A Decania do Centro de Tecnologia (CT) realizou reunião extraordinária de seu Conselho de Centro nesta segunda-feira, 13, para debater a proposta de adesão a Ebserh. O representante do grupo de trabalho criado pela Reitoria para negociar o contrato, Amâncio Paulino de Carvalho, mais uma vez não esclareceu, de forma satisfatória, as dúvidas dos participantes, tanto que o decano do CT, Walter Suemitzu, que externou também suas dúvidas, irá convocar nova reunião sobre o tema.

Como em outras apresentações, mais uma vez Amâncio repetiu a  defesa da adesão da UFRJ à Ebserh, destacando um suposto aumento do número de leitos e verbas, mas o teor do contrato,  cobrado pelo Sintufrj, estudantes e o movimento Fora Ebserh, não apresentou.

Diante da insistência da cobrança, informou que apresentará a minuta do documento em dois dias. Direção do Sintufrj, técnico-administrativos e diretores do Instituto de Química e do Nides presentes à reunião externaram suas críticas, preocupações e opiniões.

Redução de leitos

As coordenadoras-gerais do Sintufrj, Marta Batista e Laura Gomes, tiveram a oportunidade de expor a posição do sindicato.

“Estou lendo o relatório feito pela comissão (que avaliou a Ebserh) com cuidado”, relatou Laura Gomes. “Nele destaquei  reclamações de falhas graves em processos assistenciais. Problemas de infraestrutura, cancelamentos de cirurgias, dificuldade de agendamento de exames e aumento dos casos de assédio”, relacionou a dirigente. “Sem tem tanto problema o que a Ebserh vai trazer de bom? Se diminui a assistência, se diminui o número de exames, se aumenta os casos de assédio. Inclusive no relatório está informado que um 1/3 dos hospitais reduziu o número de leitos. E os que ampliaram a capacidade de leitos, sete são de menor porte. Apenas um, que é de grande porte, teve aumento de leito. Então o que está escrito é que diminui o número de leitos. Não aumentou. Temos de aprofundar esse debate para ver o melhor para a universidade”, sustentou Laura Gomes.

Marta Batista foi incisiva. “Somos contrários a adesão a Ebserh por várias razões. Temos compreendido por  meio de relatórios e debates que a Ebserh não resolve o problema do nosso Complexo Hospitalar e do custeio do hospital. Há a venda de ilusões pelos corredores de uma falsa ideia de que sobraria mais dinheiro para a universidade, mas percebemos que não, observou a dirigente do sindicato.

Ela acrescentou: “Existe um contrato que não tivemos acesso e não há nenhuma garantia de que uma suposta sobra de verbas permaneça com a universidade podendo ser contingenciada pelo governo mais uma vez. Não resolve o problema de pessoal e agrava a relação de trabalho com dois regimes diferentes num mesmo hospital”, disse. Não resolve o problema de financiamento dos hospitais universitários e do nosso e do HUCFF. E o que acontece com o restante das unidades como Hesfa, IDT e Neurologia? Nada está claro. Precisamos aprofundar esse debate”, disse Marta Batista.

Contrato padrão

O coordenador da Fasubra, Francisco de Assis, informou que a Federação está realizando um levantamento da situação dos hospitais universitários que aderiram à Ebserh e verificou muitos problemas.

“Há problemas com os contratos. Informações que não foram cumpridos pela Ebserh. Além de descumprimento de contrato pela Ebserh há informações sobre perda de autonomia, como mudança dos diretores dos hospitais. Há problemas de falhas nos contratos dos hospitais universitários do país inteiro com a Ebserh”, afirmou o coordenador da federação.

O superintendente do CT, Agnaldo Fernandes, esclareceu sobre a natureza do contrato da Ebserh e revelou algumas de suas consequências.

