por Frei Betto

Pulicado no dia 29 de outubro no site da Fundação Perseu Abramo (https://fpabramo.org.br/)

 

Minha resposta à pergunta acima é *não*. Em setenta anos de União Soviética, o povo foi beneficiado com direitos que o Ocidente ainda não conquistara. Homens e mulheres desempenhavam os mesmos trabalhos e tinham igual remuneração. Já na década de 1920, 600 mulheres ocupavam cargos similares ao de prefeita, enquanto na maioria dos países ocidentais elas nem tinham direito a voto.

A União Soviética foi o primeiro país da Europa a apoiar direitos reprodutivos, em 1920. As mulheres detinham plena autoridade sobre seu corpo.[1] O ensino escolar era gratuito, inclusive a pós-graduação. Os estudantes recebiam do poder público livros didáticos e material escolar.[2] Também o sistema de saúde era inteiramente gratuito. O número de usuários de drogas era extremamente baixo e os poucos que conseguiam entorpecentes o faziam através de turistas que contrabandeavam para dentro do bloco.[3] Foram os soldados que ocuparam o Afeganistão, no fim da década de 1980, que infestaram de drogas os países do bloco soviético.

Apesar de tudo, a União Soviética colapsou sem que fosse disparado um único tiro. O povo deu boas-vindas ao capitalismo. Hoje, a Rússia é um dos países onde a desigualdade social é mais alarmante.

O socialismo soviético não fez a cabeça do povo em prol de uma sociedade solidária. Do mesmo modo, o Estado de bem-estar social, predominante na Europa “cristã” até ruir o Muro de Berlim, não fez a cabeça do povo.

Antonio Candido dizia que a maior conquista do socialismo não se deu nos países que o adotaram, e sim na Europa Ocidental, onde o medo do comunismo levou a burguesia a ceder os anéis para não perder os dedos.

Findo o socialismo, a burguesia ergueu os punhos e revelou sua verdadeira face: prevalência dos privilégios do capital sobre os direitos humanos; repúdio aos refugiados; privatização dos serviços públicos; alinhamento à política belicista dos EUA.

Governos do PT

O Brasil conheceu 13 anos de governos do PT que asseguraram à população de baixa renda vários benefícios: Bolsa Família; salário mínimo corrigido anualmente acima da inflação; Luz para Todos; Minha casa, Minha vida; Fies; cota nas universidades; redução drástica da miséria, da pobreza e do desemprego; aumento da escolaridade etc.

No entanto, Dilma Rousseff foi derrubada sem que o povo fosse às ruas defender o governo. E Bolsonaro foi eleito presidente em 2018. Em 2022, perdeu para Lula pela diferença de apenas 2 milhões de votos, de um total de 156 milhões de eleitores.

Freud e Chomsky

Segundo Freud, “a massa é extraordinariamente influenciável e crédula, é acrítica, o improvável não existe para ela. (…) Os sentimentos da massa são sempre muito simples e muito exaltados. Ela não conhece dúvida nem incerteza. Vai prontamente a extremos; a suspeita exteriorizada se transforma de imediato em certeza indiscutível, um germe de antipatia se torna um ódio selvagem. Quem quiser influir, não necessita medir logicamente os argumentos; deve pintar com imagens mais fortes, exagerar e sempre repetir a mesma fala. (…) Ela respeita a força, e deixa-se influenciar apenas moderadamente pela bondade, que considera uma espécie de fraqueza. Exige de seus heróis fortaleza, até mesmo violência. Quer ser dominada e oprimida, quer temer os seus senhores. No fundo, inteiramente conservadora, tem profunda aversão a todos os progressos e inovações, e ilimitada reverência pela tradição.”[4]

Quem faz a cabeça do povo é o capitalismo, que exacerba nosso lado mais individualista e narcisista. E promove 24h por dia a deseducação da sociedade ao estimular o consumismo, a competitividade, a ambição de riqueza, o “salve-se quem puder”.

