Evento vai debater a utilização das novas tecnologias digitais e metodologias de formação sindical coerentes com a Educação Popular e Integral.

Matéria retirada do site da CUT. 

Nesta quinta-feira (15), data em que se celebra o dia dos professores e das professoras, a Secretaria Nacional de Formação da CUT realiza o seminário “Desafios da Educação Popular no Contexto das Tecnologias Digitais”, a partir das 14h, por meio da plataforma Zoom.

O evento se soma à luta em defesa da educação e do legado de Paulo Freire, considerado um dos pensadores mais notáveis na história da pedagogia mundial, tendo influenciado o movimento chamado pedagogia crítica. Autor do livro da “Pedagogia do Oprimido”, Freire defendia que as escolas precisavam ensinar o aluno a “ler o mundo” para poder transformar a sociedade em que vive.

A iniciativa do seminário, que será voltado às plataformas digitais devido a pandemia do novo coronavírus que já deixou mais de 151 mil brasileiros mortos desde o início do surto da doença no Brasil, é fruto das experiências que a secretaria desenvolve por meio da Rede Nacional de Formação cutista, que culminou com a criação do grupo de trabalhado “educação popular e tecnologias digitais“, tema do evento.

O objetivo do seminário é ainda promover debates em torno do desenvolvimento metodológico da formação sindical com a utilização das tecnologias digitais coerentes com a Educação Popular e Integral, e os princípios da Política Nacional de Formação da CUT, concepção essa que baliza nossa formação sindical historicamente.

Rosane Bertotti, secretária nacional de Formação da CUT, explica que o seminário abordará três eixos principais, que são: o avanço das novas tecnologias e as relações de trabalho, precarização das relações de trabalho e das novas categorias que surgem.

“O outro lado que a gente olha nas novas tecnologias é o que chamamos de estrutura de banco de dados e do acesso da inteligência artificial. Para nós, da formação, o que vamos debater é: como a nova tecnologia contribui para o processo formativo? Como amplia os horizontes? Como os trabalhadores e trabalhadoras podem se apropriar das novas tecnologias e pensar metodologias de formação?”, ressaltou a dirigente.

O seminário terá a presença de Heleno Araújo, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Gilberto Carvalho, ex-ministro-chefe da Secretaria-Geral do governo Lula, e da deputada federal pelo PT, Maria do Rosário.

Essa não é a primeira atividade de formação realizada por meio da plataforma digital que a secretaria desenvolve. No último dia 30, houve a cerimônia de formatura da 2ª turma do Curso em Plataforma Digital, voltado para dirigentes e assessores da base dos sindicatos da CUT. O curso contou com a participação de mais 70 pessoas, entre dirigentes sindicais, entre cursistas coordenadores de escola e secretários de Formação dos estados.

Para Bertotti, um dos objetivos centrais do seminário é apontar quais são os limites de pensar “numa formação através das tecnologias e de plataformas.

“Quais são os avanços que isso pode nos trazer? Esse é um pouco do desafio do seminário na rede de formação que faz parte da elaboração de um grupo de trabalho, criado pela Política Nacional de Formação, que faz uma elaboração sobre isso e, claro, é um tema que nos aperreia porque está na ordem do dia.

Participação de outros países

O evento também terá a participação de outros países, como Colômbia, educadores da Confederação Sindical dos Trabalhadores das Américas (CSA) e da nossa rede nacional de formação, que é o principal ponto do debate da rede nacional de formação da CUT.

“Acredito que terá uma grande vontade de participação de várias organizações”, finaliza.

 

 

 

 

O presente formulário foi elaborado pela Comissão Especial para Acompanhamento das Atividades Não Presenciais (CEANP) e tem o intuito de dar voz ao corpo técnico-administrativo durante o processo do Período Letivo Excepcional em curso, de modo a contribuir para a construção de possibilidades para eventuais novos semestres letivos não presenciais, em função da continuidade da pandemia de COVID-19.

O Sintufrj considera esta iniciativa fundamental. A universidade precisa ter parâmetros robustos para a definição das suas políticas. Recentemente, o debate em torno do calendário acadêmico não levou em consideração a percepção e a vivência dos técnico-administrativos em educação, e o resultado foi bastante insatisfatório, gerando sobrecarga para as secretarias acadêmicas e coordenações de curso.

Recomendamos que a categoria responda ao formulário, colaborando com o levantamento proposto pela comissão do CEG e ajudando a construir estes parâmetros.

Link: https://forms.gle/BRCGyBzDh2Fys4G47

Coordenação do Sintufrj
Gestão Ressignificar

A realização do censo racial pela instituição para que se saiba onde estão, onde não estão e onde querem estar os negros na UFRJ foi defendida pela integrante da Câmara de Políticas Raciais e da Comissão de Heteroidentificação da universidade, Denise Góes, durante o debate on line “A questão de gênero, raça e LGBTQI nas universidades públicas”. O evento reuniu mais quatro debatedores técnicos-administrativos em educação.

