A partir de 1º de setembro os servidores públicos da Administração Federal poderão estar sob a égide do teletrabalho, modalidade institucionalizada na Instrução Normativa nº 65, do Ministério da Economia.

O teletrabalho – as regras valem também para as autarquias e fundações públicas – faz parte do programa de gestão da pasta. É a mais nova aposta do ministro Paulo Guedes para “economizar” os custos da máquina pública e transferir a despesa para o bolso do servidor.

“Estamos apresentando esse sistema para diminuir os custos de todos os órgãos”, anuncia a diretora do Departamento de Provimento e Movimentação de Pessoal do Ministério da Economia, Luiza Roland.

A propaganda do governo está intensa, com o ministério da Economia promovendo lives para explicar as novas regras para o teletrabalho no serviço público federal (a segunda live foi na terça-feira, 18) e abarrotando o portal do servidor com informações a respeito. Guedes vende o peixe como sendo a descoberta da modernização da gestão e da eficiência no serviço público.

Com o objetivo de refletir sobre o impacto das novas relações de trabalho que se apresentam hoje com a expansão do trabalho remoto e os desafios que se colocam para a preservação de direitos, o Sintufrj realiza do 1º Fórum Técnico-Administrativo em setembro que terá como tema.

Quem paga a conta…

Aos órgãos o governo informa que é facultativa a implantação do teletrabalho. Ao servidor diz que será de sua escolha pactuar com o gestor um plano de trabalho, com metas e cronograma desempenhando atividades a distância.

O que o Ministério da Economia não esclarece de imediato é que despesas com telefone, internet, energia elétrica e outras semelhantes são de responsabilidade do servidor.

Também não diz que o pagamento de horas extras, banco de horas, auxílio transporte, adicionais ocupacionais e noturno serão coisas do passado. “O foco do trabalho é orientado para resultados”, afirma Luiza Roland.

Mais está tudo escrito e sacramentado na IN 65, que foi esmiuçada na live governamental por Luiza Roland, junto com o gerente de Projetos da Secretaria de Gestão, Roberto Pojo, e a coordenadora-geral de Concursos e Provimento de Pessoal, Diana Rodrigues.

Etapas

A implantação do programa de gestão é facultativa aos órgãos e entidades da Administração Pública Federal. Cada órgão definirá, a partir de suas necessidades, que atividades poderão ser desempenhadas a distância. Caberá ao dirigente máximo de cada pasta autorizar a implementação do programa de gestão.

Após a autorização, o órgão lançará um edital com as regras do teletrabalho em cada unidade. Nele constarão informações sobre o número de servidores e atividades a serem desempenhadas, se o regime será parcial ou integral e o plano de trabalho com metas e cronograma.

O prazo para os órgãos se adaptarem às novas regras será de seis meses. A reitora da UFRJ terá que tomar uma decisão, se vai ou não aderir ao teletrabalho do governo Bolsonaro.

Modalidades

As modalidades são: presencial e teletrabalho, sendo que o teletrabalho poderá ser realizado em regime integral ou parcial. Embora seja indicado que as atividades que possam ser realizadas de maneira remota sejam incluídas na modalidade de teletrabalho, o dirigente da unidade poderá adotar o programa de gestão para os servidores em regime presencial também, se entender conveniente para a Administração.

No regime de execução integral o servidor cumpre a jornada de trabalho remotamente em sua totalidade e no regime de execução parcial o participante cumpre parte da jornada de trabalho remotamente e parte em regime presencial, conforme cronograma específico definido com a chefia imediata.

Participantes

Além de servidores efetivos, poderão participar do programa de gestão ocupantes de cargos em comissão, empregados públicos e contratados temporários. Haverá uma seleção baseada em critérios técnicos e divulgados previamente.

O servidor que aderir ao teletrabalho – em regime parcial ou integral – terá que assinar e cumprir o plano de trabalho e também assinará o termo de ciência e responsabilidade. No plano de trabalho estão a execução das atividades, as metas estipuladas e o cronograma estabelecido.

Plano de trabalho

Esse plano inclui a produção do servidor, o que eles chamam de “entrega”. O acompanhamento de cada trabalho do servidor (entrega) caberá à chefia imediata que pode, caso as atividades não sejam cumpridas conforme o previsto em edital, desligar o participante do programa.

O servidor terá responsabilidades e atribuições a cumprir. Entre elas, permanecer disponível para contatos telefônicos, checar regularmente sua caixa de e-mail e comparecer ao órgão sempre que convocado.

Sistema e avaliação

A disponibilização do Sistema criado para os órgãos que desejem aderir ao programa de gestão está prevista para 25 de agosto. Será disponibilizado no Portal de Software público com código, banco de dados e documentação.

Todo o processo do teletrabalho terá o acompanhamento e o controle através deste sistema que deve ser alimentado semanalmente. Nele, as metas devem ser registradas e avaliadas pela chefia imediata em até 40 dias, utilizando uma escala de 0 a 10. Somente serão consideradas aceitas as “entregas” cuja nota atribuída pela chefia imediata seja igual ou superior a 5.

A regra para as avaliações vale também para os gestores que, como participantes do programa de gestão, exercerem suas atribuições nos moldes do programa.

ESTE AÍ é, como se sabe, o banqueiro que comanda as decisões na área econômica de um governo que tem como alvo os trabalhadores, especialmente os servidores de rendas média e baixa do Estado brasileiro

Grupo de Trabalho na UFRJ

Em sua última sessão em 13 agosto o Conselho Universitário criou um GT – proposta da conselheira técnica-administrativa Joana de Angelis – para estudar a Instrução Normativa (IN) 65 e propor as regulamentações para a proteção e a garantia da qualidade de vida dos servidores da universidade.

A IN 65, editada no dia 31 de julho, regula o teletrabalho na administração pública federal. Pelas novas normas, despesas com telefone, internet, energia elétrica e outras semelhantes são de responsabilidade do servidor.

De acorda com Joana, a IN 65 é mais uma forma de ataque à educação pública e aos trabalhadores e trabalhadores das instituições federais de ensino superior.

“Estamos sendo literalmente atropelados ou invadidos por um tsunami”, afirmou a reitora Denise Pires, que avalizou a criação do GT

A mesa de abertura do 1º Fórum Técnico-Administrativo sobre a Uberização do Serviço Público, organizado pelo Sintufrj, terá entre convidados a ex-reitora da Universidade Federal de Juiz de Fora e deputada federal Margarida Salomão (PT-RJ).

