Texto e arte: Fasubra 

A Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (FASUBRA Sindical) estará presente na reunião do Grupo de Trabalho (GT) do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação (PCCTAE), que será realizada no Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) no dia 23 de janeiro, às 10h.
O encontro faz parte do processo de negociação entre o governo e as entidades representativas dos servidores técnico-administrativos das universidades e institutos federais. O objetivo principal é debater propostas para aprimoramento da carreira, incluindo reajustes salariais, valorização profissional e melhorias nas condições de trabalho da categoria.
A FASUBRA Sindical tem se destacado na defesa dos direitos dos trabalhadores técnico-administrativos em educação buscando avanços que garantam uma estrutura de carreira mais justa e condizente com a importância desses profissionais para o ensino superior público no Brasil. A reunião no MGI é mais uma etapa dessa luta, e a expectativa é que sejam discutidas medidas concretas para atender às reivindicações da categoria.
A participação da FASUBRA Sindical nessa reunião reforça o compromisso da entidade com os interesses dos técnicos-administrativos em educação e fortalece a mobilização da categoria em prol de melhores condições de trabalho e valorização salarial.

INTEGRANTES DA CNSC/FASUBRA realizam reunião preparatória para mesa de negociação com o MGI

 

Integrante da CNCS levanta questionamentos, entre os quais, o relacionado a transição da aceleração da Progressão por Capacitação

Ao comentar a Medida Provisória resultante do acordo de greve, Tônia Duarte, membro da Comissão Nacional de Supervisão da Carreira (CNSC), aponta que há vários pontos que foram alterados diante do que os representantes da Fasubra propuseram na minuta preparada pela comissão. Além disso, há muitas dúvidas em relação a, especialmente, a transição da aceleração da Progressão por Capacitação.
“A gente fez reunião também com a assessoria jurídica da Fasubra que também está avaliando. Já saíram vários informes e orientações, e vamos fazer uma reunião dias 15 e 16, quarta e quinta-feira, da CNSC do MEC, para ver se a gente consegue chegar a um consenso de interpretação”, disse ela, relacionando mudanças como a aceleração da Capacitação e quanto aos efeitos financeiros.
Segundo ela, um comunicado recente do MGI para as áreas de pessoal orientou que estas não processarem nenhuma mudança de forma manual, porque vão ser adequados os sistemas para fazer a implementação da medida e é preciso que se chegue a um consenso na CNSC quanto a orientação de como operacionalizá-la.
Tônia explica que o grupo vai trabalhar para que haja uma unificação de entendimento na aplicação. “Temos que ver como o MGI vai trabalhar com isso, mas essa é a nossa tentativa para que não saia cada um fazendo alguma coisa”, disse ela, lembrando que os efeitos financeiros, só depois da aprovação da Lei Orçamentária Anual, mas são retroativos a 1º de janeiro de 2025, tanto os da tabela como como que for de transição, claro que respeitando todos os requisitos que estão colocados para a progressão por mérito, para a aceleração da progressão por capacitação. E o incentivo à qualificação, a seu ver, é praticamente automático, porque aquilo o que era (de correlação do curso) indireto passa a ser pago pelo percentual do direto automaticamente, mas tudo isso após a aprovação da LOA”, disse Tônia, porque serão feitos esses ajustes da repercussão financeira.
Ela lembrou ainda que, dia 23, há reunião do GT do MGI, que tratará das 30 horas, do reposicionamento dos aposentados e da opção das pessoas que ainda estão no PUCRCE, da regulamentação, na questão dos cargos, começar o debate da racionalização no âmbito de um novo GT, o Reconhecimento de Saberes e Competências, entre outros.
Por isso, ela sugere que todos esteja, atentos às orientações da Federação. “Nós estamos trabalhando de forma a unificar a compreensão em todas as universidades e institutos federais, no nível da CNSC-MEC”, disse ela, cogitando a realização de mais um encontro virtual com todas as medidas já mais bem delineadas.

