Um ato convocado pelo Fórum dos Segmentos da Educação Pública do Rio de Janeiro defendeu na tarde de quinta-freira (27) a recomposição orçamentária das instituições da rede pública de ensino e a valorização da educação. Trabalhadores da UFRJ marcaram presença motivados pela jornada de lutas da greve de mais de 100 dias em busca de Carreira, salários que recupere perdas e verbas para universidades. Fotos: Elisângela Leite

Ato Unificado da Educação RJ.
Rio, 27/06/24
Foto Elisângela Leite
Ato Unificado da Educação RJ.
Rio, 27/06/24
Foto Elisângela Leite

A data faz referência a um evento ocorrido no final da década de 1960, em Nova York, quando um grupo de pessoas queer enfrentou a repressão e a violência policial por seus direitos

HOJE, GRANDE ATO DO ORGULHO NA CINELÂNDIA, 17H

Dia Internacional do Orgulho acontece todo 28 de junho e é comemorado todos os anos após os chamados Distúrbios de Stonewall (ou Revolta de Stonewall), nos Estados Unidos, uma revolta considerada um marco para a comunidade LGBTQ+ no mundo todo.

O que foi a Revolta de Stonewall?

A Revolta de Stonewall é o nome dado aos protestos que começaram em 28 de junho de 1969, quando um grupo de policiais invadiu o bar Stonewall Inn, no bairro de Greenwich Village, em Nova York, como explica o artigo “Nosso Stonewall”, publicado na revista “A 50 anos de Stonewall, a revolta continua”.

Segundo o documento, o enfrentamento foi causado por uma batida policial na qual os agentes da polícia prenderam pessoas transgênerasdrag queens e drag kings presentes no local acusados de travestismo, que naquela época era ilegal em Nova York.

Isso despertou a raiva e a rebeldia das pessoas presentes, que reagiram à invasão. A hostilidade entre os envolvidos aumentou até chegar à agressão física e ao levante da comunidade queer. O distúrbio não durou apenas uma noite, mas se estendeu pelos próximos quatro dias, conforme relata o artigo.

“Esse evento é considerado o início do movimento de liberação gay e um marco histórico para os movimentos de dissidência sexual”, afirma o documento.

Por que a revolta de Stonewall marcou um antes e um depois na luta por direitos dos LGBTQ+?

Embora tenham acontecido conflitos anteriores, esse evento entrou para a história por suas características particulares, afirma Facundo Saxe, autor de “Nosso Stonewall”, e pesquisador do Centro Interdisciplinar de Pesquisas de Gênero da Faculdade de Humanidades da Universidade Nacional de La Plata (Unlp) e cientista do Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas da Argentina (Conicet), em entrevista à National Geographic.

 

O especialista afirma que o que aconteceu em Nova York foi simultâneo a outros distúrbios e revoluções contraculturais no resto do mundo (como o Maio de 1968 na França, por exemplo), e movimentaram a década de 1960 em  diversos países.

Em relação à noite de 28 de junho, o pesquisador do Conicet diz que a rebelião “despertou um fim de semana de conflitos contra a autoridade policial, quando as pessoas tomaram as ruas. Essa ocupação do espaço público abriu uma década de marchas e mobilizações que seriam diferentes do que havia ocorrido anteriormente. Foi como se tivesse acendido a chama de uma geração que queria viver de outra forma“.

 

O papel de Stonewall foi o de “primeiro tijolo”, que deu início a “um processo de luta cultural contra a repressão e a violência“, afirma Víctor Madrigal-Borloz, especialista independente sobre a proteção contra a violência e a discriminação por motivos de orientação sexual e identidade de gênero designado pelo Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas.

 

A partir desses enfrentamentos, “o conceito de orgulho começou a ressoar com força, porque aquilo que você foi ensinado a esconder, reprimir, disciplinar, a não mostrar, apareceu publicamente”, conclui Saxe.

Por que as marchas do orgulho são realizadas em diferentes datas na América Latina?

 

Além do Dia Internacional do Orgulho, existem outras datas relevantes para a comunidade LGBTQ+. Por exemplo, no dia 17 de maio se comemora o Dia Internacional Contra a Homofobia, a Transfobia e a Bifobia em memória à data de 1990 quando a homossexualidade deixou de ser considerada como um transtorno mental pela Assembleia Mundial da Saúde da ONU.