“Quando mais a gente debater é melhor para as coisas ficarem mais explícitas. Muitas coisas não ficam explícitas. Foi importante Amâncio colocar aqui a proposta. Ela existe, está na página da Ebserh, e é absolutamente igual a todos os outros contratos. Não haverá proposta aqui de contrato diferente para a UFRJ. E não há indícios de que haverá diferenciação, mas não se fala sobre isso. Um primeiro aspecto que temos de chamar a atenção, o hospital deixa de ser da UFRJ juridicamente. Haverá alteração estatutária e ele deixa de ser um hospital de ensino. É a característica principal de nossos hospitais, que os diferencia dos outros, e isso está muito explicito no contrato. Deixa de ser uma unidade acadêmica e passa a ser um hospital de assistência.E no primeiro ano, em 2024, não terá concurso para o ano que vem. É a realidade concreta. Então há uma série de aspectos. E a questão de pessoal está nebuloso”, questionou Agnaldo.

MARTA BATISTA E LAURA GOMES defenderam a posição do Sintufrj diante da mesa mediada pelo decano do CT ladeado de Amâncio Paulino e Leôncio Feitosa
AGNALDO FERNANDES disse que não há contrato diferente para hospitais da Ebserh
DIRIGENTE DA FASUBRA, Francisco de Assis, disse que investigação da federação aponta para falhas nos hospitais da Ebserh
ESTEBAN CRESCENTE panfletou texto que sistematiza as razões da resistência à empresa na UFRJ

 

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Sintufrj

Gestão 2022-2025

Manifestação de servidores no Centro do Rio fecha com protestos os dois dias de jornada de lutas que envolveu convocação de trabalhadores da UFRJ para paralisação

Os trabalhadores da UFRJ organizados pelo Sintufrj se uniram às demais categorias de servidores em luta e realizaram ato unificado no fim da tarde desta terça-feira, 8 de novembro, no Buraco do Lume (Centro do Rio). A manifestação fechou os dois dias de jornada acumulando forças para exercer pressão no governo dentro da campanha salarial.

Os servidores federais querem respostas concretas às reivindicações de recomposição salarial e manifestam desapontamento com a postura do governo nas negociações.

Após falas no Buraco do Lume, onde houve concentração desde as 16h, que foi reforçada por estudantes, os manifestantes seguiram em caminhada até a Cinelândia ocupando meia pista.

Palavras de ordem como “servidor na rua, governo a culpa é sua”, e alertas em relação ao parco orçamento destinado à saúde e educação, principalmente às universidades federais, em detrimento ao pagamento de juros da dívida pública, foram o mote da caminhada.

O coordenador-geral do Sintufrj, Esteban Crescente, fez a fala final do ato na Cinelândia, por volta das 18h, conclamando à unidade dos trabalhadores públicos!

As manifestações desta quarta-feira foram nacionais. Os servidores se voltam para a nova rodada de negociações na quinta-feira, 16 de novembro.

Ato Unificado dos Servidores Federais no Buraco do Lune.
Rio,08/11/23

 

Um ato em frente ao HUCFF nas proximidades de um dos acessos ao CCS em defesa dos hospitais universitários e de verbas para a universidade abriu na UFRJ o segundo dia da jornada com paralisação nesses  7 e 8 de novembro.
Além da luta por recomposição salarial e aperfeiçoamento da Carreira, aqui a pauta ganha intensidade pela resistência à tentativa de terceirização da saúde com a proposta de adesão à Ebserh. Uma convocação para a sessão DO CONSELHO UNIVERSITÁRIO NA MANHÃ DESTA QUINTA-FEIRA (9) quando será apresentado relatório sobre a questão foi feita.
A jornada para pressionar o governo nas negociações salariais em Brasília aconteceu em todo país e aqui no Rio será encerrada com protesto unificado dos servidores federais no Buraco do Lume (Centro do Rio).
Manifestação por Verbas para UFRJ no bloco A do CCS.
Rio, 08/11/23

Representantes de diferentes categorias pretendem mostrar força para a próxima mesa de negociação com governo, no dia 16

Mateus Coutinho
com informações do Brasil de Fato

Em meio a importantes votações da agenda econômica no Congresso previstas para esta semana, como a reforma tributária, o governo federal enfrenta nesta quarta-feira (8) a mobilização de servidores públicos federais de diferentes categorias por reajuste salarial e melhorias nas condições de trabalho. A mobilização acontece após seis anos de relações tensas e defasagens nos reajustes salariais durante os governos Michel Temer e Jair Bolsonaro.

