Em nota, os presidentes das centrais destacam que o movimento sindical não aceita provocações e radicalismos e reforçam a importância do Congresso Nacional e do STF na busca de soluções republicanas

Escrito por: CUT Nacional

Nota das centrais sindicais sobre os tumultos nas estradas que tiveram início após a proclamação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no domingo (30).

Eleições legítimas e povo soberano

As centrais sindicais signatárias reafirmam a defesa da democracia e do legítimo processo eleitoral de 30 de outubro, que elegeu Luiz Inácio Lula da Silva para a presidência da República, cujo mandato se iniciará em 1º de janeiro de 2023.

O segundo turno das eleições de 2022 ficará marcado na história do Brasil como o momento em que a democracia, a busca pela paz, pela justiça social e a normalidade política retornam pela vontade legítima e soberana do povo brasileiro.

Tendo em vista que as eleições em todo Brasil foram legítimas, democráticas, transparentes e reconhecidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e que todos devem se submeter à vontade soberana do povo e do eleitorado.

Não podemos aceitar uma espécie de 3º turno que setores políticos isolados do bolsonarismo tentam, numa estratégia golpista e antidemocrática, submeter a sociedade brasileira através de tumultos, bloqueios de rodovias e outras manifestações sem respaldo político e popular.

É inaceitável e criminosa a posição adotada por setores partidarizados dos órgãos de segurança – em especial da Polícia Rodoviária Federal (PRF) – que prevaricam no cumprimento de suas funções e obrigações legais e constitucionais.

Conclamamos urgentemente que os governos federal e estaduais, as instituições democráticas, em todas as formas da Lei, adotem todas as providências, e o retorno da normalidade para garantir o respeito à democracia e ao resultado das eleições.

É importante destacar que o movimento sindical não aceite provocações e radicalismos e reforçam a importância do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF) na busca de soluções republicanas.

Estaremos vigilantes para garantir o respeito à democracia e o resultado das eleições.

São Paulo, 1º de Novembro de 2022

Sergio Nobre, Presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores)

Miguel Torres, Presidente da Força Sindical

Ricardo Patah, Presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores)

Adilson Araújo, Presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)

Moacyr Roberto Tesch Auersvald, presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST)

Antônio Neto, Presidente Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB)

Todos ao Conselho Universitário (Consuni) na quinta-feira, 3, às 9h, no Parque Tecnológico. A Reitoria quer privatizar áreas da Praia Vermelha, mas a comunidade da UFRJ NÃO vai permitir! O Sintufrj e as entidades estudantis DCE Mário Prata e Centros Acadêmicos convidam a comunidade universitária para participar da manifestação no colegiado máximo da universidade e impedir que seja aprovada a concessão do campinho. Essa é a razão da realização da sessão extraordinária do órgão. Vamos lá dizer NÃO a esse absurdo!

Reitoria e Prefeitura Universitária acompanham o caso que prejudicou professores e estudantes do Instituto de Geociências da UFRJ

 

Atualização – 9h36 de 01/11/2022

Os estudantes, professores e motoristas estão bem e devem desistir de seguir a aula que aconteceria em Uberaba (MG), infelizmente, retornando ao Rio. A Reitoria espera que eles cheguem o mais rápido possível e em segurança, dado o estado de apreensão da comunidade acadêmica e, principalmente, de suas famílias.

Nesta segunda-feira, 31/10, um ônibus e uma van que levavam cerca de três docentes, 30 estudantes do Instituto de Geociências da UFRJ e quatro motoristas foram bloqueados e obrigados a permanecer retidos na Rodovia Presidente Dutra, em Barra Mansa (RJ). Os veículos transportavam o grupo para um trabalho de campo com destino a Uberaba (MG). Eles foram interceptados por caminhoneiros manifestantes apoiadores do candidato derrotado, que se posicionam contra o resultado das eleições presidenciais realizadas no último domingo, 30/10.

