e o primeiro diretor do Serviço de Proteção ao Índio (SPI), que depois se transformaria na Fundação Nacional do Índio (Funai) -, foi quem convenceu Getúlio Vargas a instituir a data. Em 1943 o então presidente assinou o decreto-lei que estabeleceu o “dia do índio”.

Índio ou indígena 

A folclorização, a homogeneização dos 305 povos existentes no país, a redução do debate sobre o tema a um dia no ano ou a ideia de que é simplesmente uma data para celebrar determinada harmonia fictícia estão entre as críticas de representantes dos povos originários ao chamado “dia do índio”.

As clássicas atividades escolares que, no 19 de abril, estimulam crianças a pintar um indígena com dois riscos nas bochechas e uma pena na cabeça, celebrando a cultura nacional, é um exemplo do reducionismo produzido por estereótipos.

Em uma fala durante o evento Mekukradjá – Círculo de Saberes: o Movimento da Memória, o escritor e educador Daniel Mundurku afirma que, apesar de serem ancestrais, as populações indígenas se tornaram visíveis no país apenas na década de 1970 e, de forma institucional, a partir da Constituição de 1988.

Durante todo o tempo anterior, narra ele, um apelido recaiu sobre os povos indígenas como uma forma de invisibilização. Repetida à exaustão, a palavra “índio” foi incorporada por toda a sociedade brasileira, incluindo os povos a quem a alcunha é dada.

“Nos anos 1970, quando a juventude começou a se perceber parte de uma sociedade maior, porque foi assim que começou o movimento indígena, ela usou esse termo ‘índio’ como uma forma de luta. Como uma forma de identificação daqueles que eram parceiros. Então essa palavra ainda é usada, e se é usada por uma liderança indígena, é nesse sentido”, diz Munduruku.

O escritor lembra que o contexto é completamente diferente daquele em que a palavra é usada no sentido “do apelido, do desdém, do estereótipo, da ideologia”. Levando as mãos à boca para fazer o gesto, Munduruku afirma que “quando alguém olha para mim e diz ‘ah, ele é índio! Uh, uh, uh!’, a pessoa está me colocando numa classificação de menos humanidade. E aí a gente tem que brigar com isso”.

“Índio” foi a palavra dada pelos colonizadores aos povos que viviam no continente americano quando Cristóvão Colombo aqui atracou, mais de 500 anos atrás, achando que estava nas “Índias”. Indígena quer dizer originário, aquele que estava ali antes dos outros.

“Não estou falando do politicamente correto. Estou falando do correto”, ressalta Daniel Munduruku. “Palavra para nós tem sentido, tem alma, tem vida”.

Acampamento Terra Livre tem edição histórica

Encerrada no último dia 14, a edição 2022 do Acampamento Terra Livre, organizada pela maior instância de representação nacional dos povos originários do país, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), reuniu cerca de oito mil pessoas em Brasília.

:: Com 8 mil indígenas, Acampamento Terra Livre lança documento final com propostas para o Brasil ::

A realização anual no mês de abril não é à toa. Liderança do povo Guarani Mbya da Aldeia Morro dos Cavalos e coordenadora da Apib, Kerexu Yxapyry conta que, quando o ATL surgiu, em 2004, decidiu-se estrategicamente por fazê-lo próximo ao 19 de abril porque “no período do ‘dia do índio’ as autoridades estariam mais sensíveis às questões indígenas”.

movimento indígena questiona a data, seu nome e a suposta “celebração” que ela sugere. “Vamos para Brasília no mês de abril para dizer que ‘dia do índio’ não é dia de comemorar. Para que se comemore o ‘dia do índio’, é preciso demarcar nossos territórios”, enfatiza Kerexu, que é também coordenadora da Comissão Guarani Yvyrupa (CGY).

A demarcação de terras indígenas, paralisada durante o governo Bolsonaro, foi a principal reivindicação do ATL de 2022. A carta final da mobilização, que apresentou uma “plataforma indígena de reconstrução do Brasil”, ressaltou a importância de interromper um processo de “destruição e morte” que está em curso.

Edição: Rodrigo Durão Coelho

 

Autor de estudo que denuncia gastos indevidos de militares com a saúde pública vê “oportunidade” em polêmica

Paulo Motoryn | Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Francisco Funcia é consultor da Comissão de Orçamento e Financiamento do Conselho Nacional de Saúde – Divulgação/ALRS

Cobranças por explicações, piadas e memes deram o tom das reações à notícia de que o Ministério da Defesa aprovou a compra de 35.320 comprimidos de Viagra para o Exército, a Marinha e a Aeronáutica. A substância é conhecida por tratar casos de disfunção erétil. O caso, no entanto, deve servir como “oportunidade” para tratar de assunto sério. A constatação é do economista Francisco Funcia, consultor da Comissão de Orçamento e Financiamento (Cofin) do Conselho Nacional de Saúde (CNS) e vice-presidente na Associação Brasileira de Economia da Saúde.

