Jornada de trabalho no centro do debate

Discussão envolve turno contínuo com jornada de 30 horas e maior autonomia dos servidores

 

A reorganização da jornada de trabalho em turnos contínuos de 30 horas é tema que ingressou no cotidiano das expectativas dos técnicos-administrativos da UFRJ.

Trabalhadores de várias unidades têm solicitado a presença da Comissão Central, constituída para esclarecer dúvidas e tratar do assunto com as comissões locais.

Mas o ritmo da Pró-Reitoria de Pessoal não tem acompanhado a inquietação dos trabalhadores. Infelizmente, a PR-4 ainda não conseguiu instalar a Comissão reestruturada.

A manifestação da PR-4 é importante. Algumas unidades estão enfrentando a resistência de diretores para a realização das reuniões sobre o assunto. Há, ainda, insegurança de trabalhadores devido à falta de informação.

Ressalte-se que a resistência de certos chefes deve-se ao fato de perceberem que a reestruturação das relações de trabalho vai dar autonomia aos técnicos-administrativos. Temem o fim da subalternidade.

Entre em contato com a Comissão Central para solicitar reuniões e esclarecer dúvidas: trabalhoejornada@pr4.ufrj.br

O que o Sintufrj defende

O entendimento do Sintufrj sobre essa questão essencial para o nosso dia a dia é que a produção da universidade não pode ser aferida por meio de ponto eletrônico.

As características do nosso fazer são complexas demais e não podem ser engessadas (ou compreendidas) por mecanismo tão burocrático.

Quando o TCU indaga os docentes sobre a forma como organizam o seu trabalho, a resposta é que eles planejam o seu trabalho a cada semestre.

O que propomos é que os técnicos-administrativos da UFRJ recebam o mesmo tratamento que os docentes.

Insistimos: trabalhamos com critérios de aferição de frequência de acordo com o planejamento.

O caminho é que os trabalhadores de cada unidade se organizem para distribuir o trabalho e assegurar o funcionamento de forma ininterrupta – fazendo 30 horas semanais. Sem redução de salários.

Os trabalhadores devem montar o seu organograma e suas planilhas de funcionamento em turnos contínuos que possibilitem as 30 horas de jornada.

Afirmamos que a institucionalização da jornada de trabalho em turnos contínuos, sem redução de salário, é  bandeira do Sintufrj.

É fundamental um pronunciamento oficial da Reitoria garantindo que não haverá perdas de salários e de direitos. Esse é um compromisso firmado entre o vice-reitor Carlos Frederico Leão Rocha com o
Sintufrj.

Estamos tratando, aqui, de propostas que vão alterar, de forma substantiva, as relações de trabalho. Uma resposta histórica para a organização do trabalho.

Não é hora para bravatas

1 – O trabalho do técnico-administrativo é complexo. Não é tarefa de linha de montagem. Mas a luta contra o ponto eletrônico precisa se dar de forma nacional e coordenada, e não individualizada, sob pena de acontecer a mesma derrota que ocorreu na UFF.

2 – Não é hora de bravata. O que nós propomos é a reestruturação do nosso trabalho em jornadas contínuas de 30 horas. Esta é a melhor forma de enfrentarmos a ideia do ponto eletrônico.

3 – O controle da nossa frequência deve se submeter ao planejamento do nosso trabalho, como ocorre com os docentes.

4 – O governo ataca os servidores. E nós precisamos nos preparar e nos antecipar aos ataques.

5 – Esta reorganização vai resultar numa apropriação do nosso fazer com o controle de todas as etapas de nossas tarefas. Teremos mais poder sobre o nosso trabalho.

6 – Com a implantação da reestruturação da jornada de trabalho com turno contínuo vai aumentar a produtividade e reduzir as situações que levem ao assédio moral.

Boatos, ah, os boatos

Os corredores não são boas fontes de informação. A informação segundo a qual o ponto eletrônico seria implantado em outubro não procede.

O compromisso do vice-reitor Carlos Frederico Rocha é de que se respeite um processo de discussão da reorganização do trabalho nas unidades que será finalizado em março.

Bolsonaro vem rompendo com a tradição de nomear para a reitoria o primeiro dos três nomes da lista encaminhada pelas universidades.