Ao lado do sociólogo Ricardo Antunes e dos professores  Gisele Ricobom (UFRJ) e Rafael Grohmann (Unisinos/RS), a parlamentar fará o debate sobre a precarização do trabalho e seus impactos no serviço público.

O Fórum será realizado nos dias 1º, 2 e 3 de setembro e, além das mesas com convidados, o evento terá participação de servidores apresentando trabalhos, enviando vídeos ou como ouvintes.

Oficinas estão sendo programadas sobre temas como, por exemplo, assédio moral e a Instrução Normativa 65, regras baixadas pelo governo sobre o teletrabalho que sequestra direitos do funcionalismo federal.

A arte terá espaço assegurado no evento finalizando a programação de cada dia. O Sintufrj irá premiar com computadores os três melhores trabalhos escolhidos por um júri.

Parlamentar

A deputada Margarida Salomão tem uma lista de serviços prestados à sociedade como acadêmica, gestora pública (já foi secretária de Educação) e militante política. É professora emérita da UFJF e, na Câmara, preside a Frente Parlamentar em Defesa das Universidades e nessa condição, tem sido porta-voz da resistência aos ataques do governo da ultradireita às Instituições Federais de Ensino Superior e aos seus trabalhadores.

Na direção da UFJF, deixou marcas que expressam sua sensibilidade para  projetos voltados aos setores mais vulneráveis da população como, por exemplo, programas de emprego e renda por meio de projetos de cooperativas.


Três opções de inscrição estão disponíveis na página do Fórum no site do Sintufrj

a) Para ouvinte (servidor ativo e/ou aposentado): até 31 de agosto.
Link: https://sintufrj.org.br/cpd/forum2020/

b) Para apresentação de trabalho escrito (servidor e ou servidores sindicalizados ativos e/ou aposentados): até 24 de agosto.
Link: https://sintufrj.org.br/orientacoes-para-envio-de-trabalhos-escritos/

c) Para quem desejar enviar vídeos (servidor sindicalizado ativo e/ou aposentado): até 24 de agosto.

Inscrições para apresentação de trabalho podem ser individuais ou em grupo.

Para as apresentações de vídeo
Os vídeos deverão ter no mínimo 1min30 e não podem ultrapassar de 3 minutos, devendo ser inéditos e em qualquer mídia/formato. Enviar para forumsintufrj2020@sintufrj.org.br, informando seu nome e SIAPE.
Link: https://sintufrj.org.br/orientacoes-para-envio-de-videos

Luta recebe apoios de várias categorias e mobilização pode aumentar ainda mais. A greve é pela vida, por manutenção de direitos e contra a privatização

Matéria retirada do site da CUT

Cerca de 70% dos trabalhadores e trabalhadoras dos Correios de todo o Brasil paralisaram as atividades em uma ampla mobilização nacional contra a retirada de direitos, em defesa da vida e contra a privatização, de acordo com estimativas dos sindicatos filiados a Federação Nacional dos Trabalhdores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect).

A greve que é por tempo indeterminado e foi iniciada nesta segunda-feira (18) tem a adesão tanto do setor operacional, quanto administrativo. A maioria dos sindicatos promoveu atividades durante o dia, como atos e manifestações que reafirmaram a unidade e luta pela manutenção dos direitos e em defesa da vida.

Várias mensagens de apoio á luta da categoria foram postadas nas redes sociais, entre elas uma do presidente da CUT, Sérgio Nobre, que colocou toda a estrutura da central à disposição dos trabalhadores dos Correios e alertou que esta greve é de toda a classe trabalhadora.

A luta dos trabalhadores dos Correios por direitos é de toda classe trabalhadora

Os trabalhadores agradeceram todo apoio e solidariedade de quem reconhece as dificuldades de uma luta como essa, em plena pandemia do novo coronavírus, que já matou quase 110 mil brasileiros. A categoria segue com a saúde e vida ameaçados pela negligência e descaso da gestão dos Correios, que tem a frente o general Floriano Peixoto, em relação aos riscos de contaminação e morte por Covid-19.

Os dirigentes da Federação ressaltam que desde o início da pandemia foi necessário travar uma luta judicial, com uma verdadeira guerra de liminares, para garantir equipamentos mínimos de proteção individual, testagem de trabalhadores e afastamento dos que estão nos grupos de risco, como trabalhadores com comorbidades ou idosos.

Para os sindicalistas, essa ação negacionista da empresa expõe não só a vida dos trabalhadores e seus familiares, mas também a da população. Prova disso é a quantidade de óbitos e trabalhadores contaminados, a qual a empresa vem se negando a fornecer os dados oficiais.

Com base em informações encaminhadas pelos sindicatos filiados, a Federação estima em mais de 70 os óbitos de trabalhadores da ativa vítimas da Covid-19.

Apesar do avanço da pandemia, afirmam, muitas agências dos Correios ainda não têm segurança mínima de trabalho, nem tampouco para atendimento do público.

A luta dos trabalhadores dos Correios, afirmam os sindicalistas da Fentect, é pela manutenção dos direitos conquistados em anos de enfrentamento e em defesa da vida e também contra o desmonte da empresa que o governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL) quer privatizar.

Em nota, a Frentect pede “a compreensão da sociedade nessa luta”, diz que segue aguardando “uma postura correta da empresa, de negociação, para que os trabalhadores não sejam ainda mais penalizados nessa pandemia, assim como a população”.

De acordo com a entidade, novas assembleias serão realizadas nos estados ao longo da semana, com avaliação de greve. No entanto, a greve deve contar com novas adesões dada a retirada de direitos, prevista no Acordo Coletivo da categoria que teria vigência até 2021, e perdas salariais que chegam a 40% da remuneração, além de direitos como licença maternidade de 180 dias e auxilio para dependentes com necessidades especiais. A nossa luta é pelo Brasil.

Confira aqui os principais direitos retirados da categoria.

 

 

A paralisação, contra negligência, privatização e por direitos, começou às 22h de ontem nas unidades que têm terceiro turno e a meia noite desta terça-feira (18) nas demais unidades

Matéria retirada do site da CUT

 

Depois de inúmeras tentativas de negociação, cerca de 100 mil trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos de todo o Brasil decidiram, em assembleias realizadas nesta segunda-feira (17), decretar greve nacional em todo o país. A paralisação começou às 22h de ontem nas unidades que têm terceiro turno e a meia noite desta terça-feira (18) nas demais.

