Fotos: Renan Silva

Em ato unificado na manhã desta quinta-feira, dia 4, coordenadores do Sintufrj, militantes do Comando Local de Greve (CLG) e da base da categoria, aposentados, estudantes e professores levaram à comunidade do campus Geraldo Cidade, em Duque de Caxias, protesto pelo atendimento da pauta dos trabalhadores em greve há três semanas.

A luta dos trabalhadores terceirizados do campus – que sofrem com salários sistematicamente atrasados – foi outra pauta destacada em mais esta ação da agenda da greve.

A reestruturação da Carreira dos Técnicos-Administrativos, o reajuste dos salários há anos sem aumento, mas também a recomposição orçamentária das universidades foram reafirmadas como objetivo do movimento paredista.

Como se sabe, a asfixia financeira das universidades resulta em  sérios problemas de infraestrutura e manutenção em seus campi, com um agravante: com o atraso no pagamento dos serviços

Dezenas de pais e mães de família enfrentam dificuldades. Como aconteceu na Faculdade de Letras no Fundão, Duque de Caxias adiou o início das aulas em duas semanas porque os terceirizados estavam sem salários.

Há infiltração, goteiras, umidade e mofo no alto das paredes, salas sem ar-condicionado numa região de calor intenso, uma piscina suja (herdada da construção original cedida pela Prefeitura local).

O coordenador-geral do Sintufrj Esteban Crescente explicou que o protesto, previsto pelo CLG, teve o propósito de reivindicar condições de funcionamento, ambientes dignos e para que o pagamento dos trabalhadores seja feito em dia.

Disse que a valorização da carreira e da remuneração dos servidores têm a ver com os estudantes. “Por isso nossa luta para melhorar a Carreira, reter quadros de qualidade na universidade, e por recursos, principalmente em Caxias, que sofre muito com a falta de estrutura. Este também é um protesto em solidariedade aos terceirizados”.

Diretora: greve ‘justa, necessária e urgente’

A diretora do campus Duque de Caxias, Juliany Rodrigues, se colocou ao lado da categoria e da greve “justa, necessária, importante e urgente”. Comentou da necessidade de recomposição dos salários (“tão baixos” em relação a outras áreas do Executivo) e do orçamento da UFRJ.

“Se a gente não brigar com o governo pela recomposição orçamentária, a UFRJ vai ter que fechar por falta de dinheiro, por falta de manutenção básica”, disse.

Ela explicou que a UFRJ ainda não pagou os salários de janeiro e fevereiro dos terceirizados. “Está muito difícil manter a universidade funcionando. Achar que a universidade tem recursos para se manter aberta como se nada estivesse acontecendo para mim é uma loucura”, disse ela, propondo greve para que se discuta “a universidade que queremos. Do jeito que está não dá para continuar”.

A coordenadora do DCE Bianca Vitória reiterou a unidade de estudantes e trabalhadores nesta luta e a necessidade de recomposição orçamentária: “Sabemos que podemos cobrar. Não é mais o governo Bolsonaro. Mas precisamos que mais dinheiro do orçamento público vá para educação, para que a universidade não seja sucateada”.

Representantes técnicos-administrativos do campus no CLG, André Moura ressaltou que, além da pauta principal sobre a Carreira e recomposição do salário, é central também a recomposição orçamentária. Morador da região, ressaltou a importância do campus para a comunidade, mas lamentou o fato de que foi precarizado e que o dia a dia mostra um certo abandono.

 Greve e resultados

Depois de uma pequena caminhada por setores do campus, alguns coordenadores e militantes foram ao auditório (durante aula que ocorria na única sala com ar-condicionado, adquirido recentemente) explicar a dezenas de estudantes, os motivos do movimento.

“É o momento de fazer greve? Vocês podem perguntar”, provocou o dirigente do Sintufrj. Esteban disse que o movimento já teve resultados importantes, como a formulação de um relatório junto com representantes do governo sobre pautas relativas à Carreira.

“O governo está avaliando e disse que vai trazer um projeto de lei para reestruturação da nossa Carreira, o que tem a ver com vocês porque muitos quadros de qualidade, em função da média salarial muito baixa, se evadem. Na conjuntura atual, esse governo abre espaço para negociação e tem o compromisso de fazer diferente do anterior. Temos que cobrar. Por isso estamos em luta”, explicou.