Em apenas oito meses de governo, Jair Bolsonaro (PSL) já desrespeitou por sete vezes a decisão da comunidade universitária ao nomear dirigentes para institutos e universidades federais. A última nomeação aconteceu na semana passada, na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) . O escolhido para o cargo, Marcelo Recktenvald, é professor efetivo da UFFS e pastor batista em Chapecó. Seu nome era o terceiro da lista enviada pela instituição.

Até o momento, a repercussão ainda não foi maior porque, por acaso, as trocas aconteceram em instituições de menor porte. Ainda não chegou às mãos do presidente nenhuma eleição de universidades como a UFRJ, a UFPR ou a UnB.

Bolsonaro vem rompendo com a tradição, iniciada no governo do ex-presidente Lula, de nomear para a reitoria o primeiro dos três nomes da lista encaminhada pelas universidades. A nomeação do primeiro indicado pelo colegiado eleitoral era um meio de respeitar a escolha da comunidade acadêmica.

Em oito meses de governo, Jair Bolsonaro implementou uma série de medidas contrárias à autonomia e à continuidade das universidades e institutos federais. Além das nomeações de reitores não eleitos pelos acadêmicos, o governo determinou a extinção de cargos de confiança, o corte de 30% do orçamento das instituições e a retenção de R$ 330 milhões da Capes, instituição que concede bolsas de pesquisa, limitando consideravelmente a produção científica no país.

Até agora, já houve inversão da lista ou desrespeito total à votação nas seguintes instituições:

UFTM – Universidade Federal do Triânculo Mineiro
UFRB – Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
UFVJM – Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri
UFC – Universidade Federal do Ceará
UFGD – Universidade Federal da Grande Dourados
CEFET-RJ

Rogerio W. Galindo
Plural.jor.br

Professores, comerciários e bancários poderão trabalhar aos finais de semana e feriados, sem pagamento de horas extras. Analista do DIAP acredita em judicialização. Categorias afetadas prometem resistir

O Senado ao aprovar a Medida Provisória (MP) da Liberdade Econômica, transformada no Projeto de Lei de Conversão (PLV) 21/19, liberou o trabalho aos finais de semana e feriados, sem pagamento de horas extras, o que era antes proibido por leis específicas.

Agora cabe à Presidência da República, ocupada por Jair Bolsonaro (PSL), decidir se veta ou não a proposta aprovada pelos senadores. Caso seja sancionada, as categorias mais prejudicadas com a medida serão os professores, comerciários e bancários, já que a MP trata da abertura de agências bancárias aos sábados, a possibilidade de professores ministrarem aulas aos domingos e a abertura do comércio nos finais de semana e feriados.

O analista político do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP), André Santos, acredita que a aprovação do trabalho aos domingos e feriados acabará em ações impetradas na Justiça, pois já existem leis específicas que tratam do tema.

“Creio que esses pontos da MP da Liberdade Econômica serão judicializados porque o objetivo do texto original enviado ao Congresso não tratava dessas questões e, sim de desburocratização. Portanto, isto é uma ‘matéria estranha’ a MP e o próprio STF [Supremo Tribunal Federal] já antecipou que matérias que não têm a ver com a MP original dão margens a contestação na Justiça”, alerta André Santos.

A judicialização será o caminho caso Bolsonaro não vete esse item da MP, avalia também Valeir Etler, secretário de Assuntos Jurídicos da CUT.

Segundo ele, liberar o trabalho aos domingos dos trabalhadores e trabalhadoras do comércio fere a Lei Orgânica dos municípios, já que cada um tem sua legislação específica sobre a abertura do comércio local. Além disso, cada sindicato de comerciários tem o seu próprio acordo coletivo, que deve ser respeitado.

“Se o presidente da República não vetar essas alterações na lei, vamos pleitear junto ao Supremo Tribunal Federal que corrija essa inconstitucionalidade”, afirma o dirigente, que também é diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços (Contracs-CUT).

No caso dos professores, o Senado revogou o artigo 319 que diz “aos professores é vedado, aos domingos, a regência de aulas e o trabalho em exames, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)” .

De acordo o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Heleno Araújo, embora a aprovação da nova lei não atinja diretamente os professores de educação básica concursados sob Regime Próprio da Previdência Social (RPPS), ela abre caminho para que seja implantado o trabalho aos finais de semana em creches e escolas nos municípios em que a maioria dos professores está sob regime celetista.