A Coordenação de Políticas de Saúde do Trabalhador (CPST) da UFRJ voltou a ser alvo de queixa de servidor. Astréa Castro, técnica-administrativa da universidade no campus de Macaé, encaminhou relato ao sindicato no qual descreve cena de grave descaso no atendimento para realização de perícia.
Convocada para o procedimento na segunda-feira 14, por uma junta médica, disse que foi atendida pelo único médico presente, um psiquiatra, que não verificou “os inúmeros exames solicitados” e que teria dito que “deixaria o rascunho da minha avaliação num bloco de notas”.

Como informamos aqui, também na segunda-feira 14 um servidor desmaiou na sede da CPST.

Crise na CPST: sem atendimento, paciente desmaia

O relato da servidora

Após uma viagem de quase 200km, cheguei na terça-feira, dia 14 de janeiro 2025, ao decrépito prédio da CPST, a fim de realizar perícia por uma junta médica, para a qual fui convocada com apenas quatro dias de antecedência.
O único médico presente, psiquiatra, explicou que ele só conversaria comigo e deixaria o rascunho da minha avaliação num bloco de notas, para definição de meu processo em data desconhecida e não ocorrendo qualquer exame físico nem vista aos inúmeros exames solicitados. Ao final, ele ainda tentou que eu me afastasse, mas minha reação foi: “Não quero afastamento, e sim solução.”
Também havia solicitado que avaliação ocorresse numa segunda-feira, pois iria para casa de prima num domingo, tornando viagem menos penosa. Nenhum pedido foi atendido e agora, meu sentimento é apenas de revolta e desprestígio após 28 anos de serviço público, a maior parte deles atuando em Direções de Unidades.
Astréa Castro
Campus UFRJ Macaé
ANONIMATO. Prédio da CPST no Fundão não tem qualquer indicação de que lá funciona o órgão responsável pelo atendimento de saúde aos trabalhadores da universidade (FOTO: RENAN SILVA)

Entenda a cronologia dos fatos envolvendo o ataque que matou dois e feriu seis sem-terra no interior paulista

POR BRASIL DE FATO

No breu da noite na área rural de Tremembé, no interior de São Paulo, os olhos só conseguiam enxergar o que a iluminação provocada pelos faróis dos carros alcançava. Às 23h do dia 10 de janeiro, dois grupos se encontraram na cerca de um lote do assentamento Olga Benário, regularizado desde 2005. De um lado, um número ainda impreciso de homens armados, vindos em ao menos cinco automóveis e motos, segundo o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Do outro, 15 assentados.

Quando chegam ao pé da propriedade rural, antes mesmo que os sem-terra pudessem dizer “boa noite”, o primeiro estampido despertou toda a vizinhança. Em seguida, inúmeros disparos que duraram ao menos três minutos.

Dos 15 integrantes do movimento popular que estavam na área, oito foram atingidos. Entre os feridos, alguns usaram o mato alto de dentro da propriedade para se esconder, protegidos pela escuridão. De lá, uma sobrevivente escutou a ordem de um dos membros do grupo armado: “mata tudo, mata todo mundo”.

Quando partiu, o grupo deixou para trás duas vítimas fatais: Valdir do Nascimento de Jesus, o Valdirzão, de 52 anos, e Gleison Barbosa de Carvalho, de 28 anos. Outras seis pessoas foram alvejadas.

Nesta quarta-feira (15), duas seguem internadas no Hospital Regional do Vale do Paraiba em Taubaté (SP). Uma delas, Denis Barbosa de Carvalho, irmão de Gleison, está em estado grave após tomar dois tiros na cabeça.

Valdirzão era o coordenador do assentamento Olga Benário e uma das mais importantes lideranças do MST na região do Vale do Paraíba. Para entender o brutal ataque sofrido pelo movimento é preciso voltar alguns meses em um diálogo específico.

