O anúncio dos três trabalhos premiados entre os apresentados no 1º Fórum do TAE da UFRJ organizado pelo Sintufrj fechou mais uma etapa do evento realizado no início do mês. Os trabalhos serão publicados numa revista eletrônica. Os vencedores receberão notebooks.

Os trabalhos escolhidos, entre 27 apresentados, foram respectivamente: “O malabarismo impossível do trabalho remoto na maternidade” (1º) apresentado por Clara Saraiva e Maíra Alves; “O centenário da UFRJ (1920-2020) e a Memória Institucional” (2º), de Andrea Cristina de Barros Queiroz; e “Resistência e Reforma Administrativa por “conta gotas” na UFRJ” (3º), de Esteban Crescente.

“Resolvemos fazer essa premiação para dar mais incentivo. Mas todos os trabalhos estão de parabéns. Nossos sinceros agradecimentos a todos que se dedicaram e reservaram seu tempo para participar do nosso fórum. Para nós do Sintufrj é muito gratificante ter essa resposta dos companheiros que atenderam nosso chamado”, afirmou a coordenadora-geral do Sintufrj, Neuza Luzia.

A divulgação dos premiados foi transmitida online e a live foi finalizada com a alegria contagiante do bloco Minerva Assanhada que homenageou os 100 anos da UFRJ.

Intensidade
Foram três dias com ricos debates e apresentação de trabalhos de qualidade. “Nos deu muito orgulho ver o que nós trabalhadores técnico-administrativos em educação produzimos. A grande importância desse fórum é dar visibilidade ao nosso trabalho”, declarou com satisfação a coordenadora geral do Sintufrj, Neuza Luzia.

Vitor Matos, coordenador da banca examinadora, destacou a qualidade dos trabalhos. “Mostraram a força e a capacidade da categoria”.
Irís Guardatti ressaltou a participação: “Muito bom ver a categoria apresentando o seu fazer com tanto entusiasmo e orgulho. Isso fortalece nossa identidade como servidor técnico-administrativo em educação da universidade pública”.

A banca examinadora foi integrada também pelos técnico-administrativos Simone Silva, Marisa Gaspari e Rogério Cruz. Os critérios utilizados para a seleção foram o impacto na vida e ou no fazer do técnico-administrativo; clareza e conteúdo; e relevância do tema.

Os premiados
Os três primeiros lugares ganharão um notebook. E os trabalhos classificados serão publicados em uma revista eletrônica do Sintufrj. Veja um resumo dos trabalhos e conheça seus autores:

Primeiro lugar
“O malabarismo impossível do trabalho remoto na maternidade” apresentado por Clara Saraiva, auxiliar administrativa da Casa da Ciência, e Maíra Alves, editora de publicações da Editora da UFRJ, foi o primeiro colocado.

As profissionais falaram sobre a realidade enfrentada pelas mulheres nessa modalidade de trabalho que trouxe muitas questões ao colocar no mesmo espaço o trabalho profissional, o doméstico e o cuidado com os filhos.

Segundo lugar
“O centenário da UFRJ (1920-2020) e a Memória Institucional”, da historiadora Andrea Cristina de Barros Queiroz, da Divisão de Memória Institucional, ganhou a segunda colocação.

Ela apresentou a trajetória da primeira Universidade pública do país através de seus acervos e lugares de memória, analisando os sentidos da comemoração de seu centenário para a UFRJ e para a sociedade, relacionando os impactos de sua produção científica, cultural e política no país.

Terceiro lugar
O terceiro colocado foi o trabalho “Resistência e Reforma Administrativa por “conta gotas” na UFRJ”, do auxiliar administrativo do Instituto de Geociências, Esteban Crescente.

Ele tratou da Reforma Administrativa, resultante das reformas de Estado dos últimos anos, relatando as mudanças para pior no universo do serviço público com perdas de conquistas para seus servidores, e que culmina com a terceirização e o advento do trabalho remoto. Nesse contexto, apresentou a resistência dos técnico-administrativos em educação à intensificação da terceirização na UFRJ.