Ainda segundo Heleno, em alguns estados os contratos temporários são em maior número que os efetivos,o que pode fazer com que governadores imponham a nova lei.

“Já existe muita pressão para que os alunos tenham melhores notas no IDEB   [Índice de Desenvolvimento da Educação Básica] , para que os governadores e gestores tenham maior projeção política, e a possibilidade de se trabalhar aos domingos vai colocar ainda mais pressão sobre os professores”, avalia o dirigente.

É uma selvageria do capitalismo retirar o repouso semanal, o convívio familiar. Trabalhar aos domingos é um processo desumano e social terrível de quem só visa o lucro

– Heleno Araújo

O dirigente convoca e a população brasileira a não aceitar mais esta violência contra a classe trabalhadora.

“O trabalho aos finais de semana e sem horas extras só atende a uma minoria gananciosa e egoísta que quer creches abertas para se livrar dos filhos”,  denuncia.

No caso dos bancários, a MP revogou artigo da CLT que proíbe o funcionamento de estabelecimentos de crédito aos sábados.

A presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT ), Juvandia Moreira, diz que no entendimento da categoria, a lei aprovada não se aplica porque ela não altera a jornada de trabalho.

Juvandia lembra que o artigo 224 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) diz que “ a duração normal do trabalho dos empregados em bancos, casas bancárias e Caixa Econômica Federal será de 6 (seis) horas continuas nos dias úteis, com exceção dos sábados, perfazendo um total de 30 (trinta) horas de trabalho por semana”.

“Para abrir as agências aos sábados, os bancos têm de negociar conosco e pagar hora extra, conforme o artigo 224 da CLT. Além disso, a nossa convenção coletiva está de acordo com a lei que diz que as horas extraordinárias devem ser computadas no cálculo do descanso semanal remunerado”, diz.

Mas, a dirigente já antecipa que mesmo que os bancos insistam na abertura das agências aos finais de semana, a Contraf-CUT, será contrária a esta medida, principalmente pelo alto índice de adoecimento da categoria.

“As metas abusivas e a pressão excessiva, especialmente em agências, já adoecem os trabalhadores, e eles vão adoecer muito mais. As pessoas estarão  cansadas e extenuadas, correndo sérios riscos de contraírem doenças mentais e físicas pelo esforço repetitivo, porque os bancos não vão contratar novos trabalhadores para abrir agências aos sábados. A medida não vai gerar empregos”, denuncia Juvandia.

CUT Nacional

Presidente do Senado quer acelerar tramitação da votação o que impediria senadores de oposição de suprimir do texto itens que mais prejudicam os trabalhadores

 

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), está tentando burlar acordo que previa que o primeiro turno do processo de tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 06/2019, da reforma da Previdência, começaria em 24 de setembro e a segunda votação seria no início de outubro.

Alcolumbre quer começar nesta quarta-feira (11) o primeiro turno de discussões sobre a reforma e já marcou uma reunião com os líderes dos partidos para esta terça-feira (10), às 15h, para tentar acelerar o processo de tramitação da reforma e, com isso, colocar em pauta a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) paralela, que irá propor mudanças como a inclusão de servidores estaduais e municipais nas novas regras da aposentadoria. De acordo com reportagem do UOL, Alcolumbre disse que se não for possível fechar um acordo, a data seguinte será 18 de setembro. A tendência é que não haja unanimidade na reunião de líderes, diz o portal.

O texto principal da PEC 06, aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado no dia 4, manteve a maioria das maldades da reforma encaminhada pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL) para o Congresso Nacional, já aprovada na Câmara dos Deputados em julho, que sob o argumento de combater privilégios propõe o fim da aposentadoria por tempo de contribuição, criou a obrigatoriedade de idade mínima de 65 anos para os homens e 62 para as mulheres se aposentarem e uma série de injustiças contra os trabalhadores e trabalhadoras mais pobres.

Em artigo publicado na Carta Capital, os senadores petistas Humberto Costa (PE) e Paulo Paim (RS), rebatem o falso discurso de combate aos privilégios, afirmam que, a rigor, é uma reforma fiscal com foco na redução dos benefícios dos trabalhadores, e listam as injustiças que, segundo eles, podem ser retiradas do texto, sem a necessidade da proposta voltar para a Câmara dos Deputados, o que poderia atrasar a tramitação.