 

Fora as datas mundiais, em alguns países da América Latina, por exemplo, as mobilizações acontecem em momentos diferentes do ano para celebrar o orgulho. Por exemplo, no Brasil, a comunidade marcha durante o mês de junho, enquanto que na vizinha Argentina, essa reunião acontece em novembro. Isso se deve ao fato de que em 1º de novembro de 1967 foi fundado no país o coletivo “Nuestro Mundo”, um dos primeiros da América Latina na luta pelos direitos homossexuais.

 

Para Madrigal-Borloz, independentemente do momento escolhido no ano, esses dias permitem refletir sobre o estado atual pelo qual passa essa parcela da população. “Há outras datas, mas acredito que o importante é lembrar que elas nos permitem fazer uma pausa no caminho para refletir e homenagear aqueles que, como resultado dessa violência e discriminação, não estão mais conosco”, diz o especialista independente.

“Eles não estão porque foram mortos ou viveram vidas de dor e marginalização devido a condições essencialmente humanas, como orientação sexual e diversidade de gênero”, completa.

POR REDAÇÃO NATIONAL GEOGRAPHIC BRASIL

Quinta-feira, 27/6:

. 9h, participação no Conselho Universitário (Consuni), no Parque Tecnológico. Pauta: discussão dos bens imobiliários da UFRJ e apresentação de proposta política de capacitação.

. 14h, reunião do GT Mulher do Sintufrj (hibrida), no Espaço Cultural da entidade. Pauta: avaliação da participação das mulheres na greve.

. 16h, protesto unificado dos trabalhadores da Educação estadual e federal. IFCS.

Segunda-feira, 1º de julho:

. 10h, assembleia simultânea no auditório do Centro de Tecnologia (CT), com transmissão para os servidores nos campi da Praia Vermelha e Macaé.

14h, audiência pública sobre o orçamento da UFRJ, com a participação da Reitoria, Sintufrj, Adufrj, APG e DCE Mário Prata. No auditório do CT.

 

 

Foto: Renan Silva

Ao abrir a assembleia desta quarta-feira, 26, o coordenador-geral do Sintufrj, Esteban Crescente, fez uma retrospectiva da última  negociação com o governo. Ele lembrou que, por decisão da assembleia geral da semana passada (dia 19), a categoria aprovou a proposta para que a Fasubra reivindicasse ao governo nova mesa de negociação para ajustes da proposta apresentada em 11 de junho. Como, por exemplo, o Reconhecimento de Saberes e Competências (RSC) e ampliação de ganhos econômicos.

Em nível nacional, 45 entidades aprovaram a reivindicação de nova mesa de negociação e 29, não; 15 bases rejeitaram a proposta, 29 aceitaram o que foi acordado no dia 11 e 30 bases aceitaram o que já tinha na mesa até então, mas também que se tentasse ganhar mais em mais uma negociação.

Reflexos da proposta na tabela

Confira na página do Sintufrj no Youtube a explicação do CLG (começa pouco depois de 20 minutos de iniciada a assembleia do dia 19) ou pela edição do Jornal do Sintufrj disponível no site da entidade. O link do vídeo é https://www.youtube.com/watch?v=iqFyIJH7MZg.

No que diz respeito a itens econômicos, ativos e aposentados na proposta atual, entre janeiro do ano que vem até abril de 2026, terão ganhos entre 14,8% e 65%. Vai depender de onde se está na carreira, qual o cargo, tempo de casa, formação, entre outros elementos. E se há incentivo à qualificação. A partir desses três fatores, pode-se dizer quanto você vai ganhar em janeiro e em 2026.

Pauta interna

entregue à Reitoria

A assembleia também deliberou pela pauta interna a ser negociada com a Reitoria, apresentada pelo CLG. A próxima reunião com o reitor Roberto Medronho está marcada para o dia 2 de julho. Reivindicações:

1- Regulamentação da aplicação da insalubridade em ambientes de arquivos, bibliotecas, museus e centros de documentação e de memória, a partir da aprovação da Lei 14.846/2024;

2- Garantia do direito à insalubridade em geral, atendendo aos novos concursados, inclusive.