Samba com Minerva
A coordenadora do Sintufrj Noemi Andrade encerrou oficialmente o 1º Fórum Técnico Administrativo da UFRJ.

Ela afirmou que a escolha da Minerva Assanhada foi para mostrar a diversidade da universidade que reúne ciência, ensino, extensão, lazer e cultura.
“É com tudo isso que a universidade resiste a todos os ataques já sofridos há tantos”, observou.

“É importante que tenhamos a cultura e a arte como instrumento transformador e nos acalenta em momentos difíceis como esse. Por isso, nada melhor do que apresentar nossa Minerva Assanhada. Ela será sempre o símbolo da alegria da UFRJ que produz saber, cultura e interação social”, finalizou.

 

 

 

O centenário da maior universidade federal do país, completados no dia 7 de setembro, foi comemorado com uma programação prá lá de especial, que incluiu música, documentário e depoimentos emocionantes. As festividades se prolongaram até a terça-feira, 8, com transmissão pelo canal do Fórum de Ciência e Cultura no YouTube.

A Orquestra Sinfônica da UFRJ abriu as celebrações com um concerto especial no fim da tarde da segunda-feira, apresentando peças de grandes compositores ligados à Escola de Música, como Villa Lobos e Pixinguinha, em seguida, a reitora Denise Pires de Carvalho deu início à cerimônia oficial, que contou com a participação de ilustres integrantes da comunidade universitária e convidados. A primeira técnica-administrativa emérita, Regina Loureiro, foi destaque no vídeo no qual servidores e seus filhos declararam seu amor à instituição.

Famílias Minerva

“A UFRJ é tudo na minha vida. Além do privilégio de ter sido sua aluna, sou técnica-administrativa em educação da instituição. Tenho uma grande gratidão e amor pela universidade”, falou emocionada a nossa Regininha, ao lado do filho Hugo Loureiro, doutor em Geografia pela instituição. Emocionado ele recordou do convívio em criança com os colegas da mãe no ambiente universitário. “(A UFRJ) tem um significado enorme na minha vida. Toda minha formação eu devo a ela, e as boas amizades também. Conhecer uma universidade como eu tive a oportunidade de conhecer na qualidade de filho de uma servidora, foi importante, porque aprendi a valorizar o fazer desses trabalhadores públicos setor por setor”, disse o jovem.

“A gente espera tê-la sempre viva, sempre pública e de qualidade”, concluiu Hugo. “E com mais 100 anos de muitas glórias”, complementou Regininha..

“Quem não está na UFRJ no dia a dia não sabe o que é defender o ensino público de qualidade”, afirmou Maria Eduarda Fernandes, estudante de graduação. Ela estava acompanhada do pai, o professor da Escola de Belas Artes há 40 anos, Amaury Fernandes. “Nossa família é Minerva”, brincou.

O vídeo é encerrado com uma declaração bem oportuna do pequeno Kavi Aquino, aluno do Colégio de Aplicação: “Quero que a universidade continue ótima e com mais colégios para mais crianças estudarem”.

História  

No documentário “Centenária: A Universidade do Brasil entre duas pandemias” historiadores e pesquisadores da instituição discorrem sobre a trajetória da instituição nos seus 100 anos de existência. Também lembra os momentos difíceis pelos quais a UFRJ passou por conta de intervenções e ações de governo que não respeitaram a sagrada autonomia universitária conquistada com muita luta. Entre os algozes de plantão no Planalto foi citado FHC, cuja intervenção institucional resultou no histórico movimento de ocupação da Reitoria por estudantes, técnicos-administrativos e docentes. Mas o vídeo mostra a construção de uma universidade inclusiva e democrática, fruto das  políticas públicas das últimas décadas. Assista em https://bit.ly/2DBezb5

Parabéns em grande estilo

Depois da apresentação do Hotsite criado pelo Fórum de Ciência e Cultura especialmente para o centenário ( https://100anos.ufrj.br), o evento de quatro horas culminou com o vídeo no qual artistas como Chico Chico, Jards Macalé, Martinho da Vila, Paulinho da Viola, Zeca Pagodinho entre tantos outras personalidades artísticas parabenizavam a instituição pelo seu centenário e a homenageavam com versos do samba antológica de Cartola e Carlos Cachaça “Ciência e Arte”: “Tu és meu Brasil em toda parte / Quer na ciência ou na arte / Portentoso e altaneiro / Os homens que escreveram tua história / Conquistaram tuas glórias / Epopeias triunfais”.

