Veja, aqui, informações importantes sobre o NÃO retorno ao trabalho presencial neste momento: pronunciamento de Joana de Angelis, diretora do Sintufrj, e esclarecimentos do coordenador do GT Pós-Pandemia e pró-reitor Eduardo Raupp sobre esse tema que interessa a toda comunidade universitária.
Otimista, o vencedor do Nobel alerta que a economia verde e com base em conhecimento pode ser altamente eficaz. São projetos que requerem mão de obra e isso ajudaria a lidar com o problema da desigualdade
Economia justa e o papel do setor financeiro em uma sociedade pós-covid. Esse foi o tema do webinário promovido pela UNI Finanças com o economista Joseph Stiglitz, prêmio Nobel de Economia (2001). Stiglitz falou sobre os desafios apresentados pela pandemia do novo coronavírus, especialmente para os trabalhadores do setor financeiro. Como, por exemplo, impulsionar a transição para uma economia mais sustentável, que invista nas pessoas, nos serviços públicos e na comunidade.
Joseph Stiglitz atua na Universidade de Columbia e é economista-chefe do Instituto Roosevelt. Cargo que exerceu também no Banco Mundial entre 1996 e 1999. Conhecido por seu trabalho sobre distribuição de renda, risco, governança corporativa, políticas públicas, macroeconomia e globalização, é autor de muitos livros. Sua obra mais recente é People, Power and Profits: Progressive Capitalism for an Age of Discontent (Povo, Poder e Lucros: Capitalismo Progressista para uma Era de Insatisfação, em tradução livre)
A importância do setor financeiro
Para Joseph Stiglitz, não se pode ter uma economia bem sucedida sem um setor financeiro que funcione bem. “E com trabalhadores críticos, fazendo o que têm de fazer, a fim de criar o setor financeiro que precisamos.”
O economista destacou que as falhas do setor têm sido relacionadas às falhas da economia. “A exemplo do que ocorreu em 2008, com excesso de risco, de crédito predatório. Erros que contribuíram para o centro da crise financeira que teve um efeito devastador na economia global.”
O Nobel de Economia alertou para o fato de que esse tipo de comportamento não foi algo global. “Nos EUA, por exemplo, houve uma série de instituições financeiras, união creditícias, cooperativas em que as práticas abusivas não ocorreram. Eles não apenas evitaram essas práticas negativas como agiram corretamente desempenhando seu papel na locação de capital, oferecendo crédito a pequenas e médias empresas.”
No Brasil isso ocorreu com os bancos públicos e as políticas anticíclicas adotadas pelos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
Crise financeira da covid-19
A crise atual não é causada pelo setor financeiro, mas ele se envolverá, alerta o economista. “Qualquer recessão econômica se torna uma crise financeira. E os dados que temos já mostram que essa é uma das maiores recessões em 80 anos ou, para alguns, em um século.”
Stiglitz bate pesado no governo Donald Trump. “Ele diz que vai desaparecer milagrosamente, mas isso é uma das suas muitas fantasias, como a fantasia de que ele é um bom empresário”, diz. “Isso não vai acontecer. Não vamos ter ‘recuperação em V’ e a questão é a duração e a profundidade dessa crise econômica. Quanto mais longa e profunda, tanto mais empresas serão incapazes de pagar suas dívidas. Mais domicílios não poderão pagar. E quando você tem empresas e domicílios que não pagam, você tem uma crise financeira.”
O professor lembrou que os EUA têm 3% da população mundial, porém 25% dos casos de covid-19. “No mundo em geral, os países liderados por demagogos, pessoas que não acreditam em ciência, que criaram divisão em suas sociedades e adotaram práticas de exploração não se deram bem”, disse, mencionando Brasil e Índia, além dos EUA. “Os países que criaram um sistema de confiança entre os cidadãos e os governos, confiança na ciência, instituições fortes, estes estão bem, a exemplo de Nova Zelândia, Coreia do Sul, Alemanha, com desempenho muito bom.”
Lucro acima da vida nos EUA
Em seu seminário virtual, Joseph Stiglitz relatou que metade dos trabalhadores americanos vivem do pagamento mês a mês. “Ou seja, a população de menor renda não tem escolha, tem de trabalhar mesmo doente. Os EUA são um dos poucos países que não têm a licença doença obrigatória. Você não é afastado recebendo pagamento. Chegou a ser aprovada uma lei que previa dispensa, apenas para a covid-19, de dez dias. Mas as empresas mais ricas usaram lobby para uma exceção à regra e conseguiram. Isso graças aos republicanos, que não se importam com a vida dos americanos”, disse.