“A proposta prevê que os homens que começarem a trabalhar após a reforma só poderão se aposentar depois de 20 anos de contribuição, aumento de 5 anos em relação à regra atual. Pelos dados de 2003 a 2017, 54% dos homens que se aposentaram por idade não conseguiriam o benefício”, dizem em trecho do artigo.

Quanto ao valor do benefício, os senadores criticam o novo cálculo proposto que reduz a aposentadoria ao descartar as 20% menores contribuições, além de garantir 60% da média até 20 anos de contribuição, se homem, e 15 anos, se mulher.

“Tais regras poderão causar perda de quase 50% do valor da aposentadoria. O restante irá para o ajuste fiscal de Bolsonaro e Guedes”, afirmam no texto se referindo ao presidente e ao seu ministro da Economia, o banqueiro Paulo Guedes.

Segundo Costa e Paim, a diminuição do valor dos benefícios se estende à maior parte das pessoas que se aposentarem por incapacidade permanente. “Se João, com 20 anos de trabalho, teve um câncer que o impede de trabalhar para sempre, ganhará apenas 60% da média rebaixada de todo o período em que pagou o INSS”, dizem.

O texto prossegue listando outras injustiças: A pensão por morte passará a ser de 50% do benefício, mais 10% por dependente. Caso a condição de dependente seja extinta, o valor será subtraído da pensão. Veja o caso da Joana, trabalhadora doméstica com um filho menor de idade, que ganha um salário mínimo e ficou viúva do Pedro, que ganhava R$ 1.800. Maria terá R$ 1.260,00 de pensão. Quando seu filho for maior, a pensão será reduzida para R$ 1.080, quase o salário mínimo de 2020.

aposentadoria especial, paga para pessoas que trabalham em atividades com exposição a risco grave para sua saúde, será praticamente extinta, já que passa a se submeter à idade mínima. José é um mineiro que começou a trabalhar com 21 anos e se aposentaria com 15 anos de efetiva exposição. Pela Reforma, ele poderá ficar no subsolo até os 55 anos de idade, exposto a gases tóxicos, à radioatividade e à falta de oxigênio. Será que José chegará vivo aos 55 anos?”

O abono salarial [do PIS/PASEP], pago a trabalhadores formais que ganham até 2 salários mínimos, também está na mira. Só trabalhadores que recebem até R$ 1.364,43 poderão acessar o recurso, o que excluirá quase 13 milhões de pessoas. Para uma economia estagnada por insuficiência de demanda, a medida atinge em cheio o consumo, que responde por cerca de 2/3 do PIB, concluem os senadores no artigo.

Por CUT Nacional

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que regulamente o pagamento do adicional de insalubridade para trabalhadores de museus, arquivos e bibliotecas, funções que existem na UFRJ.

Agora, o PL1511/2015 foi encaminhado ao Senado Federal e aguarda apreciação. Se aprovado, é enviado imediatamente para a sanção presidencial.

Acompanhe aqui o trâmite do projeto.

Entidade é referência na luta por formação do servidor

Depoimentos de ex-alunos e de ex-dirigentes do Sintufrj emocionaram os presentes na aula inaugural do segundo semestre do projeto do Sintufrj Universidade para os Trabalhadores, realizada nesta quarta-feira, 28, no salão nobre da decania do Centro de Tecnologia (CT), na Cidade Universitária, que teve como tema o “O servidor e a construção do conhecimento”.  A superintendente da Pró-reitora de Pessoal, Rita Anjos, estava presente.

A coordenadora de Educação, Cultura e Formação Sindical do Sintufrj,  Joana de Angelis, destacou que este projeto do Sindicato, que capacita os técnico-administrativos da UFRJ a atuar de forma cada vez mais qualificada, é ainda mais importante neste momento de ataques aos servidores públicos. “A nossa categoria precisa estar preparada para  resistir e continuar na luta por uma universidade pública de qualidade e para todos”, disse.

O projeto universidade para os trabalhadores oferece cursos de capacitação e de preparação para acesso aos cursos de pós-graduação, como metodologia de pesquisa e línguas estrangeiras: inglês instrumental e espanhol, com turmas no Fundão, IFCS (no Centro) e na Praia Vermelha.

