Entrevistas feitas por jornalista do Nepp-DH/UFRJ traça um painel dos efeitos devastadores da ditadura civil-militar deflagrada entre 31 de março e 1º de abril de 1964

Em entrevista ao jornalista Pedro Barreto, do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas em Direitos Humanos, Michel Misse, que é professor aposentado do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS), aborda o legado da ditadura na área da segurança pública.
Misse menciona o Decreto-Lei nº 667, de 2 de julho de 1969, que muda a natureza da atuação das polícias militares, ao definir entre as suas atribuições, a atuação ostensiva, preventiva e repressiva. “A Polícia Militar era uma força aquartelada. Não fazia operações na rua de repressão ao crime. Antes, isso era uma atribuição da Guarda Civil e da Polícia Civil”, esclarece.
Ele relaciona aquele momento ao atual contexto da violência estatal contra a população negra e periférica. “As PMs trazem para o cenário civil a lógica do ‘inimigo interno’. Para os militares, o inimigo deve ser eliminado. No entanto, o que acaba ocorrendo é que a própria população, que deveria ser protegida, se torna alvo da violência perpetrada pela polícia”, afirma.
Mesmo após quatro décadas da “redemocratização”, a militarização das polícias permanece. Ou seja: “Quando acaba a ditadura, a polícia militar não volta para os quartéis. Hoje, continuamos com a mesma concepção militarista na área da segurança”, diz o professor.

Prisões, torturas…
Pedro Barreto entrevistou também o professor Pedro Cláudio Cunca Bocayuva, do Nepp-DH) da UFRJ. Cunca é sobrinho do ex-deputado Luiz Fernando Bocayuva Cunha, líder do governo João Goulart cassado pelo regime militar.
“Os 61 Anos do Golpe de 1964 mostram que as forças e a memória das nossas lutas ainda estão aqui. A presença da tortura, do desaparecimento, da execução sumária e do aprisionamento ainda nos mantém no círculo de ferro da dominação, com apartacão social, racial e espacial”, analisa Cunca Bocayuva.
Luta por reparação
A entrevistada com Rejane Nogueira, jornalista, mestra pelo Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas em Direitos Humanos (PPDH) da UFRJ, expôs a luta por reparação. Ela é filha do preso político Ailton Benedito de Sousa, então estudante de Direito, militante da juventude do PCB e também um dos fundadores do IPCN (Instituto de Pesquisa das Culturas Negras).
Durante a ditadura civil-militar, Ailton foi preso por agentes do Cenimar (Centro de Informações da Marinha). Torturado na prisão, foi monitorado por agentes do Estado, mesmo depois da promulgação da Constituição de 1988, ou seja, posteriormente ao período que conhecemos como “redemocratização”.
“Como filha de preso político, o que eu posso esperar é que o Estado brasileiro reveja a Lei de Anistia (que garantiu a impunidade de torturadores) e que os perpetradores de tamanho horror sejam responsabilizados, para além do pedido de desculpas. Isso é fundamental para que não vivamos mais momentos como aquele de violação e de esquecimento”, afirma.