A greve, por tempo indeterminado, é contra a retirada de direitos, a privatização da empresa e negligência dos gestores dos Correios com a saúde dos trabalhadores em relação à Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus que já matou mais de 108 mil brasileiros.

Trabalhadores dos bancos, Petrobras e Correios lutam por reajustes e emprego

Os trabalhadores reivindicam a manutenção de direitos conquistados em acordos coletivos há mais de 30 anos, que vêm sendo atacados pela direção dos Correios, comandada pelo general Floriano Peixoto, que se nega a qualquer processo de negociação, como vem denunciando há meses a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares (FENTECT), que, junto aos sindicatos tenta, desde o início de julho, dialogar com a direção dos Correios a pauta de negociação da categoria.

Além de se negar a negociar, a direção da estatal surpreendeu os trabalhadores e trabalhadoras no dia 1º de agosto com a revogação do atual Acordo Coletivo de Trablho (ACT) que estaria em vigência até 2021. Os Correios retiraram 70 cláusulas com direitos como 30% do adicional de risco, vale alimentação, licença maternidade de 180 dias, auxílio creche, indenização de morte, auxílio creche, indenização de morte, auxílio para filhos com necessidades especiais, em uma atitude desumana impedindo tratamentos diferenciados e que garantem melhor qualidade de vida, pagamento de adicional noturno e horas extras.

Os trabalhadores também lutam contra a privatização dos Correios, o aumento descabido da participação dos trabalhadores no Plano de Saúde, gerando grande evasão, e o descaso e negligência com a saúde e vida dos ecetistas na pandemia da Covid-19.

A FENTECT e seus sindicatos tiveram que acionar a Justiça para garantir equipamentos de segurança, álcool em gel, testagem e afastamento dos tranalhadores de grupos de risco e aqueles que coabitam com grupos de risco ou possuem crianças em idade escolar.

De acordo com o Secretário-Geral da FENTECT, José Rivaldo da Silva, a retirada de direitos e a precarização da empresa é uma das estratégias do governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL) e da direção dos Correios para a privatização, entregando os Correios para o capital estrangeiro.

“O governo Bolsonaro busca a qualquer custo vender um dos grandes patrimônios dos brasileiros, os Correios. Somos responsáveis por um dos serviços essenciais do país, que conta com lucro comprovado, e com áreas como atendimento ao e-commerce que cresce vertiginosamente e funciona como importante meio para alavancar a economia. Privatizar é impedir que milhares de pessoas possam ter acesso a esse serviço nos rincões desse país, de norte a sul, com custo muito inferior aos aplicados por outras empresas”, declarou.

Rivaldo diz ainda que essa greve representa uma verdadeira batalha pela vida dos trabalhadores. “A direção da ECT buscou essa greve, retirou direitos em plena pandemia e empurrou milhares de trabalhadores a uma greve na pior crise que o país vive. Perdemos muitos companheiros para a Covid-19 em função do descaso e negligência da empresa. É o Governo Federal e a direção da ECT mantendo privilégios com ampliação de cargos e altos salários, ampliando lucro em detrimento da vida dos trabalhadores. Lutamos pelo justo. Lutamos para que as nossas vidas e empregos sejam preservados”, afirmou.

Confira os principais direitos retirados da categoria:

– Plano de saúde
– Vale cultura
– Anuênios
– Adicional de atividade de distribuição e coleta (AADC)
– Adicional de atividade de tratamento (AAT)
-Adicional de atividade de guichê (AAG)
– Alterar a data do dia do pagamento
– Auxílio de dependentes com deficiência
– Pagamento de 70% a mais da hora normal quando há hora extra trabalhada
– Reembolso creche
– Pagamento de 70% das férias
– Aumento no compartilhamento do ticket
– Licença maternidade de 180 dias
– Fim da entrega matutina
– Garantia de pagamento durante afastamento pelo INSS
– Ticket nas férias
– Ticket nos afastamento por licença médica
– Vale peru
– Para motoristas é o fim da cláusula sobre acidente de trânsito
– Indenização por morte
– Garantias do empregado estudante
– Licença adoção
– Acesso as dependências pelo sindicato
– Atestado de acompanhamento
– Fornecimento de Cat/ Lisa
– Itens de proteção na baixa umidade
– Reabilitação profissional
– Adicional noturno
– Repouso no domingo
– Jornada de 40hs
– Pagamento de 15% aos sábados

 

 

Ação de professores, técnicos-administrativos e estudantes de pós-graduação, em parceria com outras instituições locais, impedem o avanço da Covid-19 no município

“Macaé, no Estado do Rio de Janeiro, entrou na fase verde no dia 13 de agosto”. A notícia foi destaque no site da Academia Brasileira de Ciências, porque informava o alcance de etapa considerada, teoricamente, próxima da normalidade na escala de flexibilização do isolamento social por conta da Covid-19. O município do Norte Fluminense, com 250 mil habitantes, alcançou esse resultado graças às parcerias que vem fazendo há meses para ampliar as testagens, mas contando com a participação do Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade (Nupem) da UFRJ.

Dersde o mês de abril, o projeto desenvolvido pelo Nupem oferece à população de Macaé testes PCR em tempo real para o diagnóstico (considerados de padrão ouro) da Covid-19, que são realizados no Laboratório de Microbiologia e Bioprocessos Mario Alberto Neto. A coordenação local é do biomédico e professor Rodrigo Nunes da Fonseca, diretor do Nupem e chefe do laboratório. A coordenação geral é de Amilcar Tanuri, chefe do Laboratório de Virologia Molecular (LVM) do Instituto de Biologia do Centro de Ciências da Saúde (CCS/UFRJ).

Parcerias

Rodrigo Fonseca fez parcerias com entidades públicas e privadas de Macaé para a implementação do laboratório de campanha para testagem e pesquisa. Além do Centro de Ciências da Saúde, do campus Macaé da UFRJ, do LVM e da Prefeitura Municipal de Macaé, ele conseguiu o apoio também do Ministério Público Federal, do Ministério Público do Trabalho e de instituições filantrópicas.

