“Todos os sonhos são possíveis de serem alcançados. Tudo o que você tem a fazer é continuar se movendo na direção deles.” Com esta frase da atriz e produtora negra norte-americana mais premiada do cinema e do teatro, Viola Davis, a integrante do GT Antirracismo do Sintufrj, Norma Santiago, abriu a reunião especial do grupo de trabalho que celebrou o Dia Nacional da Consciência Negra, no Espaço Cultural do sindicato. A data é comemorado em 20 de novembro, aniversário da morte de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares.
O tema da atividade “Trajetória de sucesso: os desafios profissionais em uma sociedade racista” reuniu três palestrantes, cujas histórias de vida e o enfrentamento das dificuldades como pessoas negras para alcançar seus objetivos, com dignidade e mantendo a essência de suas origens, emocionaram os participantes do evento. São eles: Vantuil Pereira, decano do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) e ex-candidato a reitor da UFRJ; Verônica Caé, professora adjunta da Escola de Enfermagem Ann Nery, e a advogada trabalhista Mônica Santos, da Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB-RJ. O debate foi mediado por Hilem Moises, técnico-administrativo atuante no GT.
Música, arte e dança
A parte cultural teve a apresentação do Projeto Capo UFRJ, que faz parte do Departamento de Capoeira da Escola de Educação Física, Desportos e Dança (EEFDD), coordenado pela professora Livia Pasqua – primeira mulher a assumir o cargo na unidade. “Que navio é esse que chegou agora? É navio negreiro com escravos de Angola” era o refrão da canção que embalou os capoeiristas. Várias companheiras se animaram e entraram na roda mostrando sua ginga.
“Esse é um espaço de muita troca, quando mostramos nosso trabalho e um pouco da nossa cultura. A nossa escola está sem prédio e no momento estamos usando hall do Centro de Tecnologia, às segundas e quartas-feiras, das 17h às 18h20, para aas aulas de capoeira”, disse a professora Livia.
A apresentação da Banda Afro-Reggae Orunmilá, do Catumbi, composta por oito músicos, uma bailarina e duas cantoras, apresentando composições próprias e de outros autores, empolgou e finalizou com muita alegria a homenagem a Zumbi dos Palmares. Valeu, Zumbi!
O colorido da festa ficou por conta dos panos de matizes étnicos transformados em arte nas cabeças das mulheres pela turbantista Rosângela Ronegraça, que faz parte do elenco da Orunmilá. . Matéria completa na edição do Jornal do Sintufrj 1444.
A fachada do prédio Inova UFRJ, onde, no auditório acabara de acontecer mais uma sessão do Conselho Universitário (Consuni), nesta quinta-feira, dia 14/11, foi palco de mais um ato em defesa da urgente recomposição orçamentária da UFRJ.
Por causa da insuficiência crônica e cada vez mais acentuada de recursos para o funcionamento e uma dívida de mais de R$ 50 milhões, a universidade viu-se sob o constrangimento de ter luz e água cortadas quase ao mesmo tempo (entre os dias 12 e 13) em várias unidades acadêmicas e de assistência estudantil, prejudicando centenas de alunos e trabalhadores, principalmente aqueles em maior estado de vulnerabilidade.
O ato “Não Apague a UFRJ”, convocado pelo Sintufrj, Fasubra, DCE, APG e Adufrj, o ato reuniu, além das lideranças e militância dos segmentos de técnicos administrativos, estudantes, professores contou com membros do Consuni, com o reitor Roberto Medronho, a vice-reitora Cássia Turci e pró-reitores.
Portando a enorme faixa ( com os dizeres “Não Apague a UFRJ. Pela recuperação do orçamento”), todos saíram juntos do salão onde se encerrava a sessão do colegiado. Foi suspenso antecipadamente por proposta das bancadas TAE e estudantil, aprovada pelo colegiado, para que os conselheiros pudessem integrar outro ato que se realizaria à tarde, no Ministério da Fazenda, também por verbas para a UFRJ.
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No Consuni, reconhecimento
O expediente da sessão foi tomado quase inteiramente por manifestações sobre a crise. Assim como no final da sessão. Em várias falas, em particular de estudantes e técnicos administrativos, foi reiterado o pedido feito frequentemente em sessões anteriores de que a Reitoria convocasse assembleias comunitárias ou conselhos especiais para demarcar a gravidade da crise e alertar a comunidade. Assim como alguns conselheiros, o reitor destacou a atuação prefeito e de sua equipe durante a crise e também o papel fundamental dos técnicos administrativos, estudantes e das entidades representativas dos segmentos, como o Sintufrj, na mobilização em defesa da UFRJ.
