Casa cheia na reunião do Conselho Universitário desta quinta-feira, 14 de março, no auditório do Parque Tecnológico, no Fundão. Com cartazes em punho, dezenas de técnicos-administrativos participaram do ato, deliberado pela assembleia da categoria, convocado pelo Comando Local de Greve para solicitar ao colegiado apoio ao movimento que é nacional.

Os servidores em greve reivindicam, além da reestruturação da Carreira e de recomposição salarial, recursos para que a UFRJ possa sustentar suas atividades de ensino, pesquisa e extensão de reconhecida excelência e garanta condições dignas nas suas instalações de trabalho e estudo. O movimento também reivindicou demandas do Colégio da Aplicação (CAP).

Em vídeo ao final do ato, coordenadores do Sintufrj e representante da Cap falam à comunidade

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Apoio ao CAP

Por isso, estavam lá também dezenas de técnico-administrativo, docentes e familiares de estudantes numa manifestação contra a falta de professores e de infraestrutura adequada para centenas de estudantes da educação básica e da graduação.

A professora Graça Reis leu carta ao colegiado com as demandas do CAP. As aulas iniciaram há um mês faltando 28 professores de disciplinas regulares e 15 da educação especial. O colégio enfrenta redução do horário de aulas.

A Educação Infantil, desalojada do Fundão, se ressente da falta de sede adequada. O prédio da Lagoa sofre com problemas estruturais. Além de professores, são necessários servidores para atuar no apoio à educação especial, além da efetivação da contratação de substitutos iniciada em dezembro.

CLG se posiciona

“Estamos em greve. Não conseguimos avançar nas negociações com o governo. É por reajuste salarial, mas também por reestruturação da nossa carreira e por recomposição orçamentária da universidade, pauta que unifica o conjunto da educação federal”, disse Gabriel de Melo, técnico-administrativo da PR-3, integrante do Comando Local de Greve.

Ele explicou que a negociação com o governo estagnou. Que estão entre as pautas, a reestruturação da Carreira, a recomposição dos salários e a recomposição orçamentária das universidades federais que estão literalmente caindo aos pedaços.

Ele apresentou a proposta de uma reunião comunitária sobre a crise de orçamento da instituição com a participação de técnicos-administrativos, professores e estudantes e partir para atos públicos: “Se a gente está se sentindo sufocado, tem que externar este sufoco. Não adianta estarmos convencidos de que a universidade não tem como caminhar com este orçamento e guardar a opinião pra gente”, disse ele, apontando o apoio aos trabalhadores do CAP e à greve.

“Nenhum de nós gosta de fazer greve e, como em toda luta, sem saber de vamos ganhar ou perder. Mas entre a luta e o silêncio escolhemos a luta e contamos com o apoio de vocês”, conluiu.

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Consequências graves

O representante técnico-administrativo no colegiado André Salviano pediu a fala para o Comando Local de Greve e fez uma denúncia: trabalhadores da limpeza =na Faculdade de Letras e vigilantes da Praia Vermelha seguem com salários atrasados. “Os terceirizados são parte integrante no nosso fazer”, lembrou.

A representante do DCE Camile Gonçalves alertou: “Precisa estar na ordem do dia, não só desse colegiado, mas de todos os demais, a questão da recomposição orçamentária da nossa universidade. Os desdobramentos estão fazendo com que fique completamente inviável a manutenção da nossa universidade. Nós, estudantes que não conseguimos estudar e não conseguimos nos manter na universidade, porque a gente está sem bolsa, os terceirizados mesmo servindo à comunidade acadêmica, não tem comida dentro de casa. E nada se faz sobre isso. Precisamos pressionar, para que a gente tome uma posição dura e pública. Os alunos de dança da Educação Física só vão conseguir usar o prédio um mês depois das aulas começarem, porque o escoramento não terminou. Tem matéria obrigatória da Faculdade de Letras que não está sendo ofertada, porque não tem professor. Os técnicos administrativos estão em greve. Nós, do DCE, vamos fazer assembleia com estudantes, assim que as aulas voltarem. Está insustentável e essa precisa ser a posição da Reitoria, dos conselhos. Não tem como a gente continuar dessa maneira insustentável”.

