O mês de outubro reedita um importante movimento internacional, criado há três décadas, que é o de conscientização para controle do câncer de mama. A campanha Outubro Rosa nasceu para difundir informações — com destaque para a importância do acesso ao diagnóstico precoce – sobre esse tipo de câncer que está entre os três mais comuns do mundo, junto com o de pulmão e colorretal.

No entanto, apesar de todos dos alertas, o medo da Covid-19 tem desestimulado a procura pelos recursos de prevenção da doença. O site da Agência Senado informa que, este ano, a pandemia tem evitado que as pessoas procurarem os serviços de saúde.

“Segundo o doutor Gil Facina, membro titular da Sociedade Brasileira de Mastologia, todos os serviços de diagnóstico sofreram uma redução drástica no número de pacientes, e o atraso no diagnóstico pode reduzir as chances de cura”, diz o texto publicado pelo Senado, reiterando que os serviços de saúde pública estão atendendo as mulheres com segurança.

O especialista em Mastologia e Cirurgia Oncológica da Faculdade de Medicina de Sorocaba (PUC/SP), Luiz Antonio Guimaraes Brondi, em artigo para o Jornal Cruzeiro do Sul, destaca que a campanha deste ano acontece em meio a pandemia por um vírus agressivo de alta letalidade para determinado grupo de pessoas, mas que, tomando todas as precauções exigidas, as pacientes portadoras de câncer continuaram sendo atendidas, diagnosticadas e tratadas regularmente.

Sintomas

No site do Instituto Nacional do Câncer (Inca) um artigo alerta que o sintoma mais comum de câncer de mama é o aparecimento de nódulo, geralmente indolor, duro e irregular, mas há tumores que são de consistência branda, globosos e bem definidos. Há outros sinais como edema cutâneo semelhante à casca de laranja, dor, descamação ou ulceração do mamilo e secreção, entre outros. Podem também surgir linfonodos palpáveis na axila.

Estimativas

Segundo o site, o câncer de mama é o mais incidente em mulheres no mundo, representando 24,2% do total de casos em 2018, com aproximadamente 2,1 milhão de casos novos. É a quinta causa de morte por câncer em geral (626.679 óbitos) e a causa mais frequente de morte por câncer em mulheres.

No Brasil, excluídos os tumores de pele não melanoma, o câncer de mama também é o mais incidente em mulheres de todas as regiões.

Para o ano de 2020 foram estimados 66.280 casos novos, o que representa uma taxa de incidência de 43,74 casos por 100.000 mulheres.

Incidência

A incidência do câncer de mama tende a crescer progressivamente a partir dos 40 anos, assim como a mortalidade por essa neoplasia. Na população feminina abaixo de 40 anos, ocorrem menos de 10 óbitos a cada 100 mil mulheres, enquanto na faixa etária a partir de 60 anos o risco é 10 vezes maior.

Mais informação, mais prevenção

O Inca — que participa do movimento desde 2010 —  produz materiais e outros recursos educativos para disseminar informações sobre fatores protetores e detecção precoce do câncer de mama. Leia mais em https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-mama

Prevenção é tudo. Segundo o Inca, cerca de 30% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com a adoção de hábitos saudáveis como:

Praticar atividade física; alimentar-se de forma saudável; manter o peso corporal adequado; evitar o consumo de bebidas alcoólicas; amamentar e não fazer uso de hormônios sintéticos, como anticoncepcionais e terapias de reposição hormonal.

Detecção

O site também explica que o câncer de mama pode ser detectado em fases iniciais, em grande parte dos casos, aumentando assim a possibilidade de tratamentos menos agressivos e com taxas de sucesso satisfatórias. Todas as mulheres, independentemente da idade, devem ser estimuladas a conhecer seu corpo para saber o que é e o que não é normal em suas mamas. A maior parte dos cânceres de mama é descoberta pelas próprias mulheres.

Além disso, o Ministério da Saúde recomenda que a mamografia de rastreamento (exame realizado quando não há sinais nem sintomas suspeitos) seja ofertada para mulheres entre 50 e 69 anos, a cada dois anos. A recomendação brasileira segue a orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e de países que adotam o rastreamento mamográfico.