Palestrantes

A avaliação de que os servidores devem ser estimulados a se capacitar e buscar cada vez mais educação formal para aumentar a sua qualificação e, em consequência, a capacidade da universidade de resistir aos ataques que vem sofrendo permeou as falas dos palestrantes que elogiaram a iniciativa do Sintufrj.

Os palestrantes convidados foram: Marisa Chaves, coordenadora do Centro de Referência da Mulher Suely Souza de Almeida; Henrique de Oliveira Santos, assistente em administração da Faculdade de Medicina e mestrando do Núcleo Interdisciplinar para o Desenvolvimento Social (Nides/UFRJ); e da produtora cultural Marisa Mello, pós-doutora na área de Cultura e Territorialidades pela UFF. A chefe da Seção de Integração e Aperfeiçoamento da Decania do CT, Rejane Magalhães, prestigiou o evento.

VEJA MATÉRIA COMPLETA NA PRÓXIMA EDIÇÃO DO JORNAL DO SINTUFRJ

Debate enriquecedor sobre os caminhos da educação e o papel da Universidade dos Trabalhadores ampliou o conteúdo da aula inaugural
Paulo Menezes, do Centro de Tecnologia, discursa na sessão que marcou a abertura dos cursos do Sintufrj

“Precisa haver repasse para a universidade não parar”, diz Denise

Se a situação orçamentária persistir, a UFRJ pode ter de enfrentar, a partir de setembro, a paralisação de atividades como limpeza, alimentação e segurança. A reitora da UFRJ, Denise Pires, explicou que precisa haver o repasse de recursos pelo governo para a instituição não parar.

A dramática situação da UFRJ foi apresentada pela reitora e pelo pró-reitor de Planejamento, Desenvolvimento e Finanças, Eduardo Raupp, em detalhes ao ministro da Educação, Abraham Weintraub, em audiência no dia 21.

“A situação é dramática. O ministro está consciente disso”, informou a reitora. Segundo ela, Weintraub prometeu liberar parte do contingenciamento em setembro. Denise voltou a lembrar o déficit de mais de R$ 200 milhões da UFRJ.

“Se não for feito (o repasse) em setembro, limpeza, alimentação, segurança podem parar”, insistiu a reitora.

Veja a íntegra da entrevista aqui.

Planilhas

Na reunião com o MEC, Raupp apresentou planilhas demonstrando a situação orçamentária da UFRJ. Se houver a liberação do limite de empenho do orçamento não bloqueado, de R$ 41 milhões, há cobertura orçamentária parcial de junho e cobertura contratual até agosto.

Só se houver a liberação integral do orçamento previsto na LOA de 2019 a cobertura orçamentária avança até meados de setembro, com cobertura contratual até novembro.

O pró-reitor reitera as palavras de Denise: “A situação orçamentária continua muito grave. Estamos aguardando (liberação de orçamento) para o início de setembro. Tivemos o compromisso do MEC de que vai trabalhar para que a universidade não paralise, mas vamos ter que aguardar”, disse Raupp.

O pró-reitor relaciona contratos de limpeza, segurança, manutenção. Há problemas também com água e energia elétrica, mas as operadoras têm mais condições de absorver algum atraso. “No entanto, empresas pequenas e médias, passando de três meses de atraso, talvez já não tenham condições de suportar o funcionamento”, explicou Raupp.

Veja a íntegra da entrevista aqui.

PR-6 estuda contrato

 

A Pró-Reitoria de Gestão e Governança (PR-6) está estudando medidas para enfrentar o bloqueio orçamentário (de mais de 41%) das verbas destinadas à manutenção da UFRJ.

O pró-reitor André Esteves explica que a revisão dos contratos é um exercício contínuo, mas que, mantido o contingenciamento de recursos, se torna ainda mais intenso.

O bloqueio de verbas levou à necessidade de a universidade estudar cenários mais difíceis. Se não houver desbloqueio, uma hipótese que tem que ser trabalhada é a redução e até corte em algum serviço. “Não há como assumir uma despesa sem cobertura orçamentária. Fere até a lei de responsabilidade fiscal”, explica.

ANDRÉ ESTEVES. Medidas para enfrentar os cortes
GRUPO de terceirizados em ação nos corredores no Centro de Ciências da Saúde

Sintufrj presente

Começaram com os trabalhadores do Museu Nacional, Horto Botânico e Instituto de Atenção à Saúde São Francisco de Assis (Hesfa), no dia 20 de agosto, as reuniões da direção sindical por locais de trabalho para discutir e encaminhar os seguintes temas cruciais para a categoria:

  • Insalubridade.
  • Reorganização do processo de trabalho e jornada de turnos contínuos com a implantação das 30 horas/Avaliação de desempenho (Avad).
  • Ponto eletrônico. 