Ele explica que o fato da Prefeitura de Macaé ter decretado o ingresso do município na faixa verde, o primeiro no Estado do Rio de Janeiro, se deve muito a essa possibilidade de testagem ampla, em massa, da população. E o trabalho do Nupem foi determinante para a diminuição dos casos de contaminação na região. Foram realizados mais de 20 mil testes em Macaé, destes, 3.500 pelo Nupem.

Nenhum outro município do Estado do Rio registrou até o momento feito igual. A coleta do material para o teste é feita no Centro de Triagem do Paciente com Coronavírus da Prefeitura de Macaé (para onde as pessoas devem se dirigir em caso de sintomas da Covid-19). Na atual fase, os pesquisadores têm também se dedicado a publicar artigos sobre o trabalho e seus resultados junto à população. “Ao mesmo tempo em que prestamos serviços para a sociedade — somos o único laboratório que faz esse teste público na região — (a ação) está gerando muito conhecimento sobre a pandemia no município”, informa o diretor do Nupem.

Testar e testar

Segundo Rodrigo Fonseca, países que obtiveram sucesso no controle da pandemia adotaram, além do distanciamento físico, a testagem em massa com quarentena dos indivíduos positivos. “É preciso, como diz a Organização Mundial de Saúde, testar, testar, testar”, alerta o diretor, explicando que a testagem vai ter que continuar ainda por bastante tempo.

Em matéria no site do Nupem, Amilcar Tanuri garante que a realização dos testes em Macaé — cidade portuária com grande circulação de pessoas, inclusive estrangeiros, que trabalham nas plataformas de petróleo e, por isso, possível porta de entrada do coronavírus– é uma questão estratégica para o controle da pandemia no estado.

De acordo com Rodrigo Fonseca, isso só foi possível pela parceria firmada com o Instituto de Biologia e o Laboratório de Virologia Molecular chefiado por Tanuri. No início de abril, o LVM treinou a equipe do Nupem que absorveu a técnica e a levou para Macaé. No momento são 25 pessoas, entre docentes, técnicos-administrativos e alunos da pós-graduação envolvidos no trabalho.

Contribuição imprescindível

Segundo o vice-diretor do Nupem, Francisco de Assis Esteves, a equipe contabiliza que mais de 300 pessoas foram salvas da contaminação em Macaé pela ação do núcleo (agora instituto) da universidade. “O Trabalho do nosso instituto foi fundamental para o procedimento realizado pela administração municipal que resultou, num período muito curto, que Macaé atingisse a fase verde, em que o vírus está sob controle”, comemora o pesquisador.

O diretor Rodrigo Fonseca concorda com Esteves e destaca a importância da realização dos testes PCR em tempo real, porque permitem que o paciente saiba se tem a doença em sua fase inicial. Facilitando que a infecção seja tratada de imediato, como também o contaminado isolado, evitando a transmissão.

“Os resultados dos testes realizados na população de Macaé que identificam rapidamente os munícipes contaminados para que sejam isolados temporariamente da comunidade, ressaltam a importância para a sociedade da interiorização da UFRJ. Mostram que uma universidade como a nossa, que interioriza com pesquisa é capaz de transformar a vida dos cidadãos onde se estabelece. Isso vale como uma demonstração inequívoca do papel da universidade pública na contribuição da melhora da qualidade de vida da população brasileira”, afirma o vice-diretor.

Campanha

Os pesquisadores lançaram uma campanha para angariar fundos e contam com a colaboração de entidades públicas e privadas. Pessoas físicas ou jurídicas também podem contribuir. Doação pode ser feita por meio de depósito para a Fundação Coppetec/UFRJ, CNPJ 72.060.999/0001-75, na conta 55633-5 da agência 2234-9 do Banco do Brasil. A Coppetec/UFRJ publica em seu site todas as doações recebidas e a comprovação dos gastos.

A comunidade universitária do Nupem continua atuando na linha de frente contra a Covid-19 na região. Saiba mais a respeito consultando o site www.macae.ufrj.br/nupem/ e as mídias sociais do instituto (Twitter, Instagram, Facebook).

 

Sintufrj no dia a dia da pandemia

O Departamento Jurídico do Sintufrj é muito solicitado pelos trabalhadores, por isso, mesmo em ambiente remoto, os advogados da entidade não diminuíram o ritmo de atendimento aos sindicalizados, de segunda a sexta-feira.

Em tempos normais, o Dejur atendia diariamente dezenas de presencialmente, com demandas nas áreas cível e trabalhista, e de execuções sobre os processos dos 3,17% e 28.86%. Além dessa estrutura, o Sindicato ainda tem as ações que são acompanhadas pela assessoria jurídica, como as dos Plano Bresser e Verão.

Dejur na pandemia

Desde o início do isolamento social por conta da Covid-19, a direção sindical adequou o atendimento ao trabalho remoto dos seus profissionais. As ferramentas utilizadas são o e-mail ou WhatsApp.  Muitas vezes o servidor tem que ser auxiliado para se entender com a comunicação digital.

A área trabalhista não parou um dia sequer, mesmo com a orientação do isolamento social. Além de consultas por WhatsApp, os advogados e estagiários continuaram recebendo consultas por e-mail e realizando atendimentos virtuais.

Embora os prazos tenham sido suspensos, os processos seguiram sua tramitação normal nas instâncias judiciais. O funcionamento do Judiciário Federal também ocorreu remotamente, com atendimento virtual por telefone e por e-mail até junho, inclusive com sessões de julgamento no Tribunal Regional Federal. Ao todo, os advogados do Sintufrj acompanharam 24 sessões virtuais, e uma média semanal de 30 publicações. E tem ainda a distribuição de novas ações.

O acompanhamento e assistência nas questões gerais dos trabalhadores da UFRJ também compõem a pauta diária do Dejur. Como reconhecimento do direito ao recebimento de adicionais (insalubridade em grau máximo, por exemplo), assédio moral, frequência, entre outras questões. Além disso, a equipe realizou reuniões de trabalho para planejar o funcionamento do setor durante a pandemia, reuniões com a CUT e deu suporte aos trabalhadores terceirizados.

A média semanal tem sido de 40 atendimentos, seja por WhatsApp, e-mail, telefone. Os assuntos que mais têm mobilizado a categoria são aposentadoria, contagem de tempo de contribuição, assédio moral, insalubridade, frequência, APH (adicional por plantão hospitalar), atrasados de exercícios anteriores, desvio de função, acumulação de cargos e conversão de licença-prêmio em pecúnia.