Juliany Rodrigues, diretora do campus Duque de Caxias, vários campi vivem em condições precaríssimas “A minha expectativa como professora do campus do Programa de Reestruturação da Universidade (Reuni), da UFRJ, é que viria um Reuni 2 com recursos para a consolidação dos campi avançados no interior pelo país, criação de novos cursos, desenvolver o que já foi construído. Foi celebrado nas redes sociais do MEC uma recomposição de R$ 250 milhões para as universidades federais. Pra gente aqui seria de R$ 5 milhões, que não dá nem sequer para pagar um décimo do que os nossos terceirizados precisam receber pra executar funções básicas para o funcionamento, que é a limpeza, a segurança. Sem limpeza e segurança, a gente devia fechar a universidade. A UFRJ precisa se posicionar frente ao MEC, ao governo. Quais são os planos do governo Federal para a Universidade Federal do Rio de Janeiro? O que a gente ouviu nas últimas semanas do nosso pró-reitor de Finanças é que a gente vai terminar com uma dívida em 2004 muito maior do que a gente recebe, sem nenhuma perspectiva de aumento do nosso orçamento. Não podemos viver mais de glória do passado”, disse ela, falando a oportunidade da greve dos técnicos administrativos, que os docentes deveriam aderir.  “A gente tem que mostrar para o governo que nós somos essenciais”, concluiu.

Letícia Carvalho, docente do Colégio de Aplicação, explicou “Nós estamos atuando com uma precariedade enorme, porque temos crianças com necessidades especiais na nossa escola e que estão sem acompanhamento. A situação do CAP é crítica, a gente não pode esperar, esse edital está na rua, já foi lançado desde dezembro, nós estamos já em meados de março e não temos esses docentes, esses funcionários em nossa escola. A gente está há mais de um mês atuando sob pressão, desgastando o corpo docente e sem a possibilidade de oferecer uma educação de qualidade. É por isso que a gente veio aqui, é por isso que a gente está lutando”, concluiu.

A coordenadora-geral do Sintufrj Marta Batista alertou: “As universidades estão caindo aos pedaços e essa realidade não vai mudar se a gente não lutar para que o governo coloque dinheiro nos nossos cofres, para que a gente consiga funcionar e atender a população com qualidade. Nós também viemos aqui prestar a nossa solidariedade. Aos trabalhadores e trabalhadoras do CAP, os trabalhadores da Educação Infantil da UFRJ, que estão vivendo uma situação muito difícil na nossa universidade e não é de hoje”.

Francisco de Assis, da Fasubra apontou que a greve está dando resultado, com mais de 50 instituições, com um eixo que diálogo com toda comunidade na medida em que reivindica também a recomposição orçamentária das instituições, propondo um “tsunami” da educação.

Consuni na UFRJ.
Rio, 24/03/24.
Foto de Elisângela Leite
Consuni na UFRJ.
Rio, 24/03/24.
Foto de Elisângela Leite
Consuni na UFRJ.
Rio, 24/03/24.
Foto de Elisângela Leite
Consuni na UFRJ.
Rio, 24/03/24.
Foto de Elisângela Leite

 

 

 

A investigação do crime que ganhou repercussão internacional ainda está em andamento; especialistas comentam

Jéssica Rodrigues
Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ)

Há exatos seis anos o mundo espera a resposta para a pergunta “quem mandou matar Marielle?”. A vereadora e seu motorista, Anderson Gomes, foram assassinados em 2018, em uma emboscada no centro do Rio quando voltavam de uma agenda do mandato. O caso tomou repercussão internacional, mas até hoje não foi totalmente solucionado.