André Moura explicou a eles que, ao contrário de achar que o movimento paredista pode atrapalhar suas vidas, a greve é para garantir o direito de acesso à universidade pública, hoje ameaçada por falta de recursos.

 

 

Ato unificado dos trabalhadores federais da educação- boa parte já em greve – ocupou o Centro da cidade, fazendo o percurso entre Candelária e Cinelândia, trecho histórico das grandes manifestações políticas do Rio de Janeiro desde os tempos de capital federal. A manifestação foi encerrada com uma fotografia para marcar a luta pela educação no país nas escadarias da Câmara Municipal. O Sintufrj teve protagonismo na marcha, como um dos centros de gravidade da agitação que envolveu aquela parte da cidade quando milhares de pessoas deixavam seus trabalhos. A presença de estudantes ampliou a legitimidade da manifestação que despertou atenção da massa de transeuntes na hora do rush. Já em greve, desde 11 de março, técnico-administrativos exigem Carreira, recomposição orçamentária para as universidades e reajuste salarial. Em várias partes do país, houve atos indicados pela Fasubra num dia nacional de mobilização dentro da campanha salarial exigindo que o governo dê respostas às reivindicações. Foto: Elisângela Leite

 

 

04/04 –

10h Campus da UFRJ  em Caxias

14h – Debate sobre Orçamento com Deputado Glauber Braga n

14h às 15:30 no Salão Azul do Instituto de Biologia (CCS)

Sexta-feira –  05/04 REUNIÃO DO CLG

 IFCS – Sala 106 – 10h

 13h30 – Momento de discussão Carreira no CLG no IFCS

Atividade da Coordenação de  Aposentados – das 10h às 16h, no Espaço Cultural

15/04

10h – Aula Magna Celso Amorim (auditório Rodolpho Rocco – CCS)

Reunião Comissão do CLG.
Rio, 02/04/24
Foto de Elisângela Leite

 

 

 

O Dia Nacional de Luta dos servidores federais em greve no Rio de Janeiro – técnicos-administrativos em educação da UFRJ, UFF, UniRio, UFRRJ e do Colégio Pedro II – começou com assembleia ato convocada pelo Comando local de Greve (CLG/UFRJ) em frente ao Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS/UFRJ), na Praça Tiradentes. Em seguida, as trabalhadoras, trabalhadores e estudantes caminharam com suas faixas, bandeiras e palavras de ordem até a Candelária, local de concentração da manifestação conjunta e passeata até a Cinelândia.

A assembleia foi conduzida por integrantes do CLG/UFRJ e o coordenador-geral do Sintufrj Esteban Crescente. “Estamos em greve nacional porque há sete anos nossos salários estão congelados, portanto, o poder de compra desses servidores ficou defasado. Nossas perdas somam mais de 50%. Lutamos por  dignidade salarial e mais recursos para as instituições federais de ensino. O orçamento destinado este ano para UFRJ é o mesmo de 2012. As consequências disso são salários atrasados dos trabalhadores terceirizados, falta de pagamento de bolsas para os alunos de baixa renda e mais atraso para o país por falta de investimento na ciência”, informou à população o dirigente sindical.

referendos

Os técnicos-administrativos da UFRJ presentes na assembleia ato aprovaram os encaminhamentos do CLG a respeito de três  questões levadas para análise pelo movimento grevista pela Pró-Reitoria Estudantil (PR-7). Na avaliação socioeconômica feita pelo CLG, a matrícula dos novos alunos aprovados para a universidade (acesso) não é essencial, porque não impede as atividades acadêmicas dos estudantes. Portanto, não causa dano irreparável, assim como o que se refere às bolsas de assistência estudantil relativas aos novos editais não lançados até a deflagração da greve, no dia 11 de março. A realização do Jic-Tac também não foi considerada atividade essencial.

A assembleia também aprovou a moção de repúdio contra a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), que entrou na Justiça e conseguiu que o Hospital Universitário da Universidade Federal do Paraná funcione 100% e o da Universidade Federal de Santa Catarina com 80% da sua força de trabalho. “Essas decisões judiciais são uma afronta e ferem nosso direito de greve”, diz o texto, que será levado ao Comando Nacional de Greve (CNG) para que a Fasubra encaminhe ao ministro da Educação, Camilo Santana, para o governe “ordene à direção da Ebserh a retirada imediata dessas ações em respeito ao direito de greve dos trabalhadores dos HUs”.

