A conta de luz está muito mais cara para a população de cinco estados das regiões Norte e Nordeste do país, depois que o governo do ilegítimo Michel Temer (MDB-SP) aprovou a venda das distribuidoras de energia, no ano passado.

Em Roraima, o aumento foi de 38%, em Rondônia 25%, no Acre 21%, no Amazonas 14,9% e o Piauí 12%. Além desses estados, Goiás vem sofrendo com reajustes nos últimos dois anos, após a Enel Goiás ser privatizada. O valor da tarifa subiu 40% e a população tem ficado sem energia elétrica, em média, 26 horas por ano contra 13 horas de limite que a Anel considera um serviço ‘satisfatório’ para aquele estado.

A situação desses seis estados pode se estender para todo o país se Jair Bolsonaro (PSL) enviar ao Congresso Nacional a proposta de privatização da Eletrobras. A previsão do governo federal é que isto ocorra até o final deste mês.

 

Privatizar empresas públicas é vender o patrimônio nacional, causar desemprego, oferecer um produto de má qualidade e ainda a preços mais altos, afirmam sindicalistas e especialistas do setor quando convidam a sociedade a participar da luta contra a privatização das estatais.

O alerta é do engenheiro eletricista da Eletronorte e dirigente do Sindicato dos Urbanitários no Distrito Federal (STIU-DF), Íkaro Chaves. Além do aumento da conta de luz, dos apagões, como ocorreram nos governos Collor de Mello e Fernando Henrique Cardoso, na década de 1990, a população corre o risco de sofrer com acidentes como os das barragens de Mariana e Brumadinho, em Minas Gerais, causada pela empresa Vale, privatizada por FHC.

“Vender a Eletrobras é colocar em mãos estrangeiras 1/3 da produção de energia do país, 50% de nossas linhas de transmissão e 52% da água armazenada nos reservatórios. Uma empresa com todo esse poder vai poder ditar o preço da energia elétrica”.

Íkaro lembra que o projeto de privatização da Eletrobras diz que o valor do megawatts será o de mercado, hoje em R$ 250,00/ MWh enquanto a estatal vende a R$ 60,00/MWh o que vai encarecer as contas de luz de todos os brasileiros. Outra crítica ao projeto é que ao comprar usinas já prontas, dificilmente uma empresa privada vai fazer novas obras.

“É um absurdo porque as usinas antigas já foram pagas por nós, brasileiros, e vamos ter de pagar de novo quando a conta de luz chegar”.

O diretor do Sindicato dos Engenheiros do Rio de Janeiro e funcionário de Furnas, Felipe Araújo, critica a lógica do governo Bolsonaro em priorizar o acionista e não o papel social que o sistema Eletrobras tem no país: o de levar energia elétrica a um preço justo que a população possa pagar.

“A lógica da supremacia do acionista sobre bem estar social interessa apenas ao mercado financeiro. O acionista quer o dinheiro no final do ano. A Eletrobras nasceu com uma posição estratégica, de soberania nacional para gerar um resultado positivo para a sociedade brasileira a longo prazo e não para dar lucros a curto prazo”, ressalta o dirigente.

Além de aumentar o risco de falhas no sistema e de apagões de energia, a privatização também significa desemprego, afirma Felipe. De acordo com o dirigente, o quadro de funcionários já está no limite, e com menos gente se faz mais horas extras. Há aumentos de turnos e os trabalhadores têm de ficar de sobreaviso em casa, mesmo de folga, sem poder, sequer, passear com sua família. ”Isto aumenta o stress e os riscos de acidentes”.

 

Água não é mercadoria

Íkaro Chaves ressalta ainda a questão da comercialização da água. Ele diz que, além de produzir energia, as hidrelétricas do país são imensos reservatórios de água e definem o fluxo de muitos rios que podem ficar nas mãos de empresas estrangeiras.

