Comando Local de Greve (CLG) convoca para assembleia-ato, na quarta-feira, 5 de junho, às 9h30, na entrada do Bloco A do CCS, com participação da educação em greve

O Comando Local de Greve, Sintufrj, Adufrj, DCE Mário Prata e Associação de Pós-Graduandos se reuniram com a Reitoria e alguns do pró-reitores, por mais de duas horas, nesta terça-feira, dia 28, na retomada da mesa de negociação permanente, como foco no debate das atividades essenciais.

O CLG apresentou documento aprovado na assembleia do dia 27 que expressa a indignação da categoria sobre a nota emitida dia 24 pela Pró-Reitoria de Pós-graduação e Pesquisa, e pela Superintendente Geral Superintendência Geral de Tecnologia de Informação e Comunicação (SG-TIC), dirigida a comunidade.

Leia a íntegra em:

Resposta à carta da PR-2

A nota da PR2 e SGTIC menciona preocupação em relação a um edital de bolsas de iniciação científica (Pibic) de 2024.  Explica que é necessário processo seletivo interno que requer sistema específico (o anterior, segundo a nota, não atenderia e um novo estaria em desenvolvimento). Mas que, no contexto da atual greve, “apesar de nossos diversos apelos”, a atividade não teria sido considerada essencial pelo CLG. Por isso, a PR e a SG ao DCE, APG e Adufrj, para mediarem a solicitação ao CLG para “superar o impasse”. Porque poderia se perder o acesso às bolsas por 3 anos, o que representaria dezena de milhões de reais.

Não condiz com fatos

O CLG mostrou que a informação não condiz com os fatos. Relacionando todo processo tratado entre a Reitoria e o CLG, desde 26 de março, quando  se reuniram para apresentar a pauta de essencialidades, a nota do movimento mostra que não é verdade que o CLG tenha considerado a atividades como não essencial. “O que de fato ocorreu é que até o momento não se chegou a uma definição. Por outro lado, foi passado a PR-2 a necessidade de uma nova reunião e a possibilidade de uso do sistema antigo, o que na prática indica o compromisso dos/as trabalhadores e trabalhadoras e do CLG em encontrar uma solução mediada para o caso”, esclarece o CLG.

O Comando esclarece ainda que o documento da PR-2 e SG-TIC, além de desrespeitoso, por tentar interferir nos encaminhamentos decididos pela categoria em suas assembleias, uma vez que “solicita a intermediação do DCE, APG e Adufrj”, é também inverídico, na medida em que não considera que toda e qualquer decisão tomada pelo CLG, baseia-se em reuniões nos respectivos locais de trabalho.

“O CLG sempre esteve aberto ao diálogo e às negociações, tanto em suas reuniões quanto nas assembleias da categoria”, diz o texto, que reivindica direito de resposta com a divulgação da sua nota a toda comunidade universitária por e-mail através do SIGA.

“As ações do Comando de Greve são respaldadas pela categoria. Deixamos isso muito claro para a Reitoria: toda ação da Comissão de Ética é respaldada pela Assembleia”, disse Francisco de Assis, coordenador da Fasubra.

Audiência

Francisco  apontou que a nota ataca todo movimento e a greve da categoria, E propôs a construção de “pontes ao invés de muros” e reiterou o pedido apresentado já há algumas semanas de construção de uma assembleia comunitária, O reitor Ricardo Medronho informou que está pensando um modelo de audiência pública, para a qual deverá ser convocada toda imprensa, com a participação do corpo social representado pelas entidades.

Pauta interna

O CLG e a coordenação do Sintufrj apresentaram à Reitoria a pauta interna formulada em reuniões do Comando Local de Greve e na assembleia, com itens importantes relativos a questões de infraestrutura, grau de insalubridade, à formação e à qualificação. “Essa pauta foi protocolada e vamos, a partir de agora, cobrar o retorno quanto às reivindicações”, disse o coordenador geral Esteban Crescente, que reforçou o pedido de uma assembleia comunitária para unificar a comunidade acadêmica, com a participação dos segmentos e das suas entidades representativas para apresentar a grave situação da UFRJ,

O coordenador, logo na abertura da reunião, lembrou que a luta pela recomposição da perda salarial acumulada é também contra a evasão de quadros qualificados da universidade, disputados pela iniciativa privada com melhores salários. Lembrou que o governo anunciou o repasse de R$ 347 milhões de reais para as universidades em maio; R$ 13 milhões dos quais para UFRJ. “Podemos ou não dizer que é “culpa” da greve? A gente tem certeza de que é. Porque foi um momento de alta pressão após a segunda jornada de lutas em Brasília. Então, unificou a pressão dos trabalhadores em greve, junto com a pressão da Andifes sobre o governo para liberar esse recurso.”, disse ele, citando outros efeitos, ainda que insuficientes (porque a negociação ainda está em curso) que foram conquistados, inclusive para docentes, “Uma greve que inspirou o movimento grevista docente, e atraiu a simpatia do movimento estudantil.  O resultado está aí: R$342 é pouco, mas é um pouco mais. A força de uma greve que se iniciou com os TAE e arranca ganhos que os docentes não teriam se não tivesse greve esse ano”, disse ele, lembrando que este é um momento decisivo (nesta quarta-feira, dia 29, será apresentada a contraproposta do movimento).