Mulheres com risco elevado de câncer de mama devem conversar com seu médico para avaliação do risco e definição da conduta a ser adotada. A mamografia de rastreamento pode ajudar a reduzir a mortalidade por câncer de mama, mas também expõe a mulher a alguns riscos.

Para quem quiser saber mais, o site relaciona principais benefícios e riscos desse exame. O Inca também produziu uma cartilha, cujo acesso é pelo seguinte endereço eletrônico: https://www.inca.gov.br/publicacoes/cartilhas/cancer-de-mama-vamos-falar-sobre-isso

HUCFF faz Jornada de Ginecologia

Neste Outubro Rosa, especialistas do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) vão debater o câncer de mama em uma livre no dia 22 de outubro, das 19h às 21h, mediada pelo chefe do Serviço de Ginecologia da unidade, Afrânio Coelho.

Conheça os palestrantes e seus temas: Flávia Clímaco, mastologista do Serviço de Ginecologia (Reflexões sobre o Rastreio do Câncer de mama); Vera Fonseca, chefe do Setor de Patologia do Trato Genital Inferior do HUCFF (Diagnóstico Diferencial das Úlceras Genitais), Adriana de Mattos (Papel da Histeroscopia no Sangramento Uterino Anormal), Flávio Cajaraville, cirurgião Oncológico, (Atualidades no Tratamento Cirúrgico do Câncer do Endométrio) e Roberto Antunes, mestre em Fisiologia Endócrina (Indução da ovulação na Síndrome de Ovários Policísticos). O acesso e inscrição é pelo link https://event.webinarjam.com/register/845/091wpu8ry

 

 

 

Veja, aqui, informações importantes sobre o NÃO retorno ao trabalho presencial neste momento: pronunciamento de Joana de Angelis, diretora do Sintufrj, e esclarecimentos do coordenador do GT Pós-Pandemia e pró-reitor Eduardo Raupp sobre esse tema que interessa a toda comunidade universitária.

 

 

Otimista, o vencedor do Nobel alerta que a economia verde e com base em conhecimento pode ser altamente eficaz. São projetos que requerem mão de obra e isso ajudaria a lidar com o problema da desigualdade

Matéria retirada do site da Rede Brasil Atual.

 

Economia justa e o papel do setor financeiro em uma sociedade pós-covid. Esse foi o tema do webinário promovido pela UNI Finanças com o economista Joseph Stiglitz, prêmio Nobel de Economia (2001). Stiglitz falou sobre os desafios apresentados pela pandemia do novo coronavírus, especialmente para os trabalhadores do setor financeiro. Como, por exemplo, impulsionar a transição para uma economia mais sustentável, que invista nas pessoas, nos serviços públicos e na comunidade.

Joseph Stiglitz atua na Universidade de Columbia e é economista-chefe do Instituto Roosevelt. Cargo que exerceu também no Banco Mundial entre 1996 e 1999. Conhecido por seu trabalho sobre distribuição de renda, risco, governança corporativa, políticas públicas, macroeconomia e globalização, é autor de muitos livros. Sua obra mais recente é People, Power and Profits: Progressive Capitalism for an Age of Discontent (Povo, Poder e Lucros: Capitalismo Progressista para uma Era de Insatisfação, em tradução livre)

A importância do setor financeiro

Para Joseph Stiglitz, não se pode ter uma economia bem sucedida sem um setor financeiro que funcione bem. “E com trabalhadores críticos, fazendo o que têm de fazer, a fim de criar o setor financeiro que precisamos.”

O economista destacou que as falhas do setor têm sido relacionadas às falhas da economia. “A exemplo do que ocorreu em 2008, com excesso de risco, de crédito predatório. Erros que contribuíram para o centro da crise financeira que teve um efeito devastador na economia global.”

O Nobel de Economia alertou para o fato de que esse tipo de comportamento não foi algo global. “Nos EUA, por exemplo, houve uma série de instituições financeiras, união creditícias, cooperativas em que as práticas abusivas não ocorreram. Eles não apenas evitaram essas práticas negativas como agiram corretamente desempenhando seu papel na locação de capital, oferecendo crédito a pequenas e médias empresas.”