3 -Garantia de regras distintas para a movimentação de servidores das unidades hospitalares sob gestão da Ebserh. Além disso, o jurídico do Sintufrj formulará parecer que respalde a decisão desses trabalhadores. A Reitoria deve se empenhar pela realização de concurso público pelo RJU para os hospitais gerenciados pela Ebserh, como também deve priorizar que as vagas nessas unidades sejam preenchidas por concursados a espera de serem contratados.

4 – Debater e encaminhar solução para os prédios com problema infraestrutural, como a Escola de Educação Física e Desporto e Dança, IFCS, Reitoria (onde funciona a Escola de Belas Artes, Faculdade de Arquitetura e outros órgãos importantes da universidade), instalações no campus Duque de Caxias, Escola de Educação Infantil, que há dois anos não abre vagas por falta de espaço definitivo para seu funcionamento, unidades do CCS, entre outras construções acadêmicas e administrativas. Isso inclui também o Ippur, GPDes, Biblioteconomia e demais cursos oriundos do Reuni. Qual o critério que a Reitoria pretende adotar para dar continuidade a obras de determinadas construções inacabadas?

6- Institucionalização de uma política para o enfrentamento ao assédio moral, racismo, LGBTfobia, machismo, Xenofobia, etarismo e capacitismo;

7-Construção de uma Câmara de Saúde para tratar integralmente os trabalhadores e realizar os exames periódicos.

8 – Relatório ou informe das atividades mais recentes da comissão de exames periódicos pela PR4;

9 – Realização de uma assembleia comunitária para discutir com toda a comunidade universitária a situação estrutural e financeira da UFRJ.

10- Implantação da jornada de 30 horas semanais.

9 – Esclarecimentos sobre dados quantitativos dos cortes ou alterações de trabalhadores terceirizados nos contratos de portaria, vigilância e limpeza;

10 – Discussão sobre a paridade nos órgãos colegiados, bem como a possibilidade de voto das servidoras e servidores aposentados;

11- Eleição direta para Reitor;

12 – Política de incentivo a ocupação de vagas na graduação e programas de pós-graduação da UFRI por parte das trabalhadoras e trabalhadores técnicos-administrativos em Educação como política de Incentivo a Qualificação;

13- Garantia de regularização previdenciária dos NES e ex-NES;

14 – Garantia da absorção dos trabalhadores extraquadro no funcionamento dos

hospitais universitários, frente aos novos planos na gestão administrativa;

15-Direito de coordenação e/ou atuação como professor colaborador nos programas de pós;

16- Acompanhamento da execução do processo do Canecão.

17 – PGD: prazos recomecem a partir do fim da greve.

Capacitação – O representante do CLG Fernando Pimentel explicou que a PR-4 apresentou proposta, no Conselho Universitário, de institucionalização de política de desenvolvimento, capacitação e formação continuada, uma demanda da categoria. Mas esta política não foi debatida com as categorias. Por isso, ele pediu mais tempo para debate e pediu vistas. No dia 23, o CLG realizou um debate produtivo, entendendo que a resolução, da maneira que está escrita, tem problemas que precisam ser sanados.

“A gente acumulou várias propostas. O que a gente então defendeu nessa construção na sexta-feira, e conversou no CNG, é que a gente tem interesse que a resolução seja aprovada. E aprovou que seria enviado ofício à Reitoria solicitando que fosse suspensa a discussão (o próximo Consuni é quinta-feira, 27) no prazo de um mês, para rodadas de debate entre as categorias, se os docentes tiverem interesse, e a Reitoria”, disse Fernando, explicando que, caso não seja possível, está preparando parecer nesse sentido, solicitando tempo para debater.

Outras propostas foram sugeridas pelos presentes para inclusão na pauta interna, como a questão estrutural do prédio da Reitoria (Edifício JMM), a realização de audiência pública para tratar dos problemas estruturais, a reivindicação de que os trabalhadores que realizaram greve não sofram nenhum tipo de retaliação, entre outros.