“Imaginem o poder que terá em mãos uma empresa particular que só visa o lucro, sendo “dona” de um bem essencial para a humanidade, como é a água. Imaginem se essa empresa não investir em segurança, como aconteceu nas tragédias provocadas pela Vale. O estouro de um reservatório de uma hidrelétrica como, por exemplo, Furnas e Tucuruí, matará milhares de pessoas”, alerta .

O engenheiro acredita que, defender o sistema elétrico brasileiro é defender a soberania nacional. Ele diz que a importância da energia é tão grande para os norte-americanos que quem cuida do setor é o exército dos Estados Unidos.

De acordo com Íkaro, de cada 10 usinas no Brasil, nove têm a participação da Eletrobras. Não existe grande obra estruturante no setor sem a participação da empresa e nenhum país do mundo com grandes usinas hidrelétricas, com o potencial e a abundância que o Brasil tem, privatizaria o setor.

“Energia não é um produto qualquer. Não é banana, que se estiver cara na  feira, a gente compra outra fruta. A gente não pode deixar de consumir energia elétrica e, por isso, tem de ser um monopólio estatal”, diz.

Trabalhadores e trabalhadoras do setor já estão em luta contra a privatização

Os trabalhadores e as trabalhadoras do sistema conseguiram articular seis frentes parlamentares para manter a Eletrobras como estatal. São as Frentes Parlamentares em “Defesa de Furnas”, “Defesa da Chesf”, “Defesa da Eletrosul”, “Defesa da Eletronorte”, “Defesa do Sistema Elétrico” e “Defesa da Eletrobras”, que têm o apoio de mais de 400 deputados federais.

“Os parlamentares sabem que privatizar é perder voto. Eles sabem que a última pesquisa mostrou que 70% da população são contra as privatizações. Foi nossa luta que impediu que o relator José Carlos Aleluia, da fracassada privatização da Eletrobras, no governo Temer, fosse reeleito. Os trabalhadores e o povo não esquecem. Se votou, não volta”, lembra o dirigente do STIU-DF.

A proposta de privatização

O projeto de lei de privatização da Eletrobras do governo Bolsonaro prevê um aumento de capital, por meio do qual a União reduziria sua participação na estatal, atualmente em 60%, para algo inferior a 50%.

Para tentar aprovar a privatização, no projeto havia a criação de uma “golden share”, uma ação especial, que dá poder ao governo de tomar decisões independentemente de ter perdido o controle acionário da estatal. Mas, os técnicos do governo, temendo que esse tipo de ação inibisse os compradores, retirou a “golden share “do atual projeto.

Para Íkaro Chaves, a golden share é para inglês ver. Ele conta que no projeto de Temer, a ação especial dava poder apenas para que a sede e o nome da empresa não fossem mudados.

“Se a ‘’golden share’ não definir nada importante, ela não vale nada. Para mim, essa ação é um bode na sala, que eles podem tirar do projeto e colocar de novo, só para dizer que foram bonzinhos. Ora, fizeram o mesmo com a reforma da Previdência. Colocaram o BPC [Benefício de Prestação Continuada] no projeto e depois que todo mundo chiou, eles tiraram, mas tudo que é ruim para o trabalhador foi aprovado”, avalia o engenheiro da Eletronorte.

 

 

Além da questão ambiental, a defesa dos direitos trabalhistas e a luta contra a reforma da Previdência também farão parte das ações da Greve Global pelo Clima no Brasil

 

Escrito por: Érica Aragão e Vanessa Ramos/CUT Nacional

 

Desmatamento, queimadas, uso de agrotóxicos, aquecimento global, privatização, falta de investimento e de fiscalização ambiental. Todas essas questões serão levadas às ruas do Brasil e de outros países nesta sexta-feira (20), dia da Greve Global pelo Clima. Ao lado dessas pautas ambientais também estarão bandeiras em defesa dos direitos trabalhistas, da aposentadoria e contra o desemprego.