Processo não foi negado: está em negociação

“Nós trouxemos nossa indignação enquanto Comando Local de Greve e apresentamos os documentos aprovados na assembleia, principalmente em relação à nota da PR-2 SGTIC que não condizem com a verdade porque o processo relacionado com a PIBIC está em negociação, então não foi negado”, reiterou a coordenadora geral do Sintufrj Marta Batista, argumentando como a categoria se sentiu desrespeitada com a postura da Reitoria em culpar a greve por tal precariedade estrutural da universidade.

“Cobramos uma postura de respeito em relação à nossa entidade, ao movimento sindical e à nossa categoria e buscamos restabelecer pontes. A gente saiu com a próxima reunião marcada para o dia 18 de junho (às 11h30), A gente considera é importante que aconteça essa próxima reunião, em que a gente vai seguir trazendo as pautas da nossa categoria para a reitoria e para as demais entidades.

Por fim, as lideranças convocaram a categoria para a grande assembleia ato, na quarta-feira, 5 de junho, às 9h30, na entrada do Bloco A do CCS,

A carta à comunidade da UFRJ assinada pela PR-2 e pela SG-TICG não retrata a verdade dos fatos, sendo antes uma forma de colocar a comunidade da UFRJ e, sobretudo, os estudantes contra a greve dos TAE e contra toda a categoria em última instância.

Resposta à carta da PR-2

Clique no link a seguir para acessar matéria sobre reunião do CLG, Sintufrj e demais entidades representativas dos segmentos com a Reitoria, no dia 28, que teve em pauta o tensionamento causado pela nota.

Sintufrj e CLG pedem que resposta seja divulgada nos mesmos canais em que a nota da PR-2 e SGTiC foi enviada

Com mais de dois meses da greve dos técnicos-administrativos, o movimento do setor da Educação cresce, agregando, na maioria das universidades, estudantes e docentes. Depois de anos de queda desenfreada do investimento por parte dos governos Temer e Bolsonaro, os problemas estruturais nos campi se acentuaram, afetando milhares de estudantes, muitos com aulas suspensas, funcionários e professores.

Carta aberta do Consuni, aprovada dia 23 por unanimidade, alerta que a UFRJ “respira por aparelhos” e situação é insustentável.

Pior é o déficit de serviços

Na sessão do Consuni do dia 15 de maio, o pró-reitor de Planejamento, Desenvolvimento e Finanças (PR3), Helios Malebranche, explicou que, para manter as atividades de sempre nos diversos campi são necessários mais R$ 523 milhões. Isso “só para manter o que sempre foi feito, sem melhorar nada. Embora existam várias demandas de ampliação e melhoria. Mas recebemos apenas R$ 283 milhões (para funcionamento, que aumentou agora em pouco mais de R$10 milhões) para atender essa demanda. Como é que a gente chega ao final do ano com essa necessidade de mais de R$200 milhões e no déficit anual aparece apenas R$ 70 milhões? Porque muitos dos serviços simplesmente não são executados. Então, pior do que o nosso déficit financeiro é o nosso déficit de serviços. E como é que eles aparecem? Nos desabamentos, incêndios, alagamentos. O fato é que não há condições da universidade continuar o acontecimento atual”, diz ele.

Performance dos estudantes da EBA no dia 21 de maio contra o desmonte da UFRJ

Mesmo com portaria de crédito suplementar de R$ 347 milhões, publicada 10 de maio, o valor, dividido para dezenas de universidades, institutos federais, Cefets e Colégio Pedro II, é insuficiente. Segundo a PR-3, a parcela da UFRJ foi de R$ 13 milhões 360 mil. Com isso, o orçamento geral passou de R$ R$ 391 milhões 942 mil para R$ 405 milhões 302 mil. Para as despesas discricionárias destinadas ao custeio do funcionamento houve acréscimo de R$ 10.450.549,00. Com isso, o orçamento de R$ 283 milhões 970 mil aumentou para R$ 294 milhões 421 mil.