Noam Chomsky[5] enumera os recursos do sistema para evitar a consciência crítica: o entretenimento constante (vide a programação de TV); disfarçar os abusos como necessidades, como o aumento das tarifas dos transportes (“Medidas que são, na verdade, prejudiciais à população por favorecer os interesses escondidos de uma minoria, passam a ser implantados como se fossem garantir benefícios em comum”); tratar o público como criança e manter a consciência infantilizada; fazer a emoção prevalecer sobre a razão; manter o público na ignorância e na mediocridade, como a linguagem cifrada utilizada nas matérias sobre economia; autoculpabilização (sou o único responsável por meu fracasso ou sucesso); convencer que a grande mídia sabe mais do que qualquer pessoa etc. São o que Chomsky denomina como “armas silenciosas para guerras tranquilas”.

O PT governou por quatro vezes os municípios de Maricá (RJ) e Ipatinga (MG), assegurando grandes benefícios às suas populações. Em 2022, Bolsonaro venceu nos dois turnos nas duas cidades.

Isso significa que é real o risco de a direita voltar à presidência da República em 2026. Por mais benefícios que o governo Lula venha a garantir ao povo brasileiro. Qual é, então, a saída? Como evitar que isso venha a ocorrer?

Educação política

Só há uma alternativa: intenso e imenso trabalho de educação popular, pelo método Paulo Freire, utilizando dois recursos preciosos que o governo dispõe, a capilaridade e o sistema de comunicação. Capilaridade seria adotar a pedagogia paulofreiriana na formação dos agentes federais em contato com os segmentos mais vulneráveis da população, como saúde, IBGE, Embrapa etc. Por que não incluir no Bolsa Família, que atende mais de 21 milhões de famílias, uma terceira condicionalidade, além da escolaridade e da vacina? Seria a capacitação profissional. Além de propiciar qualificação aos beneficiários, de modo a que possam produzir a própria renda, as oficinas de capacitação seriam pelo método Paulo Freire. Mulheres que se inscreverem para se capacitarem em oficinas de culinária e costura, por exemplo, aprenderiam esses ofícios segundo o método que desperta consciência crítica.

A rede de comunicação do governo federal

O outro recurso é a EBC – Empresa Brasileira de Comunicação -, poderoso sistema de comunicação em mãos do governo federal, desde a “Voz do Brasil”, ouvida diariamente por 70 milhões de pessoas.

A TV Brasil, Canal 2, rede de televisão pública, conta com 50 afiliadas em 21 estados. Em 2021, ficou entre as 10 emissoras mais assistidas do país. O sistema de rádio EBC engloba 9 emissoras próprias em 2 estados e no Distrito Federal. A EBC dispõe do maior sistema de cobertura nacional de rádio, com 14 rádios afiliadas. A Rádio Nacional é uma rede de emissoras da EBC. É formada pelas seguintes emissoras: Rádio Nacional do Rio de Janeiro (alcance em todo o território nacional por transmissão via satélite); Rádio Nacional de Brasília; Nacional FM (Brasília); Rádio Nacional da Amazônia (sede em Brasília, mas programação voltada para a região Norte); Rádio Nacional do Alto Solimões (Tabatinga, AM); e as Rádios MEC e MEC FM (Rio de Janeiro).

A comunicação do governo federal dispõe ainda da Radioagência Nacional, agência de notícias que distribui áudios produzidos pelas emissoras próprias da EBC e emissoras parceiras. Segundo a estatal, mais de 4.500 emissoras de rádios utilizam os conteúdos da Radioagência. E a Agência Brasil, focada em atos e fatos relacionados a governo, Estado e cidadania, alcança 9,19 milhões de usuários por mês.

Há ainda o Portal EBC, plataforma na internet que integra conteúdos dos veículos (Agência Brasil, Radioagência Nacional, Rádios EBC, TV Brasil, TV Brasil Internacional) da Empresa Brasil de Comunicação e da sociedade em um único local.

A EBC, além de gerenciar as emissoras públicas federais, também é responsável pela formação da Rede Nacional de Comunicação Pública (RNCP). A RNCP visa estabelecer a cooperação técnica com as iniciativas pública e privada que explorem os serviços de radiodifusão pública. Atualmente, a rede conta com 38 emissoras espalhadas por todo o país.