Comando Local de Greve convoca nova assembleia simultânea na UFRJ para segunda-feira, 1º de julho. No Fundão será às 10h, no auditório do Centro de Tecnologia (CT). O retorno ao trabalho está previsto para o dia seguinte, 2, caso o acordo com o governo tenha sido assinado

A greve dos técnicos-administrativos em educação da UFRJ continua. Por decisão da maioria absoluta dos presentes na assembleia simultânea realizada na quarta-feira, 26, no Fundão, Praia Vermelha e campus Macaé, com transmissão pelas redes sociais do Sintufrj, o movimento grevista continua até a assinatura do Termo de Acordo entre o governo e a Fasubra, previsto para esta quinta-feira, 27. Mas, isso somente ocorrerá se a minuta do documento contiver todos os itens negociados e acordados entre as partes.

A decisão da categoria baseou-se na orientação aprovada pelo  Comando Nacional de Greve (CNG/Fasubra) e publicada no IG (Informe de Greve) nº 6 da Federação. De acordo com o CNG, após 105 dias de greve e todas as dificuldades enfrentadas no diálogo com o governo, a luta resultou em conquistas, como a reestruturação da carreira, reposicionamento dos aposentados, o Reconhecimento de Saberes e Competências (RSC), hora ficta (hora noturna), manutenção das capacitações, reajuste dos benefícios, entre outras proposições.

Em reunião na segunda-feira, 24, o Comando Local de Greve (CLG/Sintufrj) corroborou a decisão do CNG com o seguinte encaminhamento: “O CLG defende a assinatura do acordo mediante minuta que contemple todos os pontos compreendidos como garantidos na mesa por parte da CNSC (Comissão Nacional de Supervisão da Carreira), com suspensão da greve e continuidade de mobilização para garantir os pontos em debates: na CNSC e GTs em 180 dias”.

 

Houve uma segunda proposta colocada para avaliação da categoria por uma das forças políticas que militam no movimento sindical na UFRJ, que era a seguinte: rejeitar a última proposta do governo, radicalizar as ações de greve para forçar nova mesa de negociação com os ministérios da Educação (MEC) e da Gestão e Inovação (MGI), mas com pauta orçamentária, com o objetivo de ampliar as conquistas

 * A íntegra da transmissão da assembleia desta quarta-feira está disponíveis nas redes sociais do Sintufrj

Fotos: Renan Silva

TRABALHADORES DA UFRJ MANTIVERAM A GREVE e movimento irá se manter até que seja assinado acordo com o governo conforme foi acertado nas negociações

 

Superintendência completa um ano com ações voltadas à luta antirracista

Fotos: Renan Silva

A comemoração do primeiro aniversário de implantação da Superintendência de Ações Afirmativas, Diversidade e Acessibilidade (Sgaada) na UFRJ teve o tom de celebração da democracia.

Nesse ambiente, numa solenidade aberta com performance de ancestralidade negra expressa na presença do mestre Manoel Dionísio, o combate ao racismo e a preconceitos foi marca nas reflexões.

Denise Góes, superintendente da Sgaada, foi o centro de gravidade do evento. Técnica administrativa e militante decana do Movimento Negro Unificado (MNU), fez enfática fala ao afirmar que a superintendência ampliou a pauta racial na universidade.

Antes de fazer breve balanço de um ano de ação da Sgaada, Denise fez registro de sua participação como sindicalista e destacou a importância do Sintufrj, sindicato do qual foi dirigente.

“No Sintufrj tive espaço para trabalhar a pauta racista, foi o meu espaço de discussão que eu reivindico hoje, amanhã e sempre”, disse.

“Este sindicato está verdadeiramente a serviço da luta desse técnico administrativo que hoje tem outro olhar”, afirmou.

Denise Góes disse que a Sgaad vem fazendo um trabalho “que nos tirou do silenciamento, do apagamento”. Ela distinguiu o papel da superintendência do da Câmara de Políticas Sociais. “A Sgaad está na estrutura institucional, a Câmara é uma frente de ação política”, explicou. “Essa é a nossa luta por uma universidade mais representativa”.