Para esta semana já estão agendadas reuniões com os técnicos-administrativos em educação do Instituto de Psiquiatria (Ipub), das unidades na Praia Vermelha e do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF). A coordenadora-geral do Sintufrj Gerly Miceli é quem está à frente desta ação sindical.

Nessas reuniões, a primeira semana de prevenção de acidentes organizada pelo Sintufrj, o Sipat, foi assunto da pauta.

Agenda de reuniões da semana

Ipub – Terça-feira, 27, das 12h  às 15h, auditório Marcio Persiani.

Praia Vermelha – Quarta-feira, 28, às 13h, auditório Manoel Maurício.

HUCFF – Quinta-feira, 29, às 10h, auditório Halley Pacheco (8º andar).

Sindicato itinerante

Está sendo elaborada uma agenda permanente para que a direção sindical atenda às demandas da categoria nas unidades fora dos campi.

Museu Nacional e Horto Botânico

Cerca de 70 técnicos-administrativos participaram da reunião com o Sintufrj. De acordo com Gerly, os recém-ingressos na UFRJ se manifestaram interessados em discutir o processo de trabalho,  mas tinham muitas dúvidas, que foram esclarecidas.

Reorganização do processo de trabalho

“O processo de trabalho consiste em os técnicos-administrativos apresentarem seu plano de metas e de produção acadêmica, conforme fazem os docentes ao elaborarem seus planos de cursos e de metas. Porque nós fazemos parte da engrenagem ensino, pesquisa e extensão da universidade. Então, não podemos ser submetidos a uma aferição fabril, porque não somos uma linha de produção fordista”, explicou Gerly.

 

Avaliação de Desempenho

Os trabalhadores sugeriram que o Sintufrj produza uma cartilha contendo a proposta sobre avaliação de desempenho que a direção sindical encaminhou à gestão anterior e à atual da Reitoria.

“Nós reivindicamos da Reitoria uma avaliação que represente a visão coletiva do nosso trabalho em equipe, porque a forma atual permite espaço para assédio moral e não resulta em nada para a melhoria do desempenho profissional do servidor individualmente como em equipe; limita-se a apenas a uma pequena vantagem financeira e mais: não dialoga com quem está em fim de carreira”, esclareceu a dirigente.

Sugestões ao Sintufrj

Vários presentes à reunião se comprometeram a encaminhar ao Sintufrj sugestões sobre o Avad para entrarem na pauta de negociações com a Reitoria.

Saúde do trabalhador 

Foram muitas as críticas sobre a metodologia utilizada pela Coordenação de Políticas de Saúde do Trabalhador (CPST) de avaliação individual dos servidores. Técnicos-administrativos tanto do Museu como do Horto disseram que aguardam há quase um ano a perícia da CPST para receberem o adicional de insalubridade. Além disso, mais de 400 processos estão parados lá.

Compromisso da entidade

A assessoria em saúde do trabalhador do Sintufrj irá às duas unidades conversar com os trabalhadores e, após isso, a direção sindical acionará a CPST para atender às reivindicações dos trabalhadores.

 

Instituto de Atenção à Saúde São Francisco de Assis (Hesfa)

Categoria discute processo de trabalho

Participaram da reunião técnicos-administrativos de quase todos os setores da unidade, e todos se mostraram com vontade de esclarecer dúvidas sobre a legislação vigente do processo de trabalho, com a jornada de turnos contínuos e a implantação das 30 horas – um dos temas mais atuais na UFRJ.

Segundo Gerly, a categoria no Hesfa está adiantada nessa discussão e se organiza para criar a comissão setorial que fará o levantamento e o planejamento por setor de trabalho.

Reunião – Nesta quarta-feira, 28, às 14h, eles farão reunião para tirar a posição da unidade sobre a reorganização do processo de trabalho e jornada de turnos contínuos (30 horas). A direção do Sintufrj estará presente a convite dos trabalhadores.