Dentro da política da RNCP, a EBC pode solicitar a qualquer tempo canais para execução de serviços de radiodifusão sonora (rádio FM), de sons e imagens (televisão) e retransmissão de televisão por ela própria ou por seus parceiros. São as chamadas Consignações da União. Atualmente, 13 veículos são operados dessa forma em todo o país: TV Brasil Maranhão, com o Instituto Federal do Maranhão; TV UFAL, com a Universidade Federal de Alagoas; TV UFPB, com a Universidade Federal da Paraíba; TV UFSC, com a Universidade Federal de Santa Catarina; TV Universidade, com a Universidade Federal do Mato Grosso; e TV Universitária, com a Universidade Federal de Roraima.

Imagina o leitor ou a leitora toda essa rede voltada para o despertar da consciência crítica do público. Basta para isso mudar a chave epistemológica, passar da lógica analógica, que apenas se foca nos efeitos dos problemas sociais, à lógica dialética, centrada nas causas dos problemas sociais.

Quando vemos na TV campanhas em favor de quem tem fome, em geral aparecem indicações de locais de coleta de alimentos e doações de cestas básicas. Em nenhum momento o noticiário levanta as perguntas: por que há pessoas com fome? Por que não têm acesso aos alimentos? É natural que haja abastados e famintos? Como superar essa desigualdade?

Há muito a fazer para conscientizar, organizar e mobilizar o povo brasileiro. Recursos existem. E há vontade política por parte de Lula e da Secretaria Geral da Presidência da República, monitorada pelo ministro Márcio Macedo. Faltam apenas maior empenho, produção de material para os veículos de comunicação social e verba para que o governo disponha de uma rede de educadores populares de, no mínimo, 50 mil pessoas!

*Frei Betto* é escritor e educador popular, autor de “Por uma educação crítica e participativa” (Rocco) e, com Paulo Freire, “Essa escola chamada vida” (Ática), entre outros livros. Livraria virtual: freibetto.org

[1] Abortion, Contraception, and Population Policy in the Soviet Union, David M. Heer.

[2] A Geography of Russia and its Neighbors”, do geógrafo Mikhail S. Blinnikov

[3] Arquivo da CIA: The USSR and Illicit Drugs: Facing Up to the Problem.

[4] Psicologia das massas e análise do eu, 1921.

[5] Mídia – propaganda política e manipulação, São Paulo, Martins Fontes, 2013

 

Reproduzido de https://fpabramo.org.br/focusbrasil/2024/10/29/politicas-sociais-mudam-a-cabeca-do-povo-por-frei-betto/

Todos os subgrupos do GT Carreira Sintufrj foram convocados para reunião na manhã desta terça-feira, 29, para avaliação e encaminhamento dos resultados da Plenária Virtual da Fasubra, realizada nos dias 24 e 25 de outubro, que se concentrou em discutir cargos e o desenvolvimento dos trabalhadores técnico-administrativos em educação.

“O GT Carreira foi chamado para dar encaminhamento aos desdobramentos da plenária, que aponta demandas que devem ser avaliadas”, informou o coordenador da Fasubra, Francisco de Assis, que tem coordenado as reuniões do GT do Sintufrj.

Segundo ele, o GT assumiu o compromisso de responder a um questionário da Fasubra sobre temas discutidos na plenária e inerentes aos que serão submetidos a próxima plenária nacional nos dias 4 e 5 (e talvez 6, no formato também em formato virtual).

Entre os encaminhamentos aprovados consta que a próxima reunião do GT Carreira Sintufrj, na segunda-feira, 4 de novembro, vai durar o dia inteiro. E vai tratar sobre aprimoramento de propostas de diretrizes para o Reconhecimento de Saberes e Competências (RSC) e Desenvolvimento, e Cargos.

Nesta quarta-feira, 29, o subgrupo do Desenvolvimento se reunirá a partir das 9h, presencial e virtual, para preparar a reunião do dia 4.

Importante: O GT Carreira Sintufrj realiza suas reuniões sempre às segundas-feiras, na sede da entidade.