Em julho de 2023, o ex-policial militar Élcio Queiroz, acusado pelo crime, deu detalhes da execução. Na virada do ano, Ronie Lessa, também ex-PM, apontado como autor dos disparos, delatou o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domingos Brazão, como mandante. Muitas reviravoltas aconteceram ao longo desses anos e, mesmo sendo um caso emblemático, não se sabe ainda quem encomendou o crime.

Quem é Domingos Brazão? É um político muito tradicional do Rio de Janeiro que tem uma atuação com a milícia, mas ele parece alguém que não tem muita popularidade, não é alguém que está no centro de um projeto político importante que a direita tem nesse momento. Mas também ele tem foro privilegiado, então é alguém que tem menos chance de ser prejudicado por essa delação uma vez que está num cargo importante no TCE. Então, acho que a gente está num momento de impasse”, analisa a cientista política Mayra Goulart.

Para ela, o inquérito do caso é atravessado pelo racismo e por outras formas de preconceito que ficaram ainda mais evidentes durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

“As pessoas se apropriam desse ícone Marielle Franco para se posicionar a favor ou contra o patriarcado, simbolizado aqui na figura de Jair Bolsonaro. Então esse duelo entre Jair Bolsonaro, ícone da reação patriarcal, e Marielle Franco, ícone do empoderamento das classes oprimidas pelo patriarcado, classes econômicas, classes de raça e gênero, tem servido para dificultar o andamento deste inquérito”, afirma a cientista política.

Além de Brazão, também aparecem como suspeitos Cristiano Girão, ex-vereador do Rio ligado à milícia, e o bicheiro, Rogério Andrade.

Luta por justiça

O coordenador do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (Geni/UFF), Daniel Hirata, explica que a execução de Marielle e Anderson trouxe à tona o submundo das relações entre o poder público e organizações criminosas.

“Nós estamos falando aqui de organizações muito estruturadas, de pessoas envolvidas com milícias, jogo do bicho, grupos de matadores e suas relações com o poder político. Então, há uma frustração muito grande do ponto de vista que a gente precisa dar consequência a esse caso para que a população sinta que esse tipo de personagem também pode ser responsabilizado pelo seus atos”, ressalta o pesquisador.

Leia mais: No Rio, ato político marca os 6 anos do assassinato de Marielle e Anderson

Hirata aponta também que a justiça já falha quando investigações de casos como este muitas vezes só vão para frente porque os familiares das vítimas lutam para isso.

“É uma coisa muito complicada essa demora toda para resolução desse caso porque a família não consegue completar seu luto, não consegue se sentir parte de uma sociedade que tenha um sistema de justiça e, portanto, não encerra um ciclo tão longo como esse que nós estamos envolvidos para chegar até aqui”, finaliza o coordenador do Geni.

Na última terça-feira (12), o Ministério Público do Rio (MP-RJ) pediu que o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, também suspeito de envolvimento no caso, vá a júri popular. Ele teria monitorado a rotina de Marielle e ajudado no desmanche do carro usado no crime. A motivação do assassinato contra a vereadora ainda não foi esclarecida.

Fonte: BdF Rio de Janeiro

Após a assembleia desta quarta-feira (13) no CT, o Comando Local de Greve se reuniu no Espaço Cultural do Sintufrj para organizar e consolidar o calendário de ações. A primeira delas acontece nesta quinta-feira (14) com manifestação na sessão do Conselho Universitário.

 

Calendário de Ações na greve

QUI 14/03

9h Ato no Consuni Parque Tecnológico – Pautar Reivindicações da Greve e Campanha Nacional Fora Interventores e apoio à UFPB.

14h Reunião Comissão de Ética do CLG

SEX 15/03

Reuniões unidades e Comissões

10h Reunião Comissão de Comunicação CLG

14h Reunião Base FND online

14h Ato na Cozinha do MST apresentando a pauta para os Ministro das Cidades (Hilem)

14h Reunião dos TAE UFRJ/Macaé com Debate sobre a luta histórica da FASUBRA por carreira

SEG 18/03

*Instalação Comando Nacional em Brasília

9h Panfletagens na recepção dos estudantes nos prédios / comunicação elaborar

11h Reunião dos TAE/IB para debater Plano de Trabalho individual e coletivo no PGD

15h Panfletagem e apresentação da recepção Novos Concursados – Salão Nobre CT /

TER 19/03

10h Protesto na Praia Vermelha concentrando em frente ao CFCH. Convidar Assunirio para construir junto o ato.