Com cálculos que apontam uma defasagem de até 53% para algumas categorias desde 2013, entidades de servidores de todo o país estão prevendo para esta quarta paralisações nos estados, além de atos na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. O objetivo é pressionar parlamentares e a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, responsável por conduzir as discussões salariais e de carreira das categorias.

As categorias buscam ainda mostrar força para a próxima rodada de negociações, na reunião da Mesa Nacional de Negociações Permanente, convocada pela pasta de Dweck para o dia 16 de novembro.

Desde o começo do ano, o governo tem mantido mesas de negociações específicas com encontros periódicos para negociar as demandas das categorias do funcionalismo público federal, além da mesa nacional permanente, com representantes de todas as categorias. Em nota, o Ministério da Gestão informou que foram criadas neste ano 10 mesas setoriais, para atender as situações específicas de cada área e reafirmou seu compromisso de diálogo com todas as categorias.

Segundo as lideranças sindicais, porém, até o momento o governo não apresentou uma resposta concreta às demandas que foram apresentadas de reposição inflacionária. Na mesa nacional realizada em julho, os servidores pediram ao governo que seja feita a reposição salarial com base na inflação acumulada dos últimos anos em pagamentos divididos em três parcelas anuais, com a primeira sendo paga em 2024.

Os líderes afirmam que a postura do governo tem causado indignação entre os servidores. Na mesa realizada em agosto, o governo afirmou que teria reservado no orçamento de 2024 o total de R$ 1,5 bilhão para atender as demandas do funcionalismo público federal. De acordo com os servidores, este valor representaria um reajuste de cerca de 1% para o funcionalismo.

TRABALHADORES DA UFRJ EM uma das manifestações no Fundão na jornada de lutas da campanha salarial

A paralisação de 48 horas dos servidores públicos começou em alta temperatura na UFRJ, nesta terça-feira, dia 7, com uma atividade unificada, organizada pelas entidades representativa dos segmentos da UFRJ: Sintufrj, Adufrj, DCE Mário Prata, Associação de Pós-Graduandos (APG) e pela Associação dos Trabalhadores Terceirizados (Attufrj). O debate foi no IFCS – transmitido ao vivo pelas redes sociais do Sintufrj – sobre Orçamento Público para a Educação e para o reajuste dos servidores.

A reunião – que permanecerá disponível nos perfis do Sintufrj no YouTube e no Facebook, contou com a participação de Paulo Lindesay, diretor da Assibge-RJ; Frederico Leão Rocha, ex-reitor da UFRJ; Taís Raquel, dirigente da UNE e Gabriel Batista, da APG.

A mesa foi composta ainda pelo coordenador-geral do Sintufrj Esteban Crescente, pela coordenadora de Administração e Finanças, Carmen Lúcia, pela presidente da Adufrj, Mayra Goulart e pelo diretor do DCE Thiago Braile.

Matéria completa sobre o evento na próxima edição do Jornal

Mesa Unificada debate Orçamneto Público para a Educação e para o reajuste dos Servidores
Rio, 07/11/23
Mesa Unificada debate Orçamneto Público para a Educação e para o reajuste dos Servidores
Rio, 07/11/23
Mesa Unificada debate Orçamneto Público para a Educação e para o reajuste dos Servidores
Rio, 07/11/23

 

Registramos com pesar o falecimento de Neusa Correa da Silva Gomes. Data do sepultamento será nesta quinta-feira, 9 de novembro, às 14h, no São Francisco Xavier.

 

Audiência Pública pouco contribuiu para o debate cedendo espaços generosos aos defensores da adesão à empresa

Um mistério ronda o tema Ebserh. Nas recentes reuniões com a comunidade universitária (Conselho de Centro do CCS e Audiência Pública no Quinhentão)  os negociadores da UFRJ com a empresa não apresentaram o teor do contrato que está sendo negociado para que a Ebserh venha assumir os hospitais de ponta da universidade.

O mistério sobre o contrato permanece mesmo quando esses negociadores são cobrados com insistência, inclusive por um ex-reitor, como aconteceu na audiência pública da manhã desta quarta-feira (1º) no Quinhentão.