Universidade pública como alvo

Pedro Barreto mostra também em seu texto como o desmonte da educação pública em favor do ensino privado foi mais uma herança da ditadura, em entrevista com o professor Roberto Leher, da Faculdade de Educação (FE) e ex-reitor da UFRJ.
Na entrevista, Leher cita os acordos firmados entre os governos brasileiro e dos Estados Unidos, durante os anos 1960 e 70, como o estabelecido entre o Ministério da Educação e Cultura (MEC) e a United States Agency International Development (Usaid), o chamado Acordo MEC/Usaid, que resultaram na reforma universitária de 1968.
“Uma vez concretizado o golpe, a ditadura buscou estancar o movimento em prol da reforma universitária que vinha ganhando corpo no país. A brutal repressão sobre a UnB é uma evidência de que a perspectiva de que as universidades estivessem vinculadas a um projeto de nação pleno de aberturas para o futuro, por meio de reformas estruturais, não seria tolerada. As cassações de Anísio Teixeira, Darcy Ribeiro, Paulo Freire, Celso Furtado pelo AI-1, ainda em 1964, comprovam isso”, conta Leher, a respeito do projeto da repressão sofrido por professores e estudantes da Universidade de Brasília, considerada pelos militares como “foco do pensamento esquerdista”.
Leher explica aquele momento em que o ensino superior privado ganha incentivos: era mais interessante ao poder vigente a formação de uma mão-de-obra acrítica, mas focada no preenchimento de vagas para o mercado de trabalho, do que de trabalhadores e pesquisadores qualificados criticamente. “A ditadura, paulatinamente, foi viabilizando o setor privado massivo, por meio do vestibular classificatório, isenções no imposto de renda e, um pouco adiante, do Crédito Educativo. Se antes do regime militar o setor privado não alcançava 40% das matrículas (em um universo muito reduzido de estudantes), em meados da década de 1970, as matrículas públicas e privadas estavam empatadas. No início dos anos 1980, as matrículas privadas chegaram a 60%”, pontua.
Reitor da UFRJ no período 2015-2019, Leher acredita que o desinvestimento na educação superior nos dias atuais surgiu naquele momento como política de Estado.
“Em resumo, ainda não realizamos o duro ajuste de contas com os terríveis legados da ditadura empresarial-militar sobre as universidades”, completa Leher.

No marco dos 61 anos do golpe de Estado, convocamos uma ampla mobilização para gritar que não aceitamos anistia para os torturadores e golpistas, e que Ditadura Nunca Mais!

Neste ano, a rememoração do golpe de 1964 ocorre em meio ao sucesso do filme “Ainda Estou Aqui” e às vésperas do julgamento da tentativa de golpe de Bolsonaro. Nesse contexto, é muito importante que estejamos nas ruas para cobrar a responsabilização daqueles que atentaram contra nossa democracia ontem e hoje.

A manifestação se soma à agenda nacional de mobilização convocada pela Frente Povo Sem Medo e Frente Brasil Popular. Saindo do antigo DOPS, o ato caminhará até a Associação Brasileiro de Imprensa (ABI), onde estará ocorrendo a Medalha Chico Mendes, organizada pelo Grupo Tortura Nunca Mais.

SERVIÇO

📆 *Quando?* Terça-Feira, 01º de abril
🕐 *Que horas?* Concentração às 15h, caminhada as 16h30
🏛️ *Local?* Em frente ao antigo DOPS, na esquina da Rua da Relação com Rua dos Inválidos, Lapa

 

As eleições para diretoria executiva e conselho fiscal do Sintufrj para o triênio 2025 a 2028 estão próximas. Acontecem dias 14, 15 e 16 de abril. Se houver segundo turno, será  dias 6, 7 e 8 de maio. As três chapas que concorrem à direção executiva e ao Conselho Fiscal já estão homologadas pela Comissão Eleitoral (conheça os integrantes nas listas a seguir).

Mas atenção: o eleitor deverá votar, primeiro, na chapa para a Direção Executiva, depois, para o Conselho Fiscal .

Os coletivos que compões as chamas, pela ordem de inscrição:

A Chapa 20, “Unidade, Democracia E Luta – Sintufrj Participativo”, reúne os coletivos políticos UNIR, MCL, UC e independentes.

A Chapa 10, “Alternativa de Combate”, é composta de militantes do movimento Combate e independentes.

A Chapa 30, “TAEs Na Luta Pelo Nosso Futuro” é formada pelos coletivos TAEs na Luta, Travessia e independentes.

A votação será em urnas eletrônicas (a sessões, inclusive aquelas para voto em separado, devem ser divulgadas esta terça-feira, dia 1º).

O eleitor deve votar primeiro para escolha da diretoria executiva (concorrem três chapas) e, depois, para o Conselho Fiscal (só concorrem membros de uma chapa, a 20).

O Colégio Eleitoral (lista de todos os eleitores) está no link dedicado à eleição, logo na abertura do Site do Sintufrj (assim como edital e o regimento da eleição).