“O resultado foi que 48% dos americanos que trabalham para empregadores com mais de 500 funcionários estavam liberados dessa dispensa médica. São empresas que poderiam muito bem pagar uma dispensa médica, mas seu imediatismo faz com que coloquem os lucros à frente da vida dos trabalhadores e das suas perspectivas de longo prazo. Uma das razões para que a doença se disseminasse tão rapidamente”, completou.
O economista voltou a reforçar: o governo dos EUA não se importa nem com os trabalhadores nem com o povo. “E assim eles se recusaram a impor regulação a fim de assegurar que os trabalhadores tivessem direito a equipamentos de proteção individual, a máscara necessária, luvas. Os trabalhadores na linha de frente tinham de ir ao trabalho sem proteção. Mesmo prestando serviços essenciais.”
Sindicatos salvaram vidas na pandemia
Stiglitz destacou a importância da atuação dos sindicatos, notadamente nesse período da pandemia, observando que em áreas dos EUA onde havia sindicatos fortes, foi diferente. “Os sindicatos defenderam seus trabalhadores. O resultado é que, onde havia sindicatos, havia mais máscaras, mais equipamentos de proteção individual. E a doença não se disseminou tão rapidamente. Os sindicatos foram cruciais na proteção dos trabalhadores e asseguraram que o contágio pela covid-19 não se acelerasse tão rapidamente. Essas experiências bastam para mostrar a importância, o papel crítico que os sindicatos desempenharam na gestão da crise sanitária.”
Ele disse o mesmo em relação ao desemprego, que cresceu muito nos EUA. “Diante disso, muitos empregadores se aproveitam da posição de barganha enfraquecida dos trabalhadores. Os salários estão caindo. Trabalhadores estão sofrendo, tendo de aceitar cortes nos ganhos. A única proteção contra esse tipo de exploração, são os sindicatos.”
O economista falou sobre o comportamento de multinacionais que se aproveitam e rebaixam ainda mais os salários. “Esse é o momento em que os sindicatos são mais necessários do que nunca. Tornar os trabalhadores conscientes do que está acontecendo deveria fortalecer a filiação aos sindicatos. São exemplos importantes do que acontece na ausência da proteção sindical.”
Políticas públicas para manter a economia
Para o prêmio Nobel de Economia, gastos de governo bem projetados são essenciais, especialmente agora, durante a pandemia. “Os EUA, por exemplo, usaram uma bazuca, como se fosse uma recessão de curto prazo. Foram três trilhões de dólares de gastos fiscais e outros três trilhões de dólares para extensão da reserva federal. Os programas não foram bem projetados e não conseguiram frear a recessão. Por isso o aumento do desemprego nos EUA foi maior que nos países europeus”, explica. “Não houve garantia da continuação da assistência. Isso criou altos níveis de ansiedade, de precauções que levaram à fraqueza macroeconômica que estamos vendo. Essa assistência precisa continuar enquanto houver pandemia.”
Ele comparou os EUA com a Europa, que respondeu “de maneira inédita” com os títulos europeus, os eurobonds. “Foi um marco. Foram 750 bilhões de euros em empréstimos. Desafio para os bancos, já que no rescaldo da pandemia, muitos não conseguirão pagar. O setor financeiro terá de lidar com isso. Será necessário apoio para empresas e famílias”, avalia. “E elas poderão pagar suas dívidas quando a economia reaquecer. O setor financeiro precisa fornecer o dinheiro que irá viabilizar o pagamento dessas dívidas. Muitas, no entanto, não poderão saldar, e as autoridades fiscais deverão dar condições para esses empréstimos como meios de mitigar os riscos da pandemia.”
Economia verde contra a desigualdade
Joseph Stiglitz avalia que a covid-19 deve levar à reestruturação da economia. E para um modelo que terá de ser universal. “Reconstruir melhor, de maneira mais verde, com base em conhecimento”, explica. “Vimos um grande crescimento da desigualdade em vários setores. O vírus impacta mais quem tem piores condições de vida. Exacerba as disparidades de renda. Nos EUA há grande desigualdade no acesso à saúde, já que não se vê isso como um direito humano. A covid-19 expôs as fraquezas da nossa sociedade, da nossa economia, o excesso de desigualdade. E a falta de resiliência do setor privado que não conseguiu produzir coisas simples como máscaras, luvas, testes”, critica.
