A Medida Provisória 881 é conhecida como minirreforma trabalhista e pode se tornar lei. Um dos principais ataques apontados por especialistas é a liberação do trabalho aos domingos e feriados para mais categorias e sem os direitos devidos. LEIA+

Proposta foi aprovada por 379 votos a 131. Para parlamentares da oposição, governo passou “cheque sem fundo” em emendas e usou “toma lá, dá cá”, para Plenário votar mudanças nas aposentadorias. LEIA+

Deputados do Rio de Janeiro que votaram pelo fim da aposentadoria dos trabalhadores:

Avante

Chiquinho Brazão (RJ) – SIM

Cidadania

Marcelo Calero (RJ) – SIM

DEM

Juninho do Pneu (RJ) – SIM

Pedro Paulo (RJ) – SIM

Rodrigo Maia (DEM-RJ) – SIM

Sóstenes Cavalcante (RJ) – SIM

MDB

Daniela do Waguinho (RJ) – SIM

Gutemberg Reis (RJ) – SIM

Vinicius Farah (RJ) – SIM

NOVO

Paulo Ganime (RJ) – SIM

PL

Altineu Côrtes (RJ) – SIM

Gelson Azevedo (RJ) – SIM

Soraya Santos (RJ) – SIM

PP

Christino Aureo (RJ) – SIM

Dr. Luiz Antonio Teixeira Jr. (RJ) – SIM

PRB

Jorge Braz (RJ) – SIM

Rosangela Gomes (RJ) – SIM

PSC

Otoni de Paula (RJ) – SIM

PSD

Alexandre Serfiotis (RJ) – SIM

Flordelis (RJ) – SIM

Hugo Leal (RJ) – SIM

PSL

Carlos Jordy (RJ) – SIM

Chris Tonietto (RJ) – SIM

Daniel Silveira (RJ) – SIM

Delegado Antônio Furtado (RJ) – SIM

Felício Laterça (RJ) – SIM

Gurgel (RJ) – SIM

Helio Lopes (RJ) – SIM

Lourival Gomes (RJ) – SIM

Luiz Lima (RJ) – SIM

Major Fabiana (RJ) – SIM

Márcio Labre (RJ) – SIM

Professor Joziel (RJ) – SIM

Sem partido

Luiz Antônio Corrêa (RJ) – SIM

Solidariedade

Aureo Ribeiro (RJ) – SIM

 

O contingenciamento de verbas das universidades federais promovido pelo governo de Jair Bolsonaro faz mais uma vítima: a Universidade Federal Fluminense (UFF). O reitor Antônio Carlos da Nóbrega informou em sessão do Conselho Universitário que a universidade tem recursos para funcionar até agosto.

A situação da UFF é caótica. Está sem verba para manter serviços básicos de manutenção e não tem dinheiro para pagar os trabalhadores terceirizados.

O corte do governo acaba por prejudicar alunos, que ficam sem aulas, professores que não tem estrutura para ministrar o ensino, pesquisadores que não tem insumos e equipamentos nos laboratórios, e trabalhadores que ficam sem salários e benefícios.

 

Sem salários

Há dois meses, cerca de 350 trabalhadores terceirizados estão com salários e benefícios atrasados. Isso provocou uma ação solidária da comunidade universitária e de sindicatos e associações. Entidades representativas de trabalhadores, alunos e professores estão captando doações de alimentos e materiais de higiene para ajudar os trabalhadores.

Segundo o reitor, a UFF precisa de R$ 16,7 milhões mensais para arcar com as despesas para a manutenção da universidade como pagamento de água, luz, telefone, contratos com empresas terceirizadas, entre outras despesas. Com o bloqueio do governo a UFF dispões apenas de 6,85 milhões por mês. Ou seja, 46,5% do previsto no orçamento deste ano, de R$ 169 milhões, sendo R$ 14,1 milhões mensais.

Nem a economia feita pela Reitoria no começo do semestre – cortou despesas na ordem de R$ 35 milhões anuais para se adequar ao recurso disponível – diminuiu o prejuízo. Antes do bloqueio a universidade já recebia financiamento menor do que o necessário, na ordem de R$ 9,8 milhões por mês, prejudicando assim os pagamentos e a prestação dos serviços.