A importância do seu voto

A participação efetiva da base constrói e sustenta o sindicato forte. E este pleito tem importância particular: acontece em um momento delicado da conjuntura do país. A categoria está mobilizada pelo cumprimento integral do acordo de greve assinado com o governo. Fruto, aliás, do movimento histórico e exemplar de 2024. Por outro lado, a sociedade se manifesta nas ruas em defesa das liberdades democráticas, dos direitos humanos e pela soberania do país, ameaçados pelos arroubos golpistas do fascismo. Tudo isso, exige uma categoria organizada e mobilizada e, por isso, a importância de um sindicato atuante. O Sintufrj vem horando sua trajetória como instrumento de organização dos trabalhadores e trabalhadores da universidade, na defesa de seus direitos e por uma vida digna para todos e todas.

Conheça os integrantes das chapas inscritas, que terão apoio isonômico do sindicato

NOMINATA CHAPA 20:  UNIDADE, DEMOCRACIA E LUTA: SINTUFRJ PARTICIPATIVO
Coordenação Geral
Nome
FRANCISCO DE ASSIS DOS SANTOS
ESTEBAN ROBERTO FERREIRA CRESCENTE
SHARON STEFANI RIVERA CALDEIRA
Coordenação de Administração e Finanças
Nome
ANA MARIA DE SOUZA MINA OLIVEIRA
VANIA MARIA GODINHO CARLOS LOUVISSE
LAURA GOMES BARRETO
Coordenação de Educação, Cultura e Formação Sindical
Nome
MARIA LENILVA DA CRUZ MARQUES COSTA
CARLOS DA LUZ DAUMAS
EDMILSON PEREIRA
Coordenação de Políticas Sociais
Nome
FABIANE SOARES MARCONDES
NORMA SANTIAGO
ADRIANA MATTOS DIAS
Coordenação de Comunicação Sindical
Nome
Antonia Karina Mesquita Lima
LUCIANA MAGALHAES BORGES
FABIANO PEREIRA LOURENCO SOARES
Coordenação de Organização e Política Sindical
Nome
JOSE CARLOS XAVIER DE OLIVEIRA
HILEM MOISES DE SOUZA RODRIGUES
PAULO ROBERTO ALVES DE OLIVEIRA JUNIOR
Coordenação de Esporte e Lazer
Nome
LUCIANO DA CUNHA DO NASCIMENTO
NILSON NUNES TAVARES
WALDIR DIAS DE OLIVEIRA
Coordenação de Aposentados(as) e Pensionistas
Nome
ANA CELIA DA SILVA
SELENE DE SOUSA VAZ
MARLI RODRIGUES DA SILVA
Suplentes
Nome
NIVALDO HOLMES DE ALMEIDA FILHO
LUCIANO DE SOUZA BATISTA
SELMA MARTINS AZEVEDO
ROSEMERE TEIXEIRA ROZA
CHAPA 20 – CONSELHO FISCAL
Titulares
Nome
FLÁVIA VIEIRA
GERALDO TEOTÔNIO DA SILVA
ANDRÉ LUIS SOUZA SALVIANO
MARIA SOARES DA SILVA LINS
ADRIANO CICERO RABELLO
Suplentes
Nome
EDSON VARGAS DA SILVA
MARIA DE FÁTIMA CAVALCANTE DOS SANTOS
THOMAZ EDSON DA SILVA PINTO
RAIMUNDO JORGE DOS SANTOS LIMA
CAIO LOURES