E novamente destaca o papel do setor financeiro, essencial para essa reestruturação para uma economia pós-covid. “Que, espero, seja diferente da economia que tínhamos antes da pandemia. Há um consenso no mundo em reconstruir melhor, uma nova economia. Isso significa que o setor financeiro não pode focar apenas na antiga maneira de fazer negócios, com manipulação de mercado, com foco em fusões e aquisições, regras fraudulentas de comercialização. Precisamos de dinheiro para novos setores”, alerta. “Os cidadãos têm o direito de exigir uma economia que transpareça a visão deles. O dinheiro tem de proteger os mais vulneráveis, ajudar a reaquecer a economia e sobretudo reconstruir melhor.”
A recuperação, deixa claro o professor, será difícil. “Mas a economia verde e com base em conhecimento pode ser altamente eficaz. São projetos que requerem mão de obra, aumentando a criação de empregos, e isso ajudaria a lidar com o problema da desigualdade. Ao contrário do que temos hoje, com a redução dos salários.”
Otimismo com o futuro
Com a pandemia, avalia o economista, vimos que muitos aspectos do nosso sistema não funcionam. “Estamos sendo confrontados com essa nova realidade. Esse processo de mudança de mentalidade parece estar em andamento, já. Claro que vai levar muito tempo. Algumas pessoas querem continuar se beneficiando do antigo regime. Mas os números mostram que precisamos de mudança”, diz. “No livro que lancei, falo da opinião dos jovens que estão muito mais alinhados com uma agenda progressista, de um capitalismo ético. Há necessidade de mudanças de regras que regem nossa economia. Ideias que faziam sentido há 50 anos não fazem mais. Aprendemos que a maximização dos lucros dos acionistas é errada. O capitalismo dos acionistas não maximiza o bem-estar da sociedade. Precisamos de regulamentações que alterem regras do setor financeiro.”
Ele fala em leis que protejam contra novos monopólios e abusos. “Sou otimista, acredito que seremos capazes de adotar regulações e leis de concorrência que vão possibilizar uma economia mais competitiva, mais dinâmica, que vai crescer mais rápido, mais justa, e com mais igualdade.”
A UNI Finanças
A UNI Finanças, que organizou o webinário, representa 3 milhões de trabalhadores nos setores bancário e de seguros por meio de 237 sindicatos em todo o mundo. “Trabalhadores do setor financeiro estão na linha de frente na prestação de serviços essenciais às suas comunidades”, lembrou a presidenta mundial da UNI Finanças, Rita Berlofa. “A crise de 2008 mostrou ser peremptório que qualquer investimento público para salvar bancos tem de ser acompanhado de contrapartida que garanta empregos. Neste momento, algumas instituições financeiras estão se utilizando da covid-19 para se reestruturarem ainda mais, com graves consequências para clientes e trabalhadores. Aqui no Brasil temos o péssimo exemplo do Santander que já demitiu centenas de trabalhadores durante esta pandemia. E infelizmente comportamento que vem sendo acompanhado pelo Itaú”, ressaltou a dirigente bancária.
“A indústria financeira tem de ter responsabilidade social para com a comunidade em que atua, garantindo empregos decentes com condições salariais justas. E num ambiente que não coloque em risco nem a vida, nem a saúde do trabalhador. A UNI Finanças reconhece que, ao sair da crise sanitária, será preciso um novo modelo de financiamento, voltado para o desenvolvimento sustentável e para a preservação do meio ambiente. Um setor financeiro orientado para as necessidades da economia real, em que haja investimento nas pessoas, nos serviços públicos, na comunidade. Queremos incluir nossos integrantes e sindicatos na reconstrução da economia mundial para uma sociedade no pós-covid, com reforço nas negociações coletivas.”
“Qualquer recessão econômica se torna uma crise financeira. E os dados que temos já mostram que essa é uma das piores recessões em um século”, diz o Nobel de Economia Joseph Stiglitz
Os sistemas de saúde nas Américas não estão respondendo adequadamente às necessidades das pessoas idosas e devem ser adaptados à luz da pandemia de Covid-19, afirmam especialistas da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
Para o Dia Internacional do Idoso, celebrado na quinta-feira, 1º de outubro, o organismo internacional pede atenção integral, integrada e centrada nas pessoas e serviços de atenção primária à saúde que atendam necessidades dos idosos.