Em vão, o reitor foi a Brasília no início do mês de junho para pedir ao ministro da Educação, Abraham Weintraub, o descontingenciamento da instituição. Enquanto o ministro silencia perante os apelos dos gestores das universidades e se ocupa em fazer provocações através das mídias sociais, a UFF amarga dias de incerteza e trabalhadores sofrem agruras sem seus salários e benefícios.

Nesses dois meses os trabalhadores estão vivendo de doações de comida e tem muita gente a ponto de ser despejada pois não pôde pagar o aluguel, isso para aqueles que ainda se mantém no emprego. Com a falta de pagamento à empresa contratante pela universidade vem promovendo demissões.

A Convenção 190 foi aprovada após dez anos de debates entre o movimento sindical, empregadores e governos

 

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) aprovou a Convenção 190 que trata da violência no mundo do trabalho. O texto aprovado é fruto de um debate, iniciado por movimentos de mulheres, que começou em 2009, na Confederação Sindical Internacional (CSI), e venceu resistências dos empregadores que consideravam o tema uma questão a ser resolvida por políticas públicas.

A secretária da Mulher Trabalhadora da CUT, Junéia Batista, considerou a elaboração da Convenção uma vitória, ainda que o texto aprovado não seja o ideal para o movimento sindical. Ela explica que os debates, que envolveram também governos, foram duros e houve a necessidade de se chegar a um consenso para que a Convenção fosse criada.

“Não era o texto dos sonhos porque queríamos destacar os vulneráveis, quem sofre racismo, sexismo, discriminação, mas não conseguimos especificar, só conseguimos especificar que trabalhadores sofrem assédio e que devem ter reparação”, diz Junéia.

A Convenção 190 será aprovada oficialmente nesta sexta-feira (21), quando o relatório final da 108ª Conferência Internacional do Trabalho for apresentado para votação em plenário.

Mas, de acordo com a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT, as diretrizes da Convenção só passarão a valer “mais do que as leis nacionais” a partir da ratificação pelos países. É após a adoção da Convenção que os tribunais passam a se pautar pela norma aprovada.

Junéia espera que durante a Conferência ao menos dois ou três países adotem a Convenção. Isso dá força ao trabalho que precisa ser feito para adoção em outros países, explica.

No Brasil, a luta para que o país, que elegeu Jair Bolsonaro, um presidente de extrema direita, fascista e homofóbico, adote e ratifique a Convenção 190 será árdua, avalia a dirigente da CUT.

“Acredito que será difícil, mas faremos o que for possível, com campanhas de conscientização e pressão junto a parlamentares e governo para que coloquem em suas agendas o tema da ratificação”.

A construção da Convenção 

Junéia conta que a Convenção começou a ser ‘pensada’ em 2009, para tratar de casos específicos de violência contra a mulher, mas ao longo desses anos, por pressão de empresários, que também queriam ser incluídos no texto como vítimas, o texto teve que ser alterado para violência de gêneros e não somente de mulheres.

Segundo ela, a alegação dos empresários é que eles podem também ser vítimas de violência, como assédio e ameaças, no mundo trabalho. “Mesmo não concordando com essa justificativa, aceitamos mudar o caráter para violência de gêneros”.

Junéia lamenta também que outros grupos não possam ter sido especificados na Convenção como vulneráveis, como trabalhadores e trabalhadoras negras, os LGBT´s e as mulheres que, “historicamente, são trabalhadores que sofrem perseguição no ambiente de trabalho”.

“Tivemos que nos conformar em colocar as pessoas vulneráveis como trabalhadores e empregadores para não termos problemas e travarmos o processo. Tivemos de aprovar um texto generalizando os trabalhadores”, critica a dirigente.

Em 2014, o tema ganhou destaque na OIT e começou a ser discutido nas conferências da entidade. Em 2017 um grupo formado por especialistas de vários países fez uma análise sobre o que é violência no mundo do trabalho e recomendou que a OIT pautasse a Convenção 190, elaborada de forma tripartite.

