O SINTUFRJ repudia em nome de nossa categoria de trabalhadores e trabalhadoras da UFRJ contra a tentativa de golpe de estado ocorrida neste domingo, em Brasília. Desde o início da tarde, terroristas bolsonaristas atacaram e invadiram os prédios do Congresso, do STF e do Palácio do Planalto numa evidente tentativa de abalar o regime democrático no Brasil.

É inaceitável que grupos terroristas ameacem o Estado Democrático de Direito, através de ações violentas e inconstitucionais. Por isso, exigimos que as autoridades federais e estaduais, com o rigor da lei, punam severamente todos os responsáveis pela tentativa de golpe, ocorrida poucos dias após a posse do presidente Lula.

Exigimos apuração e punição a governantes, como o do Distrito Federal Ibaneis Rocha, do agora ex-secretário de segurança do DF Anderson Torres, de agentes e forças de segurança que tenham sido coniventes e permitido que golpistas ocupassem as sedes dos três poderes da República. Que também sejam punidos os financiadores e políticos que tem incentivado esses atentados contra a democracia. Que o Poder Público desmonte os acampamentos bolsonaristas, chamados de QGs, pois tratam-se de agrupamentos financiados para conspirar contra o governo legitimamente eleito.  É fundamental ainda que Jair Bolsonaro e seu clã político sejam presos, além de serem responsáveis por uma política de genocídio do povo brasileiro durante os seus 4 anos de governo, promovem uma perversa tentativa de golpe de estado nunca vista desde a redemocratização.

Afirmamos que nós, classe trabalhadora e suas entidades organizadas, não iremos aceitar nenhum atentado contra a democracia, nem que as movimentações fascistas pela tomada de poder persistam por mais tempo.

Derrotamos o fascismo nas urnas através da eleição de Lula para presidente. Mas a institucionalidade por si só nunca deu conta de derrotar o fascismo, por isso sempre defendemos a permanente organização e mobilização popular. E desta vez não será diferente, estaremos nas ruas mais uma vez na luta contra o fascismo.

Convocamos a todos os trabalhadores e trabalhadoras da UFRJ para manifestação amanhã, segunda feira 09/01 pela punição dos golpistas e em defesa da democracia!
Concentração 17h na Cinelândia.

SEM ANISTIA!
CONTRA O FASCISMO! EM DEFESA DA DEMOCRACIA!

Direção Sintufrj 2022-2025

O presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva anunciou a publicação neste domingo (8) de um decreto que prevê a intervenção na área de segurança pública do Governo do Distrito Federal (GDF). Segundo o decreto, o prazo da intervenção vai até 31 de janeiro de 2023.

“Essa intervenção está limitada à área de segurança pública, com o objetivo de conter o grave comprometimento da ordem pública no DF, marcado pela violência contra prédios públicos”, disse Lula durante viagem que faz a Araraquara (SP).

A intervenção será comandada pelo secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, subordinado diretamente à Presidência da República. “O interventor poderá requisitar recursos financeiros, tecnológicos, estruturais necessários a quaisquer órgãos”, acrescentou Lula.

Segundo o decreto, leis que não tiverem relação com segurança pública permanecem sob responsabilidade do governo local.

Lula decreta intervenção federal na segurança pública do DF
Lula decreta intervenção federal na segurança pública do DF – Divulgação/Ricardo Stuckert

Antes de assinar o decreto, o presidente condenou os atos antidemocráticos que tomaram conta da Praça dos Três Poderes e disse ter havido falha de segurança. “Achamos que houve falta de segurança. Queria dizer para vocês que todas as pessoas que fizeram isso serão encontradas e punidas. Eles vão perceber que a democracia garante o direito de liberdade, de livre comunicação e expressão, mas vão exigir que as pessoas respeitem as instituições criadas para fortalecer a democracia”, declarou.

O presidente prometeu que todas as pessoas que participaram da depredação serão punidas pela lei e chamou de irresponsáveis os atos antidemocráticos. “É importante lembrar que a esquerda brasileira teve gente torturada, morta, desaparecida. Nunca vocês leram notícias de gente de esquerda invadindo o Congresso, o Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto”, disse.

“Essa gente tem de ser punida, inclusive vamos descobrir quem são os financiadores desses vândalos que foram a Brasília, e todos eles pagarão com a força da lei pelo gesto de irresponsabilidade, esse gesto antidemocrático e esse gesto de vândalos e de fascistas”, declarou o presidente, que classificou de barbárie a invasão das sedes dos Três Poderes.

A Polícia Militar do Distrito Federal informou que todas ações da PMDF têm, por base, orientações que são determinadas pelas autoridades de segurança do Governo do Distrito Federal, e responsabilizou eventuais falhas de planejamento nas ações de proteção à Praça dos Três Poderes à Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal. A secretaria tinha à frente o ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, Anderson Torres, que foi exonerado há pouco pelo governador Ibaneis Rocha.

Interventor federal

Pelo Twitter, o Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse que o secretário Ricardo Cappelli já se deslocou para assumir a intervenção na Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal. “E seguimos com as operações cabíveis visando ao restabelecimento da ordem pública”, completou o ministro.

De acordo com informações do ministério, Cappelli é jornalista, especialista em administração pública pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e atua, há 22 anos na administração pública. Ele já atuou como secretário municipal, secretário estadual e secretário nacional em áreas diversas no estado do Maranhão.

Fonte: Agência Brasil