Carlos Frederico Leão Rocha – que substituiu Denise Pires à frente da UFRJ, foi enfático: “Este é o momento que temos que discutir o contrato. Acho que o contrato tem que ser disponibilizado. É uma questão fundamental”.

A ausência de transparência também alcança um outro documento que desperta a curiosidade da comunidade universitária: o relatório da comissão designada pela própria Reitoria para avaliar a performance da empresa nos hospitais universitários que comanda. São informações vitais para subsidiar o debate sobre a conveniência da Ebserh.

A tal audiência pública em vários aspectos foi uma reedição da sessão no Conselho de Centro do CCS na segunda-feira (30). Foi mais uma peça de propaganda favorável à adesão à Ebserh, tema que em breve deverá ir à apreciação no Conselho Universitário. Ela foi organizada e conduzida pelo diretor do Complexo Hospitalar Leôncio Feitosa.

Na plateia, representantes das entidades que atuam na comunidade universitária. Além do Sintufrj, Andes, Fasubra, DCE Mário Prata. O reitor Roberto Medronho e seu estafe (vice-reitora e alguns pró-reitores) também estavam presentes num ambiente rarefeito de mais pessoas em véspera de feriado.

Roberto Gambine, representante do Sintufrj na comissão que investigou os 10 anos da Ebserh em 41 hospitais, criticou o fato de a comissão não ter sido convidada a participar da audiência para expor o resultado do trabalho.

“É central que todos venhamos a conhecer os termos que se pretende contratar com a Ebserh. Conhecer o contrato é essencial para que a gente possa saber em que condições se pode avançar. Já foi explicitado que apenas três hospitais serão contratados. E os demais? Se é uma solução tão boa e necessária porque não envolve todos os hospitais?”, indagou.

Gambine lembrou a importância do contrato para responder questões como quantos concursos serão oferecidos, qual vai ser o investimento em infraestrutura, qual o prazo, quando a Ebserh vai assumir o custeio.

“Se isso não for colocado estaremos na verdade entregando os hospitais às escuras sem nenhum compromisso claro da empresa”, pontuou.

Drama no HUCFF

Dois coordenadores-gerais do Sintufrj estavam presentes na audiência pública. Laura Gomes conhece bem a realidade do HUCFF. Ela chamou atenção para “o drama dos extraquadros”, mais uma vez destacando “a situação grave daqueles que lutaram lado a lado dos demais trabalhadores durante a pandemia, salvando vidas”.

De acordo com a dirigente, muitos desses servidores são  trabalhadores do hospital há décadas, mas que hoje, se houver a adesão à Ebserh, ou passam no concurso, ou passarão fome. Ela questiona se é justo que sejam jogados na rua.

Também coordenador-geral do Sintufrj, Esteban Crescente disse que, embora não tenha se dado nas melhores condições, é bom que haja debate (acerda da Ebserh).

“Não podemos achar que de forma açodada vamos votar isso no Consuni. Temos que retomar a discussão na universidade, que pode ser a oportunidade de unificarmos e avançarmos na melhora das condições de trabalho no Complexo Hospitalar”, disse.

Ele voltou a reivindicar audiências públicas e debate aprofundado nos conselhos, apontando que é necessário que os colegiados ouçam as argumentações críticas que serão bem fundamentadas no relatório que será apresentado pela comissão designada para avaliar a Ebserh.

GAMBINE. Cobrança do contrato e do relatório da comissão designada para avaliar a empresa

 

 

 

Universidade lança campanha UFRJ Antirracista organizada pela Superintendência de Ações Afirmativas. Dirigente do Sintufrj reconhece avanços na pauta racial, mas observa que passos terão que ser dados nessa caminhada

Pela segunda vez a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, foi ao Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ, mas desta vez para a abrir as atividades do Novembro Negro na UFRJ e prestigiar o lançamento da campanha “UFRJ Antirracista – Nem um passo atrás: a Universidade está mudando”.

O evento foi organizado pela Superintendência-Geral de Ações Afirmativas, Diversidade e Acessibilidade (Sgaada) – que tem à frente Denise Góes – na sexta-feira 27 de outubro, no Salão Pedro Calmon, Praia Vermelha.