QUA 20/03

10h Assembleia Simultânea – Fundão, Praia Vermelha e Macaé.

14h Atividade GT Antirracista Ditadura e racismo: violência ontem e hoje. Espaço Cultural Sintufrj

QUI 21/03

12h – Mobilização no CAP

SEX 22/03

14h  Aula Magna com Ministro Celso Amorim (Quinhentão CCS)

Semana do dia 25 de março: Realizar ato no Museu Nacional.

Termômetro foram informes expostos na assembleia realizada na manhã/tarde desta quarta-feira, no auditório do Bloco A do CT

A íntegra da assembleia está nas redes sociais do Sintufrj

Fotos: Elisângela Leite

A adesão à greve indicada pela Fasubra iniciada na segunda-feira, 11, tem correspondido as expectativas da direção sindical. De acordo com os informes de base e do Comando Local de Greve (CLG) levados à assembleia híbrida e simultânea com o campus UFRJ-Macaé, nesta quarta-feira, 13, no Centro de Tecnologia (CT), a categoria em vários setores e unidades, como na Faculdade Nacional de Direito (FND), já se reuniram e decidiram pela adesão ao movimento.

Foram mais de quatro horas de assembleia, porque foi a primeira após a decretação de greve voltada para informes de base, esclarecimentos de dúvidas, análise e avaliação do movimento grevista e da conjuntura. As falas das companheiras e companheiros, tanto no CT como no Polo Universitário de Macaé, determinaram os próximos passos para a ampliação e o fortalecimento da greve na UFRJ. As discussões resultaram na aprovação de encaminhamentos e de uma agenda de atividades.

Calendário de Ações na greve

QUI 14/03

9h Ato no Consuni Parque Tecnológico – Pautar Reivindicações da Greve e Campanha Nacional Fora Interventores e apoio à UFPB.

14h Reunião Comissão de Ética do CLG

SEX 15/03

Reuniões unidades e Comissões

10h Reunião Comissão de Comunicação CLG

14h Reunião Base FND online

14h Ato na Cozinha do MST apresentando a pauta para os Ministro das Cidades (Hilem)

14h Reunião dos TAE UFRJ/Macaé com Debate sobre a luta histórica da FASUBRA por carreira

SEG 18/03

*Instalação Comando Nacional em Brasília

9h Panfletagens na recepção dos estudantes nos prédios / comunicação elaborar

11h Reunião dos TAE/IB para debater Plano de Trabalho individual e coletivo no PGD

15h Panfletagem e apresentação da recepção Novos Concursados – Salão Nobre CT /

TER 19/03

10h Protesto na Praia Vermelha concentrando em frente ao CFCH. Convidar Assunirio para construir junto o ato.

QUA 20/03

10h Assembleia Simultânea – Fundão, Praia Vermelha e Macaé.

14h Atividade GT Antirracista Ditadura e racismo: violência ontem e hoje. Espaço Cultural Sintufrj

QUI 21/03

12h – Mobilização no CAP

SEX 22/03

14h  Aula Magna com Ministro Celso Amorim (Quinhentão CCS)

Semana do dia 25 de março: Realizar ato no Museu Nacional.