NOMINATA – CHAPA 10: ALTERNATIVA DE COMBATE
Coordenação Geral
Nome
RAQUEL POLYDORO DE OLIVEIRA
ROBERTA FERNANDES MANCUSO
VALDENISE PINHEIRO RIBEIRO
Coordenação de Administração e Finanças
Nome
MANUEL AUGUSTO RODRIGUES DE ANDRADE
HELOISA HELENA COSTA
MARIA ESTELA DE SOUZA SILVA
Coordenação de Educação, Cultura e Formação Sindical
Nome
CARLOS JOSE DE MIRANDA
CARLOS ROBERTO MARQUES SOTERO
GABRIEL ANGELO DE SOUSA SILVA
Coordenação de Políticas Sociais
Nome
SANDRA LOPES MACHADO
VERONICA PEREIRA DE SOUZA
JULIO CESAR MONTEIRO ALVES
Coordenação de Comunicação Sindical
Nome
DANIEL FRANCO MESQUITA GALLO
ANA CAROLINA SADE PEREIRA DA SILVA
GILDA SOUSA DE ALVARENGA
Coordenação de Organização e Política Sindical
Nome
ANDERSON DO ESPIRITO SANTO DA SILVA
SERVULO JOSE OLIVEIRA DE BARROS
CLAUDIA MARIA DE CARVALHO
Coordenação de Esporte e Lazer
Nome
JORGE HENRIQUE BARCELOS DA MOTTA
JOSE CARLOS DA SILVA PAZ
GERONIMO DA CONCEICAO DOS SANTOS
Coordenação de Aposentados(as) e Pensionistas
Nome
JACILENE DE SOUZA MESQUITA
MARIA CRISTINA LOUREIRO GOMES
SARA DA SILVA TEIXEIRA
Suplentes
Nome
WALTAIR DA CONCEICAO
JOAO LUIZ ALVES BEZERRA
EVELIN ARAUJO LIMA
JORGE ANTÔNIO TAVARES DO NASCIMENTO
Chapa 10:  CONSELHO FISCAL – NÃO APRESENTOU
Titulares
Nome
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Suplentes
Nome
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CHAPA 30: TAES NA LUTA PELO NOSSO FUTURO
Coordenação Geral
Nome
IGOR DE OLIVEIRA DANTAS
FERNANDO GUIMARAES PIMENTEL
TATIANA D`ALMEIDA RODRIGUES
Coordenação de Administração e Finanças
Nome
JUSCELINO RIBEIRO DE SOUZA
FABRICIO RODRIGUES CASEIRO
JORGE EDUARDO DE CASTRO ALVES
Coordenação de Educação, Cultura e Formação Sindical
Nome
NADIA BELEM DE MATTOS
MAIRA DE OLIVEIRA ALVES
FILIPE ALCANTARA CARNEIRO
Coordenação de Políticas Sociais
Nome
GUSTAVO CRAVO DE AZEVEDO
EDSON DE MELO ROSA
ALICE DOS SANTOS ALMEIDA QUINTELLA
Coordenação de Comunicação Sindical
Nome
JULIANA PORTO FONTES
THIAGO DIAZ DOS SANTOS
GIBRAN RAMOS JORDAO
Coordenação de Organização e Política Sindical
Nome
VANESSA DOS SANTOS JORGE
KARLA DA ROCHA RODRIGUES SIMAS
REJANE LUCIA LOUREIRO GADELHA
Coordenação de Esporte e Lazer
Nome
PEDRO E SA DA SILVA CAMPOS
TAIZA DUARTE RIBAS
JEFERSON CRISTIANO DE OLIVEIRA
Coordenação de Aposentados(as) e Pensionistas
Nome
VANIA CRISTINA DA SILVA MACHADO GUEDES
RONALD VIZZONI GARCIA
NELILDA ORMOND BRAGA
Suplentes
Nome
SANDRA CORREA DE ALMEIDA DINIZ
NILSON NOGUEIRA DA SILVA
NAZARÉ MAGALHÃES MOUTA
IRIS MARA GUARDATTI SOUZA
CHAPA 30 – CONSELHO FISCAL – NÃO APRESENTOU
Titulares
Nome
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XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
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Suplentes
Nome
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Por unanimidade, a assembleia simultânea (Fundão, Praia Vermelha e Macaé) convocada pelo Sintufrj na terça-feira, 25, aprovou paralisação para sexta-feira, 28 de março, e participação no ato unificado, às 16h, na Candelária, organizado pelo Fórum de Educação do Rio de Janeiro, que congrega entidades estudantis e sindicatos de trabalhadores. Outra deliberação importante da assembleia foi decretar estado de greve a partir de 1º de abril.

“A luta da categoria é pelo cumprimento integral do acordo de greve pactuado na mesa de negociação com o governo”, reafirmou o coordenador da Fasubra, Francisco de Assis. Ele informou que na quarta-feira, 26, a Fasubra participaria de uma reunião com as centrais sindicais para ampliar o apoio a essa luta da categoria.

José Carlos Pereira? Presente, sempre!

A assembleia foi iniciada com a categoria de pé fazendo um minuto de silêncio em homenagem ao companheiro José Carlos Pereira, ex-dirigente do Sintufrj e um militante que muito contribuiu para a história de lutas dos técnicos-administrativos da UFRJ.