Informes nacional

Reunião sobre a carreira está sendo aguardada para até a próxima semana, segundo expectativa do movimento grevista a partir da entrega do relatório final preparado pelo Grupo de Trabalho de Reestruturação da Carreira dos Técnicos-Administrativos em Educação pela Fasubra e o Sinasefe aos ministros da Educação (MEC), Camilo Santana, e da Gestão e Inovação (MGI), Esther Dweck, no dia 27 de março. O documento apresenta os estudos para o aprimoramento do PCCTAE..

Agnaldo Fernandes, integrante da CNSC e participou da reunião com os ministros, em Brasília, junto com as direções das entidades foi quem deu os informes do CNG na assembleia. Ele iniciou explicando a composição do grupo (membros da Comissão Nacional de Supervisão da Carreira (CNSC), do Ministério da Educação (MEC), Ministério da Gestão

e Inovação (MGI) e dos Fóruns de Gestão de Pessoas das Instituições Federais de Ensino) e porque foi criado. “Tanto a Fasubra como o Sinasefe protocolaram a proposta de reestruturação da Carreira Técnico-Administrativa em agosto e setembro, mas o MGI mostrou, na reunião do dia 22 de fevereiro, desconhecer o conteúdo, portanto, não ter preparo para discutir sobre o PCCTAE. Por essa razão formamos o GT, que teve 30 dias para produzir o relatório. Fruto da nossa greve nacional”.

Segundo Agnaldo, houve avanços em alguns pontos da proposta protocolada, mas o governo não aceitou a redução de cinco para três classes: AB, CD e E, argumentando que poderia haver questionamentos jurídicos. Mas concordou com a mesma malha salarial proposta para todas as classes. Outra reivindicação aceita pelo MEC e MGI foi em relação a progressão e capacitação vertical por mérito, que hoje é de 18 em 18 meses e vai passar para 12 em 12 meses.

“Atualmente progredimos em quatro níveis de capacitação, que agora passa também para vertical. O governo quer quatro e reivindicamos oito níveis”, acrescentou Agnaldo. “Do ponto de vista conceitual conseguimos avanços, mas não temos a revisão orçamentária para garantir os ganhos. Esperamos uma reunião com os ministérios nos próximos dias”, concluiu.

Vá ao debate e entenda

 tudo sobre a Carreira

Na sexta-feira, 5, às 14h, no IFCS, o CLG realizará um debate sobre a carreira e o que a categoria reivindica como reestruturação do PCCTAE, com a participação de Agnaldo Fernandes e dois dirigentes da Fasubra: Francisco de Assis e Marcelo Rosa.

Reunidos no Comando Nacional de Greve (CNG) da Fasubra, em Brasília, técnicos-administrativos trabalhadores da educação federal  cumprem agenda diária de atividades propagando as razões do movimento. Nesta quarta-feira, e de abril,  Dia Nacional de Mobilização pela Reestruturação da Carreira e Reajuste Salarial dos TAE!, servidores foram as ruas pressionar o governo. Atos foram realizados diante do MEC e do MGI. Oito companheiros  estão representando os trabalhadores da UFRJ.  NOSSO PESSOAL EM BRASÍLIA. Delegados da UFRJ no Comando Nacional de Greve

MOVIMENTO NACIONAL dos trabalhadoras e trabalhadores da educação está representado em Brasília.

Reunião no instituto discutiu formas de adesão à greve dos setores essenciais da unidade

Nesta terça-feira, 2 de abril, o Comando Local de Greve (CLG) e as direções do Sintufrj e da Fasubra se reuniram com os trabalhadores do Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão (IPPMG) para discutir formas de adesão à greve dos setores essenciais da unidade e avançar na paralisação dos serviços não essenciais.

Foi aprovado por unanimidade pelos presentes na reunião, a realização de uma paralisação geral no IPPMG por cerca de duas horas, das 11h às 13h (a princípio), em uma data a ser confirmada pelo Comando de Greve da unidade e encaminhada ao CLG.