Os sistemas de saúde nas Américas não estão respondendo adequadamente às necessidades das pessoas idosas e devem ser adaptados à luz da pandemia de Covid-19, afirmam especialistas da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
Risco acentuado
Enquanto todos correm o risco de contrair Covid-19, os idosos têm muito mais probabilidade de desenvolver a forma grave da doença; pessoas com mais de 80 anos tem uma probabilidade cinco vezes maior de morrer pela infecção. Um relatório das Nações Unidas sugere que isso pode acontecer devido a condições pré-existentes, que afetam 66% das pessoas com 70 anos ou mais.
Este também é o caso das Américas, onde a maioria das mortes por Covid-19 ocorre entre pessoas com 70 anos ou mais, seguidas de pessoas com idade entre 60 e 69 anos.
Embora as pessoas idosas que recebem cuidados de longo prazo tenham sido as mais atingidas em todo o mundo, nas Américas, onde o atendimento de pessoas idosas é mais provável em casa, o distanciamento físico é um desafio particular.
“A pandemia de Covid-19 realmente enfatizou as necessidades e vulnerabilidades que pessoas idosas têm em relação ao seu direito à saúde”, ressaltou Carissa F. Etienne, diretora da OPAS/OMS. “Muitas vezes não ouvimos suas vozes e perspectivas quando se trata de seus próprios cuidados. Pessoas idosas têm o mesmo direito de cuidar que qualquer outra pessoa. Nenhuma vida é mais valiosa que outra.”
Mesmo antes da pandemia de Covid-19, até 50% das populações com idade mais avançada em alguns países de baixa e média renda não tinham acesso a alguns serviços essenciais de saúde — um problema que a pandemia apenas exacerbou.
Não basta garantir os idosos tenham acesso aos serviços essenciais de saúde, observou Enrique Vega, chefe da Unidade de Curso de Vida Saudável da OPAS. Os serviços também devem ser adaptados às necessidades específicas destas pessoas.
“Como cada pessoa idosa pode ser afetada pela Covid-19 ou qualquer outra doença, depende de sua saúde física e mental geral. Portanto, os cuidados e o tratamento devem sempre levar isso em consideração”, acrescentou.
Década do Envelhecimento Saudável
O ano de 2020 marca o início da Década do Envelhecimento Saudável, que destaca a necessidade de governos, sociedade civil, agências internacionais, mídia e outros trabalharem juntos para melhorar a vida das pessoas idosas, suas famílias e comunidades, além de combater o preconceito e o estigma.
“Envelhecer com saúde é desenvolver e manter habilidades funcionais que possibilitem o bem-estar no envelhecimento”, disse Vega. “A Covid-19 expôs não apenas a fragilidade das pessoas idosas quanto ao vírus, mas também dos sistemas e ambientes que os apoiam.”
Atualmente, no Brasil, os idosos representam 14,3% da população, ou seja, 29,3 milhões de pessoas. Em 2030, o número de idosos deve superar o de crianças e adolescentes de zero a quatorze anos. Em sete décadas, a média de vida do brasileiro aumentou 30 anos, saindo de 45,4 anos em 1940, para 75,4 anos em 2015. O envelhecimento da população tem impactos importantes na saúde, apontando para a importância da organização da rede de atenção à saúde.
Números
Estima-se que, até 2050, o número de pessoas com mais de 60 anos de idade em todo o mundo e nas Américas deve dobrar. Em 2025, pessoas com 60 anos ou mais representarão 18,6% da população total da Região.
A América Latina e o Caribe são a segunda região de mais rápido crescimento em termos de pessoas com mais de 60 anos, atrás apenas da África. No entanto, o aumento da expectativa de vida não se traduz em qualidade de vida.
O Brasil informou que 76% das mortes relacionadas à Covid-19 de fevereiro a setembro de 2020 ocorreram entre adultos com 60 anos ou mais.
No Peru, pessoas com mais de 70 anos tiveram as maiores taxas de mortalidade por Covid-19 durante março-maio de 2020.