Importância do ato unificado

“O ato unificado do dia 28 é muito importante. Depois de sete anos de salário congelado, somamos mais de 30% de perdas acumuladas. Mas não adianta só pensar na nossa vitória, temos que lutar por toda a classe trabalhadora. Lula tem que assinar a LOA”, afirmou o coordenador-geral do Sintufrj, Esteban Crescente. Entre as reivindicações que mobilizam e contemplam todos os assalariados, o dirigente citou o fim da escala 6×1, a redução da jornada de trabalho de 30 horas semanais para todas as categorias, um salário mínimo compatível com as necessidades das famílias.

Segundo Esteban, é preciso dar um basta neste cenário imposto pelos latifundiários de exploração e de sabotagem ao país, que jogam na beira da estrada alimentos para lucrar com a exportação, enquanto a classe trabalhadora, que sobrevive do salário mínimo miserável de hoje, não faz três refeições por dia. “Vamos ocupar o centro do Rio pelas nossas reivindicações e também homenagear o estudante Edson Luís de Lima Souto, que no dia 28 de março de 1968 foi morto pela ditadura militar”, acrescentou.

O técnico-administrativo do campus da UFRJ em Duque de Caxias Luciano Batista destacou em sua análise de conjuntura o Congresso Nacional golpista, que a todo momento tenta emparedar o governo para ficar no controle absoluto do Orçamento. “O orçamento não é só para pagar o salário do servidor; é recurso para investimento em políticas públicas, na saúde, na educação. O orçamento é do povo. É nosso! Precisamos convocar toda a população para o ato no dia 28 de março”, propôs.

Médicos e veterinários – Francisco de Assis disse que a Fasubra reivindicou reunião com o MEC e o MGI para resolver a situação dessas duas categorias profissionais de técnicos-administrativos em educação, que ficaram fora do acordo de greve.

Propostas aprovadas na assembleia

. Paralisação no dia 28 de março e participação no ato unificado às 15h, na Candelária, convocado pelo Fórum de Educação do Rio de Janeiro, que reúne DCEs, grêmios, entidades secundaristas estaduais, sindicatos de trabalhadoras e trabalhadores.

. Reforçar a Campanha de Fora Sara e contra o assédio moral na CPST, já aprovada em outra assembleia da categoria.

. Adesão à manifestação das trabalhadoras e trabalhadores do Colégio de Aplicação (CAp), na quinta-feira, 27 de março, no Conselho Universitário (Consuni), às 9h.

. Decretação de estado de greve a partir de 1º de abril, mas considerando que o governo tem até maio para cumprir o acordo de greve.

Moção de saudação ao PCB

Os 103 anos de fundação do PCB foram lembrados na assembleia, e a moção abaixo em homenagem ao partido foi aprovada por todos os presentes.

“Em 25 de março de 1922 foi fundado no Rio de Janeiro o PCB (Partido Comunista Brasileiro). Junto com o PCB, se fundava nessa data o movimento comunista organizado em nosso país.

Um movimento que colaborou com a organização dos trabalhadores e trabalhadoras, os movimentos sindical, popular e da juventude.

Dentre os muitos quadros históricos que passaram pelo PCB, nós, da UFRJ, temos na memória o camarada Horácio Macedo, histórico reitor de nossa universidade.

Saudações aos 103 anos do PCB e do início do movimento comunista organizado no Brasil.”

Os números finais da apuração dos votos na eleição que vai indicar os catorzes membros efetivos e os sete suplentes da Comissão Interna de Supervisão da Carreira (CIS) dependem da Pró-Reitoria de Pessoal (PR4). A apuração dos votos depositados nas urnas físicas foi feita na quinta-feira, mas a votação online pelo e-Voting, de responsabilidade da UFRJ ainda não se deu por problemas no sistema, de acordo com informação passada para a Comissão Eleitoral. A expectativa é que o problema seja solucionado nesta segunda-feira, 31de março – uma vez que esta sexta-feira o movimento chamou uma paralisação dos servidores da universidade pelo cumprimento integral do acordo de greve (confira matéria). Votaram nesta eleição da CIS 1.798 eleitores pelo Sistema de Votação Online da UFRJ, o e-Voting, e 593 por voto nas urnas. Fotos: Renan Silva

COMISSÃO ELEITORAL acompanha apuração dos votos em urnas físicas

 

Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo realizam manifestações após STF tornar Bolsonaro réu por tentativa de golpe

Por Brasil de Fato

“Com o desenvolvimento do julgamento desta semana, do núcleo articulador da tentativa de golpe de 8 de janeiro e Bolsonaro no banco do réu, esperamos que essa pauta tome ainda mais fôlego e que a gente consiga avançar tanto na disputa ideológica na sociedade quanto na pressão do judiciário para que Justiça seja feita”, afirma Daiane Araújo, a vice-presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), que integra as frentes.