Prioridades e possibilidade de cortes de água e energia

O pró-reitor explica que, considerando o atual quadro crítico, “em primeira prioridade, salvo orientações em contrário, tentaremos manter: alimentação estudantil, serviços profissionais dos hospitais (extraquadros), serviços terceirizados de apoio acadêmico, hospitalar, de limpeza e conservação, segurança, orçamento participativo, transporte estudantil (intra e intercampi) e editais de publicação compulsória.

Em segunda prioridade, salvo orientações em contrário, a PR-3 tentará manter bolsas acadêmicas, manutenção dos campi e hospitais e obra (custeio/investimento). E, em terceiro, manutenção de TI, orçamento com destinação específica e Telecomunicações. Estão sem previsão: água e energia (que poderão ser objeto de cortes), ajuda de custo, trabalho de campo e locação de ônibus, repactuações ou reajustes de contratos.

Evolução  da dotação orçamentária

O orçamento em 2022 (do governo anterior) foi de R$ 346 milhões 611 mil. Em 2023, caiu para R$ 313 milhões 640 mil e agora, em 2024, houve ligeira recuperação: R$ 405 milhões 302 mil.

Dotação (destinação) inicial é a aprovada pela Lei Orçamentária Anual. Em valores nominais, significa em preços vigentes naquela data, corroídos pela inflação.   Valores reais são aqueles atualizados pelo IPCA

Orçamento para investimento

Após seis anos em queda livre, em 2023, o governo Lula voltou a ampliar recursos, mas ainda em bases insuficientes para as necessidades das instituições. E, segundo demonstrou matéria de O Globo sobre a queda da marquise da Educação Física, dia 1º, em valores muitos distantes dos praticados nos governos de Lula e Dilma de 20 anos para cá (o recorde de orçamento para investimento nas universidades se deu em 2012, no governo Dilma, com R$ 8,1 bilhões).

Em 2019, houve o menor orçamento deste período: de R$ 459 milhões. Embora insuficiente, a curva é ascendente depois dos ataques do governo negacionista de Bolsonaro.

Gráfico da matéria de O Globo

Briga por recursos

“Quem está parando a universidade não é a greve. É a falta de orçamento. Por isso nós estamos brigando por reajuste salarial e por recomposição. O orçamento da UFRJ este ano é metade do de 2012. Os governos Temer e Bolsonaro pioraram a situação”, aponta o coordenador-geral do Sintufrj Esteban Crescente.

Segundo aponta, a maioria dos partidos, Centrão e fascistas atuam pela ampliação de emendas parlamentares, parte do orçamento que acaba sob controle deles. Em 2024, deputados do Centrão aprovaram quase R$50 bilhões em emendas, enquanto o orçamento total da Educação federal foi de R$ 6 bilhões.

Um escândalo diante da precariedade das universidades: o necessário seria de R$ 8,5 bilhões.  O governo vem efetuando reposições (R$252 milhões em março e R$347 em maio, esta última sob efeito da pressão da greve), mas aquém do necessário.

Forças como o capital financeiro, a direita neoliberal, o fascismo com expressão parlamentar e o “Centrão”, buscam “emparedar” sistematicamente o governo Lula, “retiram parcelas importantes de seu poder na formulação e execução orçamentária, e na implantação de políticas econômico sociais, achacando e chantageando o Executivo  por meio da exigência de “emendas parlamentares”, diz artigo dos professores da UFBA Graça Druck e Luiz Filgueiras (do dia 17, no site aterraeredonda.com.br). Afirmam então que a greve caminha “na contramão da passividade”, indicando o caminho da luta para recolocar o governo Lula na rota da reconstrução do Estado.

Nessa briga de cachorro grande, a arma do trabalhador, é a greve.

 

Pizza da dívida:

Recursos há. A questão é para onde vão

Metade do orçamento geral vai para o sistema da dívida

Orçamento Federal executado (pago) em 2023: 4,36 trilhões.

Gráfico CNG Fasubra

Todo ano, quase metade do Orçamento Geral da União é destinada ao pagamento ao sistema da dívida (são dívidas sem contrapartida em bens e serviços públicos, suprimindo recursos do Estado).

Entre 1995 e 2015, a União produziu R$ 1 trilhão de superávit primário. No mesmo período, a dívida interna federal aumentou de R$ 86 bilhões para quase R$ 4 trilhões.

Em 2023, os gastos com a dívida consumiram R$ 5,2 bilhões por dia; em 2024 foram reservados R$ 2,479 trilhões.

Como aponta publicação do CNG Fasubra, é possível propor alterações no orçamento e conceder recomposição neste ano.

 

Situação atual da UFRJ é insustentável, alerta Consuni em Carta Aberta

O Conselho Universitário aprovou por unanimidade, em sessão no dia 23,  carta aberta em defesa da UFRJ. O documento aponta a importância da instituição centenária – com 75 mil e 700 alunos, diversos campi, com 15 prédios históricos, 19 museus, 43 bibliotecas e nove unidades hospitalares –, epicentro de pesquisas de excelência, modelo de inclusão social, mas que sofre as consequências de sua própria magnitude. Além de um prolongado processo de subfinanciamento que tem deteriorado a infraestrutura e causado sérios problemas de manutenção.