Esta foi a definição da CUT e demais centrais – CTB, CGTB, Intersindical, UGT e Conlutas -, da Coalizão pelo Clima – articulação que reúne quase 70 organizações da sociedade civil – e das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, nesta segunda-feira (16), na cidade de São Paulo.

Atos estão sendo organizados em vários estados, como Rio de Janeiro, Brasília, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Ceará e Pernambuco. Na capital paulista, as atividades estão programadas a partir das 13h, no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), com aula pública sobre aquecimento global e oficinas de cartazes. O ato terá concentração às 16h.

O objetivo principal é cobrar dos governos ações para barrar o aquecimento global, em defesa da vida e do planeta. No Brasil, além disso, a ideia é denunciar o governo de Jair Bolsonaro (PSL) que, como apontam os movimentos, está destruindo não só o meio ambiente, mas também a democracia, os direitos, os empregos e a Previdência Social.

Como aponta o Secretário-Geral da CUT, Sérgio Nobre, o país assiste o descaso de um governo não apenas em questões como a do desmatamento, que sempre constituiu atividade central da política ambiental, mas também em relação aos direitos trabalhistas.

“Os que estão destruindo a Amazônia são os mesmos que querem destruir a Previdência Social, os mesmos que estão acabando com a legislação trabalhista. Essas pautas estão todas interligadas e estaremos juntos contra o governo Bolsonaro. A orientação a todos os sindicatos é que os trabalhadores e trabalhadoras cruzem os braços na parte da manhã do dia 20 e se somem aos atos na parte da tarde”.

Além do dia 20, a CUT e demais centrais também farão protestos no dia 24 em Brasília, data em que será votada a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 006/2019, nome oficial da reforma da Previdência, no Senado. “Iremos receber os senadores no aeroporto pela manhã e depois vamos protestar no entorno do Congresso Nacional”, diz Sérgio.

ROBERTO PARIZOTTI (SAPÃO)Roberto Parizotti (Sapão)
Reunião da CUT, centrais, movimentos sociais e Coalizão Pelo Clima

 

Ações unificadas 

Representante da Coalizão pelo Clima, Marília Cyrne ressalta que esta unidade entre trabalhadores e trabalhadoras, movimentos sociais e a agenda do clima tem sido crucial para manter uma ampla ação, como ocorreu em outros momentos.

Assim como Nobre, ela também defende uma visão holística sobre a pauta do meio ambiente e dos direitos trabalhistas. “O capitalismo é a base do problema ambiental e também a base da questão da violência contra os trabalhadores, esta que acontece em vários níveis. A única solução possível será construída coletivamente e com as bases”, afirma Marília.

Exemplo desta unidade citada por Marília pode ser observado, segundo o presidente da CUT São Paulo, Douglas Izzo, com a parceira estabelecida entre a sua entidade e a Confederação Geral Italiana do Trabalho (CGIL). Neste mês, as duas centrais estão alinhadas e unidas na Greve Global pelo Clima, em ações conjuntas, entre outros espaços, nas redes sociais. No Brasil, a atividade será dia 20. Na Itália será dia 27.

Pelo Brasil, Izzo critica os cortes ofensivos que o governo de Bolsonaro tem feito nas políticas sociais e que vão gerar impactos também no meio ambiente. “O inimigo é um só. Os que estão do lado de cá condenam as queimadas, os ataques ao meio ambiente e a situação de miséria do povo brasileiro, que não tem acesso a direitos básicos, como a habitação, sendo obrigado a viver em áreas de risco, jogado nas periferias, próximos aos rios e córregos. Estamos falando de uma questão ambiental, mas que é também econômica e social”.

Para a secretária de Meio Ambiente da CUT-SP, Solange Ribeiro, “um desenvolvimento realmente sustentável deve incluir um ciclo virtuoso de respeito à natureza e de democracia plena promotora de dignidade econômica, igualdade social e redutora de impactos ambientais”.