Área Cível — O setor realiza mais de 10 atendimentos por dia através de email. WhatsApp e ligações telefônicas. Mas a estimativa é que haja aumento substancial na procura pelo setor com a divulgação dos números de contato no site da entidade. A categoria faz consulta sobre processos em andamento, divórcio, usucapião, adoção, exoneração (cancelamento) de pensão, envio e recebimento de documentos, ações que questionam descontos indevidos em folha (como empréstimos).

Além disso, o setor realiza proposição de ações novas, monitoramento diário das publicações (sobre ações em curso), recursos e cumprimento de prazos em geral nos Tribunais Superiores e realização de audiências virtuais, diligências (quando necessário e quando possível).

Contatos

Durante a pandemia, de modo remoto, o atendimento está sendo feitos por e-mail (dejur@sintufrj.org.br) e pelo número de telefone (21) 96549-0243, no horário das 9h às 12h e das 13h às 17h, de segunda a sexta-feira.

3,17% e 28,86%

O Departamento de Execuções Individualizadas dos 3,17% e 28,86% também atende a pensionistas e faz o acompanhamento processual das ações em tramitação.

Diariamente, são enviados e-mails com as publicações (sobre cada processo) ao advogado responsável, que analisa a providência a ser adotada para cumprimento dos prazos e encaminhamento aos demais integrantes da equipe, em caso de solicitações de diligências, elaboração de protocolos judiciais,  planilhas, contato com o departamento financeiro para recolhimento de custas processuais e com os sindicalizados quando necessário.

Telefone para contato e e-mail: (21) 96549-2530 e dmexec@sintufrj.ogr,br.

Assessoria

Desde o dia 16 de março, o Sintufrj, por meio do Escritório Cassel Ruzzarin Santos Rodrigues Advogados, tem atuado coletivamente em defesa dos direitos dos técnicos-administrativos em educação da UFRJ, e também disponibilizou a assessoria jurídica aos filiados.

Foram 504 atendimentos remotos (somando-se as consultas, ações, requerimentos e também atendimentos do Plano Verão/Bresser); 172 ações ajuizadas (coletivas e individuais, Mandados de Segurança, intervenção como amicus curiae (que ingressa no processo para fornecer subsídios) e execuções ajuizadas), 10 consultas respondidas (que inclui parecer e nota técnica), nove requerimentos protocolados (coletivos e individuais), 1.645 petições, e 110 julgamentos e memoriais.

Canais de acesso:

Ações do Plano Verão e do Plano Bresser — (21) 98526-6710.

E-mail: planoverao@servidor.adv.br e 2606-sintufrj@servidor.adv.br.

Se preferir, consulte o contato de todo atendimento aqui.

 

 

 

Eles não entendem as razões pelas quais a Reitoria voltou atrás na decisão de concessão do grau máximo de insalubridade

De todas as formas, desde que a pandemia no novo coronavírus chegou no país, o Sintufrj defende a extensão a todos os profissionais de saúde das unidades hospitalares do grau máximo do adicional de insalubridade. Mas, essa justa reivindicação está esbarrando em interpretações de gestores que seguem a linha do governo  para a concessão do benefício, mesmo diante de uma crise viral que já ultrapassou mais de cem mil mortos.

O governo Bolsonaro legisla com base nos números frios da economia e baixa para o serviço público orientações normativas que na maioria das vezes desrespeita direitos dos trabalhadores. No caso da insalubridade, não houve por parte do Planalto a mínima preocupação em adequar a orientação à realidade da pandemia. E, devido a interpretações de gestores, foi criado um problema sério nas instituições públicas, como ocorre na UFRJ.

Desrespeito

“A Orientação Normativa nº 04 não leva em conta o momento de crise viral. O que estamos reivindicando é que, com base na lei que decretou a pandemia e reconheceu os profissionais essenciais para o atendimento –, e tendo-se agora ampliado o entendimento de quem são os trabalhadores essenciais para o combate à Covid-19, seja reconhecido que os trabalhadores dos mais variados cargos na UFRJ são essenciais para o atendimento aos pacientes contaminados. Por isso, eles fazem jus ao grau máximo do adicional. Mas, infelizmente, a Pró-Reitoria de Pessoal (PR4) e a Coordenação de Políticas de Saúde do Trabalhador (CPST) — apesar da reitora ter compreendido e concordado com o Sintufrj — não têm esse entendimento”, disse a coordenadora-geral do Sintufrj, Gerly Miceli.

A dirigente adianta que a reivindicação do Sintufrj é para que o adicional no grau máximo se estenda para a pós-pandemia. “Como também temos processos nos quais foi concedido o grau médio, mas que apontamos que o adicional deverá ser concedido  em grau máximo, inclusive com algumas vitórias judiciais nesse sentido, vamos continuar reivindicando o grau máximo também para após a pandemia para alguns profissionais da saúde, principalmente, e também de laboratórios”, informou Gerly.

Frustração, revolta, indignação são os sentimentos dos profissionais da saúde envolvidos com o combate ao coronavírus. Como Marcos Padilha, do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) e Aline Muniz, do Instituto de Atenção à Saúde São Francisco de Assis (ex-Hesfa).

Indignação

Marcos Padilha, técnico de enfermagem no HUCFF, atua  diretamente nas ações da pandemia na unidade e, atualmente, está no Serviço de Doenças Infecciosas e Parasitárias (DIP). Segundo o servidor, os profissionais de saúde que entraram na universidade após 2016 e pelos últimos concursos, trabalham no DIP e não recebem o grau de insalubridade máximo.

“Os profissionais que estão lotados e trabalharam no DIP não receberam o grau de insalubridade máximo. Nós ficamos muito revoltados, porque colocamos a nossa vida em risco e quando conquistamos um direito e não recebemos esse direito é como se nós estivéssemos sendo ignorados ou esquecidos.

Mais a gente espera que essa situação se reverta, porque continuaremos lutando e reivindicando pela concessão do grau de insalubridade máximo enquanto a pandemia perdurar, como também o valor retroativo do adicional a partir de março, quando foi baixado o decreto de calamidade pública.