Nesta quarta-feira (26), o ex-mandatário e sete aliados se tornaram réus por tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado democrático de direito por decisão unânime dos cinco ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).

Com a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) aceita, uma ação penal será aberta, com coleta de depoimentos e outras provas. Posteriormente, um julgamento decidirá se o ex-presidente deve ser condenado ou absolvido.

No total, os crimes pelos quais Bolsonaro é acusado podem somar até 43 anos de prisão: dano qualificado com uso de violência e grave ameaça (6 meses a 3 anos), deterioração de patrimônio tombado (1 a 3 anos), tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito (4 a 8 anos), tentativa de golpe de Estado (4 a 12 anos) e organização criminosa (3 a 8 anos, que pode chegar a 17 anos a depender dos agravantes).

Confira os locais que terão atos

29/03

BA – Feira de Santana | Praça do Nordestino | 9h
MS – Campo Grande | Praça do Rádio | 9h

30/03

CE – Fortaleza | Estátua de Iracema (Praia de Iracema) | 16h
MA – São Luís | Praça Benedito Leite (Feirinha) | 9h
MG – Belo Horizonte | Praça Independência | 9h
PA – Belém | Praça da República (Em frente ao Teatro da Paz) | 8h30
PE – Recife | Parque Treze de Maio até Ginásio Pernambucano | 9h
PR – Curitiba | Praça João Cândido Largo da Ordem | 9h30
SP – São Paulo | Praça Oswaldo Cruz (até DOI-Codi) | 13h
SP – São Paulo | Masp | 15h (Geração 68)
RJ – Niterói | Reitoria da UFF | 18h
RJ – Rio de Janeiro | Aterro do Flamengo | 10h30
RJ – Rio de Janeiro | Feira da Glória | 10h30
RJ – Rio de Janeiro | República | 10h30
RJ – Volta Redonda | Feira da Vila Sta Cecília | 9h

31/03

CE – Fortaleza | Roda de Conversa Sede PT Ceará | 18h30

01/04

PB – João Pessoa | Caminhada do Silêncio – Prédio da OAB/PB
RJ – Rio de Janeiro | Dops/AIB | 15h

Por Brasil de Fato

Os palestrantes Meynardo e Cristiane

 

A aula especial do Curso “Patrimônio Cultural: lugares de saberes e memórias”, realizada de forma híbrida no Espaço Cultural do Sintufrj no fim da tarde desta quinta-feira, 27, teve como tema Macaé – sua importância histórica, social e geográfica -, atraindo muita gente. Somente on-line foram 66 companheiros. A aula será posteriormente disponibilizada no YouTube para quem não pôde assistir.

A cidade de Macaé, município do norte fluminense que abriga o Centro Multidisciplinar da UFRJ e o Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade (Nupem), reúne vários patrimônios históricos, incluindo museus, igrejas, sítios arqueológicos e fazendas. Sua história, para além do advento da exploração petrolífera, vem carregada da luta do sindicato dos ferroviários por direitos e resistência à ditadura.

Os palestrantes foram Cristiane Pires Teixeira Pacheco, doutora em Ciências Ambientais e Conservação pelo Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade (NUPEM) – Centro Multidisciplinar da UFRJ – Macaé, e Meynardo Rocha de Carvalho, especialista em Literatura, Memória Cultural e Sociedade pelo Instituto Federal Fluminense de Campos dos Goytacazes, diretor do Centro Cultural do Legislativo de Macaé. Ele foi o coordenador de pesquisa da Comissão Municipal da Verdade de Macaé, que resultou no Relatório Final.