Estimativas do Canadá mostram que mais de 80% das mortes por Covid-19 ocorreram em residências ou centros de atenção a longo prazo.
Celebração
Criada em 1991 por iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU), a data reforça os termos da Resolução 46, que objetiva sensibilizar a sociedade mundial para as questões do envelhecimento, destacando a necessidade de proteção e de cuidados para com essa população.
No Brasil, em 1º de outubro de 2003, foi aprovada a Lei nº 10.741 (Estatuto do Idoso), prevendo em seu art. 2º que, ao idoso sejam garantidas todas as oportunidades e facilidades para a preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade. No art. 3º, o Estatuto ressalta que é obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.
1º de outubro: Dia Nacional do Idoso e Dia Internacional da Terceira Idade
Esta é uma data que não se pode esquecer, porque celebramos os maiores de 60 anos, ou seja, pessoas que já trabalharam ou ainda continuam trabalhando, mas que realizaram a maioria de tudo que existe no mundo, assim como fizeram gerações e gerações passadas. E mais: também conquistaram, com muitas lutas, os direitos trabalhistas e sociais que desfrutamos.
Muito obrigada companheira e companheiro da UFRJ da terceira idade.
Coordenação de Aposentados e Pensionistas do Sintufrj
Mesmo em tempos de pandemia que limitam a realização de manifestações de rua, centenas de trabalhadores usando máscaras e com álcool gel à mão participaram dos atos em defesa dos serviços públicos e das estatais, e para denunciar à população as mentiras do governo Bolsonaro, nesta quarta-feira, 30 de setembro. Depois das reformas trabalhistas e da Previdência, a intenção é acabar com é desestruturar de vez o Estado brasileiro com a reforma administrativa.
Esta foi a primeira manifestação pública durante a pandemia da Covid-19 realizada pela CUT e outras centrais sindicais, mas os protocolos sanitários das organizações de saúde foram respeitadas. A maioria dos manifestantes eram servidores públicos federais, estaduais e municipais, trabalhadores de estatais e empresas públicas, liderados por seus sindicatos. O Dia Nacional de Luta em Defesa do Setor Público e que também denunciou a farsa da reforma administrativa do governo ocorreu em quase todas as cidades do país.
Candelária ferveu
No Rio de Janeiro os manifestantes se reuniram no fim da tarde na Candelária. Pela manhã, o ato foi em frente ao Hospital Universitário Pedro Ernesto. O Sintufrj participou das duas manifestações e da live promovida pelo Sisejufe (Sindicato dos Servidores das Justiças Federais no Estado do Rio de Janeiro), que debateu os impactos negativos da PEC 32/2020 (da reforma administrativa) para os servidores públicos e para a população brasileira em geral, principalmente as pessoas que precisam das instituições e da prestação dos serviços públicos, como saúde, educação e saneamento básico.
Abraço à Petrobras
As manifestações no Rio foram também um esquenta para o ato do dia 3 de outubro pela soberania nacional, em defesa das empresas públicas, do funcionalismo público, da saúde e da educação pública, e contra a reforma administrativa. Está previsto o “Abraço na Petrobras”, às 10h, na Avenida Chile.
Esse dia de luta marcou também o lançamento da Campanha Nacional em Defesa das Estatais e do Serviço Público, realizada pela CUT e outras centrais sindicais.
Triste recorde
O dia 30 de setembro registrou o recorde do desemprego no país: 13,1 milhões de brasileiros sobrevivem sem trabalho formal, segundo o IBGE. A tarefa das entidades sindicais e das centrais sindicais foi explicar para população que os servidores públicos não são os vilões da crise econômica pela qual passa o Brasil, como a falta de vagas de trabalho, a corrupção generalizada e existência dos privilégios no judiciário e legislativo, como o o presidente Bolsonaro e seu ministro da Economia, Paulo Guedes, dizem à sociedade. Além de chamarem a atenção da sociedade para os efeitos da reforma administrativa que o governo pretende realizar com a ajuda dos políticos fisiológicos e oportunistas no Congresso Nacional.
Pelo país
Na capital paulista, o ato foi realizado na Praça do Patriarca.
Em Porto Alegre (RS) sindicalistas de várias entidades, como servidores da saúde e professores, também se manifestaram.
Em Brasília (DF), os manifestantes ocuparão o gramado central da Esplanada dos Ministérios.