Funcia é um dos autores de um estudo que aponta que o uso de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) pelo Ministério da Defesa bateu recorde no governo do presidente Jair Bolsonaro (PL). As informações constam em documento divulgado pelo CNS em fevereiro deste ano. Clique aqui para baixar o documento na íntegra.

“O caso do Viagra é uma boa oportunidade para trazer o debate. A divulgação dessa questão que chamou mais atenção nos permite levantar algumas questões”, disse Funcia, em entrevista ao Brasil de Fato. “No boletim, a gente observa o crescimento que vem tendo a descentralização de gastos com saúde sendo realizadas pelo Ministério da Defesa”, declarou.

De acordo com o relatório produzido pelo economista, em 2019 o valor anual de verbas do SUS direcionadas à saúde dos militares chegou a R$ 350 milhões. Dois ano depois, em 2021, a cifra chegou a R$ 355 milhões, quebrando novamente o recorde da série histórica, de 2013 a 2021.

Na gestão da presidente Dilma Rousseff (PT), a média anual do uso de recursos do SUS pelos militares era de R$ 88 milhões, considerando o período analisado, de 2013 a 2015. Sob o comando de Michel Temer (MDB), o valor já havia dado um salto, com média de R$ 245,5 milhões anuais.

O levantamento de Funcia foi divulgado em uma publicação sobre a evolução dos gastos federais do Sistema Único de Saúde, produzida pelo CNS, órgão que reúne representantes da sociedade civil e do poder público.

O estudo também teve participação de Rodrigo Benevides, mestre em Saúde Coletiva pelo Instituto de Medicina Social da UERJ. Os números foram levantados na plataforma SigaBrasil e mostram a “explosão” de verbas do SUS para o Ministério da Defesa.

O órgão fica atrás apenas do Ministério da Educação, que conta com uma rede de hospitais universitários pelo país. No mesmo período, no entanto, houve queda nas verbas recebidas pelo MEC.

Evolução das despesas da Defesa com recursos do Ministério da Saúde:

Evolução das despesas do MEC com recursos do Ministério da Saúde:

O relatório aponta ainda que o Ministério da Defesa gastou mais de R$ 150 milhões em verbas do SUS com despesas que não estão ligadas à saúde pública, como o conserto de aviões e a compra de equipamentos para escritórios das Forças Armadas no exterior.

“Isso nos remete para a necessidade de uma auditoria sobre esses gastos que estão sendo feitos de forma descentralizada por outras unidades do governo federal. Precisaria ver, à luz da lei, se eles atendem todos os requisitos que a legislação estabelece como ações de serviços públicos de saúde, especialmente que seja direcionada a ações de acesso universal, e não só direcionadas a um público específico”, explica Funcia.

É possível enxergar o “caso Viagra” de uma maneira mais aprofundada?

A discussão vai para além de uma simplificação do Viagra ou da prótese peniana. É claro que essas coisas têm um efeito simbólico. Porém, a área da saúde, no caso do Viagra, aponta para o uso que se faz dele em tratamentos. Há uma questão central que eu acho que a gente precisa aprofundar. O caso do Viagra é uma boa oportunidade para trazer o debate. A divulgação dessa questão que chamou mais atenção nos permite levantar algumas questões.

O que o boletim do CNS antecipava sobre esse debate do gasto de recursos de saúde pelos militares?

Nós já havíamos levantado que há uma série de despesas que são consideradas como ações de serviços públicos de saúde, definidas pela Lei Complementar 141, aqueles serviços de acesso universal, sem clientela fechada ou específica, que estão sendo computadas para o cálculo da aplicação mínima federal em saúde. Isso precisa ser questionado, precisa ser objeto de auditoria do próprio Departamento Nacional de Auditoria da SUS (DenaSUS).

Quais são os gastos que não parecem ser direcionados à saúde pública?

Nós estamos colocando isso porque há despesas com combustíveis de aeronaves de unidades militares no exterior. Há gastos que eram para o combate à covid-19, por exemplo, que foram para peças e equipamentos de para aeronaves, e até para escritórios e estruturas de comandos militares que estão sediados no exterior. A gente observa, inclusive, o crescimento que vem tendo a descentralização de gastos com saúde pelo Ministério da Defesa.

Quais ações podem ser adotadas diante das evidências do gasto de recursos da saúde de forma indevida?

Isso nos remete para a necessidade de uma auditoria sobre esses gastos que estão sendo feitos de forma descentralizada por outras unidades do governo federal. Precisaria ver, à luz da lei, se eles atendem todos os requisitos que a legislação estabelece como ações de serviços públicos de saúde, especialmente que seja direcionada a ações de acesso universal, e não só direcionadas a um público específico.