Mulher e negra

A dirigente do Sintufrj, Marli Rodrigues, que representou o sindicato no evento, saudou o fato de hoje termos “uma superintendência de ações afirmativas tendo à frente uma mulher negra”.
Marli foi mais longe. Disse que se deve defender a universidade combatendo o racismo, o assédio moral, a homofobia e fez um breve balanço da greve em curso de mais de 90 dias dos técnicos administrativos.

Na sua saudação, o reitor Roberto Medronho destacou o valor da diversidade e da democracia e recordou seus tempos de Faculdade de Medicina ao lembrar que, quando ingressou na UFRJ, o curso só tinha brancos e alunos de famílias com posse. “Hoje esse perfil mudou”.

Ao se referir aos técnicos administrativos, Medronho foi conciso e firme: “sem eles, a universidade não existiria. Simples assim”.

A MESA que presidiu a solenidade
DENISE GÓES se emocionou na solenidade que marcou aniversário da Superintendência que dirige
MARLI RODRIGUES representou o Sintufrj

Manoel Dionísio

O primeiro momento da solenidade que celebrou o aniversário da Sgaada foi de beleza pura. Mestre Manoel Dionísio, um nome fundamental para a história do carnaval carioca e brasileiro, como é definido nas redes da Internet, apresentou sua neta Bárbara Dionísio e seu neto Iago Dionísio em passos de mestre-sala e porta-bandeira. A escola do Mestre vem ensinando gerações passos dessas duas danças que encantam os desfiles de escolas de samba.

MESTRE MANOEL DIONÍSIO apresenta a neta Bárbara e o bisneto Iago
PASSOS DE PORTA-BANDEIRA E MESTRE-SALA encantaram a celebração de aniversário da Sgaada

 

GT Mulheres – Sintufrj
Reunião híbrida (local presencial a confirmar)
14h – quinta-feira, 26/06
Pauta:
– Balanço da atuação das mulheres na greve
– Política de formação antimachista para a categoria
– Luta contra o PL 1904/2024

Na última mesa de negociação, no dia 11 de junho, depois de três meses de greve, a categoria dos técnicos-administrativos em educação conseguiu o aumento do reajuste linear em 2025 para 9% e, em 2026 para 5% (em abril). E a correlação com o nível “E” também aumentou: A, 36%; B, 40%; C, 50% e D, 61%. O estepe vai para 4% em janeiro de 2025 e 4,1% em abril de 2026. O impacto financeiro pulou para R$4,1 bilhões.

Mas isso, depois de outras mesas (e muita pressão), em que as propostas foram se ampliando. Porque, em fevereiro, antes da greve, a proposta do governo previa um reajuste linear de 4,%% em 2025 e de 4,5% em 2026. Os percentuais de correlação entre os níveis (em relação ao E) eram, na classe A, de 31%; na classe B, de 38%; na C de 46% e na D de 58%. E não havia aumento do step. Nesta, o impacto era de R$1,8 bilhões. Ou seja, com o que foi acordado dia 11, mais que dobrou.

E esse valor ainda deve aumentar, porque há outros elementos acordados que podem beneficiar a categoria mais adiante, como o Reconhecimento de Saberes e Competências (RCS, em 2026) e a aceleração da Capacitação.

Veja a evolução das propostas na tabela a seguir:

Ganhos no piso e no teto

 

Como se localizar na tabela reestruturada

Tabela 1 – Se localize na tabela atual (maio de 2023);

Tabela 2 –  Alie seu padrão de vencimento ao nível de classificação e encontre, ao lado,  o seu  novo padrão reestruturado;

Tabela 3 – Encontre na tabela de 2025 (com índice de 9% e step de 4%) , com base no novo padrão, o seu novo vencimento a partir de janeiro..

Tabela 4 – Da mesma forma, encontre na tabela de 2026 (com índice acumulado de 14,.45% e step de 4,1%), o vencimento a partir de abril de 2026.

Exemplo

Tabela 1 – Nível D Padrão 13: vencimento R$ 4.221,24.

Tabela 2 – Se estiver no nível I de Capacitação, permanece no padrão 13 na tabela reestruturada.

Tabela 3 – Vencimento em janeiro de 2025, R$ 4,850,96.

Tabela 4 – Vencimento em abril de 2026, R$ 5.152,59.