Para minimizar a obstaculização e proteger a vida do grupo, os professores orientaram os estudantes a se dividirem em grupos e se encaminharem até o hotel mais próximo, portando apenas as roupas do corpo e documentos. Durante o caminho, os estudantes foram xingados, filmados, ameaçados e hostilizados pelos manifestantes, que impediram o direito constitucional de ir e vir.

A Reitoria repudia veementemente o bloqueio e a hostilização protagonizados pelos manifestantes que impossibilitaram os estudantes de prosseguir viagem de pesquisa acadêmica. Além disso, nos solidarizamos com cada discente, docente, motorista e seus familiares. Além dos sucessivos bloqueios orçamentários que a UFRJ atravessou por todo o ano de 2022 levando a um estado de penúria financeira, ter, agora, que encarar bloqueios terrestres que impedem o livre tráfego para produzir pesquisas é surpreendente para uma instituição centenária como a UFRJ.

A Reitoria da UFRJ lamenta, ainda, a postura da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que, para não criar conflito com os caminhoneiros manifestantes, não se esmerou inicialmente para que a comunidade acadêmica da UFRJ ali representada pudesse ter o direito a estudar e prosseguisse com sua viagem de trabalho de campo.

Caso os estudantes e professores não sejam liberados até terça-feira, 1º/11, a reitora da UFRJ, Denise Pires de Carvalho, irá pessoalmente ao local do bloqueio para diálogo e intercessão junto à PRF para que haja liberação pacífica e imediata do tráfego para minimização dos prejuízos causados à comunidade acadêmica e liberdade do fazer acadêmico. A Reitoria e a Prefeitura Universitária acompanham o caso.

A UFRJ não permitirá que seus estudantes, professores e funcionários sejam ultrajados e hostilizados e com anuência de outros entes do Poder Executivo. Vivemos em uma República. A Universidade não se calará e não permitirá que ataques sucessivos à comunidade acadêmica continuem em marcha contra a educação e a democracia, nem tampouco compactuaremos com discursos de ódio e ataques antidemocráticos. Seguimos lutando e acreditando na ciência e na educação de qualidade como rota para um Brasil melhor, como acontece em todo país verdadeiramente independente e desenvolvido.

31/10/2022
Reitoria da UFRJ

Minerva, símbolo da UFRJ. Reitoria da UFRJ, RJ, 18/11/2021

Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito para um terceiro mandato na presidência da República (feito inédito) com votação sem precedentes na história do país: 60 milhões de votos num segundo turno no qual o número de eleitores superou a presença de votantes de 2 de outubro – primeiro turno. Foi a vitória da democracia.

A eleição de Lula representa a força da mobilização dos trabalhadores em defesa da democracia e pelo direito de lutar. Garantir a sua posse é a tarefa que se impõe agora diante de qualquer tentativa golpista em patranhas irradiada do Palácio do Planalto para bolsonarista.

É o êxito de uma jornada que resultou de várias etapas na luta contra o governo Bolsonaro inimigo da democracia e dos trabalhadores, um genocida cuja indiferença pela vida humana ficou patente durante a pandemia.

Foi uma eleição histórica sobre um projeto de sociedade que nega ciência, estimula o armamentismo, desmonta as políticas públicas para a educação e a saúde, ataca servidores e universidades, rouba dinheiro do orçamento para comprar apoio no parlamento – com o chamado orçamento secreto.

As milhares de pessoas que foram as ruas para festejar a vitória de Lula tem a força simbólica de que a vitória nas urnas deve continuar nas uras, nos locais de trabalho, na universidade, nos bairros, nas moradias.

Foi importante ouvir do presidente eleito – um ex-operário e ex-retirante nordestino – anunciar que uma das prioridades do seu governo será o combate à fome e reafirmar seus compromissos com as políticas sociais num país tão desigual e ora nas mãos de um governo fascista.

 

 

30.10.2022 – Luiz Inácio Lula da Silva, da Coligação Brasil da Esperança, é eleito Presidente do Brasil. Foto: Ricardo Stuckert

Manifestação dos estudantes no Conselho Universitário (Consuni) e piquete em frente ao Instituto de Filosofia e Ciências sociais (IFCS), no Largo de São Francisco, marcaram a manhã de protestos, nesta quinta-feira, dia 27, contra o atraso dos salários de parte dos trabalhadores terceirizados na UFRJ. De acordo com a Associação dos Trabalhadores Terceirizados (Attufrj), a empresa é a Sá Construções.