Em 2018, foi aprovado um texto preliminar pelo Conselho de Administração da OIT. Este texto foi debatido ao longo dos anos pelos trabalhadores, empregadores e governo e, em comissão formada pela OIT, foi alterado com acordo entre as partes.

 

O papel da Convenção

A Convenção terá o papel de proteger todos os trabalhadores, do setor público e privado, e casos externos como violências sofridas no caminho do trabalho, ou por decorrência dele.

Um exemplo é o caso de mulheres assediadas em transportes públicos e que precisam de proteção, explica a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT.

“A responsabilidade é de alguém. Seja do Estado ou do empregador, isso será definido caso a caso”, diz Junéia.

 

Diversidade

Junéia lembra também que pessoas LGBT são consideradas vulneráveis por sofrerem violência psicológica, moral e constrangimentos no ambiente de trabalho.

 

A gente vive numa sociedade predominantemente heteronormativa em que o patriarcado impõe que menino veste azul e menina veste rosa. E quando as pessoas saem dessa ‘caixinha’, são violadas em seu direito de ser o que querem

Junéia Batista

 

Até mesmo na Conferência o preconceito esteve presente: países africanos, além de Rússia e Bielorrússia, ameaçaram deixar o plenário caso o termo LGBT fosse incluído no texto.

Mas de acordo com a Convenção 190 da OIT, no mundo do trabalho, a discriminação, as piadas homofóbicas, as chacotas e perseguições a LGBT´s serão consideradas agressões, afirma Junéia.

“As pessoas vão pensar 500 vezes antes de fazerem chacota com a natureza das pessoas”.

 

Mulheres

Mesmo que o texto não tenha sido ideal por não ser específico sobre a violência contra as mulheres, Junéia acredita que a Convenção trará avanços. Ela afirma que “o mundo machista pode começar a ter um outro tipo de comportamento, a partir da divulgação dessa Convenção. E o momento que vivemos nos faz brigar ainda mais para que nosso país ratifique a 190.

O Sintufrj comunica aos sindicalizados titulares do plano de saúde Unimed que a nova administradora do contrato é a Allcare Benefícios. Sendo assim, o sindicato orienta que qualquer correspondência (telegrama ou e-mail) de outra administradora deverá ser desconsiderada.

Sintufrj – Gestão Ressignificar

Os números são das centrais sindicais e celebram o desdobramento da luta unitária dos setores progressistas da sociedade contra a reforma da Previdência e em defesa da educação

 

MASSA NAS RUAS. A greve geral foi encerrada no Rio de Janeiro com uma passeata depois da concentração na Candelária

Da rodovia que liga Guanambi a Malhada, no interior da Bahia, no Nordeste profundo, aos centros das maiores metrópoles do país, como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, a força da greve geral mostrou seu fôlego.
O movimento desta sexta-feira, 14 de junho, é o desdobramento da frente unitária que envolve centrais sindicais, movimentos sociais, o amplo leque de setores progressistas contra a reforma da Previdência e na defesa da educação pública.
Pelas estimativas das centrais sindicais, pelo menos 45 milhões de trabalhadores participaram da greve geral em 380 cidades. São números impressionantes que autorizam sustentar que a política alinhada às conquistas sociais voltou às ruas com força.
A força da oposição nas ruas é o fato que explica que os protestos pacíficos no Rio e em São Paulo tenham sido dissolvidos com bombas de gás e balas de borracha disparadas por policiais militares, a milícia fardada de Wilson Witzel e João Dória.
Houve manifestações em todas as capitais e no Distrito Federal. Trabalhadores e trabalhadoras protestaram contra a reforma da Previdência de Jair Bolsonaro (PSL) desde as primeiras horas da manhã dessa sexta-feira (14).
No Rio, a alvorada dos protestos foi puxada por sindicalistas e estudantes da UFRJ, que fecharam logo cedo uma das pistas da Linha Vermelha.
No início da manhã, motoristas e cobradores de ônibus e trabalhadores dos metrôs de várias capitais cruzaram os braços. Em São Paulo, parte das linhas de ônibus, trens e várias estações do Metrô estiveram paradas, especialmente nas zonas Norte e Leste da capital paulista.
Em capitais de estados como Ceará (Fortaleza) e Pernambuco (Recife) e no Distrito Federal (Brasília), ônibus e metrôs pararam. Nas capitais João Pessoa, Curitiba, Maceió, Rio de Janeiro e Salvador, protestos bloquearam vias da cidade e saídas dos ônibus das garagens.
No ABC paulista, 98% das fábricas do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC estiveram fechadas, 65 mil trabalhadores cruzaram os braços contra o fim da aposentadoria e por mais empregos.
No início da madrugada, o presidente da CUT, Vagner Freitas, e o secretário-geral, Sérgio Nobre, estiveram com os trabalhadores da Volks, em São Bernardo do Campo.
Em praticamente todo o país, as agências bancárias amanheceram fechadas. Em São Paulo, principal centro financeiro do país, os bancos não abriram. Trabalhadores e trabalhadoras da educação também aderiram massiçamente à greve geral. Escolas públicas e particulares, universidades e institutos técnicos permaneceram fechados nessa sexta-feira.