O que foi discutido

na plenária virtual

Foram dois dias de debate sobre a Carreira com foco nos temas Cargos e Desenvolvimento. O principal ponto de discussão envolveu a questão do Desenvolvimento na carreira, com foco na reformulação de planos de cargos e salários. As deliberações do debate serão levadas como diretrizes para negociações com o governo e para a defesa dos direitos da categoria. Veja o que foi aprovado:

– Foi autorizada a reprodução das atribuições dos cargos do PCCTAE em diversas especialidades, medida que busca adequar as funções às demandas específicas de cada área.

– A Fasubra deve pressionar o governo pela inclusão de dois artigos essenciais no projeto de lei que regulamentará o novo plano de carreira. Recomendados pela Assessoria Jurídica Nacional (AIN), esses artigos visam garantir que os servidores que ocupam cargos atuais no PCCTAE não sofram prejuízos durante possíveis mudanças.

Muita informação e exemplos de superação marcaram a reunião do GT Mulher do Sintufrj que se reuniu no Espaço Cultural com um tema especial: Outubro Rosa, campanha de conscientização sobre ações de prevenção do câncer de mama e de colo de útero, movimento internacional e celebrado anualmente desde o ano 90.

O encontro foi aberto pelas coordenadoras do Sintufrj Marli Rodrigues, Anaí Estrela e Norma Santiago que saudaram as companheiras presentes e explicaram o caráter dessa edição especial do GT, que se encaixa na programação do Outubro Rosa, assim como a entidade abraçou o Agosto Lilás (de enfrentamento da violência contra a mulher) e demais campanhas de conscientização do calendário colorido. As coordenadoras apresentaram ainda um Quiz (jogo de perguntas e respostas) a respeito de mitos e verdades sobre o câncer de mama e outros, preparado pela gestora de saúde Allcare.

Depois, as coordenadoras apresentaram a enfermeira do Instituto de Ginecologia Jéssica Fidelis Trindade, que ofereceu uma instrutiva palestra sobre o tema. Jessica esclareceu dúvidas e forneceu instruções importantes sobre a necessidade do autocuidado e da prevenção como elemento crucial para o sucesso no tratamento da enfermidade. Sua explicação foi seguida por depoimentos relevantes e emocionados sobre a importância da diligência, da força e da fé no enfrentamento bem-sucedido da enfermidade.

As coordenadoras Norma, Anaí e Marli, organizadoras do encontro prestigiado por várias companheiras da categoria:

Marlu explicou como acesse o Quiz pelo QR Code

 

Diagnóstico precoce é importante

Jessica abriu a palestra com uma mensagem lógica e otimista: o câncer tem cura se descoberto de forma precoce.

Mas, é preciso que as mulheres cuidem de si próprias e conheçam seu corpo para detectar – além é claro de manterem em dia o preventivo – qualquer anomalia no seu corpo. Em 2023 foram estimados no Brasil, mais de 73 mil casos novos por ano, em 2021 foram ais de 18 mil mortes. Mas, destacou a enfermeira, a mortalidade é bem reduzida se a descoberta é feita logo o início.

A enfermeira explicou que há fatores que reduzem o risco de câncer, como manter o peso corporal adequado, praticar atividades físicas e evitar bebidas alcóolicas. A amamentação também é fator de proteção.

Fique atenta

Ela apresentou um estudo, o “Documento de Consenso do Câncer de Mama” de 2004, que define, como grupos populacionais com risco muito elevado para o desenvolvimento do câncer de mama:

  • Mulheres com história familiar de, pelo menos, um parente de primeiro grau (mãe, irmã ou filha) com diagnóstico de câncer de mama, abaixo dos 50 anos de idade.
  • Mulheres com história familiar de pelo menos um parente de primeiro grau (mãe, irmã ou filha) com diagnóstico de câncer de mama bilateral ou câncer de ovário, em qualquer faixa etária.
  • Mulheres com história familiar de câncer de mama masculino.

Quais são os sinais e sintomas do câncer de mama?

◦ Caroço (nódulo) endurecido fixo e geralmente indolor. É a principal manifestação da doença, estando presente em mais de 90% dos casos

◦ Alterações no bico do peito (mamilo).

◦ Pequenos nódulos na região embaixo dos braços (axilas) ou no pescoço.

◦ Saida espontânea de líquido de um dos mamilos.

◦ Pele da mama avermelhada retraída ou parecida com casca de laranja

Se liga

– Qualquer caroço na mama em mulheres com mais de 50 anos deve ser investigado!