O lote vazio

Corria o mês de novembro de 2024 quando Valdirzão recebeu em seu lote a visita de Ítalo Rodrigues da Silva, filho de Antônio Martins dos Santos Filho, conhecido como “Nero do Piseiro”, figura popular em Tremembé, por ser o dono de um bar no município que tem como principal atração o ritmo musical que carrega no apelido.

Na conversa, Ítalo Rodrigues da Silva teria dito a Valdirzão que “comprou” uma área vaga dentro do assentamento e que passaria a ocupá-la. O terreno é um dos 45 lotes do Olga Benário e tem cinco mil metros quadrados. De acordo com o movimento, a área pode valer até R$ 7 milhões.

O coordenador do MST teria explicado que a área não pode ser comercializada e nem ocupada por terceiros, pois pertence ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), e que o movimento aguardava um parecer do órgão sobre quem deveria ocupar o terreno.

Meses antes, a família de Ítalo Rodrigues da Silva teria “comprado” a área de um homem, que antes já teria pago uma quantia para uma assentada do Olga Benário, que desistiu da posse de seu lote.

O artigo 189 da Constituição Federal estabelece que os lotes em assentamentos da Reforma Agrária não podem ser negociados pelo prazo de 10 anos, mesmo que o beneficiário já tenha recebido título de posse da área. A venda de forma irregular pode ser considerada crime de estelionato e infração administrativa.

Meses depois, já no dia 9 de janeiro deste ano, a coordenação do assentamento foi alertada por alguns assentados que havia uma movimentação inesperada dentro do lote que estava vago. Valdirzão, então, convocou um grupo de integrantes do MST para ir ao terreno.

O furto

Ao chegar no lote, o grupo teria notado que a bomba e o encanamento do poço artesiano que abastece o assentamento e irriga as lavouras foram furtados. O terreno fica na área mais alta do Olga Benário e, por isso, ali foi construído uma estrutura para a distribuição de água para os demais assentados.

Além do furto, os sem-terra notam que a casa que ficava no lote estava sendo reformada. Novas janelas já tinham sido instaladas e havia entulho de obra espalhado pelo terreno.

O grupo de assentados, formado por 15 pessoas, entre elas crianças e mulheres, decidiu esperar o invasor para cobrar explicações. No dia seguinte, passava das 16h quando Ítalo Rodrigues da Silva surgiu em uma caminhonete e subiu o barranco que separa a cerca da propriedade da casa onde estavam os sem-terra.

Quando se encontram, segundo os sem-terra, a conversa foi tensa. Mais uma vez Valdirzão avisou Ítalo Rodrigues da Silva sobre o lote não poder, por lei, ser ocupado sem a indicação e supervisão do Incra e o questionou sobre o furto da bomba que deixou o assentamento sem água. Irritado, o invasor partiu, mas prometeu retornar.

Diante da ameaça, os sem-terra mantiveram vigília no local. Horas depois, por volta das 23h, ocorreu o ataque. Os sobreviventes relatam aos policiais que entre os homens armados estavam Ítalo Rodrigues da Silva e seu pai, Antônio Martins dos Santos Filho, o “Nero do Piseiro”.

A fuga do invasor

No dia seguinte ao ataque, 11 de janeiro, Nero do Piseiro foi preso. Ele estava no bairro Santa Tereza, em Taubaté (SP), cidade vizinha a Tremembé, e foi detido em flagrante. Na audiência de custódia, a Justiça converteu sua prisão em preventiva e determinou que ele seja mantido encarcerado por 30 dias.

De acordo com a investigação, Nero do Piseiro seria o líder do ataque. Em depoimento ele confirmou que estava no lote no momento do ataque, mas disse que não estava armado e, portanto, não disparou contra os assentados. Seu filho, Ítalo Rodrigues da Silva, também teve a prisão determinada, mas está foragido.