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Outras deliberações:

  • Entre outras ações, a assembleia também deliberou pela realização de ato de rua conjunto com todas as instituições federais de ensino em greve, no Rio, com a participação de alunos e professores. A intenção é levar para a população a pauta de reivindicações da greve, somando com a campanha pela Revogação do Novo Ensino Médio. O CLG vai levar aos Fóruns dos Técnicos-Administrativos em Educação e de Educação Estaduais duas propostas de datas: 21 e 26 de março.
  • Realização de reunião unificada do CLG com o DCE Mário Prata, Adufrj, Attufrj e APG

Avaliações e esclarecimentos

O coordenador da Fasubra e técnico-administrativo do Instituto de Biologia da UFRJ, Francisco de Assis, informou que nesse momento, a reestruturação da carreira (PCCTAE) está com a Comissão Nacional de Supervisão da Carreira (CNSC) e no âmbito do debate sobre o impacto financeiro que vai gerar. Por isso, inclusive, está participando o Ministério da Gestão e Inovação no Serviço Público, além do MEC.

“Estamos em greve porque se esgotaram todas as formas de negociação com o governo. Mas é importante entender a conjuntura. A extrema direita está forte e mobilizada, o Centrão conseguiu pôr na Comissão de Educação no Congresso o pop star do fascismo, o Nicolas Ferreira”, observou a coordenadora-geral do Sintufrj Marta Batista.

Na avaliação do coordenador-geral do Sintufrj Esteban Crescente, a disputa central neste momento é a conquista do orçamento. “O Centrão quer que os recursos públicos vão para os banqueiros”.

“A gente entende as dificuldades de muitos companheiros aderirem a greve, mas não tem essa de chefe dizer o que é essencial ou não. Somos todos iguais na greve, que deve ser forte, curta e com resultado”, disse a coordenadora sindical Marli Rodrigues.

“Vamos fazer um outro tsumane da educação nos moldes do que fizemos no governo Bolsonaro, articulando com a CUT, Andes, Sepe e outras entidades, ocupando as ruas do centro da cidade para expor à população os motivos da nossa greve”, propôs Raquel, do Fórum de Ciência e Cultura (FCC).

“Na Editora da UFRJ, os setores de texto e produção estão parados. Proponho fazermos reunião com as entidades da UFRJ e os trabalhadores terceirizados para que todos saibam situação da universidade. Vamos dialogar com os calouros e os servidores recém ingressos”, lembrou Marisa Araujo.

“Temos que ter um calendário pró ativo para trazer mais pessoas para as assembleias e o CLG tem que aparecer nos locais onde as pessoas estejam trabalhando”, afirmou Vitor Hugo, da PR-2).

“Uma greve forte é construída no CLG. As pessoas têm que se esforçar para participar das comissões do CLG (de Ética, Finanças, Infraestrutura, Essencialidade, Mobilização) e organizar as atividades coletivamente e não agir de forma sectária, em paralelo ao coletivo”, observou Cícero Rabelo, coordenador do Sintufrj.

“Não podemos esquecer que conseguimos derrotar o governo genocida, mas o Congresso é o mais de direita e fascista que tivemos nos últimos tempos”, registrou o coordenador sindical Nivaldo Holmes. Ele defendeu a organização de oficinas na UFRJ para tirar proposições aos adendos que estão sendo feitos à  carreira, na discussão em Brasília, e também é favorável a convocar entidades e outros trabalhadores para os atos de greve.

 

A terça-feira (12) foi dia de panfletagens, formação de grupos que percorreram as unidades, como mostram as fotos abaixo, num trabalho intenso de mobilização e esclarecimento dos companheiros sobre direito na greve e outras dúvidas (com a distribuição do boletim reproduzido a seguir), mas também para o acúmulo de forças e convencimento nestes primeiros dias do movimento deflagrado na segunda-feira (11).
Salve a Luta por Carreira digna, reposição orçamentária, reajuste salarial.
Participe das atividades de greve e fortaleça a nossa mobilização! Essa luta também é sua!
Flashes da mobilização
 
 
       

 

 

  • Simultânea com MacaéPauta: Informes Nacionais

  •                     Informes Locais

  •                     Informes acerca da reunião com o Reitor

  •                     Avaliação da Greve

A greve dos servidores técnico- -administrativos da UFRJ começou em alta temperatura, já na manhã desta segunda-feira, dia 11, com a primeira reunião (presencial, no Espaço Cultural do Sintufrj, e por meio virtual) do Comando Local de Greve (CLG), que reuniu cerca de 170 pessoas e programou uma série de ações.