Sociedade que queremos 

Pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Liciane Maria Andrioli defende que o debate sobre a questão ambiental esteja atrelado à discussão sobre o modelo de sociedade. “Nesse modelo capitalista, o meio ambiente é tido apenas como mera fonte de recursos e de matéria prima para a geração de riqueza, não importando o uso racional e a preocupação com a destruição, o lucro sempre está acima da vida”.

Para ela, o caminho se dá pela construção de um “projeto alternativo socialista de sociedade”. Neste modelo, diz ela, “o uso desses recursos, da água, energia, minérios, estão dentro de um projeto nacional de desenvolvimento, seu uso deve respeitar a autodeterminação dos povos que, nesse projeto, tem o controle popular desses recursos. Além disso, em primeiro lugar está o atendimento às demandas do povo, não se produz para o rentismo e a especulação”.

Ainda, Liciane lembra que, diante da atual crise ambiental, é fundamental reforçar o papel das transnacionais que, neste modelo econômico,  aumentam a exploração sobre esses recursos na tentativa de retomar suas taxas de lucro. “É por isso  que temos visto um aumento significativo nos últimos 10 anos dos crimes da Mineração como aconteceu nas cidades mineiras Mariana, Barcarena e Brumadinho e a devastação desenfreada da Amazônia”.

Neste sentido, para o militante do movimento negro de Pedreira (SP), Antônio Alves Neto, é preciso mostrar para diversos setores na sociedade o quanto é uma falácia a tentativa de o governo explicar que se preocupa em alguma medida com o meio ambiente. “Ele ataca de forma permanente os direitos dos povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos, mas tenta dizer que ele é quem defende o meio ambiente”, diz.

Alves também avalia que a defesa do meio ambiente tem relação com a retirada de investimentos em outros setores essenciais para o país. “Este ataque tem tudo a ver com a educação,  por exemplo, já que o governo retira dinheiro desta área, não prepara a população para a defesa do meio ambiente e tenta descaracterizar esta luta pela terra e por nossas florestas”, acrescentou Neto, que também é dirigente da Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra).

 

Na sessão solene do Conselho de Coordenação do Centro de Ciências da Saúde (CCS) em comemoração ao jubileu de ouro do maior centro da UFRJ, nesta segunda-feira, 16, no auditório Rodolpho Paulo Rocco (Quinhentão), foram muitos os momentos de emoção para o público presente com as homenagens aos trabalhadores “invisíveis” que garantem as condições para a realização das aulas, das pesquisas e dos projetos de extensão, e a ex-decanos. O Sintufrj foi representado pela coordenadora-geral Neuza Luzia.

A solenidade foi aberta com a apresentação do projeto de extensão Sons do Silêncio, composto de músicos e coral, sob a regência do maestro e doutorando do CCS, Erivaldo Braga. O tom dos discursos da reitora Denise Pires, do decano Luiz Eurico Nasciutti, da dirigente do DCE Mário Prata, Juliana Junto, e do presidente da comissão organizadora do jubileu, Antônio Ledo era de protesto aos ataques às universidades públicas e à produção científica no país.

Homenagens

Ana Esteves que por 25 anos atuou na secretaria do Conselho de Coordenação fez parte da mesa da solenidade representando a categoria e foi uma das homenageadas. No seu discurso, ela  destacou o profissionalismo dos que “construíram e constroem o dia a dia do CCS, trabalhando nos bastidores, quase invisíveis para a maioria”, mas que garantem a infraestrutura necessária para as pesquisas, o ensino e a extensão. “Eles vestem a camisa do centro e carregam o piano, porque o espetáculo não pode parar. Essas pessoas que a gente não vê ajudam a construir o CCS que vemos”, disse a servidora, que concluiu a tarefa com uma saudação reverencial: “Namastê”.