No Brasil isso ocorreu com os bancos públicos e as políticas anticíclicas adotadas pelos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.

Crise financeira da covid-19

A crise atual não é causada pelo setor financeiro, mas ele se envolverá, alerta o economista. “Qualquer recessão econômica se torna uma crise financeira. E os dados que temos já mostram que essa é uma das maiores recessões em 80 anos ou, para alguns, em um século.”

Stiglitz bate pesado no governo Donald Trump. “Ele diz que vai desaparecer milagrosamente, mas isso é uma das suas muitas fantasias, como a fantasia de que ele é um bom empresário”, diz. “Isso não vai acontecer. Não vamos ter ‘recuperação em V’ e a questão é a duração e a profundidade dessa crise econômica. Quanto mais longa e profunda, tanto mais empresas serão incapazes de pagar suas dívidas. Mais domicílios não poderão pagar. E quando você tem empresas e domicílios que não pagam, você tem uma crise financeira.”

O professor lembrou que os EUA têm 3% da população mundial, porém 25% dos casos de covid-19. “No mundo em geral, os países liderados por demagogos, pessoas que não acreditam em ciência, que criaram divisão em suas sociedades e adotaram práticas de exploração não se deram bem”, disse, mencionando Brasil e Índia, além dos EUA. “Os países que criaram um sistema de confiança entre os cidadãos e os governos, confiança na ciência, instituições fortes, estes estão bem, a exemplo de Nova Zelândia, Coreia do Sul, Alemanha, com desempenho muito bom.”

Lucro acima da vida nos EUA

Em seu seminário virtual, Joseph Stiglitz relatou que metade dos trabalhadores americanos vivem do pagamento mês a mês. “Ou seja, a população de menor renda não tem escolha, tem de trabalhar mesmo doente. Os EUA são um dos poucos países que não têm a licença doença obrigatória. Você não é afastado recebendo pagamento. Chegou a ser aprovada uma lei que previa dispensa, apenas para a covid-19, de dez dias. Mas as empresas mais ricas usaram lobby para uma exceção à regra e conseguiram. Isso graças aos republicanos, que não se importam com a vida dos americanos”, disse.

“O resultado foi que 48% dos americanos que trabalham para empregadores com mais de 500 funcionários estavam liberados dessa dispensa médica. São empresas que poderiam muito bem pagar uma dispensa médica, mas seu imediatismo faz com que coloquem os lucros à frente da vida dos trabalhadores e das suas perspectivas de longo prazo. Uma das razões para que a doença se disseminasse tão rapidamente”, completou.

O economista voltou a reforçar: o governo dos EUA não se importa nem com os trabalhadores nem com o povo. “E assim eles se recusaram a impor regulação a fim de assegurar que os trabalhadores tivessem direito a equipamentos de proteção individual, a máscara necessária, luvas. Os trabalhadores na linha de frente tinham de ir ao trabalho sem proteção. Mesmo prestando serviços essenciais.”

Sindicatos salvaram vidas na pandemia

Stiglitz destacou a importância da atuação dos sindicatos, notadamente nesse período da pandemia, observando que em áreas dos EUA onde havia sindicatos fortes, foi diferente. “Os sindicatos defenderam seus trabalhadores. O resultado é que, onde havia sindicatos, havia mais máscaras, mais equipamentos de proteção individual. E a doença não se disseminou tão rapidamente. Os sindicatos foram cruciais na proteção dos trabalhadores e asseguraram que o contágio pela covid-19 não se acelerasse tão rapidamente. Essas experiências bastam para mostrar a importância, o papel crítico que os sindicatos desempenharam na gestão da crise sanitária.”

Ele disse o mesmo em relação ao desemprego, que cresceu muito nos EUA. “Diante disso, muitos empregadores se aproveitam da posição de barganha enfraquecida dos trabalhadores. Os salários estão caindo. Trabalhadores estão sofrendo, tendo de aceitar cortes nos ganhos. A única proteção contra esse tipo de exploração, são os sindicatos.”