REPRESSÃO. PMs atacam professoras indefesas na marcha

 

Governo em crise, povo na luta!

Uma fresta de sol revigorante para os que sonham e lutam por democracia, direitos sociais e liberdade. Esta é a síntese dos acontecimentos de uma semana iniciada com o bombástico escândalo da #VazaGate, revelando os bastidores repletos de ilegalidades e armações da operação Lava-Jato e a conduta parcial e criminosa do juiz Moro, passando pela crise do governo com o Congresso motivada pelas alterações no relatório da reforma da previdência e culminando com atos políticos em 350 cidades, mobilizando milhões de trabalhadores para rechaçar com veemência a política assassina do governo: extinção da aposentadoria, cortes na educação, fim da soberania nacional e dos direitos do povo, tendo como tempero um blá-blá-blá ideológico fascista de quinta categoria.
A greve geral de 14 de junho catalisou a insatisfação popular com um governo que acumula fracassos. O desemprego segue em galope acelerado; a troca de ministros mantém a média: o general Santos Cruz, em rota de colisão com o filho tuiteiro (e dublê de vereador) do presidente, deixou a secretaria de governo e foi substituído pelo general Ramos, apresentado como o “pitbull” do presidente; e Moro, o principal pilar de legitimidade do governo Bolsonaro, enfrenta o escândalo do vazamento das suas conversas com os promotores da Lava-Jato, mostrando que atuou, na verdade, como coordenador da acusação e não como juiz. A sequência de matérias publicadas pelo portal The Intercept desnudou Moro perante o país e deixou governo e Rede Globo batendo pino.
Neste cenário de terra arrasada, é alvissareiro que a luta popular recupere, passo a passo, a dimensão de luta de massas. Os atos de #15M e #30M foram sinais inequívocos da retomada das ruas e praças como espaços privilegiados da disputa política e de exercício ativo da cidadania. A Greve Geral de 14 de junho dá um passo além: sua dimensão nacional, a combinação de atos de impacto nos serviços e na produção com grandes passeatas e a ação solidária da classe trabalhadora e da juventude esquentam a possibilidade de derrota do governo na tentativa de extinguir a previdência social. É preciso organização, unidade e ação política cotidiana para aproveitar as fissuras e bloquear os ataques de Bolsonaro e sua gangue. É hora de arregaçar as mangas e reagir!

 

SINTUFRJ PRESENTE. Na Presidente Vargas, a presença da comunidade universitária da UFRJ

 

Educação com forte presença

A greve geral dessa sexta-feira vem na sequência de duas manifestações puxadas pelo setor de educação. Milhares de pessoas foram às ruas nos dias 15 e 30 de maio.
A mobilização de estudantes, técnicos-administrativos e professores nos atos anteriores explica a forte presença deles na greve geral. Havia muitos estudantes secundaristas.
Cabe destaque à participação dos três segmentos da UFRJ nos protestos de combate ao governo Bolsonaro, ao desemprego, à tentativa de pôr fim à previdência pública e contra os cortes nos recursos da educação.
Como nos atos públicos anteriores, o pessoal da UFRJ se concentrou no Largo de São Francisco, diante do IFCS. Depois do aquecimento – o que nessa sexta-feira envolveu a distribuição de cartazes pelo Sintufrj –, o bloco da universidade se dirigiu à Candelária.