Edição: Felipe Mendes

 

 

Mas o trabalhador precisa saber que em 79% das contas o saldo é de apenas R$ 175 para não gastar por conta do que não tem em sua conta do FGTS

 Publicado: 19 Abril, 2022 – 08h30 | Última modificação: 19 Abril, 2022 – 08h40 | Escrito por: Redação CUT | Editado por: Marize Muniz

Especialistas ouvidos pelo PortalCUT analisam a postura de certas empresas por discrimarem trabalhadores com sobrepeso e apontam caminhos para combater o preconceito. Confira o que fazer

 Publicado: 19 Abril, 2022 – 11h42 | Última modificação: 19 Abril, 2022 – 17h59 | Escrito por: Andre Accarini | Editado por: Marize Muniz

SEC DE ESTADO DA SAÚDE – RJ

 

Os trabalhadores e trabalhadoras com corpos esbeltos, geralmente brancos, bem vestidos, com postura discreta, considerados por parte da sociedade como “de acordo com padrões de beleza” têm as portas do mercado de trabalho sempre abertas.

Do outro lado, os trabalhadores negros, com deficiências, gordos ou obesos que, apesar da qualificação e competência inquestionáveis, muitas vezes são discriminados e ficam sempre atrás nas disputas pelas poucas vagas abertas no mercado de trabalho. Isso é discriminação e causa um grande sofrimento nos trabalhadores e trabalhadoras. Por isso, muitos estão recorrendo à Justiça, que tem dado ganho de causa aos trabalhadores discriminados e determinado o pagamento de indenizações.

Atualmente tramitam na Justiça 419 processos envolvendo gordofobia, dos quais, 328 foram ajuizados durante a pandemia (2020 e 2021), de acordo com um levantamento da ferramenta Data Lawyer.

E as decisões dos desembargadores e ministros têm sido favoráveis a trabalhadores que chegam a ter indenizações de até R$ 30 mil. Ainda que a maioria dos processos (44%) não tenha passado por julgamento, 30,3% dos casos já analisados foram julgados a favor dos trabalhadores. Em outros 9,8% houve acordo entre as partes.

“Nossa sociedade, infelizmente, ainda é permeada pela discriminação em vários aspectos e a mídia acaba reforçando estereótipos. Em alguns casos, recorrer à Justiça é a única saída para o trabalhador ser respeitado e a empresa punida”, diz o secretário de Relações do Trabalho da CUT, diz Ari Aloraldo do Nascimento.

Não contratar pessoas com base em seu biótipo não é considerado crime, mas pode ser enquadrado como injúria e implicar em pagamento de danos morais, respectivamente, nas esferas criminal e cível, explica o advogado trabalhista Eduardo Henrique Marques Soares, sócio da LBS Advogados.

“Não há legislação que trate diretamente do preconceito à pessoa obesa”, ele diz. No entanto, segundo o advogado, “pode-se também invocar o artigo 5º da Constituição federal, que impede qualquer tipo de distinção entre as pessoas, por quaisquer motivos, como é o caso da obesidade”. Confira abaixo o que fazer em caso de discriminação.

De acordo com o secretário de Relações do Trabalho da CUT, a questão racial, a etnia, a forma corporal, entre vários outros ‘recortes’ discriminatórios, acabam difundindo cada vez mais os chamados padrões e estar fora dos tais padrões causa um enorme sofrimento para muitos trabalhadores.

“E, no caso da obesidade é mais grave, pois além do sentimento de exclusão, em muitos casos, a pessoa já sofre de alguma patologia que a impede de ter o chamado corpo esbelto. E as mulheres sofrem ainda mais com esse tipo de preconceito”, afirma Ari Aloraldo do Nascimento.

No portal da Catho Online, uma das maiores agências de anúncios de empregos do Brasil, um artigo dá a exata dimensão de como pensam as cabeças do mundo corporativo na hora de contratar trabalhadores e trabalhadoras. O texto traz a opinião de Marcele Goes, consultora de imagem pessoal e corporativa do site Estilo Sob Medida.

A profissional afirma, entre outras coisas, que “boa aparência é construída não só pelos traços faciais e por um corpo saudável, mas pelo ‘look’, ou seja, pelo que a mulher veste.

“Usar roupas que não chamem tanto atenção, mas que demonstrem elegância é recomendável. No caso das mulheres, usar maquiagens leves e ter sempre um cabelo bem arrumado também são detalhes importantes” é orientação de Marcele.

O portal Catho ressalta que a beleza tem certa influência no meio empresarial, mas nada substitui as competências profissionais. Mas, as opiniões contidas no artigo refletem a realidade em grande parte das empresas e até no setor público (carreiras militares e Tribunal de Justiça são exemplos) e há, inclusive, casos de trabalhadores aprovados em provas de admissão que tiveram de recorrer à Justiça para garantir o direito ao cargo.

Na mesma linha do dirigente cutista, o advogado trabalhista Eduardo Henrique Soares afirma que vivemos em uma sociedade com padrões estéticos totalmente ligados à magreza. “A gordofobia ainda encontra pouco espaço de debate, caminhando a passos lentos quando tratamos de outras formas de discriminação, como homofobia e racismo”, ele diz.