“A motivação foi um problema interno de pessoas do assentamento, sem nenhuma conotação com invasão ou proteção de terra. Foi uma cobrança de posição em relação à permissão de negociar o terreno ou não. A gente não conseguiu, até agora, entender se ele (Nero), era o adquirente ou se ele era o intermediário. Seja como for, ele estava lá para modificar o pensamento dos demais”, afirmou o delegado Marcos Ricardo Parra, em entrevista coletiva em Tremembé.

De quem é a responsabilidade?

Lideranças do MST acusam o Incra de agir com morosidade para solucionar o impasse do lote vazio. O movimento esperava uma decisão do órgão, que por obrigação legal deveria abrir um edital para escolher o próximo assentado do terreno.

Sabrina Diniz, superintendente do Incra em São Paulo, estava no assentamento e falou com o Brasil de Fato. “2023 foi um ano em que a gente focou muito nas supervisões ocupacionais no estado inteiro, porque os assentamentos federais aqui no estado de São Paulo, assim como os quilombos, enfim, ficaram completamente abandonados pelo Incra a partir do golpe da Dilma até o fim do governo de (Jair) Bolsonaro”, ressaltou.

“Então, o Incra não estava presente nesses assentamentos, o que permitiu que houvesse diversas invasões, não só de lotes, mas principalmente de áreas coletivas, de reserva, de áreas coletivas por por grupos, muitas vezes ligados a vereadores bolsonaristas, com policiais envolvidos, uma característica bastante miliciana”, disse a superintendente do Incra.

Integrantes do MST afirmam que um vereador de Tremembé, Vagner Lima (MDB), teria dito a grupos de empresários e grileiros de terra que as áreas do movimento “podem ser invadidas” e que “não acontecerá nada”.

Ao Brasil de Fato, o vereador afirmou que “não é parte envolvida” e que não faz parte “de nada em relação ao Olga Benário e nenhum outro assentamento”.

No dia 23, há nova reunião GT PCCTAE no MGI para tratar dos demais pontos do termo de acordo.

A Fasubra e a CNSC avaliaram a MP 1.286/2024, publicada dia 31, que trata  de todas carreiras que tiveram acordos com o governo em 2024, e o resultado no que toca a Lei 11.091/2005, a lei da Carreira TAE, está no informe da direção de 10 de janeiro que pode ser consultado em (https://fasubra.org.br/wp-content/uploads/2025/01/ID-N%C2%B0-01-DE-JANEIRO.pdf.

A Fasubra realizou uma live no dia 8, cuja apresentação pode ser consultada no link https://fasubra.org.br/wp-content/uploads/2025/01/Live-FASUBRA-MP-1286-JAneiro-3.pdf

Destacamos alguns trechos para explicar o que muda com a MP que está em vigor desde 1º de janeiro mas cujos efeitos financeiros ainda dependem da aprovação da Lei Orçamentária Anual, necessária para execução dos compromissos do governo, hoje usada como barganha na queda de braço promovida por setores majoritários do Congresso na negociação com o governo sobre as emendas parlamentares, na busca do atendimento de interesses pouco republicanos, da emendas sem transparência que acabam sequestrando do governo a gestão das vergas para interesses públicos. Por isso, a Fasubra aponta a necessidade de uma campanha forte com pressão aos parlamentares, pela aprovação da LOA, o que deveria ocorrer ao fim do recesso, 2 de fevereiro.

A MP  altera a Lei 11.091 nos Artigos 131 a 133 (na página 11) e nos anexos que tratam diretamente das alterações no PCCTAE (nas páginas 382 a 479), entre outras mudanças.

Trata, no Art. 131 e anexos, da nova estrutura, transformação de cargos para criação dos dois novos cargos amplos e valores da remuneração, do ingresso no padrão inicial do cargo, requisitos e ainda regras de transição para o desenvolvimento.