Em Goiânia (GO) foi realizada uma carreata da CUT e sindicatos, saindo do Paço Municipal e percorrendo as ruas da cidade até a Praça Cívica.
Em Campo Grande (MS), houve intervenção artística das entidades sindicais.
Em São Luís (MA), a CUT e demais centrais sindicais, sindicatos e movimentos sociais se reuniram em frente ao prédio do Ministério da Economia.
Em João Pessoa (PB), a CUT Paraíba realizou ato na Praça Ponto de Cem Réis.
Em Aracaju (SE), houve uma caminhada até a Assembleia Legislativa.
Em Recife (PE) foi realizada uma manifestação simbólica em frente à agência dos Correios.
Em Teresina (PI), o palco da manifestação foi a Praça da Liberdade.
Na capital cearense, Fortaleza, as centrais e sindicatos realizaram manifestação em frente ao prédio sede dos Correios.
Em Florianópolis (SC), o ato unificado dos servidores públicos estaduais, municipais e federais foi em frente à Assembleia Legislativa.
Ainda em Santa Catarina, lideranças sindicais de Blumenau, Indaial e Rio Grande do Sul se reuniram para um ato simbólico na Praça do Portal de Pomerode pela manhã. Em Criciúma, o ato simbólico realizado em frente à Caixa Econômica Federal do Centro denunciou os ataques do governo Bolsonaro aos serviços públicos.
De acordo com o coordenador do Grupo de Trabalho Pós-Pandemia da UFRJ, Eduardo Raupp, na universidade segue a orientação do trabalho remoto.
Em entrevista ao Sintufrj, no dia 11 de setembro, o pró-reitor de Planejamento, Desenvolvimento e Finanças havia ponderado que o que vale (para qualquer definição) é a taxa de contágio e as decisões dos colegiados da UFRJ.
Raupp disse também que não há previsão para uma fase híbrida, inclusive no que diz respeito ao trabalho: “Não mudamos a fase, seguimos [em modo] remoto, e não há ainda previsão de revermos essa situação. Estamos acompanhando os dados epidemiológicos e discutindo constantemente a respeito. Por ora, não existe perspectiva de mudanças, mas tudo é muito dinâmico, e se o contágio cair bastante pode [o modo remoto] pode ser revisto. Porém, este não é o caso por enquanto”.
Tudo como antes
Passadas três semanas, nada mudou. Segundo Raupp, a posição do GT continua a mesma. Ele disse que na última reunião, no dia 25 de setembro, foi aprovado um Guia de Biossegurança (a previsão é que seja divulgado até o dia 2 de outubro) com orientações gerais e procedimentos que devem ser adotados para proteção ou caracterização do risco e com elementos de identificação da situação de cada sala.
Neste momento, o guia será destinado às unidades com atividades consideradas essenciais, como as ligadas à saúde, pesquisas que exigem presença de pessoas, como em biotérios, por exemplo. Mas também servirá para que os demais setores da universidade se preparem para o futuro.
O pró-reitor reiterou que são medidas para identificar riscos e procedimentos que devem ser adotados, mas ainda não se discute o retorno presencial. “Nossa posição continua a mesma: mantêm-se todas as atividades possíveis na forma remota e evitando, inclusive, reuniões presenciais”. Segundo Raupp, até o que diz respeito ao calendário acadêmico (que está sendo discutido nos colegiados) tem como prioridade atividades remotas.
Na foto, professor Eduardo Raupp, coordenador do Grupo de Trabalho Pós-Pandemia da UFRJ e pró-reitor de Planejamento, Desenvolvimento e Finanças.
O site Conexão UFRJ divulgou um alerta: “A pandemia ainda não acabou. Não é o momento de relaxarmos, precisamos estar atentos”. A informação foi divulgada em vídeo, no dia 29 de setembro, pelo epidemiologista Roberto Medronho, coordenador do Grupo de Trabalho Multidisciplinar da UFRJ para Enfrentamento da Covid-19.
No vídeo, Medronho explica que “o vírus está aí e contaminando muita gente. Nos hospitais, está voltando a se elevar o número de casos de internados, as UTIs estão ficando com uma lotação muito acima do razoável, e isso pode trazer graves problemas para a saúde da população”.