Se tiver nível de capacitação II, III ou IV, o novo padrão será, respectivamente, 14, 15 ou 16, aumentando também o vencimento.

         

 

ENTRE os muitos momentos expressivos da greve, técnicos-administrativos, docentes e estudantes das instituições federais de ensino do
Rio realizaram grande ato unificado que fechou pistas da Linha Vermelha no dia 5. (FOTO: ELISÂNGELA LEITE)

Nomes de parlamentares que assinaram o pedido de urgência do projeto de lei 1904 foram incinerados num ritual de repúdio

Fotos: Elisângela Leite

Com muita garra e determinação, centenas de mulheres de todas as idades, classes sociais, e desejos afetivo-sexuais tomaram a Avenida Atlântica, no domingo, 23 de julho, para dizer, em tom elevado, que criança não é mãe, e estuprador e pedófilo não são pais. Sindicalistas, parlamentares, militantes de movimentos sociais e feministas, aposentadas, donas de casa, estudantes se uniram e firmaram o compromisso de só saírem das ruas após o engavetamento do hediondo Projeto de Lei 1904.

O presidente da Câmara dos Deputados foi um alvo especial da manifestação. Arthur Lira manobrou para que o PL que criminaliza o aborto por estupro igualando-o a homicídio fosse votado com urgência. A palavra de ordem “FORA LIRA” ritmou o protesto: Abrindo o cortejo, uma enorme faixa levada por várias senhoras informava: “Vovós em defesa de suas netas, bisnetas e contra o PL 1904”.

A manifestação foi encerada com uma fogueira e as manifestantes queimando os fascistas do Congresso Nacional, que apoiaram e votaram pela urgência do PL do estupro. Seus nomes foram escritos em papel A-4 e ao som da bateria das feministas eram colocados em um balde e sob gritos de “queima”, “queima”, “queima”.  Viraram cinzas.

O ato ganhou mais originalidade com participação de mulheres na perna de pau vestidas como personagens do Canto da Aia (2017), romance de Margaret Atwood, ambientada em um futuro distópico governado por uma teocracia totalitária. Após uma grave queda nas taxas globais de natalidade, as mulheres foram divididas em castas. As poucas que se mantêm férteis são obrigadas a gerar filhos para a elite, enquanto as que não conseguem engravidar devem executar trabalhos domésticos. Uma reflexão sobre o patriarcalismo em nossa sociedade.

 

“Que hipocrisia, defende o estuprador e a pedofilia”

“Com o poder que nós temos agora vamos derrubar Lira nas ruas e com punho cerrado em defesa de nossas vidas. Legaliza! O corpo é nosso! Pela vida das mulheres!” No carro de som, as manifestantes davam seu recado ao público.

A deputada Jandira Feghali fez um apelo: “O movimento nas ruas nos fortalece no Congresso Nacional, porque estamos lutando lá para que esse projeto criminoso, misógino, fundamentalista, de extrema direita seja engavetado. Não vamos aceitar nenhum retrocesso nas nossas conquistas. Queremos é avançar. Ninguém aceita que alguma mulher estuprada seja presa. Esta é uma pauta de direitos e não de costumes.”

“Arthur Lira, você é um porco fascista. Estupro é um crime hediondo. Se não bastasse a violência que as meninas são submetidas, a maioria vítima de estuprador de dentro da família e vizinhos, ainda quer que sejam presas? Vamos ganhar as ruas e a maioria da sociedade brasileira para essa luta”, disse a deputada estadual Verônica Lima (PT). Se convalescendo de um transplante de pulmão, a vereadora Janilce Magalhães (PSol) avisou: “Nós mulheres queremos avançar nos nossos direitos. Estamos cansadas de ver nossos corpos sendo pautados pelos homens”.

Machistas, misóginos..

Karen Matoso, uma das líderes das mulheres evangélicas presentes ao ato com faixas e cartazes, afirmou: “Nós não nos sentimos representadas pelas bancadas da bíblia e da bala no Congresso. Eles só podem decidir sobre seus espermas. Somos a Articulação das Mulheres Cristãs”. A representante do Movimento de Mulheres Olga Benário foi objetiva: “Queremos avançar para conquistar mais e isso inclui respeito e rumo a uma sociedade socialista”.