“Ser magro é visto como algo saudável e bonito, gerando oportunidades para pessoas em vários ambientes de trabalho, especialmente quando ligados ao atendimento direto do público. Por sua vez, pessoas obesas são consideradas descuidadas, estigmatizadas como alguém desatento à saúde”, ele diz

Mercado de trabalho

Para Ari Aloraldo, o que acontece no mercado de trabalho acaba sendo reflexo do que pensa parte da sociedade que “é a elite econômica que controla empresas que têm esse tipo de postura discriminatória”.

Mas ele alerta que, com o governo de Jair Bolsonaro (PL) e a difusão de sua ideologia cujas bases são justamente preconceito, machismo, racismo, homofobia, misoginia, entre outras características perversas, aqueles, dentro da própria sociedade, que escondiam ou guardavam seus rancores contra a diversidade e outros preconceitos e que são apoiadores do atual presidente, passaram a se sentir legitimados a despejar toda a violência psicológica e física contra essas pessoas.

Basta lembrar que o próprio Bolsonaro, em diversas ocasiões, já demonstrou publicamente sua conduta higienista. Antes de ser eleito, em 2017, em pré-campanha, Bolsonaro, em uma palestra na sede Hebraica, no Rio de Janeiro, soltou uma de suas pérolas.

“Eu fui num quilombo. O afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada. Eu acho que nem para procriador ele serve mais. Mais de R$ 1 bilhão por ano é gasto com eles”, disse o então deputado-federal.

Arroba é uma medida usada para pesar gado. Cada uma equivale a 15 kg. A palavra em si já determina o teor do preconceito de Bolsonaro.

“A gente tem visto pela própria expressão de quem domina a política – o presidente, sua turma.  Eles dialogam muito com isso. Nas pessoas o que isso causa é uma liberdade de colocar pra fora aquilo que de pior elas têm. Claro que não se pode generalizar, mas essas pessoas se tornam, de fato, violentas quando expressam seu preconceito”, diz Ari Aloraldo.

Ele complementa que além dos casos de gordofobia, racismo, homofobia no mercado de trabalho, com o tempo veio também a ‘esquerdofobia’. “Sindicatos já receberam denúncias e até mesmo matérias já contaram histórias de quem não conseguiu emprego por ter ideologia progressista”, diz Ari.

O que fazer caso sofra gordofobia no trabalho?

No ambiente de trabalho, após superar a disputa pela vaga e conseguir se recolocar no mercado de trabalho, os trabalhadores acima do peso também enfrentam a gordofobia, uma prática bastante comum. Existem vários processos que tramitam na Justiça Trabalhista com pedido de danos morais em face da ocorrência de gordofobia.

Desta forma, de acordo com o advogado Eduardo Soares, caso o trabalhador sofra algum tipo de assédio relacionado a seu sobrepeso, ele deve procurar o jurídico de seu sindicato para entrar com uma reclamação trabalhista e pedido de indenização por danos morais.

“Para tanto, é necessária a apresentação de prova testemunhal ou documental, corroborando os fatos”, alerta o advogado.

Caso demitido, pode também requerer a reintegração, à luz da Lei n° 9.029, de 1995, que proíbe qualquer prática discriminatória e limitativa para efeito de acesso ao trabalho. Seu rol é meramente exemplificativo.

Infelizmente, sabemos que tais práticas, na grande maioria das vezes, é feita de forma velada e longe dos olhos dos demais empregados e dos clientes, de modo que é essencial que o trabalhador ou a trabalhadora tenha sempre como comprovar o ato ilegal praticado pelos seus superiores, colocando-o em situação distinta dos demais empregados apenas por ser obeso

– Eduardo Henrique Soares

Representação

Para o movimento sindical, trazer esses temas ao centro do debate nas relações trabalhistas é fundamental. Ari Aloraldo, o secretário de Relações do Trabalho da CUT, diz que as informações a que se tem acesso ainda vêm, em grande parte pela imprensa e pelas “poucas denúncias” feitas pelos trabalhadores que sofrem esse tipo de preconceito.

Ele estima que haja muitos casos que não vieram e nem virão à tona, justamente pela vergonha do próprio trabalhador de expor os seus sentimentos, a sua situação. “Por medo de que sejam discriminadas, elas nem procuram trabalho e quando o fazem e são discriminadas na seleção ou mesmo no emprego, acabam se calando”, diz, reforçando que é importante o trabalhador denunciar para os sindicatos combaterem esses casos.

Outro fator que deve ser levado em consideração é que muitos já imaginam que não estão enquadrados no padrão de algumas empresas e nem se candidatam à vaga. Alguns anúncios, inclusive, até informam na lista de exigências a “boa aparência”. Ari explica que somente esta pequena frase já funciona com um “não” para pessoas com sobrepeso.

“Temos que reconhecer que o problema existe, não é isolado e tem que ser tratado em mesa de negociação com instrumentos que inibam as empresas de praticarem tais discriminações. Além disso, ter canais que facilitem a denúncia por que se sentir excluído ou discriminado”, diz Ari Aloraldo.