O economista falou sobre o comportamento de multinacionais que se aproveitam e rebaixam ainda mais os salários. “Esse é o momento em que os sindicatos são mais necessários do que nunca. Tornar os trabalhadores conscientes do que está acontecendo deveria fortalecer a filiação aos sindicatos. São exemplos importantes do que acontece na ausência da proteção sindical.”

Políticas públicas para manter a economia

Para o prêmio Nobel de Economia, gastos de governo bem projetados são essenciais, especialmente agora, durante a pandemia. “Os EUA, por exemplo, usaram uma bazuca, como se fosse uma recessão de curto prazo. Foram três trilhões de dólares de gastos fiscais e outros três trilhões de dólares para extensão da reserva federal. Os programas não foram bem projetados e não conseguiram frear a recessão. Por isso o aumento do desemprego nos EUA foi maior que nos países europeus”, explica. “Não houve garantia da continuação da assistência. Isso criou altos níveis de ansiedade, de precauções que levaram à fraqueza macroeconômica que estamos vendo. Essa assistência precisa continuar enquanto houver pandemia.”

Ele comparou os EUA com a Europa, que respondeu “de maneira inédita” com os títulos europeus, os eurobonds. “Foi um marco. Foram 750 bilhões de euros em empréstimos. Desafio para os bancos, já que no rescaldo da pandemia, muitos não conseguirão pagar. O setor financeiro terá de lidar com isso. Será necessário apoio para empresas e famílias”, avalia. “E elas poderão pagar suas dívidas quando a economia reaquecer. O setor financeiro precisa fornecer o dinheiro que irá viabilizar o pagamento dessas dívidas. Muitas, no entanto, não poderão saldar, e as autoridades fiscais deverão dar condições para esses empréstimos como meios de mitigar os riscos da pandemia.”

Economia verde contra a desigualdade

Joseph Stiglitz avalia que a covid-19 deve levar à reestruturação da economia. E para um modelo que terá de ser universal. “Reconstruir melhor, de maneira mais verde, com base em conhecimento”, explica. “Vimos um grande crescimento da desigualdade em vários setores. O vírus impacta mais quem tem piores condições de vida. Exacerba as disparidades de renda. Nos EUA há grande desigualdade no acesso à saúde, já que não se vê isso como um direito humano. A covid-19 expôs as fraquezas da nossa sociedade, da nossa economia, o excesso de desigualdade. E a falta de resiliência do setor privado que não conseguiu produzir coisas simples como máscaras, luvas, testes”, critica.

E novamente destaca o papel do setor financeiro, essencial para essa reestruturação para uma economia pós-covid. “Que, espero, seja diferente da economia que tínhamos antes da pandemia. Há um consenso no mundo em reconstruir melhor, uma nova economia. Isso significa que o setor financeiro não pode focar apenas na antiga maneira de fazer negócios, com manipulação de mercado, com foco em fusões e aquisições, regras fraudulentas de comercialização. Precisamos de dinheiro para novos setores”, alerta. “Os cidadãos têm o direito de exigir uma economia que transpareça a visão deles. O dinheiro tem de proteger os mais vulneráveis, ajudar a reaquecer a economia e sobretudo reconstruir melhor.”

A recuperação, deixa claro o professor, será difícil. “Mas a economia verde e com base em conhecimento pode ser altamente eficaz. São projetos que requerem mão de obra, aumentando a criação de empregos, e isso ajudaria a lidar com o problema da desigualdade. Ao contrário do que temos hoje, com a redução dos salários.”

Otimismo com o futuro

Com a pandemia, avalia o economista, vimos que muitos aspectos do nosso sistema não funcionam. “Estamos sendo confrontados com essa nova realidade. Esse processo de mudança de mentalidade parece estar em andamento, já. Claro que vai levar muito tempo. Algumas pessoas querem continuar se beneficiando do antigo regime. Mas os números mostram que precisamos de mudança”, diz. “No livro que lancei, falo da opinião dos jovens que estão muito mais alinhados com uma agenda progressista, de um capitalismo ético. Há necessidade de mudanças de regras que regem nossa economia. Ideias que faziam sentido há 50 anos não fazem mais. Aprendemos que a maximização dos lucros dos acionistas é errada. O capitalismo dos acionistas não maximiza o bem-estar da sociedade. Precisamos de regulamentações que alterem regras do setor financeiro.”