“Os indivíduos são os que realmente contribuem para a história e o patrimônio de uma cidade”, observou Meynardo ao contar o papel do sindicato dos ferroviários de Macaé na luta por direitos e resistência à ditadura.

“Vocês vão conhecer o patrimônio histórico material e imaterial. Temos que conhecer o passado para preservar o futuro”, sublinhou Cristiane ao citar os locais e seus significados os quais os alunos irão conhecer in loco.

O coordenador de Educação e Cultura do Sintufrj, Edmilson Pereira, ao final da aula destacou a importância da memória social e do conhecimento reforçando que a aula é teoria é prática.

“É para aplicar, visualizar e pesquisar o que estão aprendendo. Parte do curso é prático. Vamos a Macaé vivenciar essa experiência. Não é passeio”. Ele ainda ressaltou esperar que a próxima gestão mantenha  curso “porque é da categoria e não de uma direção”.

 

Preparado por GT instalado em julho do ano passado, Plano  de Contingência da UFRJ frente a ameaças à segurança, confrontos armados e violência urbana é apresentado ao Consuni

Professores, técnicos e estudantes do Colégio de Aplicação protestando por condições de funcionamento da escola; estudantes protestando pela fragilidade da infraestrutura de diversos prédios da universidade, por mais verbas, contra o aumento do preço do bandejão; por veículos adequados para as atividades de campo do Instituto de Geografia. Lotando a sala E 212 do CT, do Conselho Universitário desta quinta-feira dia 27, cheios de faixas e cartazes coloriram e esquentaram o expediente (a primeira parte da sessão) e exigindo soluções. “Acabou a paz”, dizia um dos cartazes sugerindo que estavam no limite, nem bem as aulas do semestre foram retomadas.

Mas foi na abertura da ordem do dia (a segunda parte que trata efetivamente da pauta), que surgiu uma boa iniciativa: a apresentação do Plano de Contingência da UFRJ frente a ameaças à segurança, confrontos armados e violência urbana, produzida por um grupo de trabalho instituído em julho do ano passado, pela intensa mobilização dos estudantes em torno do tema.

Pela apresentação feita pelo professor Alexandre Barbosa de Oliveira da Escola de Enfermagem Anna Nery, que coordenou o GT, o plano indica, em momentos de emergência, uma série de procedimentos para as instâncias de decisão da administração central da UFRJ, como a formação rápida de um gabinete de crise para coordenar respostas rápidas em situações de ameaça a segurança, confrontos armados e outras situações de conflito, para orientação da comunidade acadêmica e continuidade de atividades essenciais, por exemplo. O plano também aponta uma série de protocolos e iniciativas para uma ação rápida por parte da instituição de forma a resguardar estudantes e trabalhadores.

Entre os objetivos está a definição de ações padronizadas para a tomada de decisão desde a verificação das informações até a emissão de alertas, orientação de suspensão ou retomada de atividades, instrução sobre cômputo de falta e primeiros socorros. E leva em consideração uma série de vulnerabilidades institucionais, como a proximidade com áreas constantemente vitima de conflitos até a fragmentação na tomada de decisões em casos de crise. Estabelece níveis de segurança e ações a serrem adotadas em cada caso (veja nas imagens a seguir)..

Segundo o coordenador do GT, que integrou o GT que elaborou o plano de contingência da UFRJ na Pandemia, o plano de segurança ainda passará por uma análise jurídica para ser encaminhado oficialmente ao Consuni para aprovação. Mas que isso deve acontecer o mais rápido possível.

O estudante João Miranda integrou a representação discente no GT e, no Consuni, apontou para a importância deste primeiro passo, diante da violência no Estado, apontado que nenhum estudante tem que ser penalizado por isso (a fala está no vídeo ao fim da matéria)..

Conheça mais detalhes do plano em registros da apresentação

O Projeto da Lei Orçamentária Anual (PLOA) previa, para funcionamento da UFRJ, R$ 324 milhões. Mas acabaram reduzidos a R$ 311 milhões no texto final da LOA que foi para sanção presidencial, representando uma perda de R$ 13 milhões. No orçamento já insuficiente, déficit é de R$101 milhões. No total do orçamento discricionário (que inclui o de funcionamento) a perda é de R$17 milhões, explica PR-3.