Ele explica também que há empresas que têm tomado posturas no sentido de priorizar a diversidade e têm mostrado isso à sociedade para que suas imagens não fiquem prejudicadas. “Nas redes sociais, hoje, se alguém denuncia algum caso, há uma grande mobilização em torno de boicotes aos produtos ou serviços da marca. E prejuízo ninguém quer. Portanto, algumas adotam políticas de inclusão”, diz o dirigente.

“Além dos mecanismos sindicais de proteção, campanhas que desmistifiquem e desconstruam esses padrões de beleza são fundamentais”, ele pontua.

 

 

  • Loyane Lapa | 19 abr202210h01
Esse é o primeiro desfile de Carnaval após dois anos de pandemia
Foto: Shutterstock / Alto Astral

Depois de tanto tempo paralisado, uma das maiores festas do mundo volta para as ruas. Considerado fora de época, o Carnaval 2022 acontecerá no feriado prolongado de Tiradentes (21/4), mas os foliões garantem que a sensação especial é a mesma.

E o que torna esse momento ainda mais aguardado é que este será o primeiro Carnaval pós-pandemia. A princípio, estão previstos os desfiles de escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro e São Paulo, que acontecem sexta e sábado (22 e 23) de abril.

Confira abaixo como ficará o horário de desfile das escolas de São Paulo: 

  • 22 de abril (sexta-feira):

22h30 — Acadêmicos do Tucuruvi

23h35 — Colorado do Brás

0h40 — Mancha Verde

1h45 — Tom Maior

2h50 — Unidos de Vila Maria

3h55 — Acadêmicos do Tatuapé

5h00 — Dragões da Real

  • 23 de abril (sábado):

22h30 — Vai-Vai

23h35 — Gaviões da Fiel

0h40 — Mocidade Alegre

1h45 — Águia de Ouro

2h50 — Barroca Zona Sul

3h55 — Rosas de Ouro

5h00 — Império de Casa Verde

Confira agora como ficará o horário de desfile das escolas do Rio de Janeiro: 

  • 22 de abril (sexta-feira):

22h — Imperatriz Leopoldinense

Entre 23h e 23h10 — Mangueira

Entre 00h e 00h20 — Salgueiro

Entre 01h e 01h30 — São Clemente

Entre 02h e 02h40 — Viradouro

Entre 03h e 03h50 — Beija-flor

  • 23 de abril (sábado):

22h — Tuiuti

Entre 23h e 23h10 — Portela

Entre 00h e 00h20 — Mocidade

Entre 01h e 01h30 — Tijuca

Entre 02h e 02h40 — Grande Rio

Entre 03h e 03h50 — Vila Isabel

Blocos de rua:

Para quem quer celebrar o Carnaval 2022 nas ruas, a dinâmica vai variar conforme a política da cidade. Em São Paulo, por exemplo, a entidade que representa mais de 160 blocos decidiram por não realizar seus desfiles no feriadão. Para este momento, a Prefeitura sugere uma data no segundo semestre deste ano. Já outros 50 blocos de menor porte decidiram ir às ruas por não ocuparem vias importantes ou necessitarem de grandes estruturas. Então, vale a pena ir atrás do posicionamento daquele seu bloco de coração para entender se o desfile acontecerá ou não, tudo bem?

Já no Rio de Janeiro, a política de blocos funcionará de maneira parecida. A Prefeitura do Rio também não dará estrutura necessária para blocos maiores desfilarem nas ruas, todavia, não haverá repressão para quem optar por prosseguir com os desfiles de blocos. Nesse sentido, boa parte dos blocos mais populares e pertencem à Associação Independente dos Blocos de Rua do Rio (Sebastiana) e pela Liga Amigos do Zé Pereira vão deixar para realizar seus tradicionais desfiles no segundo semestre de 2022.

Ainda assim, o movimento esperado para as ruas é maior que o que compareceu às ruas em fevereiro, no feriado de Carnaval. Nesse período, ainda estávamos em estado de pandemia, mas por conta da flexibilização, houve aglomerações nas ruas.

Onde comprar ingressos para os desfiles de Carnaval 2022?

Para você que deixou a compra para última hora, é bom preparar o bolso, viu? Em São Paulo, o desfile que acontece no Sambódromo do Anhembi ainda possui ingressos disponíveis para compra no www.clubedoingresso.com/carnavalsp, a partir de R$ 80 inteira. No portal também já dá para comprar ingresso para o Desfile das Campeãs.

Já para quem quer assistir o desfile de pertinho no Rio de Janeiro, na Marquês de Sapucaí, também há ingressos sobrando com valores mais altos. Para adquirir, é necessário acessar o www.totalacesso.com, localizar o dia de desfile que você deseja ir e ir para a página de pagamento.