A deputada federal Benedita da Silva – que foi convidada por Anielle – entrou de braços dados com a ministra que celebrou o crescimento de mulheres negras em espaços de poder.

A ministra citou como exemplo desse novo quadro a presença de Denise Góes à frente da criação da Sgaada e da maior presença de outras mulheres em cargos de visibilidade.

Ela citou a sua própria experiência. “A Maré produziu vereadora, ministra, deputada, como muitas outras favelas. Mas continuamos sendo tratadas como se não fôssemos merecedoras. Mas a política não vai nos mudar!”, disse.

Anielle saudou o lançamento da campanha da UFRJ antirracista e lembrou que as ações não sejam apenas parte de um discurso, mas se transformem em práticas efetivas.

Emoção no evento

Houve momento de consternação no evento por causa do falecimento da professora da Faculdade de Educação e participante do Coletivo de Docentes Negras e Negros da UFRJ, Marinalva Oliveira, que veio a falecer naquela sexta-feira. Foi lembrada e homenageada.

“Difícil estar aqui, mas também é um momento de honrar a memória da nossa companheira, uma professora negra tão comprometida com a defesa de uma universidade publica gratuita, de qualidade comprometida com a luta das pessoas com deficiência, e com a pauta da educação de um modo geral”, disse emocionada a coordenadora-geral do Sintufrj, Marta Batista, em sua fala no evento.

Em seguida, abordou o avanço da pauta racial na UFRJ já observando que a superintendente da Sgaada, Denise Góes, é uma técnica administrativa, ex-dirigente do Sintufrj e militante.

“Na UFRJ essa superintendência é um passo importante, mas ainda temos muito a caminhar, pois temos na história de nosso país uma democracia recente e uma ausência de democracia racial”, afirmou.

Marta destacou ainda o corte racial dos servidores na UFRJ. “Na nossa universidade temos menos de 13% de docentes autodeclarados negros e cerca de 35% de técnicos. Achamos importante trazer esses dados porque eles expressam que tivemos sim avanços muito importantes, que precisamos continuar lutando em relação a política de cotas, mas que esses avanços precisam caminhar mais”.

Ela finalizou sua fala ratificando a luta geral do movimento.

“Uma universidade antirracista é uma universidade também com recomposição orçamentária, uma universidade com uma efetiva política de permanência dos estudantes, do combate a todo tipo de assédio e violência, uma universidade financiada pelo orçamento público.”

Revolução silenciosa

A superintendente da Sgaada, Denise Góes, militante do movimento negro, identificou conquistas na luta antirracista.

“Após mais de um século de existência, este ano a universidade avançou para a institucionalização de pautas outrora silenciadas e negligenciadas. Ao movimento negro se deve a mudança de perspectivas com as pautas raciais e hoje chegam a espaços como esse”, disse.

Denise enfatizou que a política de cotas na UFRJ permitiu o aumento de 71% do número de estudantes negros promovendo uma “revolução silenciosa” e modificando o perfil étnico-racial.

“Podemos afirmar sem medo de errar que a política de cotas tem promovido uma revolução silenciosa na composição dos espaços de produção de conhecimento. O perfil étnico-racial da maior universidade federal da América Latina mudou, e a existência do Ministério da Igualdade Racial demonstra que a atenção que a agenda do governo federal tem para este tema”, observou.

O reitor da UFRJ, Roberto Medronho, anunciou que a Universidade precisa deixar evidente que não há mais espaço para o racismo. Segundo ele, ações como a criação da Sgaada e a campanha UFRJ Antirracista são passos para garantir espaços mais plurais. “Não haverá democracia neste país enquanto houver racismo”, afirmou.

DENISE GÓES, ANIELLE FRANCO E MARTA BATISTA no evento que lançou a campanha UFRJ Antirracista na Praia Vermelha
NO AUDITÓRIO PEDRO CALMON, NO PALÁCIO UNIVERSITÁRIO , a ministra da Igualdade Racial defende os espaços de poder para mulheres negras em cargos de visibilidade