Tanto o coordenador-geral do Sintufrj Esteban Crescente, como o coordenador da Fasubra e técnico-administrativo do Instituto de Biologia da UFRJ Francisco de Assis, frisaram que, embora ainda não seja o momento para fechar setores no IPPMG, é importante que os trabalhadores entendam por que estão fazendo greve.

“Para nós faz muita diferença a categoria estar nos atos”, disse o dirigente do sindicato. “Greve não é parar o trabalho e acabou. Em greve trabalhamos mais. Temos que ter essa consciência de classe”, complementou Assis.

Ebserh

A entrada em breve da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) no hospital também entrou na pauta. Servidores e extraquadros estão preocupados com a falta de transparência do processo. “Tudo está sendo muito obscuro”, observou uma técnica de enfermagem.

Por iniciativa dos profissionais, na quinta-feira, 11, das 12h às 13h, está agendada uma reunião com a direção do IPPMG, com a participação do CLG, Sintufrj e Fasubra para que sejam esclarecidas as dúvidas a respeito do início das atividades da Ebserh na unidade. Os trabalhadores querem saber, inclusive, qual é a contrapartida que a empresa está impondo para assumir o comando do hospital.

“Travamos uma batalha e não nos damos por vencidos. Não somos contra o trabalhador da Ebserh, cujos salários são maiores e a carga horária diferenciada: são os gestores que estimulam o conflito entre eles e os servidores”, disse o coordenador da Fasubra. De acordo com o dirigente, a UFRJ foi a última universidade a aderir à Ebserh, mas a resistência foi vencida pela perspectiva de altas remunerações. No entanto, já se estabeleceu uma disputa, porque tudo indica só haverá uma gratificação de R$ 27 mil para o cargo de superintendente. “Quem assumirá? Essa é a pergunta que estão fazendo”.

O coordenador-geral do Sintufrj informou que consta da pauta nacional de reivindicações ao governo, a revogação da lei da Ebserh. “O Sintufrj participará da reunião no dia 11 e estará de prontidão para acompanhar a chegada da empresa aqui, embora todas as baterias estejam voltadas para a greve por ganhos econômicos, porque somos o menor salário do serviço público. Há ainda o fato de que as bases dos hospitais universitários estão denunciando que a Ebserh, nacionalmente, começou a oprimir a nossa greve”, acrescentou.

Mesa Específica

Francisco de Assis informou sobre o conteúdo do relatório final do Grupo de Trabalho de Reestruturação da Carreira dos Técnicos-Administrativos em Educação entregue pela Fasubra e o Sinasefe aos ministros da Educação (MEC), Camilo Santana, e da Gestão e Inovação (MGI), Esther Dweck, no dia 27 de março. O documento apresenta os estudos para o aprimoramento do PCCTAE.

Ele fez uma retrospectiva das negociações com o governo na Mesa Nacional Permanente, instalada no dia 27 de fevereiro de 2023, quando a Fasubra apontou que as perdas dos técnicos-administrativos em educação das Ifes eram maiores do que das outras categorias dos servidores.

Portanto, não poderia aceitar a proposta atual posta na mesa pelo governo de reajuste de 9% pagos em duas vezes (2025 e 2026), e nada este ano. Além do aumento no valor dos benefícios. “Auxílio creche, auxílio saúde e auxílio alimentação não são para todos”, lembrou Assis.

“Temos que lutar pela reestruturação da carreira e pela recomposição do orçamento da universidade, que está muito precária. Esses são os eixos do movimento grevista. Temos que tensionar o governo mantendo e reforçando a nossa greve. Mas, a nossa luta é maior contra Arthur Lira (presidente do Congresso Nacional), porque foi o Congresso que aprovou a lei orçamentária”, explicou o coordenador da Fasubra.

No relatório fechado no dia 27 de mar foi incluída a resposta do ministro Camilo Santana. Ele diz que “O documento será subsídio fundamental para a elaboração da proposta aos técnicos-administrativos em educação em debate na Mesa Específica e Temporária no MGI”. Foto: Renan Silva

 

 

 

 

Na UFRJ, esta terça-feira (2) foi dia de panfletagem e reunião nas pró-reitorias

O Ministério de Gestão e Inovação (MGI) agora tem todas as condições objetivas para construir uma contraproposta que solucione os históricos e urgentes problemas da categoria, principalmente de ordem financeira. Isso porque o Grupo de Trabalho (GT) de Reestruturação da Carreira — com membros da Comissão Nacional de Supervisão da Carreira (CNSC), do MEC, do MGI e dos Fóruns de Gestão de Pessoas das Instituições Federais de Ensino –, já apresentou o resultado das suas atividades para o Ministro Camilo Santana (MEC) e para a Ministra Esther Dweck (MGI) no dia 27 de março, com base nas propostas apresentadas pela Fasubra e Sinasefe.