O documento informa que sucessivas reitorias têm feito esforço monumental de manter a universidade aberta no contexto de degradação da infraestrutura, “mas os desabamentos sucessivos na Escola de Educação Física e Desportos mostram que estamos “respirando por aparelhos”, e que a situação é insustentável.

“Reconhecemos que o governo Lula iniciou um processo de recomposição orçamentária das universidades, mas no caso da UFRJ, está muito aquém das necessidades e nem de longe cobre o passivo que ocorreu nos últimos anos”, diz o texto conclamando governo, empresas e sociedade a apoiarem a UFRJ e que o Ministério da Educação e órgãos responsáveis pelo financiamento da UFRJ respondam qual o projeto do governo para a maior universidade federal do Brasil.

  Governos e dotações

 

Fotos Elisângela Leite, Renan Silva, CAs, DCE e Agência Brasil

Cresce a mobilização da comunidade, que protesta e reivindica recomposição orçamentária urgente, pauta da greve dos técnico-administrativos

Um cenário de ruínas que resulta da penúria financeira atinge vastas áreas da universidade. O Jornal do Sintufrj foi a campo e realizou breve inventário dessa paisagem devastada que compromete o funcionamento da maior universidade da rede federal.   Uma série de problemas têm eclodido pelos campi devido à falta de manutenção e a deterioração da infraestrutura. O reitor Roberto Medronho afirma que já solicitou audiência com o Ministro da Educação Camilo Santana, mas não conseguiu ser recebido, mesmo com ajuda de parlamentares. Talvez, com conhecimento destas imagens que não condizem com a importância da produção da instituição centenária, a história fosse outra.

Retratos da Crise

Queda de marquise na EEFD

A queda de mais um trecho das marquises , projetando destroços para o interior do Bloco A, (a primeira vez foi em setembro, no bloco B), revoltou a comunidade. Foi no 1º de maio,  sem vítimas. Mas o prédio foi interditado. Os cursos de Licenciatura em Dança, Bacharelado em Dança e Bacharelado em Teoria da Dança deflagraram greve no dia 14 de maio.

Em 9 de setembro, no bloco B

IFCS suspendeu atividades

A caixa de gordura em mau estado no bandejão do IFCS transbordou, no dia 23, e atingiu instalações elétricas, gerando fumaça. A luz geral foi desligada e o prédio, interditado. “Os problemas elétricos e hidráulicos se tornaram insustentáveis. Não temos água potável, banheiros, bandejão. A direção decidiu interditar o prédio por hoje.”, disse o CA.

 

Ainda no dia 23, mais vazamentos no Centro de Tecnologia

Depois do vazamento no bloco A, que alagou salas nos andares e chegou aos pilotis, e da queda do forro na sala D 107 (no dia 12), no dia 23, outro vazamento, desta vez no bloco F, deixou o corredor às escuras.

Más condições do velho prédio da Reitoria

Segundo do CA da EBA. a janela do Ateliê de Metal e Madeira caiu, no dia 15, em pleno horário de aula: “Até quando vamos viver com nossas vidas correndo risco? Mês passado um ventilador caiu em cima de um estudante (na FAU) e agora essa janela quase atingiu outro discente”

 

   

 

 

Ventilados caiu em cima de aluno na FAU; instalações elétricas expostas

O ateliê  Pamplonão foi interditado em janeiro, devido a extensão dos danos, risco de queda de pedaços do teto, infiltrações graves. Até hoje, grande parte está interditada. Sem local adequado e cobrando soluções, em 26 de março, estudantes da Eba aprovaram a ocupação do salão nobre da Reitoria.

 

   

 

8º andar: marcas do incêndio permanecem

Em 2016, o oitavo andar do prédio da Reitoria foi quase que totalmente destruído por um incêndio, que atingiu a Escola de Belas Artes (EBA), Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) e outros setores. Parte considerável da estrutura do andar ficou comprometida e encontra-se isolada até hoje.

CCS: no auditório novo, piso afunda

 

Na tarde de 14 de maio, o DCE postou imagens do afundamento de um pedaço do piso do auditório do Bloco N, no CCS, durante a aula. O professor caiu no vão, mas não se feriu.  Do lado de fora do mesmo auditório – um dos mais recentes do CCS, estruturas decadentes.

Caxias: infiltração interdita sala.

   

  

As fotos são de 4 de abril,. No dia 16 de maio, em meio ao reparo no telhado para corrigir uma infiltração, novo rompimento de uma tubulação inundou salas e o restaurante, levando a suspensão das aulas.