Ele fala em leis que protejam contra novos monopólios e abusos. “Sou otimista, acredito que seremos capazes de adotar regulações e leis de concorrência que vão possibilizar uma economia mais competitiva, mais dinâmica, que vai crescer mais rápido, mais justa, e com mais igualdade.”

A UNI Finanças

A UNI Finanças, que organizou o webinário, representa 3 milhões de trabalhadores nos setores bancário e de seguros por meio de 237 sindicatos em todo o mundo. “Trabalhadores do setor financeiro estão na linha de frente na prestação de serviços essenciais às suas comunidades”, lembrou a presidenta mundial da UNI Finanças, Rita Berlofa. “A crise de 2008 mostrou ser peremptório que qualquer investimento público para salvar bancos tem de ser acompanhado de contrapartida que garanta empregos. Neste momento, algumas instituições financeiras estão se utilizando da covid-19 para se reestruturarem ainda mais, com graves consequências para clientes e trabalhadores. Aqui no Brasil temos o péssimo exemplo do Santander que já demitiu centenas de trabalhadores durante esta pandemia. E infelizmente comportamento que vem sendo acompanhado pelo Itaú”, ressaltou a dirigente bancária.

“A indústria financeira tem de ter responsabilidade social para com a comunidade em que atua, garantindo empregos decentes com condições salariais justas. E num ambiente que não coloque em risco nem a vida, nem a saúde do trabalhador. A UNI Finanças reconhece que, ao sair da crise sanitária, será preciso um novo modelo de financiamento, voltado para o desenvolvimento sustentável e para a preservação do meio ambiente. Um setor financeiro orientado para as necessidades da economia real, em que haja investimento nas pessoas, nos serviços públicos, na comunidade. Queremos incluir nossos integrantes e sindicatos na reconstrução da economia mundial para uma sociedade no pós-covid, com reforço nas negociações coletivas.”

“Qualquer recessão econômica se torna uma crise financeira. E os dados que temos já mostram que essa é uma das piores recessões em um século”, diz o Nobel de Economia Joseph Stiglitz

 

 

 

Os sistemas de saúde nas Américas não estão respondendo adequadamente às necessidades das pessoas idosas e devem ser adaptados à luz da pandemia de Covid-19, afirmam especialistas da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).

Para o Dia Internacional do Idoso, celebrado na quinta-feira, 1º de outubro, o organismo internacional pede atenção integral, integrada e centrada nas pessoas e serviços de atenção primária à saúde que atendam necessidades dos idosos.

Os sistemas de saúde nas Américas não estão respondendo adequadamente às necessidades das pessoas idosas e devem ser adaptados à luz da pandemia de Covid-19, afirmam especialistas da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).

Risco acentuado

Enquanto todos correm o risco de contrair Covid-19, os idosos têm muito mais probabilidade de desenvolver a forma grave da doença; pessoas com mais de 80 anos tem uma probabilidade cinco vezes maior de morrer pela infecção. Um relatório das Nações Unidas sugere que isso pode acontecer devido a condições pré-existentes, que afetam 66% das pessoas com 70 anos ou mais.

Este também é o caso das Américas, onde a maioria das mortes por Covid-19 ocorre entre pessoas com 70 anos ou mais, seguidas de pessoas com idade entre 60 e 69 anos.

Embora as pessoas idosas que recebem cuidados de longo prazo tenham sido as mais atingidas em todo o mundo, nas Américas, onde o atendimento de pessoas idosas é mais provável em casa, o distanciamento físico é um desafio particular.