Grávida de sete meses, a deputada Renata Souza (PSol) falou emocionada: “Nossa luta tem a ver com a vida das nossas meninas e das mulheres que gestam. Vamos derrubar o Lira e todo o seu patriarcado. Seguiremos na luta e o patriarcado machista, misógino não passarão”.

“Nossas vidas não podem ser negociadas, não pode ser manobra eleitoreira. A única luta que avança e une todas as pessoas e as diversidades é a nossa, das mulheres pretas, brancas de todos os gêneros e classes. Não vamos sair das ruas!”, garantiu a vereadora Thais Ferreira (PSol).

“Estamos sempre na luta e além de derrubar esse PL fascista, é necessário decidir no Parlamento sobre as políticas públicas que defendam a criança, sua saúde e seus corpos. Lutar por direitos e por aqueles que lutam. Hoje é um dia muito importante”, falou a deputada Marina do MST (PT). “Este é um movimento contra o fascismo, contra o Lira. Temos que ser linha de frente pela descriminalização do aborto”, defendeu a representante da UP, Geovana Almeida. “Nossa mobilização vai durar até o arquivamento do PL 1904”, se comprometeu a secretária de Mulheres do PT, Fabiana Souza.

Ato no Posto 4 em Copacabana em defesa das mulheres e contra a PL 1904.
Rio, 23/06/24
Foto Elisângela Leite
Ato no Posto 4 em Copacabana em defesa das mulheres e contra a PL 1904.
Rio, 23/06/24
Foto Elisângela Leite
Ato no Posto 4 em Copacabana em defesa das mulheres e contra a PL 1904.
Rio, 23/06/24
Foto Elisângela Leite
Ato no Posto 4 em Copacabana em defesa das mulheres e contra a PL 1904.
Rio, 23/06/24
Foto Elisângela Leite
Ato no Posto 4 em Copacabana em defesa das mulheres e contra a PL 1904.
Rio, 23/06/24
Foto Elisângela Leite
Ato no Posto 4 em Copacabana em defesa das mulheres e contra a PL 1904.
Rio, 23/06/24
Foto Elisângela Leite
Ato no Posto 4 em Copacabana em defesa das mulheres e contra a PL 1904.
Rio, 23/06/24
Foto Elisângela Leite
Ato no Posto 4 em Copacabana em defesa das mulheres e contra a PL 1904.
Rio, 23/06/24
Foto Elisângela Leite

Inúmeras trabalhadoras da UFRJ estavam presentes na marcha das mulheres contra o PL do estupro em Copacabana. O Sintufrj convocou e algumas delas aproveitaram a infraestrutura posta à disposição como um carro e água. “É a mulher que sempre tem que defender seus direitos, a própria vida e seu corpo”, observou Norma Santiago. “Espero que essa manifestação seja o início de muitas outras lutas contra esse PL e para que as mulheres possam ter garantidos a integridade de seus corpos e respeito a seus direitos”, afirmou Selene de Souza.

“Respeitem nossos corpos!, exigiu Lenilva da Cruz. “Foi um ato muito bonito, muito representativo. A mulherada atendeu a convocatória. Estandartes, faixas, batucadas, palavras de ordem das entidades, mas também muitas criadas na hora por participantes independentes”, constatou a coordenadora de Comunicação do Sintufrj, Marli Rodrigues, que “amou a manifestação” e estava feliz por ter participado. “Esse PL é uma temeridade: a criança vítima de abuso passa a ser
algoz. Uma criança abusada não tem noção do que fizeram com o seu corpo e quando é percebido, já assou do tempo (do aborto
legal)”, alertou Marisa Araujo.

“Estamos nos fortalecendo para a luta que é pela liberação do aborto no Brasil e desmascarando os fascistas no Congresso”, avaliou Alzira Trindade. “Criança é criança. Prisão perpétua para estuprador”, propôs Geiza de Souza. “Esse PL é uma excrescência. Repugnante”, definiu Valdenise Ribeiro, a Val. “Criança não é mãe, estuprador não é pai. Família não se forma por estupro”, concluiu Joana de Angelis.

MULHERES TRABALHADORAS DA UFRJ na marcha de Copacabana no domingo, 23 de junho