ECO

“Nossas condições de estudo estão cada vez mais precárias, tanto por conta da estrutura que vem (literalmente) caindo aos pedaços, quanto pela falta de equipamentos e professores!”, anuncia o CA da ECO.

Na Letras, infiltração e auditório fechado

O auditório G2 interditado, salas inutilizadas pelo mofo, espaços interditados por risco de desabamento. Estes, e entre outros problemas, são reportados pelo CA da Letras.

  

Museu em chamas

Em 2018 (no dia 2 de setembro) aconteceu o terrível incêndio do Museu Nacional, destruindo valiosíssima coleção. O Sintufrj denunciou o governo golpista pela destruição de 200 anos de história reduzidos a cinzas pelo descaso com a ciência, a pesquisa e a Educação no Brasil.

No Alojamento

Em agosto de 2017, um incêndio atingiu uma das duas alas do Alojamento. Quatro pessoas ficaram feridas. O fogo começou em um dos quartos no primeiro andar e se alastrou para outros oito apartamentos.

Em 2021, outro incêndio na Reitoria

Parte do segundo andar do prédio da Reitoria da UFRJ foi destruído pelo fogo que começou nas instalações da Procuradoria Federal da instituição. O acervo documental da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) estava entre as perdas.

Obras inacabadas no Fundão

Paliteiro, ao lado da Letras

Pilotis do CT

Residência estudantil, ao lado do CCMN

Contra a completa asfixia orçamentária

“Nos últimos anos, as tentativas de desconstrução e desmonte das políticas sociais aceleraram a situação já crítica das universidades públicas, que se vê em situação de completa asfixia orçamentária, com a continuidade das ações cotidianas ameaçadas”, disse o decano Vantuil Pereira ao apresentar proposta de moção do CFCH.

“Mais de 100 anos, nunca atravessamos um período como agora”, apontou, relacionando instalações em ruínas com desabamentos, alagamentos e medo de incêndio. Lembrando o desabamento da marquise da Escola de Educação Física e o desalojamento da Educação Infantil da sede interditada no IPPMG (para a sede do CAP na Lagoa) por problemas estruturais,.

“Hoje temos um país em luta e precisamos pensar como a UFRJ pode e deve se adequar a esse cenário. Não vai chegar alguém e dizer ‘Vou trancar as portas da universidade. Acabou a maior universidade federal do Brasil’. Mas a gente vem fechando aos poucos, não é? Quantas coisas a gente fazia e não fazemos mais? Quanta coisa a gente quer fazer e não temos condições?, apontou a líder estudantil Camile Paiva, convocando a mobilização.

A coordenadora-geral do Sintufrj, Marta Batista alerta que pedaços da universidade estão caindo “literalmente nas nossas cabeças”, denunciando que não será uma parceria com o setor privado – alternativa que, segundo explica, tem sido apontada pela Reitoria –  que vai resolver a situação crítica que a UFRJ enfrenta: “A Educação não é mercadoria e não existe para dar lucro para empresário!”.

“Parece que a universidade está se desfazendo”, aponta o coordenador geral Esteban Crescente, “A UPRJ precisa de R$ 780 milhões para poder funcionar. O orçamento atual é o mesmo de 2011, de mais de 10 anos atrás. Isso é um absurdo, porque a universidade tem que ser prioridade”, afirmou o coordenador-geral do Sintufrj Esteban Crescente.

“E o que a gente vê”, acrescentou o dirigente, “é o orçamento público sendo abocanhado por meia dúzia de pessoas com interesses inescrupulosos. São R$50 bilhões em emendas parlamentares. A educação federal toda precisa de mais R$9 bilhões e não recebe. Recursos tem, só que a prioridade não está nos trabalhadores e nas trabalhadoras. Então, se a gente não faz greve, se a gente não faz barulho, a gente não consegue arrancar o que é nosso por direito”.

   

Na manhã desta sexta-feira, 22 de maio, coletiva de imprensa foi convocada pelas entidades da educação federal em greve. Representantes dos Comandos Nacionais de Greve do Andes, Sinasefe e Fasubra colocaram sua preocupação em relação a postura do governo na última reunião e rejeitaram qualquer imposição de prazos para o fim dos entendimentos e da greve.

O movimento informou que quer continuar a negociação em busca de mais orçamento para atendimento das reinvindicações. O grande impasse é a proposta de reajuste zero esse ano, mas as entidades afirmam que existe espaço no orçamento para a melhorias dos reajustes propostos pelo governo.

Citam como exemplo o desbloqueio de R$ 2,9 bilhões no relatório do orçamento do governo na quarta-feira, 22, recursos que podem ser usado nas negociações.