As estudantes Mariana Maia e Julia Vilhena expuseram no Consuni a situação dos terceirizados na universidade. Até o dia anterior, os trabalhadores no IFCS não haviam recebido o pagamento pelo mês trabalhado. Já os do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN) e do Ladetec só foram pagos há uma semana e isso só ocorreu depois da mobilização da  associação, com o apoio do Sintufrj e do DCE Mário Prata.

Sem comida

“O lixo está sendo recolhido, os banheiros estão limpos, mas as pessoas que fazem esse trabalho não têm o que comer”, denunciou Julia Vilhena. Ela contou que o DCE fez uma assembleia e alguns desses terceirizados até choraram por não ter dinheiro para pôr comida em casa e pagar contas. Naquele momento, segundo a representante estudantil, alunos e terceirizados faziam piquete para impedir a entrada no IFCS. “Só vão deixar entrar quando pagarem os trabalhadores”, disse.

Explicação

A reitora Denise Pires de Carvalho explicou que o atraso dos salários estava ocorrendo devido a “transição contratual entre empresas”, e que lamentava muito pelas dificuldades dos trabalhadores. Mas que a Reitoria havia deixado de pagar as concessionárias (de água e luz) para não ter que dispensar terceirizados.

Já o pró-reitor de Gestão e Governança, André Esteves, disse que “a mobilização de trabalhadores e estudantes estimula iniciativas para aprimorar essa transição”. Segundo ele, as empresas têm obrigação legal de suportar atraso no pagamento por parte da instituição de até dois meses.

Piquete e aula pública

A coordenadora do DCE Mário Prata e do Centro Acadêmico de História, Dulce Silva, informou que o piquete no IFCS começou às 5h30 da manhã daquela quinta-feira. Segundo a estudante, um dia antes conversaram com os diretores dos Institutos de Filosofia e História (IH) sobre a paralisação, e cobraram um posicionamento da Pró-Reitoria de Gestão e Governança (PR-6) e da empresa Sá Construções.

A mobilização constou também de aula pública com professores do IFCS e do IH sobre a precarização do trabalho e da vida. E ainda estava prevista uma aula sobre racismo e mudanças no mundo do trabalho, e apresentação artística.

“Nossa esperança é que até hoje (quinta-feira, 27) a empresa efetive o pagamento dos trabalhadores. O piquete vai continuar até que isso aconteça”, adiantou a líder estudantil.

Nome social é um direito!

Representantes de vários Centros Acadêmicos e do DCE Mário Prata se mobilizaram para reivindicar da Reitoria, na sessão do conselho Universitário desta quinta-feira, 27, que os nomes sociais dos alunos e alunas da UFRJ constem das listagens estudantis que vão para as salas de aula e dos processos eleitorais.

A listagem enviada para a eleição do Centro Acadêmico da Escola de Serviço Social ignorou o nome social registrado na UFRJ.

Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (Sintur) está completando 28 anos de uma história de luta como entidade fundamental para a organização dos servidores e para o movimento sindical na região. Na saudação que fez na celebração do aniversário e que marcou também homenagem aos servidores que tem o seu dia comemorado em 28 de outubro, Marta Batista, coordenadora-geral do Sintufrj, enfatizou a importância do Sintur e destacou os desafios da categoria dos servidores num governo como o de Bolsonaro que desrespeitou e atacou servidores. Além de Marta, o Sintufrj foi representado pela coordenadora de Comunicação, Marli Rodrigues, e pelo colaborador e apoiador do mandato Francisco de Assis.