A aprovação da Lei Orçamentária Anual no Congresso dia 20 – tão aguardada por milhares de servidores para possibilitar a implantação do reajuste retroativo a janeiro, no nosso caso, fruto da reestruturação de nossa Carreira –, trouxe uma surpresa nada agradável para a UFRJ. Depois de todo sufoco do ano passado (e do anterior, e do outro, e do outro…) o orçamento da maior universidade federal do país foi ainda mais espoliado.

Chantagem
O PL foi aprovado três meses depois do prazo. A demora de apreciação de um projeto tão importante, que permite inclusive, além do reajuste dos servidores, que o governo faça os investimentos em programas sociais, foi em função da queda de braço entre Congresso e governo Lula.
Parlamentares do chamado Centrão usavam a aprovação da LOA como barganha para flexibilização das regras para concessão das emendas. Deputados e senadores de direita fizeram chantagem com o presidente da República para continuarem com a farra da distribuição de recursos públicos para apadrinhados políticos e/ou cumprirem esquemas eleitoreiros.
Mas não foi só: houve um remanejamento de despesas entre o projeto e o relatório final. Na Educação, o relatório previu menos R$ 2 bi do que estava na PLOA, por exemplo (veja o gráfico com algumas das despesas).

Fonte: Câmara dos Deputados

Diminuição do valor
No dia 21, logo após a votação da LOA, a PR-3 divulgou valores ainda com base no Projeto de Lei (PLOA) e apontava como o total de Orçamento Discricionário, R$ 423.332.304. Isso inclui, Orçamento Específico (Pnaes (programa de assistência estudantil, Museu Nacional, entre outros), de R$ 99.327.094 o que reservaria, para o Funcionamento, R$ 324.005.210.

Balanço já antecipava déficit

Descrição das colunas

(1) grupos de contas relativos ao funcionamento;
(2) despesas já pagas neste ano (envolvem majoritariamente despesas de 2024 e algumas de 2025);
(3) valores a pagar relativos a exercícios anteriores;
(3) valores a pagar (2025 e anos anteriores);
(4) parte da coluna anterior referente a atividades deste ano;
(5) total a pagar neste ano: R$476 milhões

“Tivemos que rever despesas”
Neste informe, o pró-reitor de Planejamento, Desenvolvimento e Finanças (PR-3), Helios Malebranche, explicou: “Como temos disponíveis apenas R$ 324 milhões para esses grupos de despesas (cujo total é de R$ 476 milhões), nos faltarão R$ 152 milhões neste ano de 2025. Por esse motivo, na proposta de orçamento para 2025 enviada ao Consuni (na semana passada, em análise na Comissão de Desenvolvimento) tivemos que rever algumas despesas dessas acima listadas e o déficit de R$ 152 milhões se reduziu a R$ 88 milhões”.
Ele esperava, após a sanção presidencial e aprovação pelo Consuni da proposta orçamentária, fazer os ajustes na planilha.

Valor diminuiu ainda mais
Só que, depois da votação, a PR-3 constatou que, no texto da LOA que foi para sanção, o orçamento discricionário caiu mais ainda: de R$ 423 milhões para R$ 406 milhões e a parte destinada ao funcionamento, que era de R$324 milhões, acabou reduzida para R$ 311 milhões. “Em vista disso, nos faltarão R$ 152 milhões mais R$ 13 milhões (totalizando R$ 165 milhões) neste ano de 2025. E, após revisão de algumas despesas, o déficit previsto é de (R$ 88 milhões mais R$ 13 Milhões) R$ 101 milhões.

Aumenta distância entre necessário e disponível
Mas, o pró-reitor destaca, o texto base não é ainda a LOA porque ainda não foi sancionada, embora avalie que nada será alterado. Mas o cenário é pior que o do ano passado. “Pior, a necessidade para funcionamento é de R$ 435 milhões e o disponível é só R$ 311 milhões. Então aumentou a diferença entre necessário e disponível para funcionamento”, que, em resumo, é de R$ 123 milhões.
Mas ele refuta a possibilidade de medidas como fechar portas: “A universidade vai funcionar normalmente. Só que vamos ter que fazer adequações para funcionar até o final do ano. Não vamos fazer corte de serviços: todos os serviços vão funcionar, só que adequados ao funcionamento”.