Também receberam certificado de reconhecimento os servidores mais antigos: o marceneiro Nero José do Nascimento, o assistente em administração da biblioteca, José Carlos da Silva Paz, o mestre de ofício Jorge Pierre da Costa e o engenheiro do Escritório de Planejamento, Judas Tadeu Siqueira Rodrigues. E foram homenageados pela dedicação e excelentes serviços prestados ao CCS, o técnico de audiovisual Sylvio Petrônio Rocha Lopes e o administrador Sebastião Amaro Coelho.

Os ex-decanos receberam placas e um vídeo preparado pela comissão homenageou dirigentes e professores eméritos. Nasciutti e Denise Pires inauguraram a placa comemorativa do jubileu. O evento foi encerrado com a apresentação da Companhia de Dança da Escola de Educação Física e Desportos.

REITORA DENISE PIRES DE CARVALHO na solenidade que marcou os 50 anos do Centro de Ciência da Saúde

O DIA A DIA DO NOSSO TRABALHO

Sintufrj reivindica e Reitoria oficializa orientação a decanias e chefias de unidades sobre reorganização de jornadas

O Sintufrj reivindicou e na quarta-feira, 11, a Reitoria cumpriu o compromisso firmado com a entidade sindical, enviando ofício às decanias e às chefias de unidades orientando para que retomem a discussão com os técnicos-administrativos em educação sobre a reorganização da jornada de trabalho, onde “for pertinente”.

A implantação dos turnos contínuos com jornada de 30 horas, sem redução de salário e perda de benefícios, dificultará, inclusive, a imposição do ponto eletrônico

A Reitoria destaca que “a reorganização dos processos de trabalho dos técnicos-administrativos em educação, a partir do planejamento das rotinas que executam, se traduziria em mais benefícios para a instituição e os servidores”. Por essas razões, destaca o texto, a intenção é, “o mais rápido possível”, pôr em prática “esta almejada mudança de conceito institucional do fazer produtivo e o atendimento ao público”.

Para facilitar o trabalho das decanias e dos dirigentes das unidades, a Reitoria lembra que a Comissão Central Permanente de Reorganização da Jornada de Trabalho “está à disposição, por meio do e-mail trabalhoejornada@pr4.ufrj.br ou para ir às unidades, esclarecer dúvidas e colaborar com a discussão com a comunidade local”.

Reivindicação do Sintufrj

A direção sindical reivindica que os técnicos-administrativos recebam da Reitoria o mesmo tratamento dado aos docentes quando indagados pelo Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a forma como organizam seu trabalho e recebem como resposta que eles planejam o seu fazer por semestre.

Para isso os técnicos-administrativos têm que ter liberdade para organizarem e planejarem suas rotinas de trabalho em jornadas contínuas de 30 horas, onde for possível, sem redução salarial e perda de benefícios, como, por exemplo, auxílio-alimentação.

AUTONOMIA

Nas unidades em que as chefias se manifestam contrárias ao processo de reorganização das rotinas, fica óbvio que eles percebem que a reestruturação das relações de trabalho vai dar autonomia aos técnicos-administrativos, colocando um ponto final na subalternidade.

PONTO ELETRÔNICO

A reorganização do trabalho da categoria na forma reivindicada pelo Sintufrj dispensa a esdrúxula aferição da produção de cada um por ponto eletrônico. A UFRJ não é uma empresa privada; é uma instituição de ensino, pesquisa e extensão que para atender bem ao seu público-alvo e à população em geral, impõem a seus trabalhadores fazeres complexos, portanto, incompreendidos por mecanismos burocráticos como o ponto eletrônico.

ATITUDE

Se a mudança nos favorece, não se deve esperar por iniciativas outras para iniciar a discussão na sua unidade sobre o processo de reorganização das rotinas. O Sintufrj orienta que os técnicos-administrativos entrem em contato com a Comissão Central Permanente de Reorganização da Jornada de Trabalho e reivindique uma reunião no local de trabalho. O contato é feito pelo e-mail trabalhoejornda@pr4.ufrj.br.