– Em mulheres mais jovens, qualquer caroço deve ser investigado se persistir por mais de um ciclo menstrual.

(Entre outras recomendações)

.No colo de útero: Fatores de risco

Jessica também deu informações importantes sobre o câncer de colo de útero,

-Infecção por Papilomavírus Vírus Humano (HPV) e o Herpes vírus Tipo Il (HSV)

⁃Fatores sociais (baixa condição socioeconômica)

⁃Falta de higiene íntima

⁃ Uso prolongado de contraceptivos orais

⁃início da atividade sexual precoce

– Múltiplos parceiros sexuais

-Tabagismo, diretamente relacionado com o número de cigarros

 

Sintomas

Quando inicialmente as células do colo uterino (também conhecido como cérvix) se tornam cancerosas, raramente ocorrem quaisquer sinais de alerta. No entanto, com a progressão e crescimento do tumor, podem ocorrer os seguintes sintomas:

-Corrimento vaginal anormal

⁃ Sangramento vaginal entre os períodos menstruais

⁃ Sangramento vaginal após a menopausa

⁃ Sangramento ou dor durante a relação sexual

Depoimentos emocionantes

   

Tina, Jéssica e Inês: a qualidade da informação abraçada a experiência de quem superou com força, coragem e fé as etapas do tratamento até a cura da doença. Na foto ao lado, ao centro, Rosemere, ao lado das companheiras de GT, segura os folders distribuídos pela direção do Sintufrj.

Maria Inês Guimarães (técnica em assuntos Educacionais do IESC) descobriu com surpresa o câncer em 2011, porque um exame anterior nada mostrara. Rapidamente procurou um mastologista e seguiu com presteza todas as instruções e fez os procedimentos necessários. Em pouco tempo fez a cirurgia, retirando apenas um quadrante da mama e linfonodos. Depois fez sessões de quimio e radioterapia e está curada, alertando as companheiras que façam a mamografia e, se descobrirem algo, não fiquem apavoradas, ajam rápido porque, assim como no seu caso, a maioria dos caoses já tem tratamento.

Tina Guimarães (aposentada, técnica em assuntos educacionais do Polo de Macaé) faz todos os anos os exames preventivos e não tinha caso de câncer na família até então. Da mesma forma que a colega, descobriu cedo, agiu rápido e fez a mastectomia radical na mama esquerda e também o esvaziamento dos linfonodos. Também da mesma forma, teve sucesso no tratamento. Mas ressalta que, quando recebeu a notícia, manteve-se calma e acalmou sua família. Assim como durante todo o tratamento. Amparada em sua fé (cristã, ela segue a doutrina espírita e utilizou seus recursos, como a prece e a água fluidificada), seguindo rigidamente as orientações do médico, ficou tranquila até mesmo durante a cirurgia. Tempos depois, ela conta, foi sua mãe que, aos 82 anos, também foi acometida de câncer de mama e, da mesma forma, hoje está curada.

Rosemere Roza, auxiliar administrativa da Faculdade de Odontologia, também deu importantes exemplos de como três amigas suas enfrentaram a enfermidade. No caso de uma delas, embora um exame tenha indicado algo, o primeiro médico a que recorreu disse que não era nada. Ela recorreu a uma segunda opinião. À ressonância, seguiu-se a cirurgia e hoje está bem.  Outra, também foi diligente assim que descobriu e fez logo a cirurgia, com sucesso. E uma terceira amiga foi exemplo da necessidade de se procurar, quando necessário, de apoio. “Com o apoio psicológico, hoje ela está aqui com a gente”, comemora a servidora.

Pequeno trecho em vídeo da apresentação

 

 

Veja aqui a íntegra da apresentação de Jéssica

Apresentação sem título (1)

FOTOS: RENAN SILVA

Programa reuniu grupo de trabalhadores que relatou a experiência de uma gestão que fortaleceu a ideia de universidade voltada para os interesses populares

O tributo a Horácio Macedo, o primeiro reitor eleito pela comunidade universitária na UFRJ, um fato com registro histórico em 1985, foi tema de uma live organizada pelo Sintufrj e realizada nos estúdios da Superintendência de Comunicação da UFRJ (SGCOM) na manhã/tarde desta sexta-feira, 25 de outubro.