Nós ficamos muito indignados com essa situação, porque atuamos diretamente com pacientes da Covid-19, mas mesmo quando não atuamos no setor especificamente para a Covid-19, convivemos com profissionais, com colegas, que tem proximidade com os pacientes. Então nossa vida está sempre em risco, pois podemos a qualquer momento ser infectados pelo vírus Sars-Cov-2”, desabafou  Padilha.

Reconhecimento

A enfermeira Aline Muniz trabalha no setor de apoio e suporte para dependentes químicos e alcoolismo do Instituto de Atenção à Saúde São Francisco de Assis (ex-Hesfa). Ela lida com o risco de contrair o vírus o tempo todo, pois entre os pacientes estão moradores de ruas.

Aline, que é pós-graduada em enfermagem do trabalho, especialista em saúde do trabalhador e saúde mental, e doutoranda em educação, faz uma análise mais profunda da problemática que envolve os profissionais de saúde na pandemia do coronavírus. Para ela, o pagamento do adicional em grau máximo trata-se de um reconhecimento pela instituição da importância do trabalho que realizam cotidianamente e não é, portanto, uma questão somente de dinheiro.

“Nós temos visto o alto índice de incapacidade, tanto em nível de saúde mental como físico, que essa pandemia tem alcançado as pessoas. A enfermagem tem perdido uma força de trabalho potente. Colegas têm morrido em decorrência da pandemia e desse vírus. Então é muito certo e muito justo que a gente, como profissional de saúde que atuam no combate à Covid-19 recebamos esse adicional.

Meu dia a dia é de atendimento. O paciente circula por todo lugar e frequenta locais com alto índice de contaminação. A gente trabalha também com um alto nível de sofrimento mental, o que reduz também a nossa capacidade de combater o vírus, ou seja, o profissional de saúde ele já está debilitado por uma série de questões.

A literatura mostra que 45% dos profissionais de saúde que atuaram em pandemias anteriores, como na de Sars em 2002, saíram dela com crise de pânico. Ou seja, todos os profissionais vão sair com algum tipo de sequela, sejam físicas ou psicológicas e que não podem ser mensuradas por questões monetárias.

Nós precisamos ser vistos e não é correto que todos os profissionais que atuam nessa pandemia não ganhem o grau máximo. Não tem motivo. E a UFRJ, como a universidade que está pesquisando e orientando protocolos nessa pandemia, não pode ser contraditória. Como fala uma coisa e não faz? A própria instituição reconheceu, através da reitora, que isso se faz necessário.

O que está acontecendo? Por que a burocracia está tão impertinente? Estamos desde março sem respostas às nossas dúvidas. E isso com muitos atravessando um alto grau de sofrimento. Está mais do que na hora de termos esse reconhecimento pela universidade. É um direito certo,” concluiu Aline.

Recuo da Reitoria 

O assessor do Sintufrj, engenheiro do Trabalho Rafael Boher, faz um relato sobre a batalha do Sindicato pela extensão do adicional de insalubridade máximo aos trabalhadores dos hospitais da UFRJ que estão atuando na linha de frente no combate à pandemia do novo coronavírus.

“Desde início do isolamento social a direção do Sintufrj  reivindica a concessão do grau máximo de insalubridade para os servidores que estão não linha de frente no árduo trabalho de salvar vidas em função da pandemia da Covid-19. Após algumas iniciativas sem sucesso junto à Pró-Reitoria de Pessoal (PR4), houve uma reunião com a presença da reitora, da pró-reitora de Pessoal, do procurador-geral da universidade e de uma representação da Coordenação der Políticas de Saúde do Trabalhador (CPST), quando comprovamos a legalidade do pleito.

Ficou encaminhado que a concessão do grau máximo seria baseado nos laudos preexistente e que os próximos constariam também de análise do ambiente de trabalho. A reunião foi encerrada com a direção sindical acreditando que, finalmente, havíamos chegado a um consenso no reconhecimento do direito do adicional, a partir dos elementos apresentados e exaustivamente debatidos.

Porém, dias depois, a pró-reitora de Pessoal recuou desse entendimento e disse à direção do Sintufrj que a CPST permaneceria encaminhando as avaliações a partir dos laudos individuais, considerando as regras estabelecidas na ON nº 04 (permanência e contato), sem considerar a excepcionalidade da pandemia.

Com essa mudança de posição, a direção do Sintufrj, por meio de  sua assessoria, entregou à reitora um relatório que comprovava o contato in loco dos trabalhadores de diversos cargos com pacientes no decorrer de suas atividades, bem como o contato de   profissionais que atuavam nos setores de apoio com materiais contaminados.

Diante disso o Sintufrj buscou a ampliação do entendimento da PR4/CPST sobre a concessão do adicional para todos os profissionais envolvidos no trabalho de combate à Covid-19 – porque inicialmente o adicional era concedido somente a médicos, enfermeiros e técnicos em enfermagem, mas o relatório mostrou  que outros cargos precisariam ser incluídos nesse entendimento.

No dia 10 de junho, a reitora encaminhou o Ofício nº 23079.0574/2020 GR à PR4/CPST, comunicando o seguinte: “A Reitora da UFRJ solicita que os percentuais de insalubridade dos servidores que tiveram, anteriormente, laudo técnico que caracterize a exposição habitual ou permanente a circunstâncias ou condições insalubres ou perigosas no local de trabalho (Art. 9º,  incisos II e III), garantindo o recebimento do adicional de insalubridade no percentual de, pelo menos 10%, uma vez submetidos, desde março de 2020, à exposição ao novo coronavirus, SarsCoV2, por estarem na linha de frente do enfrentamento da pandemia pela Covid-19, tenham seu percentual de insalubridade reajustado para 20%. Essa alteração de percentual se justifica pela exposição, por esses servidores, a esta grave doença que pode causar o óbito em algumas pessoas infectadas. Esta decisão está amparada no Parágrafo 3º do Art. 10º que prevê que o laudo técnico não terá prazo de validade, devendo ser refeito sempre que houver alteração do ambiente ou dos processos de trabalho ou da legislação vigente. Nesse caso, como já é sabido, houve alteração do ambiente de trabalho desses servidores.”

Essa iniciativa gerou uma grande satisfação e tranquilidade aos trabalhadores das unidades hospitalares da UFRJ que estão na linha de frente ou dando suporte direto, como no caso da central de materiais, no tratamento da Covid-19. Para a efetivação dessa medida os diretores dos hospitais encaminharam à PR 4 a relação nominal dos servidores que estão nessas condicionantes.