 

Solidariedade

Na esteira da repressão covarde do pelotão de choque da PM que dissolveu o protesto pacífico, os técnicos-administrativos Ygor Alves e Esteban Crescente, trabalhadores da UFRJ, foram detidos. O Sintufrj se solidariza com os companheiros.

 

Da trajetória do movimento operário resulta o desenho de uma gangorra, com períodos de crescimento e declínio. Em situações de conflito e quando obtiveram adesão de outros setores engajados da sociedade, os trabalhadores tiveram influência no ritmo da história

 

As greves operárias iniciadas em 1979 no ABC paulista precipitaram os estertores da ditadura civil-militar, que chegou ao fim poucos anos depois. Os metalúrgicos de então – que projetaram Lula e lançaram as bases de um partido político de massas – encontravam sua ancestralidade na saga de greves gerais iniciada pelos sindicatos anarquistas em 1917.
Nesses 100 anos que nos distancia da primeira greve geral no início do século XX, puxada por mulheres no bairro da Mooca (SP), pelo menos dez greves se destacam por sua abrangência, em alguns casos, ou pelas circunstâncias adversas. No segundo caso estão as paralisações de Osasco e Contagem em 1968, que desafiaram a ferocidade dos generais.
Após a redemocratização iniciada em 1985, foram seis greves gerais envolvendo milhões de trabalhadores. Paralisações de grandes proporções aconteceram especialmente na década de 1980. No momento, o país começa a viver a expectativa da greve geral convocada para 14 de junho, na sequência de duas fortes manifestações contra o governo Bolsonaro.

 

1917, mulheres na vanguarda

A primeira greve geral do país foi iniciada por mulheres, no mês de junho, e durou 30 dias. Cerca de 400 operários – a maioria mulheres – da fábrica têxtil Cotonifício Crespi, na Mooca, em São Paulo, paralisaram suas atividades por aumento de salários e redução da jornada de trabalho. Em algumas semanas a greve contagiou outros operários e se espalhou por diversos setores da economia por todo o estado de São Paulo, e em seguida para o Rio de Janeiro e Porto Alegre.
Em julho, o movimento ganhou mais fôlego no dia 11 com o enterro do sapateiro José Martinez, morto pela polícia, o que mobilizou milhares de pessoas. A partir daí o movimento reivindicatório se alastrou mais ainda: 70 mil trabalhadores, organizados em sindicatos anarquistas, pararam a produção na indústria e as vendas no comércio reivindicando aumentos salariais que compensassem a inflação elevada da época, melhores condições de trabalho e jornada diária de oito horas.

 

1962, greve conquistou o 13º salário

O 13º salário não era uma obrigação legal em 1962. Ele foi conquistado devido à paralisação dos trabalhadores de ferrovias, bancos, portos, refinarias e distribuidoras de combustível, nas capitais e cidades médias. No Rio, os trabalhadores mostraram sua força, parando praticamente toda a cidade. Houve confronto com a polícia e mortes.

 

1968, metalúrgicos desafiam o regime

Minas Gerais e São Paulo registram as primeiras greves na ditadura (1964-1985). Os metalúrgicos foram a linha de frente do combate reivindicando melhores salários e condições de trabalho. Em Contagem (MG), a mobilização, iniciada em 16 de abril, reuniu 16 mil metalúrgicos; em Osasco (Grande São Paulo), 12 mil metalúrgicos pararam no dia 16 de julho. Foram reprimidos com violência. Dezenas de trabalhadores e alguns dirigentes sindicais foram presos e levados ao Dops (Departamento de Ordem Política e Social). Foi o primeiro movimento de resistência dos trabalhadores em um período de grande repressão.