Um passo importante depois de meses da apresentação da proposta sem avanço na negociação e depois de três semanas da deflagração da greve da categoria. Portanto, é hora de reforçar a mobilização. De aumentar a pressão. Foi o que informou o Comando Local de Greve da (CLG) UFRJ aos trabalhadores presentes nas pró-reitorias, na manhã desta terça-feira, dia 2.

A mobilização, nos setores da administração central da UFRJ no Parque Tecnológico, contou a participação de vários integrantes do CLG no corpo-a-corpo para esclarecimento dos companheiros, panfletagem, colagem de cartazes, culminando com uma reunião em que todos estes informes foram detalhados.

Cumpriu a convocação da Fasubra para um dia nacional de luta nas reitorias de universidades e institutos federais em 1º de abril (na UFRJ foi no dia 2 em função das mobilizações, neste dia, contra a ditadura).

No dia 1º, aconteceram atos simbólicos em todo o país, para marcar a entrega do relatório do GT Reestruturação. O Comando Nacional da Greve também atribuiu ao caráter do ato, o protesto pela ingerência da Ebserh na greve.

Na UFRJ, os militantes detalharam elementos do relatório, apontaram perspectivas, esclareceram dúvidas e reiteraram a necessidade da participação de todos na greve.

É protesto, mas é ‘pró-servidores’

Temendo o “protesto”, os portões da entrada do estacionamento das PRs, no Parque Tecnológico, foram fechados por homens da empresa de vigilância, que interpelaram o grupo do CLG. Queriam consultar algum diretor para liberar a entrada. Por coincidência, viaturas da polícia, foram vistas por perto. Mas logo foi tudo esclarecido e os militantes realizaram livremente a mobilização nos setores.

Por fim, chegou ao CLG a informação de que parte dos trabalhadores das pró-reitorias foi instruída a trabalhar de modo virtual em função do “protesto”.

O movimento, destaque-se, tinha a finalidade de reunir servidores de pró-reitorias, (parte deles em atividades essenciais), e os militantes que vêm atuando na mobilização da categoria, num protesto, sim, porém, contra a demora no atendimento das reivindicações da categoria, pela estruturação da Carreira que tem o mais baixo piso do Executivo e vive uma fuga de quadros, e por recurso para a sobrevivência das universidades federais.

Pautas que dizem respeito a todos, tanto que estudantes e docentes de todo país estão ou apoiando ou se integrando progressivamente ao movimento.

Um grupo de trabalhadores da UFRJ partiu na manhã da sede do Sintufrj para se incorporar à marcha cujo roteiro até Juiz de Fora foi o inverso da trajetória feita pelo general Mourão Filho que marcou o início do golpe que em 1º de Abril de 1964. Golpe que implantou a ditadura de 21 anos assassinando, prendendo, torturando e censurando na sociedade brasileira.
A Marcha, cujo núcleo principal deixou a Cinelândia bem cedo,  ao longo do caminho, foi agregando outros grupos de Petrópolis e outras cidades, além do pessoal que veio do Espírito Santo. Todos com destino a Juiz de Fora. A atividade dos servidores da UFRJ está dentro da série de ações da greve na universidade iniciada em 11 de março por Carreira, recomposição orçamentária e reajuste salarial. (FOTOS: ELISÂNGELA LEITE)

A luta em defesa da democracia e pela punição dos golpistas no Brasil viveu neste 1º de Abril um dia de êxito: a caravana a Juiz de Fora (veja matéria a respeito) e a marcha do prédio da extinta Delegacia de Ordem Política e Social (Dops) na Rua da Relação (Centro do Rio) até a Faculdade Nacional de Direito da UFRJ, na Praça da República, marcaram a repulsa ao golpe civil-militar de 1964 que há 60 anos mergulhou o país na sombria noite da ditadura. Mas a palavra de ordem presente foi a punição aos golpistas de hoje, o fascista Bolsonaro à frente.