 

 

A reforma administrativa encaminhada pelo governo Bolsonaro ao Congresso é a ameaça mais radical ao serviço público e ao Estado brasileiro. Servidores federais, estaduais e municipais se uniram para organizar o combate a esse ataque sem precedentes aos direitos dos trabalhadores e a prestação de serviços à população, principalmente a mais necessitada.

Plenárias estaduais estão sendo realizadas em todo país. No Rio de Janeiro, está marcada para quinta-feira, 17, a reunião dos servidores das três esferas de poder. Nesse dia também está prevista a realização da mobilização nacional da Educação contra os cortes no orçamento que inviabilizam instituições federais de ensino.

Retomar a luta

 Em 2019, milhares de estudantes e trabalhadores saíram às ruas nas principais capitais em grandes protestos chamando a atenção da sociedade para o projeto de Bolsonaro de destruição da educação pública e de qualidade. A mesma luta está sendo retomada agora e com muito mais vigor, porque o cerco à Educação pelo governo fascista de Jair Bolsonaro a cada dia piora. Além de novos e mais profundos cortes no orçamento da União para as instituições federais de ensino, o governo quer impor uma reforma administrativa com a intenção de destruir direitos de servidores e promover o desmonte do serviço público.

Não ter condições de prover a família é humilhante. E isso é o que o governo Bolsonaro está enfiando goela abaixo dos servidores ao decretar o congelamento de salários da categoria. Sua ira contra os serviços públicos e o povo pobre não tem limites. No dia 31 de agosto, Bolsonaro enviou ao Congresso Nacional  o Projeto de Lei Orçamentária (PLOA) para 2021, que retira recursos de áreas essenciais como saúde, educação, ciência e tecnologia. Serão R$ 1,4 bilhão a menos, por exemplo, para as instituições federais de ensino, o que equivale a uma redução de 18,2% em relação a 2020.

No dia 3 de setembro, Bolsonaro encaminhou sua proposta de reforma administrativa (PEC 32/2020), que irá promover a desestruturação de serviços públicos, principalmente aqueles que a população mais precisa. Sob o velho argumento de combater privilégios, a proposta traduz o ideário neoliberal e de privatização e foca apenas servidores do executivo dos três poderes, justo os que se dedicam a direitos como saúde e educação.

Todos juntos

Na primeira quinzena de setembro, os servidores federais, estaduais e municipais realizam plenárias virtuais em todos os estados com o objetivo de reagirem em conjunto contra os ataques de Bolsonaro: desmonte do Estado brasileiro e a Reforma Administrativa, além de construirrm o Dia Nacional de Lutas e a campanha unificada em defesa do funcionalismo público e dos serviços públicos.

A Fasubra Sindical orienta as entidades de base que fortaleçam os fóruns existentes e participem das plenárias estaduais. No Rio, a plenária será no dia 17, às 18h, em ambiente virtual. Nessa mesma data as entidades representativas dos trabalhadores da educação e estudantis promovem mobilizações em todo o país contra os cortes anunciados pelo governo na proposta de Orçamento de 2021. As frentes parlamentares em defesa da educação, Fasubra Sindical, Sinasefe, UNE, Andifes, SBPC, estarão juntas num grande ato nacional.

O ato será virtual com o lançamento de um manifesto conjunto, dando início a uma ampla campanha em defesa dos recursos para a educação.

A Fasubra reforçará essa luta. Nos dias 17 e 18 de agosto, a direção nacional da federação aprovou agenda e plano de lutas contra os ataques do governo à educação e ao serviço público. Além dos cortes, a Federação defende a imediata revogação da EC 95, a derrota da reforma administrativa e a luta contra o retorno ao trabalho presencial, sem segurança. Rodada de assembleias na discutirá os rumos da mobilização.