 

1979, Lula lidera trabalhadores

Mais de cem mil trabalhadores, principalmente metalúrgicos da região do ABC paulista, pararam suas atividades em 13 de março, véspera da posse de João Figueiredo, último ditador do regime militar. A greve marcou o surgimento de Luiz Inácio Lula da Silva como liderança nacional. Lula era então presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e liderou a paralisação de cerca de 80 mil trabalhadores, que se recusaram a aceitar a contraproposta patronal de reajuste salarial, numa assembleia histórica realizada no estádio da Vila Euclides, em São Bernardo do Campo.

 

1980, nova greve no ABC

Em fevereiro, o PT é fundado, e menos de dois meses depois uma nova greve teve início. Novamente liderados por Lula, 140 mil metalúrgicos do ABC paulista e de diversas cidades do interior decidem entrar em greve em 1º de abril devido à recusa dos empresários da contraproposta dos trabalhadores. O movimento acabou reunindo ao todo 300 mil metalúrgicos que interromperam as atividades por 41 dias. O governo interveio, e Lula foi preso pela Lei de Segurança Nacional. Ele permaneceu na sede do Dops durante 31 dias.

 

1986, a primeira greve após a ditadura

A primeira greve geral após a ditadura militar, em 12 de dezembro, uniu diversas categorias. O estopim foi o recuo das medidas implantadas pelo Plano Cruzado, entre eles o congelamento de preços, lançado pelo governo Sarney (PMDB) para controlar a hiperinflação. A greve paralisou 15 milhões de trabalhadores. A luta era ainda por salários e não pagamento da dívida externa. Houve prisão de 109 pessoas e realização de um “barulhaço”.

 

1989, a maior greve

A maior greve geral da história do Brasil durou dois dias, 14 e 15 de março. A inflação acumulada chegou a 1.782,9%, a maior taxa registrada na história do Brasil. Diante da perda do poder aquisitivo do trabalhador devido ao Plano Verão do governo José Sarney, o movimento foi convocado pela CUT e CGT. Mais de 30 milhões pararam.

 

1991, a primeira, depois das diretas

Em maio, aconteceu a primeira greve geral realizada após as eleições diretas para a Presidência, vencidas por Fernando Collor de Mello (PRN). Convocada pela CUT e CGT, foi um movimento pela garantia no emprego, reposição das perdas salariais e defesa dos serviços públicos. Mobilizou 19,5 milhões de trabalhadores e interrompeu o transporte coletivo de diversas capitais, como São Paulo, que paralisou completamente o metrô.

 

1996, contra as privatizações de FHC

A greve geral de 21 de junho de 1996, convocada pela CUT, CGT e Força Sindical, esvaziou as grandes capitais: 12 milhões de trabalhadores cruzaram os braços contra as privatizações e para combater a política econômica do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em seu primeiro mandato.

 

2017, contra as reformas de Temer

Convocada contra as reformas trabalhista e da Previdência do governo Temer, a greve geral de 28 de abril de 2017 teve manifestações em todos os estados e no Distrito Federal. Houve bloqueios em estradas e vias de acesso ao centro de capitais, como a Ponte Rio-Niterói. Estima-se que 40 milhões de trabalhadores cruzaram os braços.

Arco de forças envolvendo trabalhadores, estudantes e movimentos sociais prepara paralisação gigante para barrar a reforma da Previdência

 

De acordo com a CUT, a força da Greve Geral do dia 14 de junho terá reflexo imediato na batalha parlamentar travada por deputados da oposição na Câmara para dificultar a aprovação do projeto de reforma da Previdência que acaba com as responsabilidades do Estado sobre a aposentadoria.
A greve vai ocorrer na sequência de duas grandes manifestações de fôlego realizadas nos dias 15 e 30 de maio. Embora os protestos tenham tido a educação como pavio, a temperatura das ruas, além da luta contra a reforma da Previdência, envolveu um sentimento geral de resistência à ofensiva do governo em vários campos.
O país está derretendo, com desemprego e aprofundamento da crise econômica.
Nos dois eventos (15 e 30 de maio), que serviram como espécie de aquecimento para a greve geral da próxima sexta-feira, a participação da comunidade universitária da UFRJ foi destaque.
A movimentação das lideranças sindicais e do movimento social na preparação da greve não encontra precedente na história recente. A última convocação de greve geral foi contra as reformas do governo Temer, em abril de 2017 (veja matéria especial sobre greves nas páginas 4 e 5).