 

 

 

VEJA A RELAÇÃO DE URNAS COM VOTO EM SEPARADO:

Conheça a origem do “dia do índio” e por que integrantes do movimento indígena criticam a data comemorativa. https://www.brasildefato.com.br/2022/04/19/19-de-abril-para-que-se-comemore-o-dia-do-indio-e-preciso-demarcar-nossos-territorios

Começou na manhã desta segunda-feira, 18, e seguirá até quarta-feira, 20, o primeiro turno das eleições para a gestão que vai dirigir o Sintufrj pelo próximo triênio (2022 até 2025).  A apuração será na própria quarta-feira, a partir das 21h.

Três chapas concorrem: Chapa 10, Alternativa de Combate; Chapa 20, Sintufrj de Luta pra Categoria e Chapa 85, Ressignificar.

São 54 seções de votação com urnas eletrônicas espalhadas pelos centros e campi da UFRJ, 17 das quais podem receber votos em separado. A relação completa das sessões está no encarte das eleições no Jornal do Sintufrj desta semana e no site da entidade.

O início da votação transcorreu sem problemas, com todas as urnas instaladas e funcionando, segundo a Comissão Eleitoral. E a expectativa é que a participação dos servidores na eleição se intensifique ao longo do pleito.

Só não terá, na quarta, em três unidades

Surgiu a informação de que quarta não haveria votação em algumas unidades por causa dos desfiles de carnaval. Isso só vale para três unidades, segundo a Comissão Eleitoral: Hesfa, Escola de Enfermagem Anna Nery e Faculdade de Direito, onde votação será só até esta terça, dia 19, porque estão no entorno da área que será interditada para a preparação do desfile das escolas de samba, no Sambódromo.

Assim, nestas três unidades, os servidores devem se mobilizar para votar até amanhã, mas quem precisar votar na quarta-feira, pode fazê-lo nuca das seções designadas para o voto em separado.

Dois votos seguidos

A votação, pela primeira vez em urnas eletrônicas com o mesmo sistema utilizado nas eleições organizadas pelo TSE, vai coletar o votos para diretoria executiva do Sintufrj para o mandado do triênio de 2022 a 2025 e para o Conselho Fiscal. Portanto, são necessários dois votos seguidos: um para direção e, outro, para o Conselho Fiscal. Para votar, é só digitar no teclado o número de identificação da chapa escolhida e apertar a tecla verde (confirma)

A votação é das 9h às 17h, exceto nas seções instaladas em unidades de funcionamento ininterrupto, onde a votação ocorrerá das 7h às 20h; e unidades de funcionamento noturno, das 9h às 20h.

 

Apuração na quarta-feira

A apuração do 1º turno será no dia 20 de abril, às 21h. No caso da chapa mais votada, no primeiro turno, obter cinquenta por cento mais um dos votos válidos, será aclamada vencedora.

Havendo necessidade, o segundo turno ocorrera nos dias 10, 11, e 12 de maio, com apuração no dia 12, às 21 horas e posse da diretoria eleita – 25 de maio de 2022

Atenção

ELEIÇÕES. Eleitores votam no subsolo do HUCFF na manhã desta segunda-feira, 18 de abril.

É obrigatória a identificação do (a) eleitor (a) no momento da votação, mediante a apresentação do documento de identidade com foto.

A dupla Bolsonaro/Paulo Guedes (ministro da Economia) divulgou, na mídia, na quinta-feira, 13, a concessão de reajuste salarial de 5% para todos os servidores públicos federais a partir do mês de julho.  Correndo atrás da reeleição, o governo bolsonarista espera aplacar a insatisfação da massa do funcionalismo que caminha para uma greve unificada, com esse percentual insignificante. Mas, ainda não há nada confirmado oficialmente. 

Para o coordenador Jurídico e de Relações de Trabalho da Fasubra, João Paulo Ribeiro, essa ação do governo é eleitoreira e pode ser apenas um blefe. Ele afirma que é preciso esperar que seja oficial. Além disso, o dirigente avalia que é necessário, se houver realmente o reajuste linear, saber em que bases ele está sendo feito. Sendo assim, os servidores devem continuar a pressão para instalação da mesa de negociação entre o governo e o Fonasefe (Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais).

Precaução 

“Vamos esperar o comunicado oficial sair no diário oficial para depois avaliarmos. Quais são as bases dessa ação eleitoreira? O governo vai dar 5% linear para todos ou só para os ativos? E os aposentados e os pensionistas? Não sabemos de nada. Para nós, é um blefe. É mais uma fake news. Então é aguardar e continuar a pressão para que tenha mesa de negociação efetiva”, recomenda João Paulo. 

Na avaliação das entidades que compõem o Fonasefe, entre elas a Fasubra Sindical, o governo não só desrespeita o conjunto dos servidores ao divulgar uma decisão unilateral, como o índice é insuficiente. “Os 5% não representam um terço do que as entidades solicitam como mínimo, que são os 19,99%, que cobre apenas a inflação dos últimos três anos”, afirma a Fasubra em sua página na internet.