Mais de 400 estudantes da UFRJ de todos os centros (inclusive dos campi de Caxias e Macaé), lotaram o Salão Azul da Reitoria (auditório Samira Mesquita) desde o fim da tarde desta quinta-feira, 23, na assembleia geral convocada pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE) Mário Prata, e aprovaram, ainda há pouco, deflagração de greve a partir de 11 de junho.

Os estudantes vêm realizando há semanas, atos locais, passeatas unificadas e manifestações e até caravanas a Brasília, em luta pela recomposição orçamentária e por condições dignas de estudo e pesquisa na universidade. Diversos cursos vêm realizando assembleias, na última semana, e muitos deliberaram pela greve ou por estado de greve.

DCE: A UFRJ vai parar para a luta!

“A UFRJ não cabe nesse orçamento e os estudantes serão linha de frente das lutas em defesa da nossa universidade. Chega de prédio caindo nas nossas cabeças, cursos sem aula e trabalhadores sem salário!”, diz o DCE ao informar a deliberação da assembleia no Instagram, convidando: “Venha para o ato unificado da educação dia 28 de maio e construa a assembleia ou plenária do seu curso e organize a greve estudantil!”

Calendário

Os estudantes aprovaram também a realização de assembleias locais até lá para organizar a greve nos cursos, mobilização pela suspensão do calendário acadêmico e um calendário de lutas que prevê, além do ato unificado do dia 28, ato no próximo Consuni sobre orçamento: aulas públicas e atividades de rua ao longo destas semanas.

Sintufrj na AG

A coordenadora-geral do Sintufrj, Marta Batista alertou que a universidade está caindo “literalmente nas nossas cabeças” e denunciou que não será uma parceria com o setor privado que vai resolver a situação crítica que a UFRJ enfrenta: “A Educação não é mercadoria e não existe para dar lucro para empresário!”, exclamou sob aplausos. Assista:

   

Fotos e vídeo: DCE e CAs

Desde 2018, o Sintufrj fechou convênio com o Sesc-Rio garantindo ao titular e seus dependentes acesso a inúmeros benefícios, excluindo os serviços odontológicos. O mesmo ocorreu com o Sesc-Bahia, Sesc-Paraíba, Sesc-Minas Gerais e Sesc-Rio Grande do Sul.

Assim que o sindicato firmar parceria com outras unidades Sesc,   divulgaremos. O propósito é pôr à disposição dos sindicalizados e seus dependentes toda rede Sesc, que oferece áreas de lazer, hotéis, cursos, teatros etc.

Como se tornar sócio do Sesc

. O sindicalizado necessita de uma carta de encaminhamento do Sintufrj para fazer sua carteirinha em qualquer unidade Sesc. Esse documento poderá ser obtido pessoalmente, no setor de convênios do sindicato, ou pelo e-mail da entidade (convenio@sintufrj.org.br).

. Além do sindicalizado (sócio titular), poderão se associar seus dependentes (cônjuge e filhos até 21anos ou 24 anos se estiver estudando).

. O sócio titular pagará diretamente ao Sesc, anualmente, uma taxa de R$50,00 e mais R$100,00 pelo grupo de dependentes.

Importante, companheiras e companheiros:

A renovação do convênio Sesc/Sintufrj dependente de pelo menos 10% (dez por cento) dos nossos sindicalizados se inscrevam no órgão (cerca de 1.300 pessoas). Atualmente estão inscritos um pouco mais de 500 companheiras e companheiros.

 

 Eles querem uma resposta às reivindicações encaminhadas com a entrada da Ebserh no Complexo Hospitalar

Os 600 trabalhadores extraquadro distribuídos entre o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG) e Maternidade Escola – as três unidades de saúde da UFRJ cujas administrações passarão para o controle da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) –, estão apreensivos sobre seu futuro na universidade e reivindicam do reitor Roberto Medronho que se pronuncie a respeito.

Em nota pública de repúdio à Reitoria, os extraquadros que atuam nas unidades do Complexo Hospitalar da UFRJ desde 2008, denunciam a “perversidade da situação” vivida por eles. Os trabalhadores informam que em comissão procuraram a Administração Central para assegurar que seus direitos trabalhistas fossem garantidos na assinatura do contrato de adesão da universidade com a Ebserh.

Reivindicações

Os profissionais lembraram que durante a campanha para reitor, Medronho assumiu o compromisso de não “medir esforços pela garantia dos direitos e a emancipação dos extraquadro”. Mas, até o momento não há nenhuma resposta às pautas de reivindicações entregues à Reitoria que envolvem a Ebserh. Tais como: “transparência nas negociações com a Ebserh sobre a situação dos extraquadro e a formalização da corresponsabilidade passiva da empresa, garantindo contrato de trabalho formal e digno nos termos da CLT”.