Mas, o Sintufrj identificou que a relação nominal enviada pelos diretores não foi considerada pela PR4/CPST. E apenas médicos e alguns profissionais da enfermagem tiveram alteração no percentual do adicional de insalubridade.

A direção sindical procurou a pró-reitora de Pessoal e esta reiterou que permaneceria encaminhando a concessão do grau máximo somente após novo laudo individual estabelecido pelas regras da ON 04 de 14 de fevereiro de 2017, desconsiderando a realidade imposta pela pandemia que coloca todos os pacientes em situação de isolamento, o Ministério da Saúde e as normas regulamentadoras em segurança e saúde do trabalho, que deixam claro quais os profissionais que têm direito ao adicional pleiteado.

A atitude da pró-reitora de Pessoal revelou que a PR4/CPST mantém na pandemia sua atuação cotidiana de levantamento de dados físicos dos espaços ocupados bem como seu layout, ao invés da exposição dos servidores ao vírus. Mesmo após ganharmos o importante reforço da Lei nº 14.023 de 8 de julho de 2020 do Palácio do Planalto, que não garante o adicional de insalubridade — por isso o critério para quem recebe no mínimo 10% –, mas deixa explícito às categorias que estão na linha de frente do combate ao vírus.

Cabe ressaltar que o ofício da reitora explicita os elementos que respaldam a legalidade do ato de concessão do grau máximo para quem já recebe percentual e está exposto diretamente ao vírus.

Diante disso, o Sintufrj solicitou que fosse informada as razões, no entender da Reitoria, que levaram ao recuo do atendimento da justa reivindicação do Sindicato, após o encaminhamento da reitora.

Foi frustrante para os profissionais de saúde a mudança de decisão da Reitoria sobre essa questão. Anteriormente eles haviam comemorado a decisão da reitora, por verem seus direitos reconhecidos e, principalmente, porque finalmente uma gestão da UFRJ teve um olhar cuidadoso, humano e respeitoso ao trabalho que desempenham cotidianamente sob todos os riscos”.

 

 

Os 35 anos de dedicação da médica Hermengarda Patrícia de Mello Santoro à UFRJ foram reconhecidos pelo Conselho Universitário que na sessão virtual de quinta-feira 13 aprovou, por unanimidade, a concessão do título de Técnica-Administrativa em Educação Emérita.

Doutora Patrícia, como carinhosamente era tratada por colegas e pacientes, trabalhou no Instituto de Doenças do Tórax (IDT), unidade do Centro de Ciências da Saúde (CCS).

A solicitação do título de emerência à servidora foi feita pelo professor Alexandre Cardoso (ex-reitor da UFRJ) e antes de chegar ao Consuni, foi aprovada pelo conselho diretor e pelo colegiado do IDT unidade de origem da servidora, como pede o ritual.

No Consuni, o título de Emérita à medica se deu por aclamação depois da leitura do parecer favorável da Comissão de Ensino e Títulos, sob relatoria da conselheira técnica-administrativa Joanna de Angelis, que é coordenadora do Sintufrj.

O parecer lembrou que, em 2006, o Conselho Universitário disciplinou a concessão de título honorífico a Técnico-Administrativo em Educação (com a resolução 8 de 14 de setembro de 2006), formalizando o reconhecimento pela trajetória profissional e o valor a uma das categorias que compõem o quadro de servidores.

A concessão do título à Patrícia foi formalmente anunciada pela reitora Denise Pires de Carvalho. “Tenho a grande honra de anunciar a concessão de título de servidora emérita a Hermengarda Patrícia de Mello Santoro por aclamação. Parabenizo a servidora, o Instituto de Doenças do Tórax (onde trabalhou), o Centro de Ciências da Saúde e ao nosso Sistema Único de Saúde”.

“Como TAE, recém chegada ao Consuni como representante da bancada dos técnicos-administrativos, fico muito feliz em ter tido a oportunidade de apresentar esse parecer de Título de Técnico-Administrativo em Educação Emérito a servidora Hermengarda Patrícia de Mello Santoro”, comemorou a relatora Joanna de Angelis.

Quem é

Hermengarda Patrícia de Mello Santoro ingressou na UFRJ em março de 1983, após concluir sua Residência Médica em Pneumologia, iniciando suas atividades profissionais no então Instituto de Tisiologia e Pneumologia e seguindo no atual Instituto de Doenças do Tórax até sua aposentadoria, ocorrida em abril de 2018.

O relatório que justificou a emerência cita diplomas e títulos alcançados na sua vida profissional, sua efetiva participação em atividades acadêmicas e elogios e reconhecimentos por onde trabalhou. O relatório registra, ainda, o seu caminho marcado pelo compromisso público em sua trajetória.

Emerência a técnicos-administrativos repara uma injustiça histórica, como bem apontou o relatório da Comissão de Ensino e Títulos, ao reconhecer e valorizar a relevância do imprescindível servidor. Segundo a Secretaria dos Órgãos Colegiados, esta é a segunda vez que o colegiado concede este título.

A reitora Denise Pires lembrou que a primeira técnica-administrativa a receber o título, concedido em 2018, também por unanimidade, foi a servidora aposentada emérita Regina Célia Alves Soares Loureiro, a Regininha, que trabalhou na Pró-Reitoria de Planejamento, Desenvolvimento e Finanças.

Aplausos

Sobre a médica Patrícia, o conselheiro (representante dos professores titulares do CCS) Roberto Medronho a definiu como “pessoa muito marcante”. O conselheiro técnico-administrativo Roberto Gambine contou um pouco de sua trajetória como médica no Instituto de Tisiologia e Pneumologia nos anos 1990.

 

A emoção da doutora

“Uma grande homenagem. Fico emocionada, sensibilizada. Se contarmos os anos da Faculdade de Medicina, são 46 anos de UFRJ”, declarou a médica Hermengarda Patrícia de Mello Santoro, agraciada com o título de técnica-administrativa Emérita da UFRJ pelo Conselho Universitário.

Ela ingressou na universidade em 1975, se formou em 1980 e, em janeiro de 1981 começou trabalhar no IDT, (na época ITP, ainda no Caju, como residente). Em 1983, foi convidada para integrar o estafe da unidade  e, depois virou servidora em 1988 na UFRJ.