Além da instalação do próprio Comando, a reunião definiu agenda de mobilização e comissões de organização da greve. São cinco: Mobilização, Infraestrutura, Ética, Comunicação e Finanças.

  • TODOS JUNTOS

A greve, por decisão da assembleia geral que a deflagrou, dia 7, é de ocupação, mas com participação integral nos atos determinados pela categoria.

Já estão apontadas as atividades consideradas essenciais, como aquelas diretamente ligadas à vida ou à subsistência imediata – atendimento hospitalar, biotério, salário/aposentadorias/pensões, bolsas, restaurante universitário, pagamento a terceirizados, concursos do RJU. Matrícula dos novos alunos será considerada.

As assembleias aprovaram que os trabalhadores dos setores essenciais também participarão da greve, desde que garantido o percentual necessário para funcionamento das atividades, com organização de plantões em diálogo com o CLG.

Caberá ao CLG e à Comissão de Ética analisar e deliberar sobre futuras demandas durante a greve. A participação dos técnicos-administrativos nos colegiados é considerada importante atividade política e deve prosseguir durante a greve.

 

Fotos: Elisângela Leite

  • VEJA O CALENDÁRIO

DIREÇÃO. Essencial para organização da greve, o CLG foi subdividido em comissões, o que vai
permitir a divisão de tarefas para fortalecer o movimento. Reunião foi no Espaço Cultural

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TERÇA-FEIRA, DIA 12
9h – Encontro dos integrantes do Comando, no Sintufrj, para acesso aos panfl etos de divulgação da greve e formação de grupos para percorrer unidades.
QUARTA-FEIRA, DIA 13
10h – Assembleias simultâneas, às 10h – Cidade Universitária (auditório do bloco A do CT) e Macaé (local a defi nir).
14h – Reunião do Comando Local de Greve.
QUINTA-FEIRA, DIA 14
9h – Ato no Conselho Universitário, às 9h30, no auditório do Parque Tecnológico por apoio à greve. O movimento também reivindicará solução para a falta de
local de aulas para alunos e profi ssionais do segmento da Educação Infan� l do
Colégio da Aplicação.

  • Reitor da UFRJ reafirma apoio

 

No início da tarde, representantes do CLG se reuniram com o reitor da UFRJ. No encontro, Roberto Medronho reafirmou o apoio ao movimento dos técnicos administrativos. Ele destacou a importância da recomposição salarial e da reestruturação da Carreira dos trabalhadores e defendeu um clima de diálogo na UFRJ durante essa jornada de luta.

Medronho reconheceu o direito de greve e assumiu o compromisso de que a direção da universidade não vai tomar nenhuma medida de restrição ao movimento.

Cerca de 4 mil mulheres marcharam da Candelária a Cinelândia formando um cordão multicolorido, diverso e inclusivo.

Levaram para a rua da capital carioca suas pautas, seus protestos, suas dores, alegrias e esperanças de um mundo melhor e menos desigual.

Marcharam pela vida de todas as mulheres, exigindo punição a todos os golpistas e em defesa da Palestina.

O Sintufrj como é tradição reuniu as mulheres da categoria que percorreram juntas a Avenida Rio Branco, defendendo com orgulho a pauta da mulher trabalhadora.

 UFRJ faz sua adesão ao movimento nesta quinta-feira, 7, nas assembleias simultâneas

A Fasubra e seus sindicatos estão em um esforço concentrado para a construção de uma forte greve dos técnico-administrativos em educação a partir de 11 de março. Até a manhã desta quarta-feira, 6, mais da metade da base da federação já havia aprovado o indicativo. No Rio, UFF, Rural e Unirio já aprovaram a deflagração da greve, faltando a UFRJ.

O Sintufrj vem concentrando todas as forças na deflagração desse movimento paredista e um dia antes de sua assembleia de deflagração de greve marcada para essa quinta-feira, 7, realizou transmissão simultânea, com os sindicatos cariocas, da live do Fórum dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das Instituições Públicas do Rio sobre a campanha salarial.