Insalubridade

O Hesfa é uma das unidades que já tem mapa ambiental elaborado pela assessoria de saúde do trabalhador do Sintufrj, e o trabalho realizado pelo especialista Rafael Borher diverge de  entendimentos da CPST.

COORDENADORA Gerly Miceli conduz reunião no Hesfa

Após pressão no Senado, MP 881 é aprovada sem regras de trabalho aos domingos

A aprovação se deu após pressão da CUT e centrais sindicais e dos senadores da bancada de oposição ao governo, que conseguiram um acordo para a retirada das regras de trabalho aos domingos

via: CUT BRASIL 

 

O Senado aprovou na noite desta quarta-feira (21) a Medida Provisória (MP) nº 881/2019 do presidente Jair Bolsonaro (PSL) que, ao invés de MP da Liberdade Econômica, como tinha sido inicialmente chamada, havia virado a MP da Minirreforma Trabalhista.

A aprovação se deu após pressão da CUT e centrais sindicais e dos senadores da bancada de oposição ao governo, que conseguiram um acordo para a retirada das regras de trabalho aos domingos, a fim de reduzir os danos aos trabalhadores.

Como a MP perde a validade na próxima terça-feira (27), Bolsonarou preferiu recuar para garantir a votação. Dessa forma, como não há modificação nem acréscimo ao texto, mas, uma supressão, a MP não precisa voltar para a Câmara. Agora o texto segue para sanção presidencial.

Garantido descanso aos domingos

A liberação do trabalho aos domingos e feriados era um “jabuti” incluído pelo relator da Comissão Mista da MP 881, deputado Jerônimo Göergen (PP-RS), que atingiria todas as categorias profissionais, sem qualquer necessidade de autorização prévia do poder público.

Pelo relatório do deputado aprovado por maioria na Câmara, o patrão só seria obrigado a conceder folga em domingo a cada quatro semanas e não precisaria pagar o domingo trabalhado em dobro, se determinasse outro dia para folga compensatória.

“É um jabuti. Eu quero saber o que isso tem a ver com liberdade econômica e com empreendedorismo, quando, na verdade, se está retirando mais um dos poucos direitos que restam ao trabalhador”, criticou o líder do PT no Senado, Humberto Costa.

Para o senador pernambucano, “essa é uma matéria que o presidente da Câmara e o presidente do Senado deveriam, de ofício, retirar em decorrência dos jabutis colocados. É absurdo liberar o trabalho aos domingos de forma indiscriminada para todas as categorias compensando com a folga em outro dia da semana”.

O senador Fabiano Contarato (Rede-ES) também criticou a inclusão de matérias estranhas à MP. Ele chamou as mudanças de “contrabando legislativo” e foi o autor da questão de ordem, para que o trabalho aos domingos fosse retirado do texto pela presidência da Senado.

Paim critica alterações na CLT

O senador Paulo Paim (PT-RS) largou duras críticas ao deputado Jerônimo Göergen, que desfigurou por completo a MP enviada pelo governo, fazendo com que o texto aprovado na Câmara chegasse a alterar 36 dispositivos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Paim criticou também o tempo escasso, para que os senadores discutissem a MP. Na prática, o Senado ficou impedido de fazer mudanças por meio de emendas ao texto porque não haveria tempo, para que a MP voltasse à Câmara. Para Paim, “o Senado está atuando como mero carimbador das decisões outra Casa”.

Outros retrocessos mantidos

Outros retrocessos da MP 881, que afetam diretamente o trabalhador e a trabalhadora, foram mantidos como os que tratam do registro de ponto. Hoje, precisam registrar ponto diariamente, com horários de entrada e saída no trabalho, as empresas com pelo menos dez empregados. A MP amplia esse número para 20 empregados, o que dificultará a comprovação da jornada e o pagamento de eventuais horas extras.

A MP também adota o “ponto por exceção”, inserido no texto igualmente pelo deputado Jerônimo Göergen. Pelas normas atuais, o trabalhador e a trabalhadora registram os horários todos os dias.

Com a MP, o horário de chegada e saída do funcionário só é registrado se há horas extras, atrasos, faltas e licenças. Previsto em portarias do extinto Ministério do Trabalho, o registro por exceção era considerado irregular pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST). A adoção desse sistema será permitida por acordo individual escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho.

O texto acaba ainda com a exigência de afixação, em local visível, do quadro de horários dos trabalhadores.