Unidade
“Unidos vamos parar o Brasil no dia 14 de junho”, afirma convicto o presidente da CUT nacional, Vagner Freitas. Este é o clima que o dirigente vive nos dias que antecedem a greve geral de 14 de junho contra a reforma da Previdência de Jair Bolsonaro.
A movimentação cresce a cada dia e todas as centrais sindicais – CUT, CTB, CSP-Conlutas, Intersindical, Força Sindical, Nova Central, CGTB, CSB, UGT –, as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, como também movimentos sociais como MST (sem-terra) e MTST (sem-teto), estão participando ativamente.
Dos transportes aos bancos, todos os trabalhadores prometem cruzar os braços. As centrais realizaram expressivas plenárias de organização, como em São Paulo e no Rio de Janeiro, em que diversas categorias já informaram a adesão à greve.
Paralisarão as atividades os servidores municipais e estaduais, bancários, metalúrgicos, químicos, trabalhadores do saneamento, do vestuário, metroviários, motoristas, rodoviários, portuários, aeroviários e aeroportuários, petroleiros, jornalistas, radialistas, comerciários. Algumas categorias que têm limites legais para fazer greve, como a da saúde, paralisarão as atividades administrativas
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Educação para novamente
Na contabilidade da CUT, trabalhadores da educação de vários estados e municípios aprovaram a adesão à greve geral. Além dos estudantes universitários e secundaristas, professores e técnicos-administrativos das universidades e institutos federais que antecederam o movimento paredista de forma vigorosa com as paralisações nacionais de 15 e 30 de maio realizam assembleias e plenárias. A expectativa é que todos não trabalhem dia 14 de junho.
No Rio de Janeiro, em assembleia organizada pelo Sindicato dos Professores do Município do Rio de Janeiro e Região (Sinpro-Rio), foi aprovada, por unanimidade, a participação na greve.
Os trabalhadores da rede privada de ensino do Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Pará, Minas Gerais, Alagoas, Pernambuco e Goiás, segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee), já confirmaram que vão cruzar os braços no dia 14 de junho.
Até a data da greve, várias ações de mobilização estarão em curso, como panfletagens e diálogo com a população, coleta de assinaturas para o abaixo-assinado contra a reforma da Previdência e distribuição de material. É ganhar as ruas para divulgar a greve e as razões do movimento.

Projeto de lei aprovado por unanimidade na terça-feira, 4 de junho, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) destomba o prédio onde funcionou o Canecão (casa de show fechada desde 2009) que é propriedade da UFRJ.

Com a medida é possível, agora, a realização de obras o que é do interesse da universidade que discute um plano de recuperação de ativos imobiliários intermediado pelo BNDES.

O tombamento, agora desfeito, foi feito em 1999, por lei proposta pelo então deputado Sérgio Cabral, sancionada pelo governador Anthony Garotinho. O projeto de destombamento teve como autores os deputados André Ceciliano (PT), presidente da Assembleia, e Rodrigo Amorim (PSL).

O atual reitor da UFRJ, Roberto Leher, trabalhou para o projeto do destombamento para facilitar as negociações da universidade com o BNDES e o setor privado. Mas Rodrigo Amorim quer a UFRJ ceda o espaço para o governo estadual.

Em entrevista à TV Sintufrj, a futura reitora Denise Pires de Carvalho explica seus planos para o espaço onde funcionou o Canecão.  Ela defende o Canecão como aparelho de cultura por meio de concessão ao setor privado.

Os formulários para serem preenchidos com informações individuais sobre segurança e ambiente de trabalho no IPPMG já estão disponíveis no RH do instituto e aqui no site do Sintufrj. Dos dados recolhidos nesses formulários resultará num relatório elaborado pelo especialista em segurança do trabalho do sindicato. É fundamental o preenchimento do documento para dar consistência a pressões e iniciativas para melhorar a saúde e a segurança no ambiente de trabalho. Esse levantamento já foi feito em outras unidades. Agora é a vez do IPPMG.

 

Baixe aqui o formulário . . .