O pró-reitor de Planejamento, Desenvolvimento e Finanças Eduardo Raupp informou no Consuni que o bloqueio de verbas para a UFRJ foi de R$114 milhões. Ele desmentiu o ministro da Educação, Abraham Weintraub, que divulgou uma cifra menor, de R$ 98 milhões.

“Quando ele (o ministro) fala em R$ 98 milhões já é antecipando um novo cancelamento, porque o governo mandou um projeto de lei ao Congresso Nacional cortando mais R$ 14 milhões do nosso orçamento”, disse Raupp.

Esse corte, segundo o pró-reitor, ocorrerá para cobrir a distribuição de emendas entre os parlamentares para garantir a aprovação da reforma da Previdência no segundo turno da votação.

“Nós queremos trabalhar. Se nós pararmos – e já começarmos a parar –, quem está nos parando não somos nós”, disse a reitora Denise Pires, em relação ao vídeo do ministro produzido para  confundir a população sobre o custo da UFRJ para a sociedade.

Verbas

A última liberação que o MEC fez de 7% do orçamento de custeio de todas as universidades, no caso da UFRJ, de R$ 22 milhões, foi no dia 2 de setembro.

Desse valor, a UFRJ só pode utilizar R$ 5 milhões para pagamento dos contratos e serviços em geral. O restante está comprometido com a assistência estudantil, em rubricas que têm aplicação condicionada.

“O resultado disso é que hoje temos um orçamento de funcionamento zerado (há apenas uma reserva de R$ 700 mil para emergências), e empenhamos tudo que podíamos para tentar prorrogar o funcionamento dos serviços”, informou o pró-reitor.

A decisão da Reitoria foi de tomar algumas medidas de racionamento.

2020 será igual

Tudo indica que em 2020 a situação da UFRJ não será diferente: o orçamento será o mesmo de 2019 mas os contratos serão reajustados pela inflação, o que impõe uma perda óbvia. Além disso, 24% do orçamento estará condicionado à aprovação de crédito suplementar pelo Congresso. Só que isso valerá não apenas para o orçamento discricionário, mas também para o obrigatório (que envolve rubricas como pagamentos de salário e de aposentadorias, com consequência imediata logo no início do ano. “Imagina a tensão que vamos viver até o momento em que o orçamento (total) for aprovado”, disse o pró-reitor, lembrando que essa situação diz respeito a toda máquina pública e não apenas à universidade.

 

 

 

 

Cortes de bolsas das agências de fomento é sentida por pesquisadora que estuda tratamento contra câncer

É possível que não seja concluída a pesquisa da biomédica pela UFRJ Gabriella Pinheiro, 25 anos, sobre a eficácia do vírus da Zica na luta contra o câncer. Ela foi a primeira colocada na seleção para doutorado no Programa de Pós-Graduação em Ciências Morfológicas da UFRJ, que tem conceito máximo na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), em agosto, mas este mês foi informada que não há bolsa para ela.

Gabriela foi uma das atingidas pelo corte de 5.613 bolsas Capes (que se somou ao congelamento de 6.198 bolsas no 1º semestre de 2019) anunciada no dia 2 de setembro pelo governo, mas agora, ela conta com a sorte, ou seja: Quem sabe o seu nome constará da lista das 3.182 bolsas do Capes que Bolsonaro decidiu, na quarta-feira, 11, devolver aos pesquisadores? A   mobilização da sociedade científica e das instituições federais de ensino superior obrigou que houvesse o recuo.

A UFRJ divulgou nota de repúdio aos cortes das bolsas Capes e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) convocou greve-geral da pós-graduação, da ciência e da tecnologia para o dia 2 de outubro.

Desabafo – “Com a emoção à flor da pele”, Gabriella fez um desabafo pelo Facebook, no dia 3 de setembro, que viralizou: “Minha carreira de pesquisadora terá que ser interrompida. Para quem não sabe, os alunos da pós-graduação trabalham sim, muitas vezes mais de oito horas por dia e sem direito a férias e a 13º salário. Nosso salário é chamado de bolsa, o que faz muita gente pensar que ganhamos para estudar”. O valor da bolsa da estudante é R$ 2.200,00.