A live foi comandada pelos coordenadores da Fasubra, Francisco de Assis e Ivanilda Reis, com participação direta de Brasília do coordenador da Fasubra, André Nascimento, e dirigentes do Sintufrj, Sintur, Sintuff e Asunirio. Os sindicalistas reforçaram também que as medidas para resguardar o direito de greve dos servidores estão sendo tomadas pelas Fasubra e sindicatos, como oficialização do não corte de ponto por parte das Reitorias. E principalmente para aqueles que estejam em estágio probatório, que se filiem as entidades para não sofrerem quaisquer retaliações.

“Teremos de ter muita unidade de ação para esse enfrentamento nessa disputa não apenas com o governo, mas disputar também o Orçamento com o parlamento para repor o orçamento das universidades e arrancar nossa reposição salarial”, afirmou Francisco, que também é técnico-administrativo da UFRJ.

“A mobilização cresce a cada dia. E mesmo com uma realidade difícil para mobilizar, como o PGD e o Ponto Eletrônico, estamos vencendo isso. As pessoas estão dispostas a começar essa greve no dia 11. Estamos acreditando nessa greve e na nossa pressão para garantir a reestruturação de nossa Carreira e a reposição salarial. Não há outra maneira. Tudo o que conquistamos ao longo de nossa história foi através da resistência, de muita luta, e de muitas greves. Agora é o momento de sair do estado de greve com a construção de uma forte greve. A mobilização começa já”, anunciou Ivanilda, também técnica-administrativa da Universidade Rural.

“Estamos num momento crucial da nossa luta. Mais de 50% das universidades já se posicionaram a favor da greve. É um sinal claro que as demandas dos servidores técnico-administrativos em educação não estão tendo atendimento satisfatório”, pontuou André.

Mobilização no Rio

O Sintufrj pretende reunir mil trabalhadores na assembleia de deflagração de greve neste  7 de março. O Sintuff aprovou por unanimidade a greve a partir de 11 de março, assim como a Asuninirio, na terça-feira, 5. O Sintur foi o primeiro a aprovar o indicativo da Fasubra em assembleia dia 27 de fevereiro, já conquistando apoio no Conselho Universitário e do reitor.

“Estamos num momento de grande mobilização nas bases. Essa assembleia do dia 7 é muito importante e todos os companheiros estão rodando as unidades, inclusive nas hospitalares, e panfletando. Sem luta não vamos conseguir arrancar nada do governo que está muito pressionado pela extrema direita e pelo Centrão. Nada para a gente veio do céu. Veio com muita luta, mobilização e greve. Acreditamos que através da unidade arrancaremos melhorias para a nossa carreira e melhorias salariais”, sustentou a coordenadora-geral do Sintufrj, Marta Batista.

“De uns anos para cá só vemos o empobrecimento da categoria. E nós da enfermagem e muitos que entraram agora não alcançamos o piso salarial. Na UFRJ foi pago em forma de bônus. Um valor a mais separadamente do salário base para completar o valor do piso salarial. Isso deveria ser incorporado, mas para isso teríamos que ter a reestruturação da nossa carreira. Então é mais um dos motivos que temos que lutar nessa greve. Temos nos mobilizado nos hospitais. Vejo que as pessoas estão motivadas a comparecer na nossa assembleia e vamos incluir a UFRJ nessa greve que é importante não só para a reposição, mais também para a recomposição do Orçamento. Nossos prédios estão caindo aos pedaços”, completou a coordenadora-geral do Sintufrj, Laura Gomes.

“Estamos com um desafio muito grande nessa greve que já aprovamos para o dia 11, pois precisamos que ela seja muito forte.  Estamos fazendo campanha de conscientização e mobilização nas nossas bases”, Maurício Marins, dirigente do Sintur. “Reforço que aqueles que estão no PGD e no Sistema de Ponto Eletrônico todos são trabalhadores da universidade e devem também estar na greve”, acrescentou Maurício.