Veja o depoimento das lideranças do movimento
Na sequência, Francisco de Assis (Fasubra), Marly Rodrigues e Esteban Crescente (Sintufrj) e os estudantes integrantes do Consuni Isadora (DCE), Sofia (CABio) e Henderson (DCE e CAEBA).
Reitor e vice-reitora avaliam situação
Durante o ato, o reitor Roberto Medronho e a vice-reitora Cássia Turci pedem atenção da sociedade para importância da suplementação e destacam a importância da mobilização dos movimentos.
Equipe da Light no JMM e da Águas do Rio na Prefeitura
Fotos e vídeos: Renan Silva
O abastecimento da energia elétrica do Edifício JMM (antiga Reitoria) foi religado pela Light no início da tarde desta quinta-feira, dia 14, após uma mobilização intensa da comunidade universitária e uma medida judicial adotada pela UFRJ.
O fornecimento do prédio havia sido cortado no início da noite do dia 12, em ação arbitrária da Light que começou à tarde, com cortes no Museu Nacional, Editora da UFRJ, na Praia Vermelha, seguido do estacionamento da Coppead e da sede da Associação de Moradores da Vila Residencial. Por uma ação contundente da Prefeitura (que resistiu aos cortes que levariam a insegurança no campus, como nas vias, e atingiriam estudantes mais carentes, como no Alojamento e no Restaurante Universitário), da Procuradoria (que conseguiu uma liminar) e da comunidade e das suas entidades representativas que atenderam à convocação da Reitoria e se manifestou em conjunto na aula pública sobre orçamento no dia 13, os cortes foram suspensos.
No dia seguinte, 13, a UFRJ foi surpreendida pelo corte no fornecimento de água no prédio da Reitoria, nas instalações da Prefeitura Universitária, no Restaurante Universitário (RU) e na residência estudantil. Mas a UFRJ, em negociações com a concessionária, buscou meios para restabelecer o fornecimento e informou, no Consuni, que no dia 14 seria retomado.
Em sessão do Conselho Universitário nesta quinta-feira, 14, o reitor destacou a atuação prefeito e de sua equipe durante a crise e reconheceu o papel fundamental dos técnicos administrativos e do corpo discente na mobilização em defesa da UFRJ.
De fato à tarde, equipe da Light foi acompanhada pelo prefeito da UFRJ, Marcos Maldonado, que se emocionou ao ver o reacender das luzes novamente.
Religamento da água à noite
Por volta das 20h, a equipe da Águas do Rio restabeleceu o abastecimento. O prefeito comemorou: “Já temos água na Prefeitura Universitária. IESC, DISEG e todo complexo que se abastece pela Prefeitura”. Veja a seguir:
Às escuras e sem água. Esta é a triste realidade da maior universidade federal do país e a terceira mais importante da América Latina. Por falta de pagamento, a Light e a Águas do Rio cortaram o fornecimento de luz e água para parte da UFRJ, levando caos para a comunidade universitária por onde circulam, diariamente, entre servidores técnicos-administrativos e docentes, estudantes, terceirizados e prestadores de serviços, pelo menos cem mil pessoas.
A Light iniciou os cortes na terça-feira, 12, pelo prédio histórico da Reitoria, onde funcionam a Procuradoria, a Escola de Belas Artes e a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo; no Palácio do Museu Nacional, e no Horto Botânico, instalados na área da Quinta da Boa Vista, e no estacionamento da Coppead. Na manhã desta quarta-feira, 13, outra surpresa desagradável: a Águas do Rio interrompeu o fornecimento para todos os andares da Reitoria.
Segundo o reitor Roberto Medronho, a UFRJ precisaria de R$ 192 milhões para zerar todas as dívidas acumuladas ao longo dos últimos anos. O débito com as concessionárias de anos atrás soma R$ 65 milhões. Por ano, o gasto total de energia elétrica da universidade é de R$ 70 milhões, por conta dos equipamentos de ponta – “responsáveis pelas pesquisas que rendem bilhões de reais ao governo”.
Socorro do MEC – Medronho antecipou que para mostrar que não há má-fé por parte da UFRJ, estava sendo providenciado o pagamento urgente de uma das parcelas devidas à Light, de cerca de R$ 4 milhões. “Pegamos um pouquinho de cada lugar para juntar essa quantia”, disse. Mas, a expectativa era receber ainda nesta quarta-feira, um socorro do MEC de R$ 1,5. “Ato arbitrário e ilegal”
Com a ajuda de um gerador portátil de pouca potência, o reitor reuniu servidores, estudantes e a imprensa no hall de entrada do prédio da Reitoria para “apresentar a situação orçamentária que é dramática. A água da Reitoria acabou de ser cortada”, iniciou Roberto Medronho.