Segundo o especialista, estamos vivendo um momento muito delicado da pandemia no Rio de Janeiro, e orienta que é preciso reduzir aglomerações, inclusive nos transportes públicos, mas para isso é necessário que o empresariado do setor aumente a frota rodando.
Piores indicadores
Medronho emitiu laudo técnico no dia 23 de setembro sobre a situação da Covid-19 no Rio de Janeiro e o retorno às aulas presenciais, no qual afirma: “O momento atual da pandemia no município é de elevação do número de casos. Os indicadores de gravidade no Rio de Janeiro estão entre os piores do Brasil e do mundo”.
O laudo registra que no município a letalidade (que mede o risco de morrer entre os doentes de Covid-19) está mais de três vezes maior que a do Brasil. O estudo aponta ainda que a ocupação de leito das UTIs está muito elevada, o que pode acarretar a não disponibilidade em casos que demandem tal serviço. Fora o fato de que o transporte público está sobrecarregado, com maior risco de contaminação.
Por isso, o laudo conclui: “Somos contrários ao retorno do ensino presencial nas escolas do município do Rio de Janeiro no momento atual, sendo mais seguro adotar o ensino remoto e oferecer meios para que os alunos mais carentes possam usufruir deste procedimento”.
Na foto, professor Roberto Medronho, coordenador do Grupo de Trabalho Multidisciplinar da UFRJ para Enfrentamento da Covid-19.
Em relação aos inúmeros questionários de pesquisa que o Ministério da Economia tem enviado à categoria por meio do Sigepe – o último foi sobre o clima organizacional –, a direção do Sintufrj esclarece o seguinte:
1) Esses questionários são realizados por empresas ou ONGs (Organizações Não Governamentais) externas ao serviço público, portanto, não temos acesso ao objetivo deles.
2) Tanto nossa carreira como nosso fazer nas universidades não seguem a mesma lógica das carreiras de ministérios ou da administração direta para serem avaliados pelos mesmos indicadores.
3) Por fim, como não é obrigatório, mas opcional à servidora e servidor responderem aos questionários, devemos nos perguntar por que colaborar com um governo que nos chama de vagabundo, parasita e inimigo?
Por essas razões, a nossa sugestão é que os servidores da UFRJ não forneçam informações que possam futuramente nos prejudicar, porque não sabemos quais são as intenções do governo com esses questionamentos. Já que não somos obrigados a responder às perguntas, o melhor a fazer é ignorar os questionários.
Sem elas, nada caminha em qualquer setor. De longe as reconhecemos pelo sorrisão e carinho que emanam, enquanto executam suas tarefas com eficiência, discrição e presteza. Espírito prático e pensamento rápido são qualidades que não faltam a essas profissionais, que também conjugam no seu dia a dia de muito trabalho paciência e a consciência de que a língua portuguesa não pode falhar em nenhum de seus atos.
Pelo reconhecimento da importância das companheiras secretárias para a UFRJ e o Sintufrj que a direção sindical Ressignificar as homenageia neste dia dedicado a elas.
O VIII Seminário de Integração dos Servidores Técnico-Administrativos em Educação da UFRJ (Sintae), que será realizado de 23 a 27 de novembro, homenageará o centenário da instituição e todas as atividades programadas ocorrerão cem por cento virtual e remota, seguindo as Diretrizes de Contingência da Covid-19.
A Pró-Reitoria de Pessoal (PR-4) informa que o evento é aberto à todos os técnicos-administrativos em educação da UFRJ e demais instituições públicas de ensino superior do país. Os interessados já podem se inscrever no site do seminário nas seguintes modalidades: participação como ouvinte, apresentação oral e apresentação de vídeo-pôster. As inscrições para ouvintes permanecerão abertas até o dia 9 de novembro.
Objetivo
O Sintae UFRJ foi idealizado objetivando compartilhar nacionalmente o conhecimento técnico-científico e as experiências profissionais e sociais dos técnico-administrativos em educação de Ifes e outras instituições públicas de ensino superior.
Mais informações no edital de divulgação e chamada para submissão de trabalhos, disponível no site do evento.
Serviço
Realização: de 23 a 27 de novembro de 2020. Submissões de Trabalhos e Inscrições de Autores: de 28 de setembro a 21 de outubro de 2020. Inscrições de Ouvintes: de 28 de setembro a 9 de novembro de 2020. Site:www.sintae.pr4.ufrj.br Contato:sintae@pr4.ufrj.br