Apesar disso, avalia a Fasubra, não reflete o que foi construído na CNSC, a partir do Termo de Acordo 11/2024. Os cargos criados não contemplam o de Auxiliar de Ensino, e as atribuições estão resumidas ; excluem a CNSC de qualquer função na regulamentação; não está incluída a equivalência do IQ com a RSC; não há aumento para quem ficou no PUCRCE.

E os médicos que são do PCCTAE acabaram com reajustes diferentes, em tabelas de outra lei. Por isso, conforme deliberação do GT Carreira do Sintufrj, a Fasubra deve fazer pressão no governo para que este segmento esteja incluído nos reajustes do PCCTAE.

Os encaminhamentos para as entidades de base são os seguintes:

– sobre a progressão por mérito e Incentivo à Qualificação (IQ) – as entidades devem procurar as pró-reitorias de gestão e pessoas e cobrar portarias de progressão e correção dos IQ (agora todos os cursos da educação formal são considerados como de correlação direta).

– sobre a Aceleração por Progressão por Capacitação – que todo servidor abra processo de progressão, anexando todos os certificados de capacitação que possua.

– Campanha pela LOA – as entidades de base devem procurar as bancadas federais dos seus estados para pressionar pela aprovação imediata da LOA no retorno do recesso do Congresso.

Veja a seguir as tabelas a partir de janeiro de 2025 e abril de 2026

Em janeiro, há 9% de aumento, nova correlação entre os níveis de classificação em relação ao nível e, e aumento do step para 4%. Em 2026, há mais 5% de reajuste e o step passa para 4,1%.

Para se localizar, o servidor deve verificar, em seu contracheque , a classe e o padrão atual, de acordo com o nível de capacitação. Localizado na primeira coluna da tabela, deve prosseguir na mesma linha na horizontal para localizar o novo padrão (reestruturado) e, ao lado, o  novo salário.

Exemplo: o servidor do Nível de Classificação D, até então no padrão 3 e no nível II de Capacitação (com salário de R$2.991,58) tem novo padrão 4, com salário de R$ R$3.408,22. Em 2006 vai ganhar(se não tiver nenhum incentivo a qualificação), R$ 3.588,97.

E com o novo IQ

Nas colunas seguintes, estão os salários para quem tem incentivo à qualificação (direta ou indireta, agora é o mesmo).

Por exemplo, se este mesmo colega tiver ensino superior, o IQ é de 25% e ele passa a ganhar R$ 4.260, 26.

 

 

Qual a diferença entre o salário de 2023 para 2025 e 2026

As tabelas, inclusive com a evolução da remuneração desde 2023 (para o pessoal ter a dimensão do quanto representou no bolsa o acordo da greve)  podem ser consultadas no link https://fasubra.org.br/geral/nova-tabela-remuneratoria-do-pcctae/

 

 

 

 

Dirigentes do Sintufrj e da Fasubra comunicaram o apoio das duas entidades à cobrança ao Ministério da Gestão e Inovação dos Serviços Públicos (MGI) da correção da Medida Provisória (MP) nº 1286 para que os médicos sejam incluídos nas conquistas do Plano de Carreiras dos Cargos Técnico-Administrativos (PCCTAE) do qual esses profissionais fazem parte.
Na manhã desta quarta-feira (15) uma comissão de médicos da UFRJ se reuniu com coordenadores do Sintufrj e da Fasubra na sede do sindicato.
O encontro definiu três encaminhamentos: 1) nota de apoio às reivindicações dos médicos; 2) procurar a bancada do Rio de Janeiro de deputados federais (Lindbergh Farias, Jandira Feghali e Reimont) que participaram nas mediações com o governo que resultaram no acordo de greve; 3) mobilizar os médicos na pressão para que deputados votem a Lei Orçamentária Anual (LOA), como orienta a Fasubra – ação parlamentar necessária para que a MP que muda salários e carreira passe a valer.