Aumentar a pressão

Independente de anúncios oficiosos do governo, o Fonasefe decidiu, em reunião na quinta-feira, 14, manter a agenda de mobilizações neste mês de abril e continuar a construção da greve unificada dos servidores públicos federais. Ofício ao Ministério da Economia será encaminhado solicitando informações sobre o que foi anunciado na imprensa e  abertura de negociação de fato.

Nas próximas duas semanas a vigília em frente ao Ministério da Economia será reforçada, de terça a quinta, das 11h às 13h. Nova Jornada de Lutas acontecerá de 25 a 29 de abril, com paralisação nacional dia 28.

 

 

 

Sindicalistas entregam Pauta da Classe Trabalhadora ao ex-presidente, que elogiou o documento: “Quase um programa de governo, de reconstrução desse país”, disse Lula

Cerca de duas mil pessoas participaram, na manhã desta quinta-feira (14), em São Paulo, da cerimônia em que sindicalistas da CUT e demais centrais entregaram a Pauta da Classe Trabalhadora para o ex-presidente Lula. Ao receber o documento elaborado por todas as centrais, com propostas focadas na geração de empregos, direitos, democracia e a defesa da vida, o petista elogiou a construção da pauta e disse ter ficado orgulhoso do conteúdo e da preocupação dos sindicalistas com os rumos do país.

“O que vocês estão apresentando é quase um programa de governo, de reconstrução desse país”, afirmou Lula após receber a pauta dos sindicalistas.

“Se os empresários de todos os setores tiverem a preocupação com o Brasil [que vocês tiveram ao elaborar este documento], não haverá dificuldade de o povo brasileiro voltar a ser feliz; […] queremos terminar o mandato sem ninguém morando debaixo das pontes e sem nenhuma criança passando fome”, disse o ex-presidente Lula, que prometeu levar as propostas adiante.

“Nós vamos instituir uma mesa de negociação permanente e vamos chamar os trabalhadores e os outros setores da sociedade como as universidades, vamos chamar as empresas para negociar e colocar a pauta a eles”, disse o ex-presidente Lula.

O pré-candidato a vice-presidente na chapa de Lula, o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alkmin, também elogiou a Pauta da Classe Trabalhadora, e como Lula disse que é quase um plano de governo e  afirmou que, para reconstruir o país, será necessário sentar e conversar com todos os setores da sociedade. “A luta sindical deu ao Brasil o maior líder popular deste país”, disse Alckmin que definiu o como ‘histórico’ o encontro com as maiores centrais sindicais de todo o país.

“O Brasil está aqui, unido nesse momento grave, onde nós temos um governo que odeia a democracia, que tem admiração pela tortura, que faz o povo sofrer. É nesse momento de desemprego, de estômago vazio, de inflação, de fome, de morte, 660 mil mortos, que o Brasil se agiganta nessa reunião histórica com as mais importantes centrais sindicais. Venho somar o meu esforço, pequeno, humilde, mas de coração e entusiasmo em benefício do Brasil. A luta sindical deu ao Brasil o maior líder popular deste país, Lula! Viva Lula! Viva os trabalhadores do Brasil!”, completou.

O ex-presidente Lula concordou que para reconstruir o país essa união é fundamental e acrescentou que é preciso desmistificar o conceito que se tem de que trabalhadores e empresas são inimigos. “Não é verdade que trabalhadores e sindicalista não querem o crescimento da empresa. Pelo contrário, quanto mais a empresa cresce, mas gera emprego e mais tem condição de aumentar o salário do trabalhador. O sonho do trabalhador é o emprego”, disse.

Queremos emprego, queremos aumento de salário. Esse país vai voltar a ter seu povo de cabeça erguida

– Lula

ROBERTO PARIZOTTIRoberto Parizotti

Lula relembrou os frutos positivos que a participação e a atuação do movimento sindical em seu governo geraram para o povo e para o país. “Foi um acerto e eu devo muito a vocês. Não foram poucas as reuniões que fizemos, que vocês foram a Brasília cobrar e, mesmo discordando muitas vezes, fizemos um governo que gerou 22 milhões de empregos com carteira assinada”, disse Lula.

“O Estado não pode ficar de apenas um lado”, disse o ex-presidente para reforçar que seu governo será – mais uma vez – de diálogo e com prioridade para a geração de emprego e renda. Fórmula usada em suas gestões, a inclusão dos mais pobres no orçamento, com programas sociais e políticas econômicas voltadas a essa população, é um beabá fundamental para fazer a economia do país girar e ter estabilidade, como dizem economistas progressitas que lembrar de 2008, quando o mundo todo sofreu os impactos de uma crise econômica mundial e o Brasil sobreviveu sem penalizar nenhuma das classes sociais.

Lula afirmou que é plenamente possível ter esse país mais justo, mais solidário de volta, assim como é possível acabar com a miséria, gerar os empregos que a classe trabalhadora tanto precisa para viver com dignidade; “que é possível colocar o povo mais humilde nas universidades e fazer as pessoas tomarem café, almoçar e jantar todo dia”.