REPRESENTANTES DO SINTUFRJ ao lado de diretores do SINTUR na reunião que celebrou os 28 anos da entidade e homenageou os servidores

A semana do servidor público promovido pelo Sintufrj encerrou as atividades com futebol e churrasco na tarde/noite de 26 de outubro. O campo de futebol da prefeitura da UFRJ reuniu mais de 50 trabalhadores de diversas unidades que formaram quatro times e fizeram a bola rolar. Atletas da Pelada do Coração e dos times de unidades da UFRJ abrilhantaram o evento. O objetivo maior foi o da integração e do fortalecimento da campanha em defesa da educação, da saúde, da valorização dos servidores.

“Todos serão premiados pela participação. Realizamos esse torneio relâmpago com o mote antifascista porque no esporte também é preciso consciência de classe. Ainda mais nesse momento tão crucial, a três dias da eleição. Acreditamos que na organização do torneio conseguimos fazer um bom trabalho de mobilização sobre a importância de eleger um governo que interesse aos servidores. Conseguimos virar alguns votos e cada voto vale muito”, declarou o coordenador de Esporte e Lazer do Sintufrj, Jorge Emanuel.

“Nós vamos passar o trator”, falou com entusiasmo, o também coordenador da pasta, Waldir Dias, o Lalá, numa referência a eleição. Embora ele tenha dito que os colegas do IPPMG tenham dado trabalho para poder virar voto, o esforço valeu. “De qualquer forma conseguimos fortalecer a campanha”, completou Lalá.

No colete dos jogadores suados e felizes o recado foi dado: “Resistindo em Defesa da Universidade”.

Torneio de Futebol dia do Servidor Público no Sintufrj.
Rio,27/10/22
Fotos de Elisângela Leite
Torneio de Futebol dia do Servidor Público no Sintufrj.
Rio,27/10/22
Fotos de Elisângela Leite
Torneio de Futebol dia do Servidor Público no Sintufrj.
Rio,27/10/22
Fotos de Elisângela Leite
Torneio de Futebol dia do Servidor Público no Sintufrj.
Rio,27/10/22
Fotos de Elisângela Leite

“Todo mundo que estuda aqui na UFRJ tem que entender a importância do seu voto no dia 30 de outubro”

A três dias para da eleição, a expectativa sobre o resultado que sairá das urnas é grande no país e também na UFRJ. Afinal, está em jogo o futuro da universidade ou melhor, da educação pública. Por conta disso, várias atividades políticas foram realizadas durante a semana pelas entidades de classe Sintufrj e Adufrj, e estudantil: DCE Mário Prata e APG (Associação dos Pós-Graduandos), principalmente na quarta-feira, 26, Dia L na UFRJ.

O Comitê Popular de Luta da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) e Escola de Belas Artes (EBA) foi responsável pela roda de conversa “Sem medo de ser feliz: política e cotidiano universitário no Brasil da esperança”. As professoras da UFRJ Dani Balbi e Luciana Boiteaux, parlamentares eleitas do PCdoB e PSOL respectivamente, foram as palestrantes.

A atividade na Reitoria objetivou, segundo Kelbia Maia do comitê organizador, ratificar o espaço coletivo de construção política e que na história recente do país foi palco de censura das manifestações democráticas da comunidade universitária.

Dani Balbi

Danieli Christovão Balbi, mais conhecida como Dani Balbi é a  primeira professora transexual da UFRJ e agora a primeira parlamentar transexual da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Ela também é roteirista e leciona literatura na rede pública. Ela chamou a atenção para a importância do momento e a urgência de eleger Lula presidente.

“O desgoverno de Bolsonaro ameaça sistemática e cotidianamente a participação popular e a organização social. Suas medidas direcionadas à educação vão no sentido de pôr um freio no movimento que nós construímos de democratização da universidade pública com os cortes de verbas”, disse a deputada.

Segundo Dani, Bolsonaro sabe que uma universidade autônoma e com aportes de recursos, pode oferecer cada vez mais vagas e garantir assistência estudantil aos mais pobres, e aumentar o ingresso na pós-graduação. “E isso ameaça o seu projeto de aprofundamento do neoliberalismo no Brasil, que tem como limite a privatização desses espaços e a entrega de nossa vida e de toda a estrutura que oferece assistência social, educação e saúde públicas à população para a gestão do mercado. Entregando a  população trabalhadora e os estudantes à própria sorte, sem perspectiva de futuro”, acrescentou.

“Em nome dos estudantes que ao longo da história militaram por  uma educação pública, gratuita e de qualidade, enfrentaram a ditadura militar e o autoritarismo do governo (Getúlio) Vargas,  foram às ruas para garantir mais verbas, mais investimentos e mais universidades é que não podemos titubear nesses próximos  dias. Nós temos um compromisso de construir o fim do fascismo e do autoritarismo. Nós sabemos da responsabilidade que pesa sobre nós e, a partir daí, disputar as contradições de um governo democrático que será o governo do presidente Lula”, concluiu.

Luciana Boiteaux

Advogada, professora de Direito Penal e Criminologia da UFRJ e, a partir de janeiro de 2023, vereadora do Rio – como primeira suplente do Psol, ela assumirá a vaga de Tarcísio Mota, eleito deputado federal, na Câmara de Vereadores do Rio –, Luciana Boiteaux afirmou: “A gente nunca se viu num momento tão desafiador. Essa história de luta colocada por Dani é uma história de muitas individualidades, mas também de uma luta coletiva.  Sem dúvida algum nenhum enfrentamento foi como está sendo hoje. O Brasil não vai ser o mesmo depois de Bolsonaro. A extrema-direita veio para ficar. O bolsonarismo está colocado e está fortalecido.  Com a eleição de Lula, tenho confiança, a gente tem muita coisa para desconstruir do que foi feito até esse momento. A gente vai ter muita luta para fazer na universidade.”

“A maior a lógica e a mais perversa nesse momento que a gente vive é quando o engano e a mentira são colocados numa naturalização de uma política violenta, de uma política de ódio. E ao mesmo tempo isso acaba nos impondo medos. O fato é que muita gente acredita e vota no Bolsonaro. Para além das mentiras que conta, ele representa muita gente que se identifica com ele, com essa figura da masculinidade tóxica, racista, machista, LGBT fóbica.”

“Não é à toa que Bolsonaro corta dinheiro da universidade. Não é à toa que ele procura empreender o governo que nega a educação e que demoniza a política. Na verdade, quanto menos informados, quanto menos politizados, estudantes, técnicos e professores mais fácil vai ser convencer as pessoas por meio do WhatsApp.

“Vamos acreditar na luta e no futuro. Então é não parar um minuto, disputar voto a voto, mostrar que outro mundo é possível. Mostrar que, para a educação, eleger Lula será um mundo completamente diferente. É um programa, é uma pauta, é uma realidade oposta de Bolsonaro. Então, acho que a gente que cuida da educação, a gente tem que fazer essa fala também (para os eleitores). Vida longa, educação com Lula, liberdade, educação, evolução, vote pela educação e pela UFRJ! Todo mundo que estuda aqui na UFRJ tem que entender a importância do seu voto no dia 30 de outubro.”

LUCIANA E DANI..no hall do prédio da Reitoria, na Cidade Universitária, no Fundão (Foto: Lili Amaral)

 

Em carta lida no Conselho Universitário (Consuni) pelo professor Ricardo Medronho, nesta quinta-feira, dia 27, 50 professores eméritos da UFRJ se posicionam em defesa da educação, da ciência, da cultura, do meio ambiente, da tecnologia e da democracia e contra os desmandos do atual governo — “claramente empenhado em asfixiar as universidades federais e em desmontar o Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia” e “reduzindo drasticamente os auxílios à pesquisa e a concessão de bolsas para pós-graduandos, fragilizando a educação superior e a ciência como um todo”, diz o texto.

Os professores se colocam como defensores da ciência, da educação, da saúde pública e do Estado Democrático de Direito, e  contra o negacionismo –, “que causou a morte evitável de centenas de milhares de pessoas durante a pandemia –”, contra o totalitarismo, o armamento da população, que serve para munir as milícias e contra o projeto de um governo que colocou o país de volta no mapa da fome da ONU.

 

VEJA A CARTA

“Nós, Professores Eméritos da Universidade Federal do Rio de Janeiro, vimos a público manifestar nossa total indignação frente aos desmandos do atual governo, claramente empenhado em asfixiar as universidades federais e em desmontar o Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia, duramente construído e continuamente aperfeiçoado desde 1951, quando da criação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq.

O governo atinge este objetivo ao retirar verbas das universidades federais, comprometendo seriamente seu funcionamento.  Da mesma forma age em relação à Capes, ao CNPq e ao FNDCT, reduzindo drasticamente os auxílios à pesquisa e a concessão de bolsas para pós-graduandos, fragilizando a educação superior e a ciência como um todo. Como consequência disto, vemos nossos mais brilhantes jovens pesquisadores emigrarem para países mais ricos, a fim de avançar com suas pesquisas, uma vez que isso se tornou impossível no Brasil, resultado desse monstruoso corte de verbas.

As universidades públicas são responsáveis por mais de 95% da pesquisa produzida no país. Assim, deixá-las à mingua, sem recursos que garantam seu pleno funcionamento e sem verbas para bolsas de pósgraduação e pesquisa, torna evidente o projeto de nação engendrado pelo atual governo para o País, ao qual caberia apenas a exportação de commodities, tais como petróleo bruto, minério de ferro e soja.

Como defensores incontestes da ciência, da educação, da saúde pública e do Estado Democrático de Direito, posicionamo-nos fortemente contra o negacionismo que causou a morte evitável de centenas de milhares de pessoas durante a pandemia; contra o totalitarismo, que ataca os meios de comunicação e espalha o ódio e o terror na sociedade, com o uso contínuo e recorrente de fake news; contra o armamento da população, que serve apenas para munir as milícias com armamentos comprados legalmente; contra o desenfreado desmatamento da Amazônia, que altera as condições climáticas do planeta; contra a invasão de terras indígenas; contra o garimpo ilegal, que provoca destruição do meio ambiente; contra o desmonte da FUNAI e do IBAMA; contra os falsos profetas que manipulam os mais pobres, incutindo-lhes o medo e o ódio; e, finalmente, contra o projeto de um governo que nos colocou de volta no mapa da fome da ONU.

Em 25 de outubro de 2022.

Adelaide Maria de Souza Antunes

Adalberto Ramon Vieyra

Ana Ivenicki

Andrea Viana Daher

Anita Dolly Panek

Antonio Carlos Secchin

Antonio Flavio Barbosa Moreira

Antonio Giannella-Neto

Arthur Octavio de Avila Kós

Beatriz Becker

Carlos Aguiar de Medeiros

Celina Moreira de Mello

Clarisa Beatriz

Palatnik de Sousa

Claudio Costa Neto

Consuelo da Luz Lins

Dinah Maria Isensee Calou

Erasmo Madureira Ferreira

Dani Gamerman

Francisco Radler de Aquino Neto

Gilberto Barbosa Domont

Jorge Almeida Guimarães

Helio dos Santos

Migon Jayme Luiz Szwarcfiter

Jose Angelo de Souza Pappi

José Egídio Paulo de Oliveira

José Luís da Costa Fiori

Jose Mauro Peralta

Liu Hsu

Luiz Bevilacqua

Luiz Davidovich

Luiz Felipe Alvahydo de Ulhoa Canto

Manuel Antônio de Castro

Márcio Tavares d’Amaral

Maria Antonieta Rubio Tyrrell

Marieta de Moraes Ferreira

Martin Schmal

Muniz Sodre Cabral

Nei Pereira Junior

Nelson Maculan Filho

Nelson de Souza e Silva

Nelson Spector

Nicim Zagury

Nubia Verçosa Figueiredo

Olaf Malm

Otávio Guilherme Cardoso Alves Velho

Raquel Paiva de Araújo Soares

Ricardo de Andrade Medronho

Roberto Lent

Takeshi Kodama

Vivian Mary Barral Dodd Rumjanek

PROFESSOR RICARDO MEDRONHO leu a carta no Conselho Universitário