O que aconteceu
Tal como foi publicada na terça-feira, 31 de dezembro, a Medida Provisória prevê, de forma equivocada, reajuste nas tabelas salariais para médicos e médicos veterinários de 4,5%. O Sintufrj e a Fasubra sustentam que, como integrantes do PCCTAE, têm direitos a percentuais e steps equivalentes ao conjunto da categoria.

MÉDICOS SE REÚNEM na sede do Sintufrj com dirigentes do sindicato e coordenador da Fasubra, Francisco de Assis (camisa azul, no centro da mesa)

A convocação da Fasubra para que os servidores abram uma frente de pressão sobre parlamentares como forma de assegurar o cumprimento do acordo com o governo – que depende da votação da lei orçamentária pelo congresso – é certeira. É que a ofensiva insaciável da linha fisiológica no Congresso pode retardar as alterações nas tabelas salariais acertadas entre representantes de servidores do executivo federal e o governo.
De acordo com artigo da revista Carta Capital, o senador Angelo Coronel (PSD-BA), relator da Projeto de Lei Orçamentária (PLOA-2015) foi escalado para fazer o trabalho sujo: o senador, que esquafedeu-se de Brasília mesmo antes do recesso, quer transformar a aprovação da PLOA em instrumento de pressão para obter do governo negociação favorável acerca das emendas parlamentares.
A revista informa na matéria pública na segunda-feira (13) que o senador pedirá reunião com os três poderes para discutir as tais emendas (que tem sequestrado do Executivo parte importante do orçamento). Sem a votação do orçamento, o uso de verbas públicas fica congelado e o funcionamento da máquina federal que depende do orçamento não tem como funcionar.
Portanto, a pressão dos servidores – protagonista de uma greve vitoriosa – é essencial neste momento

As inscrições para o VIII Curso de Capacitação para Formação e Atuação nas Comissões de Heteroidentificação da UFRJ vão até o dia 15 de janeiro. A Comissão de Heteroidentificação, composta por integrantes do corpo discente, docente e técnico-administrativo, é um grupo que analisa a autodeclaração racial de candidatos em processos seletivos. O objetivo é garantir que as vagas reservadas sejam ocupadas por quem se enquadra na política de inclusão.

Devido às fraudes no sistema de cotas raciais, muitas universidades iniciaram a implantação de comissões de heteroidentificação em seus processos seletivos. Na UFRJ, desde 2020, os candidatos que se autodeclararam negros (pretos ou pardos) ou indígenas no ato da inscrição têm a sua autodeclaração verificada por membros da Comissão de Heteroidentificação da UFRJ. Assim, para capacitar a comunidade universitária para formar as comissões é realizado todo ano o curso de capacitação.

O procedimento de heteroidentificação dos cotistas consiste em uma entrevista simples, na qual o candidato apresenta as razões que o levaram a se declarar como pessoa preta, parda ou índia. A comissão utiliza exclusivamente o critério fenotípico para aferição da condição declarada. O processo é filmado e a pessoa pode solicitar, em caráter de recurso, novo procedimento de heteroidentificação.

Este VIII curso, que tem como parceiros a Câmara de Políticas Raciais da UFRJ, o projeto de Extensão Nea Onnim, NEABI e Sintufrj, é em formato híbrido e vai de 16 de janeiro a 6 de fevereiro. A carga horária é de 60h. Além de estudantes, técnico-administrativos e professores da UFRJ o curso é aberto para a comunidade externa.

QUADROS EM FORMAÇÃO de heteroidentificadores (foto: Renan Silva)

Histórico

A heteroidentificação é definida como procedimento de identificação por terceiros da condição autodeclarada, ou seja, complementar à autodeclaração apresentada pelos candidatos. Este procedimento visa a garantia de direitos, em um primeiro momento, atendendo aos concursos públicos previstos na Lei Federal n.º 12.990, de 9 de junho de 2014, agregando-se mais tarde a Lei Federal n.º 12.711, de 29 de agosto de 2012, que atende ao acesso à Graduação, e a Portaria Normativa do MEC n.º 13, de 11 de maio de 2016, voltada para a pós-graduação. Ademais, a Instrução Normativa n.º 23, de 25 de julho de 2023.