Pesquisa para

salvar vidas

Durante a graduação e mestrado, Gabriella trabalhou em projeto sobre o câncer cerebral mais maligno, conhecido como glioblastoma, que, segundo ela, ainda não tem tratamento eficaz e 15 meses é o tempo previsto para a sobrevivência do paciente após o diagnóstico da doença. “Logo, é de extrema importância para esses pacientes e suas famílias que seja descoberto um novo tipo de tratamento”, observa.

E há uma luz no fim do túnel. Dados do grupo de trabalho de Gabriella e de outros grupos de pesquisa mostram que o vírus da Zika é capaz de infectar e matar apenas as células tumorais dos pacientes com glioblastoma, sem afetar as saudáveis. A tarefa da estudante no projeto é compreender por que o vírus tem essa predileção e que modificações é capaz de induzir no tumor.

A previsão de Gabriella é que em dois ou três anos terá concluído o estudo, que resultará em novos tratamentos para esse tipo de câncer. “A gente está com muita esperança nesse projeto e vamos fazer tudo para continuar”, disse a pesquisadora disposta a esperar que a situação (dos cortes) se reverta. “O corte não afetou somente a minha carreira, mas a vida de todas as pessoas atingias por todas as pesquisas interrompidas, por cada medicamento que não será desenvolvido e por cada cura cada vez mais distante”, concluiu.

Vaquinha  

A incerteza levou Gabriella a pensar numa alternativa para os seis primeiros meses do doutorado pelo menos. O site Vakinha foi a solução encontrada, e desde 5 de setembro, aceita doações. Ela pretende juntar R$ 13.200,00 e até o dia 10 as contribuições somavam R$ 4.795,00. Entre as pessoas que manifestaram apoio a pesquisadora no Facebook estavam parentes de pacientes com a doença. “Ler os relatos deixa tudo mais real e dá mais sentido ao que faço, me motivando a querer continuar”, afirmou.

CALENDÁRIO DE LUTAS

 

Dia 20 de setembro (SEXTA):

Mobilização para o ato às 17h, na Candelária, como parte de um Calendário Internacional de Combate às Mudanças Climáticas e do Dia Nacional de Lutas em Defesa da Soberania, do Meio Ambiente, dos Direitos Trabalhistas e Sociais, da Educação Pública e Contra a Reforma da Previdência.

No desgoverno Bolsonaro estamos expostos a todo tipo de aviltamento e indignidade: retirada cotidiana de direitos, destruição dos serviços públicos e das universidades públicas,  desarticulação dos conselhos de participação social, reformas destruidoras da classe trabalhadora (como a Trabalhista e da Previdência), destruição do meio ambiente e das reservas naturais (nenhum combate às queimadas na Amazônia e no Centro-Oeste).  O governo só cuida dos interesses dos empresários, dos patrões, e pisa em quem constrói o país dia após dia.

SEXTA NÃO TEM PARALISAÇÃO

 

Dias 2 e 3 de outubro (QUARTA e QUINTA):

GREVE DE 48 HORAS, construindo uma ampla campanha em defesa da soberania nacional, da educação pública e contra as privatizações!

Vamos concentrar esforços para paralisar completamente as atividades nos dias 2 e 3 de outubro em defesa da UFRJ, do patrimônio brasileiro e dos nossos direitos!

 

Sintufrj – Gestão Ressignificar

 

Sintufrj – Gestão Ressignificar

A chapa 1, Ventos de Maio: Juntos pela Universidade. Não vamos parar nem voltar atrás, venceu a eleição para a diretoria da Adufrj. Foram 734 votos contra 477 votos da chapa 2, Adufrj em Movimento pela Base. Houve ainda 10 votos em branco e 18 nulos. A posse da nova direção será realizada em 15 de outubro.