A MP 881 também muda normas relacionadas à saúde e à segurança no trabalho, colocando em risco os trabalhadores e trabalhadoras. O Estado não poderá mais fiscalizar as empresas consideradas de baixo risco se ninguém denunciar. Já as empresas de risco moderado poderão ser fiscalizadas se houver denúncia ou por amostragem. Em ambos, os fiscais terão de fazer duas visitas na empresa antes de lavrar os autos de infração, exceto em determinadas hipóteses.

Leia aqui no site da CUT-BR

Ato foi marcado via whatsapp por mais de 70 ruralistas da região de Altamira (PA) para mostrar ao presidente Jair Bolsonaro que apoiam suas ideias de “afrouxar” a fiscalização. Ibama pediu ajuda da Força Nacional, que à época foi autorizada por Moro para reprimir atos de estudantes

Por: Revista Fórum

Três dias antes do conluio por whatsapp entre mais de 70 ruralistas da região de Altamira, no Pará, para atear fogo na floresta amazônica em 10 de agosto, o Ibama, órgão do Ministério do Meio Ambiente, recebeu um alerta do Ministério Público Federal sobre a ação, chamada “Dia do Fogo”. As informações são de Carla Aranha, da revista Globo Rural, publicadas na noite deste domingo (25).

“A manifestação dos produtores rurais, caso levada a cabo, ensejará sérias infrações ambientais que poderá, até mesmo, fugir ao controle e impedir a identificação da autoria individual, haja vista a perpetração coletiva”, informou o MPF ao gerente executivo do Ibama em Santarém, Roberto Fernandes Abreu.

Segundo a reportagem, a resposta do Ibama ao MPF, datada do dia 12 e assinada por Roberto Victor Lacava e Silva, gerente executivo substituto do Ibama, informa que as ações de fiscalização estavam prejudicadas por “envolverem riscos relacionados à segurança das equipes em campo”. O documento diz ainda que já haviam sido “expedidos ofícios solicitando o apoio da Força Nacional de Segurança”, ignorados até então pelo ministro da Justiça, Sergio Moro.

Dia do Fogo
Reportagem publicada neste domingo (25) pelo site da revista Globo Rural revela que mais de 70 ruralistas, incluindo grileiros, combinaram por whatsapp incendiar simultaneamente as margens da BR163, na região de Altamira, no Pará, no dia 10 de agosto, que foi chamado “Dia do Fogo”.

O ato foi marcado para mostrar ao presidente Jair Bolsonaro que apoiam suas ideias de “afrouxar” a fiscalização do Ibama e quem sabe conseguir o perdão das multas pelas infrações cometidas ao Meio Ambiente.

Após a divulgação do ato, os ruralistas mudaram a versão e culpam organizações não governamentais (ONGs) pelo incêndio que consome a Amazônia, fazendo eco à versão propagada por Bolsonaro.

“Esse povo, se eles veem você, eles já vêm armado, já manda você parar, já toma seu celular. Você não pode fazer nada. As caminhonetes que eles andam fazendo esse terror todo, está escrito ICMbio. O presidente Bolsonaro tá certo quando diz que essas Ongs estão botando fogo”, disse a pecuarista Nair Brizola, de Cachoeira da Serra, ao jornalista Ivaci Matias, da Globo Rural, que fez a denúncia sobre o “dia do fogo” neste domingo (25).

Força Nacional

No dia 8 de agosto, dois antes do Dia do Fogo, Moro publicou uma portaria autorizando a atuação da Força Nacional contra os protestos de estudantes que aconteceram dia 13 em todo o país e ocupou a Esplanada dos Ministério, em Brasília.

A portaria 686, publicada hoje no Diário Oficial da União, previa que os agentes poderiam agir “em caráter episódico e planejado, nos dias 7, 12 e 13 de agosto de 2019”, a pedido do Ministério da Educação (MEC).

Em abril, Moro já havia liberado a Força Nacional para acompanhar – e, se fosse o caso, reprimir – manifestações em Brasília durante o Acampamento Terra Livre, uma marcha de indígenas de diversas partes do Brasil à capital federal que ocorre há 15 anos.

O acampamento de indígenas em Brasília foi alvo de críticas do presidente. Durante uma transmissão ao vivo via Facebook, o presidente se referiu ao evento como “encontrão” e disse que quem iria pagar a conta seria o “contribuinte”.