“Pertenço a UFRJ desde sempre”, disse ela, contando que o IDT “sempre foi minha casa querida, amada. Se sou alguma coisa hoje, se tenho esta história de vida que vale esta premiação devo ao IDT”.

“É uma honra (a emerência) e eu me sinto muito feliz porque, de certa forma, representa a dedicação com a qual eu sempre trabalhei”. A médica disse que colaborou na direção do instituto em várias gestões, como chefe de serviço, vice-diretora, diretora-adjunta, inclusive quando o instituto foi para a Cidade Universitária.

“Sempre trabalhei para o crescimento da instituição que tem um potencial enorme para estar atuando no cenário da Pneumologia carioca e no Brasil”, avaliou.

 

O governo Bolsonaro dá prosseguimento a sua perseguição aos servidores ao editar a Instrução Normativa (IN) 65, no dia 31 de julho, que regula o teletrabalho na administração pública federal. Pelas novas normas, anunciadas para entrar em vigor em setembro, despesas com telefone, internet, energia elétrica e outras semelhantes são de responsabilidade do servidor. Além disso, o trabalhador não terá direito às horas extras ou banco de horas. Auxílio transporte e adicional noturno também deixarão de ser remunerados.

O que fará a Reitoria diante desta imposição absurda? O encaminhamento para uma solução consensuada (Administração Central e trabalhadores) foi apresentada pela conselheira técnico-administrativa e coordenadora do Sintufrj, Joana de Angelis, na sessão do Conselho Universitário de quinta-feira, 13, e bem recebida pela reitora Denise Pires. A representante da categoria propôs a criação de um grupo de trabalho (GT) no colegiado para estudar a IN 65 e propor as regulamentações necessárias para a proteção a garantia da qualidade de vida dos servidores da universidade, como também dos serviços oferecidos à população.

De acorda com Joana, a IN 65 é mais uma forma de ataque à educação pública e aos trabalhadores e trabalhadores das instituições federais de ensino superior.  “Precisamos nos posicionar em relação a isso e, por isso, sugiro que o Consuni crie um GT no qual possamos, com diálogo democrático, discutir a IN 65. Este, ao meu ver, é o melhor caminho para se pensar essas questões”, propôs a dirigente, colocando-se à disposição para integrar o GT.

A reitora agradeceu pela proposta, que considerou importante: “Estamos sendo literalmente atropelados ou invadidos por um tsunami”, disse Denise Pires, se comprometendo com a formação do GT e informando que os conselheiros que desejassem participar do grupo de trabalho já poderiam se inscrever. .

Ação conjunta

Além da IN 65, outros temas preocupam a comunidade universitária, como a inclusão digital e a bissogurança durante a pandemia, o que levou as entidades reunidas no Fórum de Mobilização e Ação Solidária (Formas) – Sintufrj, Adufrj, Attufrj, DCE Mário Prata e APG – a solicitarem a palavra no Consuni.

A diretora de Assistência Estudantil do DCE Mário Prata e conselheira no Conselho de Ensino de Graduação (CEG), Antônia Velloso, apontou que é fundamental a continuidade do diálogo com a Reitoria para que haja debates e deliberações conjuntas sobre temas de interesse da comunidade universitária, e citou como exemplo a distribuição dos chips – A ação faz parte do programa de inclusão digital da UFRJ e os estudantes esperavam que o chips fosse entregue na casa dos aos beneficiados, mas a administração central determinou que terão que ser pegos nas unidades onde o alunos estuda. “Tem que haver um debate responsável sobre as questões”, disse a estudante.

Eleonora Ziller, presidente da Adufrj, reforçou a necessidade de diálogo permanente diante da percepção de um segundo momento na pandemia, mas que haverá a necessidade de alguma atividade presencial para que o necessário seja feito para a continuidade das atividades remotas. “Lembrando sempre que estamos diante de um inimigo feroz e é preciso grande unidade”, disse a dirigente.

Na mesma linha, Noemi de Andrade, coordenadora do Sintufrj, destacou a importância do diálogo entre todos os membros da universidade com a direção institucional, quando se tem um governo contra o funcionalismo, a educação pública, a produção de conhecimento, a ciência e a pesquisa, considerados seus inimigos número um.

“Temos que buscar cada vez mais nos proteger e a proposta do Formas de diálogo permanente com a Reitoria é importante para todos. Queremos construir e trazer saídas para esta situação juntos”, concluiu.

A reitora Denise Pires fez um chamado à comunidade universitária para que siga, “conforme foi bem colocado pelas entidades”, em união e diálogo cada vez maior.

 

 

O Conselho Universitário desta semana (quinta-feira,13) foi aberto com um minuto de silêncio pelos mais de 100 mil mortos pela Covid-19 (triste marca que o país atingiu no dia 8 de agosto) e pelas famílias que sofreram as perdas. A UFRJ decretou luto oficial de três dias. Segundo a reitora Denise Pires, apesar das dezenas de vítimas, ainda está longe o fim da pandemia, e enquanto não houver vacina deve-se manter o distanciamento devido. Por fim, foi aprovada uma moção de pesar com o alerta: “Não deixaremos essas vozes, agora mudas, esquecidas”.

Casaldáliga: “Exemplo na luta contra a opressão do povo”

Outra moção aprovada nesta sessão do Consuni homenageou o bispo poeta Pedro Casaldáliga, morto no dia 8 de agosto. Ele chegou ao Brasil em 1968 e assumiu a Prelazia São Félix do Araguaia (MT) em 1971, e sempre esteve ao lado dos camponeses pobres, ribeirinhos e povos indígenas, levando mensagens corajosas às vítimas dos grileiros e aos atingidos pelas expropriações no campo.

“Foi permanentemente ameaçado de morte e de expulsão do país no período da ditadura; contudo, nada disso o demoveu de levar as mensagens da teologia da libertação aos espoliados da terra. Foi pioneiro na elaboração e difusão da causa ecossocial, baseada nos direitos humanos, na proteção da natureza e no bem-viver dos que vivem no campo”, diz o texto, que também contém um resumo da história de Pedro Casaldáliga no país e a sua opção por viver a vida simples dos pobres, “aquecendo o cotidiano com poesias que se notabilizam pela força, delicadeza e sensibilidade”.