“Esse prédio, por onde passaram Cândido Portinari, Oscar Niemeyer, Oswaldo Cruz, Carlos Chagas, Clarice Linspector, Ana Maria Machado, aria da Concenição Tavares, Carlos Lessa, entre outras figuras de destaque, e são feitas altas pesquisas não pode ficar na escuridão. Foi um ato arbitrário e ilegal. Já entramos com agravo regimental. A antecipação de tutela caiu e eles cortaram, explicou Medronho. “A situação vai de encontro a ciência e tecnologia e exige que todo o corpo social da UFRJ esteja unido na indignação”, afirmou o reitor. Corte interrompido
Roberto Medronho informou que a energia elétrica do Palácio do Museu Nacional foi restabelecida. “Tiveram juízo e religaram”. Entre os vários acervos preciosos, o museu guarda o Manto Tupinambá, que tem que ser mantido sob condições especiais de preservação – “pertenceu a um ancestral de quase 400 anos”. No Horto Botânico localizado no pavimento subterrâneo ao lado do museu, está guardada uma coleção inédita de invertebrados.
“Onde cem mil pessoas circulam diariamente não pode ficar desprovida. Que chamem a força policial para nos prender, mas aqui não vão fechar”, garantiu o reitor, que conta para resistir e lutar pela sobrevivência da universidade com o apoio das entidades sindicais e estudantis, e toda a comunidade universitária. Sintufrj e Fasubra na defesa da UFRJ
O coordenador-geral do Sintufrj, Esteban Crescente, afirmou na coletiva: “Se o Teto de Gastos permanecer, se não houver uma recomposição orçamentária robusta para a UFRJ, com luta e com garra vamos levar esse movimento de defesa da universidade para as ruas”. O dirigente lembrou que na negociação da campanha salarial com o governo foi incluída na pauta recursos extras para a instituição, e essa ajuda, embora pouca, foi conquistada pelos trabalhadores técnicos-administrativos em educação.
Francisco de Assis, coordenador da Fasubra, complementou: “Essa universidade é maior que as nossas diferenças políticas com a Reitoria e entre nós. Arthur Lira (presidente da Câmara dos Deputados) é o grande orquestrador dos cortes. A luta é unificar todos os trabalhadores, incluindo terceirizados e estudantes, e a sociedade para um grande ato em defesa da UFRJ e contra esses cortes do arcabouço fiscal”.
O dirigente do DCE Mário Prata, Enderson Ramon, propôs a realização imediata de uma plenária estudantil para saber o que fazer daqui para frente. “Precisamos de respostas: quando vai chegar a luz no prédio e quando vai chegar a verba”.
“A UFRJ precisa ser referência para o mundo em ciência e tecnologia. A reconstrução orçamentária das Ifes tem que estar no centro da luta. A recomposição orçamentária tem que ser urgente. A UFRJ é muito grande e importante para a soberania nacional”, destacou Paula Coutinho, diretora da UNE,
O Supremo Tribunal Federal (STF) foi evacuado após terem sido ouvidas explosões, por volta das 19h30, na Praça dos Três Poderes. Uma pessoa morreu, segundo o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal.
Em nota, o STF disse que foram “ouvidos dois fortes estrondos ao final da sessão e os ministros foram retirados do prédio com segurança”. “Os servidores e colaboradores também foram retirados por medida de cautela”, acrescenta. O público que participava da sessão que analisava ação sobre letalidade policial em favelas foi retirado às pressas. As explosões foram ouvidas após o encerramento da sessão.
Policiais militares e bombeiros foram acionados e estão no local.
Esplanada dos Ministérios fechada
O acesso a Esplanada dos Ministérios foi fechado após as explosões.
A Polícia Civil do Distrito Federal informou que já deu início “às primeiras providências investigativas e a perícia foi acionada ao local”.
Palácio do Planalto
A segurança foi reforçada no Palácio do Planalto, que fica no lado oposto ao STF, na Praça dos Três Poderes.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não estava no Planalto no momento das explosões. Ele deixou o local por volta das 17h30 em direção ao Palácio da Alvorada.
“A exposição Arquivo Central foi desenvolvida pensando em marcar os 60 anos da Ditadura no Brasil, um dos períodos mais tenebrosos da história do nosso país”, diz diretor do SIARQ, Cláudio Roberto Leite
FOTOS: RENAN SILVA
Na batida dos eventos na UFRJ para marcar os 60 anos do golpe militar, o Arquivo Central promove a exposição “O Arquivo Central nos anos de chumbo: recortes documentais da UFRJ durante a ditadura civil-militar (1964-1985)”. A inauguração da exposição foi nesta quarta-feira, 13 de novembro, no hall do Edifício Jorge Machado Moreira (no prédio histórico da Reitoria da universidade), e permanecerá até 21 de novembro.