“Quem nunca se interessou pela greve está interessado. Conquistamos apoio da Reitoria que já afirmou que não vai cortar o ponto”, garantiu Vitor, dirigente do Sintur.

“Nossa carreira trata da nossa identidade, do nosso papel como atores na promoção da educação pública. É uma valorização. Mas ela tem 20 anos e muita coisa mudou, por isso precisamos reestrutura-la”, pontuou Lúcia Vinhas, dirigente do Sintuff.

“Esse movimento não é só dos técnico-administrativos. É um movimento para a Educação. O Andes sinaliza com a possibilidade de greve para o primeiro semestre desse ano e chamamos o Sinasefe para esse movimento”, observou Layene Almeida, dirigente do Sintuff.

“Aprovamos o indicativo da Fasubra com a decisão de uma greve de ocupação. Temos um calendário definido em que nele há diálogo com estudantes e realização de atos na universidade e na rua. Pela primeira vez haverá participação pessoas que nunca fizeram greve e também obtivemos apoio da Reitoria. A nossa greve nesse momento é sim corporativa, por salários, mais é uma greve principalmente em defesa da universidade pública, laica e referenciada”, destacou Rodrigo Ribeiro, dirigente da Asunirio.

 

 

 

 

 

Dois dirigentes da Fasubra avaliam a mobilização nacional pela greve da educação

Ivanilda Reis, coordenadora-geral:

“A mobilização está sendo boa. A preocupação da Fasubra era sobre se as assembleias fossem esvaziadas. Alguns dirigentes das entidades falaram em possível esvaziamento. Mas, as assembleias estão reunindo um número maior de participantes do que ocorre normalmente. Então, está havendo um retorno muito positivo. Os sindicatos estão aprovando greve ou marcando novas assembleias já para deflagração (da greve) no dia 11.

Até o dia 5 de março, cerca de 40 entidades (veja quadro a seguir) já tinham uma resposta. Em torno de 35 já tinham dito sim para a greve no dia 11. A gente está vendo um quadro bem positivo, uma grande mobilização. Essa semana está sendo de mobilização.

Mas vamos ter um raio-X dos números e da participação das entidades na greve na plenária (virtual) da Fasubra no dia 9 de março. Pelos números está positivo; pouquíssimas assembleias não conseguiram um número maior de participantes do que vinham reunindo em assembleias anteriores. Mas o engajamento ainda está aquém do que precisamos para uma greve forte. Ainda não é uma realidade assembleia bombando.

Entre as bases que ainda não decidiram, somente uma (de Alagoas) votou contra a greve. Outra coisa: muitas assembleias vão ocorrer no dia 11 para organização da greve”.

Francisco de Assis, coordenador de Comunicação da Fasubra:

”Fasubra tem uma avaliação positiva crescente da mobilização diante da posição tirada nas assembleias sobre o indicativo de greve no dia 11, o que fortalece a linha da Federação. E a gente está querendo intensificar a mobilização para que a totalidade (das entidades) chegue nessa data com o indicativo de greve. Porque isso vai fortalecer a representação da categoria na mesa de negociação com o governo. Então, nossa meta é chegar a 100% da base com o indicativo de greve no dia 11. Só o fato de a gente indicar que estará em greve, já fez o ministro (Camilo Santana, da Edducção) se movimentar. Isso mostra que a gente deve fortalecer ainda mais a mobilização”.

Imagine com greve…

Após a reunião da Comissão Nacional de Supervisão da Carreira (CNSC), no dia 29 de fevereiro, convocada de forma extraordinária pelo Ministério da Educação (MEC), o ministro da Educação Camilo Santana recebeu os membros da CNSC para ouvir as reivindicações da categoria e construir “caminhos de diálogo”.

Segundo a Fasubra, o ministro disse que nos próximos 30 dias acontecerão reuniões com as “diversas instâncias do governo, com objetivo de trabalhar pela valorização dos nossos servidores e pela escuta de suas demandas”.