A nota destaca que os extraquadro das três unidades hospitalares que serão geridas pela Ebserh “seguem exercendo suas atividades laborativas extremamente essenciais e necessárias ao funcionamento das unidades de saúde e para o sucesso da transição para a nova gestão”. Porém, diz ainda o texto, a garantia de seus direitos trabalhistas são inviabilizados nas tratativas para assinatura do contrato de adesão à Ebserh.

Consuni 09/05/2424.

Manifestação convocada pela CUT e por outras centrais sindicais foi ampliada com a presença dos trabalhadores da educação federal em greve

fotos: Elisângela Leite

Neste 22 de maio a capital federal foi tomada pelas bandeiras vermelhas da classe trabalhadora. Milhares de pessoas saíram de todas as regiões do país para ocupar Brasília e chamar atenção do governo, do Congresso Nacional e da sociedade para a necessidade da defesa da democracia e dos direitos sociais, a valorização do serviço público, além da valorização do salário-mínimo e das aposentadorias. A Marcha da Classe Trabalhadora foi organizada pelas centrais sindicais CUT, CTB, Força Sindical, Intersindical e Pública.

Houve concentração pela manhã no estacionamento da Torre da TV e a antiga Funarte, e plenária com discursos de representantes e ministros do governo federal e entidades sindicais para o público presente. Durante a plenária foi lançada a “Agenda Jurídica das Centrais Sindicais no STF – 2024” com os principais processos que podem impactar a vida dos trabalhadores brasileiros. Depois, saíram em marcha para manifestação em frente ao Congresso Nacional. No Congresso foi entregue a pauta da classe trabalhadora.

Unidade

Foram diversas categorias de trabalhadores da cidade, do campo, das florestas e das águas, representantes de vária entidades, sindicatos e movimentos sociais que marcharam na capital federal  para defender uma pauta comum por emprego, renda, condições dignas de trabalho, busca barrar os ataques aos direitos da classe trabalhadora, pedindo a revogação do Novo Ensino Médio, da Reforma Trabalhista e da Previdência, da Lei da Terceirização, contra o Arcabouço Fiscal e pelo arquivamento da PEC 32/2020, a da Reforma Administrativa.

Essa proposta que se encontra no Congresso acaba com a estabilidade dos servidores, elimina a exigência de concursos públicos, entre outras ações contra o funcionalismo público, é defendida pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), com a estabilidade dos servidores, eliminar a exigência de concursos públicos, entre outras ações contra o funcionalismo público.

A defesa pela reconstrução do estado do Rio Grande do Sul e por medidas de proteção e amparo a seus trabalhadores integrou a pauta.

Data-base

Um dia antes, na terça-feira, 21, também na capital federal, a Educação Federal em greve realizou ações conjuntas para pressionar o governo ao atendimento de suas principais reinvindicações. Assim, os trabalhadores da educação federal que negociam com o governo sua pauta, reforçaram a manifestação participando na ala da Educação. A falta de uma data-base – um dos pontos da pauta geral – acaba por criar conflito entre servidores públicos e governo, levando assim a realização de greves. A definição de data base e o direito a negociação coletiva no serviço público conforme determina a Convenção 151 da OIT é uma reivindicação histórica dos servidores.

“Realizamos essa marcha para chamar a atenção da sociedade e do governo. As pautas da classe trabalhadora precisam sair do papel e se transformar realidade. Uma delas é a Convenção 151 da OIT que trata da contratação e negociação coletiva no serviço público. Não podemos aceitar mais três formas de contratação de servidores. Os servidores públicos têm muitas vezes de fazer greve para poder negociar. Se sua pauta de reivindicação é importante, podemos criar um mecanismo que obrigue sindicatos e os governos das esferas municipal, estadual e federal anualmente se sentarem à mesa de negociação, receber a pauta de reinvindicação dos trabalhadores do setor público e apresentar proposta para negociação”, afirmou o secretário nacional de Administração e Finanças da CUT Nacional, Ariovaldo Camargo.

Para o presidente da CUT Nacional, Sérgio Nobre, foi um dia histórico. Ele agradeceu a unidade do ato e reforçou que a agenda da classe trabalhadora precisa estar nas eleições municipais deste ano.

“Um dia 22 maravilhoso, histórico, que nasceu no Congresso da CUT em outubro, que a gente já sabia da importância desse período. A gente dá uma demonstração de unidade e de força em relação a nossa pauta da classe trabalhadora. A vida no Congresso Nacional não é nada fácil. Temos minoria tanto no Senado, quanto no Congresso, e nossas pautas são irão ter sucesso com muita luta. Trabalho institucional é fundamental, mas o povo na rua é determinante. Dia 22 já é um dia histórico porque muita gente atendeu ao nosso chamado em defesa da pauta da classe trabalhadora”, afirmou Nobre.