“A exposição Arquivo Central foi desenvolvida pensando em marcar os 60 anos da Ditadura no Brasil, um dos períodos mais tenebrosos da história do nosso país. É lembrar os 60 anos de 1964 para nunca mais acontecer. Embora os militares tenham desempenhado um papel central, o golpe contou com apoio de setores da sociedade civil, como políticos, empresários, membros da elite econômica e parte da mídia”, declara o diretor da Divisão de arquivos permanentes do Arquivo Central – SIARQ/UFRJ, Cláudio Roberto Leite.
Ele informa que a exposição reúne um conjunto de documentos da UFRJ relativos ao período, tais como processos administrativos abertos contra servidores, o documento que extinguiu a Faculdade de Economia, atas do Conselho Universitário registrando a expulsão de estudantes, etc. “Aqui na UFRJ tivemos a repressão atuando”, comenta Cláudio. Ele acrescenta que até faixas dos estudantes de 1963 fazem parte do acervo da exposição.
A imagem do card que ilustra a exposição que tem a frase “ESTUDANTES + POVO garantia das LIBERDADES DEMOCRÁTICAS” é uma dessas faixas de 1963. “É lembrar para não esquecer e para que não se repita”, frisa Cláudio.
O diretor da SIARQ destaca também que a exposição homenageia as 25 pessoas entre alunos e professores da UFRJ, mortos ou desaparecidos, que não retornaram para suas casas e famílias. “Essa exposição também será uma forma de homenagear esses alunos, professores e técnicos-administrativos que lutaram pelo retorno da democracia em nosso país”, afirma.
Amanhã, dia 14/11, às 10h, nos reunimos no prédio da Inova Parque Tecnológico para o ato NÃO APAGUE A UFRJ em defesa da recomposição orçamentária da nossa universidade! Vamos juntos mostrar a importância da UFRJ e lutar por seu futuro. Participe e fortaleça essa mobilização! ✊
Numa ação com características de orquestração, a Águas do Rio, a empresa privada responsável pelo abastecimento da cidade, acaba de cortar o fornecimento de água do prédio da Prefeitura Universitária, do restaurante universitário e do alojamento estudantil. Na prefeitura, os funcionários da empresa estão acompanhados de força policial.
O prefeito Marcos Maldonado chegou a argumentar com os funcionários da empresa sobre as consequências da interrupção do abastecimento no restaurante e no alojamento. Não foi ouvido.
Cerca de 500 estudantes moram no alojamento. O restaurante universitário, conhecido como bandejão, serve cerca de 9 mil refeições por dia. Tanto o alojamento quanto o bandejão atendem especialmente boa parte do grupo estudantil que chegOU à universidade por ações afirmativas.
A crise orçamentária da maior universidade federal do país ingressou numa fase aguda (FOTO: RENAN SILVA)
A Proposta de Emenda à Constituição que prevê o fim da escala 6×1 atingiu o quórum de assinaturas necessário para começar a tramitar na Câmara dos Deputados. O projeto é de autoria da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), que formalizou uma iniciativa do Movimento Vida Além do Trabalho (VAT), do vereador eleito no Rio Rick Azevedo (PSOL).
De acordo com o jornalista Juliano Galisi do jornal Estadão, o texto conta com 194 assinaturas no sistema interno da Câmara no início da manhã desta quarta-feira, 13. Para que a PEC fosse protocolada, eram necessários ao menos 171 signatários.
Uma vez protocolada, a PEC começará a ser discutida na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara. No colegiado, haverá a designação de um relator para o texto, que poderá modificar o projeto por meio de um substitutivo, além de acatar sugestões de outros deputados federais. Aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça, a proposta seguirá para a apreciação de uma comissão especial. Somente após esse trâmite, o texto ficará apto a ser pautado no plenário.
A inclusão do texto na ordem do dia de votações, no entanto, não é imediata e, na prática, depende de um acordo entre o colégio de líderes da Casa, formado por líderes das siglas e de blocos parlamentares, como o bloco governista e da oposição. É por isso que, desde já, a deputada federal Erika Hilton sinaliza que vai discutir a medida com líderes parlamentares, como o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).
Cerca de 1.300 pessoas, entre trabalhadores da educação de dezenas de países, estudantes e ativistas sociais, estão reunidas na Universidade do Estado do Rio (Uerj) para o III Congresso Mundial contra o Neoliberalismo na Educação.