“Racismo e machismo perpassam pelo movimento sindical e o combate a esses crimes é a nossa grande missão. As universidades públicas sempre foram espaços de privilegiados, mas as cotas garantiram 50% de pretos e pobres nos seus campi, e hoje quando essas instituições são ameaçadas de privatização por um governo fascista e racista é para atingir quem veio da classe média, os pobres”, afirmou Noemi Andrade, coordenadora do Sintufrj.

Captura de tela do momento de fala da dirigente Noemi de Andrade

Patrícia Santos, mestre e doutora em educação, servidora do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS), compartilhou seus altos e baixos na sua trajetória na universidade iniciada aos 22 anos de idade. “A desvalorização do técnico em relação ao professor provem da ideia de que eles vêm de uma categoria superior. Precisamos desconstruir isso”, disse.

“Fui chefe num setor importante para a unidade e era a única mulher negra que não exercia a função de faxineira. A visão social naquele contexto era que eu não devia ocupar aquele cargo. Já tinha doutorado e dez anos de experiência profissional na universidade. Tenho 1,80 metro, cabelos crespos e falo muito. Não faço o estilo de resignada e isso gerou uma série de dissabores”, contou.

Mas, a gota d´água foi quando Patrícia recebeu um email de um docente a desqualificando. Ele reivindicava que o lugar deveria ser ocupado por quem tivesse escolaridade e capacidade. “Nunca desenvolvemos mais de quatro minutos de diálogo, então, o que ele viu na minha aparência para ter essa opinião?”, indagou. Ela  trabalhava com outro jovem negro e o professor chegou a compará-los com o ex-funcionário que se aposentou e era branco.

Patrícia reagiu, mas como não foi amparada pela instituição, superou a humilhação buscando apoio nas companheiras militantes negras da universidade. A experiência a levou a concluir que o racismo não é estancado pela escolaridade ou a capacidade intelectual ou pelo cargo que o negro ou a negra ocupam. É estrutural e na UFRJ está presente até entre os professores: “no IFCS, dos 70 docentes apenas dois não negros”, informou.

Vitor Matos, 34 anos e 10 de UFRJ, também tem formação acadêmica completa e como militante do Movimento Negro Unificado (MNU) está atento ao racismo que se manifesta cotidianamente na universidade. “Se o corpo docente é todo branco, quem se interessa pela pauta racial? A solidão é muito grande. Quando eu erro, estou demolindo a imagem de todo o negro. Ninguém se lembra de erros dos brancos. Estamos sempre a nos perguntar: Será que vou exercer o cargo com eficiência? É preciso que a estrutura mude para a gente cessar com essa solidão”, afirmou.

Daniele Grazinoli, da Faculdade de Educação, foi taxativa: “As pessoas brancas têm que começar admitindo que são racistas. A gente precisa muito correr atrás do prejuízo. O primeiro racismo que a pessoa sofre é na escola e a UFRJ é racista, e só não é mais porque os movimentos negros não permitem. Tem gente de esquerda que é racista”. Ela, assim como Denise, Vitor e Noemi fazem parte da Comissão de Heteroidentificação da universidade. Patrícia já fez parte também, mas hoje não faz mais.

O debate foi mais uma aula do curso de extensão O Ser e o Fazer Técnico-Administrativo em Educação na Universidade Pública, que acontece todas às quartas-feiras, das 14h às 17h, pela plataforma AVA@UFRJ.

 

 

O Sintufrj protocolou requerimento na reitoria, bem como notificação extrajudicial,  reivindicando providências para os encaminhamentos relacionados à contagem de tempo especial  para servidores que recebem adicionais de insalubridade e periculosidade.

Como se sabe, depois de mais de 30 anos de luta política e de 13 anos na esfera jurídica, os trabalhadores conquistaram o direito com decisão favorável do Supremo Tribunal Federal (STF).

O sindicato fará reunião nesta sexta-feira, dia 16, com a PR-4, para discussão dos desdobramentos com a celeridade que a matéria exige.

Assim que forem definidos, orientações,  procedimentos e modelos de requerimento para protocolo serão disponibilizadas no site e nos canais de comunicação da entidade.

O Sintufrj destinou três telefones para dúvidas e orientações preliminares sobre o tema: 96549-4112, 96549-3179 e 96549-3033.

Entenda o caso

No final de setembro, foi publicada decisão do STF reconhecendo direito de conversão do tempo especial de serviço em tempo comum. Ou seja, um tempo menor pode assim, se transformar num tempo maior. No caso das mulheres, em média 20% a mais e, no caso de homens, em média 40% a mais.  Assim, se o servidor (que se enquadra neste caso) tem, por exemplo, 10 anos, poderá passar a ter 14 anos.

Com o aumento do tempo, pode haver casos em que a pessoa já pode se aposentar, outras, poderão ter direito ao abono de permanência e aposentadoria e/ou a revisão dos mesmos. Quem já é aposentado e se encaixe no direito reconhecido pelo STF pode pedir revisão de aposentadoria.

ATENÇÃO

O Sintufrj destinou três telefones para dúvidas e orientações preliminares sobre o tema: 96549-4112, 96549-3179 e 96549-3033.