A futura presidente da AdUFRJ, Eleonora Ziller Camenietzki (Faculdade de Letras), da Chapa 1, avaliou a campanha como positiva, embora tenha considerado o quórum baixo diante do quadro universo para a universidade.

.”Os docentes precisariam de quórum maior neste momento adverso. Andei muito pela universidade, foi bom ver como os professores estão determinados a defender o seu trabalho como docente e a sua produção científica, a defender a universidade”, declarou a presidente eleita ao site da Adufrj.

No próximo fim de semana (dias 14 e 15), a Fasubra realizará plenária nacional e a assembleia geral realizada nesta quarta-feira, 11, no Quinhentão, aprovou propostas e indicou quem irá encaminhá-las nesse fórum de discussões e deliberações da Federação, em nome de toda a categoria na UFRJ.

De acordo com a direção da Fasubra, um dos pontos centrais da plenária será a deliberação da categoria em relação ao projeto Future-se, apresentado há dois meses pelo MEC – neste período, várias universidades já se posicionaram contra.

A plenária será realizada no auditório da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias (CNTI), em Luziânia (Goiás).

A Resolução

O Sintufrj, em assembleia geral, resolve:

– Participar ativamente da construção das manifestações do dia 20 de setembro “Dia Nacional de Paralisações e Manifestações em Defesa do Meio Ambiente, Direitos, Educação, Empregos e Contra a Reforma da Previdência”;

– Indicar à Fasubra que faça um debate amplo com os sindicatos da base sobre o processo de desmonte das universidades federais e os ataques aos direitos dos trabalhadores, impulsionando um amplo calendário de debates e de mobilização do conjunto da categoria;

– indicar à Fasubra que convoque uma reunião com as demais entidades da educação e da área de ciência e tecnologia (Andes, UNE, ANPG, CNTE, SBPC e CONTEE) para discutir a organização de um Encontro Nacional em Defesa da Educação Pública, Gratuita e de Qualidade, construindo uma ampla mobilização nacional em defesa da educação e contra os ataques do governo Bolsonaro;

Que a Fasubra busque junto ao ANDES, SINASEFE e outras entidades a construção de um calendário unificado do serviço público em defesa da soberania e contra as privatizações, com indicativo de paralisação de 48h nos dias 2 e 3 de outubro.

– construir, em conjunto com o DCE, a ADUFRJ e a APG, uma campanha unificada em defesa da UFRJ.

        

Todos nas ruas contra a destruição do Brasil!

Ato na Candelária às 17h.

Nesta sexta-feira, 20 de setembro, trabalhadores de todas as categorias, servidores públicos e estudantes farão paralisações e atos nas ruas em defesa dos direitos trabalhistas e sociais, educação pública, soberania nacional, empregos, meio ambiente e contra a reforma da Previdência, em tramitação no Senado.

A adesão a esse Dia Nacional de Luta foi aprovada na assembleia do Sintufrj na quarta-feira, 11, no Quinhentão. Quem convoca é a Fasubra, Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), CUT e demais centrais sindicais e os movimentos sociais.

Greve Global pelo Clima

A data escolhida para os protestos no Brasil converge com o dia de mobilização internacional Greve Global pelo Clima, organizado pela Coalização pelo Clima, uma articulação composta por diversos coletivos que debatem e promovem ações de informações e combate às mudanças climáticas.

No desgoverno Bolsonaro estamos expostos a todo tipo de aviltamento e indignidade: retirada cotidiana de direitos, destruição dos serviços públicos e das universidades públicas,  desarticulação dos conselhos de participação social, reformas destruidoras da classe trabalhadora (como a Trabalhista e da Previdência), destruição do meio ambiente e das reservas naturais (nenhum combate às queimadas na Amazônia e no Centro-Oeste).  O governo só cuida dos interesses dos empresários, dos patrões, e pisa em quem constrói o país dia após dia.

                                                              Sintufrj