“A pandemia de Covid-19 realmente enfatizou as necessidades e vulnerabilidades que pessoas idosas têm em relação ao seu direito à saúde”, ressaltou Carissa F. Etienne, diretora da OPAS/OMS. “Muitas vezes não ouvimos suas vozes e perspectivas quando se trata de seus próprios cuidados. Pessoas idosas têm o mesmo direito de cuidar que qualquer outra pessoa. Nenhuma vida é mais valiosa que outra.”

Mesmo antes da pandemia de Covid-19, até 50% das populações com idade mais avançada em alguns países de baixa e média renda não tinham acesso a alguns serviços essenciais de saúde — um problema que a pandemia apenas exacerbou.

Não basta garantir os idosos tenham acesso aos serviços essenciais de saúde, observou Enrique Vega, chefe da Unidade de Curso de Vida Saudável da OPAS. Os serviços também devem ser adaptados às necessidades específicas destas pessoas.

“Como cada pessoa idosa pode ser afetada pela Covid-19 ou qualquer outra doença, depende de sua saúde física e mental geral. Portanto, os cuidados e o tratamento devem sempre levar isso em consideração”, acrescentou.

Década do Envelhecimento Saudável

O ano de 2020 marca o início da Década do Envelhecimento Saudável, que destaca a necessidade de governos, sociedade civil, agências internacionais, mídia e outros trabalharem juntos para melhorar a vida das pessoas idosas, suas famílias e comunidades, além de combater o preconceito e o estigma.

“Envelhecer com saúde é desenvolver e manter habilidades funcionais que possibilitem o bem-estar no envelhecimento”, disse Vega. “A Covid-19 expôs não apenas a fragilidade das pessoas idosas quanto ao vírus, mas também dos sistemas e ambientes que os apoiam.”

Atualmente, no Brasil, os idosos representam 14,3% da população, ou seja, 29,3 milhões de pessoas. Em 2030, o número de idosos deve superar o de crianças e adolescentes de zero a quatorze anos. Em sete décadas, a média de vida do brasileiro aumentou 30 anos, saindo de 45,4 anos em 1940, para 75,4 anos em 2015. O envelhecimento da população tem impactos importantes na saúde, apontando para a importância da organização da rede de atenção à saúde.

Números

Estima-se que, até 2050, o número de pessoas com mais de 60 anos de idade em todo o mundo e nas Américas deve dobrar. Em 2025, pessoas com 60 anos ou mais representarão 18,6% da população total da Região.

A América Latina e o Caribe são a segunda região de mais rápido crescimento em termos de pessoas com mais de 60 anos, atrás apenas da África. No entanto, o aumento da expectativa de vida não se traduz em qualidade de vida.

O Brasil informou que 76% das mortes relacionadas à Covid-19 de fevereiro a setembro de 2020 ocorreram entre adultos com 60 anos ou mais.

No Peru, pessoas com mais de 70 anos tiveram as maiores taxas de mortalidade por Covid-19 durante março-maio de 2020.

Estimativas do Canadá mostram que mais de 80% das mortes por Covid-19 ocorreram em residências ou centros de atenção a longo prazo.

Celebração

Criada em 1991 por iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU), a data reforça os termos da Resolução 46, que objetiva sensibilizar a sociedade mundial para as questões do envelhecimento, destacando a necessidade de proteção e de cuidados para com essa população.

No Brasil, em 1º de outubro de 2003, foi aprovada a Lei nº 10.741 (Estatuto do Idoso), prevendo em seu art. 2º que, ao idoso sejam garantidas todas as oportunidades e facilidades para a preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade. No art. 3º, o Estatuto ressalta que é obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.

Fonte: Organização das Nações Unidas (ONU)

1º de outubro: Dia Nacional do Idoso e Dia Internacional da Terceira Idade

Esta é uma data que não se pode esquecer, porque celebramos os maiores de 60 anos, ou seja, pessoas que já trabalharam ou ainda continuam trabalhando, mas que realizaram a maioria de tudo que existe no mundo, assim como fizeram gerações e gerações passadas. E mais: também conquistaram, com muitas lutas, os direitos trabalhistas e sociais que desfrutamos.

Muito obrigada companheira e companheiro da UFRJ da terceira idade.

Coordenação de Aposentados e Pensionistas do Sintufrj