A abertura foi no dia 11 ao som da Internacional Socialista no Teatro Odylo Costa Filho. No evento, que tem 40 delegações de vários países, e vai até o próximo domingo, 17, estará em debate a resistência aos projetos de mercantilização da educação em âmbito internacional.
As entidades organizadoras do congresso Andes, Fasubra, Sinasefe, Sepe/RJ, Asduerj, Apeoesp, e Outras Vozes da Educação, que organiza internacionalmente a atividade, têm o objetivo comum de definir estratégias e traçar luta conjunta para barrar as ameaças à educação pública que vem sendo bombardeada pelas políticas neoliberais e pelo capitalismo selvagem.
O representante da entidade Outras Vozes na Educação, Luis Bonilla, afirmou que essa terceira edição é um reforço singular na América Latina e no mundo para se pensar a qualidade da educação nessa conjuntura difícil.
O Congresso segue com debates, painéis, oficinas, exposição e apresentações culturais. E está dividido em eixos temáticos abordando os ataques do capital à educação, a mercantilização do ensino e a luta em defesa da educação como parte dos direitos humanos.
Fasubra
O coordenador de Comunicação da Fasubra. Francisco de Assis, que participou da mesa de abertura falou que o congresso é um ato de resistência de seus participantes.
“Já somos resistência porque estar num evento como esse de caráter mundial, com companheiros de outros países, já demonstra o interesse de continuar essa luta e resistindo a extrema direita aqui no Brasil particularmente. Nós trabalhadores da educação precisamos além da resistência precisamos fortalecer as nossas estratégias para combater não só o neoliberalismo mais também todas as suas formas e vertentes. Não estamos convencendo a sociedade e esse ato de resistência é vigoroso para avaliarmos e construir e fortalecer essa luta.
O ato de resistência de cada um que está aqui tem que ecoar nas nossas bases, nas nossas salas de aula, no nosso círculo de trabalho, na associação dos moradores. Tem que ser um movimento e uma onda que possa realmente trazer a população para o sonho e a esperança de que o socialismo é possível. Esse é o nosso desafio e falo isso em nome da Fasubra que é uma entidade que sempre fez luta para defender a educação pública, gratuita e de qualidade”, completou o dirigente.
“Nesse momento nós estamos completando 40 anos de uma mobilização forte que nós fizemos no país, em que a gente resgata a memória para valorizar as ações que foram feitas. Falo isso da UFRJ, sou trabalhador técnico-administrativo da UFRJ. E uma das bandeiras de luta que inclusive é parte do nosso movimento é fortalecer a nossa luta pela valorização do papel técnico-administrativo. Quando lutamos por autonomia universitária há 40 anos lembramos do único reitor que tivemos na história desse Brasil, um reitor comunista que trabalhava com a população e que participava das nossas assembleias. Lembramos isso para resgatar a memória de que é possível construir sim e ter nossos camaradas que possam assumir a universidade comum viés democrático, com um viés de que a participação dos trabalhadores e dos estudantes na ocupação do espaço de poder nas universidades são fundamentais e importante para nossa luta de resistência. É ocupar os lugares de fala e ocupar os espaços de poder para que a gente possa conduzir as universidades com autonomia e com democracia”, finalizou Francisco de Assis.
A coordenadora do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica (Sinasefe), Laryssa Braga, reafirmou que o congresso é um ato de resistência e defendeu a união contra o avanço da extrema-direita no mundo. “Teremos tempos ainda mais difíceis. Especialmente para a educação no Brasil, com nosso orçamento cortado para servir o capital e a lógica neoliberal”, alertou.
Professores e estudantes
“Nós do Andes temos a convicção de colocar o nosso sindicato a serviço dessa luta com técnicos, estudantes e todos aqueles que seguem no caminho da resistência”, afirmou a 1ª Tesoureira do Andes, Jennifer Webb.
A presidente da Asduerj, Amanda Moreira, falou da necessidade de organização de trabalhadores e estudantes. Na Uerj, a comunidade tem resistido aos projetos de privatização da instituição.
“Somos uma universidade popular. Temos um perfil composto por filhos da classe trabalhadora. Precisamos e fato nos organizar enquanto trabalhadores e estudantes para enfrentar essa lógica neoliberal perversa. Construir essa contra hegemonia é uma tarefa que está posta para todos que estamos aqui.”
Do campo estudantil, há mais de 600 estudantes participando do congresso, a presidente da Une, Thais Raquel, frisou: temos de apostar na luta organizada para barrar o avanço do projeto neoliberal para a educação.