A live se inseriu nas atividades programadas pelo sindicato relacionadas à Semana dos Servidores cujo o dia é celebrado em 28 de outubro.

O programa – transmitido pelos canais digitais do sindicato e da UFRJ – reuniu um grupo de servidores que viveu os anos da gestão Horácio Macedo, o reitor comunista que mergulhou a universidade em inédita atmosfera democrática numa conjuntura na qual o país despertava do pesadelo de 21 anos de ditadura.

Lúcia Reis, Marli Rodrigues, Orlando da Conceição, Marcílio Lourenço, Roberto Gambine, Fortunato Mauro e Iran Roedel fizeram relatos da experiência vivida no curso da gestão de Horácio Macedo e as políticas que surgiram no período dentro da perspectiva de uma universidade voltada para os interesses populares, além de sua produção acadêmica.

O programa foi mediado por Francisco de Assis, coordenador de Comunicação da Fasubra. Esteban Crescente, coordenador-geral do Sintufrj, e Cícero Rabelo, coordenador de Comunicação da entidade, participaram na abertura da live: Cícero leu um texto com breve histórico de Horácio Macedo; Esteban situou a importância do evento pelo tema e pela oportunidade de o Sintufrj reafirmar suas bandeiras.

“Foi um grande encontro, num ambiente que aproximou dirigentes, ativistas, pessoas com passado e presente de luta na universidade que, mesmo com visões políticas diferentes, hoje se encontraram num tema comum de promoção de um personagem como Horácio Macedo e tudo que ele representa”, avaliou Francisco de Assis.

 

COMUNICADO
• Devido ao feriado do dia 28/10/2024 – 2ª feira, em que é celebrado o Dia do Servidor Público, não haverá expediente na sede e subsedes do Sintufrj.
• Na sexta-feira, 1º de Novembro, o Sintufrj convida para a homenagem aos servidores no Espaço Cultural no evento que vai acontecer das 17h às 21h

 

FOTO: RENAN SILVA

“Eu queria falar de um ataque que causa indignação. Hoje, dia 24 de outubro, os trabalhadores e trabalhadoras terceirizados da Faculdade de Letras não têm como pagar as suas contas. Estão há três meses com o auxílio alimentação atrasado. Nesse momento tem colegas passando pano no banheiro, limpando a mesa de trabalho… as pessoas estão trabalhando. Sabe como é o nome disso? Trabalho análogo a escravidão.”, denunciou o coordenador-geral do Sintufrj Esteban Crescente, durante o expediente da sessão do Conselho Universitário desta quinta-feira, 24.

Momentos antes, o dirigente esteve na Faculdade de Letras e apurou que a situação persiste. “Sabem por que as pessoas estão indo trabalhar sem salário? Pela expectativa de que, se mudar o contrato, possam continuar num próximo contrato”, explicou contando que hoje os trabalhadores estão “aflitos, ansiosos porque podem ver no fim do ano a realidade de não ter como pagar suas contas”.

Ele argumentou que, seja por conta da atuação da empresa Athos ou por causa de falta de pagamento em função dos cortes orçamentários, “não podemos ficar parado e deixar de se indignar”, conclamou, pedindo respostas (ou uma atitude quando à empresa) por parte da Reitoria.

O coordenador abordou outros pontos, como a entrega por parte da direção de uma proposta de edital, com base no diálogo recente com a Superintendência da Pró-Reitoria de Pessoal, para a eleição da Comissão Interna de Supervisão da Carreira (CIS) que, ele espera, se realize ainda este ano e sobre o sucesso da recente paralisação de 48 horas da categoria que levou ao recuo do governo e a reinclusão, no Projeto de Lei, dos pontos que compõem o acordo de greve.

Segundo a pró-reitora de Gestão e Governança, Claudia Cruz, uma nova empresa está sendo licitada e está se dando atenção aos trabalhadores da unidade que, provisoriamente, podem almoçar sem ônus no Restaurante Universitário

Claudia explicou que a UFRJ deposita mensalmente, numa conta vinculada (sob controle da PR-3 e da PR-6) recursos referentes às férias, 13º salário e rescisão dos trabalhadores de cada empresa. Para garantir que, em qualquer eventualidade, tenham resguardados estes direitos. Essa verba pode ser liberada pela empresa, por exemplo, para o pagamento da parcela do 13º salário. Mas é preciso que a empresa solicite à UFRJ.