Sociedade tem força para acabar com retrocesso

Ao relacionar todos os retrocessos vividos pelo país nos últimos anos, como a destruição de políticas econômicas e sociais, o ex-presidente reafirmou que a sociedade sabe o valor e a força que tem e pontuou: “o Brasil não merece o que está passando”.

Diálogo é caminho para reconstrução do país

O diálogo será uma das prioridades de seu governo, disse Lula, afirmando que o movimento sindical, assim como o empresariado terá papel central nesses debates cujo objetivo é mudar os rumos do país.

“O que queremos é construir com o movimento sindical uma parceria para reconstruir esse país. Queremos chamar as centrais sindicais e queremos chamar os representantes da indústria, a Fenaban [Federação Nacional dos Bancos]. Todo mundo vai sentar à mesa e eu vou querer saber qual é o compromisso de cada um para acabar com o empobrecimento no país”, disse o ex-presidente.

Nosso governo vai conversar como todo mundo

– Lula

Eleger um congresso comprometido com a pauta da classe trabalhadora

Lula reforçou o que tanto ele como outras lideranças progressistas têm dito ao longo dos tempos. Não basta eleger um governo popular. O Congresso terá de ter outra configuração. Lula chamou atenção para que trabalhadores votem em trabalhadores – em candidatos que defendam seus interesses, caso contrário, a sabotagem, tal qual aconteceu em 2016, que culminou com o golpe contra Dilma Rousseff, será um perigo iminente.

E, com um congresso alinhado e pensando um país voltado aos trabalhadores e a geração de emprego, o trabalho de reverter o caos que vivemos hoje será um caminho mais fácil. “Vamos tentar reconstruir em quatro anos o que eles destruíram em pouco tempo. O emprego é coisa sagrada e deverá ser nossa obsessão”, disse Lula.

E justificou falando sobre o drama de não ter um trabalho. “Quando a gente tá desempregado, a vida vira uma desgraça, não tem o que comer, não tem como por dinheiro em casa”. E ainda criticou as ações dos governos de  Michel Temer (MDB-SP) e de Jair Bolsonaro (PL).

“Tentaram arrumar soluções como trabalho intermitente, o empreendedorismo, mas você não pode ser empreendedor se não tem direito a descanso, não tem renda. Tem que ter respeito”.

Não podemos deixar o entregador trabalhar entregando comida nas costas, sentido o cheiro da comida e passando fome

– Lula

Sobre o tema, ele citou aplicativo criado na cidade de Araraquara, que protege trabalhadores e que possibilita que 90% da renda fica com os trabalhadores e não com as plataformas.

Movimento sindical

Antes da tão esperada mensagem do ex-presidente Lula aos presentes, representantes de categorias ligadas às Centrais Sindicais falaram sobre a pauta e demandas especiais.

Para o presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, esse encontro dos sindicalistas com Lula foi um momento histórico em que todas as centrais se uniram em torno do apoio a uma candidatura e, assim, prova seu poder de mover o país.

“A unidade do movimento popular veio pra ficar. O simbolismo é muito importante. São as principais lideranças do movimento sindical falando a mesma coisa e querendo Lula presidente. Entregamos hoje a pauta e dissemos a ele que não está sozinho nessa luta”, disse Sérgio.

ROBERTO PARIZOTTIRoberto Parizotti

Representando os ramos da CUT participaram do ato Devyd Bacelar, coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Moysés Selerges, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Juvandia Moreira, presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Heleno Araújo da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e Aristides Veras, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Contag), reforçaram o panorama da situação de degradação social vivida pelos brasileiros.

ROBERTO PARIZOTTIRoberto Parizotti

A eleição começa agora

Para o secretário de Comunicação da CUT Roni Barbosa, o que se viu na Casa de Portugal, onde a cerimômia foi realizada, é parte de uma luta para reconstruir o Brasil que envolve diversas frentes. Uma delas e de grande importância se dá pelas redes sociais, campo de batalha explorado criminosamente pelos bolsonaristas em 2018, com a disseminação de fake news que resultaram na eleição do atual presidente.

As Brigadas Digitais da CUT são o instrumento de combate a essas fake news e de diálogo com os trabalhadores. “Estamos falando com a classe trabalhadora sobre os seus direitos, sobre a situação que cada brasileiro está passando e sobre o que é preciso para mudar”, disse o dirigente.

O projeto envolve toda a base da CUT – no Brasil inteiro e a meta é criar seis mil brigadas – grupos de WhatsApp com amigos, companheiros de trabalho, conhecidos da igreja, familiares, para que cada um desses grupos organizados por brigadistas tenha acesso a informações que podem mudar suas vidas.

O site brigadasdigitais.com.br está no ar e é a ferramenta pela qual as Brigadas são formadas.

 

Veja a íntegra do evento: