Ao tomar posse na presidência da Adufrj – Seção Sindical do Andes –, a professora Eleonora Ziller disse que o seu mandato vai continuar investindo na ampliação da representatividade da entidade, da mesma forma como os dois mandatos que a antecederam.

A dirigente reafirmou seu compromisso com um movimento docente que seja combativo, sem ser sectário. “Um movimento que seja capaz de envolver a maioria dos professores e, com isso, dar cor e forma poderosa às nossas reivindicações. A universidade está mais viva do que nunca”, apontou.

Emocionada, Eleonora relembrou aos presentes sua trajetória de mais de 30 anos de militância na UFRJ desde o movimento estudantil, passando pela diretoria do Sintufrj.

Presente à posse, a coordenadora-geral do Sintufrj, Neuza Luzia, saudou Eleonora e destacou a parceria entre a Adufrj e Sintufrj na gestão conduzida pela professora Maria Lucia Werneck, que se encerrava.

“Nossa parceria coma atual gestão mostrou que é possível construir caminhos para pautar unicamente a luta pela universidade pública, e tenho certeza que com a nova gestão não será diferente”, disse a dirigente.

Quem são

A nova diretoria foi eleita no pleito que ocorreu nos dias 11 e 12 de setembro e, além de  Eleonora Ziller, da Faculdade de Letras, é constituída por Felipe Rosa, do Instituto de Física, como 1º vice-presidente; Christine Ruta, do Instituto de Biologia, 2ª vice-presidenta; Pedro Lagerblad, do Instituto de Bioquímica Médica, 1º Secretário; Marcos Dantas, da Escola de Comunicação, 2º Secretário; Josué Medeiros, do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, 1º Tesoureiro; e Jackson Menezes, do NUPEM / UFRJ – Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade, 2º Tesoureiro.

A posse foi no salão Pedro Calmon, na Praia Vermelha.

 

Petroleiros preparam greve nacional por salários e dignidade

 

Mais de 700 trabalhadores do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), na Cidade Universitária da UFRJ, participaram na terça-feira, 15, pela manhã, da assembleia realizada pelo Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro (Sindpetro-RJ). A categoria em todo o país está em Campanha Reivindicatória com vistas a um novo Acordo Coletivo de Trabalho – cuja pauta foi entregue à Petrobras no dia 15 de março –, e contra a destruição e o desmantelamento da maior empresa pública do país.

Com a intermediação do Tribunal Superior do Trabalho (TST), a direção da petrolífera quer impor uma contraproposta rebaixada aos petroleiros. O clima em todos os setores da estatal é o pior possível, com ameaças e intimidações de gerentes e chefias. São muitas as denúncias de assédio moral contra as trabalhadoras e trabalhadores, numa tentativa de inibir a deflagração de greve nacional a qualquer momento pela categoria, se o impasse perdurar.

Voto em urna  

Como está ocorrendo em todos os setores e turnos da Petrobras, os trabalhadores do Cenpes votaram se aceitam ou rejeitam a contraproposta TST/Petrobras em urna. A medida está sendo adotada pelos sindicatos da categoria, entre os quais o Sindpetro-RJ, para impedir o controle e o voto de cabresto dos gerentes. “A tradição de participação e mobilização dos trabalhadores de áreas operacionais e administrativas são bens distintas. Por isso, é bom que saibamos que neste momento, em todo o país, a direção da Petrobrás e demais executivos turistas pagos a peso de ouro, contam conosco, do administrativo, para jogar para trás a luta coletiva”, alerta a direção sindical no Rio de Janeiro.

A greve não é de marajás!

Sindpetro-RJ

A Petrobrás lucra bilhões por ano, acumula uma reserva de caixa também da ordem de bilhões… de dólares. E quem produz 100% desse lucro? Nós, os trabalhadores. E sabe quanto a Petrobrás retorna para nós? Menos de 10%. Nossos benefícios e salários refletem de forma rebaixada o caráter dessa empresa, seu lucro, a produtividade e a luta dos seus trabalhadores. Segundo o Dieese,  a Petrobras é hoje a empresa do ramo de setor de óleo e gás que tem a menor remuneração por empregado comparado a outras empresas do setor, ficando atrás da BP, Equinor, Shell e Total. O empobrecimento da categoria petroleira, como o de qualquer categoria, tende a piorar a situação do país.

Somos cerca de 61 mil trabalhadores por todo o país e nossos salários são revertidos para as economias locais. Consumimos produtos, usamos restaurantes, pagamos escolas, etc. Isso movimenta a economia brasileira. A redução proposta em nossos salários é para favorecer a quem nada produz, como os grandes especuladores do mercado de ações ou os executivos de aluguel a peso de ouro, que pousam temporariamente na empresa e sugam mais do que doam. Também é para subornar licitamente os gerentes da Petrobrás, através de bônus (renda variável-PRVE). E mais, qual o compromisso dos grandes acionistas em reverterem dinheiro em investimento produtivo, se a lógica do capital especulativo é justamente ganhar dinheiro sem nada gerar? Ainda que alguns poucos invistam parte em algo produtivo, quem disse que isso seria no Brasil, se muitos são estrangeiros?

CENTENAS DE TRABALHADORES PETROLEIROS se reuniram em assembleia no Centro de Pesquisa da Petrobras (Cenpes II) na Cidade Universitária da UFRJ, no Fundão. Lição de luta

Na terça-feira, 15, a Coordenação e o Departamento de Aposentados e Pensionistas do Sintufrj realizou reunião extraordinária para indicação de representantes ao Encontro Nacional da Fasubra de Aposentados (as), Aposentandos (as) e Pensionistas, nos dias 24 e 25 de outubro, em Brasília.

A base do Sintufrj será representada por quatro companheiros/as e uma coordenadora de Aposentados e Pensionistas. O evento será realizado no Teatro dos Bancários, na EQS 314/315, Bloco A, Asa Sul do Distrito Federal.

“Este encontro visa agregar, mobilizar e abastecer as companheiras e os companheiros aposentados e pensionistas das universidades e institutos federais de muita informação, para a formação de um bloco de resistência poderoso contra os ataques do governo Bolsonaro à Educação, à Previdência e aos direitos sociais de todos os brasileiros. É muito grave o momento em que se encontra o nosso país sob a égide de um presidente da República fascista e inimigo das trabalhadoras e trabalhadores”, alertou a coordenadora-geral do Sintufrj, Gerly Micelli, na reunião.

A dirigente acrescentou que “é muito importante que todos entendam como a reforma da Previdência afetará as nossas vidas hoje e a das futuras gerações, assim como a proposta de reforma do Estado que o presidente Jair Bolsonaro também enviará ao Congresso Nacional”. Ela concluiu, recomendando: “O que apendermos nesse grande encontro deve ser passado aos nossos familiares, amigos e vizinhos.”

Todas às quartas-feiras, das 9h às 16h. Na subsede do Sintufrj.

Agendar com a Kátia (21) 2542-9143.

Em tempo: No dia 23/10 não haverá plantão. Motivo: todos os advogados estarão realizando audiências.

CUT: Congresso decide repensar estrutura sindical

Objetivo é aproximar as entidades sindicais de sua base do cotidiano dos trabalhadores desempregados ou informais para enfrentar a conjuntura da era Bolsonaro

Foto: CUT

O 13º Congresso Nacional da CUT, encerrado na quinta-feira, 10, definiu como estratégia para enfrentar a conjuntura adversa repensar a estrutura sindical.

Um dos objetivos é aproximar os sindicatos dos desempregados e do universo cada vez mais amplo dos trabalhadores informais.

O Sintufrj participou da instância de decisão mais importante da principal central sindical do país com oito delegados. Joana de Angelis, diretora do Sintufrj, disse que a CUT saiu fortalecida do encontro.

“Representações do Brasil todo estavam lá, com destaque para a região Nordeste”, disse. “O fundamental foi que, mesmo forças que atuam na CUT com leituras nem sempre coincidentes da realidade, diante do cenário político, concordaram com a linha de atuação definida pelo congresso.”

Os debates concluíram que a atuação sindical deve ter como referência o território onde ele existe. O sindicato deve deixar de ser visto como uma entidade abstrata, descolada da realidade que o cerca, e abrir canais para incorporar desempregados e mão de obra informal na sua ação política.

Outro ponto destacado nesta inflexão da Central na procura de estratégia que responda com mais força a um governo que ataca os trabalhadores é a possibilidade de fusões de sindicatos, quando eles atuam no mesmo universo de trabalhadores.

As orientações serão debatidas e aprimoradas nos congressos estaduais da Central, os quais, não por acaso, dessa vez vão ser realizados depois do encontro nacional, até dezembro.

Sérgio Nobre é o novo presidente

Metalúrgico do ABC, Sérgio Nobre foi eleito presidente da CUT para o mandato que vai até 2023. Vagner Freitas, que presidiu a Central por sete anos, no curso de dois mandatos, continua na executiva como vice-presidente. A Secretaria Geral será comandada pela primeira vez nos 36 anos de CUT por uma mulher, a trabalhadora rural Carmen Foro.

Em sua primeira manifestação, o novo presidente da CUT, sustentou que comandará com firmeza a luta contra a política econômica e entreguista do governo de Jair Bolsonaro (PSL) e seu ministro da Economia, Paulo Guedes. De acordo com o dirigente, política esta que está destruindo o país, com desemprego e sofrimento para os trabalhadores.

A secretária-geral também enfatizou o enfrentamento com o governo. “Nós vamos derrotar essa reforma sindical (veja a matéria na página anterior), organizar os trabalhadores e fazer todas as lutas necessárias”, disse ela.

Carmen Foro acrescentou: “Essa vai ser nossa missão: organizar os congressos estaduais até dezembro e pautar um conjunto de outros enfrentamentos com esse governo. Viva a CUT! Viva a classe trabalhadora! Viva o movimento sindical! Até a vitória, companheiros e companheiras!”

O 13º Congresso Nacional da CUT (13º Concut) ganhou o nome de “Lula Livre – Sindicatos Fortes, Direitos, Soberania e Democracia”. Nobre foi eleito, encabeçando chapa única, para um mandato de 2019 a 2023.

“Esse congresso” – no primeiro ano de governo Bolsonaro, que já se posicionou contra entidades sindicais e diariamente opera para cercear os direitos de organização dos trabalhadores – “foi realizado numa conjuntura adversa, difícil, que requereu de todas as forças políticas a mais ampla unidade para enfrentar o fascismo neste país. Esta chapa expressa toda a diversidade do país, de raça e entidades. Tem gente do campo, da cidade, de entidades públicas e privadas e LGBTs”, declarou Sérgio Nobre.

No total, inscreveram-se para o 13º Concut 1.957 delegados. Deste total, 1.705 se credenciaram, sendo 968 homens e 737 mulheres. A maior categoria presente foi a da Educação, somando 556 delegados.

 

 

Trama diabólica contra sindicatos

Bolsonaro articula nova reforma trabalhista e estrutura sindical atual seria substituída por modelo de sindicalismo dos EUA  

CENTRAIS SINDICAIS se articulam e preparam uma contraofensiva no Parlamento para neutralizar o ataque do governo

Uma nova investida de Jair Bolsonaro aos direitos e à organização dos trabalhadores está sendo preparada com a reforma sindical e a nova reforma trabalhista. O governo constituiu um grupo especialmente para elaborar uma proposta com esse propósito até o fim do ano. O Gaet (Grupo de Altos Estudos do Trabalho) tem ministros, desembargadores e juízes, e o coordenador é o ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Ives Gandra, que atuou na elaboração da reforma trabalhista de Michel Temer.

O objetivo de Bolsonaro é dar o golpe final para detonar as relações de trabalho ainda existentes no Brasil. As propostas de reforma sindical e de nova reforma trabalhista incluiriam todas as mudanças que ficaram para trás na reforma trabalhista de Temer, na Medida Provisória 873 (que extinguia a contribuição sindical da folha de pagamentos, mas que caducou sem ser apreciada) e na Medida Provisória 881 (a da Liberdade Econômica).

O Gaet foi montado pelo secretário especial da Previdência e Trabalho e ex-relator da reforma trabalhista, Rogério Marinho.  Sob a justificativa de “modernizar as relações de trabalho”, ele almeja institucionalizar o enfraquecimento da organização sindical da classe trabalhadora destruindo de vez a forma de financiamento e a representação dos trabalhadores. A unicidade sindical é a bola da vez.

Rogério Marinho estaria se inspirando no modelo americano, que é um sindicato para cada empresa, estrutura completamente diferente da brasileira, onde as entidades representam categorias por município ou região, como os metalúrgicos de São Paulo ou os motoristas de ônibus do ABC.

O fim da unicidade sindical faz parte do projeto de enfraquecimento da organização da classe trabalhadora

Fim da unicidade

Para dizimar a classe trabalhadora, o Gaet irá promover novas mudanças na CLT, flexibilizando e extinguindo ainda mais direitos. Acaba com a unicidade sindical e institui a pluralidade sindical absoluta, o que incentivará a proliferação de sindicatos sem representação e atrelados ao patronato. Vários pontos que foram retirados da MP da Liberdade Econômica, aprovada recentemente, serão recolocados para usurpar mais direitos e garantias ainda existentes.

Centrais sindicais reagem e propõem uma PEC

As centrais sindicais, antecipando-se ao governo e se contrapondo à tentativa de dividir o movimento sindical, articularam com parlamentares uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC). É a PEC 161/19, que trata da reforma sindical e foi apresentada à Câmara dos Deputados no dia 9 de outubro.

A PEC 161/19 – apresentada pelo deputado Marcelo Ramos (PL-AM) e por outros parlamentares – propõe uma mudança na estrutura sindical atual com a criação do Conselho Nacional de Organização Sindical (CNOS), reunindo representantes dos trabalhadores e de empresários.

Ela adota na prática os termos da convenção 87 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), que trata da plena liberdade sindical. E também evitaria a multiplicação de sindicatos não representativos, pois delimita um percentual mínimo de filiados em relação ao conjunto da categoria.

O CNOS retiraria das mãos do Estado a tutela sobre a legislação trabalhista. Caberia a esse conselho cuidar dos mais diversos interesses e necessidades dos sindicatos, incluindo estatutos, eleições e todas as formas de regulamentação e representação dos trabalhadores.

O mais importante é que o conselho de organização sindical deliberaria sobre o sistema de custeio e financiamento do sistema sindical. Assim, as tentativas de asfixiar financeiramente as entidades representativas dos trabalhadores para destruir seu poder de luta cairiam por terra.

 

 

O guardião das memórias da Biofísica

 

“Se houvesse um pouco mais de cidadania, nós tínhamos constituído uma sociedade muito menos desigual. E cada vez que o mundo se globaliza, se torna cada vez mais desigual. Não basta mandar um foguete à Lua, eu tenho que ver que existem milhares de pessoas morrendo de fome. Há milhares de pessoas que não conseguem chegar à escola primária.

Então tudo isso se perde. Realmente os valores humanos se perdem. São eles que mantêm a sociedade viva. Uma sociedade não é um conjunto de indivíduos, uma sociedade é um conjunto de seres pensantes. Não basta a presença. É preciso a dinâmica do pensamento que leve essa sociedade aos conflitos naturais e que se resolvam esses conflitos.”

 Cezar Antônio Elias

 

A inauguração da Vitrine Memorial em homenagem ao professor Cezar Antônio Elias, dia 24 de setembro, no auditório do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (IBCCF), foi um momento especial para a comunidade universidade daquela unidade e, principalmente, para os que tiveram a felicidade de desfrutar seu convívio.
A Vitrine, localizada no interior do Museu Espaço Memorial Carlos Chagas Filho, do qual Cezar Elias foi curador, marca a trajetória e as realizações do pesquisador. Também nesse dia, uma outra sala com suas pinturas e instrumentos pessoais foi aberta ao público. Foi uma tarde dedicada ao “guardião de memórias do IBCCF”.
Humanista
Cezar Antônio Elias, nascido no Rio de Janeiro numa família de sete irmãos e pais libaneses (ganharam a vida como vendedores ambulantes), ingressou no Instituto de Biofísica em 1945, a convite do professor Carlos Chagas Filho, na Seção de Radiobiologia. Dedicou-se à pesquisa e ao ensino das disciplinas de Biofísica e Fisiologia, e ocupou por anos o cargo de chefe do Laboratório de Biofísica das Radiações.
Era também ligado às artes, cultura, história e filosofia. Viveu intensamente diferentes épocas e contextos, formando contatos e amizades que ultrapassaram o meio acadêmico e o próprio Brasil. Fluente em idiomas, fez medicina, botânica, direito e pintava. Humilde e generoso, não ostentava os títulos. Faleceu em novembro de 2018, aos 92 anos.

Emoção

Professores, técnicos-administrativos, estudantes, amigos e parentes celebraram a memória de Cezar Elias, relembrando suas histórias, algumas inusitadas, seus ensinamentos e suas realizações. Toda a trajetória do pesquisador humanista na Biofísica, no Centro Universitário Serra dos Órgãos (Unifeso), em Teresópolis, onde também dava aulas, e no Ibeu, onde foi coordenador, foi mostrada.
“Conheci o Elias em 2016. Ele transcendeu a questão profissional. Temos um patrimônio muito importante e devemos isso graças a ele, que guardou tudo ao longo de décadas”, falou, emocionada, Érika Negreiros, coordenadora do Museu Carlos Chagas Filho.
Ivanete Marins, técnica em laboratório que trabalhou com Elias por 43 anos, lembrou com a voz embargada: “Ele era maravilhoso e incentivava todo mundo. Tudo o que fiz e conquistei agradeço a ele, que dava força para você ir para a frente”.
“Uma pessoa muito especial, e continua sendo na memória de todos nós. Por isso celebramos toda sua vida e obra. Ele foi fundamental para transformar o espaço que hoje é o museu”, registrou o diretor do IBCFF, Bruno Diaz.
“Toda terça tínhamos o prazer e a honra de encontrá-lo. Quando chegava, já sabíamos, pois vinha lá do início do corredor falando árabe e francês. Tudo a gente aprendia com ele: sobre instrumentos do museu, idiomas, política, arte”, contou Gabriella Mendes, mestranda do museu.

 

Nesta segunda feira, 30 de setembro, houve a primeira reunião de instalação do recém-criado Conselho de Extensão da UFRJ que reuniu a presidência do órgão e conselheiros eleitos (titulares e suplentes). Houve apresentação dos conselheiros, que destacaram a iniciativa como histórica para a UFRJ, haja vista que a maior universidade do país ainda não tinha a institucionalização da extensão na sua estrutura.

A reunião teve a participação da reitora Denise Pires, que exaltou a importância do novo colegiado. “A extensão cada vez avança mais. A UFRJ é vanguarda e temos de ter uma visão cada vez mais inovadora”, disse a reitora. A pró-Reitora de Extensão da UFRJ (PR-5), Ivana Bentes, que preside o colegiado, destacou que a extensão traz a inovação para o campo da pesquisa, extensão e ensino.

A coordenadora do Sintufrj, Joana de Angelis, ressaltou a importância da instalação do colegiado no atual momento de ataques à universidade. “A extensão fortalece o princípio da universidade pública que reúne o tripé Ensino, Pesquisa, Extensão”. A dirigente explicou que estava representando o sindicato porque ainda não havia tido eleições para a renovação da representação da categoria nos colegiados da UFRJ assim como para o novo Conselho de Extensão.

O Conselho de Extensão (CEU) foi criado em sessão especial do Conselho Universitário, em 30 de maio, e tem representação docente, técnico-administrativa e de alunos. Com a criação da nova instância acadêmica, a UFRJ passa a contar com cinco conselhos com poder de decisão: Consuni, Conselho de Curadores, Conselho de Ensino de Graduação (CEG), Conselho de Ensino para Graduados (Cepg) e o recente CEU. O novo conselho integrará a Câmara Mista da UFRJ, que reúne CEG e Cepg.

Nesta primeira reunião discutiu-se o regimento do conselho que se reunirá de 15 em 15 dias. A próxima está marcada para 14 de outubro.

Bolsonaro, Witzel e a agenda da morte

Governos sem escrúpulos para matar e mentir

A morte caminha ao lado de Wilson Witzel e Bolsonaro. Nos primeiros oito meses de Wiltzel  à frente do Palácio Guanabara, a polícia matou 1.249 pessoas, informa o Instituto de Segurança Pública. Jovens, em sua maioria, na periferia.

A ampliação da posse e do porte de armas, promessa de campanha de Bolsonaro e institucionalizada através de decretos, fomentou o mercado de armas no país. A importação de revólveres e pistolas bateu recorde nos oito primeiros meses deste ano.

A retirada de radares das rodovias, determinada pelo hóspede do Planalto, fez recrudescer as mortes violentas nas estradas.

O estímulo a proprietários rurais à violência, sacramentado em outro decreto que autoriza o porte de armas automático a fazendeiros, terá outra consequência inevitável: a multiplicação de corpos no campo.

A negação da vida que aponta para índices macabros está na raiz do clã familiar, gente miliciana, que ganhou  aliados, e de políticos surgidos na carona do discurso do vale-tudo, da lei do mais forte, da regressão de valores de promoção da dignidade e dos direitos humanos.

A exaltação da morte se apresenta estruturalmente, na política econômica que favorece aos ricos, derruba direitos sociais, encurta a vida de milhões, e põe fim à aposentadoria de outros milhões.

Recentemente, a revista Carta Capital denunciou um escândalo: “A fraude da Previdência  – estudo inédito mostra como o governo manipulou dados para aprovar a reforma e como as mudanças são mais nocivas aos trabalhadores como parecem”. Governo sem escrúpulos para matar e mentir.

Infanticídio no Rio

A triste realidade da população do Estado do Rio de Janeiro está sob fogo cruzado: além de um ilegítimo presidente da República fascista que só atua em benefício dos ricos empresários, o estado é governado por Wilson Witzel, um político facínora que divide seu poder (ou recebe ordens) com as milícias, a polícia e o Exército (forças interligadas entre si para as ações covardes), dos quais se utiliza para exterminar a população preta e pobre das favelas e das periferias.

Suas últimas vítimas foram crianças e adolescentes, executados por PMs. Além da pequena Agatha de oito anos, moradora do Morro do Alemão, somente este ano pelo menos mais cinco menores foram fuzilados por ordem de Witzel: Cauê Ribeiro dos Santos (12 anos), Victor Almeida (7 anos), Kauã Rozário (11) , Kauan Peixoto (12 anos), e Jenifer Silene Gomes (11 anos).

O senhor das armas

A compra de armas mais do que dobrou no mesmo período do ano passado. A quantidade de armas seguiu o ritmo: 37,3 mil contra 17,5 mil em 2018. Somente no mês de agosto entraram no país 25,6 mil armas.

Para Bolsonaro, a flexibilização do porte e da posse vai permitir que o cidadão se defenda melhor, mas seus efeitos incitam mais violência. Sua política de armar civis é rechaçada por especialistas em segurança pública. “Com os atos do presidente, a tendência de crescimento deve continuar. Quanto mais armas em circulação, pior a questão dos homicídios, a violência letal”, afirma o gerente de projetos do Instituto Sou da Paz, Bruno Langeani.

Na ONU

A expressão sem pudor de um ser abjeto, que admira a tortura e torturadores, se apresentou na ONU. Um discurso de guerra fria, voltada para interesses econômicos da burguesia mais predadora. Subserviência a Trump inclassificável.

 

Dias 2 e 3 de outubro: A UFRJ vai parar!

No dia 2, debate no Fundão. Em 3 de outubro, no Rio de Janeiro e nas capitais dos estados, Ato Nacional em defesa das empresas estatais.

As universidades, os institutos e as escolas federais estão por um fio, sob ameaça de interrupção de suas atividades acadêmicas por falta de dinheiro. O presidente Jair Bolsonaro cortou recursos para a educação pública e os bloqueios no orçamento das instituições federais de ensino atingem desde a educação básica até a pós-graduação.

O limite da UFRJ para fazer frente às despesas correntes, como água, luz, limpeza, é o mês de setembro. Os testes de habilidades específicas e de capacitação específica foram adiados sine die porque a universidade não tem como bancar seus custos, mas terão que ser feito antes do Enem.

E as pesquisas científicas? Já eram! O governo cortou as bolsas de fomento, e, com o corte de investimentos na educação, o desenvolvimento tecnológico e os avanços na área médica cessam. O Brasil vai voltar a ser o país subdesenvolvido de matutos e lambe-botas dos americanos?!

O país inteiro está mergulhado num caos inimaginável tempos atrás. O desemprego cresce ao invés de melhorar em seis meses, conforme prometeu o ministro da Economia, Paulo Guedes, no início do governo. Já somos um país de desempregados e da mão de obra barata após a reforma trabalhista e da lei da terceirização incondicional.

Aos poucos, Bolsonaro e sua turma vão entregar o patrimônio dos brasileiros. Encabeçam a lista das privatizações já anunciadas o sistema Eletrobras e a Petrobras, que resultará, inclusive, em aumento da energia e da gasolina. Lembra-se dos resultados da venda da Light? E da telefonia? Você está satisfeito com a sua operadora?

Nossas florestas queimam a mando do agronegócio (latifundiários e pecuaristas) e Bolsonaro responsabiliza os índios, que estão sendo mortos por resistirem à devastação de suas terras, e as ONGs ambientalistas.

Saúde pública não existe, porque os investimentos que deveriam ser feitos no Sistema Único de Saúde (SUS) estão indo para os planos de saúde privados. O governo e sua turma riem dos dramas mostrados diariamente nos telejornais, com pessoas sem atendimento na porta dos hospitais públicos.

Não podemos ficar de braços cruzados enquanto estão condenando o nosso presente e futuro ao atraso, a humilhações internacionais, à fome, à miséria, à ignorância. VAMOS DAR UM BASTA A ESTE CENÁRIO DEVASTADOR!

Roteiro de lutas

2/10 (quarta-feira)

O Sintufrj convoca a categoria para participar, às 10h, do debate organizado pela Adufrj “Impacto Tecnológico da Privatização do Setor de Energia”, na sala 122 do bloco G do Centro de Tecnologia (CT). Os palestrantes são: Luis Eduardo Duque Dutra, Escola de Química; Luiz Pinguelli Rosa, emérito da UFRJ; Ildo Sauer, IEE/USP; Esther Dueck, Escola de Educação, e Roberto D’Araújo, Instituto Ilumina.

3/10 (quinta-feira)

. Ato às 16h, na Candelária (Centro do Rio).

Concentração: Esquina da Presidente Vargas com Rio Branco, no prédio da Eletrobras, próximo à Candelária.

. Às 17h30, caminhada para a Petrobras.