A marcha foi organizada por organizações do movimento social, entre as quais, o grupo Tortura Nunca Mais, e outros que defendem a memória da história recente do país, além de movimentos que atuam pelos direitos da periferia. Essas forças políticas, junto com centrais sindicais, defendem transformar o prédio da Dops num Memorial da Democracia, destino adequado para um lugar que representou a repressão e a tortura de combatentes na defesa das causas populares.

Trabalhadores da UFRJ em greve desde o dia 11 de março e dirigentes do Sintufrj (Marta Batista e Nivaldo Holmes) e da Fasubra (Francisco de Assis) marcaram presença. Num rápido discurso, Marta Batista destacou o impacto da ditadura na vida dos trabalhadores técnico-administrativos, “sem visibilidade” e “de companheiros, principalmente de estudantes” que tombaram na resistência ao regime.

Marta – que lembrou a greve dos trabalhadores na UFRJ – informou que um grupo de 46 servidores foi participar da Caravana da Justiça, com destino a Juiz de Fora cumprindo um roteiro inverso de militares golpistas de 64. Depois de lembrar o estado miliciano aqui no Rio de Janeiro (execução de Marielle e Anderson), a dirigente finalizou: “Cadeia para os golpistas, de ontem e de hoje”.

Vários parlamentares do campo da esquerda foram saudar a manifestação. (FOTOS: RENAN SILVA)

 

 

 

 

 

Os estudantes da UFRJ declaram apoio a greve dos técnico-administrativos em educação. A decisão foi tomada por unanimidade nas quatro assembleias simultâneas – nos campi do Fundão, IFCS-IH, CAp e Praia Vermelha – realizadas dia 27 de março, realizadas pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE) Mário Prata. Na pauta, além da situação orçamentária, as lutas locais e a greve na UFRJ.

Centenas de estudantes presente nas assembleias aprovaram ainda a construção de uma jornada de lutas pela recomposição orçamentária, através de comitês locais.

“Entendemos que a luta dos técnicos é similar a dos estudantes”, afirma Thiago Braile, do DCE Mário Prata, informando que o movimento estudantil da UFRJ está realizando campanha para a recomposição orçamentária da universidade.

Uma nota de apoio, apresentada pelo DCE e aprovada em todas as assembleias, e aponta: “Dentro da UFRJ, a união entre trabalhadores e estudantes nas mobilizações tem sido fundamental para a garantia de direitos para quem estuda e trabalha na nossa universidade. Os TAEs e o SINTUFRJ estão juntos dos estudantes na luta pela recomposição orçamentária, por ampliação da assistência estudantil, melhores condições de estudo, por bandejão em todos os campi, passe-livre, entre tantas outras pautas fundamentais”.

O documento lembra ainda “Construímos diversas lutas com esses trabalhadores nos últimos anos e entendemos que devemos permanecer lado a lado, em defesa da UFRJ e dos direitos dos estudantes e dos trabalhadores. É fundamental que o movimento estudantil se some a essa mobilização, apoiando os trabalhadores e unificando com nossas demandas!”

A nota informa por fim que os estudantes reunidos em assembleia, além do apoio à greve dos TAEs, se comprometem com a participação nas mobilizações e lutas da categoria pela valorização do serviço público e em defesa de verbas para a educação.

Foto: Jornal A Verdade

Campanha

Os técnicos-administrativos têm entre os pontos centrais de sua pauta de reivindicações, a recomposição orçamentária das universidades. A mesma demanda é alvo da campanha iniciada pelo movimento estudantil da UFRJ.

“SOS UFRJ: A educação grita por verba”

Este é o lema da campanha, aprovada em assembleia on-line no início do mês. “A organização dessa campanha pelos comitês é uma forma de impulsionar as pautas, iniciativas e dificuldades de cada campus, denunciar a situação orçamentária e nos manter em mobilização constante”, explica Thiago.

Outros campi

Segundo o DCE, as assembleias do campus de Duque de Caxias seriam realizadas nesta segunda-feira (01/04), on-line,  devido à falta de aulas no campus em apoio aos trabalhadores terceirizados com salários atrasados). A da Faculdade Nacional de Direito é na terça-feira, 2.