A UFRJ tem que pagar a empresa ainda o mês de agosto e a pró-reitora esperava fazê-lo ainda esta semana ou no início da próxima. “Se a gente não paga, eles não vão pagar”, disse ela, respondendo ao argumento de que pela lei, a empresa tem direito de suspender o contrato mas só depois de 90 dias, ou três meses, de atraso.

Trabalhadores apreensivos na Letras

Depois do Consuni, o coordenador reuniu -se com os trabalhadores sem salário da Letras para explicar o que ouviu no Consuni. “Indignados com a situação da falta de salário, levamos ao Consuni e cobramos. Nos informaram que haverá um processo de transição em dezembro para uma nova empresa. Mas, de imediato, queríamos saber quanto aos trabalhadores em salários. A empresa está sem receber há três meses. Mas que, mesmo assim, pela lei a empresa tinha que estar pagando os salários. De qualquer forma, está sendo paga fatura de agosto (nos próximos dias) e se espera que em seguida o salário caia de vocês”, explicou.

Ele sugeriu também que os fiscais do contrato levem à empresa a proposta de que se recorra a UFRJ para liberação do valor da tal conta vinculada para adiantar o 13º diante da gravidade da situação (além da falta do salário do mês até o dia 24 pelo menos, só de vale alimentação são cerca de $1.500 de atraso).

“Nós estamos aqui para defender o direito de todos os trabalhadores na metida das nossas possibilidades. Então, mais uma vez, quero reforçar que a gente está à disposição”, disse Esteban lembrando que há ainda, na Letras, uma servidora que é também coordenadora da entidade, Marly Rodrigues, a quem os trabalhadores podem recorrer em caso de problemas como este. Assim como aos representantes do Diretório Central dos Estudantes (que também levaram o problema ao Consuni).

DIRIGENTES DO SINTUFRJ Esteban Crescente e José Carlos (de amarelo) conversam com de representante da Reitoria sobre situação dos terceirizados.

É com pesar que noticiamos o falecimento de nosso colega Luiz Henrique (conhecido carinhosamente como Pardal), servidor do Instituto de Neurologia Deolindo Couto (INDC), e que durante 36 anos serviu à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Levamos o nosso conforto a familiares e amigos.

A comunidade científica está reagindo a ameaça de o governo estadual trocar o cientista Jerson Lima Silva à frente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) pelo bolsonarista Alexandre Valle, empresário do ramo de corretoras de seguros e candidato derrotado nas eleições municipais de 2024 para a prefeitura de Itaguaí.

A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a Academia Brasileira de Ciências (ABC) e outras entidades que organizam os cientistas brasileiros articularam uma petição em defesa da manutenção de Lima Silva à frente da Faperj que na noite de quarta-feira já tinha cerca de 12 mil assinatura.

O documento exige que o governador Cláudio Castro reconsidere a decisão de afastar o atual presidente da Fundação. O indicado é ligado a Flávio Bolsonaro (senador).

Gerson Lima Silva é médico formado pela UFRJ, doutor em Biofísica e pesquisador titular da universidade.

 

CENTENAS DIANTE DO PRÉDIO DA Faperj: defesa da ciência contra o obscurantismo bolsonarista

 

O Sintufrj vai reunir nesta live um grupo de convidados para uma abordagem inédita sobre um momento de esperança na sociedade brasileira que, há 40 anos, despertava do pesadelo da Ditadura de 21 anos.
Na UFRJ, a eleição do primeiro reitor pela comunidade universitária é o evento simbólico desta época – quando se inicia o período da redemocratização do Brasil.
Portanto, um programa imperdível.
Serviço
• Live Especial Tributo a Horácio Macedo*
• 40 anos do primeiro reitor eleito pela comunidade universitária da UFRJ e do início da redemocratização do Brasil
• Sexta-feira, 25/10
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*Horário a confirmar