Sintufrj presente

O Sintufrj enviou dois ônibus para a mobilização dos dias 21 e 22 de maio. Na marcha os dirigentes Esteban Crescente, Carmen Lúcia e Cícero Rabelo falaram sobre a mobilização.

“Nós do Sintufrj participamos dessa marcha da classe trabalhadora com mais de 20 mil pessoas na Esplanada dos Ministérios. Brasília está tomada. Os trabalhadores vieram marchar pela revogação da reforma da Previdência e Trabalhista, contra a PEC 32 que ataca o direito a estabilidade e por aumento de salário e redução da jornada de trabalho. O nosso sindicato se soma aos sindicatos de todo o país e a classe trabalhadora por nossos direitos”, disse Esteban.

“Estamos unidos também com os estudantes das universidades federais, institutos federais e Colégio de Aplicação. Viemos aqui para defender a reestruturação de nossa carreira com aumento do piso e do step e definição da nossa data base.  Não vamos arredar o pé e nem aceitar ameaças. A greve continua”, defendeu Carmen.

“Nós vamos levar para nossas bases a proposta do governo que foi apresentada na 5ª mesa de negociação. Não vai ter arrego. Não vamos aceitar zero por cento que é um não reajuste. As universidades estão caindo aos pedaços. Os tetos dos prédios estão caindo na nossa cabeças. Os estudantes estão sem condições de estudo. Vivemos uma precarização exacerbada em todas as universidades e institutos federais. Não podemos aceitar zero como aumento esse ano. Precisamos de comida no prato e dignidade para os trabalhadores das universidades e institutos federais. A greve continua. Vamos até o fim pela nossa vitória”, finalizou Cícero.

Fasubra em marcha

De um dos carros de som, a coordenadora-geral da Fasubra, Cristina Del Papa, falou do movimento de greve dos técnico-administrativos em educação que já dura mais de 70 dias e sua pauta de reivindicações.

“Nós, os técnico-administrativos em educação da base da Fasubra estamos em greve há mais de 70 dias. É uma greve pela recomposição da nossa careira e o mais importante pela valorização dos trabalhadores, por que não existe serviço público de qualidade sem trabalhadores qualificados e valorizados. Para isso, precisamos ter salários dignos. Estamos em greve porque temos o menor piso da categoria do serviço público. Estamos em greve porque precisamos da recomposição dos orçamentos das nossas instituições que não conseguem se manter até o final do ano. Tivemos ontem reunião com o MGI, mais infelizmente a proposta apresentada não é o que gostaríamos e por isso solicitamos a ministra Esther e ao ministro que busquem mais recursos para a greve terminar e possamos voltar aos nossos locais de trabalho, porque para 2024 é zero. Queremos orçamento para esse ano porque nossos aposentados vão ficar fora do aumento dos benefícios”, anunciou Del Papa.

 

Confira a pauta da classe trabalhadora

– Pela reconstrução do estado do Rio Grande do Sul e por medidas de proteção e amparo a seus trabalhadores e trabalhadoras;

– Educação: Revogação do Novo Ensino Médio;

– Valorização do Serviço Público: Contra a PEC 32/Reforma Administrativa;

– Em defesa da Convenção 151/defesa da negociação coletiva;

– Trabalho decente: redução da jornada de trabalho e empregos decentes;

– Salário igual para trabalho igual – Em defesa da lei de igualdade salarial entre homens e mulheres;

– Reforma agrária e alimento no prato!

– Menos impostos para trabalhadores: juros baixos e correção da tabela de imposto de renda;

– Valorização do salário-mínimo e das aposentadorias;

– Transição justa e ecológica em defesa da vida;

Em defesa do PLC 12/24, por Direitos dos Motoristas por Aplicativos.

 

Na opinião da coordenadora-geral da Fasubra, Cristina Del Papa, a proposta apresentada pelo governo na 5ª Mesa de Específica e Temporária no Ministério da Gestão e Inovação (MGI), na terça-feira (21), foi um “avanço”. Segunda Del Papa, “não é ainda (o avanço) o que a gente gostaria, mas a proposta é melhor que a anterior”

A proposta apresentada pelo governo na mesa manteve reajuste zero de salários este ano, 9% em 2025 e 5% em 2026 (a proposta anterior era de 3,5%). “Agora o comando de greve vai fazer a discussão e a base vai discutir para ver se acata a  proposta” do governo, observou a coordenadora-geral.

O governo deu prazo até a primeira semana de junho para que o movimento responda à proposta, informou Del Papa. “E aí, lógico, o comando (Comando Nacional de Greve) faz fazer algumas simulações para mandar para a base”