Na prática, a heteroidentificação é um procedimento necessário para que as políticas de ações afirmativas sejam destinadas aos sujeitos de direitos e, neste caso, especificamente, a reserva de vagas. A Reitoria da UFRJ, em 2019, se movimentou na direção da efetivação das políticas de ação afirmativa, quando nos Editais n.º 293/2016 e n.º 455/2017, implementou a Lei Federal n.º 12.990/2014 que dispõe sobre a reserva de 20% de vagas para negros (pretos e pardos) nos concursos públicos para provimento de cargos efetivos e empregos públicos no âmbito da administração pública federal, das autarquias, das fundações públicas, das empresas públicas e das sociedades de economia mista controladas pela União.

Posteriormente, em 2020, após pressões dos Coletivos Negros Universitários e do Ministério Público Federal, a Reitoria ratificou seu compromisso de gestão, por intermédio da Pró-Reitoria de Graduação, aprovando o Edital de Acesso no Conselho de Ensino de Graduação (CEG), que versa acerca do procedimento de heteroidentificação no acesso à graduação.

A organização dos movimentos antirracistas da UFRJ, resultou na aprovação, em 2023, da Superintendência Geral de Ações Afirmativas, Diversidade e Acessibilidade (SGAADA), estrutura essa que atende às políticas inclusivas, compreendendo as imensas distorções históricas e a necessidade de políticas públicas que produzam igualdade de oportunidades.

Já a Resolução CEPG/UFRJ n.º118, de 30 de setembro de 2022, que dispõe sobre a política de ações afirmativas nos cursos de Pós-Graduação Stricto sensu da UFRJ e a Instrução Normativa nº 41, de 30 de setembro de 2022 elucida a implementação das ações afirmativas obrigatórias para todos os processos seletivos de Pós-Graduação Stricto Sensu da UFRJ, tendo como base a Instrução Normativa nº 23 de 25 de julho de 2023.

 

Reajuste retroativo a janeiro depende da Lei Orçamentária Anual (LOA). Além de apontar a intensificação da pressão pela aprovação, GT vai cobrar da Fasubra que questione o governo porque médicos tiveram um percentual diferente de reajuste.
Uma reunião concorrida, presencial e on line, e de trabalho intenso durante toda manhã (e início da tarde) desta segunda-feira, doa 13, marcou o primeiro encontro, em 2025, do Grupo de Trabalho sobre a Carreira (GT Carreira) do Sintufrj. O grupo aprovou uma série de encaminhamos que apontam que o trabalho segue e todo vapor.
Em breve, uma publicação especial (uma revista da Carreira) apresentará à categoria a produção do GT, que vem se reunindo desde a assinatura do acordo de greve, no fim de junho. E, principalmente, seus reflexos na conquista da greve. Vai conter também o conteúdo da Medida Provisória 1246/24 que implantou as novidades conquistadas pela greve na Carreira, tabelas e passo a passo de como se localizar e o que fazer diante das mudanças na Carreira.
As subcomissões do GT – Desenvolvimento, Racionalização, Reconhecimento de Saberes e Competências e Reposicionamento de aposentados – definiram representantes que ficarão encarregados de atualizar o material elaborado pelo GT e levado aos fóruns nacionais – cujo relatório ficará registrado nos bancos de informações do GT no site do SINTUFRJ- disponíveis e produzir uma síntese para a publicação.
Na próxima reunião, dia 27, o documento será fechado para publicação.
Além de debater o novo enquadramento, como se localizar nas tabelas, os reflexos da Medida Provisória e demandas futuras (que serão detalhadas na revista da Carreira), o GT deliberou cobrar da Federação porque os médicos ficaram com percentual diferente dos demais técnicos-administrativos em Educação, pois fazem parte do PCCTAE. Fotos: Renan Silva